A representação pictórica e o uso de sistemas de pictogramas para sinalização predial, metropolitana e grandes eventos tem se apropriado da sistematização, estilização e abstração dos pictogramas do sistema para sua composição visual. A sistematização proposta pelo Sistema Isotype de Otto Neurat apresenta forte influência nesses sistemas, interferindo na composição visual de projetos como a sinalização de eventos olímpicos. A partir de um recorte entre as Olimpíadas de 1964 e 2012, este artigo propõe uma breve análise focada em três pictogramas selecionados do sistema utilizado nas Olimpíadas de Londres 2012. Assim, estrutura-se um modelo considerando como parâmetros de análise os níveis semióticos da Teoria dos Signos propostos por Charles Morris.
A representação pictórica e o uso de sistemas de pictogramas para sinalização predial, metropolitana e grandes eventos tem se apropriado da sistematização, estilização e abstração dos pictogramas do sistema para sua composição visual. A sistematização proposta pelo Sistema Isotype de Otto Neurat apresenta forte influência nesses sistemas, interferindo na composição visual de projetos como a sinalização de eventos olímpicos. A partir de um recorte entre as Olimpíadas de 1964 e 2012, este artigo propõe uma breve análise focada em três pictogramas selecionados do sistema utilizado nas Olimpíadas de Londres 2012. Assim, estrutura-se um modelo considerando como parâmetros de análise os níveis semióticos da Teoria dos Signos propostos por Charles Morris.
A representação pictórica e o uso de sistemas de pictogramas para sinalização predial, metropolitana e grandes eventos tem se apropriado da sistematização, estilização e abstração dos pictogramas do sistema para sua composição visual. A sistematização proposta pelo Sistema Isotype de Otto Neurat apresenta forte influência nesses sistemas, interferindo na composição visual de projetos como a sinalização de eventos olímpicos. A partir de um recorte entre as Olimpíadas de 1964 e 2012, este artigo propõe uma breve análise focada em três pictogramas selecionados do sistema utilizado nas Olimpíadas de Londres 2012. Assim, estrutura-se um modelo considerando como parâmetros de análise os níveis semióticos da Teoria dos Signos propostos por Charles Morris.
5 InfoDesign Brasil 6 Congic Solange Gr.. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informao SBDI Recife | Brasil | 2013 ISBN Proceedings of the 6 th Information Design International Conference 5 th InfoDesign Brazil 6 th Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informao SBDI Recife | Brazil | 2013 ISBN
Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012: anlise sinttica, semntica e pragmtica Pictorial representation in the London Olympics 2012: syntactic, semantic and pragmatic analysis Michelle Pereira de Aguiar design da informao, representao pictrica, nveis semiticos
A representao pictrica e o uso de sistemas de pictogramas para sinalizao predial, metropolitana e grandes eventos tem se apropriado da sistematizao, estilizao e abstrao dos pictogramas do sistema para sua composio visual. A sistematizao proposta pelo Sistema Isotype de Otto Neurat apresenta forte influncia nesses sistemas, interferindo na composio visual de projetos como a sinalizao de eventos olmpicos. A partir de um recorte entre as Olimpadas de 1964 e 2012, este artigo prope uma breve anlise focada em trs pictogramas selecionados do sistema utilizado nas Olimpadas de Londres 2012. Assim, estrutura-se um modelo considerando como parmetros de anlise os nveis semiticos da Teoria dos Signos propostos por Charles Morris.
information design, pictorial representation, semiotic levels
The pictorial representation and the use of pictograms for signage systems building, metropolitan and major events have appropriated the systematization, stylization and abstraction of the symbols to visual composition. The systematization proposed by Otto Neurat Isotype System has a strong influence on these systems, interfering with the visual composition of projects such as the signaling of Olympic events. From a cut between 1964 and 2012 Olympics, this article proposes a brief analysis focused on three pictograms selected system used in the London Olympics 2012. Thus, a model is organized and considering as parameters of analysis the levels of semiotic theory of signs proposed by Charles Morris. 1 Introduo Representaes pictricas correspondem a marcas com sentido e significado dados por imagem, ilustrao ou figura. Tais representaes visam comunicar uma ou vrias informaes (Frutiger, 2010: 191-193). Sua interpretao, no entanto, depende do grau de iconicidade variante da representao real representao abstrato-conceitual (McCloud, 1995: 49-53), de sua integrao semntica e do repertrio do intrprete. No mbito do Design da Informao (SBDI, 2008), tais representaes correspondem a um sistema, cuja linguagem visual grfica se permite interpretar, analisar e equacionar a partir dos nveis semiticos da Teoria dos Signos, de Charles William Morris (1901-1979) (Nth, 1996: 185-186). Nesse sentido, apresenta-se uma anlise sinttica, semntica e pragmtica da representao pictrica a partir dos pictogramas utilizados nos Jogos da XXX Olimpada, realizados em Londres, no perodo de 27 de julho a 12 de agosto de 2012. Contudo, antes da referida anlise, percebe-se a necessidade de um procedimento metodolgico para, a partir de uma pesquisa bibliogrfica, permitir a contextualizao e o levantamento de dados para construir um modelo de anlise. Contextualizando, aborda-se a definio do termo pictograma, seus aspectos projetuais e conceituais, a sistematizao da linguagem visual grfica, a sntese e a integrao semntica das representaes pictricas, os aspectos pragmticos deste tipo de representao e a abordagem histrica do uso de pictogramas nas Olimpadas desde 1964. Tem-se, portanto, como objeto de estudo pictogramas do sistema de sinalizao do referido evento, contemplando anlise fundamentada em levantamento bibliogrfico e comparativo entre o que outrora se apresenta nos eventos que o sucedem. Trata-se de uma reflexo M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 2 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic significativa para a academia, com enfoque em Design da Informao, visando contribuir positivamente com mais um modelo de anlise para equacionar aspectos sintticos, semnticos e pragmticos da representao pictrica. 2 Pictogramas: contexto Pictogramas definem-se como simples representaes pictricas que no alteram propores, utilizam-se de posies de perfil, silhuetas e relaes acromticas predominantemente. Possuem carncia de detalhes, uma vez que estes podem ser imperceptveis distncia (Diaz & Martinez, 2010). Assim, a simplificao prpria dos pictogramas torna-se necessria para fornecer apenas o contedo principal da informao visual. Visando a orientao em ambientes, pictogramas presentes em sistemas de sinalizao possuem funo de comunicao menos passiva ou informativa, opondo-se a outros tipos de sinais (Frutiger, 2007: 315-317). Sua funo relaciona-se a uma indicao, ordem, advertncia, proibio ou instruo, no tendo apenas a comunicao como objetivo. Assim, entende-se que o propsito dos pictogramas aplicados a sistemas de sinalizao produzir uma reao imediata no observador, afirma Frutiger. O uso dos pictogramas para representar uma informao em diferentes contextos, principalmente para sistemas de sinalizao, tem aumentado significativamente (Frutiger, 2007: 317). O autor considera duas razes que justificam sua afirmao: (a) limitao do espao para conteno da informao; e (b) necessidade de apresentar a informao de modo preciso, qualquer que seja o formato do pictograma. 3 Pictogramas: aspectos projetuais A partir da sntese da representao pictrica e da necessidade de simplificao da forma em um pictograma, percebem-se trs tipos de dificuldade para elabor-los: (a) tipo de representao, (b) manuteno da legibilidade da forma e (c) perspectiva de representao grfica, sempre considerando o ponto de vista do usurio (Diaz & Martinez, 2010). Pensando na sistematizao e universalizao por meio da sntese grfica, o Sistema Isotype prope o desenvolvimento de pictogramas fceis de serem compreendidos globalmente, de maneira a comunicar a informao com simplicidade, valorizando a representao pictrica. Esse sistema apresenta grande contribuio para o Design da Informao, pois seu idealizador, Otto Neurath (1882-1945), deixa claro em seus escritos que no pretende criar uma linguagem pictrica universal que substitua a representao tipogrfica da linguagem falada (...) pois considera o Isotype uma linguagem adicional (Twyman, 1980 apud Lima, 2008). Sob o ponto de vista de Neurath, algumas informaes no podem ser expressas apenas com palavras, podendo-se utilizar a representao pictrica para auxiliar preposies verbais, configurando-as com mais clareza. A partir do Sistema Isotype, entre as dcadas de 1920 e 1940 a construo dos pictogramas em diversas situaes e aplicaes passa a se configurar de maneira mais sistemtica, procurando cumprir a mxima da simplicidade da representao pictrica (Lima, 2008). Este tipo de representao inspira, tambm, pictogramas utilizados na sinalizao dos Jogos Olmpicos, a partir de Tquio 1964. A partir da, a cada evento novas formas de representao so apresentadas, intercalando os tipos de representao ora por sistematizao, ora por estilizao e abstrao da forma. 4 Pictogramas e as Olimpadas A cada evento, os sistemas de pictogramas das Olimpadas alternam-se entre variadas formas, estilos e cores, cada vez mais pautados pela identidade visual proposta. Tambm percebem-se resgates e inovaes na construo da representao pictrica, por meio de um recorte entre as Olimpadas de Tquio 1964 e Londres 2012 (Figura 1). M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 3 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic A Figura 1 apresenta um panorama visual de parte dos pictogramas elaborados para os Jogos Olmpicos, dentro do recorte temporal supracitado. Uma breve anlise visual, baseada tambm em Rosa (2010), destaca as relaes visuais e projetuais destes eventos: ! Tquio (1964): baseado no Sistema Isotype, apresenta a silhueta dos atletas em suas respectivas atividades. Apresenta ausncia de detalhes e cores, apenas relaes acromticas. Tem por objetivo uma linguagem universal. ! Mxico (1968): inspirado no Sistema Isotype, omite a figura humana na realizao das tarefas, enfatizando o objeto das atividades. Apresenta mais detalhamento, como malhas e linhas para diferenciar objetos semelhantes, com diferentes cores de fundo em cada esporte. Tem por objetivo a relao com a cultura mexicana e suas cores. ! Munique (1972) e Montreal (1976): retorno ideia de linguagem universal (Sistema Isotype), porm mais sistematizada, com uso de mdulos e grids de construo. Os pictogramas representam uma ao, no apenas o objeto. ! Moscou (1980): inspirado nos pictogramas do evento anterior, apresenta resultado mais divertido (grifo do autor) e menos rgido para a representao da silhueta dos atletas, mesclando os smbolos com o fundo, resultando em uma s forma. ! Los Angeles (1984): apresenta diferenas sutis em relao aos pictogramas das Olimpadas de Munique, representando os membros do corpo humano com manchas que no se tocam ou se sobrepem. ! Seul (1988): influenciado do sistema apresentado em Munique, apresenta resultado semelhante ao sistema de Los Angeles, porm, diferenciando-se por representar o tronco do corpo humano por um planos sem preenchimento. Objetos e elementos externos figura humana so representados por linhas. ! Barcelona (1992): a composio dos pictogramas est intimamente relacionada identidade visual do evento, relacionada aos aspectos culturais do pas sede. Corresponde ao primeiro momento em que uma forma estilizada e claramente antropomrfica utilizada em Olimpadas. Mantm a nfase em evidenciar o atleta em ao. ! Atlanta (1996): inspirado na cultura grega (vasos e tapearias) e no Belo Ideal da Figura Humana, cuja referncia principal o Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci. O nvel de iconicidade bastante elevado e abstrato, dificultando o reconhecimento imediato da ao, dado o excesso de elementos presentes na forma. ! Sidney (2000): mantm a identidade visual do evento na representao do sistema e, assim como o que se apresenta em Barcelona, possui composio baseada na marca. Possui forte influncia cultural, que remete a um dos principais artefatos australianos, o bumerangue. ! Atenas (2004): inspirado na cermica grega, o sistema apresenta a simplicidade da representao da figura humana e da expresso artstica dos vasos gregos. As formas em negativo representam o corpo humano, linhas brancas definem detalhes da ao e toda a composio se apresenta sobre um plano. ! Pequim (2008): apresenta um sistema inspirado na Idade do Bronze (China, 1700 a.C.), com representaes abstratas e compostas por diferentes espessuras de linhas, dificultando a interpretao imediata das aes representadas. ! Londres (2012): uso de smbolos dinmicos, com o uso de duas famlias de pictogramas. Uma famlia corresponde sistematizao da forma (Sistema Isotype), desvinculando-se da identidade do evento com o uso de manchas e silhuetas. A outra famlia compe-se por um conjunto de linhas inspiradas no metr de Londres e modeladas a partir da primeira famlia deste sistema. M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 4 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic Figura 1: Pictogramas utilizados nas Olimpadas de Tquio (1964) a Londres (2012) (adaptado de Rosa, 2010).
M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 5 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic 5 Breve anlise da representao pictrica utilizada nas Olimpadas de Londres Para uma breve anlise sinttica, semntica e pragmtica da representao pictrica do sistema utilizado nas Olimpadas de Londres 2012, percebe-se a necessidade de contextualizar os aspectos considerados. Apresenta-se um modelo de anlise que contempla a sntese e a integrao semntica das representaes pictricas, bem como os aspectos pragmticos deste tipo de representao, a partir dos trs nveis semiticos da Teoria dos Signos, proposto por Morris (1901-1979) (Nth, 1996: 185-186). Nveis sintticos, semnticos e pragmticos: modelo de anlise Para Morris (1946, apud Nth, 1996: 185-190), trs fatores so definidos para a semiose: aquilo que atua como signo, aquilo a que o signo se refere (significado) e aquele efeito no intrprete a partir do signo e seu significado. A partir destes fatores, Morris pontua trs dimenses semiticas da linguagem a ser decodificada, como representado na Figura 2: Figura 2: Diagrama dos fatores da semiose e dos nveis semiticos da Teoria dos Signos, proposto por Morris (adaptado de Nth, 1996).
Na viso de Morris, os nveis semiticos da Teoria dos Signos configuram-se pelas dimenses sinttica, semntica e pragmtica. No aspecto sinttico, define-se o domnio da sintaxe, ou seja, dos signos lingusticos. Este nvel corresponde s relaes sintticas de percepo, esttica, do uso prtico dos signos e da lingustica em geral (Formiga, 2011: 25; Nth, 1996: 188). Considerando tal abordagem, configuram-se atributos de anlise sinttica a partir das propriedades da forma e do sistema de leitura visual da forma. Para tanto, entende-se como forma os limites exteriores da matria de que constitudo um corpo, conferindo a este (...) um aspecto particular (Gomes Filho, 2000: 39-41). Suas propriedades constituem-se principalmente por ponto, linha, plano e volume. Para a leitura visual da forma, tem-se a fundamentao terica da Gestalt e sua interpretao das relaes de dependncia entre as partes, definidas por oito leis: unidade, segregao, unificao, fechamento, continuidade, proximidade, semelhana e pregnncia (Gomes Filho, 2000). Nesse sentido, a leitura visual da forma relaciona-se manuteno da legibilidade e do reconhecimento. Na prtica do nvel sinttico, importante ressaltar a relao do tipo de representao da forma e de seu grau de iconicidade, que pode ser real, figurativo, estilizado ou abstrato (McCloud, 1995). O nvel semntico, para Noble (2013: 14-15), corresponde compreenso do sentido, estudando as relaes entre signos e smbolos e o sentido que representam. No entanto, M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 6 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic segundo Morris, a semntica relaciona-se quilo a que o signo se refere, cobrindo os aspectos da referncia, no do significado. Consiste, portanto, da significao dos signos. O nvel semntico relaciona-se retrica visual, a partir das funes simblicas do sistema, considerando os nveis culturais, sociais e pessoais do intrprete (Facca, 2011: 159-160), e das figuras de linguagem, que consiste do uso da informao em um contexto diferente do convencional. Assim, como figuras de linguagem adotadas nesta anlise relacionam-se (a) metfora, comparao subentendida cuja significao de uma informao substituda por outra; (b) metonmia, uso de uma informao para substituir outra com a qual se conecta retoricamente por relao lgica ou proximidade; (c) sindoque, uso de uma parte da informao para representar o todo, ou do todo para a parte; (d) elipse, omisso de uma ou mais partes na representao da informao; e (e) hiprbole, exagero com efeitos enfticos sobre uma caracterstica peculiar da informao (Priberam, 2012). O nvel pragmtico configura-se pela real aquisio do significado do signo tanto para o intrprete como para seu emissor, considerando o sentido projetual do signo (Formiga, 2011: 25). Morris (1938, apud Nth, 1996) define a pragmtica como a relao dos signos com seus intrpretes, estudando origem, usos e efeitos dos signos. Neste modelo de anlise, o nvel pragmtico relaciona-se a aspectos de ergonomia informacional e da experincia do intrprete (repertrio visual e cognitivo). Como critrios de ergonomia informacional adotam-se simplicidade e clareza; boa legibilidade; bom contraste figura e fundo; identidade comum ao projeto; adequao ao contexto (ambiente e usurio); visibilidade distncia; composio familiar ao usurio; preferncia pelo uso de moldura (borda), elencados por Formiga (2011). Assim, estrutura-se um modelo de anlise (Figura 3). Para cada nvel da Teoria dos Signos, identificam-se atributos a estes relacionados, a partir do referencial terico supracitado. Figura 3: Diagrama baseado nos nveis semiticos da Teoria dos Signos, proposto por Morris (adaptado de Nth, 1996).
Desta forma, o nvel sinttico e a relao compositiva do signo tem como atributos: ! Propriedades da forma: uso de pontos, linhas, planos e volume (Gomes Filho, 2000); ! Leis da Gestalt: percepo da forma por unidade, segregao, unificao, fechamento, continuidade, proximidade, semelhana e/ou pregnncia (Gomes Filho, 2000); ! Tipo de representao (grau de iconicidade): composio real, figurativa, estilizada ou abstrata (McCloud, 1995). M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 7 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic
Para o nvel semntico e a relao do signo com sua referncia, relacionam-se os atributos: ! Retrica visual: composio visual dependente dos meios culturais, sociais e pessoais do intrprete do sistema (Facca, 2011); ! Figuras de linguagem: composio visual baseada em metfora, metonmia, sindoque, hiprbole ou elipse (Priberam, 2012).
Para o nvel pragmtico e a relao do signo e da referncia com o intrprete, considera-se a situao de uso do sistema, com os atributos: ! Repertrio do intrprete: nveis cultural, social e pessoal (Facca, 2011); ! Ergonomia visual: atendimento aos critrios de design (Formiga, 2011).
Pictogramas das Olimpadas de Londres 2012: anlise O sistema de pictogramas das Olimpadas de Londres 2012 possui como proposta conceitual a representao das aes dos atletas (Figura 5) inspirada no metr da cidade, a partir do mapa metropolitano (Figura 4), com suas linhas e cores. Figura 4: Mapa do Metr de Londres (Transport for London, 2013)
Figura 5: Painis das Olimpadas de Londres 2012 (SomeOne, 2012)
M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 8 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic Com o modelo de anlise estruturado, selecionam-se trs amostras do sistema utilizado no evento (Figura 6). Este sistema prope duas famlias de pictogramas, a primeira composta por silhuetas, manchas e molduras, e a segunda composta por silhuetas, linhas e cores baseadas no mapa do metr de Londres. Figura 6: Seleo da famlia de pictogramas do sistema utilizado em Londres 2012 (SomeOne, 2012)
A seleo representa as seguintes modalidades presentes no evento: salto ornamental, ciclismo e futebol, respectivamente (Figura 6). Considerando o grau de iconicidade, as propriedades da forma (principalmente linhas e planos) e a sistematizao destes smbolos, este trabalho apresenta um olhar focado na primeira famlia de smbolos. Com a estruturao do diagrama (Figura 3), organizam-se os atributos em uma tabela para facilitar a anlise conjunta das amostras (Tabela 1). Tabela 1: Anlise das amostras selecionadas (arquivo prprio).
6 Consideraes finais O modelo de anlise permitiu notar questes significativas do aspecto projetual do sistema parcialmente analisado, equacionando seus aspectos sintticos, semnticos e pragmticos. A anlise sinttica apontou uso de elementos estilizados, compostos por planos que representam a silhueta dos atletas. A linha tambm foi utilizada para representar elementos internos ou externos s manchas. No foram identificados problemas de percepo visual da forma nestas amostras, embora outras no selecionadas apresentem. M.P. Aguiar | Representao pictrica nas Olimpadas de Londres 2012 | 9 Anais do 6 Congresso Internacional de Design da Informao | 5 InfoDesign Brasil | 6 Congic Proceedings of the 6 th Information Design International Conference | 5 th InfoDesign Brazil | 6 th Congic No aspecto semntico, identificou-se que, apesar de um referente de contexto especfico (Metr de Londres), a composio da primeira famlia de pictogramas se manteve dentro da sistematizao comum aos eventos olmpicos. Nas amostras, observou-se uso de metfora principalmente relacionada s linhas, sindoque para representar a parte de um todo (aes dos atletas) e elipse, omitindo detalhes que poderiam dificultar a legibilidade distncia. Quanto ao aspecto pragmtico, cabe pontuar que tratou-se de uma anlise qualitativa dos critrios propostos por Formiga (2011), sem considerar o usurio no contexto de uso. A anlise indicou que o sistema obteve bons resultados no design dos amostras, atendendo total ou parcialmente os critrios analisados. Tratou-se de uma breve anlise, cujo modelo ainda necessita de refinamento. No entanto, novo levantamento de amostras para testar este modelo ainda encontra-se em processo, podendo ser divulgado em outros eventos da rea quando concludo. Neste artigo, procurou-se identificar a relao semitica do Design da Informao no sistema escolhido como objeto de anlise, contemplando os objetivos aqui propostos. Referncias DIAZ, S.; MARTINEZ, G. 2010. Imagomundi: pictograms, ideograms, signs for utility, usefulness and pleasure. Barcelona: Promopress. FACCA, C. A. 2011. O designer como pesquisador: uma abordagem metogolgica da pesquisa aplicada ao design de produtos. So Paulo: Blucher. FORMIGA, E. 2011. Smbolos grficos: mtodos de avaliao de compreenso. So Paulo: Blucher. FRUTIGER, A. 2007. Sinais e Smbolos: desenho, projeto e significado. 2. ed. So Paulo: Martins Fontes. GOMES FILHO, J. 2000. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. So Paulo: Escrituras. LIMA, R. C. 2008. Otto Neurath e o Legado do Sistema Isotype. In: InfoDesign Revista Brasileira de Design da Informao, v. 5, n. 2. In: <http://www.infodesign.org.br/revista/index.php/infodesign/article/view/54>, 30/04/2013. MCCLOUD, S. 1995. Desvendando as histrias em quadrinhos: a arte invisvel. So Paulo: MBooks. NOBLE, I. 2013. Pesquisa visual: introduo metodologia de pesquisa em design grfico. 2. ed. Porto Alegre: Bookman. NTH, W. 1996. A Semitica do Sculo XX. So Paulo: Annablume. PRIBERAM. 2012. In: Dicionrio Priberam da Lngua Portuguesa. <http://www.priberam.pt> 08/07/2013. ROSA, C. 2010. Pictografia Olmpica: Histria e Estilo. Lisboa: Academia Olmpica de Portugal. SBDI 2008. About SBDI. In: Home: Sociedade Brasileira de Design da Informao. <http://www.sbdi.org.br/>, 30/04/2013. SOMEONE. 2012. In: SomeOne: London 2012 Olympics: Brand World. <http://www.someoneinlondon.com/category/projects/london-2012-olympics-brandworld>, 08/07/2013. TRANSPORT FOR LONDON. 2013. In: Transport for London Website. <http://www.tfl.gov.uk/>, 08/07/2013. Sobre a autora Michelle Pereira de Aguiar, Mestre, Universidade Positivo, Brasil, michelle.aguiar@up.com.br.