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PRINCÍPIO DA BOA FÉ

Direito do Consumidor

Bento Rodrigues Chaves Neto1

RESUMO

O artigo vem explanar ao consumidor seu direito na base da lei. O princípio


da boa fé é um princípio primordial no Código de Defesa do Consumidor. Um dos
casos mais comum acontece quando encontramos no produto um preço e quando
vamos pagar tem outro valor registrado. Quando você percebe este erro e reclama,
na maioria das vezes o caixa lhe diz que era um produto em oferta, e que acabou a
promoção. Obrigando-lhe a pagar o preço que está registrado no caixa, e claro o
mais alto. É obrigação do estabelecimento a remarcação dos produtos com o preço
correto. Portanto, o consumidor não pode assumir o erro do estabelecimento e pagar
por isso.

1 – OBRIGAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

O estabelecimento que usar o sistema por meio de etiquetas ou similares


afixados de preço de produtos tem por obrigação informar ao consumidor o valor de
forma clara e precisa do produto conforme o art. 31º do Código de Defesa do
Consumidor, lei nº 8.078, de 11 de setembro de 19902: “A oferta e apresentação de
produtos ou serviços deve assegurar informações corretas, claras, precisas,
ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades,
quantidades, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos
consumidores”.

1
Estudante do Curso de Direito, Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) – 4º Período
2
Código de Defesa do Consumidor, lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Acessado no endereço
http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/l8078.htm no dia 12 de Dezembro de 2009.
2 – TIPOS DE AFIXAÇÃO DE PREÇOS

A lei no 10.962, de 11 de outubro de 20043 estabelece os tipos de afixação de


preços nos estabelecimentos, conforme o art. 2º: “São admitidas as seguintes
formas de afixação de preços em vendas a varejo para o consumidor:
I – no comércio em geral, por meio de etiquetas ou similares afixados
diretamente nos bens expostos à venda, e em vitrines, mediante divulgação do
preço à vista em caracteres legíveis;
II – em auto-serviços, supermercados, hipermercados, mercearias ou
estabelecimentos comerciais onde o consumidor tenha acesso direto ao produto,
sem intervenção do comerciante, mediante a impressão ou afixação do preço do
produto na embalagem, ou a afixação de código referencial, ou ainda, com a
afixação de código de barras.
Parágrafo único. Nos casos de utilização de código referencial ou de barras, o
comerciante deverá expor, de forma clara e legível, junto aos itens expostos,
informação relativa ao preço à vista do produto, suas características e código.

3 – AFIXAÇÕES DE PREÇO DE FORMA ESCRITA OU USO DE RELAÇÃO

É permitido ao estabelecimento afixação de preço de forma escrita ou uso de


relação, quando se verifica a impossibilidade conforme o art. 2º da lei no 10.962, de
11 de outubro de 2004. Devendo, no entanto o estabelecimento cumprir de forma
escrita, clara e acessível ao consumidor o valor do produto, como os serviços
oferecidos de acordo com o art. 3º lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004: “Na
impossibilidade de afixação de preços conforme disposto no art. 2º, é permitido o
uso de relações de preços dos produtos expostos, bem como dos serviços
oferecidos, de forma escrita, clara e acessível ao consumidor”.

4 – UTILIZAÇÕES DE CÓDIGO DE BARRAS


3
Lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de preços
de produtos e serviços para o consumidor. Acessado no endereço
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.962.htm no dia 12 de Dezembro de
2009.
Os estabelecimentos no que usarem o sistema de avaliação de preço através
de código de barras deverão oferecer ao consumidor equipamentos de leitura ótica
para a consulta de preço do produto, na proximidade da área de venda dos produtos
e em outras de fácil acesso ao consumidor, conforme a lei no 10.962, de 11 de
outubro de 2004, art. 4o “Nos estabelecimentos que utilizem código de barras para
apreçamento, deverão ser oferecidos equipamentos de leitura ótica para consulta de
preço pelo consumidor, localizados na área de vendas e em outras de fácil acesso”.
Os critérios ou fatores para a regulamentação desta lei serão estabelecidos
de acordo com o parágrafo 1º do art. 4º da lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004,
que diz: “O regulamento desta Lei definirá, observados, dentre outros critérios ou
fatores, o tipo e o tamanho do estabelecimento e a quantidade e a diversidade dos
itens de bens e serviços, a área máxima que deverá ser atendida por cada leitora
ótica”.
Considera-se como área de venda de acordo com o parágrafo 2º do art. 4º da
lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004, que diz: “Para os fins desta Lei, considera-
se área de vendas aquela na qual os consumidores têm acesso às mercadorias e
serviços oferecidos para consumo no varejo4, dentro do estabelecimento”.

5 – DIVERGÊNCIAS ENTRE PREÇOS

A divergência entre preços do mesmo produto é um dos fatores mais comum


que acontecem nos estabelecimentos, muita das vezes por falta de atenção. O
Código do de Defesa do Consumidor é bastante claro a respeito das divergências
de preços do mesmo produto, tanto no sistema de informações de preços, bem
como nos código de barras afixados nas gôndolas5 ou nas etiquetas e o registrado
no caixa. O art. 5º da lei no 10.962, de 11 de outubro de 2004 diz: “No caso de
divergência de preços para o mesmo produto entre os sistemas de informação de
preços utilizados pelo estabelecimento, o consumidor pagará o menor dentre eles”
Portanto, havendo divergência de preços para o mesmo produto é seu direito
de exigir do estabelecimento o menor preço entre eles.

4
Dicionário do Aurélio: Significado de Varejo - É a venda de produtos ou a comercialização de
serviços em pequenas quantidades.
5
Dicionário do Aurélio: Significado de Gôndolas - Prateleira de supermercado, na qual estão expostas
as mercadorias para o consumidor fazer sua seleção.
Exemplo de um produto na mesma prateleira no qual existe uma divergência
entre preços:

PRODUTO PREÇO PREÇO


Arroz R$ 1,85 R$ 2,10

Neste caso, o consumidor tem o direito de pedir ao estabelecimento que seja


cobrado o valor de R$ 1,85, pois, é o menor preço entre o mesmo produto exposto
na prateleira.
Este mesmo exemplo terá a incumbência nos código de barras afixados nas
gôndolas ou nas etiquetas e o registrado no caixa.

CONCLUSÃO:

Temos em vigência no nosso ordenamento jurídico um dos Códigos mais


completos para a defesa do consumidor. “O Código de Defesa do Consumidor é
uma lei abrangente que trata das relações de consumo em todas as esferas: civil,
definindo as responsabilidades e os mecanismos para a reparação de danos
causados; administrativa, definindo os mecanismos para o poder público atuar nas
relações de consumo; e penal, estabelecendo novos tipos de crimes e as punições
para os mesmos”.6
O Código de Defesa de Consumidor estabelece direitos e obrigações para o
consumidor e fornecedor, com isso evita-se que o consumidor sofra qualquer tipo de
prejuízo.
O consumidor em relação ao fornecedor, no caso de consumo é a parte mais
fraca. Pois, quem vende tem o total conhecimento do que quem compra. Portanto,
sabendo que o consumidor é a parte mais frágil desta relação de consumo é que
existe o Código de Defesa do Consumidor.

REFERÊNCIAS:

6
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Acessado no endereço http://www.idec.org.br/cdc.asp
no dia 17 de Dezembro de 2009.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, Acessado no
endereço http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/l8078.htm no dia 12 de Dezembro de 2009.
LEI NO 10.962, DE 11 DE OUTUBRO DE 2004, Dispõe sobre a oferta e as formas de afixação de
preços de produtos e serviços para o consumidor. Acessado no endereço
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.962.htm no dia 12 de Dezembro de
2009.
DICIONÁRIO DO AURÉLIO: SIGNIFICADO DE VAREJO - É a venda de produtos ou a
comercialização de serviços em pequenas quantidades.
DICIONÁRIO DO AURÉLIO: SIGNIFICADO DE GÔNDOLAS - Prateleira de supermercado, na qual
estão expostas as mercadorias para o consumidor fazer sua seleção.
INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Acessado no endereço
http://www.idec.org.br/cdc.asp no dia 17 de Dezembro de 2009.

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