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ANÁLISE AO ORÇAMENTO

CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ DE 2010


Em termos globais, o orçamento para 2010 quando comparado com a previsão inicial do
orçamento do ano passado apresenta uma redução de contas de 10%, o que se traduz em
menos 7 milhões de euros (75 M€ de 2009 para 68M€ em 2010).
No entanto, se o compararmos com o orçamento de 2009 nas alterações que foi tendo ao
longo do ano, a redução é de 12 milhões de euros, 15,2% mais baixo (80,3M€ para 68M€).
É claramente um orçamento de restrição e contenção.
Defendemos, no passado, uma estratégia que passasse por:
1. Reduções significativas na despesa corrente, mormente na aquisição de bens e
serviços externos;
2. Redução do orçamento de capital de forma a aproximá-lo da realidade financeira,
sobretudo na avaliação patrimonial, sobreavaliada;
A despesa corrente sofre cortes significativos:
• um milhão de euros face à previsão de 2009 (3%) mas em relação ao
executado até Out. de 2009, reduz-se 6,1 milhões de euros, ou seja 15%.
Note-se que a despesa corrente subiu no primeiro mandato de Duarte Silva 11,3% e no
segundo mandato 8%. Neste período houve duas reduções na previsão da despesa: 2005 (700
mil €) e 2006 (900 mil €) mas que na execução não se realizaram. No entanto, ambas as
previsões eram inferiores à actual. Esta é a maior descida de sempre de uma previsão
orçamental, pelo menos desde 2002.
A despesa de PESSOAL baixa, em comparação de previsões, (2009/2010) 500 mil € (4,2,%) mas
em relação ao executado de 2010 baixa 1,2 M€ ou seja 9,5% e todos sabemos da rigidez desta
componente orçamental.
A AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS baixa, em previsão, 450 mil€ (15,7M€ de 2009 para 15,4
M€ em 2010) ou seja -2,5%. MAS, se comparado com a execução orçamental de 2009 até
Outubro baixa 4,7 M€, ou seja 23,5%.
Note-se que esta rubrica subiu sempre nos mandatos de Duarte Silva. Nos dois mandatos
subiu 5,3 milhões de euros (35%) e, só no segundo mandato 3,3 milhões de euros (22%).
Estamos a retirar a esta componente 88% da subida que lhe foi imprimida nos últimos 8 anos.

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No gráfico abaixo apresentam-se dados relativos a várias rubricas e respectiva variação entre
so anos de 2009 e 2010.

2009 Out-09 2010 09/010 Out-10


Aquisição Serv/ 15,7 20 15,3 -3% - 23,5%
Pessoal 11,9 12,6 11,4 -4,2% -9,5%

09/010
2008 2009 2010 09/010 € %
Vigilancia 933 965 446 -519 -116
publicidade 212 182 74 -108 -146
iluminação 726 1268 958 -310 -32
cons.esp.verdes 873 1033 654 -379 -58
RSU rec+transp. 2461 1335 2525 1190 47
RSU tratamtº 2023 551 2019 1468 73
Limp. Praias 285 412 386 -26 -7

Transf. Correntes 2651 3195 3237 42 1


SQSNF 0 63 157 94 60
adm local 796 854 867 13 1
freguesias 756 800 752 -48 -6
subs/SQSNF
(FGT,) 3300 1969 2606 637 24
Ins.S. Fins
Lucrativos 1,81 2,27 2,19 -0,08 -4
protocolos 1,39 1,67 1,79 0,12 7
outros apoios 418 697 465 -232 -50

Conclusão
Se conseguirmos a previsão da descida, em termos reais nunca se baixou tanto um orçamento,
ou seja, nos últimos mandatos a restrição financeira nunca foi tão frontalmente assumida
como agora.
Assim, em termos estratégicos duas notas há a assinalar:
• 1ª Este é um orçamento assumidamente RESTRITIVO e mais VERDADEIRO face à
conjuntura (ao contrário do ano passado que era expansionista no mau sentido:
aceitava a diminuição da receita e subia a despesa);
• 2ª Este orçamento privilegia a EDUCAÇÂO como opção estratégica uma vez que esta,
que tinha um peso na estrutura orçamental de 2009 de 14%, passa a gora a ter um
peso de 31%. (mais 4,2 M€).
Em síntese:
• - A receita de capital passa a ser mais realista com uma descida de 15,5% em relação
ao orçamento inicial e de 25% face ao revisto;
• - A despesa corrente baixa 3% face ao orçamento inicial e 15% face ao executado;
• - A rubrica conjunta de pessoal e aquisição de bens e serviços que representa 77% do
orçamento, baixa, face ao executado em 2009, 6 milhões de euros (18%).
• Perante a situação financeira da Câmara e os compromissos assumidos e herdados o
orçamento vai ao encontro do que se pretende – contenção, restrição, controlo, rigor.
• Assim, vamos a caminho de concretizarmos aquilo que defendemos no passado:

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• - poupança e rigor na despesa corrente;
• - racionalização dos gastos na aquisição de bens e serviços (menos outsourcing);
• - maior verdade nas contas, sobretudo na parte do orçamento de capital;

Este é, pois, um orçamento de coragem, que assume e aceita um problema financeiro real e
que nos impõem um desafio a que não nos furtamos; foi esta atitude que nunca vislumbrámos
nos últimos mandatos e que gostaríamos de ter aplaudido.

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