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Ut6

Objecto “Incongruente”
Explorando a visão Surrealista e Dadaísta
Oficina de Artes 12
Módulo 2- Projecto Artístico; Questões Permanentes
Escola Secundária de Santa Maria – Sintra – 2009/10

Introdução
Os objectos que povoam o nosso quotidiano são identificados através das suas propriedades formais. Se os
objectos são manufacturados ou fabricados pelo ser humano, partimos do princípio natural que a suas formas são
determinadas pela função que deles se espera que cumpram; um copo ou um martelo, por exemplo, têm um
conjunto de características formais que nos levam a identificar prontamente a sua função. Esse acto de identificação
é, na maior parte das vezes, bastante simples: Ou sabemos o que é e para que serve um determinado objecto ou
não sabemos. E é tudo.
Existem no entanto situações que podem ser muito mais ambíguas e que colocam em dúvida o sistema analítico
que construímos para nos relacionarmos com o mundo e com os objectos. Essas situações, exaustivamente
exploradas pelos movimentos surrealista e dadaísta, podem acontecer quando, de entre o conjunto de
características presentes num objecto, uma delas é fortemente dissonante e entra em conflito com as restantes;
pode ser um pão cuja cor é fortemente improvável – como no “Pão Azul” de Man Ray – ou numa chávena e
respectivo prato e colher que apresentam uma desconcertante textura de pêlo natural – como na “Chávena em Pele”
de Meret Oppenheim.

Definição e Objectivos
Pretende-se que cries um objecto tridimensional “incongruente”, na linha dos objectos surrealistas e dadaístas,
criados entre a segunda e a quinta décadas do séc. XX.
O objecto a criar não deverá exceder os 30 dm3 ou seja, aproximadamente o equivalente a um cubo com 30 cm de
aresta ou um paralelepípedo com 50x20x30cm, por exemplo.
O esforço dispendido na criação de um objecto deste tipo levar-te-á a reflectir profundamente sobre a maneira como
atribuímos significados aos objectos e como os nossos mecanismos de percepção estabelecem correspondências
entre as formas, cores, texturas e materiais para formar um juízo coerente sobre o mundo físico que nos rodeia.

Percurso e Metodologias
Para criares o teu “Objecto incongruente”, tem em atenção o seguinte:
• Escolhe um objecto quotidiano, facilmente reconhecível quanto à sua forma e quanto à sua função como
base para criares o teu “objecto incongruente”.
• Cria uma “dissonância” nesse objecto-base que tanto pode ser uma alteração inesperada na forma, na cor
ou na textura. Essa alteração deve ser aplicada com a intenção de contradizer o sentido lógico da função
primária do objecto, mantendo-o no entanto perfeitamente reconhecível.
• Materializa previamente as tuas ideias no caderno de ideias/diário gráfico, através do desenho ou da
fotografia.
• Constrói o teu objecto de forma sólida e credível.
• Dá um nome ao teu objecto.
Atenção: Não se pretende criar um objecto que seja uma mera “mistura” de vários objectos, desprovido de
significados contraditórios nem um objecto que seja um “ready-made” no sentido clássico do termo, isto é, apenas
um objecto quotidiano fora do seu contexto habitual.

Avaliação CM AA AP
A Objecto-base; Potencial de utilização – Ideias; Pertinência/ Criatividade/ Exequibilidade. (6 Jan) 20
B Ponto da situação; Maturação da ideia e da técnica construtiva para o objecto. (13 Jan) 20
C Objecto Finalizado; Construção/ Incongruência/ Irreverência/ Dissonância Forma-Função 160
(CM - Cotação máxima, AA – Auto avaliação, AP – Avaliação do professor). Total 200

Calendarização 12ºN (tempos de 90/135* min.)


Jan
T1 6(a) 11 12* 13(b) 18 19* 20 25(c)
T2 6(a) 7* 11 13(b) 14* 18 20 21* 25(c)

(a) Apresentação e avaliação dos objectos-base e das potenciais ideias para a sua transformação em “objectos incongruentes”.
(b) Ponto da situação; maturação das ideias para o jogo de significados e para a técnica construtiva do objecto.
(c) Entrega do “Objecto Incongruente”.

OA12 2009-2010-UT6-AM Objecto Incongruente.doc António Marques. Pág. 1/1

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