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BACKGROUNDER —  Cancro do Colo do Útero 

O que é o Colo do Útero? 

O útero tem a forma de uma pêra, e é um órgão muscular que se situa na parte inferior do abdómen do corpo humano feminino. É no 
útero que as crianças se desenvolvem quando a mulher está grávida. O tecido do útero é chamado endométrio ou camada endométrica, que 
se torna cada vez mais espesso e cheio de vasos sanguíneos à medida que o ciclo menstrual avança. 

O cancro do colo do útero desenvolve‐se no tecido ou na parede do útero. É causado por um crescimento de células anormal e 
descontrolado. Pode ser maligno (cancerígeno) ou benigno (não cancerígeno). Os tumores malignos podem crescer no útero e espalharem‐
se para outras partes do corpo através da corrente sanguínea ou pelo sistema linfático. Os tumores benignos não se espalham para outras 
partes do corpo. No caso do cancro do colo do útero, este normalmente demonstra sintomas numa fase inicial, e por isso o tratamento pode 
ser eficaz. 

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Quais as causas deste tipo de cancro? 

Não se sabe exactamente o que causa o cancro do colo do útero, mas há alguns factores que podem aumentar o seu risco de 
desenvolvimento e há ainda outros que aparentemente o reduzem. Deste modo, as causas são:  

♦ Vírus do Papiloma Humano (HPV): o HPV é um conjunto de vírus do qual a infecção é o principal factor de risco para o cancro do colo 
do útero. As infecções por HPV são muito frequentes. Estes vírus podem ser transmitidos de pessoa para pessoa através de contacto 
sexual, sendo que a maioria dos adultos já foi num dado momento da sua vida infectada com HPV. Alguns tipos de HPV podem 
provocar alterações nas células do colo do útero, alterações essas que podem originar verrugas, cancro e outras complicações 
genitais.  

♦  Não realizar o exame de Papanicolau regularmente: o cancro do colo do útero é mais frequente em mulheres que não realizam 
periodicamente o exame de Papanicolau. Este exame possibilita a detecção de células pré‐cancerígenas. O tratamento das alterações 
cervicais pré‐cancerígenas previne, muitas vezes, o desenvolvimento de cancro. 

♦ Sistema imunitário enfraquecido (o sistema de defesa natural do organismo): as mulheres infectadas com VIH (o vírus que provoca 
SIDA) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário, apresentam risco aumentado de desenvolver cancro do colo do útero. 

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Nestas mulheres, os médicos recomendam o rastreio regular do cancro do colo do útero. 

♦ Idade: o cancro do colo do útero ocorre com maior frequência a partir dos 40 anos de idade. 

♦ História sexual: as mulheres que tenham tido muitos parceiros sexuais apresentam risco aumentado para o desenvolvimento do 
cancro do colo do útero. As mulheres que tenham tido relações sexuais com homens que, por sua vez, tenham tido muitas parceiras 
sexuais, apresentam também maior risco de desenvolver cancro do colo do útero. Em ambos os casos, o risco é acrescido, uma vez 
que estas mulheres têm maior risco de infecção por HPV. 

♦ Tabagismo: as mulheres fumadoras com infecção por HPV apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro do colo do útero. 

♦ Tomar a pílula durante longos períodos de tempo: tomar a pílula durante longos períodos de tempo (5 anos ou mais) pode 
aumentar o risco de desenvolver cancro do colo do útero, em mulheres infectadas por HPV. 

♦ Ter muitos filhos: estudos efectuados sugerem que as mulheres infectadas por HPV que tenham muitos filhos, podem apresentar 

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risco acrescido para o desenvolvimento de cancro do colo do útero. 

♦ Dietilestilbestrol (DES): este fármaco, antes do nascimento, pode aumentar o risco de se desenvolver uma forma rara de cancro do 
colo do útero e outros tipos de cancro do aparelho reprodutor feminino, em crianças do sexo feminino. 

Quais são os sintomas? 

Mais comum:  

  O sintoma mais comum é um hemorragia vaginal irregular –  especialmente nas mulheres que já tiveram a menopausa. Cerca de 9 
em cada 10 casos do cancro do colo do útero são diagnosticados por esta mesma causa. É por isto que este tipo de cancro é diagnosticado 
cedo. Esta hemorragia irregular pode ser: 

♦ Entre períodos menstruais regulares. 

♦ Após relação sexual, irrigação vaginal ou exame pélvico 

♦ Períodos menstruais mais prolongados e intensos do que anteriormente 

♦ Após a menopausa 

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Menos comuns: 

♦ Aumento do corrimento vaginal 

♦ Dor ou desconforto no abdomén 

♦ Dor durante o acto sexual 

Mais avançados: 

  O cancro quando mais avançado pode causar mais sintomas, especialmente se o cancro se estiver espalhado por outras partes do 
corpo. Estes são menos comuns e podem incluir: 

♦ Perda de apetite e peso 

♦ Cansaço ou fraqueza 

♦ Prisão de Ventre 

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♦ Dor nas pernas ou nas costas 

♦ Urinar mais do que o habitual 

Como detectar? 

O rastreio é fundamental para detectar alterações cervicais antes da manifestação de sintomas, pois pode prevenir a maioria dos 
cancros cervicais. O rastreio pode também ser útil para detectar cancros precoces, numa altura em que o tratamento tem maior 
probabilidade de ser eficaz. 

O exame que permite um diagnóstico é feito pelo ginecologista. Os médicos recomendam às mulheres que efectuem regularmente o 

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exame de Papanicolau, exame este que pode detectar cancro do colo do útero ou células anómalas, que podem levar ao desenvolvimento 
deste tipo de cancro. Em geral, os médicos recomendam o seguinte: 

♦ As mulheres devem começar a realizar o exame de Papanicolau 3 anos após terem iniciado a sua actividade sexual ou aos 21 anos (o 
que ocorrer primeiro). 

♦ A maioria das mulheres deverá realizar um exame de Papanicolau, pelo menos, de 3 em 3 anos. 

♦ As mulheres com idades compreendidas entre os 65 e os 70 anos e que, durante os últimos 10 anos, tenham realizado pelo menos 
três exames de Papanicolau com resultados normais e nenhum exame com alterações, podem decidir, depois de abordar a questão 
com o seu médico, deixar de realizar o rastreio do cancro do colo do útero. 

♦ As mulheres que tenham sido submetidas a histerectomia (cirurgia) ou histerectomia total, para remoção do útero e do colo do 
útero, não necessitam de realizar o rastreio do cancro do colo do útero. Contudo, se a cirurgia tiver constituído um tratamento para 
células pré‐cancerígenas, deve‐se continuar a realizar o rastreio.  

Diagnóstico 

  Quando uma mulher apresenta um dos sintomas típicos, ou um resultado do exame de Papanicolau que possa sugerir a presença de 

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células pré‐cancerígenas ou de cancro do colo do útero, estes são os procedimentos a tomar: 

♦ Colposcopia: utilização de um colposcópio para analisar o colo do útero. O colposcópio associa uma luz brilhante a uma lente de 
aumento para facilitar a visualização do tecido. Não é inserido na vagina. Em geral, a colposcopia realiza‐se num consultório médico 
ou clínica. 

♦ Biopsia: o médico recolhe tecido para proceder à pesquisa de células pré‐cancerígenas ou cancerígenas. A maioria das biopsias são 
feitas no consultório médico mediante anestesia local. Posteriormente, o tecido será examinado por microscopia por um patologista. 

♦ Congelar ou queimar o tecido infectado 

♦ Medicação 

♦ Ecografia: é colocado um pequeno ultra‐som na vagina. Este emite ondas que permitiram criar uma imagem do interior do colo do 
útero. A ecografia permite determinar a presença e tamanho do cancro. 

♦ Análises ao sangue: que permitem obter algumas informações sobre a doença e despistar outras 

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Tratamento 

Se o tumor estiver numa fase inicial o tratamento passa pela cirurgia retirando o útero (histerectomia parcial) ou histerectomia total 
se houver necessidade de retirar útero, trompas de falópio e ovários. De acordo com o cirurgião e o tamanho do cancro, o doente pode ser 
aconselhado a retirar também, como medida preventiva, os gânglios linfáticos da pelve e abdómen. 

Se houver suspeitas ou verificar que o cancro está espalhado (metástases ou raízes) o cirurgião encaminha o doente para o médico de 
oncologia, que poderá indicar: 

♦ Radioterapia: envolve usar a radiação para matar as células cancerígenas. Pode ser utilizado depois da cirurgia para prevenir o 
reaparecimento do cancro ou para encolher um tumor antes da cirurgia ser feita. 

♦ Quimioterapia: é normalmente utilizada para tratar um cancro que voltou a aparecer ou um cancro que se espalhou por 
outras partes do corpo. Esta possibilita a destruição das células cancerígenas. 

Vacinação 

Para prevenção, a vacinação das mulheres entre os 9 e os 26 anos protege‐as de dois subtipos de infecção por HPV, que provocam 
cancro do colo do útero. Em Portugal esta vacina passou a fazer parte do Plano Nacional de Vacinação. 

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