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PRIMEIRO FÓRUM DE COMÉRCIO INTERNACIONAL

CARTA ABERTA DA SÉTIMA REGIÃO FISCAL

Nos dias 11 e 12 de agosto de 2009 foi realizado o Primeiro Fórum de Comércio Internacional no
Auditório da Firjan–Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, com patrocínio e
realização da Câmara de Comércio Americana- AMCHAM e apoio da Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro-ALERJ.
O evento consolidou-se com palestras e debates e teve o objetivo de discutir os gargalos no
Comércio Internacional, no tocante às importações e exportações no Brasil e em especial na
Sétima Região Fiscal, envolvendo os Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, identificando os
principais entraves para posterior discussão e mudanças necessárias nos âmbitos federal, estadual
e principalmente junto ao Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro
Jornalista Roberto Marinho.
O evento foi marcado pelo brilhantismo das palestras, pelo excelente teor e foco apresentado e
pelos debates nas mesas, que, democraticamente, as autoridades representadas discutiram
abertamente sobre todos os temas do Fórum.
Foram convidadas várias autoridades do País no que tange aos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, bem como Receita Federal, Ministério Publico Federal e Estadual, Sindicatos ligados
diretamente ao Comércio Internacional, empresariado, Federações, Infraero, Eadis, BNDES, Portos
e Aeroportos, Aduanas da Sétima Região Fiscal, Ordem dos Advogados do Brasil, Ministérios,
enfim, todos que direta e indiretamente retratam em suas atividades e/ou competências ligações
com o Comercio Internacional e suas reais conseqüências.

Palestraram no evento os senhores Robson Goulart Barreto, Mauro Laviola, Marcelo Campos,
Adilson Rodrigues Pires, Cleber Magalhães, Murilo Marroquim, Ivan Tauil Rodrigues, Ricardo de
Albuquerque Mayer, Mario Renato Borges da Silva, Walmir Antonio Barroso, Marcelo Salomão,
Gustavo Brigagão, Armando Mariante, Jose Augusto Delgado, Guilherme Pfisterer, Julio Lopes,
Jose Wilson Massa, Marcilio Machado, Jose Manoel Lopez, Fernando Queiroga, Karina Estrella,
que retrataram em suas brilhantes palestras os temas: Legislação em Comércio Internacional;
Receita Federal e Aduana; Petróleo e Gás; Logística e Distribuição; Incentivos Fiscais e
Financeiros nas Importações e Exportações; Financiamento no Comercio Internacional; Entraves
Tributários e Financeiros na Importação; Poder Judiciário e Ministério Publico; Infraestrutura e
Transportes; Incremento nas Importações e Exportações, onde as autoridades em cada assunto
puderam expor suas idéias e suscitaram os debates com perguntas e respostas.

Todos os atos do evento foram gravados o que possibilitara a perpetuação das palestras
proferidas.
Do resultado das palestras e debates das mesas, consolidou-se a proposição às autoridades de
nosso País, como proposta de mudança e incremento ao Comercio Internacional de forma a
romper os gargalos existentes nas importações e exportações:

1) Integração plena da Secex com a Receita Federal;


2) Revisão do Regulamento Aduaneiro com normas únicas e claras de modo a reduzir ao máximo
as interpretações;
3) Investir em treinamento e padronização das Alfândegas dos Portos , Aeroportos e EADIS de
nosso Pais, com adequação e procedimentos similares;
4) Aumentar e estimular, por sua importância, a comunicação entre o contribuinte, Decex e Receita
Federal;
5) Criar o Ministério do Comercio Internacional;
6) Regulamentar e legislar sobre Armazéns Gerais e Alfandegados;
7) Reduzir prazos de respostas às consultas formuladas à receita Federal e aos demais Órgãos
Governamentais;
8) Aparelhar a Secex de forma a possibilitar uma maior agilidade no cumprimento de prazos e
aumentar o efetivo de forma a possibilitar o cumprimento dos prazos;
9) Atentar para o número excessivo de Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal
que ferem frontalmente leis ordinárias, decretos - lei e normas Constitucionais e princípios
elencados na Constituição Federal;
10) Que o Decex seja mais transparente e ágil e permita atendimento aos contribuintes.
11) Por ser a industria do Petróleo extremamente dependente dos fluxos de comércio internacional,
haja vista que o país ainda não é capaz de fornecer todos os equipamentos e materiais
necessários ao desenvolvimento das atividades de exploração e produção de hidrocarbonetos no
País, e cuja indústria é fundamentalmente sediada no Estado do Rio de Janeiro, onde se encontra
não somente a Petrobrás, mas quase a totalidade das empresas internacionais de exploração e
produção, prestadoras de serviços e fornecedoras de equipamentos de avançada tecnologia,
necessitamos urgentemente da existência de regras jurídico-tributárias claras, bem como a sua
correta e responsável aplicação pelas Autoridades, que não só afetam o desempenho e a
competitividade do Brasil como província petrolífera que disputa investimento internacional com
outros países emergentes (os da África, principalmente) mas também constituem fatores essenciais
e preponderantes para a permanência destas Indústrias no Estado do Rio, em médio e no longo
prazo.
12) Por ser setor de petróleo e gás tão importante para o Estado do Rio de Janeiro e do Espírito
Santo, podemos notar que alguns problemas ainda precisam ser resolvidos, sugerimos: solicitação
junto a Administração do DIANA, para que sejam realizadas mudanças de interpretação referente a
sedimentados procedimentos administrativos, relativos ao ingresso e renovação da permanência
de bens admitidos pelo REPETRO, que vem causando danosos atrasos nas operações técnicas
para as quais tais bens eram necessários. Embora verossímeis os argumentos aventados pela
DIANA, fato é que a brusca mudança de entendimento sobre leis, decretos e portarias foram
repentinamente implementados sem prévia consulta à Indústria, não possibilitando a devida
adaptação e preparação e causando-lhe multimilionários prejuízos. Espera-se que tal mudança de
entendimento seja previamente informada e ouvidos os argumentos da indústria antes de
implementados pela Autoridade, a qual deverá respeitar e considerar entendimentos anteriores,
mantidos durante anos a fio por seus antecessores, destarte, não deve a Autoridade transformar
em infração passível de multa, ou em violação capaz de impedir o ingresso de bem, algo que
durante repetidos anos foi considerado pela mesma Autoridade como lícito, válido e legal. Tais
aspectos, consolida-se quando a mesma materializando-se nas interpretações sobre necessidade
de licença prévia para despacho para consumo ou nacionalização, a título permanente, de bens
(novos) inicialmente ingressados no país através de regimes aduaneiros de admissão temporária.
13) No campo do ICMS Estadual, com o advento do Convênio Confaz 130/2007, embora louvável
para uniformizar nacionalmente a tributação de equipamentos, bens e materiais admitidos através
do Repetro, findou por desequalizar o produtor ou industrial brasileiro, em detrimento de seus pares
estrangeiros. Ao extinguir o tratamento análogo ao da exportação, repudiando o conceito de
"exportação ficta", tal Convênio inseriu dispositivo de isenção que, consoante disposição da
Constituição Federal e da Lei Complementar 87/96, exige o estorno do crédito do ICMS acumulado
em operações anteriores. Tal estorno, sobre o qual restou silente o convênio, possui o nefasto
efeito de fazer passar para dentro dos preços oferecidos pela Indústria Nacional, os custos de
ICMS (estornados no momento do fornecimento) mas efetivamente incorridos em etapas
primordiais da cadeia econômica, anteriores a ocorrência das operações beneficiadas pela
isenção. Solicitamos correção sob pena de causar sérios danos à competitividade da Indústria
Nacional fornecedora de bens e equipamentos a empresas petroleiras e de serviços que os
adquirem sob as regras do Convenio Confaz 130/2007 e do REPETRO;
14) A legislação do REPETRO deveria ser ágil e objetiva de forma a possibilitar o dinamismo que
necessita o setor face ser estratégico para os Estados e União Federal e diante dos elevados
custos de implantação e nacionalização de seus equipamentos;
15) Solicitar aos Poderes Legislativos Estaduais e ao Executivo revisão das normas Estaduais
editadas que afrontam e colidem diretamente com as legislações federais , por competência
originaria.
16) Solicitar ao Poder Judiciário que seja rápido no julgamento das questões que envolvem
demandas entre Estados da Federação no tocante aos assuntos de comércio internacional, uma
vez que a demora excessiva retrata insegurança jurídica e afasta investimentos privados e
instalações de empresas multinacionais em nosso Pais.
17) Criar nas Assembléias Legislativas comissões para assessoria aos Deputados Estaduais
quanto as matérias e legislação ligadas ao Comércio Internacional a exemplo do Fórum de
Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho.
18) Criar legislação e mecanismos para possibilitar a utilização de crédito de ICMS exportação, de
forma a possibilitar, a titulo de exemplo, para pagamento de fornecedores e energia elétrica,
possibilitando assim dissipar tais créditos nas empresas exportadoras, aumentando desta forma
sua competitividade.
19) O Fórum vem sugerir aos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo que se tornem mais
atraentes e competitivos, atraindo empresas e fomentando o comércio internacional, vocação
natural de ambos Estados.
20) Que o CONFAZ atente para que as resoluções não venham ferir dispositivos legais supra.
21) Que seja revista a legislação que termina no Secretario de Fazenda do Estado do Rio de
Janeiro os recursos hierárquicos administrativos do Conselho, que tem poderes para modificá-lo
exclusivo e unilateralmente.
22) Que a Receita Federal, com seu vasto banco de dados, possa categorizar as empresas
importadoras de forma a possibilitar o dinamismo e analise dos processos de nacionalização de
mercadorias.
23) Revisar a legislação e normas para a efetivação da Linha Azul, abrandando as exigências nos
recintos que a inviabilizam economicamente a sua real efetivação;
24) Agilidade nas análises documentais, e forma antecipada, utilizando melhor o Siscomex Carga
para fins de despacho antecipado, aumentando assim a eficiência e busca de novas soluções de
forma a agilizar a nacionalização e permitir mudanças na legislação tributaria;
25) Revogar legislação de forma a abolir a exigência de “Weaver” para carga prescrita.
26) Alterar Portaria 150/82 quanto a remessa de carga defeituosa para o exportador quanto a
ampliação dos prazos e possibilitar suspensão dos tributos nas importações de carga substituta a
defeituosa.
27) Expandir, melhorar e incrementar novas regras para o credenciamento de laboratórios e
técnicos que estarão analisando as cargas e emitindo laudos que dão suporte à Alfândega e ao
Contribuinte nos processos e importação, eliminando preços prefixados e aumentando número dos
credenciados e possibilitando que profissionais e empresas certificadas possam fazer avaliações. A
indicação, registro e fiscalização ficarão a cargo e responsabilidade da Receita Federal.
28) Criar comissões urgentes para avaliar e fiscalizar os Terminais Alfandegados do Rio de
Janeiro, sugerindo melhores serviços e aparelhamento, uma vez que foi amplamente apontado o
pouco investimento dos mesmos em colaboradores, equipamentos, sistematização de
procedimentos e aos elevados valores cobrados do contribuinte pelo armazenamento das cargas e
estão os serviços compatíveis com o contratado mediante licitação.
Sendo estes os pontos levantados pelo Primeiro Fórum de Comércio Internacional, apresentamo-
los às autoridades brasileiras de forma a promover os debates e implementações de normas,
procedimentos e atos do poder público, cada qual, dentro das respectivas competências originárias
e delegadas, possa cooperar e possibilitar o crescimento no setor com maior participação e eficácia
dos órgãos que direta e indiretamente estejam responsáveis pelo Comercio Internacional no Brasil.

Atenciosamente;

PRIMEIRO FORUM DE COMERCIO INTERNACIONAL

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