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05/07/23, 09:39 Manutenção Autônoma: PILAR 1 do TPM | ENGETELES

Série TPM – PILAR 1: Manutenção



Autônoma
Jhonata Teles / 21 de dezembro de 2016 /
Engenharia de Manutenção e Confiabilidade, Gestão de Manutenção,
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Manutenção

Manutenção Autônoma: Você já parou para pensar


que todas as pessoas que trabalham no chão de
fábrica têm habilidades em comum?
Essas habilidades, por muitas vezes passam despercebidas em meio a
correria do ambiente industrial. Operadores, Auxiliares de Produção, Técnicos
de Produção e Técnicos de Manutenção, trabalham juntos em um mesmo
ambiente, que repete seu cenário e suas condições dia após dia, dessa forma
esses profissionais desenvolvem habilidades em comum, mesmo que na
maioria das vezes, não percebam.

Todos os profissionais que tem contato direto com as máquinas de uma


industria desenvolvem habilidades preciosas muito úteis em identificar
anomalias em estágio inicial. Qualquer alteração no funcionamento normal dos
equipamentos não passam despercebidos aos olhos e ouvidos de um bom
operador. Quando digo “bom operador”, me refiro ao operador que cuida da
máquina que opera como se fosse sua.

Porém não basta ter apenas a habilidade de resolver problemas, também é


necessário ter o conhecimento técnico e o mais importante: a atitude! São três
itens que quando combinados, são capazes de elevar os resultados de
qualquer empresa.

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Agora imagine as habilidades de um Operador de Produção, combinados com


conhecimentos técnicos específicos de manutenção e uma atitude de dono do
equipamento. Isso é o que chamamos de MANUTENÇÃO AUTÔNOMA!

A Manutenção Autônoma dá autonomia para o operador inspecionar,


identificar e solucionar pequenas falhas e anomalias em seu equipamento
durante o processo de produção. Esse é o primeiro pilar do TPM – Total
Productive Maintenance.

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Esse pilar é um divisor de águas durante o processo de implantação do TPM,


ele é um do principais responsável por proporcionar a mudança cultural
necessária para o sucesso da metodologia. O processo de mudança cultural
deve ser conduzido com muita cautela, pois os operadores passarão a realizar
serviços que antes eram feitos exclusivamente pelo pessoal de manutenção e
isso pode causar algumas resistências no inicio processo, podendo
comprometer todo o trabalho. Por isso, é muito importante o alinhamento entre
os gestores e os operários.

Outro ponto muito importante é a potencialização das habilidades técnicas dos


operadores para que eles possam desempenhar as novas atividades com
segurança e qualidade, de forma que garanta o cumprimento das rotinas de
preservação dos equipamentos.

Os principais objetivos do Pilar de Manutenção


Autônoma são:
Identificar e solucionar falhas em estágio inicial;
Eliminar paradas de produção por pequenas falhas;
Elevar a disponibilidade dos equipamentos através de ajustes, limpezas
e set-ups rápidos;
Alavancar a performance do time de operação trabalhando em conjunto
com a manutenção;
Garantir a confiabilidade do equipamento, produto e processo de
produção.

Como qualquer outro pilar do TPM, a Manutenção Autônoma deve ser


implantada seguindo um passo a passo. Dessa forma, a implantação acontece
de forma sustentável e didática. Veja abaixo como acontece a implantação da
manutenção autônoma:

Manutenção Autônoma: 1º PASSO – Limpeza


Inicial
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O primeiro pilar do TPM só é implantado após a implantação da base da


metodologia que é o 5S. Clique aqui para ver o nosso artigo sobre 5s
voltado para TPM.

Com a implantação do 5S, ficará muito mais fácil dar o primeiro passo para
implantação do pilar de Manutenção Autônoma. Pois o ambiente já estará
previamente limpo e organizado, e além disso, a equipe já estará preparada
para a nova forma de trabalho.

A limpeza inicial, consiste em limpar e organizar tudo que está à vista de


todos. Bancadas de trabalho, máquinas, janelas de inspeção, tudo que está à
vista deve estar limpo. Esse passo traz inúmeros benefícios, entre eles:

Maior segurança para os operadores;


Maior preservação dos equipamentos;
Redução nas falhas provenientes de contaminação (contaminação de
lubrificantes, componentes eletrônicos, etc.);
Expor componentes que ficavam escondidos pela sujeira;
Facilitar a inspeção dos equipamentos.

Outro ponto importante que devemos salientar é que durante a limpeza, os


operadores também podem se familiarizar com os pontos de inspeção do
equipamento. Os operadores passam a maior parte do tempo de frente para o
painel de operação (IHM) do equipamento e muitas vezes desconhecem os
mecanismos de funcionamento. Essa é uma bela oportunidade para que
conheçam os sistemas de transmissão, sistemas pneumáticos, sistemas
hidráulicos, sensores, etc.

Manutenção Autônoma: 2º PASSO – Eliminar


Fontes de Sujeira e Lugares de difícil acesso
Melhor do que doutrinar à todos que façam as limpezas regularmente,
é eliminar as fontes de sujeira. Esse é o segundo passo para implantação do
pilar de manutenção autônoma.

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Nesse momento as Fontes de Sujeira e Fontes de Contaminação devem ser


identificadas, terem suas causas investigadas e se não puderem serem
resolvidas de imediato, uma ordem de serviço deve ser aberta e direcionada
para o responsável pelo serviço.

Essa é a ho ra de eliminar vazamentos de óleo,

água, produtos de produção, tudo aquilo que gera sujeira no ambiente.


Também é a hora de redesenhar leiautes e redefinir processos que deixam o
ambiente fabril sujo ou com acúmulo de sujeira.

Grande parte das Fontes de Sujeira ou Fontes de Contaminação não poderão


ser resolvidas de imediato e isso é normal. Porém todas elas devem ser
documentadas em um plano de ação, onde deve ser estipulado um prazo para
correção, bem como um responsável para a solução daquele problema. Esse
plano de ação deve ser revisado com uma periodicidade curta (no máximo 1
semana) para que as anomalias possam ser solucionadas rapidamente.

Também é nesse momento que devemos partir para a limpeza de lugares de


difícil acesso e que requerem um planejamento maior. Como por exemplo:
parte superior de tubulações, painéis elétricos, partes móveis de
equipamentos, parte inferior das máquinas, etc.

Feito isso, o ambiente de trabalho se transformará de uma forma


extraordinária. Serão notadas mudanças drásticas como:
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Elevação nos índices de confiabilidade dos equipamentos (a sujeira, que


antes era uma vilã dos equipamentos, foi extinta);
Maior segurança operacional (com o ambiente limpo, os riscos ficam
expostos e serão identificados e neutralizados mais facilmente);
As atividades de limpeza irão diminuir gradualmente, pois as fontes de
sujeira foram eliminadas.

Manutenção Autônoma: 3º PASSO – Elaborar


padrões de limpeza e inspeção
Toda a metodologia TPM é baseada em padrões. No pilar de Manutenção
Autônoma serão introduzidos os padrões: limpeza e inspeções.

Os padrões são muito importantes para definir quais serão as atividades que
os operadores irão realizar, quando devem ser realizadas, como e com o que
devem ser realizadas. Esses procedimentos devem ser escritos com uma
vasta riqueza de detalhes, com uma redação clara e com fotos, mostrando o
passo a passo de cada atividade.

Veja um exemplo de Padrão de Limpeza e Inspeção:

Observe que o padrão aponta claramente:

O local que deve receber a atividade;


A descrição da atividade;
O método que deve ser realizado a atividade;
O critério que definirá se a atividade está concluída ou não;
Os materiais necessários;
O tempo padrão para execução da atividade;
A frequência de realização da atividade;
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O responsável pela atividade.

Esses padrões devem ser elaborados em 4 vias:

Uma via deve ficar de posse do supervisor da produção;


Uma via com o operador, fixado no painel de gestão à vista do
equipamento;
Uma via arquivada livro de padrões;
Uma via com a comissão de auditoria do TPM.

Exemplo de painel para exposição dos padrões:

Outro ponto que merece atenção é a padronização dos parâmetros de


operação do equipamento. Valores constantes em instrumentos de controle
como: manômetros, termômetros, medidores de vazão, etc. Devem estar
documentados e disponíveis para consulta. Dessa maneira, o equipamento
pode ser operada por qualquer operador de uma forma padronizada e sem
desvios. 

O controle visual é extremamente importante para segurança operacional,


agilidade dos processos e padronização da comunicação.

Manutenção Autônoma: 4º PASSO – Inspeção


Geral do Equipamento
Após realizar a limpeza do equipamento, eliminar fontes de sujeira e
contaminação e estabelecer padrões para limpeza e inspeção, chegou a hora
da inspeção geral do equipamento. Nesse ponto, os operadores já estão
mais familiarizados com a Manutenção Autônoma, já conhecem melhor o seu
equipamento e já estão aptos para receber treinamentos com foco em uma
inspeção mais técnica, na busca por anomalias e oportunidades de melhoria.
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O ponto crucial para o sucesso desse passo é a


CAPACITAÇÃO!
A capacitação deve ser um processo conduzido com cautela e planejamento.
Os operadores receberão uma autonomia enorme ao realizar inspeções e
somente após o período de capacitação que os operadores poderão fazer
inspeções sem o acompanhamento da manutenção. 

O processo de capacitação deve ser conduzido com base em 4 etapas:

Matriz de Habilidades;
Treinamento Teórico;
Treinamento Prático;
Avaliação.

MATRIZ DE HABILIDADES
Nem todos os operadores terão o mesmo nível de conhecimento técnico sobre
o equipamento e isso já era de se esperar. Para identificar o nível de
conhecimento de cada operador será necessário elaborar a Matriz de
Habilidades. 

A Matriz de Habilidades é um documento simples, que registrará o nível de


conhecimento do operador em determinado assunto e classificando-o nos
seguintes patamares:

Básico – Tem um conhecimento superficial sobre o tema;


Médio – Seu conhecimento é apenas teórico;
Avançado – Tem conhecimento teórico e prático;
Consolidado – É capaz de ensinar outros operadores.

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Após elaboração da matriz de habilidades, deverão ser montados os


cronogramas para treinamento teórico e prático.

TREINAMENTO TEÓRICO
O treinamento teórico deve acontecer de forma organizada, após a elaboração
da matriz de habilidades.

Todos os operadores devem se reunir em uma sala e alguém da manutenção,


deve ministrar um treinamento para cada item que deve ser inspecionado,
seguindo os padrões expostos nos manuais do fabricante do equipamento.
Nesse momento, também se faz necessária a presença de um representante
do setor de Segurança do Trabalho, que deve abordar os procedimentos de
segurança para cada atividade.

TREINAMENTO PRÁTICO
Reunidos em turmas menores, os operadores deverão passar por treinamento
práticos em campo. Todos os procedimentos passados em sala de aula
deverão ser simulados no chão de fábrica. Essa simulação deve ser
conduzida por um profissional da manutenção, instruindo os operadores
quanto ao uso de ferramentas, instrumentos e procedimentos técnicos.

AVALIAÇÃO
A avaliação deve ser feita por um núcleo de auditoria formado por pessoas
específicas. Essa avaliação consiste em uma série de perguntas feitas ao
operador sobre os procedimentos de inspeção do seu equipamento. Se o
operador tem uma nota satisfatória, ele passará para o próximo nível do
programa de treinamento, caso tenha uma nota abaixo do esperado, ele
retornará à sala de aula para rever o conteúdo.

O processo de treinamento deve funcionar em modo de melhoria contínua e


nunca deve deixar de existir, mesmo que todos os operadores tenham
alcançado o nível “Consolidado” na Matriz de Habilidades.

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Manutenção Autônoma: 5º PASSO – Inspeção


Geral no Processo
Imagem relacionada
Agora que todos os operadores já estão treinados em
relação a inspeção de seus equipamentos, chegou a hora de fazer uma
inspeção geral no processo.

Nessa etapa, o processo de produção deve ser analisado como um todo e


uma inspeção minuciosa deve ser iniciada em busca de equipamentos,
instrumentos ou componentes que não estejam de acordo com os padrões
aplicado anteriormente.

Também é nessa etapa que poderão surgir as oportunidades de melhoria no


processo, visando o aumento da segurança, agilidade e eliminação de
desperdícios.

Manutenção Autônoma: 6º PASSO – Manutenção


Autônoma Sistêmica
A sistematização da manutenção autônoma irá acontecer de forma natural
após a implantação dos 5 passos anteriores. A equipe já estará com uma
maturidade técnica elevada e isso resultará um ambiente mais seguro,
confiável e quase à prova de falhas. Veja que eu disse: quase! Para
mantermos a autonomia da manutenção, devemos desenvolver um organismo
que faça com que as tarefas ocorram de forma automática. Por isso, o 6º
passo é muito importante.

Deve-se melhorar os procedimentos já estabelecidos anteriormente, visando o


preenchimento de lacunas e uma melhoria na produtividade e agilidade dos
processos. 

Nesse momento, todas as pessoas do chão de fábrica já devem estar


familiarizadas com a manutenção autônoma. É um papel dos gestores garantir
a mudança cultural, bem como a sua sustentabilidade.

Manutenção Autônoma:  7º PASSO – Gestão


Autônoma
Agora deve-se gerir todo o trabalho implantado, criando indicadores para cada
processo. Um exemplo de uma bela matriz de indicadores para esse tipo de
acompanhamento é:

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% de Disponibilidade;
% de Confiabilidade;
MTTR;
MTBF;
Apropriação de Horas.

Através desses indicadores será possível ter dados quantitativos e dessa


forma, mensurar os ganhos obtidos com a manutenção autônoma.

Cada etapa do processo de implantação da Manutenção Autônoma é


importante, e o no processo de gestão autônoma isso fica muito claro. Os
números organizam as informações e mostram onde é necessário demandar
mais energia e onde é menos necessário.

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Jhonata Teles
Jhonata Teles é profissional certificado internacionalmente
pela SMRP – Society Maintenance & Reliability Professionals,
na categoria CMRP – Certifield Maintenance & Reliability
Professional.

Especialista em Gestão, Planejamento e Controle de


Manutenção, Analista de Vibração com certificação Nível 2
pela FUPAI e certificação internacional pela Instituição
Canadense Mobius Institute, especialista em Lubrificação
Industrial com certificações internacionais MLT-1 e MLA-1
pelo ICML – International Council of Machinery Lubrication.
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Possui mais de 12 anos de experiência em indústrias de


grande porte, sempre dedicados a Gestão da Manutenção,
PCM e projetos de Confiabilidade Industrial. Atuou como
Analista de Vibração, Consultor Técnico, Supervisor de PCM,
Coordenador e Gerente de Manutenção em indústrias dos
segmentos alimentício, higiene e limpeza, químico,
metalúrgico e cimenteiro.

Autor dos livros e métodos de capacitação: Planejamento e


Controle da Manutenção DESCOMPLICADO ®, Bíblia do
RCM e Gestão de Paradas de Manutenção.

Como Diretor de Operações da ENGETELES já liderou mais


de 300 projetos de consultoria no Brasil e em seis países,
além de ter capacitado mais de 10.000 profissionais na área
de Gestão da Manutenção.

ARTIGOS: 101

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