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ABC DO DIREITO EMPRESARIAL NO NOVO CÓDIGO CIVIL

HÉLIO APOLIANO CARDOSO


Advogado em Fortaleza-CE e escritor jurídico

Sobre o autor
Advogado liberal com mais de vinte anos de experiência dedicados exclusivamente a atividade
postulatória, tendo várias teses científicas doutrinárias publicados em revistas especializadas, como
colaborador, particularmente no Repertório IOB de Jurisprudência, Revista da OAB-Ceará,
Informativo Jurídico in Consulex, Síntese, Tributário, Forense, Revista da Associação Cearense de
Magistrados, Revista do Instituto dos Magistrados do Ceará, IOB Comenta, Adcoas, Revista Meio
Jurídico, Revista Jangada, SaraivaJur, Revista Jurídica Consulex e Revista Cearense Independente
do Ministério Público, onde integra o Conselho Editorial, além de diversos trabalhos publicados nos
Jornais Diário do Nordeste, O Povo, Tribuna do Ceará e Estado, de Fortaleza, Jornal da Fenacon e
outros periódicos.
Membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-Ceará, da Academia Municipalista de Estado do
Ceará-ALMECE, Cadeira 32, e com especialização em Direitos Humanos e Direitos dos Cidadãos pela
PUC/MINAS.
Escritor Jurídico com várias obras publicadas, dentre elas, "Os Embargos à Execução Fiscal e a
Jurisprudência" , "O Mandado de Segurança nos Tribunais" e "Da União Estável. Teoria e
Jurisprudência", "O Advogado em Movimento - Coletânea de petições, contestações, recursos e
defesas administrativas - II Volume e "Sociedades Comerciais nos Tribunais", com breve doutrina -
IGLU Editora, dentre outros. Pela LED Editora de Direito tem publicado "Manual das controvérsias
trabalhistas frente à jurisprudência", "Dos embargos do devedor. Teoria, Prática e Jurisprudência" - II
Volumes, entre outros, pela Editora Booksseler tem publicado "Petições Trabalhistas e
Jurisprudência", "Controvérsias Jurisprudenciais Trabalhistas" - Volumes I, II e III, Das CPI´s Breve
teoria e prática e Do Sigilo. Breve teoria e jurisprudência. Pela Editora Servando tem publicado "Do
meio Ambiente. Breve teoria e jurisprudência".
Devotou-se à atividade postulatória, mais precisamente com destacada atuação profissional na
advocacia empresarial, especialmente em responsabilidade civil, direito de empresas, comercial,
contratos (revisão e rescisão) e notadamente em defesas de empresas em dificuldades financeiras,
embargos do devedor, mandado de segurança e desapropriação.
Apresentou junto a OAB-CE vários Projetos de Lei para alteração do Código de Processo Civil,
Código de Processo Penal e Código de Defesa do Consumidor, todos aprovados pelo Conselho
Seccional e enviados ao Conselho Federal.
Proferiu várias palestras em diversos seminários e ciclos de debates promovidos pelo (a) Academia
de Letras Municipais do Estado do Ceará-ALMECE, onde é membro efetivo e conferências no curso
de pós-graduação da Universidade de Fortaleza-UNIFOR.

ADMINISTRAÇÃO
A Terceira Seção trata da Administração da Sociedade (Arts. 1010 á 1021) . Um grande passo do legislador
na elaboração do Novo Código Civil Brasileiro foi a criação do administrador da sociedade comercial. A esse
respeito, a Lei n.º 6.404/76 reserva os cargos de administradores das sociedades para pessoas físicas,
excluindo as pessoas morais. Devemos expor que "Não podem ser administradores, além das pessoas
impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a
economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra
as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação."
Com respeito à responsabilidade da sociedade pelos atos dos administradores, o Código é inovador, pois
conforme o artigo 1016 "Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros
prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções".
As atribuições dos administradores, desde que constem de contrato devidamente arquivado, são oponíveis
contra todos, o que reduz sensivelmente o campo de incidência da teoria da aparência. Os administradores
só podem atuar nos limites de seus poderes contratuais e nada além. A atuação fora de seus limites gera
sua responsabilização pessoal. Mais recentemente, o Prof. Rubens Requião, ao analisar o problema do
abuso e do uso indevido da razão social pelo administrador na sociedade por cotas, observou: "Pode ele,
todavia, usar da razão social, dentro dos objetivos da sociedade, mas para fins pessoais, o que caracteriza
seu uso indevido. Tanto no caso de abuso como no de uso indevido da firma social, cabe ação de perdas de
danos contra ele, promovida pela sociedade ou pelos sócios individualmente, sem prejuízo da
responsabilidade criminal".

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES
Os artigos referentes ao livro II que tratam sobre o direito de empresa que disciplina sobre a vida do
empresário e das empresas, com nova estrutura aos diversos tipos de sociedades empresariais contidas no
novo Código Civil, possui como paradigma o Código Civil italiano. Traz profundas modificações no direito
pátrio como por exemplo, o fim da bipartição das obrigações civis e comerciais. No livro I referente ao direito
das obrigações se desdobra a disciplina do direito de empresa, regendo o primeiro os negócios jurídicos e no
segundo a atividade enquanto estrutura para exercício habitual de negócios, representada pela empresa.

CÔNJUGES
O Novo Código Civil Brasileiro retrata no artigo 977 que " Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre
si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória.". No artigo segunte temos que " O empresário casado pode, sem necessidade de
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real." Para tanto se faz necessário conforme determina o artigo 979 que "
Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os
pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens
clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade." E ainda temos no artigo 980 que " A sentença que
decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a
terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis." Portanto, o Novo
Código Civil Brasileiro permite a sociedade comercial entre marido e mulher, porém, condicionalmente; que
desde não tenham casado no regime de comunhão universal de bens ou da separação de bens.

CONTA DE PARTICIPAÇÃO
No subtítulo I temos a figura da sociedade em conta de participação (Arts. 991 á 996)11. A sociedade em
conta de participação é considerada uma verdadeira sociedade "anônima". Temos o Sócio oculto que não
aparece, nem pode aparecer como sócio, de forma alguma, em qualquer sociedade. Trata-se de uma
sociedade sui generis. Diversas peculiaridades distinguem-na das demais. Apresenta duas categorias de
sócios: ocultos, que não aparecem nem tratam com terceiros, e ostensivos, girando os negócios sob a firma
individual destes últimos, únicos responsáveis perante terceiros. Não possui personalidade jurídica,
patrimônio próprio nem firma ou razão social, pois todos os negócios, como visto, são efetuados em nome do
sócio ostensivo.
A sociedade em conta de participação, dado seu caráter especial, de existir apenas entre sócios, não está
sujeita, para constituição às formalidades exigidas para as demais sociedades comerciais, ou seja, a ter um
contrato escrito, quer por instrumento público ou particular, e arquivado no Registro de Comércio. Pode ela,
na verdade, constituir-se mediante contrato, mas esse não deverá ser arquivado no Registro de Comércio,
sob pena de deixar de ser a sociedade uma participação, já que com o arquivamento do seu ato constitutivo
adquire ela personalidade jurídica.
COMANDITA SIMPLES
O Capítulo III trata da sociedade em comandita simples (Arts. 1045 á 1051) onde "tomam parte sócios de
duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações
sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota."16.
Modernamente, a sociedade em comandita simples é formada por duas espécies de sócios: comanditados,
com responsabilidade solidária e ilimitada, e comanditários, com responsabilidade limitada. A firma ou razão
social deve cumprir os requisitos sobre registro de firmas ou razões comerciais, quais sejam: nome ou firma
de um ou mais sócios pessoal e solidariamente responsáveis com o aditamento por extenso ou abreviado - e
companhia, sem que se inclua o nome completo ou abreviado de qualquer comanditário, podendo a que tiver
o capital dividido em ações qualificar-se por denominação especial ou pela designação de seu objeto
seguida das palavras - Sociedade em comandita por ações, e da firma.
Raramente constitui-se uma sociedade em comandita simples. Trata-se de uma forma jurídica que permite a
prestação de capitais por um ou alguns, sem qualquer outra responsabilidade ou participação na
administração do negócio, pois para outros estará reservada esta situação. É constituída por sócios que
possuem responsabilidade subsidiária, ilimitada e solidária, que são os chamados sócios comanditados, a
estes é dada a capacidade de gerenciar e dão nome a Empresa; e sócios que têm responsabilidade limitada
e restringida a importância com que entram para o capital, são os sócios comanditários. Portanto, é uma
sociedade de pessoas, de responsabilidade mista, porque tanto aparecem sócios ilimitada e solidariamente
responsáveis e outros de responsabilidade limitada.

CISÃO SOCIETÁRIA
A cisão societária se dá quando uma sociedade transfere parcelas de seu patrimônio para outra(s)
sociedade(s), constituída(s) para tal fim ou já existente(s), extinguindo-se a sociedade cindida, em caso de
versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão19. Do latim scindere,
cortar; daí scissionis, separação, divisão. Reorganização de sociedades na qual a companhia transfere
parcelas de seu patrimônio a outras sociedades já existentes ou criadas para tal fim, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver transferência total do patrimônio ou dividindo-se seu capital se a transferência
for parcial. A cisão, bem como a incorporação e a fusão, tem seus requisitos apontados no Art. 223 e
seguintes da L-006.404-1976 (Lei de Sociedades por Ações). O acionista dissidente da deliberação que
aprovar a cisão tem direito a retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor de suas ações20.

DIREITO PRIVADO
No capital da investigação científica é enorme divergência entre os que defendem da unificação do direito
privado. O mais contestador deles é o conspícuo Rubens Requião. Entretanto, muito dos doutrinadores
comercialistas vem discutindo sobre a unificação do direito privado. Quem primeiro iniciou essa discussão foi
Cesare Vivante, renomado professor da Universidade de Roma, ainda no fim do século 20. Seu esforço pela
unificação do direito civil e comercial resultou, em 1942 na promulgação do Código Civil italiano contendo a
matéria comercial. Mas consta que Vivante, depois de se envolver com os estudos de direito comercial e
fazer uma reflexão sobre o empolgante assunto, voltou atrás em sua posição dizendo que a unificação
acarreta um grave prejuízo para o direito comercial, e passou a justificar a autonomia em razão da diferença
de métodos do direito civil e do direito comercial, sustentando que o direito comercial tem índole cosmopolita,
decorrente da natureza do próprio comércio, regulando os negócios em massa, ao passo que o direito civil
se ocupa de atos isolados dos particulares4.
Cesare Vivanti, era considerado o renovador do Direito Comercial italiano, antes da reforma legislativa de
1942. Era o mais respeitado defensor desta unificação até o momento que foi incumbido de elaborar o
anteprojeto de reforma do Código Comercial italiano. Diante dos desafios da elaboração positiva do direito
comercial, deu-se conta, Vivanti, de que cometera grave erro, e com isso, retratou-se publicamente
renegando a unificação e afirmando a partir daí, que a unificação acarretaria grave prejuízo para o Direito
Comercial. O inesquecível professor Rubens Requião5, sobre o assunto, assim se pronunciou: Justifica-se a
autonomia pela diferença de método entre o direito civil e o direito comercial: neste prevalece o método
indutivo, naquele o dedutivo. O direito comercial tem, de fato, uma índole cosmopolita que decorre do próprio
comércio. A disciplina dos títulos de crédito, a circulação, o portador de boa fé, são institutos que dão uma
feição diferente da que prevalece no direito civil.

DIREITO EMPRESARIAL
O Novo Código Civil Brasileiro, dotado de técnica e regras indispensáveis, cria a possibilidade, não a
obrigatoriedade, da constituição de uma Sociedade Limitada com regras, direitos e obrigações previamente
delimitados, afastando as inseguranças jurídicas causadas pelas insuficientes disposições do Decreto n.º
3.708/19.
Assim, com a presente obra jurídica vamos fazer uma análise minuciosa da nova temática : Regulamentação
Geral da Sociedade Limitada, Regência Supletiva da Sociedade Limitada, Responsabilidade Solidária dos
Sócios, Existência do Conselho Fiscal, Possibilidade de Exclusão do Sócio, Resolução Parcial da Sociedade,
Cessão de Quotas Sociais, Assembléia Geral de Sócios Cotistas e a Penhora de Bens dos Sócios,
Modificação de Contrato, Incorporação, Fusão ou Dissolução da Sociedade Limitada e a Aplicação Supletiva
das normas da Sociedade Simples/Sociedade Anônima vis a vis e participação de Acionista Estrangeiro.
Assim o nosso trabalho jurídico tem por objeto o estudo de aspectos relevantes da sociedade limitada no
Novo Código Civil Brasileiro, bem como proporcionar uma visão geral do tema envolvendo a sociedade
limitada. Ao longo do desdobramento das questões que revestem o tema, será feita uma análise do atual
regime das limitadas, em atenção às recentes posições doutrinárias e jurisprudenciais. Assim, a finalidade
primordial da presente obra jurídica é orientar a elaboração e a alteração de contratos sociais das
sociedades por quotas de responsabilidade limitada, sugerindo a sua pronta adequação às regras e aos
princípios constantes no Novo Código Civil Brasileiro que são meros reflexos das tendências doutrinárias e
jurisprudenciais manifestadas quando da apreciação do Decreto n.º 3.708/19.

DIREITO DE EMPRESAS
O Novo Código Civil Brasileiro6 (Lei 10.406/02) que entrou em vigor em janeiro de 2003 possui uma parte
especial intitulada como Livro II Do Direito da Empresa . Devemos expor que o objetivo do legislador era a
unificação dos temas do ramo do direito privado envolvendo o Código Comercial Brasileiro no campo da
sociedade comercial e do direito empresarial e algumas leis comerciais especiais como o Decreto 3708/19,
Decreto 916/1890, Decreto 486/69 para uma nova e moderna visão no Novo Código Civil Brasileiro7.

DIREITOS DE EMPRESAS
Os artigos referentes ao livro II que tratam sobre o direito de empresa que disciplina sobre a vida do
empresário e das empresas, com nova estrutura aos diversos tipos de sociedades empresariais contidas no
novo Código Civil, possui como paradigma o Código Civil italiano. Traz profundas modificações no direito
pátrio como por exemplo, o fim da bipartição das obrigações civis e comerciais. No livro I referente ao direito
das obrigações se desdobra a disciplina do direito de empresa, regendo o primeiro os negócios jurídicos e no
segundo a atividade enquanto estrutura para exercício habitual de negócios, representada pela empresa.

DIREITOS
Na Segunda seção se vê os Direitos e Obrigações dos Sócios (Arts. 1001 á 1009) . Devemos expor que em
conformidade com o artigo 1001 , " As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se
este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades
sociais."
Por outro lado temos no artigo 1.003, " A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação
do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade."
Novamente devemos em expor que a lei anterior era omissa sobre o assunto, deixando sua disciplina ao
contrato social, que tanto poderia permitir livremente a cessão, vedá-la ou ainda estabelecer um direito de
preferência em favor dos demais sócios. No silêncio do contrato, duas posições antagônicas eram
defendidas: possibilidade de livre cessão das quotas, a outros sócios ou a terceiros; impossibilidade de
cessão a terceiros, dado o caráter personalíssimo da sociedade. Agora, não havendo disposição diversa no
contrato, um sócio poderá ceder sua quota a outro, independentemente de audiência dos demais; se a
cessão for a terceiros, será possível, após consulta aos demais sócios, apenas se não houver oposição de
titulares de mais de 25% (vinte e cinco por cento) do capital social.
DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE COMERCIAL
Na Seção VI temos a forma de dissolução da sociedade comercial ( Arts. 1033 á 1038): A dissolução
societária total foi tratada nos artigos 1.033 e seguintes do novo Código Civil, sem maiores inovações, sendo
oportuno lembrar que neste caso será nomeado um liquidante, com os poderes previstos nos artigos 1.102 e
seguintes. A dissolução tanto poderá ser amigável como judicial. Quando amigável opera-se através de um
distrato, que não é senão um instrumento firmado pelos sócios, disciplinando o encerramento da sociedade.
Quando judicial dependerá de sentença, a ser proferida em função do requerimento do interessado e após
comprovação do motivo alegado. Portanto, da mesma forma que a sociedade se constitui e funciona,
também pode extinguir-se. Contudo, para que isso ocorra, não basta, em geral, um processo tão simples
como a constituição da sociedade, ou seja, a elaboração do contrato ou da escritura, ou a assembléia geral
de constituição, será necessário uma série de providências para a apuração dos haveres da sociedade, o
pagamento dos credores e a distribuição do saldo.
Entretanto o artigo 1033 do Novo Código Civil Brasileiro retrata as seguintes formas de dissolução de
sociedade: I - o vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar
a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado; II - o consenso unânime
dos sócios; III - a deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - a
falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias; V - a extinção, na forma da
lei, de autorização para funcionar.

DIREITO DA EMPRESA
O Livro II trata do Direito da Empresa, sendo que no Título I temos a figura do empresário (Arts. 966 á 980).
No artigo 966 temos a definição jurídica do empresário, aquele que "exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços".

EMPRESÁRIO
O Livro II trata do Direito da Empresa, sendo que no Título I temos a figura do empresário (Arts. 966 á 980).
No artigo 966 temos a definição jurídica do empresário, aquele que "exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços".

EXCLUSÃO
Tratando da exclusão de sócio, o novo Código Civil menciona no art. 1.030 que pode o sócio ser excluído
judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas
obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. E Será de pleno direito excluído da sociedade o
sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada.

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
O Título III destina-se ao estudo do Estabelecimento especialmente 1142 ´1 1149 do Novo Código Civil
Brasileiro. Devemos expor que matéria esta incorporada do Código Civil Italiano de l.942. Conforme dispõe o
art. 1.142 - estabelecimento é o complexo de bens organizado, para o exercício da empresa, por empresário,
ou por sociedade empresária. Pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou
constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.(art. l.l43). Contempla-se ainda, a possibilidade de
sua alienação, as conseqüências, e os direitos e deveres do adquirente.(arts. l.l44 a l.l49). Enfim, o
estabelecimento comercial, agora denominado de estabelecimento empresarial8, é todo o complexo dos
elementos, o conjunto de bens que o empresário ou a sociedade empresarial organiza para a atividade da
empresa. É o instrumental da atividade do empresário.
EXCLUSÃO DE SÓCIO
A Quinta Seção destina-se a questão da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio (Arts. 1028 á
1032). Devemos expor que o artigo 1028 retrata que no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota. Sob
o tema, comenta Fran Martins13: "No nosso ponto de vista, havendo ou não cláusula contratual, reduzindo-
se o número de sócios a apenas um, poderá o mínimo de dois ser reconstituído no prazo de um ano, a
contar da data em que foi constatada a existência do único sócio, aplicando-se ao caso, por força do art. 18
do Decreto nº 3708/19, a regra de letra d do art. 206 da Lei das sociedades anônimas, que permite tal
procedimento a essas sociedades quando se constata que há apenas um acionista. A Lei das sociedades
anônimas, acompanhando o desenvolvimento das empresas e reconhecendo o alto valor dessas nas
atividades das sociedades, sempre facultou a continuação das atividades da companhia quando o número
de sócios se tornava inferior ao mínimo estabelecido na lei. E a lei atual, permitindo que a anônima se forme
e funcione regularmente com apenas dois sócios (artigo 80, I), expressamente dispôs que, reduzida a
sociedade a um único acionista, o mínimo do dois seja reconstituído no prazo de um ano, sob pena de ser a
companhia dissolvida. O mesmo deve acontecer com as sociedades que se formam de acordo com o art.
302 do Código Comercial entre as quais a sociedade por quotas."
Nesse sentido, confira-se o Acórdão proferido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, quando do RE nº
104.596-PA, relator o eminente Ministro Cordeiro Guerra, resumindo em sua ementa: "Sociedade limitada
constituída de dois sócios. Deferimento de dissolução parcial com a apuração exata dos haveres do sócio
falecido, sem prejuízo da continuidade da empresa pelo sócio sobrevivente. Recurso Extraordinário
conhecido e parcialmente provido."

FUSÃO
No Novo Código Civil Brasileiro temos que a fusão determina a extinção das sociedades que se unem, para
formar sociedade nova, que a elas sucederá nos direitos e obrigações. A fusão será decidida, na forma
estabelecida para os respectivos tipos, pelas sociedades que pretendam unir-se. Em reunião ou assembléia
dos sócios de cada sociedade, deliberada a fusão e aprovado o projeto do ato constitutivo da nova
sociedade, bem como o plano de distribuição do capital social, serão nomeados os peritos para a avaliação
do patrimônio da sociedade. Apresentados os laudos, os administradores convocarão reunião ou assembléia
dos sócios para tomar conhecimento deles, decidindo sobre a constituição definitiva da nova sociedade. É
vedado aos sócios votar o laudo de avaliação do patrimônio da sociedade de que façam parte. Constituída a
nova sociedade, aos administradores incumbe fazer inscrever, no registro próprio da sede, os atos relativos à
fusão.

INCORPORAÇÃO SOCIETÁRIA
No que tange a Incorporação societária temos uma operação em que uma ou mais sociedades são
absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e encargos. A incorporação (merger, no direito
inglês) é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos
os direitos e obrigações . A incorporação não dá origem a uma nova sociedade, pois a incorporadora
absorve e sucede a uma ou mais sociedades. Por outro lado não ocorre, na incorporação, uma compra e
venda, mas a agregação do patrimônio da sociedade incorporada ao patrimônio da incorporadora, com
sucessão em todos os direitos e obrigações.

INSTITUTOS COMPLEMENTARES
REGISTRO, NOME EMPRESARIAL, PREPOSTOS, GERENTES, CONTABILISTA E A ESCRITURAÇÃO .
O Título IV trata dos Institutos Complementares como o Registro nos artigos 1150 á 1154, do Nome
Empresarial nos artigos 1155 á 1168 , dos Prepostos nos artigos 1169 á 1171, dos Gerentes nos artigos
1172 á 1176, do Contabilista e outros Auxiliares nos artigos 1177 á 1178 e da Escrituração nos artigos 1179
á 1195 do Novo Código Civil Brasileiro.
REGISTRO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS. Fica a cargo das Juntas Comerciais e as Sociedades
Simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas (art. l.l50). Aliás, estas disposições já eram tratadas em
legislação específica, lei 8.934 de 18/11/1994 e regulamentada pelo Decreto n.º 1.800 de 30/01/1996, que
cuida do Registro Público das empresas mercantis e atividades afins.
NOME EMPRESARIAL. O artigo 1.155 define o nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de
conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. E ainda que equipara-se ao nome
empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e
fundações. O artigo 1156 diz que o empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade
João da Gama Cerqueira21 define que : "Em nossa opinião, o direito sobre o nome comercial constitui uma
propriedade em tudo idêntica a das marcas de fábrica e de comércio, que se exerce sobre uma coisa
incorpórea, imaterial, exterior à pessoa do comerciante ou industrial, e encontra seu fundamento no direito
natural do homem aos resultados de seu trabalho. Essa propriedade abrange não só o nome do comerciante
singular, como, também, a firma das sociedades em nome coletivo, as denominações das sociedades
anônimas e por quotas, a insígnia dos estabelecimentos e os demais elementos que entram no conceito do
nome comercial (n. 780, supra), considerados como objetos autônomos de direito" .De seu turno, Fábio
Ulhoa Coelho22, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, registra que: "Com efeito,
enquanto o nome civil está ligado à personalidade do seu titular, sendo discutível seu caráter patrimonial, em
relação ao nome comercial, a sua natureza de elemento integrativo do estabelecimento comercial afasta
quaisquer dúvidas quanto à sua natureza patrimonial."
PREPOSTOS, GERENTES E DO CONTABILISTA. O capítulo III trata a questão dos Prepostos, dos
Gerentes e Do Contabilista e outros Auxiliares. Os artigos 1.169 e seguintes do Código Civil tratam da figura
do preposto. Diz, por exemplo, que a preposição não pode ser transferida a terceiros, salvo com autorização
expressa, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituído. Também se lhe veda que
participe de operação do mesmo gênero que lhe foi concedida, ou que negocia por conta própria, perante
terceiro.
Assim, temos no artigo 1169 que o preposto não pode, sem autorização escrita, fazer-se substituir no
desempenho da preposição, sob pena de responder pessoalmente pelos atos do substituto e pelas
obrigações por ele contraídas. E no artigo 1170 temos que o preposto, salvo autorização expressa, não pode
negociar por conta própria ou de terceiro, nem participar, embora indiretamente, de operação do mesmo
gênero da que lhe foi cometida, sob pena de responder por perdas e danos e de serem retidos pelo
preponente os lucros da operação.
Daí o ensinamento de J. X. Carvalho de Mendonça23 de que "a preposição comercial ou contrato de
emprego no comércio participa tanto do mandato como de locação de serviços; não reúne, porém, os
caracteres exclusivos de nenhum destes contratos. A preposição comercial constitui figura típica de contrato.
A subordinação ou dependência do preposto em relação ao preponente arreda-lhe a qualidade de
mandatário, para lhe imprimir a de locador de serviços; a representação, que, muitas vezes, o preposto
exerce relativamente a terceiros, afasta-o da posição de locador de serviços para o elevar a mandatário.
Conciliando as regras desses dois contratos obteve-se nova figura: o contrato de preposição comercial, ou
de emprego no comércio" .
DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL O Capítulo IV trata da questão da Escrituração Contábil.O Código exige
que o empresário e a sociedade empresarial sigam um sistema de contabilidade, com base na escrituração
de seus livros, além de anualmente promover o balanço, salvo no caso do pequeno empresário.O Diário,
contudo, é livro necessário a todos os empresários, inclusive os pequenos, Nele serão lançadas, com
individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução,
todas as operações relativas ao exercício da empresa.estende-se ao pequeno empresário.
A contabilidade deverá ser confiada a contabilista legalmente habilitado.Importante consideração é a trazida
no artigo 1.190, que prevê que "nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou
ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus
livros e fichas, as formalidades prescritas em lei." Por seu turno, o artigo 1.191 completa dizendo que "o juiz
só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver
questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em
caso de falência."
Em síntese análise, porém apresentada de forma a facilitar a consulta e os ensinamentos do vigente Código
Civil, eis apresentado em ordem alfabética, o presente estudo não tem nenhuma pretensão de esgotar o
assunto, servindo apenas de referencial para a localização e o entendimento da atual norma material.

LIQUIDAÇÃO DA SOCIEDADE
O Capítulo IX trata nos artigos 1102 á 1112 da Liquidação da Sociedade. O procedimento de liquidação das
sociedades deve ser simplificado e instaura-se após a ocorrência de uma das causas dissolutórias previstas
na lei ou no contrato. O supra artigo 1102 define que " Dissolvida a sociedade e nomeado o liquidante,
procede-se à sua liquidação, ressalvado o disposto no ato constitutivo ou no instrumento da dissolução".
A dissolução e a extinção, esta resultante de liquidação regular, devem ser traduzidas no distrato, cujo
arquivamento na Junta Comercial importa na eficácia das operações, perante terceiros. J. X. CARVALHO DE
MENDONÇA, critica o sistema legal porque declara dissolvida a sociedade antes da liquidação, apontando
que a verdadeira dissolução só ocorre depois daquela (liquidação), mas se vê nesta crítica que o citado autor
considerou a dissolução como a "extinção" da sociedade e não como causa que a leva ao fim, ou ainda
como procedimento18.
Como bem descreve o Código, consiste a liquidação na apuração do ativo da sociedade e no pagamento de
seu passivo, podendo ser extrajudicial ou judicial, sem relação direta com a forma em que se deu a
dissolução da sociedade; ou seja, os sócios podem ter chegado à conclusão da causa dissolutória mas
terem divergido quanto ao procedimento liquidatório, ou, ainda, a sociedade pode ter sido alcançada por
dissolução judicial, não obstante seus integrantes chegam a adotar a liquidação amigável. Devemos expor
que a regra é a seguinte: Os sócios podem resolver, por maioria de votos, antes de ultimada a liquidação,
mas depois de pagos os credores, que o liquidante faça rateios por antecipação da partilha, à medida em
que se apurem os haveres sociais. È de se retratar que " no caso de liquidação judicial, será observado o
disposto na lei processual " e " no curso de liquidação judicial, o juiz convocará, se necessário, reunião ou
assembléia para deliberar sobre os interesses da liquidação, e as presidirá, resolvendo sumariamente as
questões suscitadas."

NOME COLETIVO
Resta expor ainda a existência do Capítulo II sobre a constituição da sociedade em nome coletivo (Arts. 1039
á 1044) onde "somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em nome coletivo, respondendo
todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais"14.Sociedade comercial constituída de
uma só categoria de sócios - solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações sociais - sob firma ou
razão social15. Tal como a sociedade em comandita simples, a sociedade em nome coletivo surgiu na Itália,
na Idade Média. Originariamente denominada sociedade geral, foi, depois, chamada sociedade em nome
coletivo pelo Código Comercial francês, de 1807. A sociedade em nome coletivo que também se
denominava, e no direito francês continua a denominar-se, sociedade geral ou sociedade livre, tem suas
origens no comercio medieval italiano. As famílias residentes nas grandes cidades, consagrando ao
comercio o seu patrimônio hereditário ainda indiviso, os irmãos continuando o tráfico paterno sob o mesmo
teto, constituiriam o marco inicial dessa sociedade, cujo primeiro sinal externo se encontra precisamente
nesta comunhão doméstica.

ORDEM JURÍDICA
O Novo Código Civil Brasileiro, dotado de técnica e regras indispensáveis, cria a possibilidade, não a
obrigatoriedade, da constituição de uma Sociedade Limitada com regras, direitos e obrigações previamente
delimitados, afastando as inseguranças jurídicas causadas pelas insuficientes disposições do Decreto n.º
3.708/19.
Assim, com a presente obra jurídica vamos fazer uma análise minuciosa da nova temática : Regulamentação
Geral da Sociedade Limitada, Regência Supletiva da Sociedade Limitada, Responsabilidade Solidária dos
Sócios, Existência do Conselho Fiscal, Possibilidade de Exclusão do Sócio, Resolução Parcial da Sociedade,
Cessão de Quotas Sociais, Assembléia Geral de Sócios Cotistas e a Penhora de Bens dos Sócios,
Modificação de Contrato, Incorporação, Fusão ou Dissolução da Sociedade Limitada e a Aplicação Supletiva
das normas da Sociedade Simples/Sociedade Anônima vis a vis e participação de Acionista Estrangeiro.
Assim o nosso trabalho jurídico tem por objeto o estudo de aspectos relevantes da sociedade limitada no
Novo Código Civil Brasileiro, bem como proporcionar uma visão geral do tema envolvendo a sociedade
limitada. Ao longo do desdobramento das questões que revestem o tema, será feita uma análise do atual
regime das limitadas, em atenção às recentes posições doutrinárias e jurisprudenciais. Assim, a finalidade
primordial da presente obra jurídica é orientar a elaboração e a alteração de contratos sociais das
sociedades por quotas de responsabilidade limitada, sugerindo a sua pronta adequação às regras e aos
princípios constantes no Novo Código Civil Brasileiro que são meros reflexos das tendências doutrinárias e
jurisprudenciais manifestadas quando da apreciação do Decreto n.º 3.708/19.

OBRIGAÇÕES
Na Segunda seção se vê os Direitos e Obrigações dos Sócios (Arts. 1001 á 1009) . Devemos expor que em
conformidade com o artigo 1001 , " As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se
este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades
sociais."
Por outro lado temos no artigo 1.003, " A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação
do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade."
Novamente devemos em expor que a lei anterior era omissa sobre o assunto, deixando sua disciplina ao
contrato social, que tanto poderia permitir livremente a cessão, vedá-la ou ainda estabelecer um direito de
preferência em favor dos demais sócios. No silêncio do contrato, duas posições antagônicas eram
defendidas: possibilidade de livre cessão das quotas, a outros sócios ou a terceiros; impossibilidade de
cessão a terceiros, dado o caráter personalíssimo da sociedade. Agora, não havendo disposição diversa no
contrato, um sócio poderá ceder sua quota a outro, independentemente de audiência dos demais; se a
cessão for a terceiros, será possível, após consulta aos demais sócios, apenas se não houver oposição de
titulares de mais de 25% (vinte e cinco por cento) do capital social.

REGISTRO
O artigo 967 estabelece que " É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade." A sociedade empresarial somente adquire
personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos. Sem essa inscrição, ter-se-á sociedade
irregular ou de fato. O registro está regulado nos artigos 1.150 e seguintes do novo Código Civil.
Em síntese, "o empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o
qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos
de sociedade empresária."8

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS.


O artigo 988 substabelece que " os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios
são titulares em comum." . No que tange aos " bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por
qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro
que o conheça ou deva conhecer." E finalmente no artigo 90 temos que " Todos os sócios respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024,
aquele que contratou pela sociedade".
RELAÇÃO
A Quarta Seção trata da questão das Relações com Terceiros (Arts. 1022 á 1027) . No art. 1.023 disciplina a
responsabilidade da sociedade e dos sócios perante terceiros, respondendo os sócios, pelo saldo das
dívidas da empresa, na proporção de suas participações, salvo cláusula de responsabilidade solidária. No
artigo 1024 temos que " os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão depois de executados os bens sociais.Necessidade não havia de disposição expressa,
arredando a constrição sobre bens da sociedade e bens particulares dos sócios por dívidas particulares.
Garantia das dívidas da sociedade, as quotas não podem responder por dívidas dos sócios; se o pudesse,
aberta estaria a burla, em detrimento de terceiros de boa fé. Incisiva, a propósito, o excelente magistério de
Rubens Requião: "... o que se precisa ter em mente, na hipótese em exposição, é a certeza de que os fundos
sociais não pertencem ao quotista, mas à sociedade. Sustentar-se o contrário é pôr-se abaixo toda a teoria
da personificação jurídica e negar-se a autonomia do seu patrimônio em relação aos seus componentes"; e
noutro lance: "Entre o sócio e a sociedade ergue-se a personalidade jurídica desta, com a sua conseqüente
autonomia patrimonial. Por isso, pertencendo o patrimônio à sociedade, não pode o credor particular do
sócio penhorá-lo para o pagamento de seu crédito" .

RESOLUÇÃO
A Quinta Seção destina-se a questão da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio (Arts. 1028 á
1032). Devemos expor que o artigo 1028 retrata que no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota. Sob
o tema, comenta Fran Martins13: "No nosso ponto de vista, havendo ou não cláusula contratual, reduzindo-
se o número de sócios a apenas um, poderá o mínimo de dois ser reconstituído no prazo de um ano, a
contar da data em que foi constatada a existência do único sócio, aplicando-se ao caso, por força do art. 18
do Decreto nº 3708/19, a regra de letra d do art. 206 da Lei das sociedades anônimas, que permite tal
procedimento a essas sociedades quando se constata que há apenas um acionista. A Lei das sociedades
anônimas, acompanhando o desenvolvimento das empresas e reconhecendo o alto valor dessas nas
atividades das sociedades, sempre facultou a continuação das atividades da companhia quando o número
de sócios se tornava inferior ao mínimo estabelecido na lei. E a lei atual, permitindo que a anônima se forme
e funcione regularmente com apenas dois sócios (artigo 80, I), expressamente dispôs que, reduzida a
sociedade a um único acionista, o mínimo do dois seja reconstituído no prazo de um ano, sob pena de ser a
companhia dissolvida. O mesmo deve acontecer com as sociedades que se formam de acordo com o art.
302 do Código Comercial entre as quais a sociedade por quotas."
Nesse sentido, confira-se o Acórdão proferido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, quando do RE nº
104.596-PA, relator o eminente Ministro Cordeiro Guerra, resumindo em sua ementa: "Sociedade limitada
constituída de dois sócios. Deferimento de dissolução parcial com a apuração exata dos haveres do sócio
falecido, sem prejuízo da continuidade da empresa pelo sócio sobrevivente. Recurso Extraordinário
conhecido e parcialmente provido."

SOCIEDADE
A Quinta Seção destina-se a questão da Resolução da Sociedade em Relação a um Sócio (Arts. 1028 á
1032). Devemos expor que o artigo 1028 retrata que no caso de morte de sócio, liquidar-se-á sua quota. Sob
o tema, comenta Fran Martins13: "No nosso ponto de vista, havendo ou não cláusula contratual, reduzindo-
se o número de sócios a apenas um, poderá o mínimo de dois ser reconstituído no prazo de um ano, a
contar da data em que foi constatada a existência do único sócio, aplicando-se ao caso, por força do art. 18
do Decreto nº 3708/19, a regra de letra d do art. 206 da Lei das sociedades anônimas, que permite tal
procedimento a essas sociedades quando se constata que há apenas um acionista. A Lei das sociedades
anônimas, acompanhando o desenvolvimento das empresas e reconhecendo o alto valor dessas nas
atividades das sociedades, sempre facultou a continuação das atividades da companhia quando o número
de sócios se tornava inferior ao mínimo estabelecido na lei. E a lei atual, permitindo que a anônima se forme
e funcione regularmente com apenas dois sócios (artigo 80, I), expressamente dispôs que, reduzida a
sociedade a um único acionista, o mínimo do dois seja reconstituído no prazo de um ano, sob pena de ser a
companhia dissolvida. O mesmo deve acontecer com as sociedades que se formam de acordo com o art.
302 do Código Comercial entre as quais a sociedade por quotas."
Nesse sentido, confira-se o Acórdão proferido pelo Egrégio Supremo Tribunal Federal, quando do RE nº
104.596-PA, relator o eminente Ministro Cordeiro Guerra, resumindo em sua ementa: "Sociedade limitada
constituída de dois sócios. Deferimento de dissolução parcial com a apuração exata dos haveres do sócio
falecido, sem prejuízo da continuidade da empresa pelo sócio sobrevivente. Recurso Extraordinário
conhecido e parcialmente provido."

SOCIEDADE COMERCIAL
Tratando da exclusão de sócio, o novo Código Civil menciona no art. 1.030 que pode o sócio ser excluído
judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas
obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. E Será de pleno direito excluído da sociedade o
sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada.

SÓCIO
Tratando da exclusão de sócio, o novo Código Civil menciona no art. 1.030 que pode o sócio ser excluído
judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas
obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente. E Será de pleno direito excluído da sociedade o
sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada.

SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES


O Capítulo VI trata nos artigos 1090 á 1092 da Sociedade em Comandita por Ações. Sociedade em que o
capital é dividido em ações, respondendo os sócios ou acionistas, tão-somente, pelo preço das ações
subscritas ou adquiridas, com responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada dos diretores ou gerentes
pelas obrigações sociais. Tal como a sociedade por cotas de responsabilidade limitada, pode utilizar-se de
firma ou denominação. Na primeira hipótese, os acionistas cujos nomes constarem na firma terão
responsabilidade solidária e ilimitada. Os gerentes ou diretores são nomeados por prazo ilimitado, sendo,
necessariamente, recrutados entre os sócios ou acionistas, vedada a escolha de pessoas estranhas à
sociedade.

SOCIEDADE COOPERATIVA
O Capítulo VII nos artigos 1093 á 1096 da Sociedade Cooperativa. As Cooperativas são sociedades de
pessoas, com personalidade jurídica própria e de natureza civil, não objetivando lucro e sim a prestação de
serviços aos seus associados. As características dominantes desse tipo de sociedade estão inseridas no
artigos 3º, 4º e incisos, da lei 5.764/71.

SOCIEDADES COLIGADAS
O Capítulo VIII estabelece nos artigos 1097 á 1101 das Sociedades Coligadas onde acompanhando o
fenômeno da globalização, onde as empresas passam a se associarem umas participando das outras,
visando a ampliação das sua atividades, com maior produtividade e menores custos, além de procurarem
ampliar seu domínio no mercado. Diz-se coligada ou filiada a sociedade de cujo capital outra sociedade
participa com dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.

SOCIEDADE LIMITADA
O Capítulo IV do vigente Código Civil Brasileiro trata da sociedade limitada (Arts. 1052 á 1087). Por uma
questão didática trataremos dos artigos que retratam a nova constituição da sociedade limitada em
substituição ao Decreto 3708, de 10 de janeiro de 1919, por etapas.
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES. As normas gerais da sociedade limitada no projeto de Código Civil
unificado, segundo Waldírio Bulgarelli17, "Quanto aos tipos de sociedades, principalmente, as sociedades
que o Projeto denominou de limitadas (as atualmente, por quotas de responsabilidade limitada), vale lembrar
que o número de emendas apresentadas ao Projeto, a maioria de elaboração do Prof. Egberto Lacerda
Teixeira e a série de críticas recebidas estão a demonstrar que as alterações procedidas não foram de molde
a agradar a doutrina. Temos para nós, que sendo as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, um
produto híbrido, que se situa entre as sociedades de pessoas e as de capital, tem servido como um modelo
dúctil, capaz de albergar desde as simples sociedades entre marido e mulher até as holdings e que portanto
não mereceria em princípio alterações, até porque a doutrina e a jurisprudência têm sabido com galhardia
enfrentar e resolver os problemas que apresenta. Certamente, que perante um regime empresarial, haveria
que se atentar para alguns aspectos que atuam contra a preservação da empresa, e lembraria aqui, como
exemplo contundente, o valor a ser pago ao sócio retirante."
REGÊNCIA SUPLETIVA DA SOCIEDADE LIMITADA. A Regência supletiva da Sociedade Limitada onde o
Novo Código Civil Brasileiro estabelece como regra geral, ,na omissão do capítulo próprio das limitadas, a
aplicação das normas da sociedade simples, podendo, entretanto, o contrato social contemplar a regência
supletiva pelas normas da Lei das Sociedades Anônimas " (art . 1.053).
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS SÓCIOS. A Responsabilidade solidária pela avaliação dos bens
integrantes do capital social. O Novo Código Civil Brasileiro estabelece que todos os sócios respondem
solidariamente pela exata estimação dos bens conferidos ao capital social até o prazo de cinco anos da data
do registro da sociedade (§ 1 do art. 1055).
EXISTÊNCIA DO CONSELHO FISCAL . O Novo Código Civil Brasileiro faculta aos sócios instituir um
Conselho Fiscal composto de três ou mais membros e respectivos suplentes eleitos em assembléia.
Havendo o Conselho Fiscal os sócios minoritários que representam 20 % (vinte por cento) do capital social,
terão o direito de eleger um membro e respectivo suplente do Conselho. (Art. 1066) .
POSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO DO SÓCIO. O Novo Código Civil Brasileiro determina que a exclusão
possa ser via judicial mediante iniciativa da maioria dos sócios por falta grave no cumprimento das
obrigações do sócio ou ainda por incapacidade superveniente ou ainda a via extrajudicial onde aplica-se ao
sócio que colocar em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade mediante
deliberação da maioria dos sócios. Pode ainda ser por justa causa. (Arts. 1030 e 1085).
RESOLUÇÃO PARCIAL DA SOCIEDADE. O Novo Código Civil Brasileiro estabelece no Artigo 1086 a
exclusão do sócio . No Artigo 1032 temos que é pertinente à sociedade simples, que estabelece que a
exclusão do sócio, não exime da responsabilidade pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após
averbada a resolução da sociedade, nem pelas posteriores e em igual prazo, enquanto não for requerido a
averbação.
CESSÃO DE QUOTAS SOCIAIS. O Novo Código Civil Brasileiro estabelece no artigo 1057 que na omissão
do contrato, o sócio poderá ceder suas quotas, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente
de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de 20 % (vinte por
cento) do capital social. Até 2 anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente
solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio
( parágrafo único do art. 1.003).
ASSEMBLÉIA GERAL DE SÓCIOS COTISTAS E A PENHORA DE BENS DOS SÓCIOS. Destarte que no
Novo Código Civil Brasileiro temos a obrigatoriedade da realização de assembléia geral anual de cotistas, o
que deve ocorrer quatro meses depois do fim do exercício social, a previsão expressa de que os bens dos
sócios podem ser penhorados para o pagamento de compromissos da empresa, nos casos de fraude e atos
irregulares de administração, que para realizar operações de reorganização societária, como fusões,
incorporações, cisões, bem como pedido de concordata, modificação do contrato social e designação de
administradores, passa a ser obrigatória uma assembléia geral prévia.
MODIFICAÇÃO DE CONTRATO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO OU DISSOLUÇÃO DA SOCIEDADE.
Outrossim temos no Novo Código Civil Brasileiro que as deliberações sobre modificação de contrato,
incorporação, fusão ou dissolução da sociedade, ou cessação do estado de liquidação, exigem aprovação de
¾ do capital social, ou quanto a empresa decidir aumentar o capital social, deve ser dado um prazo de trinta
dias para os cotistas decidirem se irão subscrever as novas quotas ou ainda em caso de redução do capital
das empresas, será obrigatória a publicação da operação em jornais de grande circulação.
ADMINISTRAÇÃO GERAL. Na Terceira Seção envolvendo os artigos 1060 á 1065 o Novo Código Civil
Brasileiro vem em retratar a administração da sociedade limitada com uma nova figura jurídica a do
administrador designado no contrato social ou em ato separado mediante termo de posse no livro de atas da
administração
DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS. Na Quinta Seção envolvendo os artigos 1071 á 1080 do Novo Código Civil
Brasileiro temos as deliberações dos sócios a respeito de aprovação das contas da administração, da
designação e da destituição dos administradores, do modo de remuneração, de modificação do contrato
social, da incorporação, fusão e a dissolução da sociedade, da nomeação e destituição dos liquidantes e o
julgamento das quotas e do pedido de concordata
AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL SOCIAL. Na Sexta Seção envolvendo os artigos 1081 á 1084 do
Novo Código Civil Brasileiro temos as questões envolvendo o aumento e a redução do capital social
SÓCIOS MINORITÁRIOS. Na Sétima Seção envolvendo os artigos 1085 e 1086 do Novo Código Civil
Brasileiro temos as questões envolvendo a resolução da sociedade em relação a sócios minoritários, com a
possibilidade de exclusão em caso de risco da continuidade da empresa
DISSOLUÇÃO. Na Oitava Seção envolvendo o artigo 1087 do Novo Código Civil Brasileiro temos a questão
da dissolução onde " a sociedade dissolve-se, de pleno direito, por qualquer das causas previstas no art.
1.044. Portanto é bastante inovador o Novo Código Civil Brasileiro no que retrata a constituição da sociedade
limitada com as principais mudança envolvendo a regência supletiva, a responsabilidade solidária pela
avaliação dos bens integrantes do capital social, da existência do Conselho Fiscal, da possibilidade de
exclusão de sócio e da resolução parcial da Sociedade, da cessão de quotas, da deliberação dos sócios e do
quorum qualificado

SOCIEDADE ANÔNIMA
A existência do Capítulo V que vem em tratar da S.A . A Sociedade Anônima brasileira é uma forma
societária que se assemelha bastante à joint-stock company ou à corporation. Ela é regida pela Lei nº 6.404,
de 15 de dezembro de 1976, e modificações posteriores, incluindo-se aquelas introduzidas pela recente Lei
nº 10.303, de 31 de outubro de 2001 ("Lei das Sociedades por Ações"). No artigo 1088 temos que na
sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista
somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. E que a sociedade anônima rege-se
por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código.

SÓCIOS
O artigo 988 substabelece que " os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios
são titulares em comum." . No que tange aos " bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por
qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro
que o conheça ou deva conhecer." E finalmente no artigo 90 temos que " Todos os sócios respondem
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024,
aquele que contratou pela sociedade".

SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO


No subtítulo I temos a figura da sociedade em conta de participação (Arts. 991 á 996)11. A sociedade em
conta de participação é considerada uma verdadeira sociedade "anônima". Temos o Sócio oculto que não
aparece, nem pode aparecer como sócio, de forma alguma, em qualquer sociedade. Trata-se de uma
sociedade sui generis. Diversas peculiaridades distinguem-na das demais. Apresenta duas categorias de
sócios: ocultos, que não aparecem nem tratam com terceiros, e ostensivos, girando os negócios sob a firma
individual destes últimos, únicos responsáveis perante terceiros. Não possui personalidade jurídica,
patrimônio próprio nem firma ou razão social, pois todos os negócios, como visto, são efetuados em nome do
sócio ostensivo.
A sociedade em conta de participação, dado seu caráter especial, de existir apenas entre sócios, não está
sujeita, para constituição às formalidades exigidas para as demais sociedades comerciais, ou seja, a ter um
contrato escrito, quer por instrumento público ou particular, e arquivado no Registro de Comércio. Pode ela,
na verdade, constituir-se mediante contrato, mas esse não deverá ser arquivado no Registro de Comércio,
sob pena de deixar de ser a sociedade uma participação, já que com o arquivamento do seu ato constitutivo
adquire ela personalidade jurídica.

SOCIEDADE SIMPLES
No subtítulo II aparece a sociedade simples (Arts. 997 á 1000) devendo "constituir-se mediante contrato
escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes"12. O Código Comercial
francês define a sociedade, com rigor e método, como um acordo de vontades, isto é, como un "contrat" par
lequel "deux" ou plusieurs personnes... Consagrou-se, pois, com o alto prestígio do Código Napoleão e o
apoio logístico deste, que a sociedade supõe um mínimo de duas partes, porque nasce de um contrato, que,
por sua vez, supõe uma pluralidade de partes.

SÓCIOS
Na Segunda seção se vê os Direitos e Obrigações dos Sócios (Arts. 1001 á 1009) . Devemos expor que em
conformidade com o artigo 1001 , " As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se
este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades
sociais."
Por outro lado temos no artigo 1.003, " A cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação
do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade."
Novamente devemos em expor que a lei anterior era omissa sobre o assunto, deixando sua disciplina ao
contrato social, que tanto poderia permitir livremente a cessão, vedá-la ou ainda estabelecer um direito de
preferência em favor dos demais sócios. No silêncio do contrato, duas posições antagônicas eram
defendidas: possibilidade de livre cessão das quotas, a outros sócios ou a terceiros; impossibilidade de
cessão a terceiros, dado o caráter personalíssimo da sociedade. Agora, não havendo disposição diversa no
contrato, um sócio poderá ceder sua quota a outro, independentemente de audiência dos demais; se a
cessão for a terceiros, será possível, após consulta aos demais sócios, apenas se não houver oposição de
titulares de mais de 25% (vinte e cinco por cento) do capital social.

SOCIEDADE EMPRESARIAL
O artigo 967 estabelece que " É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas
Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade." A sociedade empresarial somente adquire
personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos. Sem essa inscrição, ter-se-á sociedade
irregular ou de fato. O registro está regulado nos artigos 1.150 e seguintes do novo Código Civil.
Em síntese, "o empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas
Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o
qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos
de sociedade empresária."8

SOCIEDADE COMERCIAL
O Novo Código Civil Brasileiro retrata no artigo 977 que " Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre
si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da
separação obrigatória.". No artigo segunte temos que " O empresário casado pode, sem necessidade de
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da
empresa ou gravá-los de ônus real." Para tanto se faz necessário conforme determina o artigo 979 que "
Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os
pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens
clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade." E ainda temos no artigo 980 que " A sentença que
decretar ou homologar a separação judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a
terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis." Portanto, o Novo
Código Civil Brasileiro permite a sociedade comercial entre marido e mulher, porém, condicionalmente; que
desde não tenham casado no regime de comunhão universal de bens ou da separação de bens.

SOCIEDADE COMERCIAL
O Título II trata da questão da sociedade (Arts. 981 á 985) onde " Celebram contrato de sociedade as
pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade
econômica e a partilha, entre si, dos resultados."9 Com a unificação do Direito Comercial com o Direito Civil,
no Novo Código Civil Brasileiro, desaparece a distinção entre sociedade civil e comercial. Neste desiderato, o
Código contemplou a existência das sociedades "não personificadas", divididas entre "sociedades comuns" e
"sociedades em conta de participação, e das "sociedades personificadas", divididas em "sociedades simples"
e "sociedade empresarial".

SOCIEDADE NÃO PERSONIFICADA


No subtítulo I temos a figura da sociedade não personificada como a sociedade em comum (Arts. 986 á
990)10. Alguns das restrições das sociedades não personificadas comuns já estavam contempladas em leis
esparsa. Assim, vedava-se-lhes que interpusessem pedido de falência ou impetrassem concordata.
Outrossim, sua escrituração não tinha força probante. E, com a edição do novo Código Civil, restou
consolidada a responsabilidade ilimitada e solidárias dos sócios, perante a sociedade e terceiros, sequer lhes
sendo de direito o uso do benefício de ordem. Neste desiderato o artigo 990, que prevê: "Todos os sócios
respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no
art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade."
SOCIEDADE ESTRANGEIRA
O Capítulo XI vem em tratar nos artigos 1123 á 1141 da Sociedade Dependente de Autorização. Assim, as
sociedades estrangeiras passam a depender de autorização do Poder Executivo para poderem funcionar no
território brasileiro. Impõe a lei que a empresa tem de funcionar no prazo de l2 meses, sob pena de ser
considerada caduca a autorização.(arts. l.123 e 1.124). Fica ressalvado que, o Poder Executivo pode, a
qualquer tempo, cassar a autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira se infringir disposição
de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto. (art.l.l25) Conceitua
"Sociedade Nacional" como aquela organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a
sede de sua administração (art. l.l26). Por outro lado, "Sociedade Estrangeira" é aquela que qualquer que
seja seu objeto, não pode funcionar no Pais, ainda que por estabelecimento subordinados, podendo, todavia,
ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de sociedade anônima brasileira (art. l.l34).

SOCIEDADE EM COMUM
No subtítulo I temos a figura da sociedade não personificada como a sociedade em comum (Arts. 986 á
990)10 . Alguns das restrições das sociedades não personificadas comuns já estavam contempladas em leis
esparsa. Assim, vedava-se-lhes que interpusessem pedido de falência ou impetrassem concordata.
Outrossim, sua escrituração não tinha força probante. E, com a edição do novo Código Civil, restou
consolidada a responsabilidade ilimitada e solidárias dos sócios, perante a sociedade e terceiros, sequer lhes
sendo de direito o uso do benefício de ordem. Neste desiderato o artigo 990, que prevê: "Todos os sócios
respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no
art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade."

TERCEIROS
A Quarta Seção trata da questão das Relações com Terceiros (Arts. 1022 á 1027) . No art. 1.023 disciplina a
responsabilidade da sociedade e dos sócios perante terceiros, respondendo os sócios, pelo saldo das
dívidas da empresa, na proporção de suas participações, salvo cláusula de responsabilidade solidária. No
artigo 1024 temos que " os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da
sociedade, senão depois de executados os bens sociais.
Necessidade não havia de disposição expressa, arredando a constrição sobre bens da sociedade e bens
particulares dos sócios por dívidas particulares. Garantia das dívidas da sociedade, as quotas não podem
responder por dívidas dos sócios; se o pudesse, aberta estaria a burla, em detrimento de terceiros de boa fé.
Incisiva, a propósito, o excelente magistério de Rubens Requião: "... o que se precisa ter em mente, na
hipótese em exposição, é a certeza de que os fundos sociais não pertencem ao quotista, mas à sociedade.
Sustentar-se o contrário é pôr-se abaixo toda a teoria da personificação jurídica e negar-se a autonomia do
seu patrimônio em relação aos seus componentes"; e noutro lance: "Entre o sócio e a sociedade ergue-se a
personalidade jurídica desta, com a sua conseqüente autonomia patrimonial. Por isso, pertencendo o
patrimônio à sociedade, não pode o credor particular do sócio penhorá-lo para o pagamento de seu crédito" .

O Capítulo X trata da TRANSFORMAÇÃO, INCORPORAÇÃO, FUSÃO E CISÃO DAS SOCIEDADES nos


artigos 1113 á 1122.
TRANSFORMAÇÃO SOCIETÁRIA
A Transformação societária é uma forma de alteração contratual pela qual uma sociedade passa,
independentemente de dissolução ou liquidação, de uma espécie para outra. Não se confunde com a
incorporação, a fusão, a cisão ou a sucessão. Devemos expor que " A transformação depende do
consentimento de todos os sócios, salvo se prevista no ato constitutivo, caso em que o dissidente poderá
retirar-se da sociedade, aplicando-se, no silêncio do estatuto ou do contrato social, o disposto no art. 1.031."

U
UNIFICAÇÃO DO DIREITO PRIVADO
No capital da investigação científica é enorme divergência entre os que defendem da unificação do direito
privado. O mais contestador deles é o conspícuo Rubens Requião. Entretanto, muito dos doutrinadores
comercialistas vem discutindo sobre a unificação do direito privado. Quem primeiro iniciou essa discussão foi
Cesare Vivante, renomado professor da Universidade de Roma, ainda no fim do século 20. Seu esforço pela
unificação do direito civil e comercial resultou, em 1942 na promulgação do Código Civil italiano contendo a
matéria comercial. Mas consta que Vivante, depois de se envolver com os estudos de direito comercial e
fazer uma reflexão sobre o empolgante assunto, voltou atrás em sua posição dizendo que a unificação
acarreta um grave prejuízo para o direito comercial, e passou a justificar a autonomia em razão da diferença
de métodos do direito civil e do direito comercial, sustentando que o direito comercial tem índole cosmopolita,
decorrente da natureza do próprio comércio, regulando os negócios em massa, ao passo que o direito civil
se ocupa de atos isolados dos particulares4.
Cesare Vivanti, era considerado o renovador do Direito Comercial italiano, antes da reforma legislativa de
1942. Era o mais respeitado defensor desta unificação até o momento que foi incumbido de elaborar o
anteprojeto de reforma do Código Comercial italiano. Diante dos desafios da elaboração positiva do direito
comercial, deu-se conta, Vivanti, de que cometera grave erro, e com isso, retratou-se publicamente
renegando a unificação e afirmando a partir daí, que a unificação acarretaria grave prejuízo para o Direito
Comercial. O inesquecível professor Rubens Requião5, sobre o assunto, assim se pronunciou: Justifica-se a
autonomia pela diferença de método entre o direito civil e o direito comercial: neste prevalece o método
indutivo, naquele o dedutivo. O direito comercial tem, de fato, uma índole cosmopolita que decorre do próprio
comércio. A disciplina dos títulos de crédito, a circulação, o portador de boa fé, são institutos que dão uma
feição diferente da que prevalece no direito civil.

Obras consultadas:

1. REALE, Miguel. Visão geral do projeto de código civil: tramitação do projeto


2. LUCCA, Newton de. A atividade empresarial no âmbito do projeto de código civil. In: SIMÃO FILHO,
Adalberto e LUCCA, Newton de (Org.). Direito empresarial contemporâneo. São Paulo: Juarez de Oliveira, p.
29-83, 2000, p.37.[3] VISÃO GERAL DO PROJETO DE CÓDIGO CIVIL, artigo do Prof. Dr. Miguel Reale
4.Rubens Requião, 1977:17-19[5] REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. v. 1. São Paulo: Saraiva,
1998, p.369
6.Em 1967, formou-se uma comissão, coordenada por Miguel Reale, que apresentou o anteprojeto de
Código Civil em 1972, em que há proposta de novo regime das sociedades limitadas.Compunham a
comissão os juristas: José Carlos Moreira Alves, encarregado da Parte Geral; Agostinho de Arruda Alvim,
incumbido do Direito das Obrigações; Sylvio Marcondes, com o Livro do Direito de Empresa; Ebert Vianna
Chamoun, incumbido do Direito das Coisas; Clóvis do Couto e Silva, cuidando do Direito de Família; e
Torquato Castro, trabalhando o Direito das Sucessões.
7.A exemplo do Código Civil Italiano, de 1942, o projeto ora em tramitação tem a pretensão de unificar o
Direito Privado Brasileiro. Quando se fala em unificação, deve-se pensar, primeiramente, na estruturação do
Direito Privado sobre a base de um único direito obrigacional, ou seja, o ponto nodal da unificação é a
elaboração de um único Direito das Obrigações, comum a todos os sujeitos, não distinguindo entre
comerciantes e não-comerciantes.
8.Código Civil, artigo 1.150
9.TÍTULO II Da Sociedade CAPÍTULO ÚNICO Disposições Gerais
10.SUBTÍTULO I Da Sociedade Não Personificada CAPÍTULO I Da Sociedade em Comum
11.CAPÍTULO II Da Sociedade em Conta de Participação
12.SUBTÍTULO II Da Sociedade Personificada CAPÍTULO I Da Sociedade Simples Seção I Do Contrato
Social
13.(in Curso de Direito Comercial, 12ª ed., 1987, págs. 299/300)
14.CAPÍTULO II Da Sociedade em Nome Coletivo
15. Amador Paes de Almeida, Manual das Sociedades Comerciais, São Paulo, Saraiva, 2ª ed., 1979, pp. 113
e segs.).
16. CAPÍTULO III Da Sociedade em Comandita Simples
17. BULGARELLI, Waldirio. Tratado de direito empresarial. São Paulo: Editora Atlas, 2000, pp.266/267.
18.Mendonça, J. X. Carvalho de, in ob. cit., 222.
19.Ananias Neves, Márcia Cristina, Sociedades por Cotas, São Paulo, Hemus Editora Ltda., s-d, p. 65.
20.Tavares Paes, P. R., Fraude contra Credores, São Paulo, Revista dos Tribunais, nota 42, 1978, p. 57; do
mesmo autor, Manual das Sociedades Anônimas, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1981, pp. 66-67
21.Tratado da Propriedade Industrial, pág. 1.173, vol. 2, 2ª ed.
22. Manual de Direito Comercial, pág. 28, ed. 1988
23.J. X. Carvalho de Mendonça, Tratado de Direito Comercial Brasileiro, São Paulo, 1911, Cardozo Filho &
Comp., vol. II, pág. 450, nº 453

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