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Gravitação quântica 1

Gravitação quântica
Gravidade Quântica é o campo da física teórica que busca unificar a teoria da mecânica quântica, a qual descreve
três das forças fundamentais, com a relatividade geral, a teoria da quarta força fundamental: gravidade. O desafio
final de alguns é um arcabouço unificado de todas as forças fundamentais — uma teoria do tudo.
Muito da dificuldade em se fundir estas teorias origina-se das hipóteses radicalmente diferentes que estas teorias
utilizam para explicar como nosso universo funciona. Enquanto a teoria de campo quântico baseia-se em campo de
partículas embutidas no espaço-tempo da relatividade restrita, a relatividade geral modela a gravidade como uma
curvatura no espaço-tempo que afeta o movimento das massas.
O caminho mais óbvio para combinar estas duas (que é tratar a gravidade como simplesmente outro campo de
partícula) conduz rapidamente para aquilo que conhecemos como problema da renormalização. Partículas de
gravidade devem atrair-se mutuamente, somando juntas todas as interações, resultando em muitos valores infinitos
os quais não podem ser facilmente cancelados sem ajuste sensível. Isto contrasta com a eletrodinâmica quântica onde
algumas vezes se atinge resultados infinitos, mas estes, por serem bem poucos, podem ser removidos via
renormalização.
Ambas, mecânica quântica e relatividade geral tem sido altamente bem sucedidas. Infelizmente, a energia e as
condições na qual a gravitação quântica se torna importante são inacessíveis aos experimentos laboratoriais atuais.
O resultado disto é que não há dados observacionais que possam prover qualquer auxílio para combinar as duas.
A abordagem geral tomada na geração de uma teoria quântica da gravidade é assumir que o a teoria em questão
será simples e elegante e então procurar nas teorias atuais por simetrias e dicas de como combiná-las em uma teoria
mais abrangente. Um problema com esta abordagem é que não sabemos se a resultante será uma teoria simples e
elegante. No entanto, tal teoria se faz necessária no sentido de compreender problemas onde estão envolvidas uma
combinação de grandes massas e energias com dimensões espaciais muito reduzidas, tais como o comportamento de
buracos negros, e a origem do universo.

Perspectiva histórica
Historicamente, tem havido duas reações à aparente inconsistência da teoria quântica com a necessária
independência-básica da teoria da relatividade geral. A primeira é que a interpretação geométrica da relatividade
geral não é fundamental, mas surge qualitativamente de alguma teoria mais primordial. Isto é explicitado, por
exemplo, no livro-texto clássico de Steven Weinberg Gravitation and Cosmology. Um ponto de vista oposto é que a
independencia-fundo é fundamental, e que a mecânica quântica necessita ser generalizada por parâmetros onde
não foi especificado, a priori, o tempo. O ponto de vista geométrico está exposto no texto clássico Gravitation, de
Misner, Wheeler e Thorne.
Os dois livros, editados por gigantes da física teórica, expressam visões completamente opostas do significado da
gravitação. Foram publicados quase simultaneamente no inicio de 1970. A razão foi que um impasse tinha sido
alcançado, uma situação que levou Richard Feynman (que por si mesmo tinha feito importantes tentativas para
compreender a gravitação quântica) a escrever, em desespero, "Lembre-me de não voltar a mais nenhuma
conferência de gravitação" em uma carta para sua esposa no inicio de 1960.
Progressos foram alcançados nas duas frentes, conduzindo, em 2004, à teoria das cordas por um lado, e por outro
lado à gravitação quântica em loop.
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A incompatibilidade entre mecânica quântica e relatividade geral


Harmonizar a teoria da relatividade geral, que descreve a gravitação e suas aplicações em estruturas de larga-escala
(estrelas, planetas e galáxias) com a mecânica quântica, que descreve as outras três forças fundamentais atuando em
escala microscópica é, atualmente, um dos maiores problemas da física teórica.
Uma lição fundamental da relatividade geral é que não existe um referencial preferencial para o espaço-tempo, como
exposto na mecânica Newtoniana e na relatividade restrita, ou seja, a geometria do espaço-tempo é dinâmica.
Apesar da fácil aceitação em princípio, esta idéia é de difícil compreensão no que tange à relatividade geral, e suas
conseqüências são profundas, mas não totalmente exploradas, mesmo ao nível clássico.
Em um certo sentido, a relatividade geral pode ser vista como uma teoria relacional, na qual a única informação
física relevante é a relação entre diferentes eventos no espaço-tempo.
Por outro lado, a mecânica quântica possui uma dependência desde sua concepção de estrutura (não-dinâmica) de
fundo. No caso da mecânica quântica, o tempo é dinâmico e não determinado, como na mecânica clássica
newtoniana. Na teoria quântica de campo relativística, tal como em uma teoria clássica de campo, o espaço-tempo
Minkowski é fixado no arcabouço da teoria.
A teoria das cordas, foi concebida como uma generalização da teoria quântica de campo onde, ao invés de partículas
pontuais, objetos parecidos com cordas propagam-se num arcabouço de espaço-tempo fixo. Embora a teoria das
cordas tenha origem no estudo do confinamento de quark e não da gravitação quântica, foi logo descoberto que o seu
espectro contem o graviton, e que a "condensação" de certos modos vibracionais da corda é equivalente à
modificação do arcabouço original.
A Teoria quântica de campo (não-Minkowskian) curvado, embora não seja uma teoria quântica da gravidade,
tem mostrado que algumas hipóteses da teoria quântica não podem ser consideradas sob espaço-tempo curvo. Em
particular, mesmo a noção quântica de vácuo depende do caminho que o observador segue através do espaço-tempo
(veja efeito Unruh). Também, o conceito de campo parece ser mais fundamental que o conceito de partícula (o qual
surge como um meio conveniente para descrever interações localizadas). Este caminho, contudo, não é livre de
controvérsia, sendo contrário à forma como a teoria quântica de campo foi desenvolvida por Steven Weinberg no
livro Quantum Field Theory.
A gravitação quântica de loop é fruto de um esforço para formular uma teoria quântica independente do arcabouço.
A teoria quântica de campo topológica fornece um exemplo de teoria quântica independente do arcabouço, mas com
nenhum grau de liberdade local, e somente com finitos graus de liberdade globais. Isto é inadequado para descrever
a gravidade em 3+1 dimensões, na qual mesmo no vácuo têm-se graus de liberdade locais de acordo com a
relatividade geral. Em 2+1 dimensões, contudo, a gravidade é uma teoria de campo topológica que teve sua
quantização bem sucedida de várias maneiras, incluindo redes de spin.
Há três outros pontos de tensão entre a mecânica quântica e a relatividade geral.
Primeiro, a relatividade geral prediz uma quebra de paradigma nas singularidades, e a mecânica quântica se tornaria
inconsistente nas vizinhanças das singularidades.
Segundo, não está claro como determinar o campo gravitacional de uma partícula se, em relação ao princípio da
incerteza de Heisenberg da mecânica quântica, a localização e velocidade não podem ser conhecidas com precisão
absoluta.
Terceiro, há uma tensão, mas não uma contradição lógica, entre a violação da desigualdade de Bell na mecânica
quântica, a qual indica uma influência superluminal, e a velocidade da luz como uma velocidade limite na
relatividade. A resolução destes dois primeiros pontos deve vir de uma melhor compreensão da relatividade geral
[1].
Gravitação quântica 3

Teorias
Há inúmeras propostas de teoria de gravitação quântica:
• Teoria das cordas
• Supergravitação
• AdS/CFT
• Equação Wheeler-deWitt
• Gravitação quântica de Loop de Ashtekar, Smolin e Rovelli
• Gravitação quântica Euclidiana
• Geometria não comutativa de Alain Connes
• Teoria Twistor de Roger Penrose
• Gravitação quântica discreta de Lorentzian
• Gravitação induzida Sakharov
• Calculo Regge
• Métrica acústica e outros modelos análogos de gravitação
• Processos Físicos
• Teoria do campo unificado

Ver também
• Evento Centauro
• Teoria-M
• Gravitação semiclassica
• Teoria de campo quântico no espaço tempo curvo
• Processo Físico
• Uma nova idéia, a gravidade gerada pelos átomos. [2]
• Grávitons

Na cultura popular
A famosa parodia do pós-modernismo por Alan Sokal (veja Sokal Affair) foi intitulada Transgressing the
Boundaries: Toward a Transformative Hermeneutics of Quantum Gravity.

Ligações externas
• The shape of things to come [3] New Scientist, 30 de Julho 2005
• Conceito de Massa na Mecânica Relacional e na Relatividade Geral- A. K. T. Assis- Instituto de Física - Unicamp
[4]

Referências
[1] http:/ / arxiv. org/ abs/ astro-ph/ 0506506
[2] http:/ / rolfguthmann. sites. uol. com. br/
[3] http:/ / www. newscientist. com/ article. ns?id=mg18725101. 800
[4] http:/ / www. ufrn. br/ sites/ producao_ct/ sec7_10. html|O
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Gravitação quântica  Fonte: http://pt.wikipedia.org/w/index.php?oldid=18527099  Contribuidores: Alessandro70, Cesariouspin, Danprata, Leonardo.stabile, Luiza Teles, Quiumen,
Rafael.afonso, Rolfguthmann, 21 edições anónimas

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