Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ou sobre o que eles devem falar: na leitura de Bobbio, a Teoria Pura do Direito uma
meta-cincia do direito prescritiva, na medida em que determina as condies para que
possa existir algo como uma teoria que tenha por objeto o direito positivo e, por
consequncia, a forma de pensar dos juristas; da dizer que a Teoria Pura do Direito
prescreve descrever, pois uma teoria do direito positivo s pode existir caso se aceite
descrever normas somente, sem dizer de sua justeza ou de sua interpretao, pois ento,
na viso de Kelsen, ter-se-ia tica jurdica, poltica jurdica. Na leitura de Bobbio,
ento, a Teoria Pura do Direito teria uma funo reguladora, preexistindo, pois, ao seu
objeto (a cincia do direito positivo, a lgica dos juristas). Mas, por outro lado, parece
possvel sustentar haver algo de rememorao na proposta de Kelsen. Veja-se, por
exemplo, o seguinte trecho, dedicado norma fundamental:
Com a sua teoria da norma fundamental a Teoria Pura do Direito de forma alguma inaugura
um novo mtodo do conhecimento jurdico. Ela apenas consciencializa aquilo que todos os
juristas fazem quase sempre inconscientemente quando no concebem os eventos acima
referidos como fatos causalmente determinados, mas pensam (interpretam) o seu sentido
subjetivo como normas objetivamente vlidas, como ordem jurdica normativa, sem
reconduzirem a validade desta ordem normativa a uma norma superior de ordem metajurdica 13.
12 BOBBIO, Ser e dever ser na cincia jurdica, In: Direito e Poder, p. 61-68.
13 KELSEN, TPD, 228.