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pedrohmbt@hotmail.com
Abstract: The present article intends to discuss and introduce the concepts of
Oedipus and Phallus in the psychoanalytical theory. As they have been some of the
most popular of the Freudian terms, we often see how twisted and misunderstood
they are as well by the common sense as by people who believe to know about it.
The greatest and most common error is to try to understand those concepts as
biologically characterized. What we try to show, however, is that the best way of
interpretation is by its cultural and structural aspects been so the linguistic reference
a good alternative for our propositions.
Um pedaço de carne, uma libra de carne, o filhote do homem, tais são
designações comumente ouvidas no meio lacaniano quando se fala da criança na
primeira infância, o infans. Evidentemente não são denominações generosas,
parecem mais designar algo digno de indiferença, uma tabula rasa. Certamente não
se trata disso, mas sim de dizer que esta criança não ascendeu à linguagem, à
condição de ser falante. Não tratar-se-ia ainda de um parlêtre, ou fala-ser, para usar
o neologismo de Lacan.
É isso o que leva Lacan a introduzir o conceito de metáfora materna, algo que
se funda pelo significante fundamental: O Nome-do-Pai “A função do pai no
complexo de Édipo é ser um significante que substitui o primeiro significante
introduzido na simbolização, o significante materno” (LACAN, 1998). E é esse
significante que substitui o Desejo da Mãe, articulado doravante com um terceiro.
Essa dupla privação vai permitir à criança ter acesso à Lei do Pai. No entanto,
esse pai não é ainda inteiramente revelado, seu aparecimento se faz através do
discurso da mãe, que o reconhece como homem e como representante da Lei. É,
mediado pelo discurso da mãe, que o pai exerce sua proibição, função essa, que
Lacan denominou Nome-do-Pai ou metáfora paterna. Necessário dizer, é a mãe e só
ela quem teria a prerrogativa de atribuir ao pai uma posição tal. É a partir daí a
criança começa a se deparar com a falta: algo falta à mãe que ela busca no pai.
Essa falta começa a esboçar o desejo, que na linguagem passa pelas operações de
troca, de substituições.
O pai não é visto como representante da lei, mas como a própria lei, como
aquele que interdita e desloca o desejo da mãe. O segundo momento do Édipo
demarca a passagem do Imaginário ao Simbólico.
A lei paterna assim como a falta materna, vão remeter a dois pontos
fundamentais da linguagem, a ordem ou a sintaxe, e as trocas manifestas na
metáfora e na metonímia, operações que Lacan identifica como respectivamente
correlatas às operações de condensação e deslocamento, elementos fundamentais
da teoria freudiana do inconsciente.
BIBLIOGRAFIA
DOR, Joël. Introdução à leitura de Lacan. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1992.
Zahar, 1998.