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CARTA DE CONJUNTURA

PUBLICAÇÃO DO GRUPO DE ANÁLISE DE CONJUNTURA ECONÔMICA – GACE/UFMA


VOL. 1/ NO 2 JUNHO-JULHO DE 2009

EDITORIAL
A carta desse mês abre com uma discussão sobre as perspectivas da economia mundial e os indicadores recentes
que apontam para uma suavização do ritmo de queda da atividade econômica no âmbito internacional. Contudo,
as análises sobre as políticas monetária e fiscal das economias avançadas dizem que estas já estão no limite.
Quanto à primeira, as taxas básicas de juros de países como EUA e Japão se aproximam de zero. O que demonstra
que já não existe mais espaço para agir. Quanto à política fiscal, tem-se uma deterioração generalizada da relação
dívida/pib, cenário inédito nas principais economias desenvolvidas as quais, uma vez passada a recessão, serão
obrigadas a conviver com superávits primários crescentes como forma de manter os orçamentos equilibrados.
Nesse quadro, a recuperação da economia mundial dependerá de países emergentes como a China e a Índia.
Quanto à economia brasileira, não obstante o PIB apontar queda no primeiro trimestre de 2009, demonstrando
que a economia está em recessão técnica, os dados, segundo o mercado, foram bem melhores que o esperado;
principalmente, os números quanto a categoria de consumo das famílias que cresceu 0,8% contra o trimestre
anterior e as despesas do governo que avançou 0,6% no trimestre. Estes dados confirmam a capacidade de
sustentação do mercado brasileiro, especialmente, após as medidas de incentivos tributários adotadas pelo
governo, a gradual recuperação do crédito doméstico no qual está tendo participação importante, a intensificação
recente do fluxo de entradas de recursos externos, além do investimento externo direto. Os sucessivos cortes na
taxa básica de juros e a manutenção desta tendência de queda também contribuem para uma perspectiva positiva,
já que, em termos reais, a taxa de juros está num patamar inferior a 5% ao ano. Todavia, o problema passa agora a
ser a recente deterioração das contas públicas.
Por fim, no que toca à economia do Maranhão, o modelo de projeção do GACE para o PIB do Estado, em 2009,
aponta expansão de 1%. A simulação destaca como saldo das enchentes, além, é claro das conseqüências da crise
internacional, queda na atividade agropecuária. Quanto à indústria de transformação, deverá levar o agregado para
baixo, apesar dos indicadores da construção civil apresentarem um desempenho compensatório devido à expansão
do crédito imobiliário e dos programas governamentais. Contudo, o que, de fato puxará essa expansão, será o setor
terciário, que foi o menos afetado pela crise financeira e que continua apresentando desempenho satisfatório.

ÍNDICE
Editorial..................................................pg.01. Comércio Exterior.....................................pg.09.
Cenário Econômico................................. pg.03. Mercado de Trabalho................................pg.10.
Economia Brasileira.................................pg.04. Maranhão......................................pg.11.
Nível de Atividades..................................pg.05.
Finanças Públicas....................................pg.13.
Agricultura......................................pg.05.
Brasil..............................................pg.13.
Indústria.....................................................pg.06.
Comércio....................................................pg.07. Finanças públicas estaduais............pg.14.
PIB do Maranhão............................pg.08. Finanças públicas municipais..........pg.16.

GACE -Grupo de Análise de Conjuntura Econômica Universidade Federal do Maranhão


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GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

CARTA DE CONJUNTURA ECONÔMICA


MARANHENSE
GACE – GRUPO DE ANÁLISE DE CONJUNTURA ECONÔMICA
decorrência de que a política monetária já não tem
Cenário Econômico tanto espaço para agir. Os EUA e Japão já estão com
Perspectivas para a Economia Mundial suas taxas básicas de juros perto de zero, 0,18% e
Por Paulo Eduardo Ronchi. 0,25%, respectivamente e, na Europa, o cenário não é
muito diferente, as taxas estão em 1%. Portanto torna-
Os indicadores recentes apontam, embora de forma
se muito pequeno o espaço para reduzir ainda mais as
ainda pouco nítida, para uma suavização do ritmo de
taxas de juros, mesmo com a queda nas taxas de
queda na atividade econômica no âmbito
inflação.
internacional. Exemplo disso foi a revisão do PIB do
primeiro trimestre dos EUA que, na primeira Pelo lado da política fiscal, tem-se uma deterioração
estimativa apontava queda de 6,1% e, após sua generalizada das relações dívida/PIB das economias
revisão, foi reajustado para -5,7%. No mercado de avançadas. Quando essa relação aumenta os
trabalho norteamericano o indicador de demissões do investidores ficam temerosos em comprar títulos
mês de maio registrou cerca de 300 mil desligamentos, destes países, e o país é obrigado a aumentar o
menor nível dos últimos sete meses, comparado ao rendimento desses títulos, fazendo assim com que no
auge da crise quando apresentou saldo negativo de futuro os governos tenham que gastar menos com as
600 mil desligamentos. Mas o fato é que ainda não são necessidades básicas da sociedade para pagar juros
claros os efeitos das políticas econômicas expansivas maiores. Em suma, os governos gastam mais agora
realizadas em escala mundial. para sair da recessão, porém comprometem os
orçamentos futuros com maiores despesas com o
A economia européia concentra forças na
pagamento de amortizações e juros da dívida.
recuperação do seu sistema financeiro, que viu-se
bastante fragilizado com a crise, fazendo com que o O cenário global da economia, apesar do alto grau de
crédito se tornasse escasso e mais caro, o que incertezas, parece ter já ultrapassado o “fundo do
acarretou na contaminação das economias do leste poço”. Os sinais são de que o processo de
europeu, tendo em vista que essas economias vinham recuperação deverá ser gradual e lento e ocorrerá,
crescendo fortemente nos últimos anos devido ao alto primeiramente, nas economias emergentes e
grau de liquidez mundial. posteriormente nas economias avançadas.
Um importante participante da economia Carta mensal de Conjuntura
internacional, a China, tem realizado esforços para Vol. 1 n o 2 Junho de 2009
manter elevadas suas taxas de crescimento, agindo GACE - Grupo de Análise de Conjuntura
como Estado interventor com investimentos em Econômica da UFMA
infraestrutura, e outros estímulos à demanda Coordenação
doméstica, além do fato de o governo estudar meios Prof. Msc. Alan Vasconcelos Santos
de desonerar ainda mais suas exportações, como a Prof. Msc. Felipe de Holanda
redução de impostos para as empresas exportadoras. Prof. Dr. Ricardo Zimbrão Affonso de Paula
Colaboradores
A economia japonesa, afetada principalmente pelo Eduardo Henrique Santos Pereira
lado das exportações, o que gerou uma forte Leilivania Lima e Silva
contaminação do setor doméstico, registrou no Marcello A. Duailibe Barros
primeiro trimestre de 2009 uma queda recorde de Paulo E. Pacheco Ronchi
15,2% no PIB em comparação com o trimestre Paulo Ricardo Lima
anterior, levando à forte expansão do desemprego. As Rodrigo Botão
economias avançadas estão limitadas quanto ao que Vitor Atan
ainda podem fazer através de políticas econômicas,
seja via política monetária ou fiscal. Isto se dá em

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GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

Economia Brasileira Juros, câmbio e inflação


Por Felipe de Holanda Após o corte anunciado de 1,0 ponto percentual em
As estimativas do Produto Interno Bruto (PIB) 10 de junho último, a taxa Over-Selic, atingiu o
brasileiro para o primeiro trimestre de 2009, patamar de 9,25% ao ano, o menor nível desde a
apontando para uma queda de 0,8% contra o implantação do Comitê de Política Monetária, em
trimestre anterior, embora confirmando uma recessão junho de 1996. Diante da provável trajetória de
técnica (segundo trimestre consecutivo de queda no estabilidade dos índices de inflação nos próximos
indicador), foram bem melhores do que o esperado meses, as perspectivas são de que haja a realização de
pelos analistas de mercado. mais um movimento de corte na Over-Selic, levando a
mesma ao patamar de 8,75% no terceiro trimestre,
Evolução do PIB Brasil por categoria de despesa que levaria a taxa real de juros brasileira a um patamar
(média de 4 tri contra 4 tri anteriores, em %)
PIB a Consumo Consumo Formação inferior a 5,0% ao ano, o menor nível desde a
Expor- Impor-
Ano preços de das do bruta de
tações tações implantação do Plano Real.
mercado famílias Governo capital fixo
2003 1,1 -0,8 1,2 -4,6 10,4 -1,6 No que se refere ao câmbio, nas semanas recentes a
2004 5,7 3,8 4,1 9,1 15,3 13,3
2005 3,2 4,5 2,3 3,6 9,3 8,5 moeda brasileira voltou a valorizar-se, rompendo o
2006 3,8 4,6 2,8 10,0 4,7 18,3 patamar de R$ 2,00 por dólar. Mais do que o ajuste da
2007 5,4 6,5 3,1 13,4 6,6 20,7
2008 5,1 5,4 5,7 13,8 -0,6 18,5 balança comercial, no qual a contração dos preços e
Contra o Trimestre Anterior (com ajuste sazonal) quantidades importadas foi determinante, o fator que
1° Tr08 1,9 1,5 4,2 5,0 -7,6 5,4 vem impulsionando as cotações do Real é a retomada
2° Tr08 1,7 0,6 -0,2 4,3 6,8 6,8
3° Tr08 1,4 1,9 1,5 4,4 -2,4 1,9 dos fluxos de capitais para o país, tanto o investimento
4° Tr07 -3,6 -1,8 0,5 -9,3 -3,2 -6,6 direto quanto no que se refere às bolsas de valores e
1° Tr09 -0,8 0,8 0,6 -12,7 -16,0 -16,9
Fonte: IBGE
títulos públicos. Neste sentido é importante notar que
o diferencial de juros do Brasil em relação às demais
Do ponto de vista das categorias de despesa, o economias industrializadas permanece ainda
indicador mostrou uma queda expressiva no segmento extremamente elevado.
de bens de capital (formação bruta de capital fixo, com
queda de 12,7% no trimestre) e nas contas de Um último aspecto a ser comentado diz respeito à
comércio exterior (recuo de 16,0% nas exportações, e recente deterioração das contas fiscais. No artigo de
de 16,9% nas importações). A surpresa ocorreu na Marcello Duaillibe avalia-se a trajetória recente da
categoria consumo das famílias, que mostrou um arrecadação de impostos no plano federal, cadente
crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior, tanto em função da desaceleração da atividade
além dos gastos do governo que, como esperado, econômica, quanto em função da política de estímulos
avançaram outros 0,6% no trimestre. tributários na área do IPI e Confins para os setores de
automóveis, motocicletas, eletrodomésticos e material
Os números confirmam a capacidade de sustentação de construção. De outro lado, registra-se uma forte
do mercado interno brasileiro, que passou a atuar de elevação de despesas, especialmente das despesas
forma mais bem definida a partir do primeiro correntes. Não resta dúvida de que a política fiscal
trimestre do ano, sustentada pelas medidas de anticíclica (combinada com o tempestivo relaxamento
incentivo tributário adotadas pelo governo e pela da política monetária) tem sido bem sucedida no
gradual recuperação do crédito doméstico. Nas combate aos efeitos da crise. A única dúvida que se
últimas semanas, a intensificação do fluxo de entradas levanta é a da qualidade do aumento recente de
de recursos externos (além do Investimento Direto gastos, que não sendo reversíveis no momento
Estrangeiro, os recursos para as bolsas e empréstimos subseqüente, poderão implicar em um excessivo
ao setor privado), tem sustentado a recuperação do crescimento no custo da dívida pública nos próximos
crédito. trimestres.

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Nível de Atividades
Agricultura
Saldo das enchentes: perdas na produção de arroz, cana-de-açúcar e mandioca.

Por Paulo Eduardo Ronchi.

O Maranhão, assim como o Brasil, apresentou (13,76%) e Algodão (24,28%) em maio na comparação
estimativa menor de produção da Soja, uma redução na com a safra de 2008, o que demonstra uma piora em
área plantada e colhida de 8,06%, e a produção com relação ao mês de abril que havia apresentado uma
queda de 21,27%, ou seja, uma queda na produtividade queda na produção brasileira destes produtos de 3,88%
de 14,39% em comparação a última safra. Isto decorre (Soja), 13,5% (Milho) 19,65% (Algodão) quando
do maior custo de fertilizantes no final do ano de 2008 e comparados a safra de 2008. Em abril o Feijão e o Arroz
da dificuldade de obter financiamentos, tendo em vista haviam registrado estimativa de crescimento da
que cerca de 30% da produção de soja é financiada por produção de 10,41% e 6,23%, respectivamente. No
tradings que se utilizam de recursos externos. entanto, em maio se percebe uma estimativa menor,
sendo que esses produtos apresentam crescimento de
O milho e o feijão apresentaram um ganho na 5,17% e 5,32% comparando-os a safra de 2008. A
estimativa de produção muito relevante no Maranhão, Mandioca e a Cana-de-açúcar andam na contramão da
de 10,29% e 9,23%, respectivamente, sendo relevante tendência brasileira, tendo sua estimativa de produção
apontar um efeito contrário na produção nacional de aumentada novamente no mês de maio, com taxas de
milho. 5,41% e 6,38%, respectivamente.
A estimativa da área colhida da mandioca e da cana-
de-açúcar se manteve estável em relação em relação ao
Estimativa de Área Plantada, Colhida, Produção e
mês de abril, e, portanto, continuam a expressar uma
diminuição na quantidade produzida em relação ao ano Rendimento Médio no Maranhão e Produção Total
passado. O algodão também apresentou estimativa de Brasileira - Abril e Maio de 2009
Área (mil ha) Produção do Rendimento Produção
produção inalterada, só que ao contrário da mandioca e Produto Maranhão Maranhão médio Brasileira
Plantada Colhida
da cana-de-açúcar, terá um aumento na quantidade (mil ton) (Kg/ha) (mil ton)
2008 (A) 421 421 1.263 2.996 59.917
produzida em relação ao ano de 2008.
abr/09 390 390 1.086 2.782 57.592
Soja
Por enquanto, se percebe que o excesso de chuvas no mai/09 (B) 388 388 994 2.565 57.196
Var. % (B/A) -8,06 -8,06 -21,27 -14,39 -4,54
Maranhão afetou apenas parte da produção de arroz, 2008 (A) 353 353 482 1.364 59.018
principalmente em decorrência do fato de que a região Milho
abr/09 373 373 566 1.516 51.255
mai/09 (B) 374 374 532 1.680 50.894
onde o arroz é cultivado sofreu uma maior intensidade Var. % (B/A) 5,93 5,93 10,29 23,17 -13,76
de chuvas do que no restante do Estado. Acreditamos 2008 (A) 88 88 40 450 3.461
que a concorrência entre o milho e a soja, tendo em Feijão
abr/09 91 91 41 455 3.821
mai/09 (B) 94 94 43 458 3.640
vista a redução dos preços da soja e do aumento dos Var. % (B/A) 7,22 7,22 9,23 1,78 5,17
custos possa ter influenciado os produtores a migrarem 2008 (A) 477 477 697 1.460 12.100
parte da produção de soja para a produção de milho, e, abr/09 479 479 720 1.504 12.853
Arroz
mai/09 (B) 479 479 662 1.384 12.744
portanto, explicando, em partes, a queda na área Var. % (B/A) 0,23 0,23 -4,97 -5,21 5,32
plantada de soja, associado a um menor nível de 2008 (A) 12 12 41 3.355 3.971
abr/09 13 13 42 3.303 3.191
defensivos agrícolas devido as restrições de crédito Algodão
mai/09 (B) 13 13 42 3.303 3.007
mencionadas anteriormente, evidenciam dessa forma Var. % (B/A) 4,28 4,38 2,75 -1,55 -24,28
uma queda de produtividade da soja no estado do 2008 (A) 418 213 1.758 8.268 25.878
abr/09 421 213 1.750 8.226 26.881
Maranhão. Mandioca
mai/09 (B) 421 213 1.749 8.226 27.277
Var. % (B/A) 0,82 -0,01 -0,51 -0,51 5,41
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
2008 (A) 53 49 3.012 61.867 648.921
(LSPA – maio de 2009) e o Acompanhamento da Safra Cana-de- abr/09 52 47 2.895 61.665 671.370
(CONAB – maio de 2009) demonstraram uma redução na açúcar mai/09 (B) 47 47 2.862 60.829 690.352
Var. % (B/A) -11,44 -3,58 -4,98 -1,68 6,38
estimativa da produção brasileira de Soja (4,54%), Milho Fonte: IBGE - Levantamento Sistemático da Produção Agrícola - Abril e Maio de 2009
CONAB - Acompanhamento da Safra - Maio de 2009.

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Indústria
Por Rodrigo Botão. do desempenho negativo de vários subsetores, em
particular o de semiduráveis (-12,6%) e alimentos e
Em maio, a produção física industrial brasileira
bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,4%),
registrou crescimento de 1,3% em comparação com o
destacando-se o impacto da queda de produtividade de
mês anterior, com destaque para os setores voltados
setores como calçados de couro e leite em pó. A única
para o mercado interno.
pressão positiva veio do subsetor de outros não-
Produção Física Industrial e por Categorias de Uso no duráveis (2,1%), explicada, em grande parte, pela
Brasil - Mai/09 (Em %) produção de medicamentos.
Va r. Va r. Mês No Maranhão, percebemos uma recuperação para o
Va r. Acum.
Mens a l a no a nt.
Ca tegori a s
(ma i09/ (ma i 09/
a cum. 12 mês de Maio observando os dados do CAGED, o que
Ano mes es
a br09)* ma i08) demonstra uma dinâmica diferente da observada para o
Indústria Geral 1,3 -11,3 -13,9 -5,1 País, que ainda está operando numa base fraca de
Indústria Extrativa -0,6 -14,2 -14,6 -4,9 produção industrial em comparação com o ano anterior.
Indústria de Transf. 1,2 -11,1 -13,9 -5,1 Destaque para a recuperação do setor metal-mecânica e
Bens de Capital 0,7 -22,8 -22,7 -2,4 a produção de minerais não-metálicos, que foram muito
Bens Intermediários 1,2 -13,8 -16,7 -7,4
Bens de Consumo 2,3 -4,8 -7,4 -2,8
afetados pela crise como observado nos meses
Bens de Cons. Duráveis 3,8 -13,7 -20,5 -10,1 anteriores. Apesar da queda de alguns setores como o
Semi-duráveis e não dur. 1,3 -1,8 -2,8 -0,5 têxtil, calçados, produtos alimentícios e bebidas neste
Fonte:IBGE último mês, o resultado fechado para a indústria de
* com ajuste sazonal transformação no maranhão foi positivo com um saldo
Superando a expectativa dos analistas do mercado de 188 contratações a mais na comparação contra o
financeiro e empresas de consultoria, a indústria saldo do mesmo mês do ano anterior, gerando boas
acumula alta de 7,8% sobre dezembro, resultado que expectativas para os resultados esperados do terceiro
ainda não compensa os efeitos da crise internacional no trimestre deste ano.
último trimestre de 2008. Na comparação mensal,
Mercado de Trabalho no Maranhão *
descontados os efeitos sazonais, todas as quatro
categorias demonstraram variação positiva. O principal jan09 a mai09
Setores/Grupos de
destaque no mês foi do setor de bens de consumo jan-09 fev-09 mar-09 abr-09 mai-09
Atividades
duráveis, que registrou a quinta expansão seguida nessa
Total -3.756 -2.258 -1.650 -879 -1.226
base de comparação, com alta de (3,8%), seguido pelo Extrativa mineral -50 -19 1 -3 -9
setor de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis Indust transform -510 -363 -481 108 188
(1,3%) e pelo setor bens intermediários (1,1%). Bem Prod min nao met -35 -22 -63 -10 28
Metalurgica -43 -288 -434 -257 -68
abaixo da média da indústria, o setor produtor de Mecanica 8 -1 -40 -11 119
máquinas e equipamentos avançou apenas 0,7%. Mat eletric comun 2 -6 6 -1 -1
Mater transporte 2 3 -71 -1 9
Na comparação contra o mesmo mês do ano anterior, Mad e mobiliario -191 -72 34 -20 -50
todos os quatro segmentos da indústria por categoria de Pap,papelao,edit -19 -7 16 2 4
uso registraram forte variação negativa, com destaque Bor, fumo,couros -28 18 1 23 3
para a queda brusca de bens de capital (-22,8%), bens Quim,pr farm, vet -7 1 -92 379 155
Textil,vestuario -18 -34 7 -11 -5
de consumo duráveis (-13,7%), bens intermediários (- Calcados 2 1 -2 0 -3
13,8%). Com um melhor desempenho, o segmento de Prod aliment,beb -183 44 157 15 -3
bens de consumo semiduráveis e não-duráveis Fonte: CAGED/MTE
* Sa l do do Empre go Forma l Líqui do no Ma ra nhã o a pa rti r da s ubtra çã o
demonstrou uma queda de 1,8%. Esse resultado decorre do s a l do do mês e do me s mo mê s do a no a nteri or (Pes s oa s )

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Comércio
Desaceleração do comércio varejista e recorde na Inadimplência
Por Eduardo Henrique Santos Pereira.

No Brasil, o comércio varejista apresentou uma de abril (4,01%, na mesma base de comparação)
redução no volume de vendas de 0,2% em abril de demonstram que esse segmento apresentou uma
2009 com relação ao mês anterior (ajustada tendência de recuperação, justificada em parte pelos
sazonalmente), considerando-se os dados do IBGE.
efeitos combinados dos feriados.
Isso, se considerarmos o conceito mais restrito de
varejo; ao incluirmos os segmentos de Veículos e A inadimplência no Maranhão rendeu ao Estado a
Motos e de Material de Construção, referentes ao segunda posição no ranking nacional de cheques
conceito “comércio varejista ampliado”, temos uma devolvidos a cada mil compensados, no acumulado de
variação real de -4,0% nessa mesma base de jan09/mai09, levando-se em consideração o Indicador
comparação. Já em uma comparação com o mesmo Serasa Experian de Cheques Sem Fundos. Cabe
mês do ano anterior tivemos uma elevação dessa taxa ressaltar, que o pico desse indicador corresponde ao
na ordem de 6,9%, esse resultado pode ser explicado mês de março 21,7%, no mês posterior houve uma
pelo deslocamento da Páscoa de março para abril, tímida redução para 20,5% e no mês subseqüente uma
entre 2008 e 2009. Desagregando-se os dados elevação para 20,8%, enquanto que no Nordeste e
ressaltados, apenas duas atividades dentre as dez Brasil, observamos uma estabilização desses
cobertas obtiveram resultado positivo em abri: indicadores (ver gráfico).
Hipermercados, Supermercados, Produtos
Alimentícios, Bebidas e Fumo (0,8%) e Equipamentos e Cheques sem Fundos (R$ milhões- Maranhão) e
Material para Escritório, Informática e Comunicação % do Total (MA, NE, BR) - Jan/08 a Mai/09
23,0
(8,9%). Destaque para os resultados negativos, do
21,0
conceito ampliado, Veículos e Motos, Partes e Peças,
19,0
com taxa de -5,6%; e Material de Construção (-3,5%).
17,0
O número de cheques devolvidos a cada mil 15,0
compensados registrou uma alta de 13,5% em maio na 13,0
comparação com abril de 2009 e bateu recorde 11,0
histórico no Brasil (acumulado de jan09/mai09), tendo 9,0
em vista o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem 7,0

Fundos. Dessa forma, as compras parceladas da 5,0

Páscoa e as despesas do feriado prolongado somadas


ao Dia das Mães contribuíram para esse resultado Fonte: Banco Central; SERASA MA NE BR Média Móvel (MA)
registrado pela última vez em 1991. Para os técnicos
da Serasa Experian, o mês de maio (sazonalmente) Um balanço do setor Terciário no primeiro
costuma registrar uma maior devolução de cheques. quadrimestre de 2009
Sendo assim, há de se ressaltar uma elevação de
18,9% desse indicador numa comparação desse mês Contudo, o setor terciário apresenta uma situação
com o ano anterior. estável, dados os efeitos conjunturais externos e
internos, refletida através do índice de volume de
A Inadimplência garante ao Maranhão o 2º vendas do comércio varejista, e também pelos
lugar no Ranking Brasil de Cheques sem fundos indicadores de inadimplência e expectativa do
consumidor.
O volume de vendas físicas do comércio varejista
No primeiro quadrimestre, observamos taxas reais
maranhense apresentou uma queda nos dois meses positivas (acumulado de jan09/abr09) cada vez
anteriores fevereiro e março de 2009 (1,41% e -6,94%, menores sobre o volume de vendas no comércio
respectivamente, numa comparação com o mês varejista maranhense e nacional, demonstrando uma
anterior – ajustada sazonalmente). Porém, os dados desaceleração de seu crescimento (ver tabela).

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Evolução Mensal do Comércio Maranhense (Índice de Volume %)


Contra o mesmo mês do ano out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09
anterior 12,31 2,74 -2,21 6,47 7,94 2,09 2,27
out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09
Contra o mês anterior
-2,29 -6,13 -3,36 11,01 1,41 -6,94 4,01
out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 abr/09
Acumulado 12 meses
12,15 11,33 9,23 8,62 8,21 7,80 6,83
Fonte: IBGE

Tais resultados se devem tanto pelas dificuldades pendências com os bancos. Esse indicar é reflexo da
na obtenção de crédito que encareceu e ficou mais elevação do desemprego e uma maior elevação dos
restrito, quanto pela expectativa das famílias receosas cheques pré-datados para compensar os ajustes na
no que cerne aos gastos esperando uma queda na oferta de crédito.
renda. Vale lembrar que, provavelmente, nos
Somado a isso, registra-se que a expectativa do
próximos meses, os segmentos suplementares do
consumidor (para a Confederação Nacional das
comércio varejista (Veículos e Motos, Partes e Peças;
Indústrias) cresceu 3,7% no segundo trimestre desse
Material de Construção) venham a refletir as medidas
ano depois de ter caído por dois trimestres seguidos.
adotadas (isenções e reduções de alíquotas) pelo
Trata-se de um resultado significativo para o âmbito
Governo Federal.
nacional e estadual, pois serve de termômetro da
No que diz respeito à inadimplência, apesar dos relação entre os agentes econômicos e sua interação
indicadores terem crescido no mês em questão, os com o nível de atividade econômica. Explica-se essa
cheques sem fundo seguem ocupando a terceira melhora sobre a expectativa através do tripé:
posição do ranking de representatividade da desemprego (redução), inflação (estabilização) e renda
inadimplência dos consumidores, ficando atrás das (estabilização).
dívidas com cartões de crédito e financeiras e, das

Um modelo de projeção de PIB para o Maranhão


Por Felipe de Holanda e Eduardo Henrique Santos Pereira.

O modelo de simulações do GACE aponta um As simulações foram feitas com base nas seguintes
crescimento de 1% no PIB do Maranhão em 2009 e variáveis: consumo de energia elétrica industrial;
3,5% em 2010. Este resultado decorre da perda de consumo de energia elétrica comercial; evolução das
dinamismo da economia maranhense diante dos receitas públicas estaduais e evolução do valor real das
impactos causados pela crise financeira internacional. exportações.

PIB maranhense deve expandir-se cerca de 1,0% em 2009

O modelo elaborado pelo GACE aponta para uma metalúrgica e mecânica, deverá levar o agregado para
diminuição da atividade agropecuária provocada pelos baixo, apesar dos indicadores da Construção Civil
efeitos da crise financeira internacional (restrição do apresentarem um desempenho compensatório devido
crédito e diminuição na produção e exportações de a expansão do crédito imobiliário e aos Programas
soja, além da virtual paralisação das atividades do governamentais (PAC e “Minha Casa, minha vida”).
segmento de produção de carvão vegetal), assim como Já o setor Terciário, menos afetado pela crise
inicialmente, deverá apresentar um desempenho
pelos efeitos decorrentes do excesso de pluviosidade
compensatório em 2009 e, por conta disso, podemos
(possíveis quebras de safras das demais culturas). No observar um resultado de produção bruta ainda
setor Industrial, a Indústria de Transformação, positivo para o ano de 2009.
fortemente impactada pelas quedas nas atividades

GACE -Grupo de Análise de Conjuntura Econômica Universidade Federal do Maranhão


7
GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

Comércio Exterior
Preços baixos das commodities afetam a balança comercial maranhense
Por Paulo Eduardo Ronchi.

A balança comercial maranhense vinha apresentando 2008. Tendo como referência a quantidade exportada,
déficits recorrentes a partir do ano de 2007. Tendo em o impacto causado é ainda maior, registrando uma
vista uma pauta de importações muito concentrada em queda de 60,1% no mesmo período de comparação. O
Combustíveis e Lubrificantes e diante da forte elevação principal fator explicativo para este resultado negativo
dos preços do petróleo naquele ano, registrou-se um foram os embarques do Complexo Ferro e Alumínio,
déficit de 1,37 bilhão de dólares em 2008. (gráfico que apresentaram queda de 35,2% e 49%,
abaixo) respectivamente; tendo em vista que juntos eles
corresponderam a 80% da pauta das exportações
A recente queda nos preços do petróleo desde
neste ano.
setembro de 2008 abriu espaço para uma melhora da
balança comercial maranhense, sendo que no período Outro agravante para as exportações maranhenses
novembro de 2008 a fevereiro de 2009 registrou-se foi a grande desvalorização dos preços das
superávits. Já período janeiro a maio de 2009 houve uma commodities minerais que, apesar de sinais de
retração nas exportações de 32,6% na comparação com recuperação, ainda estão em média 30% mais baixos
o mesmo período de 2008, enquanto as importações que as cotações do ano passado. A boa notícia vem
caíram 72,6% na mesma base de comparação. das exportações do Complexo Soja, que apresentou
Balança Comercial Maranhense
crescimento tanto no valor (+ 116%) quanto na
(em milhões US$ FOB) quantidade (+153%), porém tais resultados decorrem
600
500 da antecipação da colheita neste ano em relação ao
400
300
ano passado, já que a previsão para a safra
200 maranhense de soja 2008-09 divulgada pelo IBGE
100
0
aponta para uma redução de 21% em relação a 2008.
-100
-200 Outra notícia que corrobora o quadro de acentuada
-300
redução nas exportações foi a recente renegociação
-400
-500 dos contratos de minério de ferro da Vale com a China,
tendo em vista que os preços do novo contrato foram
Exportações Importações Saldo
Fonte: MDIC
rebaixados em 44%, o que nos leva crer que o
As exportações maranhenses foram fortemente horizonte das exportações passe a melhorar somente
impactadas pelo menor crescimento econômico a partir da retomada do crescimento da economia
mundial, apresentando uma taxa de crescimento mundial, o que só deverá ocorrer, na melhor das
negativa de 32,6% na comparação do acumulado de hipóteses (e de forma tímida), a partir do quarto
janeiro a maio de 2009 sobre o mesmo período de trimestre de 2009 e início de 2010.

Composição das Exportações Maranhenses


(mil US$ FOB, quantum e part. do total das exportações%)
Categoria de jan a mai 2008 (A) jan a mai 2009 (B) B/A em %
Produtos mil US$ mil US$ mil US$ Ton
Part% Ton Líquido Part% Ton Líquido
F.O.B. F.O.B. F.O.B. Líquido
Total 798.824 100,0 3.834.524 538.189 100,0 1.529.523 -32,6 -60,1
Complexo Ferro 391.698 49,0 3.359.734 253.851 47,2 965.345 -35,2 -71,3
Complexo Alumínio 354.950 44,4 366.980 181.028 33,6 306.221 -49,0 -16,6
Complexo Soja 36.812 4,6 88.779 79.504 14,8 224.866 116,0 153,3
Combustíveis e Lub. 7.663 1,0 14.338 6.585 1,2 18.502 -14,1 29,0
Outros 7.700 1,0 4.694 17.222 3,2 14.589 123,7 210,8
Fonte: MDIC/Aliceweb

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GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

As importações maranhenses (tabela abaixo), assim caiu para 59,3% do total das importações do
como as exportações, vem caindo de nível Maranhão.
sistematicamente, sendo uma das explicações do
Se considerarmos os outros componentes, percebe-
resultado da balança comercial do Estado ter
se a queda de 62,7% na importação do componente
apresentado um relativo equilíbrio até maio deste ano.
Bens de Capital, devido a forte correlação que este
item possui com os investimentos internos, o que
Importações Maranhenses
(mil US$ FOB e part. do total) indica uma provável postergação ou até
2008 (jan a 2009 (jan a cancelamentos dos mesmos este ano.
Categoria de mai) (A) mai) (B) B/A
Produtos mil US$ mil US$
Part% Part%
(%) Já os componentes Bens Intermediários
F.O.B. F.O.B.
apresentaram queda de 12,1% no acumulado do ano
Total 1.764.987 100,0 483.585 100,0 -72,6
Bens de Capital 77.973 4,4 29.079 6,0 -62,7 de 2009 até maio em comparação com o mesmo
Bens Intermediários 171.816 9,7 151.011 31,2 -12,1 período de 2008, isso demonstra ainda a redução dos
Bens de Consumo 4.639 0,3 16.572 3,4 257,3
pedidos de insumos das indústrias no Estado,
Combustíveis e Lub. 1.510.560 85,6 286.923 59,3 -81,0
Fonte: MDIC/Aliceweb
evidenciando assim uma desaceleração no nível de
As importações tem se beneficiado da deflação dos atividades. O forte crescimento do componente Bens
preços dos Combustíveis e Lubrificantes que em 2008 de Consumo, de 257%, reflete a expansão da massa
representou 82,63% do total das importações salarial e das linhas de crédito ao consumo observadas
maranhenses, no período de janeiro a maio de 2009 recentemente na dinâmica econômica do Estado.

Mercado de Trabalho
Por Leilivânia Lima e Silva e Dionatan Silva Carvalho.
Brasil
A economia comemora a recuperação do mercado de Nos últimos oito meses o setor que apresentou pior
trabalho com saldo positivo pelo quarto mês seguido. resultado, de acordo com dados do CAGED, foi o da
Em maio foram criados 131.557 postos de trabalho, Indústria de Transformação com um saldo negativo de
equivalentes a um crescimento de 0,41% em relação ao 491.777 postos de trabalho, em seguida veio a
estoque do mês anterior. Segundo os dados do CAGED, agropecuária com perda de 151.726 postos e depois a
nos últimos 12 meses o emprego formal elevou-se em Construção Civil com perda de 41.930 postos. O
1,84% equivalente a criação 580.269 postos de resultado total só não foi pior pelo bom desempenho
trabalho. Porém, se olharmos esses dados a partir de do setor de serviços que criou 170.868 postos de
outubro de 2008, o fluxo total de emprego continua trabalho. Em termos setoriais, em maio, os dados do
negativo (uma perda de 454.355 postos de trabalho). CAGED apresentam uma expansão generalizada.

Fonte: MTE-CAGED

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GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

O setor que teve o melhor desempenho como 20.984 em maio de 2009, houve um crescimento de
podemos ver na tabela foi o da agricultura, ela criou 0,21%. A taxa de desocupação aumentou de um
52.957 empregos. O problema é que esses empregos período para outro em 12,99% (saiu de 1.802 em maio
são, na maior parte, temporários devido a fatores de 2008 para 2.036 em maio de 2009), mas se olharmos
sazonais pelo cultivo da cana-de-açúcar e o de café. Já o para o mês de abril essa taxa de desocupação caiu
setor de serviços criou 44.029 postos de trabalho, só 0,49%, era de 2.046. De maio de 2008 para maio de
não podemos comemorar mais porque este é um setor 2009 a taxa de ocupação caiu 0,98% e a taxa de
de trabalho fim, ou seja, ele resulta do desempenho de desocupação aumentou 11,39%, já em relação a abril a
outros setores. O setor da Construção Civil criou 17.407 taxa de ocupação elevou-se em 0,11% (passando de
postos, sendo o melhor desempenho em 2009 e o 91,1 para 91,2) e a de desocupação diminuiu 1,12%
quinto mês de crescimento seguido. O comercio deu (saiu de 8,9 para 8,8).
seqüência a sua recuperação no mês anterior, criando
14.606 postos de trabalho. Já a Indústria de
Transformação ficou próximo da estabilidade criando
apenas 700 postos de trabalho, afetada por um
desempenho negativo dos setores de metalurgia
(-5.499 postos de trabalho) e o da mecânica (-2917
postos).
Se olharmos esses dados pela pesquisa mensal do
emprego (PME) do IBGE, o numero de pessoas
ocupadas aumentou de 20.939 em maio de 2008 para
Fonte: BACEN
*População Economicamente Ativa
Maranhão
Do ponto de vista dos empregos formais no Se pegarmos o saldo de emprego de janeiro a maio
Maranhão, observamos em maio o pior resultado deste ano, foram eliminados 6.952 empregos formais.
desde fevereiro de 2009: foram eliminados 1.226
Em maio de 2008 foram criados 1.705 empregos e
empregos celetistas – equivalente à redução de 0,38%
se compararmos com maio desse ano houve uma
em relação ao estoque de assalariados com carteira
variação negativa de 2.931 empregos formais. O
assinada do mês anterior. A Construção Civil manteve-
problema dessa perda de emprego se torna ainda
se na contramão do cenário nacional, com a eliminação
maior porque no Maranhão estão sendo mais afetados
de 454 postos de trabalho, enquanto que o setor de
principalmente os setores que geram mais empregos
Serviços eliminou 570 postos; a Agropecuária continua
indiretos, como é o caso da agricultura e do segmento
eliminando empregos (-219 postos), apesar de ter
de construção civil.
melhorado em relação ao mês anterior (-401 postos).

Variação do Emprego Formal no Maranhão - Maio de 2009


200

100

-100

-200

-300

-400

-500
Fonte: MTE-CAGED
-600

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10
GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

Se olharmos para tabela abaixo, podemos observar Construção Civil, mesmo tendo entrado em destaque
que nos últimos sete meses a atividade mais afetada na eliminação de empregos nos últimos meses (-3.297
foi a Indústria de Transformação, no total foram postos de trabalho), o impacto sobre o estoque total
eliminados 3.169 empregos formais, embora ela tenha de empregados foi pequeno, uma perda de 2,4% de
melhorado e venha vindo com saldos positivos a partir empregos formais. O setor de serviços entrou no
de março. O que ameniza a queda dos empregos no cenário do mercado de trabalho em maio com uma
Maranhão. Por outro lado, se atentarmos para o peso forte eliminação de empregos, em relação ao estoque
das perdas de emprego sobre o estoque o setor que teve um impacto de apenas 1,5% negativo no saldo de
sofreu maior impacto foi a Agricultura (-28,8%), emprego.
seguido da Indústria de Transformação (-27,7%). A
Saldo do emprego Formal Liquido no Maranhão

var
var
jan- jan- Estoque out08- absoluta
Taxa de Ocupação out-dez08 abr-09 mai-09 absoluta
Set08 mar09 Maio 09 maio09 Out08-
jan-Set08
Mai09
Saldo 25.156 -5.812 -4.847 -879 -1.226 320.106 -12.764 8,2 -3,8
Extrativa mineral 159 -264 5 -3 -9 708 -271 19,4 -27,7
Indust transform 4.774 -2.482 -1.001 108 188 35.622 -3.187 14,0 -8,2
Prod min nao met 176 49 -194 -10 28 5.465 -127 3,2 -2,3
Metalurgica 70 -552 -747 -257 -68 4.552 -1.624 1,1 -26,3
Mecanica* 1.482 -513 -67 -11 119 2.275 -472 117,2 -17,2
Mat eletric comun -4 -1 -12 -1 -1 127 -15 -2,7 -10,6
Mater transporte 40 -46 -57 -1 9 309 -95 11,0 -23,5
Mad e mobiliario 66 -406 -219 -20 -50 2.663 -695 2,0 -20,7
Pap,papelao,edit 111 4 26 2 4 1.881 36 6,4 2,0
Bor, fumo,couros -21 15 -3 23 3 1.083 38 -2,0 3,6
Quim,pr farm, vet 1.095 -57 -267 379 155 4.640 210 32,8 4,7
Textil,vestuario -3 2 -20 -11 -5 1.657 -34 -0,2 -2,0
Calcados -2 3 0 0 -3 19 0 -9,5 0,0
Prod aliment,beb 1.764 -980 559 15 -3 10.951 -409 18,4 -3,6
Serv ind ut pub -63 -101 122 29 -62 6.015 -12 -1,0 -0,2
Construcao civil 7.764 2.386 -2.181 -662 -454 36.498 -911 26,2 -2,4
Comercio 3.640 1.728 -227 -95 -128 92.659 1.278 4,1 1,4
Com varejista 2.197 1.431 -765 -155 -82 75.517 429 3,0 0,6
Com atacadista 1.443 297 538 60 -46 17.142 849 9,7 5,2
Servicos 5.373 -618 -777 144 -570 117.573 -1.821 4,7 -1,5
Inst financeiras 241 9 0 -9 -3 5.617 -3 4,5 -0,1
Adm imov tec pr 1.494 -558 -314 -68 -158 17.089 -1.098 8,9 -6,0
Transp e comunic 1.094 61 -958 -240 -346 19.157 -1.483 5,6 -7,2
Aloj alim r manut 1.295 -58 121 362 -312 52.126 113 2,6 0,2
Medicos odontolog 790 113 121 62 163 12.129 459 7,3 3,9
Ensino 459 -185 253 37 86 11.455 191 4,2 1,7
Adm publica 180 -32 215 1 28 12.606 212 1,5 1,7
Agric, silvicult 3.329 -6.429 -1.003 -401 -219 19.911 -8.052 13,5 -28,8
Fonte: CAGED/MTE
OBS: O saldo da Industria mecanica foi atualizado pela RAIS 2007 devido a disparidades no valor estoque fornecido pelo CAGED.

Se olharmos para o saldo de emprego formal por vem aumentando devido a construção da Refinaria.
município, sem considerarmos o impacto sobre o Outros municípios como São Raimundo das
estoque, São Luis é o líder em demissões e Estreito Mangabeiras e Campestre do Maranhão que vinham
vem liderando no numero de contratações, o que era com defasagens no emprego vem se recuperando
de se esperar visto que o s investimentos na Região desde o inicio do ano.

GACE -Grupo de Análise de Conjuntura Econômica Universidade Federal do Maranhão


11
GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

A queda no fluxo de empregos no Maranhão era empregos no Maranhão e, então o mesmo comece a
prevista dado o impacto das fortes chuvas que atingi- acompanhar o cenário nacional.
ram o Estado. Alguns setores, como a Agricultura e a MARANHÃO
Indústria Civil vem se recuperando, que são MUNICIPIOS COM MAIS DE 100 CONTRATAÇÕES OU DEMISSÕES
NOVEMBRO/2008 A ABRIL DE 2009
principalmente aqueles que influenciam na criação de
MUNICIPIO jan-abr09 nov08-abr09
empregos indiretos e isso ameniza as preocupações no Sao Luis -3766 -3391

mercado de trabalho, porque uma vez que esses Imperatriz -595 -1034
Grajau -387 -485
setores se recuperem o setor de Serviços, que teve Itinga do Maranhao -337 -483
uma forte queda, tende a se recuperar também. Com a Pindare Mirim -317 -418
Vargem Grande 101 -156
diminuição das chuvas, os recursos enviados pelo
Aldeias Altas 109 106
governo para restauração dos municípios mais Campestre do Maranhao 199 -1141

afetados pela chuva e por termos em junho as festas Sao Raimundo das Mangabeiras 920 -281
Estreito 1103 1596
juninas é possível uma melhora na criação de fonte: CAGED

Finanças Públicas
Brasil
Por Marcello Duaillibe Barros.

O Brasil continua sofrendo com os efeitos da crise menor rentabilidade por parte das empresas; e
financeira internacional, principalmente no que diz também pela mudança da tabela de cobrança do IPI
respeito à redução da atividade econômica, que por dos automóveis. Este último cabe um destaque
sua vez afeta diretamente nos níveis de arrecadação especial, já que o governo anunciou que a redução da
do governo federal. Em maio, o resultado primário do alíquota será estendida por mais três meses, voltando
governo central foi deficitário em R$ 120,2 milhões, ao normal até o final do ano.
contra um superávit de R$ 10,1 bilhões em abril.
Segundo o Tesouro Nacional, o péssimo desempenho
Resultado Primário do Governo Central
das contas públicas em maio é reflexo das políticas (em milhões de reais correntes)
Jan-Mai 08 Jan-Mai 09 B/A
anticíclicas do governo, com menores receitas e Descrição (A) (B) (%)
maiores despesas, e do baixo nível da atividade (R$ MM) (R$ MM)
econômica do país, além de efeitos sazonais de menor RECEITA TOTAL 288.738 286.271 -0,9
arrecadação de tributos, como o imposto de renda de Receitas do Tesouro 227.505 217.564 -4,4
Receitas da Previdência Social 60.560 67.901 12,1
maio em relação a abril. Observando o resultado dos
Receitas do Banco Central 673 806 19,7
cinco primeiros meses do ano, o quadro ainda é TRANSFERÊNCIAS A ESTADOS E
preocupante, principalmente no que se refere às MUNICÍPIOS
53.796 51.749 -3,8

despesas. No acumulado de 2009, o resultado primário RECEITA LÍQUIDA TOTAL 234.942 234.522 -0,2
do governo central foi superavitário em R$19,3 bilhões, DESPESA TOTAL 181.484 215.240 18,6
Pessoal e encargos sociais 49.572 60.789 22,6
correspondendo a 1,63% do PIB. Em igual período de
Custeio e Capital 54.928 67.210 22,4
2008, o governo central obteve resultado primário de
Benefícios Previdenciários 75.853 85.796 13,1
R$ 53,5 bilhões. Transferência do Tesouro ao
Banco Central
311 443 42,5
Portanto, de janeiro a maio de 2009, as receitas
Despesas do Banco Central 820 1.003 22,2
foram prejudicadas principalmente pela queda forte da RESULTADO PRIMÁRIO DO
53.458 19.282 -63,9
produção industrial, que impacta na arrecadação de GOVERNO CENTRAL
IPI; queda na arrecadação do IRPJ, que reflete uma RESULTADO PRIMÁRIO/PIB 4,68% 1,63%
Fonte: STN

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12
GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

No âmbito dos dispêndios, o governo se esforça para governo vem executando no combate à crise. Segundo
tentar anular o efeito da crise a partir de gastos com o Banco Central, a DLSP ainda deve subir em 2009,
medidas anticíclicas. Cabe destacar o incremento de R$ fechando o ano aproximadamente em 41,4% do PIB.
1,8 bilhão (24,8%) dos investimentos no acumulado Em dezembro de 2008, a dívida líquida havia fechado
dos cinco primeiros meses do ano comparativamente em o ano em 38,8% do PIB. Ainda segundo o BC,
ao mesmo período de 2008. Cabe destacar, também, somente em 2010 a DLSP começaria a cair novamente.
para o aumento acentuado das despesas, a questão
política, ou seja, o governo já trabalha para manter as Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) -
alianças com vistas nas eleições de 2010. Total - Setor público consolidado
49,0

É importante salientar, no que diz respeito ao 47,0

resultado abaixo da linha, que o cálculo do déficit 45,0

público (Necessidades de Financiamento do Setor 43,0

Público – NFSP) é realizado com base na variação da 41,0


dívida pública, ou seja, o resultado da dívida líquida do 39,0
setor público. Esta vinha caindo e melhorando nos 37,0
últimos anos, e agora, de janeiro a abril de 2009 vem 35,0
se elevando expressivamente. Este resultado é, dentre
outros motivos, reflexo das medidas anticíclicas que o
Fonte: BACEN

Finanças Públicas Estaduais


Peculiaridades do Maranhão
Por Paulo Ricardo Lima.

O processo de transição política, somado aos ICMS + Transferências constitucionais a


impactos da crise internacional às finanças públicas e preços de Abril de 2009
às altas precipitações pluviométricas ocorridas Mês/Ano 2008(A) 2009(B) Var. % (B/A)
recentemente no estado, lançaram o Maranhão a uma Jan 531.060 510.358 -3,90
situação ímpar. Analisando o comportamento do ICMS, Fev 526.624 469.116 -10,92
verifica-se que, ao comparar a arrecadação com o Mar 444.367 431.979 -2,79
mesmo mês do ano anterior, tal imposto apresentou
Abr 479.839 406.335 -15,32
uma retomada de crescimento na ordem de 8% no mês
1° Quad 1.981.891 1.817.788 -8,28
de abril, obrigando-nos a uma análise mais profunda.
Fonte: STN; CONFAZ
Arrecadação de ICMS a preços de abril de 2009
primeiro quadrimestre com o registro de 2,2% de
inflacionado pelo IPCA (R$ mil)
Var. % Var. % crescimento, sendo que no mesmo período do ano
Mês/Ano 2007(A) 2008(B) 2009(C) anterior, este era de 30%. As transferências
(B/A) (C/B)
Jan 200.555 222.202 219.366 10,8 -1,3 constitucionais, que compõem quase 60% das receitas
Fev 168.507 200.427 196.783 18,9 -1,8 totais do estado, continuam sua trajetória de queda.
Mar 177.789 179.000 187.425 0,7 4,7 Uma parte do mau desempenho pode ser explicada
Abr 173.110 171.923 186.878 -0,7 8,7 pelas políticas anticíclicas do governo, como corte de
1° Quad 719.961 773.551 790.453 30 2,2
IPI, conjuntamente com a redução do imposto de
Fonte: CONFAZ
renda (em função da queda da atividade econômica),
O arrefecimento do início do ano fica evidente no as quais compõem as transferências constitucionais.

GACE -Grupo de Análise de Conjuntura Econômica Universidade Federal do Maranhão


13
GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

O não repasse do FUNDEB, em abril, juntamente com 2009 com 2008 (56,73%). As grandes variações
a redução das transferências do Fundo de Participação verificadas dizem respeito aos investimentos, outras
dos Estados – FPE (-13,95%) provocaram uma despesas correntes e despesas correntes. Como
contração de 28% nas transferências totais em abril, destacado anteriormente, a variável política,
tornando, por conseguinte, pouco relevante a especificamente a mudança no comando do governo
recuperação na arrecadação do ICMS. O resultado estadual, pode ter resultado em uma antecipação dos
líquido foi o comprometimento das receitas totais do gastos que estavam previstos para o exercício
Estado. Com uma baixa capacidade de endividamento, financeiro de 2009.
os estados vêm servindo como financiadores da
Assim, considerando a ausência de informações
política anticíclica do governo federal. No que tange
confiáveis, ainda é cedo para se chegar a alguma
especificamente ao Maranhão, este não correspondeu
explicação razoável para o comportamento atípico nas
com uma racionalização de gastos, antes, devido à
despesas do estado neste primeiro quadrimestre do
transição de governo, presenciamos uma aceleração
corrente ano. Considerando as informações contidas
de gastos de grande magnitude.
na tabela a seguir, percebe-se que o mês de abril,
Analisando as categorias da despesa do Estado,
quando comparado ao mês de março, apresentou
percebemos que o Maranhão apresentou crescimento
elevação apenas despesas de pessoal e encargos e
nas despesas ao comparar o primeiro quadrimestre de
investimento, respectivamente de 3,48% e 74,75%.

Despesas Escolhidas do Estado do Maranhão Inflacionadas pelo IPCA


Preços de Abril de 2009 (R$ mil)
Despesas Pessoal e Juros e encar- Outras desp. Transf. aos Investi- TOTAL de
Ano Mês
correntes encargos gos da dívida Corrent. municipios mento despesas
Janeiro 183.370 172.633 0 10.736 3.175 0 183.370
Fevereiro 342.968 136.334 62.690 143.945 114.936 3 396.326
2008 Março 387.072 241.309 43.238 102.524 53.972 15.848 420.072
Abril 440.609 218.537 29.889 192.183 85.111 14.773 483.568
1°Quad. 1.354.018 768.813 135.817 449.389 257.194 30.624 1.483.336
Janeiro 276.900 181.411 37.290 58.200 52.344 0 309.433
Fevereiro 301.949 194.693 39.016 68.239 22.121 253 332.599
2009 Março 555.751 217.684 42.539 294.786 112.729 218.237 802.106
Abril 463.025 225.255 32.896 204.874 83.936 381.362 880.621
1°Quad. 1.597.626 819.044 151.741 626.099 271.130 599.852 2.324.759
Var. % 1°Quad. 09
17,99 6,53 11,72 39,32 5,42 1858,79 56,73
/ 1°Quad. 08
Var. % abril 09 /
5,09 3,07 10,06 6,60 -1,38 2481,44 82,11
abril 08
Fonte: SIAFEM

O que chama a atenção é o percentual elevado das cancelamento dos convênios firmados pelo governo
despesas de investimento (elevação de 1.858% no anterior), vêm apresentando uma redução que deverá
primeiro quadrimestre, quando comparado ao mesmo se acentuar nos próximos meses.
período do ano anterior). Finalmente, pelo exposto,
Apesar do importante papel do aumento de gastos do
espera-se que haja uma reversão na taxa de
estado no combate a crise imposta, a baixa capacidade
crescimento das despesas, tendo em vista que as
de endividamento do governo deixa em suspense a
despesas correntes, os juros e encargos da dívida e as
continuidade do processo.
transferências aos municípios (estas últimas através do

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GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

Despesas
Finanças Públicas Municipais
A diminuição das receitas acarretou um maior
Por Vitor Fernando Atan.
arrocho fiscal nas contas dos municípios,
Em maio o Governo Central apresentou um déficit principalmente nos menores, que são mais
primário que não ocorria desde 1999. Isso é resultado dependentes de transferências como FPM. Decorre daí
das políticas econômicas anticíclicas aplicadas pelo que se deve exercer um controle especial nas despesas
governo que ainda recaem sobre a arrecadação com pessoal, pois a Lei de Responsabilidade Fiscal que
federal. Contudo, contrariando esse cenário, os entrou em vigor em 2001 e foi um grande passo no
repasses aos municípios apresentam melhora em controle das finanças públicas, estabelece que as
relação ao mês de abril. despesas com pessoal no âmbito municipal não podem
ultrapassar 60% das receitas correntes líquidas. Uma
Evolução das Transferências Federais redução nos repasses de verbas federais vai provocar
Constitucionais aos Municípios do Maranhão um aumento no percentual dos gastos com pessoal. Ou
seja, os municípios que estavam operando próximos a
(Valores Constantes de Maio de 2009,
este limite nos anos recentes, provavelmente vão
Corrigidos Pelo INPC) excedê-lo nesta conjuntura de queda nas
Período FPM FUNDEB Outras Total transferências.
O descumprimento da LRF acarreta tanto sanções
Peso na
o institucionais, que correspondem à interrupção de
média dos 1 47,2 52,4 0,4 100,0
transferências voluntárias realizadas pelo governo
5 meses/09
federal, quanto sanções pessoais, que cairão sobre o
Jan09/jan08 -4,5 -20,2 -30,8 -11,7 administrador e que vão da cassação do mandato até
fev09/fev08 -18,1 -8,9 818,9 -13,8 detenção.
mar09/mar08 -16,9 43,4 -63,5 10,8
Um levantamento feito com base nos dados dos
abr09/abr08 -14,3 5,4 -80,8 -6,8
municípios maranhenses de 2007 já mostrava um
mai09/mai08 -2,9 43,8 -9,2 20,6
o o
grande número de municípios operando na faixa de
1 tri09/1 risco acima de 50%. No cenário atual de queda nas
-13 3 -32 -6
tri08 receitas teríamos muitos municípios excedendo os
1°quadri09/ limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
-13,4 36,3 -53,1 -6,0
1°quadri08
Abaixo temos um ranking dos dez municípios
1° 5 meses09/ maranhenses em pior situação no que tange aos gastos
-11,2 13,4 -50,5 -0,10
1° 5 meses08 com pessoal.
Fonte: STN
SITUAÇÃO DOS MUNICIPIOS MARANHENSES EM RELAÇÃO AS
Receitas DESPESAS COM PESSOAL
Embora em queda nos primeiros cinco meses do Desp. Pessoal desp.Pss/
Município População Despesa Total
ano, as transferências constitucionais no mês de maio e Encargos desp.total %
melhoraram consideravelmente. O FPM apresentou Cururupu 33.987 22.001.294 13.672.818 62,1
uma leve queda de 2,9% no mês e uma queda de Mata Roma 13.823 11.338.969 6.784.620 59,8
11,2% no acumulado dos cinco primeiro meses. O Cantanhede 18.725 12.348.424 7.379.524 59,8
destaque positivo foi sem duvida o FUNDEB que São João do
16.602 12.077.763 7.103.549 58,8
cresceu 43,8% no mês e 13,4% no acumulado. No total Soter
as transferências apresentaram uma pequena queda Coroatá 60.476 43.289.957 25.193.002 58,2
Serrano do
de 0,1% que foi puxado pra cima graças ao aumento da 10.644 7.466.541 4.291.186 57,5
Maranhão
participação do FUNDEB e o pacote de ajuda aos Turilândia 20.477 15.899.350 9.136.671 57,5
municípios anunciado pelo governo que tentará Tutóia 47.074 32.197.135 18.056.534 56,1
compensar as perdas de arrecadação e será Maracaçumé 17.633 12.839.992 7.193.533 56,0
direcionada principalmente para municípios pequenos Santa Luzia 69.561 45.268.117 25.184.745 55,6
e mais pobres. fonte:stn

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GACE - Carta de Conjuntura Junho de 2009

EXPEDIENTE

Carta Mensal de Conjuntura


o
Ano 1, N 2, Junho-Julho de 2009

GACE – Grupo de Análise de Conjuntura Econômica – UFMA.

Reitor: Prof. Dr. Natalino Salgado Filho.

Diretor do Centro de Ciências Sociais: Prof. Dr. César Castro.

Chefe do Departamento de Economia: Prof. Msc. Welbson do Vale Madeira.

Coordenador do Curso de Ciências Econômicas: Prof. Dr. João Claudino Tavares.

GACE – Líderes do Grupo: Prof. Dr. Ricardo Zimbrão Affonso de Paula e Prof. Msc. Felipe Macedo de Holanda.

Conselho Editorial: Prof. Msc. Alan Vasconcelos Santos, Prof. Dr. Ricardo Zimbrão Affonso de Paula; Prof. Msc.
Felipe Macedo de Holanda;
Editoração: Membros do GACE.

Revisão: Membros do GACE.

Pesquisadores discentes do GACE: Eduardo Henrique Santos Pereira; Leilivânia Lima e Silva; Marcello
Duaillibe Barros; Paulo Eduardo P. Ronchi; Paulo Ricardo Lima; Rodrigo Botão; Vitor Atan.

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