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HUMANO
ÍNDICE
Introdução……………………………………………………………………………..3
Conclusão……………………………………………………………………………10
Bibliografia…………………………………………………………………………...11
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INTRODUÇÃO
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CAUSAS DESTE FENÓMENO
Uma das principais causas do tráfico humano reside na migração de pessoas, que,
devido às condições de saída do país de origem e as de chegada aos países de destino
colocam as pessoas migrantes em situações de dependência e de vulnerabilidade,
tornando-se alvos fáceis para redes criminosas que pretendem obter lucros. As pessoas
emigrantes facilmente entram numa cadeia de explorações a vários níveis, ao longo do
seu percurso migratório, desde a origem até ao destino.
Na base destes movimentos estão, entre outros factores, a pobreza, a falta de meios para
garantir a subsistência a curto e a médio prazo, a procura de melhores condições de
vida, a ausência de oportunidades de trabalho e, no limite, a fuga à fome, à miséria e a
uma morte anunciada.
Consta-se que as mulheres migrantes são as mais vulneráveis aos abusos cometidos
contra os direitos humanos.
Para além disso, outra causa que levam as pessoas a serem traficadas são as situações
de promessas de trabalho enganadoras, feitas na maioria dos casos, por amigos ou
familiares e estão ligados à decisão de viajar e pretender trabalhar noutro país. Esta
causa é reveladora da extrema complexidade de um fenómeno que se insinua no seio de
relações de proximidade das vítimas, tornando-se ainda mais difícil prevenir.
Existem também casos de tráfico devido razões aventureiras ou possíveis
relacionamentos que as pessoas arriscam a fazer, por intermédio da internet.
Por último, as vítimas podem sofrer perturbações mentais.
Sexo feminino:
A maioria das vítimas são:
Solteiras, com, aproximadamente, 30 anos e o desvio-padrão das idades pode
variar entre 22 e 38 anos;
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Estrangeiras (nomeadamente brasileiras, mas existem vítimas com cerca de uma
dúzia de nacionalidades);
2/3 encontram-se em situação ilegal;
Exploradas sexualmente, na Região Norte do país, a trabalhar em
estabelecimentos de diversão nocturna;
Sexo masculino:
A maioria das vítimas são:
Solteiras e a idade é, também, de, aproximadamente, 30 anos e o desvio-padrão
é ligeiramente superior ao das mulheres;
Estrangeiras (nomeadamente oriundos de países de Leste);
Associadas a formas de exploração laboral em quintas ou construção civil ou
coagidas para a prática de crimes (sobretudo de furtos);
Os restantes aspectos são semelhantes aos das mulheres.
Crianças:
Oriundas de países afectados por conflitos, sem autoridades que possam protegê-
las.
São espancadas, violadas, compradas, vendidas, arrancadas das suas casas
devido à guerra e forçadas a servir como soldados ou escravas sexuais.
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Efectivamente, as redes organizadas oferecem preços mais altos por rapazes: um
indivíduo do sexo feminino confessou numa gravação da polícia que raptou crianças, há
dois anos, e recebia 1200 dolares (848 euros) por um rapaz e pouco mais de 200 (141
euros) por uma rapariga.
Em África, países como África do Sul e muitos outros, não têm uma legislação que
criminalize o tráfico humano, piorando mais a situação. Algo que preocupa as
autoridades é a possibilidade de aumentar o tráfico de mulheres para a prostituição, com
a chegada do Mundial de Futebol. As zonas de África mais afectadas são a Ocidental e
Central, onde o trabalho forçado e a remoção de órgãos são as razões mais comuns para
o tráfico.
Portugal não surge como país de origem de vítimas, mas sim de destino ou passagem
para países mais desenvolvidos, sendo os agressores os de nacionalidade portuguesa. As
vítimas que são traficadas para Portugal são provenientes do Brasil, países da Europa de
Leste e Central e de países africanos de língua portuguesa.
De facto, o tráfico humano está associado a um dos tipos de crime mais graves da nossa
sociedade. No entanto, consegue ser bem ocultado pelas redes criminosas, dificultando a
tarefa das autoridades.
Segundo a Polícia Judiciária, nos últimos cinco anos foram instaurados apenas 129
processos relacionados com tráfico humano, sendo um número muito reduzido e inferior
à realidade. Efectivamente, o país tem adoptado várias medidas no sentido de
neutralizar as redes de tráfico. Manuel Albano, relator do Plano Nacional Contra o
Tráfico de Seres Humanos, garante que 43 medidas das 63 previstas já foram
executadas. Para além disso, confessa que Portugal atacou tarde e tem que cooperar
internacionalmente.
Um relatório fornecido pelo departamento de estado norte-americano revela que
Portugal tem intensificado a investigação e perseguição ao tráfico de seres humanos,
bem como alguns mecanismos de prevenção. Todavia, não foi fornecido o número de
infractores condenados e sentenciados em 2008, apesar de Portugal ter identificado um
número significativo de vítimas deste tipo de crime, nesse ano.
Além disso, o relatório recomenda que o país melhore os procedimentos de apoio e
assistência às vítimas, envolva as organizações não-governamentais na identificação
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inicial das potenciais vítimas e faça campanhas de sensibilização sobre o tráfico de
pessoas e exploração sexual. Também, recomenda a formação de especialistas no
combate ao tráfico de pessoas.
Há alguns anos atrás, o país carecia de uma legislação específica sobre o tráfico para
exploração laboral - o crime mais próximo previsto na lei era o da escravidão, mas este
era muito difícil de provar. O código penal previa o crime de tráfico de pessoas, apenas
para exploração sexual. Só mais tarde é que o Governo tipificou os crimes de tráfico
humano para exploração laboral e de comercialização de pessoas, abrangendo estes
últimos casos de venda para fins de exploração sexual, venda de órgãos e adopção.
Actualmente existe um sistema de monitorização (em funcionamento desde 2008) que,
tem ajudado as autoridades a estimarem os números de pessoas vítimas deste crime. Em
consequência, os casos registados permitiram abrir investigações, a fim de compreender
o quadro social específico em que o tráfico de seres humanos e a criminalidade
associada se manifestam, porque esses casos sugerem sempre situações em que as
manifestações de discriminação social, de ilicitude, de violência do género, bem como
de outros tipos de crimes, estão presentes.
Recentemente, foi revelado, pela Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, que apenas
um recluso foi condenado a uma pena efectiva, devido a exploração laboral e sexual,
após intensas buscas da polícia, no combate ao tráfico, que duraram 3 anos. Isto deve-se
ao facto de o crime de “tráfico de pessoas” ser punível com pena de cadeia entre os três
e os dez anos, podendo o juiz suspender todas as penas até cinco anos de prisão. Por
isso, há condenados que escapam de uma pena, uma vez que são situações de especial
complexidade cuja prova de todos os elementos é difícil. Os suspeitos acabam por ser
detidos por outros crimes como sequestro, rapto ou até ofensas à integridade física.
Apesar de tudo, a Polícia Judiciária já desmantelou várias redes que se dedicam à
exploração sexual e/ou à exploração laboral.
Nos últimos anos têm-se intensificado as campanhas de luta contra o tráfico. Por
exemplo, existe um dia em que se celebra essa luta – o dia 18 de Outubro – em toda a
Europa.
Para além disso, o I Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos, aprovado em
Conselho de ministros para o triénio 2007-2010, desenvolveu uma campanha contra o
tráfico, tendo como objectivo a sensibilização e a denúncia deste crime.
Internacionalmente, a televisão MTV tem, também, desenvolvido campanhas
juntamente com algumas bandas famosas (the killers, Radiohead), para alertar contra o
tráfico e exploração humanas. De facto, a divulgação deste fenómeno através da música
pode contribuir para aumentar a sensibilização.
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Por último, em 2005, foi produzido um filme que chamou a atenção para este problema,
denominado” Human Trafficking”. A cena centra-se em vários casos de pessoas que
nunca mais foram vistas pela família, pois foram raptadas e um detective que tenta
encontrá-las. Segundo a revista “Forbes”, este filme foi considerado como um dos mais
importantes “shackers” do ano de 2005.
CONCLUSÃO
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Sem dúvida que estamos a caminhar bem, no sentido combater o tráfico humano: as
autoridades estão mais atentas e preparadas para enfrentar possíveis casos; a sociedade
tem vindo a ser alertada, mesmo sendo de forma lenta; os números de pessoas traficadas
tem diminuído, assim como o número de redes.
No entanto, ainda continuam muitas pessoas a ser traficadas e, imprevisivelmente,
podemos ser nós vítimas. A não sensibilização devida pode prejudicar a nossa própria
segurança e, por esse facto, o governo deve apostar em mais campanhas, já que
actualmente existem poucas.
Pessoalmente, confesso nunca ter visto uma reportagem que abordasse o tema do
tráfico humano, algo que me intriga profundamente, uma vez que estou seriamente
convencida que, o desaparecimento de alguns jovens portugueses e a inexistência de
pistas, se devem a uma possível mão criminosa associada ao tráfico humano.
BIBLIOGRAFIA
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Sites da internet:
www.jn.pt
www.dn.pt
www.africatodayonline.com/pt/
www.exercitodesalvacao.pt
www.observatoriodoalgarve.com
www.igualdade.gov.pt/
www.cnn.com
www.atrevidax.com
www.inverbis.net
www.a-pagina-da-educacao.pt/
www.mtv.pt
www.wikipedia.org
www.apf.pt
www.otsh.pt
Jornais:
“Jornal de Notícias” - dia 12 de Abril de 2010
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