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Engenharia Civil
Júri
Presidente: Professor Doutor Albano Luís Rebelo da Silva das Neves e Sousa
Orientadores: Professor Doutor João Paulo Janeiro Gomes Ferreira
Professora Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen
Vogais: Professor Doutor Fernando António Baptista Branco
Professor Doutor Manuel Francisco Costa Pereira
OUTUBRO DE 2013
Resumo
Existem diversas organizações que produzem documentos normativos, no âmbito dos materiais
de construção (em particular os betões), nomeadamente as entidades: ISO (organização que
produz normas a nível mundial em colaboração com diversos países membros desta
organização), CEN (organização que produz normas a nível europeu em colaboração com os
países europeus) e IPQ (organismo português responsável pela produção de normas
portuguesas).
O objetivo principal deste estudo foi conhecer o modo de funcionamento de alguns laboratórios
de ensaio de materiais de construção e os respetivos ensaios realizados. Para o efeito, foi
desenvolvido um trabalho de campo (que incluiu a realização de inquérito presencial e visitas às
instalações dos laboratórios) a treze laboratórios portugueses pertencentes: a universidades e
politécnicos; a fabricantes de cimento; a centrais de betão; a institutos públicos; as instituições
que resultam de parcerias público/privada e a empresas particulares e de construção.
De acordo com o trabalho de campo e com base na pesquisa normativa realizada, foi possível
apresentar as características gerais dos laboratórios de ensaio, interpretar e avaliar as tendências
dos laboratórios ao nível de alguns aspetos fundamentais de funcionamento, nomeadamente,
materiais ensaiados, aspetos físicos do laboratório (área de implantação e divisão dos espaços
laboratoriais), ensaios realizados (normas/especificações adotadas, acreditação e frequência de
ensaio), manutenção e calibração de equipamentos (tipo e periodicidade), corpo técnico e
utilizadores.
i
ii
Abstract
There are several organizations that produce normative documents, within the framework of
construction materials (particularly concretes), namely: ISO (organization that produces
worldwide standards in collaboration with other several member countries part of this
organization), CEN (that produces standards at a European level in collaboration with European
countries) and IPQ (Portuguese agency responsible for the development of the Portuguese
standards).
The characteristics of performance of concrete, are evaluated through laboratories tests which
test procedures are set out in standards and technical specifications. In this context this
dissertation has prepared a synthesized document with a survey of all tests that can be
performed on concretes in the fresh state, hardened state and durability tests, as well as their
respective test standards in Portugal.
The main aim of this study is to understand the functioning of the testing laboratories for
concrete in construction, as well as the laboratory tests. Fieldwork study was carried out (which
included making inquiries in the field and visiting laboratories facilities) in thirteen Portuguese
laboratories belonging to the universities and polytechnics; to the cement manufacturers; to the
concrete plants; to the public institutes; to the public/private institutions; to a military institution
and to the private companies and construction companies.
Based on this fieldwork study and the normative research conducted, it was possible to present
the general characteristics of the testing laboratories for concrete in construction, interpret and
evaluate laboratories trends at some aspects of the functioning such as: materials tested,
deployment area and division of laboratory space, laboratory tests (standards and specifications
adopted, accreditation and test frequency), type of maintenance and calibration of the
compression test (periodicity), staff and users.
iii
iv
Agradecimentos
A realização da presente dissertação apenas foi possível devido a um conjunto de pessoas que, a
diversos níveis, me ajudaram ao longo deste último ano.
Ao professor João Paulo Ferreira agradeço o apoio prestado, que apesar da distância física que
nos separou, contribuiu com ensinamento e ideias indispensáveis à realização desta dissertação.
Ao pessoal técnico do LC, especialmente ao Sr. Leonel Silva, agradeço todo o apoio prestado
por ter disponibilizado informações do funcionamento do laboratório, imprescindíveis para a
elaboração desta dissertação.
Aos engenheiros: António Churro e António Ferreira do LNEC, João André da APEB, David
Martins e Carlos Marques da Betão Liz, Marta Freitas do ISQ, Paulo Alarcão e João Pereira do
Grupo Cimpor, Ana Chaves do Grupo Teixeira Duarte, Vasco Freitas da FEUP, Mariana
Monteiro da GEAFA, Pedro Gago do Grupo Secil, Andreia Matias do LEMO, Ricardo Ribeiro
da Unibetão e João Costa do ISEL, agradeço a colaboração e o empenho, fundamentais na
realização dos inquéritos para obtenção da informação durante o trabalho de campo da
investigação.
Ao meu colegaTiago Barroqueiro, por ter sido uma pessoa impecável e sempre disponível para
me ajudar ao longo do desenvolvimento da minha dissertação.
Aos meus colegas de curso, Micael Ferreira, Nuno Soares e Filipe Baptista, Pedro Martins,
agradeço toda a amizade, companheirismo e apoio transmitidos ao longo dos últimos anos.
Aos meus pais, especialmente à minha mãe, por ter tido um papel fundamental no
desenvolvimento da minha investigaçao , motivando-me a continuar, sem o que a realização
desta dissertação era impossível.
À minha tia Maria da Conceição Situ Antunes, ao meu primo Ricardo Carrolo que tiveram um
papel importante nas várias fases deste estudo e aos meus irmãos, agradeço todo o apoio e
compreensão que me deram nos momentos mais críticos.
v
vi
Abreviaturas
vii
viii
Índice
Resumo..................................................................................................................................... i
Abstract .................................................................................................................................. iii
Agradecimentos ........................................................................................................................ v
Abreviaturas ...........................................................................................................................vii
Índice.......................................................................................................................................ix
Índice de figuras ..................................................................................................................... xv
Índice de quadros ................................................................................................................... xix
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento e justificação da investigação ............................................................ 1
1.2. Objetivos ................................................................................................................... 1
1.3. Estrutura e organização do texto ................................................................................ 2
2. ENQUADRAMENTO GERAL DA NORMALIZAÇÃO .................................................................. 5
2.1. Considerações gerais ................................................................................................. 5
2.1.1. Objetivos ........................................................................................................... 5
2.1.2. Enquadramento histórico .................................................................................... 5
2.1.3. Globalização do mercado dos produtos de construção. Marcação CE.................. 6
2.2. Conceito, objetivos, princípios e importância da normalização ................................... 7
2.2.1. Normalização ..................................................................................................... 7
2.2.2. Objetivos da normalização ................................................................................. 7
2.2.3. Princípios da normalização................................................................................. 8
2.2.4. Benefícios da normalização ................................................................................ 8
2.3. Organismos de normalização (comités) ...................................................................... 9
2.3.1. Organismos internacionais de normalização: International Organization for
Standardization (ISO) ..................................................................................................... 10
2.3.2. Organismo Europeu de Normalização: European Committee for Standardization
(CEN) 10
2.3.3. Organismos Nacionais de Normalização (ONN) ............................................... 11
2.3.3.1. Instituto Português da Qualidade (IPQ) ..................................................... 11
2.4. Organização, função e objetivos do acervo normativo português .............................. 13
2.4.1. Normas ............................................................................................................ 13
2.4.1.1. Pré-norma (ENV) ..................................................................................... 17
2.4.1.2. Processos de elaboração de uma norma nacional ....................................... 17
2.4.1.3. Diferentes tipos de normas ....................................................................... 17
2.4.2. Especificações Técnicas (TS) ........................................................................... 18
ix
2.4.3. Relatórios Técnicos (TR) ................................................................................. 19
2.4.4. Guias técnicos / Fichas técnicas........................................................................ 19
2.5. Acervo normativo europeu/português do betão......................................................... 19
2.6. Síntese do capítulo ................................................................................................... 21
3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS BETÕES .......................................................................... 23
3.1. Objectivos ............................................................................................................... 23
3.2. Considerações gerais ............................................................................................... 23
3.3. Abordagem geral da norma NP EN 206-1:2007 ....................................................... 25
3.3.1. Objetivo e campo de aplicação ......................................................................... 26
3.4. Materiais constituintes do betão ............................................................................... 27
3.4.1. Cimento ........................................................................................................... 27
3.4.2. Adições ............................................................................................................ 30
3.4.3. Agregados........................................................................................................ 31
3.4.4. Água de amassadura......................................................................................... 33
3.4.5. Adjuvantes ....................................................................................................... 33
3.5. Composição dos betões ............................................................................................ 35
3.6. Betões modificados.................................................................................................. 36
3.6.1. Betões de alto desempenho .............................................................................. 36
3.6.2. Betões auto-compactáveis ................................................................................ 37
3.6.3. Betões leves ..................................................................................................... 37
3.6.4. Betões pesados ( massa específica elevada) ...................................................... 38
3.6.5. Betões poliméricos ........................................................................................... 38
3.6.6. Betões reforçados com fibras ........................................................................... 38
3.7. Propriedades mecânicas e físicas do betão ................................................................ 39
3.7.1. Resistência à compressão ................................................................................. 39
3.7.2. Resistência à tração .......................................................................................... 40
3.7.3. Módulo de elasticidade .................................................................................... 40
3.7.4. Massa volúmica ............................................................................................... 40
3.7.5. Dilatação térmica ............................................................................................. 41
3.7.6. Fluência e retração ........................................................................................... 41
3.8. Propriedades de durabilidade do betão ..................................................................... 42
3.8.1. Fatores de degradação do betão ........................................................................ 42
3.8.2. Causas mecânicas, física e química de degradação ........................................... 43
3.8.2.1. Corrosão das armaduras induzidas pela carbonatação do betão.................. 43
3.8.2.2. Corrosão das armaduras induzida pelos cloretos ....................................... 44
3.8.2.3. Ação do gelo/degelo ................................................................................. 45
x
3.8.2.4. Ataque químico ........................................................................................ 46
3.8.3. Exigências de durabilidade do betão ................................................................. 47
3.9. Especificação do betão ............................................................................................. 48
3.10. Classificação do betão .......................................................................................... 49
3.10.1. Classificação da resistência à compressão......................................................... 49
3.10.2. Classificação da consistência ............................................................................ 49
3.10.3. Classificação da exposição ambiental ............................................................... 50
3.10.4. Classificação da massa volúmica ...................................................................... 51
3.10.5. Classificação do teor de cloretos ...................................................................... 51
3.11. Ensaios em betões ................................................................................................ 52
3.11.1. Ensaios ao betão fresco .................................................................................... 52
3.11.1.1. Amostragem do betão fresco .................................................................... 52
3.11.1.2. Consistência do betão ............................................................................... 54
3.11.1.3. Massa volúmica e teor de ar do betão........................................................ 54
3.11.2. Ensaios ao betão endurecido............................................................................. 55
3.11.3 Ensaios de durabilidade ........................................................................................ 57
3.12. Síntese do capítulo ............................................................................................... 57
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS LABORATÓRIOS .............................................................. 61
4.1. Objetivos ................................................................................................................. 61
4.2. Metodologia ............................................................................................................ 61
4.2.1. Definição do universo e da amostra .................................................................. 61
4.2.2. Métodos de recolha de dados ............................................................................ 63
4.2.2.1. Questionário ............................................................................................. 63
4.3. Caracterização geral da atividade dos laboratórios visitados ..................................... 65
4.3.1. Laboratórios públicos ....................................................................................... 65
4.3.1.1. Laboratório de Ensaios de Betão e Cimentos (LABTEC) - Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC) ......................................................................... 65
4.3.1.2. Laboratório de Solos e Pavimentos (LSP) – Grupo de Engenharia de
Aeródromos da Força Aérea (GEAFA) ........................................................................ 67
4.3.1.3. Laboratório de Materiais de Construção (LMC) - Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa (ISEL) ....................................................................................... 70
4.3.1.4. Laboratório da tecnologia do betão e do comportamento estrutural
(LABEST) - Faculdade de Engenharia Universidade do Porto (FEUP) ......................... 71
4.3.1.5. Laboratório de Construção (LC) - Instituto Superior Técnico (IST) ........... 73
4.3.2. Laboratórios privados....................................................................................... 75
4.3.2.1. Laboratório Central Grupo Cimpor (LCGC) – Grupo Cimpor Betão S.A . 75
xi
4.3.2.2. Laboratório de Betões (LB) da SECIL – Companhia Geral de Cal e
Cimento, S.A. .............................................................................................................. 78
4.3.2.3. Laboratório Central da Betão Liz (LCBL) – Betão Liz, S.A. ..................... 79
4.3.2.4. Laboratório de Lisboa-Frielas (LLF) da Unibetão - Indústrias de Betão
Preparado, S.A ............................................................................................................ 82
4.3.2.5. Laboratório de Materiais (LabMat) - Instituto de Soldadura e Qualidade
(ISQ) 83
4.3.2.6. Laboratório de ensaio da Associação Portuguesa das Empresas de Betão
Pronto - APEB ............................................................................................................ 85
4.3.2.7. Laboratório de Materiais - Teixeira Duarte (LM), Engenharia e
Construções, S.A ......................................................................................................... 87
4.3.3. Laboratório público/privado ............................................................................. 88
4.3.3.1. Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras (LEMO) ............................ 88
4.4. Síntese do capítulo ................................................................................................... 91
5. ANÁLISE DE RESULTADOS DOS INQUÉRITOS ....................................................... 93
5.1. Objetivos ................................................................................................................. 93
5.2. Apresentação e análise dos dados recolhidos ............................................................ 93
5.2.1. Materiais ensaiados em laboratório................................................................... 93
5.2.2. Gestão do espaço físico dos laboratórios........................................................... 95
5.2.3. Ensaios realizados em betões ........................................................................... 95
5.2.3.1. Ensaios ao betão fresco ................................................................................ 96
5.2.3.2. Ensaios ao betão endurecido ......................................................................... 97
5.2.3.3. Ensaios de durabilidade do betão ................................................................ 100
5.2.3.4. Análise comparativa do acervo normativo e acreditação dos ensaios em betões
103
5.2.4. Equipamentos dos laboratórios ....................................................................... 106
5.2.4.1. Calibrações e manutenção da prensa de compressão ................................... 106
5.2.5. Gestão do corpo técnico e utilizadores dos laboratórios .................................. 109
5.2.6. Serviços dos laboratórios................................................................................ 113
5.2.7. Logística dos laboratórios .............................................................................. 114
5.2.8. Acreditação e administração dos laboratórios ................................................. 117
5.2.9. Limpeza dos laboratórios ............................................................................... 120
5.3. Aspectos a melhorar nos laboratórios ..................................................................... 120
5.4. Síntese do capítulo ................................................................................................. 121
6. CONSIDERAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ........................................................ 125
6.1. Considerações finais .............................................................................................. 125
6.2. Conclusões ............................................................................................................ 126
6.3. Propostas para desenvolvimentos futuros ............................................................... 127
xii
Referências bibliográficas ..................................................................................................... 129
Páginas da internet ............................................................................................................ 133
Normas e especificações ................................................................................................... 134
ANEXO A ............................................................................................................................... ii
ANEXO B ............................................................................................................................. xiv
ANEXO C ............................................................................................................................ XX
xiii
xiv
Índice de figuras
xv
Figura 4.24 - Prestação de serviço do LB ................................................................................ 79
Figura 4.25 - Sala de ensaios químicos do LB ......................................................................... 79
Figura 4.26 - Sala para de ensaio de agregados do LB. ............................................................ 80
Figura 4.27 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LB ............................................. 80
Figura 4.28 - Prestação de serviço do LC ................................................................................ 81
Figura 4.29 - Área para ensaios mecânicos do LCBL. .............................................................. 81
Figura 4.30 - Área para preparação de amostras do LCBL. ...................................................... 82
Figura 4.31 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LCBL ........................................ 82
Figura 4.32 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LLF. .......................................... 83
Figura 4.33 - Prestação de serviços do LabMat. ....................................................................... 84
Figura 4.34 - Equipamento para ensaio de flexão do LabMAT................................................. 84
Figura 4.35 - Prensa de compressão do LabMat. ...................................................................... 84
Figura 4.36 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LabMat ...................................... 85
Figura 4.37 - Máquina de medição de coordenadas para o ensaio de moldes da APEB. ............ 86
Figura 4.38 - Equipamentos utilizados na calibração de máquinas de ensaio uniaxiais à
compressão da APEB. ............................................................................................................. 86
Figura 4.39 - Organograma da estrutura do corpo técnico da APEB. ........................................ 87
Figura 4.40 – Prestação de serviços do LM ............................................................................. 87
Figura 4.41 – Sala de químicos do LM. ................................................................................... 88
Figura 4.42 – Sala de preparação e retificação de provetes do LM. .......................................... 88
Figura 4.43 - Organograma da estrutura do corpo técnico da LM. ............................................ 89
Figura 4.44 – Prestação de serviços do LEMO ........................................................................ 90
Figura 4.45 - Sala de betões do LEMO. ................................................................................... 90
Figura 4.46 - Sala para ensaios especiais (ensaio triaxial) do LEMO ........................................ 91
Figura 4.47 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LEMO ....................................... 91
Figura 5.1 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de material que ensaiam .............. 94
Figura 5.2 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de betões que ensaiam ................. 96
Figura 5.3 - Percentagem de laboratórios em função das dimensões definidas .......................... 97
Figura 5.4 - Percentagem de ensaios executados e de ensaios acreditados nos laboratórios ao
betão fresco ............................................................................................................................ 98
Figura 5.5 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão fresco ............................................................................. 99
Figura 5.6 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/menos
frequentes ao betão fresco. .................................................................................................... 100
Figura 5.7 - Percentagem de ensaios executados e de ensaios acreditados nos laboratórios ao
betão endurecido ................................................................................................................... 101
xvi
Figura 5.8 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão endurecido ................................................................... 102
Figura 5.9 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/ menos
frequentes o betão endurecido ............................................................................................... 103
Figura 5.10 - Percentagem de ensaios de durabilidade executados e de ensaios acreditados... 104
Figura 5.11 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios de durabilidade e os que
realizam ensaios acreditados/não acreditados ........................................................................ 105
Figura 5.12 - Percentagem de ensaios acreditados por cada classe de ensaio em betões. ......... 105
Figura 5.13 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios acreditados por cada classe de
ensaio em betões. .................................................................................................................. 106
Figura 5.14 - Percentagem de ensaios que seguem normas internacionais/outras ou normas
europeias e/ou especificações do LNEC em cada classe de ensaio em betões. ........................ 106
Figura 5.15 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de manutenção da prensa e
respetiva periodicidade.......................................................................................................... 107
Figura 5.16 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de calibração da prensa e respetiva
periodicidade ........................................................................................................................ 107
Figura 5.17 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de reparação ............................ 108
Figura 5.18 - Percentagem dos técnicos em função da formação. ........................................... 109
Figura 5.19 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios privados.
............................................................................................................................................. 110
Figura 5.20 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios públicos.
............................................................................................................................................. 110
Figura 5.21 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios
público/privado. .................................................................................................................... 111
Figura 5.22 - Percentagem global de técnicos por categorias do corpo técnico nos laboratórios
............................................................................................................................................. 111
Figura 5.23 – Número de (técnicos e utilizadores)/dia ........................................................... 114
Figura 5.24 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de clientes ............................... 117
Figura 5.25 - Percentagem de laboratórios que realiza publicidade ........................................ 117
Figura 5.26 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de informação divulgada e meios
utilizados para a divulgação .................................................................................................. 118
Figura 5.27 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de recolha de resíduos ............. 118
Figura 5.28 - Percentagem de laboratórios acreditados / não acreditados ................................ 118
Figura 5.29 - Percentagem de laboratórios que comercializam ensaios ................................... 119
Figura 5.30 – Percentagem de laboratórios em função da variação de preços de ensaios ........ 120
xvii
xviii
Índice de quadros
xix
xx
1. INTRODUÇÃO
Para se poder adquirir uma visão geral do funcionamento dos laboratórios, surge a necessidade
de se realizar um trabalho de campo, com base num inquérito presencial, a diversos laboratório
de betões, localizados na sua maioria no destrito de Lisboa e Setúbal, a fim de se recolher
informações essenciais para a investigação.
Neste âmbito surge também a necessidade de existir um documento que sintetize todos os
ensaios que podem ser efetuados em betões e respetivas normas, para avaliar as suas
características de desempenho.
Desta forma, torna-se necessário realizar, um estudo alargado das normas e outros documentos
técnicos, bem como adquirir um maior conhecimento do material em estudo, dos ensaios que
podem ser realizados ao betão no estado fresco, endurecido e dos ensaios de durabilidade.
1.2. Objetivos
Este trabalho pretende, nos diferentes capítulos, atingir diversos objetivos, nomeadamente:
1
português, a fim de promover um melhor entendimento das metodologias para ensaios de
betão;
estudar as características gerais dos betões estruturais, ao nível da sua composição, das suas
propriedades, especificações e requisitos aplicados, entre outros, e conhecer os vários tipos
de ensaios normalizados realizados em betões;
alargar o conhecimento das características gerais dos laboratórios de ensaio ao nível dos
materiais ensaiados, dos ensaios realizados e métodos de ensaio seguidos, da calibração e
manutenção de alguns equipamentos relevantes, dos utilizadores dos laboratórios, dos
serviços e clientes, da logística, da acreditação, da comercialização de ensaios e da limpeza
dos laboratórios;
analisar e comparar os resultados obtidos a partir dos inquéritos realizados durante o
trabalho de campo e interpretar e avaliar as tendências dos laboratórios de acordo com a
análise efetuada.
Este trabalho está organizado em seis capítulos que, genericamente, podem ser divididos em
duas partes. A primeira parte engloba os capítulos 1 a 3 e pretende fazer a síntese do estado da
arte, com base nas referências bibliográficas disponíveis, contribuindo para um conhecimento
mais aprofundado da normalização, assim como das características gerais dos betões.
2
O capítulo 3 é dedicado à caracterização do material em estudo, neste caso, os betões
utilizados para a construção. Numa fase inicial, é feita uma breve resenha histórica acerca do
aparecimento e fabrico dos diferentes tipos de betões que foram surgindo ao longo do tempo.
Em seguida é feita uma abordagem geral da norma NP EN 206-1 como documento de
referência inerente à especificação, desempenho, produção e avaliação da conformidade do
betão. Seguidamente é apresentada a composição dos betões onde é feita a seleção e
caraterização dos diferentes constituintes dos betões e a sua regulamentação. Em seguida é
realizado um levantamento das caraterísticas e potêncialidades de alguns tipos de betões
existentes na atualidade para a construção, e é realizado um levantamento das propriedades
mecânicas, físicas e de durabilidade mais relevantes do betão e respetivas exigências.
Seguidamente, é abordada a especificação e classificação do betão de acordo com a norma NP
EN 206-1. Por último, são apresentados os vários tipos de ensaios em betões e os respetivos
métodos utilizados (normas, especificações do LNEC e procedimentos de ensaio).
O capítulo 4 é dedicado à caraterização geral dos laboratórios visitados. Numa primeira fase é
abordada a estrutura da metodologia: definição do universo da amostra; instrumentos e
métodos de recolha de dados e estrutura do questionário. Numa segunda fase é feita a
caracterização geral da atividade dos laboratórios visitados com base na informação recolhida.
No final do trabalho são apresentadas as referências bibliográficas que serviram de base para o
desenvolvimento deste estudo e, em anexo, alguns aspectos complementares dos diferentes
capítulos, nomeadamente: o formulário do inquérito aos laboratórios visitados (anexo A); o
documento com as métodos de ensaio dos ensaios em betões no estado fresco, no estado
endurecido e ensaios de durabilidade (anexo B) e as tabelas complementares relativas à análise
3
do funcionamento do laboratório, nomeadamente: materiais ensaiados, aspetos físicos do
laboratório, ensaios realizados (normas e especificações do LNEC adotadas, acreditação e
frequência de ensaio), tipo de manutenção e calibração da prensa de ensaio e respetiva
periodicidade e corpo técnico (função, ocupação diária e formação) (anexo C).
4
2. ENQUADRAMENTO GERAL DA NORMALIZAÇÃO
2.1.1. Objetivos
Refletindo um pouco sobre a normalização, pode-se verificar que no seu sentido mais amplo, ela
fornece a base sobre a qual a natureza criou o universo. Pode-se considerar a linguagem falada e
escrita como as formas primárias de normalização, estas foram desenvolvidas para possibilitar a
comunicação e o entendimento entre a humanidade, ou seja, para normalizar (IPQ, 2009).
5
noutro plano, a garantia das condições de segurança e de higiene dos aglomerados
populacionais. É este cenário que propicia o desabrochar da normalização, a começar pela pré-
normalização empresarial, de fisionomia individual, portanto sem caráter coletivo que
verdadeiramente a define, e pela normalização estatal restrita, do domínio do material contra
incêndio e do abastecimento de àgua e de gás (Fernandes, 1981).
6
O RPC estabelece a marcação CE como sendo a única marcação que atesta a conformidade do
produto de construção com o desempenho declarado relativamente às suas caraterísticas
essenciais conforme estabelecidas na especificação técnica harmonizada aplicável (Duarte,
2011).
O betão está isolado dos restantes produtos da construção pelo facto de ainda não ter sido
publicado o respetivo mandato. Desta forma o betão não está abrangido pelo RPC pelo que não
poderá ostentar a marcação CE. Esta situação prende-se com questões políticas que levam a que
não haja consenso acerca do conteúdo do mandato nomeadamente sobre a sua aplicação,
existindo uma bipolaridade onde um conjunto de estados membros defende a sua aplicação a
todos os tipos de betões, colocando em pé de igualdade o betão pronto e o betão fabricado em
obra enquanto outro grupo defende a sua aplicação apenas ao betão pronto, alegando o que
apenas este é colocado no mercado (Duarte, 2011).
2.2.1. Normalização
7
assegurar a aptidão ou uso de um produto, processo ou serviço;
reduzir o número e tipo de produtos abrangendo uma gama definida e adequada face à
necessidade do mercado;
promover a aptidão de produtos, serviços ou processos para serem utilizados conjuntamente
nas condições especificadas para satisfazerem as exigências em causa, sem interação
inaceitável;
promover a intermutabilidade, isto é, a faculdade de utilizar produtos, serviços ou processos
alternativos para satisfazerem os mesmos requisitos;
proteger a vida humana e a saúde;
proteger o ambiente (IPQ, 2009).
Numa economia onde a competitividade é elevada e onde as exigências são cada vez mais
crescentes, as empresas dependem da sua capacidade de incorporação das novas tecnologias de
produtos, processos e serviços. A competição internacional entre as empresas eliminam as
tradicionais vantagens baseadas no uso de fatores abundantes e de baixo custo. A normalização
é utilizada cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de custos de produção e do
produto final, mantendo ou melhorando a sua qualidade (ABNT, 2006).
A importância da normalização contempla-se naquilo que dela surge, ou seja, nos benefícios
que a transporta para a humanidade, como por exemplo (IPQ, 2009):
8
conduz a acordos e soluções comuns, para problemas de caracter repetitivo;
permite melhorar a adequação de produtos, processos e serviços aos serviços para que foram
que foram concebidos;
previne os obstáculos técnicos ao comércio;
facilita a cooperação tecnológica entre os países;
a avaliação da conformidade dos produtos que, naturalmente, tanto preocupa os fabricantes
não pode efetuar-se sem referências normativas;
o fornecimento de meios de comunicação entre todas as partes interessadas;
a simplificação e a redução do tempo de projeto;
a economia de matérias-primas e dos tempos de produção, reduzindo os desperdícios;
uma melhor organização e coordenação do processo produtivo;
a proteção dos interesses dos consumidores, através da garantia de uma adequada qualidade
dos bens e dos serviços, desenvolvida de uma forma coerente;
uma especificação dos produtos a vender e a encomendar, evitando-se as amostras;
uma maior economia resultante da fàcil intermutabilidade das peças;
uma promoção da qualidade de vida: segurança, saúde e proteção do ambiente;
a promoção do comércio, através da supressão dos obstàculos originados pelas diferentes
práticas nacionais;
a atualização permanente do processo de desenvolvimento de normas, com adoção de novos
métodos de gestão e de novas ferramentas de tecnologia da informação, contribui para que o
processo de normalização acompanhe a evolução tecnológica. Esse princípio da atualização
deve ser constantemente aplicado para que a normalização atenda à intensa demanda,
considerando que uma norma desfasada tecnologicamente fatalmente cairá no desuso;
defesa dos interesses nacionais junto das organizações internacionais através do voto ou da
participação em reuniões de comités técnicos;
apoio à entidade legislativa através da elaboração e publicação de normas (leis por referência
a normas) (IPQ, 2009).
9
2.3.1. Organismos internacionais de normalização: International Organization for
Standardization (ISO)
A ISO é uma organização que faz a ponte entre os setores público e privado. Por um lado,
muitos dos seus institutos membros fazem parte da estrutura governamental dos seus países, ou
são controlados pelo governo. Por outro lado, outros membros têm as suas raízes
exclusivamente no setor privado, tendo sido criados por parcerias nacionais de associações do
setor (ISO, 2011).
O Comité Europeu de Normalização (CEN) foi oficialmente criado como uma associação
internacional sem fins lucrativos com sede em Bruxelas em 30 de outubro de 1975.
O CEN é um facilitador de negócios na Europa, eliminando as barreiras comerciais para a
10
indústria e os consumidores europeus. A sua missão é promover a economia europeia no
comércio global, o bem-estar dos cidadãos europeus e o ambiente. Através dos seus serviços
fornece uma plataforma para o desenvolvimento de normas europeias e outras especificações
técnicas (CEN, 2009).
O CEN é a única organização Europeia reconhecida, de acordo com a Diretiva 98/34/CE, para o
planeamento, elaboração e adoção de normas europeias em todas as áreas da atividade
económica com a exceção da área da eletrotecnia e telecomunicações. Estas duas áreas são
normalizadas por outros organismos regionais, respetivamente European Committee for
Electrotechnical Standardization (CENELEC) e European Telecommunications Standards
Institute (ETSI). Trinta e dois dos membros nacionais do CEN trabalham em conjunto para
desenvolver normas europeias voluntárias (EN). Estas normas têm um estatuto único, uma vez
que também são normas nacionais em cada um de seus 32 países membros. Com uma norma
comum em todos esses países, um produto pode chegar a um mercado muito mais amplo a
preços mais competitivos. As EN ajudam a construir um mercado interno europeu de bens e
serviços e posiciona a Europa na economia global (CEN, 2009).
No sentido de se obter uma maior sincronização nas tarefas ISO/CEN, foi estabelecido um
acordo de cooperação designado por Acordo de Viena. Este acordo foi assinado pelo CEN em
1991 com a ISO, a sua congénere internacional, garante cooperação técnica por
correspondência, representação mútua em reuniões de coordenação, e aprovação do mesmo
texto, tanto como norma ISO como Norma Europeia (EN) (CEN,2009).
11
componentes relevantes para a melhoria da qualidade de produtos, de serviços e de sistemas da
qualidade e da qualificação de pessoas (IPQ, 2009).
ONN
Organismo
Nacional
de Normalização
ONS
Organismo com funções de
Normalização
CT
Comissões técnicas Porguesas de
Normalização
O ONS é um organismo público, privado ou misto, reconhecido pelo ONN para exercer
atividades de normalização num dado domínio. Este é alvo de um reconhecimento da
qualificação como ONS todos os anos, ou seja, uma verificação formal realizada pelo ONN, de
que o organismo satisfaz os requisitos essenciais para exercer funções de ONS (IPQ, 2009).
12
esclarecimentos normativos sobre as áreas afectadas (IPQ, 2009).
Nos quadros 2.1 e 2.2 está representada a designação do ONN de alguns países, a respetiva
função, objetivo e norma adotada.
2.4.1. Normas
De um modo geral, as normas não são de aplicação obrigatória, mas, funcionam como garantia
dos atributos ou dos resultados de determinada actividade. Existem, no entanto, algumas normas
obrigatórias, com carácter coercivo, estabelecido através de lei geral ou de referência exclusiva
num regulamento. Em relação às normas portuguesas (NP) são, em princípio, voluntárias, salvo
13
Quadro 2.1 - Organizações Nacionais de Normalização (ONN) e respetiva função, objetivos e norma adotada.
Norma
Designação da ONN Função da ONN Objetivos da ONN
adotada
American National Standards Institute -Coordena a definição de normas americanas, de -Melhorar a competitividade global
(ANSI) - Organismo privado com fins não acordo com as normas internacionais;
lucrativos que supervisiona o - promover e facilitar normas de consenso
desenvolvimento de normas para a - promove o uso de normas americanas voluntário e sistemas de avaliação da
produção, serviços, processos e sistemas internacionalmente; conformidade;
nos Estados Unidos da América (EUA) ASTM
(ANSI, 2012).
- defende a política dos EUA em organizações - facilitar o desenvolvimento da American
internacionais e regionais de normalização; Nacional Standards (ANS) através do
credenciamento de procedimentos de
- incentiva à adoção de normas internacionais como organizações de desenvolvimento de normas
normas nacionais (ANSI, 2012). (ANSI, 2012).
British Standards Institution (BSI) - - desenvolve e publica normas britânicas e soluções -Melhorar sistemas, aplicações, processos de
Organismo sem fins lucrativos fundado em de normalização; negócios, comércio, indústrias, setores públicos
1901.A BSI é reconhecida pelo governo e privados;
britânico como Corpo Nacional de BS
- participa na criação de normas europeias, sendo
Normalização (NSB) no Reino Unido (BSI, estas geralmente adotadas como normas britânicas - proporcionar melhores práticas em todos os
2012). (BSI, 2012). setores do ambiente de trabalho (BSI, 2012).
Association Française de Normalisation - Desenvolve normas francesas, e soluções de - Identificar as necessidades da sociedade;
(AFNOR) - Organismo criado em 1926, normalização para atender às necessidades da
reconhecido como entidade de utilidade sociedade. - desenvolver estratégias de normalização;
pública, e está centrado em 4 grandes áreas
de competências: normalização, - Apoia a investigação, a inovação e a - coordenar e dirigir as atividades das agências
certificação, publicação técnica e formação sustentabilidade dos negócios, tendo em conta os NR
de normalização;
especializada (AFNOR, 2012). interesses de todos os autores socioeconómicos em
causa.
- organizar inquéritos públicos;
14
Quadro 2.2 – Organizações Nacionais de Normalização (ONN) e respetiva função, objetivos e norma adotada.
Norma
Designação da ONN Função da ONN Objetivos da ONN
adotada
Associação Brasileira de Normas - Gere o processo de elaboração de normas técnicas; - Proporcionar conhecimento sistematizado, por
Técnicas (ABNT) – Organismo privado meio de documentos normativos, que permitam
sem fins lucrativos, fundado em 1940, - realiza intercâmbios com organizações similares; a produção, a comercialização e uso de bens e
responsável pela normalização técnica no serviços de forma competitiva e sustentàvel nos
Brasil, fornecendo a base necessária ao mercados interno e externo (ABNT, 2006).
- adota e difunde as normas internacionais e
desenvolvimento tecnológico brasileiro.
regionais;
(ABNT,2006).
NBR
- emite pareceres concernantes à normalização e
concede a marca de conformidade e certificação,
diretamente ou por intermédio de terceiros (ABNT,
2006).
Asociación Española de Normalización y - Responsabiliza-se pelo desenvolvimento e difusão - Contribuir para a melhoria da qualidade e da
Certificación (AENOR) - Organismo de normas técnicas na Espanha; competitividade de empresas, produtos e
privado sem fins lucrativos, criado em serviços.
1986, coincidindo com a incorporação da -Elabora normas técnicas com a participação aberta
Espanha à Comunidade Económica a todos os interessados e colaborar para impulsionar -desenvolver da normalização e a certificação
Europeia (AENOR, 2012). a contribuição espanhola no desenvolvimento de em todos os setores industriais e de serviços UNE
normas europeias e internacionais.
- fornecer conhecimento e informações sobre
- certifica produtos, serviços e empresas (sistemas), normas e produtos e serviços para organizações
dando o mesmo valor diferencial competitivo e ajuda de todo o mundo (AENOR, 2012).
a promover o comércio e cooperação internacional
Nazionale Italiano di Unificazione (UNI) - Estuda, desenvolve, aprova e publica normas - Desenvolver normas técnicas que contribuam
– Organismo privado sem fins lucrativos técnicas voluntárias, em todos os setores industriais, para melhorar a eficiência e a eficácia do
UNI
fundado em 1921 e reconhecida pelo estado comerciais e serviços (exceto na área elétrica e sistema socioeconómico italiano (UNI, 2012).
italiano e pela União Europeia (UNI, 2012). eletrotécnica) (UNI, 2012).
15
quando exista um diploma legal que as converta em normas de cumprimento obrigatório
(AICEP, 2012).
As normas harmonizadas ou equivalentes são aquelas que incidindo sobre o mesmo assunto, são
aprovadas por organismos com actividade normativa distinta. Estas normas, asseguram a inter
mutabilidade de produtos, processos ou serviços, ou o entendimento mútuo dos resultados ou,
ainda, das informações fornecidas, de acordo com estas normas. Já as normas idênticas são
aquelas que coincidem quanto ao conteúdo e quanto à apresentação (AICEP, 2012).
Dependendo do organismo que as publica, as normas terão designações diferentes, sendo a sua
configuração básica a seguinte: sigla do organismo que a adota, sigla do organismo que a
emite, número e ano de publicação (APQ, 2010). No Quadro 2.3. encontram-se alguns
exemplos de designação de normas.
Sigla Organismo
Norma por organismo
(exemplos de normas) que adota
ISO 9001:2008 ISO Norma internacional publicada pela ISO.
Compete ao IPQ homologar as normas portuguesas produzidas pelas CT. Estas normas podem
ser versões portuguesas de normas europeias ou internacionais, assim como normas
portuguesas propostas por uma CT (APQ, 2010).
A estrutura de uma norma é dividida pelo corpo e pelos elementos complementares da mesma.
O corpo é o conjunto das disposições que contêm a substância do documento normativo,
compreendendo os elementos gerais relativos ao objetivo e campo de aplicação, respetivas
definições e os elementos principais das definições. Certas partes do corpo de um documento
normativo podem, por questões práticas, ser introduzidas como anexos (anexos normativos),
enquanto outros anexos (ditos informativos) podem constituir apenas elementos
complementares. Os elementos complementares são constituídos por informação que integra o
16
documento normativo mas que não afeta a sua substância, por exemplo os elementos
respeitantes à sua publicação (IPQ, 2009) .
O processo de elaboração de uma norma inicia-se com uma procura, uma necessidade da
sociedade. Assim sendo é elaborado um pedido ao IPQ. A pertinência do pedido é analisado e se
tiver fundamento é levado o assunto à Comissão Técnica (CT) correspondente se esta existir,
caso não exista verifica-se se existe algum Organismo de Normalização sectorial (ONS) na área
do respetivo assunto e entrega-se o assunto para que possa ser analisado por eles e até que
possam formar uma CT para trabalho. No caso de não haver nenhum ONS pode ser criada uma
Comissão Técnica Ad-hoc (CTA), para que esta dê seguimento ao processo. Em qualquer dos
casos existe uma preocupação por parte do ONN para que se respeite os princípios básicos da
normalização com grande relevância para a representatividade da CT correspondente (IPQ,
2009).
A CT elabora um primeiro documento que se denomina por projeto de norma e envia-o para o
ONN que irá submetê-lo a consulta nacional durante 30 dias, dando assim oportunidade a todas
as partes interessadas a possibilidade de questionar e comentar o documento (IPQ, 2009).
Passado o tempo de consulta nacional, a CT realizará uma reunião extra para analisar os
comentários efetuados. Não havendo impedimento o projeto é encaminhado para o ONN onde é
homologado e posteriormente editado (IPQ, 2009).
As normas podem dividir-se quanto ao conteúdo em dois grandes grupos (IPQ, 2009):
normas básicas;
17
normas de produtos/serviços.
i) Normas básicas
Uma norma básica é uma norma de âmbito geral ou que contém disposições gerais relativas a
um domínio particular.
Existem duas áreas em que praticamente todos os países elaboram normas idênticas às normas
internacionais, sendo por isso designadas normas básicas:
representação de expressões matemáticas, o sistema internacional de unidades (SI) e
simbologia das quantidades físicas;
desenho técnico – apresentação e anotação gráfica (IPQ, 2009).
São regra geral as especificações relacionadas com os requisitos do produto ou serviço nos seus
diferentes estádios de evolução, incluindo o desempenho, que estes devem satisfazer para
assegurar a sua aptidão ao uso.
As normas de produto/serviço podem-se subdividir nas seguintes categorias:
Documento aprovado e editado pelo ONN, que fornece, para utilizações comuns e repetidas,
regras, orientações ou características, para atividades ou para os seus resultados e cujo consenso
para a obtenção do estatuto de norma portuguesa não foi possível de alcançar até à data da sua
edição (IPQ, 2010), pelo que não tem valor legal.
18
uma TS, incluindo os seus anexos, pode conter requisitos;
uma TS não pode ser divergente de uma NP;
podem coexistir duas ou mais TS respeitantes ao mesmo assunto.
Documento aprovado e editado pelo ONN, que reúne conteúdos diferentes dos integrados pelas
normas portuguesas (NP) ou especificações técnicas (TS). Um TR é um documento que
apresenta dados resultantes de inquéritos, ensaios inter-laboratoriais, ou informação relacionada
com o "estado de arte" de um determinado setor. Podem coexistir dois ou mais TR respeitantes
ao mesmo assunto (IPQ, 2010).
Na área dos betões, existe um acervo normativo extenso em torno do controlo da qualidade do
betão e seus constituintes. As áreas de interesse à normalização, o tipo de ensaios subjacentes e
respetivas séries de normas europeias/portuguesas e especificações do LNEC, encontram-se
apresentados no quadro 2.4.
Para além do acervo normativo atrás referido, existem transversalmente os Eurocódigos, que
constituem um conjunto de normas europeias de responsabilidade do CEN (Comité técnico TC
19
Quadro 2.4 - Áreas de interesse à normalização, tipo de ensaios subjacentes e respetivas séries
de normas europeias/portuguesas e especificações do LNEC (LNEC, 2013; ANN, 2013)
Série de normas
Áreas de interesse à normalização Tipo de ensaio subjacente europeias/portuguesas e
especificações do LNEC
Ensaios de agregados
Ensaios de cimentos
Caracterização e desempenho dos
Ensaios de adições - (1)
constituintes do betão
Ensaios de adjuvantes
Ensaios de águas
Especificação, desempenho, NP EN 206-1:2007
produção e avaliação da - Emenda 1:2008
conformidade do betão Emenda 2:2010
Composição do betão fresco NP 1385:2010
-
Tempos de presa do betão fresco NP 1387:2010
Ensaios ao betão fresco
NP EN 12350:(2009;2010)
Ensaios ao betão
Caracterização e desempenho do NP
endurecido
betão, no estado fresco e endurecido EN12390:(2009;2010;2011)(2)
Ensaios do betão nas
NP EN 12504:2007 (3)
estruturas
NP EN 13670:2011
Execução de estruturas de betão -
Emenda 1:2012
Avaliação da resistência à
compressão do betão nas estruturas e - NP EN 13791:2008
em produtos pré-fabricados
Caracterização e desempenho do NP EN 14487:2008
Ensaios ao betão projetado
betão projetado NP EN 14488:2008 (4)
Caracterização e desempenho de Métodos de ensaio de fibras NP EN 14845: 2008
fibras no betão de betão NP EN 14889: 2008
E 383:1993
E 387:1993 a E 413:1993
E 454:1999
E 461:2007
Características e desempenho do Ensaios de durabilidade do
E 463:2004
betão face a ações ambientais betão
E 464:2007
E 465:2007
E 475:2007
E 477:2007
(1)
A caracterização e desempenho dos constituintes do betão não foram estudados na presente dissertação.
(2)
NP EN 12390-4 (parte 4), relativa às características das máquinas de ensaio para a resistência à compressão, foi
editada em 2003.
(3)
NP EN 12504-2 (parte 2), relativa à determinação do índice esclerométrico, foi editada em 2003.
(4)
NP EN 14488-4 (parte 4), relativa à resistência de aderência em carotes à atração simples na área de ensaios de
betão projetado, foi editada em 2003.
250) que visa unificar critérios e normativas de cálculo e dimensionamento de estruturas, p.e. os
projetos de estruturas de betão normalizados no Eurocódigo 2 (EN 1992).
20
2.6. Síntese do capítulo
Nos últimos anos, com o fenómeno da globalização, a normalização caminhou para um novo
paradigma, evoluindo do preceito de desenvolvimento prioritário no âmbito dos países para o
desenvolvimento com foco internacional. Hoje, mais importante que desenvolver normas
nacionais com base em interesses e exigências internas, dá-se primazia à participação dos
organismos nacionais de normalização (ONN) em fóruns de nível regional e internacional,
permitindo defender os interesses do seu país no mercado global. Segundo essa nova lógica, as
normas regionais e internacionais deverão ser adotadas como normas nacionais, dessa forma,
ficam eliminadas as barreiras técnicas criadas pela existência de regulamentos conflituantes
sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando o intercâmbio comercial e o aumento
da produtividade e vendas não só no mercado interno como também no mercado externo (PUC-
Rio, 2008).
Conclui-se que as normas propiciam o correto suprimento das necessidades práticas dos
produtores e consumidores e são fundamentais para a eliminação de desperdícios de tempo,
matéria-prima e mão-de-obra, o que resulta em crescimento do mercado, melhoria da qualidade
e redução de preços e custos, fatores que alimentam o ciclo motor do desenvolvimento social.
Na área dos betões pode-se verificar que existe um vasto acervo normativo em torno do controlo
de qualidade do betão, existindo várias áreas de interesse à normalização, salientando-se que as
normas e especificações do LNEC estão em permanente atualização.
21
22
3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS BETÕES
3.1. Objectivos
A palavra betão deriva do francês “béton”, cuja origem pode estar relacionada com o termo do
latim “bitumen”, que significa betume (Montemor e Costa, 2005).
A utilização de betões ou misturas similares como materiais de construção parece ter tido
origem na Antiguidade, com os egípcios e mais tarde com os gregos e os romanos. Testemunhos
deste trabalho podem ser encontrados no Panteão e no Coliseu de Roma. Atualmente,
totalmente difundidos a nível industrial, estes materiais são usados em larga escala como um
produto privilegiado do setor da construção, podendo referir-se exclusivamente que já entraram
no terceiro século da sua existência (Pimentel, 2007; Montemor e Costa, 2005).
O betão corrente é um material que resulta da mistura devidamente proporcionada de cimento,
agregados de diferentes granulometrias (areia, brita ou godo) e água. Para além destes
componentes o betão pode ainda conter adjuvantes que melhoram ou alteram, de acordo com
as necessidades, algumas das suas propriedades, nomeadamente a sua resistência. O betão
desde o momento da mistura até à fase de colocação passa por dois estádios distintos: o de
betão fresco e o de betão endurecido. O primeiro estádio corresponde ao betão ainda no seu
estado plástico e em condições de ser compactado, permitindo uma fácil colocação em obra,
23
adotando a forma dos moldes e adequando-se à realização de estruturas com formas
diversificadas, o endurecimento faz-se tanto ao ar livre como submerso. O segundo estádio
corresponde ao betão endurecido, comportando-se como um material estável e duradouro, com
a particularidade das suas propriedades mecânicas melhorarem com o tempo (Montemor e
Costa, 2005; Fernandes, 2005).
O betão tem conseguido até hoje reunir um conjunto de atenções, por parte de investigadores,
à volta das suas propriedades, de forma a que os incrementos e a evolução conseguidos,
permitam cada vez mais uma maior exigência ao nível das características de composição,
fabrico, transporte, colocação e conservação, originando melhorias importantes em termos de
consistência, resistência mecânica e durabilidade. Este conjunto de pequenas evoluções tem
vindo a ser conseguido com melhorias ao nível da utilização dos ligantes, seleção criteriosa de
agregados e da introdução de adjuvantes de natureza química, os quais melhoraram claramente
algumas propriedades pretendidas. Assim atualmente, existem betões com elevada resistência
mecânica, impermeabilidade, durabilidade, com facilidade de moldagem e colocação em obra
(Pimentel, 2007).
Para além das propriedades referidas anteriormente o betão corrente é caracterizado por
apresentar as seguintes vantagens (Pimentel, 2007):
facilidade e pouca energia subjacente ao seu fabrico;
economia relativa de produção e manutenção face aos outros materiais;
abundância e disponibilidade de matérias-primas na natureza; adaptabilidade arquitetónica
que permite tomar inúmeras formas e encher espaços diversificados;
endurecimento rápido e elevada resistência mecânica às solicitações correntes
(particularmente em relação à compressão e flexão);
aderência privilegiada ao aço constituinte do betão armado e do betão pré-reforçado;
incombustibilidade;
compatibilidade com outros materiais, permitindo novas soluções tecnológicas na
construção.
24
aumento das deformações dos elementos, com o decorrer do tempo de sujeição às cargas
instaladas (fluência).
Em Portugal, a presente norma foi tornada obrigatória através do Decreto-Lei n.º 301/2007,de
23 de Agosto, na qual se estabelece o novo acervo regulamentar sobre a colocação no mercado
de betão. De acordo com a redação dada pelo artigo 3.º, por “colocação do betão no mercado”
entende-se a entrega do betão ao utilizador com vista à sua distribuição ou utilização.
O aspeto mais importante deste artigo tem a ver com o facto de todo o betão se encontrar
abrangido por este diploma, uma vez que coloca no mesmo patamar (Duarte, 2007):
25
o betão amassado no local da obra pelo próprio utilizador;
o betão pronto;
o betão produzido nas fabricas de produtos prefabricados de betão.
A presente norma europeia aplica-se ao betão compactado desde que este não tenha, para além
do ar introduzido, uma quantidade apreciável de ar retido. A presente norma aplica-se ao betão
de massa volúmica normal, betão pesado e betão leve. Outras normas europeias para produtos
específicos, tais como, produtos prefabricados, ou para processos no âmbito da presente norma
podem vir a exigir ou permitir alterações à presente norma (Gomes e Pinto, 2011a).
Noutras partes da presente norma, ou noutras normas europeias específicas, podem ser
requeridos requisitos adicionais ou diferentes como, por exemplo, para (Gomes e Pinto,
2011a):
26
betão para estradas e outras áreas com tráfego;
betão fabricado com outros materiais (p.e., fibras);
betão com a máxima dimensão do agregado inferior ou igual a 4 mm (argamassa);
técnicas especiais (p.e., betão projetado);
betão para estruturas de armazenamento de resíduos líquidos e gasosos;
betão para estruturas de armazenamento de substâncias poluentes;
betão para estruturas em grandes massas (p.e., barragens);
betão pré-misturado a seco.
A presente norma não se aplica a :
betão celular
betão com massa volúmica inferior a 800 kg/m3
betão refratário.
3.4.1. Cimento
27
ESTRUTURA EM BETÃO
EN- Normas dos
produtos
prefabricados de
betão
EN 1992 ENV 13670 – 1
EN 206 – 1
(Eurocódigo 2)
Projeto de estruturas Betão Execução de
de betão estruturas de betão
EN 197 - 1
EN 12350 Cimento
Ensaios do betão
fresco
EN 12390 EN 450
Ensaios do betão Cinzas volantes para
endurecido betão
EN 13263
Sílica de fumo para
EN 13791
betão
Avaliação da
resistência do betão EN 934 - 2
nas estruturas Adjuvantes para betão
EN 12620
EN 12504 Agregados para betão
EN 1008
Água de amassadura
para betão
EN 12878
Pigmentos
NP 4220
Pozonalas naturais
Figura 3.1 - Relações entre a EN 206-1 e as normas para a concepção e para a execução, as
normas dos materiais constituintes e as normas de ensaio.
28
correntemente por cimento Portland. No processo de cozedura destas matérias-primas
(calcário e argila) são originadas diversas reacções químicas, formando-se novos compostos
que, ao arrefecerem, aglomeram-se em pedaços com dimensões variáveis (2 a 20mm)
designados por clínquer. Após o arrefecimento, o clínquer é moído juntamente com
adjuvantes, para facilitar a moagem, e gesso para regular o tempo de presa (Costa e Appleton,
2002).
Na fase de moagem do clínquer podem ser adicionados ao cimento outros materiais (adições)
como por exemplo cinzas volantes, pozolanas e escórias de alto-forno com o intuito de lhe
conferir propriedades especiais (Montemor e Costa, 2005).
Quando o cimento é misturado com água ocorrem reações de hidratação que formam
compostos estáveis que cristalizam com forma fibrosa interligando-se, conferindo ao conjunto
uma elevada resistência. A designação de ligante deve-se à propriedade de poder aglomerar
uma proporção elevada de agregados (p.e. areias, britas) conferindo ao conjunto uma elevada
coesão e resistência, o que o torna apropriado para o fabrico do betão.
29
3.4.2. Adições
A NP EN 206-1: 2007 define adição, como um material finamente dividido, utilizado no betão
com a finalidade de lhe melhorar certas propriedades ou alcançar propriedades especiais. Na
composição do betão, a anterior referência considera admissível dois tipos de adições
inorgânicos: adições quase inertes (adição do tipo I) e adições pozolânicas ou hidráulicas
latentes (adição do tipo II) (Gomes e Pinto, 2011a).
As primeiras são produtos nos quais se incluem os fíleres calcários ou os pigmentos. Nas
segundas distinguem-se as adições pozolânicas, onde se enquadram as pozolanas propriamente
ditas, as cinzas volantes e as sílicas de fumo, e as adições hidráulicas latentes como as escórias
(granuladas) de alto-forno e cais hidráulicas (Montemor e Costa, 2005).
Quadro 3.1 - Características de algumas adições minerais para betão (Costa e Appleton, 2002).
30
Outras adições, diferentes das que são combinadas nos cimentos referidos na NP EN 197-
1:2012, podem não ser tão bem controladas em termos das dimensões das partículas e da
composição, como sucede, em contrapartida, com outros constituintes do betão. Aconselha-se,
por essa razão, um reforço da monitorização e controlo das entregas de material (APEB,
2009).
3.4.3. Agregados
31
A forma dos agregados influi muito sobre algumas propriedades do betão, fundamentalmente
em estado fresco, como sejam a consistência, ângulo de atrito interno, compacidade e todas as
que dependem da quantidade de água da amassadura (Bloem e Gaynor, 1963; Coutinho,
1997).
Em termos de resistência mecânica os agregados mais adequados para o betão devem ser
provenientes de rochas com tensões de rotura à compressão superior a 60~70 MPa, valor que
os agregados correntemente utilizados em Portugal possuem (Bloem e Gaynor, 1963;
Coutinho, 1997). Quando se desejem betões com resistência à compressão muito elevada é
necessária utilizar agregados com tensões de rotura superiores a estas (Gutiérrez e Cánovas,
1996). As propriedades mecânicas e físicas dos agregados podem ser determinadas através de
ensaios cujos procedimentos estão estabelecidos na série de normas NP EN 1097.
Agregados obtidos a partir de rochas com coeficientes de dilatação térmica inferior a 5x10-6/ºC
não são adequados para o fabrico de betão. As rochas mais vulgares dentro deste grupo são
alguns grés calcários de grão fino e alguns mármores (Parsons e Johnsons, 1944).
32
3.4.4. Água de amassadura
Todavia, deve-se limitar ao mínimo a quantidade de água utilizada no fabrico de betão, pois a
água em excesso evapora-se criando no betão uma rede de poros capilares que prejudicam a
sua resistência e durabilidade. Assim, a quantidade de água a utilizar deverá ser a
indispensável para se obter a trabalhabilidade pretendida. Refira-se que com o
desenvolvimento dos adjuvantes plastificantes com elevado desempenho é actualmente
possível utilizar quantidades muito pequenas de água no fabrico do betão sem prejudicar a
trabalhabilidade (Costa e Appleton, 2002). A água a utilizar no fabrico do betão não deve estar
contaminada com impurezas de modo a evitar o ataque químico do betão. A sua aptidão geral
para o fabrico de betão encontra-se regulamentada pela norma NP EN 1008: 2003 (Gomes e
Pinto, 2011a). Os procedimentos para determinar a concentração de dióxido de carbono
agressivo da água encontram-se na norma NP EN 13577: 2008.
3.4.5. Adjuvantes
A maioria dos adjuvantes é objeto de segredo industrial, não se conhecendo assim as suas
propriedades e composição química. Em geral, apenas são divulgados os efeitos sobre os betões
(Gomes e Pinto, 2011b).
33
melhorar a resistência ao ciclo gelo/degelo;
inibir ou diminuir a corrosão das armaduras;
modificar a viscosidade;
compensar a retracção;
reduzir a exsudação;
reduzir a absorção capilar do betão endurecido.
O uso de aditivos no betão deve ser ponderado com cuidado, devendo-se atender à sua
estabilidade, composição e efeitos a curto e a longo prazo. De recordar também que uma parte
destes aditivos não se encontra normalizada (Montemor e Costa, 2005). O uso não controlado
destes produtos químicos pode causar efeitos não desejáveis no betão como (Gomes e Pinto,
2011b):
34
No quadro 3.2 estão referidos alguns adjuvantes e o seu efeito sobre o betão. Os requisitos e
critérios de conformidade dos adjuvantes para a utilização na formulação de betões
encontram-se regulamentados pelas normas NP EN 934-1:2008; NP EN 934-2: 2009; NP EN
934-3: 2010 e NP EN 934-4: 2009 (ANN, 2013; Gomes e Pinto, 2011a).
Quadro 3.2 – Efeito de alguns adjuvantes sobre o betão (Gomes e Pinto, 2011b).
35
Uma exigência importante a garantir à massa de betão a produzir é possuir propriedades de
plasticidade e consistência tais que lhe permitam encher facilmente todos os ângulos de
cofragem, com um mínimo de custo de colocação e de acabamento. Neste processo, a massa
de betão deverá ainda garantir o perfeito envolvimento das armaduras, sem segregação e com
grande homogeneidade de pasta (Fernandes, 2005).
a dosagem do cimento;
composição dos agregados (granulometria e máxima dimensão);
massas volúmicas dos componentes;
razão água/cimento (A/C) pretendida;
volume de vazios;
trabalhabilidade pretendida.
36
3.6.2. Betões auto-compactáveis
O betão auto-compactável (BAC) é um betão que é capaz de fluir e de compactar sob a ação
do seu próprio peso, enchendo completamente as cofragens com as respectivas armaduras,
bainhas, etc, sem perder a homogeneidade e sem necessitar de qualquer compactação
adicional. No BAC, a pasta é o veículo para o transporte dos agregados (Gonçalves, 2006).
Estes betões caracterizam-se por uma elevada fluidez, possuem uma excelente
deformabilidade e uma elevada resistência á segregação. Podem ser aplicados na estrutura sem
recurso à vibração (Montemor e Costa, 2005).
Em relação ao betão tradicional, o BAC tem menor proporção de agregados grossos, maior
volume de pasta de cimento, menor razão água/finos, maior dosagem de superplastificantes e
presença eventual de um agente de viscosidade que altera as propriedades reológicas e a
consistência dos betões (Gonçalves, 2006).
O betão leve é caracterizado por ter uma massa volúmica baixa, que pode variar de 300 a 1850
kg/m3 e uma elevada resistência térmica, tendo um desempenho substancialmente diferente
dos betões tradicionais (com peso normal) (Melo, 2002).
O uso do betão leve é determinado fundamentalmente por motivos económicos. Nas obras de
betão, o peso próprio representa uma parcela muito grande da carga total atuante sobre a
estrutura e a redução da massa específica do betão torna-se de grande interesse. A principal
vantagem deste tipo de betão é o uso de secções menores e a consequente redução das
fundações. Além disso com o betão leve as formas devem suportar pressões menores do que
com o betão tradicional e, também o peso total dos materiais manuseados é diminuído
resultando num aumento de produtividade. O betão leve consegue, além disso, um isolamento
térmico melhor do que o betão tradicional (Neville, 1997).
Os métodos gerais de obtenção do betão leve são três. No primeiro usa-se um agregado poroso
de massa específica baixa em lugar do agregado comum. O segundo método baseia-se na
introdução de grandes vazios no interior da massa de betão, esses vazios devem ser
distinguidos dos vazios muito pequenos produzidos pela incorporação de ar, este tipo de betão
é conhecico por diversas denominações, como betão aerado, ou celular, ou de espuma, ou com
gás. O terceiro método consiste simplesmente em omitir o agregado fino do betão, de modo
que se forma uma grande quantidade de vazios intersticiais, este betão é designado,
abreviadamente, como betão sem finos (Neville, 1997).
37
A trabalhabilidade deste tipo de betões é em geral elevada e a sua durabilidade é considerada
idêntica à de um betão normal. Estes betões são muito utilizados na construção de elementos
de painéis prefabricados, uma vez que são muito leves e consequentemente fáceis de manusear
e de aplicar (Montemor e Costa, 2005).
O betão pesado é um betão constituído por agregados com massa volúmica elevada, acima dos
2600 kg/m3. São utilizados os agregados pesados naturais (p.e. barita) e artificiais (p.e. aço,
ferro ou fósforo e chumbo) (Marques, 2013; Neville, 1997).
O betão pesado é usado, principalmente, como proteção contra radiações e quando o aumento
de massa é determinante para o bom comportamento estrutural. Essas propriedades implicam
num desempenho satisfatório em relação à condutividade térmica, retração, dilatação térmica e
fluência (Marques, 2013; Neville, 1997).
Os materiais poliméricos têm de ser estáveis a pH elevado e a cura não deve ser levada a cabo
em meio de humidade elevada. Em boas condições de cura (cerca de 50% de humidade
relativa), a deformabilidade diminui para mais de metade da do betão tradicional. A resistência
de adesão pode também aumentar, o mesmo acontecendo com a resistência à abrasão e ao
choque (Montemor e Costa, 2005).
A vantagem dos betões de resina, comparativamente aos betões de cimento, são a alta
resistência, elevada durabilidade, permeabilidade muito baixa e tempos de cura rápidos. A
aplicação de betões poliméricos estão em crescimento nomeadamente na pré-fabricação, sendo
hoje comuns em drenos para águas, caixas, tubagens ou postos de transmissão e painéis de
fachadas (Ferreira, 2001).
38
pode ser vantajoso quando deve ser absorvida uma grande quantidade de energia, por
exemplo, com cargas explosivas, onde se pretende uma resistência à tração elevada e
fissuração reduzida, ou ainda, onde não é possível a colocação de armadura convencional
devido à forma das peças (Neville, 1997).
No entanto, a sua trabalhabilidade é reduzida. Este tipo de betão é em geral produzido com um
elevado teor de cimento e uma razão A/C baixa. Quando devidamente fabricados estes betões
possuem uma excelente durabilidade (Montemor e Costa, 2005).
O valor de resistência à compressão no betão é uma propriedade que varia com o tempo, uma
vez que as reações de hidratação são um processo lento. Assim, estabeleceu-se para efeitos de
39
dimensionamento o valor de resistência medido aos 28 dias. Os procedimentos para
determinação deste parâmetro encontram-se normalizados de modo que a resistência medida
em provetes seja próxima da resistência do betão em elementos estruturais. O betão é
classificado de acordo com a sua resistência à compressão, definindo-se classes de resistência,
(Montemor e Costa, 2005).
O ensaio por tracção axial não é prático devido às dificuldades de execução associadas à
necessidade de aplicar uma força de tracção pura (sem excentricidade). A relação entre a
resistência à tracção axial e a obtida por flexão e por compressão diametral apresenta uma
elevada variabilidade. No entanto, o Eurocódigo 2 apresenta um factor de conversão da ordem
de 0,9 para obter a resistência à tracção axial a partir do ensaio de compressão diametral
(Costa e Appleton, 2002).
A massa volúmica aparente do betão (kg/m3) é determinada pela razão entre a massa e o
volume do betão. Trata-se de uma característica física importante pois está relacionada com o
número de vazios e a permeabilidade do betão.
40
Através da massa volúmica é possível classificar alguns tipos de betões especiais tais como:
betão leve, que possui uma massa volúmica inferior a 1850 kg/m3 e betão pesado, que possui
uma massa volúmica superior a 2600 kg/m3. O betão tradicional situa-se entre estas duas
massas volúmicas.
O coeficiente de dilatação térmica do betão de peso normal pode ser considerado igual a 10 -5
/°C, nos casos em que não seja necessário grande rigor no cálculo. Caso contrário, o
coeficiente de dilatação deve ser determinado através de ensaios, pois depende do tipo de
agregados e do teor de humidade do betão (Costa e Appleton, 2002).
41
3.8. Propriedades de durabilidade do betão
O betão armado é um material compósito constituído por dois materiais sintéticos (betão e
aço) que, quando conjugados, se encontram perfeitamente estabilizados, o aço não reage com
o betão e este protege o primeiro, envolvendo-o (isolando-o dos agentes exteriores) e
impedindo que este se corroa em contacto com o ar e água presentes no betão, por criar um
ambiente extremamente alcalino, pouco propício às reações químicas de oxidação necessária
(Evangelista, 2003).
Segundo Coutinho (1997), citado por Evangelista (2007), diversos agentes atmosféricos
podem alterar esse equilíbrio, atacando o betão ou o aço. Esses agentes, fluidos na
generalidade, penetram na estrutura porosa do betão, reagindo com os seus componentes,
alterando a sua constituição química e desequilibrando o conjunto. As estruturas de betão
estão sujeitas a um conjunto de ações internas e ambientais de diversa natureza.
Estas ações que degradam claramente o desempenho estrutural, levam à redução da secção
transversal dos varões, provocada pela sua corrosão e permitem a fendilhação e delaminação
da secção resistente do betão (descasque), causadas não só pela sua degradação, mas também
pela ação expansiva decorrente da corrosão das armaduras (Duarte e Pato, 2012; Gomes e
Pinto, 2012).
As ações ambientais podem ser prevenidas através de várias formas, consoante a sua
agressividade, sendo a mais corrente a definição de disposições prescritivas ao nível do
42
dimensionamento (p.e., recobrimento mínimo, classe de resistência mínima) e ao nível da
composição (p.e., dosagem de cimento mínima, razão A/C máxima). A generalidade dos
países europeus adotaram a norma EN 206-1:2007, através da qual foram então estabelecidos
os limites prescritivos que à partida asseguram a durabilidade das estruturas. Outras soluções
para a prevenção da degradação estrutural face às ações ambientais podem envolver medidas
extraordinárias tais como a utilização de armaduras resistentes à corrosão (p.e., aço
galvanizado, fibras de carbono) ou isolamento da estrutura, limitado ao seu grau de humidade,
pois a generalidade destas ações acontecem em ambiente húmido (Duarte e Pato, 2012).
O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é a substância que mais contribui para conferir um elevado
pH do betão (pHbetão≈12,5), permitindo a formação de uma camada microscópica de óxido de
ferro, designada por película passiva. Esta película impede a dissolução do ferro e a corrosão
do aço, protegendo as armaduras contra a corrosão (Gomes e Pinto, 2012).
43
betão provocar a perda de proteção passiva do aço, não significa que a armadura se oxide
necessariamente, pois se a atmosfera permanecer seca no local, nada ocorrerá. Logo, a
carbonatação do betão não é pois uma causa direta de corrosão é apenas potencial. A armadura
no seio do betão está apta a ser corroida se houver penetração de humidade, de oxigénio ou de
eletrólito (Noronha, 1984).
O mecanismo de transporte dos cloretos no betão é complexo, podendo dar-se por difusão de
iões ou por sucção capilar, estando envolvidas reacções químicas e físicas na fixação dos
cloretos. Parte dos iões podem assim ser incorporada nos produtos de hidratação do cimento,
ou seja, fixada quimicamente, sendo outra parte fixada fisicamente e absorvida na superfície
dos microporos. Apenas uma terceira parte de cloretos, designados por livres, que se deslocam
de um local para o outro, é que é capaz de destruir a camada passiva na superfície da armadura
de aço, iniciando-se assim o processo de corrosão das armaduras. No entanto, é de realçar o
facto de a distribuição dos cloretos por cada uma das três partes não ser constante (Ferreira,
2000).
Quando as condições ambientais são variáveis, como por exemplo na zona atmosférica e na
zona de rebentação do ambiente marítimo, a humidade da zona superficial do betão varia ao
longo do tempo. A concentração de cloretos nas camadas superficiais do betão vai variando ao
longo do tempo atingindo um valor máximo no interior do betão. Os mecanismos de
transporte referidos anteriormente processam-se sequencialmente, sendo que na zona
superficial o transporte se dá por convecção devido à sucção capilar e no interior do betão este
faz-se essencialmente por difusão (Costa e Appleton, 1999).
A progressão dos agentes agressivos, neste caso: os cloretos, a humidade e o oxigénio, vai ser
variável ao longo da armadura, criando as tais diferenças nas respetivas concentrações,
responsáveis pela criação de zonas anódicas e catódicas, entre as quais ocorrem trocas iónicas,
num sentido, e eletrónicas, noutro, (figura 3.4) (Duarte e Pato, 2012).
44
Na zona anódica, o Fe2+ acaba por se combinar com o oxigénio, gerando assim diferentes
óxidos de ferro, os quais, por ocuparem um maior volume, vão gerar tensões internas que
normalmente resultam na expulsão do betão de recobrimento sobre a zona anódica (Duarte e
Pato, 2012).
Betão
(eletrólito)
Betão
(eletrólito)
A exposição do betão, enquanto húmido, a ciclos de gelo/degelo, provoca uma degradação das
camadas superficiais do betão (Duarte e Pato, 2012).
Verificam-se neste processo, duas fases distintas, com efeitos de deterioração do betão
também distintos, antes ou após o endurecimento do betão. Se o betão congelar antes do
endurecimento, o processo de hidratação será suspenso enquanto as temperaturas se
mantiverem baixas. Após se iniciar o degelo, o betão voltará a hidratar sem haver
consequências graves ao nível da perda de resistência por parte do betão, apesar da expansão
da água tender a aumentar o volume dos poros. Pelo contrário, no caso do congelamento se dar
posteriormente ao endurecimento do betão, mas quando este ainda não adquiriu resistência
45
suficiente, a expansão associada ao descongelamento da água resultará numa perda irreparável
de resistência (Ferreira, 2000).
A degradação provocada pelo gelo/degelo pode ainda ser maior na presença de cloretos, uma
vez que a degradação é significativamente acelerada na presença daqueles iões (p.e., quando
da utilização do cloreto de sódio ou de cloreto de cálcio como agentes descongelantes). Este
efeito majorador explica-se pelo fato daqueles sais provocarem um sobressaturação do betão
(Duarte e Pato, 2012).
Somente uma pequena parcela dos betões usados na prática são expostos a ataque químico
grave. Isto é oportuno porque a resistência do betão ao ataque aos agentes químicos, é em
geral menor do que as outras modalidades. As formas mais comuns de ataque químico são a
lixiviação do cimento e a ação dos sulfatos, água do mar e águas naturais levemente ácidas
(Neville, 1997).
Características
Meio XA1 XA2 XA3
químicas
SO42- (mg/l) ≥ 200 e ≤ 600 > 600 e ≤ 3000 >3000 e ≤ 6000
pH ≥ 5,5 e ≤ 6,5 ≥ 4,5 e < 5,5 ≥ 4,0 e < 4,5
CO2 agressivo (mg/l) ≥ 15 e ≤ 40 > 40 e ≤ 100 > 100 até à saturação
Águas
NH4 (mg/l) ≥ 15 e ≤ 30 > 30 e ≤ 60 > 60 e ≤ 100
Mg2+ (mg/l) ≥ 300 e ≤ 1000 >1000 e ≤ 3000 > 3000 até à
saturação
SO42- total(1) (mg/l) ≥ 2000 e ≤ 3000(2) >3000(3) e ≤12000 > 12000 e ≤ 24000
Solos Acidez (mg/kg) > 200 Não encontrado Não encontrado na
na prática prática
(1)
Os solos argilosos com uma permeabilidade abaixo de 10-5 m/s podem ser colocados numa classe mais abaixo.
(2)
O método de ensaio prescreve as extração do SO42- através de ácido clorídrico; em alternativa, pode usar-se
extração aquosa, se houver experiência no local de utilização do betão.
(3)
O limite de 3000 mg/kg deve ser reduzido para 2000mg/kg, caso haja risco de acumulação de iões de sulfato no
betão devido a ciclos de secagem e molhagem ou à absorção capilar.
46
A classe é determinada pelo valor mais elevado para qualquer característica química. Quando
duas ou mais características agressivas conduzirem à mesma classe, o ambiente deve ser
classificado na classe imediatamente superior, a menos que um estudo especial para este caso
específico prove o que tal não é necessário (Duarte e Pato, 2012).
A resistência do betão face ao ataque químico varia com o tipo de cimento. Foi proposta a
seguinte ordem de resistência crescente (Neville, 1997):
No que respeita às armaduras, a sua proteção contra a corrosão vai depender essencialmente da
espessura e da qualidade do recobrimento. No que respeita à espessura, é facilmente
entendível que quanto maior for a mesma, maior será a barreira entre os agentes agressivos
(humidade, dióxido de carbono, cloretos) e as armaduras. No respeitante à qualidade, temos de
considerar a compacidade do betão, a fissuração, a dosagem de cimento e razão Água/Cimento
(A/C). Assim, quanto mais compacto for o betão de recobrimento, maior será a resistência á
passagem dos agentes agressivos já mencionados, quando menor for a fissuração menor será a
facilidade de penetração dos agentes agressivos, quanto maior a dosagem de cimento, maior
será a reserva de agente fixador de CO 2 e quanto menor for a razão A/C , maior será a
densidade do betão (Duarte e Pato, 2012).
47
espaço para ocupação em caso de aumento da pressão hidráulica interior (Duarte e Pato,
2012).
Quanto ao ataque químico, a durabilidade do betão vai depender da sua composição química,
o que pode condicionar a seleção dos materiais constituintes, nomeadamente quanto ao tipo de
cimento. Por exemplo, se tivermos um betão em contacto com uma solução contendo sulfatos
(SO42-), então deverá ser utilizado um cimento que induza uma resistência àquele agente.
Tendo em conta estes aspetos foram estabelecidos limites prescritivos para o recobrimento,
para a composição do betão e para o seu desempenho, para cada uma das classes de exposição
ambiental. No caso de Portugal, estes limites foram estabelecidos através da especificação
E464, a qual, para cada classe de exposição ambiental define um recobrimento mínimo, uma
dosagem de cimento mínima, uma razão A/C máximo, um classe de resistência mínima e, em
certos casos, um teor de ar mínimo (Duarte e Pato, 2012).
Segundo o artigo 4.º do Decreto-lei n.º 301/2007, num enquadramento industrial, o betão a ser
colocado no mercado nacional deve ser especificado em conformidade com a norma NP EN
206-1, isto é, o betão deve ser especificado de modo a incluir um determinado conjunto de
requisitos, os quais se encontram especificados na referida norma, nomeadamente na secção 6
(Duarte, 2007).
48
A especificação do betão de comportamento especificado deve incluir, pelo menos, os
seguintes requisitos (APEB, 2009):
referência à NP EN 206-1:2007;
classes de exposição ambiental;
classe de teor de cloretos;
dimensão máxima do agregado;
classe de consistência, (nos casos de betão pronto e betão fabricado no local).
No caso de se tratar de um betão leve ou pesado (elevada massa específica elevada), será
necessário incluir ainda a classe de massa volúmica ou um valor pretendido para a mesma,
consoante aplicável. Para além destes requisitos, existe ainda outros conjuntos de requisitos
adicionais, que poderão ser especificados, dependendo da especificidade da obra (p.e.,
desenvolvimento da resistência, teor de ar, entre outros) (APEB, 2009).
A classificação da consistência deve ser especificada através de uma classe ou, em casos
especiais, através de um valor pretendido, tendo em consideração o método de ensaio mais
adequado. No quadro 3.5, apresentam-se as classes de consistência em função do
abaixamento do betão fresco, medido através do ensaio de abaixamento. No quadro 3.6
apresenta-se algumas recomendações de consistência para o betão fresco (APEB, 2009).
49
Quadro 3.4 – Classes de resistência à compressão (APEB, 2009).
No entanto, esta condição é também refletida no Eurocódigo 2, onde é referido que, além das
ações mecânicas o projetista deve ter em consideração as condições ambientais a que a
50
estrutura vai estar sujeita durante a sua vida útil, uma vez que estas condicionam a qualidade
do betão nomeadamente no que diz respeito à dosagem de cimento mínima e razão A/C
máxima, podendo ainda ser estabelecida uma classe de resistência mínima.
A massa volúmica do betão leve ou do betão pesado pode ser especificada através de um valor
pretendido. No caso do betão leve a massa volúmica pode ser especificada igualmente através
de uma classe. No quadro 3.7 estão apresentadas as classes de massa volúmica do betão leve
(APEB, 2009).
Os adjuvantes à base de cloretos e o cloreto de cálcio não devem ser adicionados ao betão com
armaduras de aço ou outros metais (Cachim, 2005). No quadro 3.8 estão apresentadas as
classes do teor de cloretos.
51
3.11. Ensaios em betões
*Estas classes podem deixar de se aplicar se forem tomadas medidas especiais de proteção contra a corrosão, como
proteção do betão, ou recobrimentos, devidamente justificados ou, utilização de aço inox.
Os ensaios ao betão em estado fresco visam avaliar algumas propriedades importantes para
uma boa aplicação do betão em obra, tais como a consistência, a trabalhabilidade, a massa
volúmica e o teor de ar do betão fresco (Brito et al., 2009). Estes ensaios permitem garantir a
fluidez adequada, sem separação dos diversos materiais constituintes e avaliar parâmetros que
são premonitórios relativamente à qualidade desses mesmos betões após endurecimento
(Evangelista, 2003).
Após o fabrico do betão fresco, deve-se proceder à sua amostragem na central ou depois de
transportado para a obra e antes da colocação do betão na estrutura. Este ensaio consiste na
52
recolha de uma quantidade de betão, que seja representativa da amassadura e ao mesmo
tempo suficiente para efectuar os ensaios requeridos (André, 2012)
53
3.11.1.2. Consistência do betão
Existem outros dois ensaios importantes para avaliar as propriedades do betão fresco, a massa
volúmica e o teor de ar do betão fresco. A massa volúmica é um requisito fundamental no
54
controlo da produção, pois permite verificar se a quantidade de betão ocupa o volume de 1 m 3
(massa volúmica teórica igual à massa volúmica real), quando compactado segundo o
procedimento estabelecido na norma NP EN 12350-6. Deste modo, é possível verificar se a
central de betão está a fabricar o volume de betão solicitado (André, 2012).
Os ensaios a efetuar nos betões em estado endurecido visam avaliar o comportamento que
estes irão ter em condições de serviço, ou seja, quando estiverem a desempenhar as funções
para os quais foram concebidos (Evangelista, 2003). Tendo em consideração as propriedades
gerais exigidas ao betão, abordadas anteriormente, os ensaios ao betão endurecido dividem-se
em ensaios mecânicas e físicos.
55
O ensaio mecânico mais comum do betão endurecido é o de resistência à compressão dos
provetes (figura 3.8), por ser de facil execução, pelo facto da grande maioria das
caracteristicas do betão estarem quantitivamente relacionadas com a resistência e
principamente, devido à importância intrínseca da resistência à compressão nas obras de betão
(Neville, 1997).
Os ensaios mecânicos e físicos têm como objetivo determinar as características estruturais dos
materiais utilizados, anteriormente referidas, entre outras, e analisar o comportamento da
estrutura (Brito et al., 2009). Na prática, a maior parte destes ensaios tem como finalidade
principal o controle de qualidade e a verificação das especificações. Os ensaios mecânicos e
Quadro 3.9 – Ensaios ao betão fresco e os respectivos métodos de ensaio (ANN, 2013; André,
2012; Gomes e Pinto, 2009; ASTM C232).
Amostragem NP EN 12350-1:2009
fisicos podem ser classificados como destrutivos e não destrutivos, os mais comuns realizados
em laboratório e os respectivos métodos de ensaio estão especificados no quadro 3.10.
56
3.11.3 Ensaios de durabilidade
O fabrico e a colocação do betão nas estruturas envolve, a diversos níveis, a utilização de uma
elevada quantidade de mão-de-obra, cuja aptidão influencia de forma determinante a qualidade
do betão. Por consequência, o betão constitui-se como um material cujas propriedades
mecânicas e físicas apresentam uma elevada variabilidade que deve ser tida em conta no
dimensionamento das estruturas (Costa e Appleton, 2002).
Numa outra prespetiva, sabe-se que o betão não é imune, sofrendo degradação por inúmeros
factores, anteriormente citados, podendo estes afetar mais ou menos a capacidade e a
durabilidade das estruturas, levando actualmente a uma maior consciencialização dos
consumidores em relação à importância da qualidade deste material (Antunes, 2010).
57
Quadro 3.10 - Ensaios ao betão endurecido e os respectivos métodos de ensaio (ANN, 2013;
Gomes e Pinto, 2009; ASTM C 1383; ASTM C803).
No que se refere aos documentos normativos, ao nível dos ensaios de betão, através da pesquisa
bibliográfica, pode-se verificar que a maioria dos ensaios de betão no estado fresco e no estado
endurecido, seguem a série de normas: NP EN 12350 e NP EN 12390 e os ensaios de
durabilidade seguem especificações do LNEC. Os aspetos associados ao comportamento,
produção, colocação e critérios de conformidade do betão estão especificados na norma NP EN
206-1 e a definição das propriedades dos materiais a adotar em projeto e em obra estão
regulamentadas na norma NP EN 1992-1-1 (Eurocódigo 2)
58
Quadro 3.11 - Ensaios de durabilidade do betão e os respectivos métodos sugeridos (Gomes e
Pinto, 2009; ANN, 2013; ASTM C 1202; Ferreira e Jalali, 2001).
(1) )
Ensaio baseado no procedimento interno
(2)
Ensaio baseado no procedimento CTH Rapid Method desenvolvido por Luping.
59
60
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS LABORATÓRIOS
4.1. Objetivos
4.2. Metodologia
Para o caso em estudo a metodologia que se considerou mais adequada é a que recorre a
técnicas de análise quantitativa, aplicando estatísticas elementares (Viveiros, 2011).
Numa primeira fase é descrita a metodologia a utilizar começando-se por definir a amostra e o
universo. Em seguida, é explicado como será a recolha de informação seguindo-se a descrição
da estrutura do questionário.
A população alvo deste estudo é constituída por treze laboratórios de ensaio localizados no
distritos de Lisboa e Setúbal e na cidade do Porto. A seleção dos laboratórios teve como base
uma escolha criteriosa em função do tipo de laboratórios, do número de ensaios realizados em
betões e da localização geográfica dos mesmos.
61
públicos/privados (parcerias).
Tipo de
Nome do laboratório Instituição
laboratório
- Laboratório de Construção (LC) - Instituto Superior Técnico (IST)
- Laboratório de Materiais de Construção - Instituto Superior de Engenharia de
(LMC) Lisboa (ISEL)
- Laboratório da tecnologia do betão e do - Faculdade de Engenharia da
Público comportamento estrutural (LABEST) Universidade do Porto (FEUP)
-Laboratório de Ensaios de Betão e Cimentos -Laboratório Nacional de Engenharia
(LABTEC) Civil (LNEC)
-Grupo de Engenharia de Aeródromos
-Laboratório de Solos e Pavimentos (LSP)
da Força Aérea (GEAFA)
- Laboratório Central do Grupo Cimpor
- Grupo Cimpor Betão S.A
(LCGC)
-Companhia Geral de Cal e Cimento,
- Laboratório de Betões (LB) da SECIL
S.A.
-Laboratório Central da Betão Liz (LCBL) - Betão Liz, S.A.
- Indústrias de Betão Preparado, S.A
- Laboratório de Lisboa-Frielas (LLF)
Privado (Unibetão)
- Instituto de Soldadura e Qualidade
- Laboratório de Materiais (LabMat)
(ISQ)
- Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto (APEB)
-Teixeira Duarte, Engenharia e
- Laboratório de Materiais (LM)
Construções, S.A
Público/
- Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras (LEMO)
Privado
A pesquisa dos contatos dos laboratórios de ensaio foi realizada através do site do Instituto
Português de Acreditação e Certificação (IPAC).
62
4.2.2. Métodos de recolha de dados
O trabalho de campo foi realizado no período entre setembro a novembro do ano 2012 e no
período de janeiro e fevereiro do ano 2013.
Para obter informações sobre a estrutura e as atividades, optou-se por entrevistar, sempre que
possível, os responsáveis dos respetivos laboratórios ou pessoas a eles associados, que lidam
frequentemente com a sua gestão.
O método de recolha de dados considerado a mais adequado para o objeto em estudo foi a
aplicação de um inquérito por questionário por permitir uma rápida recolha de informação,
maior sistematização dos resultados e maior facilidade de análise dos dados recolhidos (Amaro
et. al, 2005).
O inquérito por questionário é uma técnica de observação em que os inquiridos revelam as suas
opiniões bem como outras informações, através da resposta a uma série de questões. Trata-se
por conseguinte de uma ferramenta de grande importância para o desenvolvimento deste
trabalho (Pinto, 2010).
Os questionários foram respondidos no próprio dia da visita ou enviados posteriormente por via
e-mail. O questionário tipo esta representado no Anexo A.
4.2.2.1. Questionário
Optou-se por dividir o questionário em várias partes, de modo a conseguir o maior e mais
variado conjunto de informações de cada laboratório de ensaio sendo composto por onze
campos. Em seguida, o quadro 4.2 apresenta a descrição dos vários campos do questionário.
No inquérito, destaca-se uma parte específica onde as perguntas são de carácter confidencial,
relacionadas com os preços dos ensaios e os critérios utilizados para atribuição dos mesmos.
63
a confidencialidade de perguntas relacionadas com preços de ensaios.
64
4.3. Caracterização geral da atividade dos laboratórios visitados
Com base na informação disponível e recolhida durante as visitas de campo aos laboratórios de
ensaio, procedeu-se à apresentação geral dos mesmos. A descrição aborda vários campos
relacionados com o laboratório, nomeadamente, designação, tipo e localização do laboratório,
projetos e atividade desenvolvida, acreditação, serviços prestados, espaço físico e organização
do corpo técnico.
O LABTEC tem vindo a intervir em diversos projetos de investigação, sendo os mais recentes,
os estudos de: Betão com Prévia Colocação de Agregados (BPCA); Agregados Reciclados e
Corrosão de Armaduras em INOX.
apoio ao ensino
Apoio a alunos 1%
de mestrado e
doutoramento
5%
Serviço a
empresas de
Apoio a consultadoria
projetos de 50%
investigação
44%
65
O LABTEC possui quatro pisos com uma área superior a 1500 m2, constituindo-se o maior
laboratório de ensaio na área dos betões e cimentos do país. As figuras 4.2 e 4.3, representam
alguns espaços físicos do laboratório.
O corpo de técnicos do LABTEC está dividido por duas áreas experimentais do laboratório,
sendo constituído por: 1 chefe de núcleo; 8 técnicos superiores; 3 assistentes técnicos e 1
assistente operacional. Para além do corpo técnico, o laboratório é frequentado por professores e
alunos de mestrado/doutoramento e bolseiros de investigação. A estrutura do corpo técnico está
apresentada na figura 4.4.
66
CHEFE DE NÚCLEO
Responsável da Qualidade
Assistente Operacional
O LSP tem como missão principal a elaboração de estudos de execução de ensaios a solos e
pavimentos, a aplicar em obras da Força Aérea Portuguesa. De uma forma genérica o
laboratório desenvolve estudos e ensaios em cinco áreas referenciais: geotecnia e mecânica dos
solos; betões de ligantes hidráulicos; betões betuminosos; solo - cimento; avaliação estrutural e
funcional de pavimentos (GEAFA, 2013).
No âmbito operacional, o LSP centra as suas atividades nas seguintes áreas: sistemas de
retenção de aeronaves; sistemas de tratamento e purificação de água; sistemas ou trens de
pavimentação de betão, (GEAFA, 2013).
Os projectos mais relevantes onde o LSP interveio foram, a repavimentação da pista 15-30 na
Base das Lajes e a construção do caminho de circulação da pista de Beja. Este laboratório tem
acordos com universidades e empresas.
67
Apoio ao ensino
Apoio a alunos
10%
de mestrado e
doutoramento
10%
A nível de espaço físico, o laboratório de ensaio é constituido por um piso e está dividido em
vários compartimentos, nomeadamente: sala para ensaios físicos e peneiração de agregados; sala
para tratamento de misturas betuminosas; câmara húmida; espaço para armazenamento de
materiais e resíduos provenientes de ensaio; gabinete de apoio. O LSP detém alguns laboratórios
de campanha para recolha de amostras in situ e realização de campanhas experimentais in situ.
As figuras 4.6 e 4.7, representam alguns espaços físicos do laboratório.
68
Figura 4.7 - Espaço para ensaios físicos e peneiração de agregados do LSP.
GESTÃO DE TOPO
Responsável da
Responsável Técnico Qualidade
Responsável pela
Adjunto do RQ
produção
Operadores
69
4.3.1.3. Laboratório de Materiais de Construção (LMC) - Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa (ISEL)
Serviço a
empresas de
Apoio ao ensino
consultadoria
40%
10%
Apoio a
projetos de
Apoio a alunos investigação
25%
de mestrado e
doutoramento
25%
O LMC está organizado em duas zonas, que podem ser utilizadas de forma independente: uma
zona para ensaios químicos e outra para ensaios de materiais de construção. O laboratório
possui um piso com uma área aproximada de 250 m2. A figura 4.10, representa a sala de
preparação de amostras para ensaio do laboratório.
70
Figura 4.10 - Sala de preparação de amostras para ensaio do LMC (ISEL, 2013).
Diretor Técnico
71
Projeto BetoFibra (FCT- PTDC/ECM/122446/2010) e Projeto SeLCo (FCT-
PTDC/ECM/099250/2008).
Apoio ao
ensino Serviço a
20% empresas
de
consultado
ria
20%
Apoio a
alunos de Apoio a
mestrado e projetos de
doutorame investigaçã
nto o
30% 30%
72
Figura 4.14 - Ensaio de resistência à flexão dos provetes da LABEST.
Coordenador científico
Investigadores
Pessoal técnico e
administrativo
73
(DEcivil) do IST. O laboratório não é acreditado pelo IPAC e iniciou o seu funcionamento no
ano de 1990.
Serviço a
empresas de Apoio a projetos
consultoria de investigação
5% 20%
Apoio ao ensino
40%
A nível de espaço fisico, o LC está dividido em dois pisos. O piso 1 com uma área de 93 m 2 e o
piso -2 com 660,6 m2. O piso 1 possui uma sala especializada para estudos, análise e execução
de ensaios. No piso -2, a área ocupada pelo LC divide-se em vários espaços, nomeadamente:
câmara seca; câmara saturada; câmara de fluência; câmara climática; sala de peneiração; área
de preparação, análise e execução de ensaios; armazém anexo de materiais; área de ensaios
físicos; área de reparação; área de armazenamento de materiais; área de moldagem; área exterior
para armazenamento de contentores; gabinete de funcionários. As figuras 4.17 e 4.18
representam alguns espaços físicos do laboratório.
74
Figura 4.17 - Área para ensaios mecânicos do LC.
Figura 4.18 - Área para preparação de amostras (execução de provetes de betão) do LC.
4.3.2.1. Laboratório Central Grupo Cimpor (LCGC) – Grupo Cimpor Betão S.A
O Laboratório Central do Grupo Cimpor (LCGC), acreditado pelo IPAC entre os anos de 1996 e
75
Presidente DECivil
Coordenador Geral
dos laboratórios
Técnico Geral dos
Laboratórios
Assistentes Técnicos
1998, iniciou o seu funcionamento no ano de 1993 e localiza-se no Prior Velho em Lisboa. O
LCGC tem vindo a intervir em diversos projetos de investigação, sendo o mais relevante, o
estudo dos betões auto-compactáveis para postes e vigas.
Apoio a
alunos de
mestrado e
Apoio adoutorame
projetos de nto…
investigaçã serviço de
o consultador
15% ia
75%
76
fluorescência e refração. As figuras 4.21 e 4.22, representam alguns equipamentos do
laboratório.
77
Diretor Técnico
Áreas Técnicas
Operador Técnico
4.3.2.2. Laboratório de Betões (LB) da SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A.
O laboratório de betões da SECIL, sediado na fábrica do Outão, acreditado pelo IPAC desde o
ano de 2011, iniciou o seu funcionamento no ano de 1990.
Ao nível da organização de espaços, o laboratório é formado por dois pisos, com áreas de
implantação aproximadas de 84 m2 e 240 m2, constituídos por sete salas, entre elas: sala de
agregados e argamassas; sala de químicos; sala de conservação; sala de ensaios mecânicos; sala
de ensaios de betão fresco; sala de preparação; sala de câmaras; sala de receção. As figuras 4.25
e 4.26, representam alguns espaços físicos do laboratório
78
Apoio ao ensino
10% Serviço de
consultoria
30%
Apoio a alunos de
mestrado e
doutoramento
20%
Apoio a projetos
de investigação
40%
O laboratório de ensaio da Betão Liz, designado por "Laboratório Central da Betão Liz", iniciou
o seu funcionamento no ano de 2000. O LCBL não é acreditado pelo IPAC e designa-se como
um laboratório de investigação e desenvolvimento que apoia os serviços internos da Betão Liz.
79
Figura 4.26 - Sala para de ensaio de agregados do LB.
Técnico coordenador
Operador de laboratório
O projecto mais recente em que o laboratório esteve envolvido foi o estudo de um betão de
baixa retração para a reabilitação da ponte internacional de Valença no Minho. Atualmente o
laboratório de ensaio tem protocolo com o LNEC e parcerias com empresas de adjuvantes.
O laboratório tem como serviços o apoio aos serviços internos da Betão Liz (p.e. apoio aos
laboratórios de controlo de produção de betão), o estudo da composição dos betões, o apoio a
projectos de investigação, a alunos de mestrado/doutoramento e ao ensino (figura 4.28).
A nível de espaço físico , o laboratório dispõe de um único piso com uma área aproximada de
100m2, dividido em vários compartimentos, designadamente: câmara húmida; área para ensaios
80
Apoio ao ensino
Apoio a alunos 3%
de mestrado e
doutoramento
5%
Apoio a projetos
de investigação
2%
Apoio à Betão
Liz
90%
físicos; área para peneiração de agregados; área para armazem de material e equipamentos; área
exterior para armazem de resíduos provenientes dos ensaios; armazém anexo para materiais
futuramente removidos; gabinete de apoio ao laboratório. As figuras 4.29 e 4.30, representam
alguns espaços físicos do laboratório.
81
Figura 4.30 - Área para preparação de amostras do LCBL.
Diretor técnico
Assistente técnico
Operador técnico
O laboratório de ensaio da Unibetão não é acreditado pelo IPAC e dispõe de várias unidades
espalhadas por todo o país, sendo três das quais responsáveis pela zona norte, centro e sul. O
laboratório visitado, designado por “Laboratório de Lisboa-Frielas” da Central de Frielas,
iniciou o seu funcionamento na década de 80, sendo responsável por todas as centrais de betão
da zona centro do país, coletando grande parte das suas amostras enviadas.
82
O corpo técnico do laboratório é constituído por: 1 diretor; 1 técnico superior; 2 técnicos de
laboratório; 3 a 4 técnicos de campo (recolha de provetes in situ). A estrutura do corpo técnico
está represento na figura 4.32.
Diretor
Técnico superior
O ISQ possui 21 laboratórios acreditados, com capacidade para efetuar ensaios e calibrações
em instalações permanentes (sede de Oeiras e delegação norte), in situ nas instalações onde
presta serviços e num laboratório móvel.
O laboratório é constituído por um piso com 200 m2 com 4 salas, respetivamente: sala de
ensaios físicos; sala para peneiração de agregados; câmara húmida e sala para armazenamento
de material e resíduos. As figuras 4.34 e 4.35, representam alguns equipamentos do laboratório.
83
Apoia ao ensino
5%
Parceiros Empresas
envolvidos na produtoras de
construção civil betão e empresas
5% de materiais
constituintes
90%
84
Gestão de topo
Operador
Técnico
85
laboratório participou em vários projetos relevantes, tais como, a Ponte sobre o Rio Cacheu na
Guiné, o viaduto do Congo (CAETXXI) e os caixotões do cais do Porto da praia em Cabo
Verde.
Relativamente ao espaço físico, o laboratório tem dois pisos com uma área de implantação com
cerca de 1000 m2. As figuras 4.37 e 4.38, representam alguns equipamentos do laboratório
(APEB, 2013).
O laboratório é constituído por um corpo técnico formado por 1 diretor e 6 técnicos superiores.
A estrutura do laboratório apresenta-se na figura 4.39.
86
Gestão Executiva
Responsável
pela qualidade
Diretor dos serviços do
laboratório
Serviços
Assessorias
administrativos
Laboratório de Laboratório de
ensaios meteorologia
Responsável pelo
Responsável pelo Responsável pelo laboratório
laboratório de Lisboa laboratório do Porto
O Laboratório de Materiais do grupo Teixeira Duarte (LM), iniciou o seu funcionamento no ano
de 1990 e foi acreditado pelo IPAC no ano de 1996. Atualmente, encontra-se integrado no Polo
Operacional da Teixeira Duarte, desde abril do ano de 2011, situando-se na zona industrial do
Alto do Estanqueiro, no Montijo. Recentemente o laboratório participou nos projetos da
construção da barragem de Salamonde em Vieira do Minho (Público, 2010) e na área dos betões
testados para Angola.
O LM presta serviços internos a empresas do grupo Teixeira Duarte (volume de clientes anuais
varia entre 20 a 30 clientes/ano), e apoia projetos de investigação e alunos de
mestrado/doutoramento (figura 4.40).
Apoio ao ensino
- Mestrados e
doutoramentos
10% Apoio interno à
empresa
60%
Apoio a projetos
de investigação
30%
87
O laboratório é formado por 2 pisos com áreas aproximadas de 425m2 e 211m2, constituidos por
7 salas condicionadas, divididas consoante o seu uso, nomeadamente: sala de químicos (ensaios
de durabilidade); sala de compressão; sala de cimentos e argamassas; sala de betões em estado
fresco (ensaios) ; sala de solos e agregados (ensaios); câmara seca e saturada; sala de preparação
de provetes. As figuras 4.41 e 4.42, representam alguns espaços físicos do laboratório.
88
Administrador
Diretor de centro
Responsável técnico
Responsável da qualidade
Analista principal
Analistas
Auxiliares
de 2004, pelo CEFA (Centro de Estudos e Formação Autárquica) e a sua área laboratorial está
acreditada desde 1996, pelo IPAC, de acordo com a norma de referência NP EN ISO/IEC 17025
(LEMO, 2013).
89
O LEMO tem acordos com a Câmara Municipal de Oeiras e presta quase a totalidade dos seus
serviços a empresas relacionadas com a indústria da construção. O laboratório apoia ainda,
restritamente, o ensino, projectos de investigação e alunos de mestrado e doutoramento (figura
4.44).
Apoio a projetos
de investigação e
apoio a alunos de
mestrado e… Serviço de
consultadoria
95%
O LEMO é constituído por um único piso com área aproximada de 383 m2 dividido em diversos
espaços consoante o seu uso, nomeadamente: sala de argamassas; sala de betões; sala para
betuminosas, agregados e solos; sala para ensaios especiais (ensaio triaxial); câmara
higrotérmica; espaço para receção de amostras e amostras ensaiadas; gabinetes técnicos. As
figuras 4.45 e 4.46, representam alguns espaços físicos do laboratório.
90
Figura 4.46 - Sala para ensaios especiais (ensaio triaxial) do LEMO
Coordenador de Laboratório
O trabalho de campo com base no inquérito foi de grande utilidade na apresentação dos
laboratórios de ensaio uma vez que grande parte da descrição dos laboratórios não existe
disponível nos meios de comunicação, principalmente os laboratórios privados nomeadamente
Laboratórios de fabricantes, Laboratórios das centrais de betão e laboratórios ligados a empresas
de consultadoria que apenas disponibilizam essa informação ao corpo técnico do laboratório.
Pode-se verificar que os laboratórios públicos dispõem de uma maior diversidade de informação
disponível, o que permitiu obter mais informação relativa aos mesmos.
Grande parte dos Laboratórios visitados foram os privados devido ao seu número ser superior
relativamente aos públicos no distrito de Lisboa e Setúbal. Foi apenas visitado um laboratório
publico/privado (laboratório de parcerias) uma vez que apenas um se manifestou recetivo ao
trabalho de campo desenvolvido.
Não foi possível uniformizar, na totalidade, a informação dos laboratórios pois, durante o
trabalho de campo, o inquérito desenvolvido demonstrou ter algumas lacunas. O tema
91
“Equipamentos”, foi demasiado detalhado uma vez que muitas questões não foram respondidas,
possivelmente devido à falta de informação. Algumas questões como a “Quantidade de clientes
(dados anuais)” e os “Critérios utilizados para atribuição dos preços dos ensaios” foram
respondidos por um reduzido número de laboratórios, eventualmente devido à confidencialidade
92
5. ANÁLISE DE RESULTADOS DOS INQUÉRITOS
5.1. Objetivos
O objectivo principal do presente capítulo consiste em analisar os resultados obtidos a partir dos
inquéritos realizados durante o trabalho de campo, interpretar e avaliar as tendências dos
laboratórios ao nível dos campos descritos no inquérito.
Este capítulo está dedicado à apresentação dos resultados e respetiva análise crítica referentes à
informação recolhida através do questionário acima referido.
Numa primeira análise, verifica-se que a amostra obtida é constituída por 13 laboratórios de
ensaio, sendo que destes, 77% são de pequena e média dimensão e 23% são de grande
dimensão, cujo volume de ensaios se destaca dos restantes laboratórios. A fim de ocultar a
identificação dos laboratórios visitados para a análise dos resultados optou-se por nomeá-los de
“Lab 1” a “Lab 13”.
Numa primeira fase foi realizado um levantamento dos materiais que são ensaiados nos
93
diferentes laboratórios. A figura 5.1 representa a percentagem de laboratórios em função do tipo
de material que ensaiam.
Pela análise da figura 5.1, constata-se que o material mais ensaiado nos laboratórios visitados é,
conforme seria expectável, os betões em todos os laboratórios, em seguida os agregados em
mais de 80% e por fim as argamassas em mais de 60%. Alguns materiais como solos e misturas
betuminosas são ensaiados em menos de 20% dos laboratórios para estudos de solos na área da
geotecnia e os materiais poliméricos, os ETICS e as madeiras não são ensaiados por nenhum
dos laboratórios visitados. O quadro C1.1, no anexo C1, representa em detalhe os diversos
materiais ensaiados.
A figura 5.2, representa a percentagem de laboratórios que ensaiam os diversos tipos de betões,
nomeando os betões mais correntes, ensaiados pelos respetivos laboratórios. Pela análise da
94
figura 5.2, o betão tradicional é ensaiado por 85% dos laboratórios visitados sendo mais
frequente em 77% destes, constituindo-se o betão mais ensaiado pelos laboratórios visitados,
seguindo-se o betão auto-compactável e o betão leve com adição de argila expandida que são
ensaiados por mais de metade dos laboratórios. Estes betões, devido às suas características
especiais (peso próprio ou colocação e compactação em obra), têm sido cada vez mais
procurados devido a exigências da construção. O betão com agregados reciclados é ensaiado
por 31% dos laboratórios. Salienta-se que este tipo de betões tem vindo a ser cada vez mais alvo
de estudo devido ao seu impacto na sustentabilidade da construção.
Alguns betões, tais como, o betão com prévia colocação de agregados, betão com fibras
metálicas, o betão leve com ardósia, o betão pesado e o betão texturado foram referidos por um
número muito reduzido de laboratórios, devido ao seu uso restrito no mercado e no caso dos
dois primeiros a sua aplicação ser recente.
A figura 5.3 representa a percentagem de laboratórios em função das dimensões (área e número
de pisos) definidas. Através da análise da figura 5.3, pode-se observar que a maioria dos
laboratórios é de pequena e média dimensão, tendo 54% dos laboratórios uma área de
implantação menor ou igual a 400 m2 e 23% com áreas entre 400 m2 e 900 m2. Apenas 23% dos
laboratórios são de grandes dimensões, com áreas superiores a 900 m2. Em relação ao número
de pisos dos laboratórios, mais de metade tem um piso (61%), 31% tem 2 pisos e apenas um
laboratório tem 2 ou mais pisos (8%).
Com base no quadro C3.1, no anexo C3, que representa a área média de implantação e o número
de pisos dos diferentes laboratórios.
Em relação ao acervo normativo dos ensaios, verificou-se que todos os laboratórios possuem
arquivo atualizado de normas. Observou-se que 85% dos laboratórios detêm procedimentos
internos para alguns ensaios e 15%, não fez qualquer referência no inquérito de os
possuir.Verifica-se que 92% dos laboratórios disponibilizam fichas de registo de dados para
cada tipo de ensaio. No quadro C4.1, do anexo C4, apresenta-se os ensaios realizados com base
em procedimentos internos por cada laboratório.
95
Betão pesado 8
Betão texturado 8
Betão com agregados recoperados 15
Betões com fibras metálicas 8
Betão com prévia colocação de… 8
Betão com agregados reciclados 31
Betão drenante 38
Betão submerso 23
Betão hidrófugo 38
Betão auto-compactável 69
Betões ensaiados
Laboratórios (%)
Laboratórios que ensaiam o material com muita frequência
Laboratórios que ensaiam o material
Ao nível dos ensaios em betão no estado fresco, a figura 5.4 representa a percentagem de
ensaios executados e de ensaios realizados com acreditação nos laboratórios. De acordo com a
figura 5.4, pode-se verificar que 62% dos laboratórios, realizam 50% ou mais dos ensaios
referidos no questionário.
96
5.5, pode-se concluir que o ensaio mais corrente é o de abaixamento, realizado em 92% dos
laboratórios sendo apenas acreditado em 31% destes.
A figura 5.6 representam a percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como
mais/menos frequentes. Pela análise da figura 5.6, pode-se concluir que os ensaios que foram
referidos pelos laboratórios como os mais frequentes são o de: abaixamento, determinação do
teor de ar e massa volúmica, salientando-se o primeiro com 46% dos laboratórios e com
periodicidade semanal. O ensaio Vêbê foi referido como o menos frequente por 23% dos
laboratórios.
O quadro C5.1 e C5.2, do anexo C5, apresenta todos os ensaios realizados (normas adotadas,
acreditação e frequência de ensaio) nos diferentes laboratórios. Pode-se observar que um dos
laboratórios visitados, realiza ensaios somente ao betão auto-compactável e o ensaio de deslize é
apenas referido por um laboratório.
Ao nível dos ensaios em betão no estado endurecido, a figura 5.7 representa a percentagem de
ensaios executados e de ensaios realizados com acreditação nos laboratórios. De acordo com a
figura 5.7, pode-se verificar que 54% dos laboratórios realizam 50% ou mais dos ensaios
referidos no questionário. Apenas um laboratório realiza todos os ensaios referidos no inquérito.
97
Lab 1 86
Lab 2 7
93
Lab 3 86
Lab 4 14
93
Lab 5 7
86 Ensaios realizados
com acreditação
Laboratórios (%)
Lab 6 36
Lab 7 50 Ensaios realizados
Lab 8 7
21
Lab 9 7
Lab 10 14
Lab 11 86
Lab 12 36
Lab 13 64
Observa-se também que dois laboratórios (um público e outro privado) realizam 43% dos
ensaios acreditados. Os laboratórios universitários e os laboratórios das centrais de betão, não
realizam ensaios acreditados.
98
Figura 5.5 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão fresco
A figura 5.9 representa a percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como
mais/menos frequentes. Pela análise da figura 5.9, pode-se verificar que o ensaio de resistência à
compressão de provetes é referido por 92% dos laboratórios como o mais frequente, com
periodidades diária ou semanal, destacando-se, desta forma, de todos outros ensaios.
Os quadros C6.1 e C6.2, no anexo C6, apresentam todos os ensaios realizados (normas
adotadas, acreditação e frequência de ensaio) nos diferentes laboratórios. Pode-se observar que
99
apenas 15% dos laboratório seguem procedimentos internos ou especificações do LNEC, em
alternativa às normas europeias para a realização de alguns ensaios.
Figura 5.6 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/menos
frequentes ao betão fresco.
100
do betão.Verifica-se também que 38% dos laboratórios realizam 50% ou mais, dos ensaios e
apenas um laboratório realiza todos os ensaios referidos no inquérito, sendo 50% destes
acreditados.
A figura 5.11, representa a percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam
ensaios acreditados /não acreditados. De acordo com a figura 5.11, pode-se observar que o
ensaio de absorção de água por capilaridade, o ensaio de absorção de água por imersão, o de
resistência à penetração de iões (AASTHO T-227), e o de resistividade elétrica são os mais
correntes, sendo os dois primeiros realizados por mais de 60% dos laboratórios.
101
Figura 5.8 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão endurecido
102
O quadro C7.1 e C7.2 no anexo C7, apresentam todos os ensaios realizados (normas adotadas,
acreditação e frequência de ensaio) nos diferentes laboratório. Pode-se constatar que apenas
23% dos laboratórios seguem procedimentos internos para a realização de alguns ensaios.
Figura 5.9 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/ menos
frequentes o betão endurecido
Ao nível da periocidade dos ensaio, de acordo com a quadro C7.2, verifica-se que 77% dos
laboratórios não realiza ensaios de durabilidade com frequência (periocidade anual ou
exporádica) e que 23% dos laboratórios executam 1 a 2 ensaios de durabilidade com
periocidade diária ou semanal para efeitos de investigação e apoio a estudos de
mestrado/doutoramento.
A figura 5.12, representa a percentagem de ensaios acreditados por cada classe de ensaio em
betões. Pode-se observar que 71% de ensaios de betão no estado endurecido e 67% dos ensaios
de durabilidade, são realizados com acreditação enquanto que nos ensaios de betão no estado
fresco apenas 14% o são. Pode-se concluir que os ensaios de betão no estado fresco são os
ensaios menos acreditados.
103
Figura 5.10 - Percentagem de ensaios de durabilidade executados e de ensaios acreditados
A figura 5.13, representa a percentagem de laboratórios que realizam ensaios acreditados por
cada classe de ensaio em betões. Pode-se observar que 62% dos laboratórios realizam ensaios
em betão no estado endurecido com acreditação, face a 23% e 31% dos laboratórios que
realizam ensaios acreditados na área da durabilidade e dos betões no estado fresco,
respetivamente. Pode-se concluir que a maior parte dos laboratórios dão preferência à realização
dos ensaios em betões no estado endurecido, com acreditação.
104
Figura 5.11 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios de durabilidade e os que
realizam ensaios acreditados/não acreditados
Figura 5.12 - Percentagem de ensaios acreditados por cada classe de ensaio em betões.
105
Figura 5.13 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios acreditados por cada classe de
ensaio em betões.
Com base na análise da figura 5.15, verifica-se que 46% dos laboratórios realizam manutenção
interna (executada pelos próprios técnicos) e igual percentagem de laboratórios realiza
manutenção externa, salientando-se que apenas 23% dos laboratórios tem uma manutenção
previamente definida (sem periodicidade).
106
Figura 5.15 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de manutenção da prensa e
respetiva periodicidade
De acordo com a análise da figura 5.16, verifica-se que 94% dos laboratórios realizam a
calibração da prensa de ensaio à compressão por entidades externas, face a 6% dos laboratórios
que realizam por entidades internas. Pode-se observar que 77% dos laboratórios realizam a
calibração anualmente, 8% realiza-a semestralmente, salientando-se que apenas 15% dos
laboratórios faz a calibração sem periodicidade.
anual 77
Periodicidade
Calibração da prensa
semestral 8
Sem periodicidade 15
calibração
Externa
Tipo de
94
Interna 6
0 20 40 60 80 100
Laboratóri os (% )
107
com a figura 5.17, verifica-se que 69% dos laboratórios executam a reparação dos equipamentos
por técnicos do laboratório ou por entidades externas (consoante a complexidade da avaria) face
a 31% que executa a reparação apenas por entidades externas. Salienta-se que nenhum dos
laboratórios visitados realizam a reparação apenas por técnicos internos do laboratório.
108
5.2.5. Gestão do corpo técnico e utilizadores dos laboratórios
Em termos de formação do corpo técnico, a figura 5.18, representa a percentagem dos técnicos
com formação geral e específica (formação especializada na área que desenvolve) nos
diferentes tipos de laboratórios (públicos, privados e publico/privado).
De acordo com a figura 5.18, pode-se observar que os laboratórios públicos e privados
apresentam percentagens muito idênticas em termos de técnicos com formação geral e
específica. Verifica-se que a percentagem de técnicos com formação geral e específica ronda os
18% a 20% e os 80% a 82%, respectivamente. O laboratório publico/privado apresenta a mesma
percentagem de técnicos com ambas as formações.
Ao nível da gestão do corpo técnico do laboratório, as figuras 5.19, 5.20 e 5.21 apresentam a
percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios público, privado e
publico/privado, respetivamente. Salienta-se que a categoria correspondente ao coordenador de
laboratório, foi apenas referida no inquérito por 2 laboratórios, não sendo suficiente para um
tratamento estatístico. Ao nível da qualidade apena 2 laboratórios referiram ter um responsável
da qualidade, sendo a função desta categoria exercida pelo diretor, nos restantes laboratórios,
pelo que não está representada nos gráficos anteriores.
De acordo com a figura 5.19, verifica-se que nos laboratórios privados existem 53% de
assistentes técnicos sendo a categoria predominante. A categoria relativa aos assistentes
109
operacionais é quase insignificante correspondendo a 4% do corpo técnico dos laboratórios
privados.
Laboratório público/privado
Técnico superior 25
Corpo técnico - técnicos
Diretor 18
Coordenador de Lab. 19
Assistente técnico 38
0 20 40 60 80 100
Técnicos (%)
Figura 5.19 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios privados.
Com base na figura 5.20, verifica-se que nos laboratórios públicos existe 33% de técnico
superior e 30% de assistentes técnicos, sendo as categorias predominantes. A categoria referente
ao coordenador geral dos laboratórios é insignificante, correspondendo a 3% do corpo técnico
dos laboratórios públicos, uma vez que foi apenas referido por um laboratório.
De acordo com a figura 5.21, verifica-se que o laboratório publico/privado, existe 38% de
assistentes técnicos e 25% de técnicos superiores.
Assistente operacional 18
Laboratórios públicos
Corpo técnico -
Assistente técnico 30
categorias
Técnico superior 33
Diretor 15
0 50 100
Técnicos (%)
Figura 5.20 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios públicos.
110
Laboratório público/privado
Técnico superior 25
Coordenador de Lab. 19
Assistente técnico 38
0 20 40 60 80 100
Técnicos (%)
Figura 5.21 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios
público/privado.
Com base na análise das figuras 5.19, 5.20 e 5.21, pode-se observar que nos laboratórios
privados existem 53% de assistentes técnicos e 20% de técnicos superiores e nos laboratórios
públicos 30% de assistentes técnicos e 33% de técnicos superiores. Verifica-se por conseguinte,
nos laboratórios privados uma diferença de 33% entre as duas categorias de técnicos face a 3%
nos públicos. Analisa-se também um aumento de 23% de assistentes técnicos nos laboratórios
privados em relação aos públicos e um aumento de 13% de técnicos superiores nos laboratórios
públicos relativamente aos privados.
A figura 5.22, representa ao nível global, a percentagem de técnicos por categoria do corpo
técnico nos laboratórios. De acordo com a análise da figura 5.22, observa-se que os assistentes
técnicos é a categoria predominante, com 42% do corpo técnico dos laboratórios.
Assistente operacional 10
Assistente técnico 42
Técnico superior 26
Diretor 20
0 20 40 60 80 100
Corpo técnico-categorias (% global)
Figura 5.22 - Percentagem global de técnicos por categorias do corpo técnico nos laboratórios
111
Para se fazer uma análise da gestão do corpo técnico e dos utilizadores em função das tarefas
que realizam, foram criadas no inquérito, várias tarefas possíveis. O quadro 5.2, representa a
percentagem de técnicos e utilizadores (pessoal externo, bolseiros de investigação, alunos e
professores) por categoria, em função da tarefa que desempenham em cada tipo de laboratório.
Salienta-se que os professores foram referidos no inquérito pelos laboratórios mas não lhes foi
atribuída nenhuma função.
Por análise do quadro 5.2, pode-se verificar que os alunos só executam funções nos laboratórios
públicos, nomeadamente, na realização dos ensaios, na elaboração dos relatórios de ensaio e nas
verificações internas (verificação dos resultados dos ensaios realizados).
Nos laboratórios públicos a aprovação e receção das amostras é realizada por 44% dos técnicos
superiores, face a 22% nos laboratórios privados.
Nos laboratórios privados, 45% dos assistentes técnicos elaboram os relatórios de ensaio
(boletins), face a 13% dos assistentes técnicos nos laboratórios públicos, destacando-se o
laboratório público/privado por esta tarefa ser efetuada apenas pelo diretor.
Nos laboratório públicos a calibração dos equipamentos é realizada por 43% dos assistentes
técnicos e por 29% dos diretores, enquanto que nos laboratórios privados é feita por 57% dos
técnicos superiores e por 29% dos assistentes técnicos. Salienta-se o laboratório público/privado
por esta tarefa ser efetuada apenas pelo coordenador de laboratório.
As notas técnicas e relatórios técnicos são realizados apenas em alguns laboratórios públicos,
em que as notas técnicas são executadas equitativamente pelos técnicos superiores e bolseiros
de investigação e os relatórios técnicos apenas por bolseiros.
O quadro 5.3, representa a percentagem média global de técnicos e utilizadores por categoria em
função da tarefa que desempenham nos laboratórios. Com base no quadro 5.3, pode-se
observar que os assistentes técnicos e os técnicos superiores são, em percentagem, as categorias
do corpo técnico que executam o maior número de tarefas no laboratório e os relatórios técnicos
são executados apenas por bolseiros de investigação.
112
Os quadros 9.1(2 a 6), no anexo C9, apresentam a categoria, formação, função, ocupação
diária dos técnicos e utilizadores nos laboratórios visitados.
De acordo com a figura 5.23, pode-se observar que 3 dos laboratórios têm uma ocupação
superior ou igual a 10 (técnicos e utilizadores)/dia, destacando-se o lab 2 com 13 (técnicos e
utilizadores)/dia. Pode-se verificar igualmente que os laboratórios das centrais de betão, têm
menor ocupação diária, não ultrapassando os 2 (técnicos e utilizadores)/dia.
113
Lab 13 2
Lab 12 3
Lab 11 10
Lab 10 8
Lab 9
Laboratórios
2
Lab 8 9
Lab 7 2
Lab 6 4
Lab 5 3
Lab 4 7
Lab 3 10
Lab 2 13
Lab1 6
0 2 4 6 8 10 12 14
114
Quadro 5.2 - Percentagem de técnicos e utilizadores por categoria, em função da tarefa que desempenham nos vários tipos de laboratório
Assistente operacional 8 0 11 8 9 0 0 0 0 0
Pessoal externo 0 0 11 8 9 0 14 9 0 0
Bolseiro de investigação 0 11 11 0 0 0 0 0 0 0
Aluno 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total (indivíduos) 12 9 9 12 11 11 7 11 8 9
Diretor 14 0 0 0 0 13 29 14 56 25
Técnico superior 43 44 36 33 22 50 14 14 33 38
Assistente técnico 43 56 45 56 56 13 43 43 11 13
PÚBLICO
Pessoal externo 0 0 0 0 0 0 14 14 0 0
Bolseiro de investigação 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Assistente operacional 0 0 9 11 22 13 0 14 0 13
Aluno 0 0 9 0 0 13 0 0 0 13
Total (indivíduos) 7 9 11 9 9 8 7 7 9 8
Diretor 50 33 0 33 0 100 0 0 50 100
Coordenador de
Laboratório 50 33 0 33 100 0 100 100 50 0
PÚBLICO/
PRIVADO
Responsável da
qualidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Técnico superior 0 33 50 33 0 0 0 0 0 0
Assistente técnico 0 0 50 0 0 0 0 0 0 0
Total (indivíduos) 2 3 2 3 1 1 1 1 2 1
115
* verificação dos resultados dos ensaios realizados
Quadro 5.3 - Percentagem de técnicos e utilizadores por categoria, em função da tarefa que desempenham nos laboratório
Apoiar os
Coordenar,
Aprovar a utilizadores Elaborar
controlar e Apoio no Manuten-
Técnicos e utilizadores recepção do os Calibração Gestão do Verifica-
supervisio- manusea- ção dos Notas Relatórios
por categoria (%) das Realização laboratório relatórios dos equipa- labora- ções
nar os mento dos equipa- técnicas técnicos
amostras dos ensaios na dos ensaios mentos tório internas*
ensaios de equipamentos mentos
(provetes) realização (boletins)
laboratório
dos ensaios
Aluno 0 0 5 0 0 5 0 0 0 6 0 0
Assistente operacional 5 0 9 8 14 5 0 5 0 6 0 0
Assistente técnico 19 52 50 38 48 30 33 47 5 22 0 0
Bolseiro de investigação 0 5 5 0 0 0 0 0 0 0 50 100
Coordenador de
Laboratório 5 5 0 4 5 0 7 5 5 0 0 0
Diretor 33 5 0 13 5 20 13 5 58 28 0 0
Pessoal externo 0 0 5 4 5 0 13 11 0 0 0 0
Responsável da
qualidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Técnico superior 38 33 27 33 24 40 33 26 32 39 50 0
116
Quadro 5.4 - Percentagem de serviços de cada laboratório
Laboratórios
Serviços (%)
Lab 10
Lab 11
Lab 12
Lab 13
Lab 1
Lab 2
Lab 3
Lab 4
Lab 5
Lab 6
Lab 7
Lab 8
Lab 9
Serviços a empresas de consultadoria 10 50 5 100 0 30 75 90 95 75 20
Serviços a empresas internas 60 90 100
Apoio a projetos de investigação 25 44 20 0 30 40 2 5 0 2 15 30 0
Apoio a alunos de
25 5 30 0 10 20 5 10 5 2 10 30 0
mestrado/doutoramento
Apoio ao ensino 40 1 40 0 0 10 3 10 5 1 0 20 0
Outros serviços* 5 0 0
* Cursos de Formação/Apoio a outros laboratórios
Ao nível da acreditação dos laboratórios através da empresa certificadora IPAC, a figura 5.28,
representa a percentagem de laboratórios acreditados e não acreditados. De acordo com a figura 5.28,
117
pode-se observar que 62% dos laboratórios são acreditados face a apenas 38% que não têm
acreditação, nomeadamente os laboratórios relacionados com centrais de betão e universidades.
118
Ao nível da comercialização dos ensaios a figura 5.29, representa a percentagem de laboratórios que
comercializam ensaios. Pela observação da figura 5.29, conclui-se que 62% dos laboratórios
comercializam ensaios. Verifica-se que apenas um laboratório universário comercializa ensaios e os
laboratórios das centrais de betão não os comercializam.
O quadro 5.5, representa o preço dos ensaios (por provete) mais/menos dispendiosos referidos por
alguns laboratórios. O ensaio mais e menos dispendiosos são o da determinação do coeficiente de
fluência e o de resistência à compressão dos provetes de ensaio, respetivamente. Uma vez que este
último ensaio foi referido por vários laboratórios como o menos dispendioso, pode-se observar que a
variação de preços é de 5€ a 15€.
Quadro 5.5 - Preço dos ensaios (por provete) mais/menos dispendiosos referidos por alguns
laboratórios.
119
em 88% dos laboratórios, o preço médio dos ensaios não excede os 30€. Em relação aos ensaios mais
dispendiosos, em 63% dos laboratórios, o preço médio dos ensaios é inferior a 500€, face a 37% dos
laboratórios, em que os preços variam entre 500€ e 2000€.
Variação de preços de ensaio (€)
22
dispendiosos >30€ e <100 €
Menos
88
< 30€
Ensaios
dispendiosos
>500€ e <2000€ 37
Mais
< 500€ 63
0 20 40 60 80 100
Laboratórios (%)
Todos os laboratórios efetuam a limpeza com periodicidade diária, sendo a limpeza dos equipamentos
efetuada por técnicos do laboratório e os espaços comuns por uma empresa contratada para o efeito.
Com base nas entrevistas realizadas aos laboratórios pode-se organizar um conjunto de aspetos a
melhorar de acordo com as informações prestadas pelos responsáveis dos laboratórios. O quadro 5.6
representa alguns aspetos a melhorar nos laboratórios visitados. Salienta-se que as melhorias
propostas pelos laboratórios, correspondentes a “melhorar a colaboração entre a indústria e as
universidades”; “aumentar o número de ensaios inter-laboratoriais responsáveis pela Associação de
Laboratórios Acreditados de Portugal (RELACRE)” e “otimizar o uso de equipamentos para
futuramente se poder acreditar os ensaios” foram referidas por mais de um laboratório.
120
5.4. Síntese do capítulo
De acordo com a análise dos dados pode-se concluir que para além dos betões, os agregados são os
materiais mais ensaiados. O betão tradicional é o betão mais ensaiado, por 84% dos laboratórios
seguindo-se o betão auto-compactável e o betão leve com adição de argila espandida por 70% e 63%
dos laboratóros, respetivamente. Estes betões têm vindo a obter maior interesse nos laboratórios,
devido às suas características especiais (peso próprio, colocação e compactação em obra).
Ao nível do espaço físico pode-se concluir que mais de metade dos laboratórios têm uma área de
implantação inferior a 400m2, salientando-se apenas um, com uma superfície superior a 1000m2.
Em relação aos ensaios de betões, pode-se verificar que os ensaios de betão no estado fresco, são os
mais realizados em laboratório e dentro destes, o ensaio de abaixamento é o ensaio de betão no estado
fresco mais frequente, sendo referido por 46% dos laboratórios como o mais frequentemente realizado
sendo acreditado por mais de 31% dos laboratórios.
Ao nível dos ensaios de betão no estado endurecido, salienta-se que o ensaio de resistência à
compressão é executado por todos os laboratórios sendo acreditado por mais de 60% e é referido
como o mais frequentemente realizado, por 92% dos laboratórios, considerando-se o ensaio de betão
no estado endurecido mais corrente.
Os ensaios de durabilidade são os menos empreendidos pelos laboratórios, sendo realizados com
maior frequência em laboratórios universitários e nos vocacionados para a investigação. A menor
procura destes ensaios deve-se ao facto de serem ensaios mais dispendiosos e com aplicação restrita
(ensaios solicitados pelo projetista), tendo maior destaque na área de investigação dos materiais.
Pode-se concluir que seria de todo o interesse haver um maior investimento por parte das empresas
em relação a este tipo de ensaios, uma vez que se tem, cada vez mais, o conhecimento de que a
durabilidade do betão condiciona fortemente a vida útil das estruturas.
Ao nível da acreditação de ensaios pode-se verificar que apenas 14% dos ensaios de betão no estado
fresco são realizados com acreditação, sendo a classe de ensaio com menor menor número de ensaios
acreditados. Por outro lado, nos ensaios em betões no estado endurecido, 62% dos laboratórios
realizam estes ensaios acreditados, sendo por conseguinte, a classe com maior acreditação.
Ao nível do acervo normativo dos ensaios verificou-se que 85% dos laboratórios detêm
procedimentos internos para alguns ensaios em betões. Com base na análise efetuada conclui-se que
as normas europeias têm uma maior implementação face às normas internacionais nos ensaios de
121
betão no estado fresco e endurecido. Nos ensaios de durabilidade, as especificações do LNEC, as
normas internacionais e alguns procedimentos de ensaio, têm tido maior aplicação.
Ao nível dos equipamentos do laboratório, a prensa de compressão destaca-se pela sua elevada
utilização. Em todos os laboratórios a calibração deste equipamento é realizada externamente. A
periodicidade da calibração é maioritariamente anual nos laboratórios com a exceção de alguns
laboratórios universitários que efetuam uma calibração sem periocidade.
Ao nível do corpo técnico dos laboratórios públicos e privados, cerca de 80% dos técnicos têm
formação específica sendo muito superior aos técnicos que têm formação geral, salientando-se o
laboratório público/privado cujo corpo técnico está dividido equitativamente com formação geral e
específica.
Nos laboratórios privados existe uma diferença de 33% entre assistentes técnicos e técnicos superiores
e esta diferença desce para 3% nos laboratórios públicos. Nos laboratórios públicos existe uma
distribuição mais equilibrada das categorias do corpo técnico atrás referidas.
Nos laboratórios privados existe mais 23% de assistentes técnicos relativamente aos laboratórios
públicos, por outro lado estes últimos têm mais 13% de técnicos superiores do que nos privados.
Pode-se concluir que os laboratórios privados se diferenciam dos públicos por terem uma maior
quantidade de assistentes técnicos e um decréscimo de técnicos superiores. Ao nível das funções dos
técnicos dos Laboratórios, pode-se verificar que os assistentes técnicos e os técnicos superiores são os
utilizadores que executam o maior número de tarefas, em todos os laboratórios.
Ao nível dos serviços dos laboratórios, pode-se concluir que os laboratórios privados prestam grande
parte dos seus serviços a empresas de consultaria e serviço interno, salientando-se que as centrais de
betão e as empresas de construção prestam praticamente a totalidade dos seus serviços ao serviço
interno da empresa. Os laboratórios públicos, especialmente os universitários, prestam os seus
serviços no apoio ao ensino e investigação. Ao nível de clientes dos laboratórios, as empresas e
pessoas individuais são os clientes mais frequentes dos laboratórios visitados.
Ao nível da recolha de resíduos, 69% dos laboratórios efetua a recolha através de uma empresa
externa, face a 29% que a realiza pelos técnicos do laboratório. Salienta-se um dos laboratórios por
fazer a recolha de certos resíduos, nomeadamente reagentes, através de uma empresa contratada
apesar de a sua recolha geral ser feita internamente.
Ao nível da acreditação, 62% dos laboratórios são acreditados face a 38% que não o são,
respectivamente os laboratórios relacionados com as centrais de betão e universidades.
122
Quadro 5.6 - Aspetos a melhorar nos laboratórios visitados
Corpo
Promover a formação do corpo técnico.
técnico
Aumentar a divulgação e esclarecimentos sobre as necessidades da realização
Divulgação
dos ensaios e sua aplicabilidade.
* A RELACRE é uma entidade, promovida pelo IPQ, que iniciou o seu funcionamento em 9 de maio de 1991, formada por
laboratórios públicos e privados acreditados ou com interesses na acreditação. Esta organização permitiu unir os laboratórios
numa rede, de forma a promover o dialogo para o crescimento a nível técnico e economico, promover as suas capacidades e competencias e
estabelecer condições para a sua competititvidade no mercado. Esta instituição tem como objetivo promover o aprofundamento do
conhecimento em atividades laboratorias, com vista à credibilização dos resultados de ensaio e calibração, (RELACRE, 2013).
123
Em relação aos ensaios menos dispendiosos, pode-se verificar que em 88% dos laboratórios, o preço
médio dos ensaios não excede os 30€ e nos ensaios mais dispendiosos, em 63% dos laboratórios, o
preço médio dos ensaios é inferior a 500€. Pode-se concluir que a grande maioria dos ensaios são
comercializados dentro da gama de preços entre 30€ e 500€.
124
6. CONSIDERAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS
Com a globalização dos mercados, a normalização caminhou para um outro paradigma, isto é, mais
importante que desenvolver normas nacionais com base em interesses e exigências internas, dá-se
primazia à participação dos organismos nacionais de normalização (ONN) em foruns de nível regional
e internacional, permitindo defender os interesses do país no mercado global.
O estudo realizado incluiu um trabalho de campo, com base num inquérito presencial feito aos
responsáveis dos laboratórios de ensaio. Este trabalho procurou obter uma visão mais concreta sobre o
125
funcionamento geral dos laboratórios de ensaios de betões e aumentar o conhecimento relativamente
ao tipo de ensaios e respetivas normas mais comuns seguidas em Portugal.
6.2. Conclusões
Esta dissertação restringiu-se ao estudo dos ensaios de betão no estado endurecido e fresco e ensaios
de durabilidade não sendo incluído no estudo os ensaios dos constituintes do betão. Através da análise
estatística realizada nos diferentes laboratórios no âmbito dos ensaio de betões, pode-se concluir o
seguinte:
i. Os materiais mais ensaiados pelos laboratórios visitados são os betões e os agregados. Dentro dos
betões o tradicional, o auto-compactável e o leve são os que apresentam maior relevância por
serem os mais solicitados pelas empresas de construção devido às exigências do mercado.
ii. Mais de metade dos laboratórios visitados tem uma área de implantação inferior a 400m2,
salientando-se apenas um com uma superfície superior a 1000m2.
iii. A maioria das técnicas e procedimentos de ensaio normalizadas têm como base normas europeias e
especificações do LNEC, que têm vindo a substituir as antigas nomas portuguesas (NP). No
entanto existem certos ensaios que seguem as normas americanas (ASTM) e procedimentos
internos do laboratório.
iv. As normas europeias têm uma maior implementação face às normas internacionais nos ensaios de
betão no estado fresco e endurecido. Nos ensaios de durabilidade, as especificações do LNEC, as
normas internacionais e alguns procedimentos de ensaio, têm tido uma uma maior aplicação.
v. Os ensaios realizados ao betão fresco e endurecido são os mais correntes, por a maior parte dos
laboratórios efetuarem o controlo de qualidade do betão. No entanto, a percentagem de ensaios de
betão no estado endurecido com acreditação, é superior à dos ensaios do betão no estado fresco,
em parte, devido ao facto de serem mais comercializados.
vi. Os ensaios de durabilidade, em geral, são mais dispendiosos e têm uma aplicação mais restrita (ao
nível da investigação ou a pedido do projetista) pelo que são ensaios menos realizados pelos
laboratórios.
vii. Ao nível do corpo técnico dos laboratórios públicos e privados, o número de técnicos com
formação específica é muito superior aos que têm formação geral. Uma das razões possíveis é o
maior controlo, rigor e especificidade das técnicas e procedimentos de ensaios que têm vindo a ser
exigidas pelas normas atuais.
viii. Ao nível dos serviços prestados, os laboratórios públicos, principalmente os universitários, estão
vocacionados para o ensino e investigação enquanto que os laboratórios privados prestam
126
essencilamente os seus serviços a empresas relacionadas com a indústria da construção e apoio
interno à empresa. Salietam-se as centrais de betão por prestar fundamentalmente serviço ao apoio
interno da sua empresa.
ix. Em relação à acreditação dos laboratórios, a maioria dos laboratórios não acredita ensaios devido à
reduzida procura dos seus serviços, por estarem dependentes de apoios e verbas ou por não
comercializarem os seus ensaios.
x. Quanto à comercialização de ensaios, mais de metade dos laboratórios acreditados comercializam
ensaios. O ensaio menos dispendioso é o de resistência à compressão de provetes, em parte deve-
se à elevada procura deste tipo de ensaio, conduzindo a preços mais competitivos de acordo com a
lei da oferta e da procura.
Pelo referido, o trabalho realizado atingiu os objectivos propostos à partida, uma vez que permitiu
conhecer os ensaios (e métodos seguidos) mais comuns que são realizados em Portugal no âmbito
dos betões e também o modo de funcionamento de alguns laboratórios de ensaio com vista ao
controlo de qualidade do desempenho dos betões e ao melhoramento da qualidade do
funcionamento dos laboratórios de ensaio.
O presente estudo pode ainda ser aprofundado em diversos áreas relacionadas com laboratórios de
ensaio. Assim, sugerem-se diversas linhas de investigação que podem complementar este trabalho:
127
128
Referências bibliográficas
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NP EN 206-1 – Betão. Parte 1:Especificação. Desempenho, produção e conformidade. IPQ: Instituto
Português da Qualidade, 2007.
NP ENV 13670-1 – Execução de estruturas em betão – Parte 1: Regras gerais. IPQ: Instituto
Português da Qualidade. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2007.
NP EN 13577: 2008 – Ataque químico do betão. Determinação da concentração do dióxido de
carbono agressivo da água. Instituto Português da Qualidade, 2008.
NP EN 12620 – Agregados para betão. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2004.
NP EN 450 – Cinzas volantes para betões. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2005.
NP EN 15167 - Escória granulada de alto forno moída para betão, argamassa e caldas de injecção
Parte 1: Definições, especificações e critérios de conformidade. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2008.
NP EN 197-1 – Cimento. Parte I: Composição , especificações e critérios de conformidade para
cimentos correntes. Instituto Português da Qualidade, 2012.
134
NP EN 932 – Ensaio das propriedades gerais dos agregados. Instituto Português da Qualidade,
2010.
NP EN 933 – Ensaio das propriedades geométricas dos agregados. Instituto Português da Qualidade,
2011.
NP EN 934-4 - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 4: Adjuvantes para
caldas de injecção para bainhas de pré-esforço. Definições, requisitos, conformidade, marcação e
etiquetagem. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2009.
NP EN 934-1 – Adjuventes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 1: Requisitos gerais.
Instituto Português da Qualidade, 2008.
NP EN 934-2 - Adjuventes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 2: Adjuventes para
betão. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem. 2009.
NP EN 934-3 - Adjuventes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 3: Adjuventes para para
argamassa de alvenaria. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem. Instituto
Português da Qualidade, 2010.
NP EN 1008 – Água de amassadura para betão. Especificações para a amostragem, ensaio e
avaliação da aptidão da água, incluindo água recuperada nos processos da indústria do betão, para
o fabrico do betão. Instituto Português da Qualidade, 2003.
NP EN 1097 – Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Instituto Português da
Qualidade, 2012.
NP EN 1744 – Ensaio das propriedades químicas dos agregados. Instituto Português da Qualidade,
2011.
NP EN 13263 – Sílica pura (SiO2) em estado vítreo. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2007.
NP EN 15167 – Silicatos vítreos de cálcio, magnésio, alumínio e silício. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2008.
NP EN 12350-1 – Ensaios do betão fresco. Parte 1: Amostragem. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009.
NP EN 12350-2 - Ensaios do betão fresco. Parte 2: Ensaio de abaixamento. IPQ: Instituto Português
da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-3 - Ensaios do betão fresco. Parte 3: Ensaio Vêbê. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009
NP EN 12350-4 - Ensaios do betão fresco. Parte 4: Grau de compactibilidade. IPQ: Instituto
Português da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-5 - Ensaios do betão fresco. Parte 5: Ensaio da mesa de espalhamento IPQ: Instituto
Português da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-6 - Ensaios do betão fresco. Parte 6: Massa volúmica IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009.
135
NP EN 12350-7 - Ensaios do betão fresco. Parte 7: Determinação do teor de ar. Métodos
pressiométricos.IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-8 - Ensaios do betão fresco. Parte 8: Betão auto-compactável. Ensaio de
espalhamento. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-9 - Ensaios do betão fresco. Parte 9: Betão auto-compactável. Ensaio de escoamento
no funil V. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-10 - Ensaios do betão fresco. Parte 10: Betão auto-compactável. Ensaio de
escoamento da caixa L. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-11 - Ensaios do betão fresco. Parte 11: Betão auto-compactável. Ensaio de segregação
no peneiro. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-12 - Ensaios do betão fresco. Parte 12: Betão auto-compactável. Ensaiode
espalhamento do anel J. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12390-3 - Resistência à compressão dos provetes de ensaio. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2003.
NP EN 12390-5 - Resistência à flexão dos provetes. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2003.
NP EN 12390-6 - Resistência à tração por compressão diametral. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2011.
NP EN 12390-7 - Massa volúmica. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2003.
NP EN 12390-8 - Profundidade de penetração de água sob pressão. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009.
NP EN 12504-2 - Determinação do índice esclerométrico. IPQ: Instituto Português da Qualidade,
2003.
NP EN 12504-3 - Determinação da força de arranque. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2007.
NP EN 12504-4 - Medição da velocidade de propagação dos ultrassons. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2007.
ASTM C 232 - Standard Test Methods for Bleeding of Concrete. ASTM: American Society for
Testing and Materials, 2009.
ASTM C 803 - Standard Test Method for Penetration Resistance of Hardened Concrete. ASTM:
American Society for Testing and Materials, 2010.
ASTM C 1202 - Standard Test Method for Electrical Indication of Concrete’s Ability to Resist
Chloride Ion Penetration. ASTM: American Society for Testing and Materials, 2012.
ASTM C 1383 - Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of
Concrete Plates Using the Impact-Echo Method. ASTM: American Society for Testing and Materials,
2010.
LNEC E 251 – Inertes para argamassas e betões. Ensaio de reatividade com os sulfatos em presença
do hidróxido de cálcio. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1985.
LNEC E 391 - Carbonatação acelerada. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1993.
136
LNEC E 393 - Absorção de água por capilaridade. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia
Civil, 1993.
LNEC E 394 - Absorção de água por imersão (pressão atmosférica). LNEC: Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 395 - Absorção de água por imersão (sob vácuo). LNEC: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 396 - Resistência à abrasão. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 397 - Determinação do módulo de elasticidade em compressão. LNEC: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 398 - Determinação da retração e da expansão. LNEC: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 399 - Determinação do coeficiente de fluência em compressão. LNEC: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 415 – Inertes para argamassas e betões. Determinação da reatividade potêncial com
álcalis. Análise petrográfica. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 463 - Difusão de cloretos – ensaio de migração. LNEC: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, 2004.
LNEC E 464 - Betões. Metodologia prescritiva para uma vida útil de projecto de 50 e de 100 anos
face às acções ambientais. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2007.
LNEC E 475 - Permeabilidade à água superficial sob pressão – método GWT. LNEC: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 2007.
LNEC E 392 - Permeabilidade ao oxigénio. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil,
1993.
SN 505 262/1 - Adoption of Water Sorptivity and Chloride Migration tests as durability
performance indicators of concrete production. SVS: Swiss Association for Standardization, 2003.
137
i
ANEXO A
ii
Este inquérito insere-se no âmbito da tese de Mestrado intitulada: “TÉCNICAS E LABORATÓRIOS DE
ENSAIOS DE BETÕES”.
ATENÇÃO: Algumas questões colocadas são de caráter confidencial, por que a informação resultante
desse tipo de questões será apresentada na tese, mas não será revelada a identidade do laboratório.
iii
1. QUESTÕES GERAIS E INTRODUTÓRIAS
1.1.Localização: _______________________________________________________________
1.2.Morada: __________________________________________________________________
1.3.Designação do
Laboratório:__________________________________________________________________
1.6. Tipo de materiais que são ensaiados (escolher 4 mais importantes) (colocar um (X) nas opções indicadas)
Argamassas Cimentos
ETICS (1) Agregados
Betões Adjuvantes
Caldas de injeção Outros tipos de materiais:
Madeira ____________________
Aço
Materiais poliméricos
1.7.Que tipo de betões são ensaiados? (colocar um ( ) nas opções indicadas)
(1)
Sistemas Compósitos de Isolamento Térmico pelo Exterior
(2)
Rocha calcária muito porosa e absorvente
1.8. Dos tipos de betões apresentados na lista da questão anterior, indicar os que são mais estudados pelo
laboratório atualmente. Código_____
iv
1.9. Projetos mais recentes e relevantes em que o laboratório participou.
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
1.10. O laboratório tem acordos/protocolos com instituições?
Não
Sim Identificar as principais: Universidades
Empresas
Outro(s) tipo(s) de instituição __________________________________
2. ESPAÇO FÍSICO
- de armazenamento de equipamentos
- outro (s)______________________________________________
v
3. ENSAIOS EM BETÃO
3.1.O laboratório possui arquivo atualizado de normas?
Não
Sim Apenas dos ensaios que realiza
Outros tipos de normas ______________________
3.2. Dos ensaios que o laboratório realiza, e que não seguem as normas/especificações, o laboratório
detém algum registo documentado dos procedimentos internos?
Não
Sim Exemplo de um ensaio:_________________________________________________________
3.3. O laboratório tem disponíveis fichas de registo de dados para cada tipo de ensaio que realiza?
__________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.4. Dos ensaios apresentados na seguinte lista, selecionar os ensaios que o laboratório realiza:
ENSAIOS DE BETÃO NO ESTADO FRESCO
Norma/especificação O ensaio é
Código Ensaio Outro tipo de norma Sim
sugerida acreditado (4)
15 Resistência à compressão dos provetes de ensaio NP EN 12390-3
16 Resistência à flexão dos provetes NP EN 12390-5
17 Resistência à tração por compressão diametral NP EN 12390-6
18 Resistência à abrasão LNEC E 396
19 Determinação do módulo de elasticidade em compressão LNEC E 397
20 Massa volúmica NP EN 12390-7
21 Determinação do coeficiente de fluência em compressão LNEC E 399
22 Determinação da retração e da expansão LNEC E 398
23 Profundidade de penetração de água sob pressão NP EN 12390-8
25 Espessura de elementos laminares. Impacto-eco ASTM C 1383-04
26 Determinação do índice esclerométrico NP EN 12504-2
27 Medição da velocidade de propagação dos ultrassons NP EN 12504-4
28 Determinação da força de arranque NP EN 12504-13
29 Outro(s)
ensaio(s)___________________________________
vi
ENSAIOS DE DURABILIDADE
4. EQUIPAMENTOS
4.1. Existe inventário dos equipamentos? Não Sim
4.2. Existem fichas/instruções /manuais para utilização dos equipamentos do laboratório?
Não
Sim . Que tipo de informação contêm?______________________________________________________
________________________________________________________________________________
4.3. Existem procedimentos de manutenção dos equipamentos?
Não
Sim . Que tipo de informação contêm?_____________________________________________
vii
4.4. Equipamentos que têm manutenção periódica (indicar apenas três)
4.11.Equipamentos mais relevantes que o laboratório possui (equipamento pouco comum, inovador):
Equipamento Descrição
viii
5. CORPO TÉCNICO e UTILIZADORES
5.1. Selecionar o tipo de técnicos do laboratório, indicar o número de técnicos com formação geral ou
específica.
Total de Corpo técnico com formação
Sim
Corpo técnico e utilizadores (assinalar com (X)) técnicoss Geral Específica (7)
Técnicos de laboratório, (tipos sugeridos): Diretor
Assistente(s) técnico(s)
Técnico(s) superior(es)
Outros tipos de técnicos
Professores
Alunos
Pessoal externo (por exemplo, utilizadores de outras universidades)
Outro(s) tipo(s) de utilizadore(s)
6. SERVIÇOS/CLIENTES
RVIÇO/CLIENTES
6.1.Que serviços o laboratório presta?
(colocar um ( ) nas opções indicadas e indicar a distribuição de cada tipo de serviço, em percentagem (8) )
ix
6.2.O laboratório possui viatura própria para recolha de amostras ou material in situ, realização
de campanhas experimentais in-situ, entre outras actividades?
Não Sim
7. LOGÍSTICA
7.1. Espaço para o armazenamento dos resíduos sólidos provenientes dos ensaios (caso exista)
Área_____m2
Número de contentores armazenados no laboratório
Capacidade de cada contentor_______ton_________m3
Outra(s) opções(s)_______________________________
x
8. QUALIDADE
9. ADMINISTRAÇÃO
Mais dispendioso
Menos dispendioso
9.2. Que critérios são utilizados para a atribuição dos preços dos ensaios? (Assinalar com
numeração por ordem de importância)
Tempo despendido na realização do ensaio
Custo de aquisição do equipamento
Custo de manutenção do equipamento
Custo de mão-de-obra especializada
Outro(s) critério(s)_______________________
10. LIMPEZA
xi
11. ADMINISTRAÇÃO
11.1. Quais são os aspetos a melhorar nos ensaios na área dos betões?
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
xii
xiii
ANEXO B
xiv
Lista de normas e especificações relacionadas com betões
Lista das Normas dos ensaios de betões no estado fresco (apresentada nos quadros B2.1).
Incluiu-se algumas Pré-Normas Europeias (pr EN) relacionadas com ensaios de betões auto-
compactável.
Lista das Normas e Especificações LNEC dos ensaios de betões no estado endurecido
(apresentada no quadro B3.1).
Lista das Normas e Especificações LNEC dos ensaios de durabilidade de betões (apresentada
no quadro B4.1). Opta-se por incluir neste quadro alguns ensaios não realizados no LC e
respetivas Normas e Especificações LNEC pois verificou-se que são usadas noutros
laboratórios visitados durante o trabalho de campo.
Lista de normas e procedimentos estrangeiros (não se incluem nesta lista as EN) usados em
ensaios de betões (apresentada no quadro B5.1).
É importante salientar que a presente lista foi feita entre os dias 20 a 24 de Outubro de 2012.
Para melhor interpretar a informação contida na lista de Normas e Especificações LNEC (quadros
B2.1 à B5.1), é apresentado a legenda no quadro B1.1:
Legenda
Local de consulta:
LC-IST: Laboratório de Construção do IST; - Norma não disponível
BC-IST: Biblioteca Central do IST. √ Norma disponível
xv
Quadro B2.1 - Lista de Normas dos ensaios de betões no estado fresco.
Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato digital
LC-IST BC-IST LC-IST LC-IST
NP EN 12350-1 Amostragem - √ - √
NP EN 12350-2 Ensaio de abaixamento √ √ - √
NP EN 12350-3 Ensaio vêbê - √ - √
NP EN 12350-4 Grau de compactabilidade - √ - √
NP EN 12350-5 Ensaio da mesa de espalhamento - √ - √
NP EN 12350-6 Massa volúmica - √ - -
2002
NP EN 12350-7 Determinação do teor de ar - Método pressiométrico - √ - -
pr EN 12350-8 Ensaio no estado fresco - Espalhamento - - - -
pr EN 12350-9 Ensaio no estado fresco - Escoamento no funil V - - - -
pr EN 12350-10 Ensaio no estado fresco - Escoamento na caixa L - - - -
pr EN 12350-11 Ensaio no estado fresco - Resistência à segregação - - - -
pr EN 12350-12 Ensaio no estado fresco - Espalhamento com anel J - - - -
NP 87 1964 Ensaio de abaixamento – consistência do betão √ - - -
NP 1384 Betões: determinação da massa volúmica do betão fresco √ - - -
NP 1385 1976 Betões: determinação da composição do betão fresco √ - - -
NP 1387 Betões: determinação dos tempos de presa √ - - -
xvi
Quadro B3.1 - Lista de Normas e Especificações dos ensaios de betões no estado endurecido.
Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato em papel
LC-IST LC-IST LC-IST LC-IST
Betões endurecidos – forma, dimensão e requisitos para ensaio de provetes e para
NP EN 12390-1 √ √ - √
moldes.
NP EN 12390-2 Execução e cura dos provetes para ensaios de resistência mecânica - √ - -
NP EN 12390-3 Resistência à compressão dos provetes de ensaio - √ - √
NP EN 12390-4 2003 Resistência à compressão - características das máquinas de ensaio - √ - -
NP EN 12390-5 Resistência á flexão dos provetes - √ - -
NP EN 12390-6 Resistência á tração por compressão dos provetes - - - √
NP EN 12390-7 Massa volúmica do betão endurecido - √ - -
NP EN 12390-8 Profundidade de penetração da água sob pressão √ √ - -
NP EN 12504-1 Carotes – extração, exame e ensaios à compressão - √ - -
2003
NP EN 12504-2 Ensaio não destrutivo – determinação do índice esclerométrico - √ - -
NP EN 12504-3 2007 Ensaio da determinação da força de arranque - - - √
NP EN 12504-4 2007 Medição da velocidade de propagação dos ultrassons - - - √
NP 1386 1976 Betões: determinação da fluência em compressão √ - - -
LNEC E 396 Resistência à abrasão √ - - -
LNEC E 397 1993 Betões: determinação do módulo de elasticidade em compressão √ - - -
LNEC E 398 Betões: determinação da retração e da expansão √ - - -
LNEC E 399 1993 Betões: determinação da fluência em compressão √ - - -
LNEC E 226 Ensaio de compressão de um provete √ - - -
1968
LNEC E 227 Ensaio de flexão de um prisma √ - - -
xvii
Quadro B4.1 - Lista de Normas e Especificações dos ensaios de durabilidade de betões.
Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato em papel
LC-IST LC-IST LC-IST LC-IST
LNEC E 391 Betões – Determinação da resistência à carbonatação √ - - -
LNEC E 392 Permeabilidade ao oxigénio(1) - - - -
LNEC E 393 1993 Absorção de água por capilaridade - - - -
LNEC E 394 Absorção de água por imersão (pressão atmosférica) - - - -
(1)
LNEC E 395 Absorção de água por imersão (sob vácuo) - - - -
Betões – Determinação do coeficiente de difusão de cloretos por ensaio de migração em
LNEC E 463 2004 √ - - -
regime não estacionário
Betões – metodologia prescritiva para uma vida útil de projeto de 50 e 100 anos face às
LNEC E 464 √ - - -
ações ambientais
2005 Betões – metodologia para estimar as propriedades de desempenho do betão que
LNEC E 465 permitem satisfazer a vida útil de projeto de estruturas de betão armado e pré-esforçado √ - - -
sob as exposições ambientais XC e XS
LNEC E 475 2007 Permeabilidade à água superficial sob pressão – método GWT √ - - -
(2) (1)
Permeabilidade ao gás - - - -
(2) (1)
Difusão de gás - - - -
(1)
ensaio não realizado no (LC)
(2)
não foi encontrada Norma publicada.
xviii
Quadro 5.1 - Lista de Normas e procedimentos estrangeiros usados em ensaios de betões.
Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato em papel
LC-IST LC-IST LC-IST LC-IST
ASTM C231 1991 Standard Test Method for Air Content of Freshly Mixed Concrete by the Pressure Method √ - - -
ASTM C232 2009 Standard Test Methods for Bleeding of Concrete - - - -
Standard Test Methods for Time of Setting of Concrete Mixtures by Penetration
ASTM C403 1992 √ - - -
Resistence
Testing concrete – Method for determination of the compressive strength of concrete
BS 1881:Part 120 1983 √ - - -
cores
BS 1881:Part 124 1988 Testing concrete – Method for analysis of hardened concrete √ - - -
BS 1881:Part 202 1986 Testing concrete – Recommendations for surface hardness testing for rebound hammer √ - - -
Standard Test Method for Fundamental Transverse, Longitudinal , and Torsional
ASTM C215 1991 √ - - -
Frequencies of Concrete Speciments
ASTM C496 1996 Standard Test Method for Splitting Tensile Strength of Cylindrical Concrete Speciments √ - - -
BS 1881:Part 122 1983 Testing concrete – Method for determination of water absorption √ - - -
BS 1881: Part 204 1988 Testing Concrete - Recommendations on the use of electromagnetic covermeters - - - -
Resistência à penetração dos iões de cloreto – ensaio acelerado sob ação de um campo
ASTM C 1202 2010 - - - -
elétrico
(3)
Coeficiente de difusão do cloro - - - -
(3) (1)
Resistividade elétrica - - - -
SN 505 262/1 2003 Permeabilidade ao ar – método de Torrent - - - -
(1)
ensaio não realizado no (LC)
(3)
ensaio baseado no Procedimento CTH rapid méthod desenvolvido por Lupin
xix
ANEXO C
dos laboratórios
XXI
C1. Materiais ensaiados nos laboratórios
Laboratórios
Tipo de Material
Lab 1 Lab 2 Lab3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab 11 Lab 12 Lab 13
Argamassas x x x x x x x x
Betões x x x x x x x x x x x x x
Caldas de injeção x x x x x
Misturas betuminosas x
Solos x x
Cimentos x x x x x x
Adjuvantes x x x x
Agregados x x x x x x x x x x x
Madeira
Aço
ETICS
Materiais poliméricos
xxii
C2. Betões ensaiados nos laboratórios
Quadro C2.1– Betões ensaiados nos laboratórios
Laboratórios
Tipo de betões
Lab 1 Lab 2 Lab 3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab 11 Lab 12 Lab 13
xxiii
C3. Aspetos físicos dos laboratórios
Área média de
Laboratórios Nº de pisos
implatação
Lab 1 250 1
Lab 2 ≥ 1500 4
Lab 3 755 2
Lab 4 1000 2
Lab 5 635 2
Lab 6 325 2
Lab 7 100 1
Lab 8 350 1
Lab 9 200 1
Lab 10 383 1
Lab 11 1200 1
Lab 12 850 1
Lab 13 300 1
xxiv
C4. Ensaios realizados com base em procedimentos internos dos laboratórios
Quadro C4.1– Ensaios realizados com base em procedimentos internos dos laboratórios
Existência de registos de
Laboratórios Ensaios realizados com base em procedimentos internos
procedimento interno
xxv
C5. Ensaios em betão no estado fresco nos laboratórios – normas e procedimentos adotados, acreditação e frequência de
ensaio
Quadro C5.1– Ensaios em betão no estado fresco nos laboratórios – normas e procedimentos adotados e acreditação
Ensaio Norma
Lab 1 Lab 2 Lab 3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab 11 Lab 12 Lab 13
xxvi
Quadro C5.2– Ensaios em betão no estado fresco nos laboratórios – frequência de ensaio
xxvii
C6. Ensaios em betão no estado endurecido nos laboratórios – normas adotadas, especificações e procedimentos adotados,
acreditação e frequência de ensaio
Quadro C6.1– Ensaios em betão no estado endurecido nos laboratórios – normas, especificações e procedimentos adotados e acreditação
xxviii
Quadro C6.2 – Ensaios em betão no estado endurecido nos laboratórios – frequência de ensaio
Ensaio
Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Resistência à compressão dos provetes de ensaio x/2 x/1 x/1 x/1 x/1 x/1 x/2 x/2 x/2 x/2 x/1 x/1
Resistência à flexão dos provetes x/2 ●/4 x/2 ●/4 ●/4 ●/6 (4)
Resistência à tração por compressão diametral
Resistência à abrasão ●/3
Determinação do módulo de elasticidade em compressão
Massa volúmica
Determinação do coeficiente de fluência em compressão
Determinação da retração e da expansão ●/6(4)
Profundidade de penetração de água sob pressão ●/4 ●/6 (4)
Espessura de elementos laminares.Impacto-eco x/1
Determinação do índice esclerométrico x/2
Medição da velocidade propagação dos ultrassons
Determinação da força de arranque
(4)
1 diário x ensaio mais frequente Ensaios pedidos para serem executados no LNEC ou na APEB
2 semanal ● ensaio menos frequente
3 semestral
4 anual
5 exporádico
6 consoante os pedidos
xxix
C7. Ensaios de durabilidade de betões nos laboratórios – normas, especificações e procedimentos adotados, acreditação
e frequência de ensaio
Quadro C7.1– Ensaios de durabilidade em betões nos laboratórios – normas, especificações e procedimentos adotados e acreditação
xxx
Quadro C7.2 – Ensaios de durabilidade em betões nos laboratórios - frequência de ensaio
1 diário
2 semanal
3 semestral
4 anual
5 exporádico
6 consoante os pedidos
x ensaio mais frequente
● ensaio menos frequente
xxxi
C8. Tipo de manutenção e calibração da prensa em cada laboratório e respetiva periodicidade
Quadro C8.1– Tipo de manutenção e calibração da prensa de ensaio em cada laboratório e respetiva periodicidade
Manutenção Calibração
Laborátorios
Interna Externa Periodicidade Interna Externa Periodicidade
Lab 1 x sem periodicidade* x Sem periodicidade*
Lab 2 x mensal x anual
Lab 3 x sem periodicidade* x Sem periodicidade*
Lab 4 x x mensal x semestral
Lab 5 x trimestral x anual
Lab 6 x bienal x anual
Lab 7 x anual x anual
Lab 8 x anual x anual
Lab 9 x sem periodicidade* x anual
Lab 10 x semestral x anual
Lab 11 x anual x anual
Lab 12 x anual x anual
Lab 13 x semestral x anual
xxxii
C9. Categoria, formação, função, ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.
Quadro C9.1– Categoria, formação e ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.
xxxiii
Quadro C9.2 – Categoria, formação e ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.
xxxiv
Quadro C9.3 – Categoria, formação e ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.
Nome do Tipo de Total de técnicos Nivel de ocupação FORMAÇÃO
Técnicos e utilizadores Categoria
laboratório laboratório e utilizadores media diária Específica(3) Geral
Responsável da qualidade Diretor 1 1
Responsável técnico Técnico superior 1 1
Lab 8 Responsável área Assistente técnico 3 2 1
Público 9
Operadores Assistente operacional 4 1
Alunos Aluno variável(4)
Pessoal externo Pessoal externo(1) variável(4)
Gestor do laboratório Diretor 1 1
Lab 9
Privado Responsável técnico Técnico superior 1 2 1
Técnico Assistente técnico 1 1
Responsavel técnico de laboratório Diretor 1 1
Lab 10 Coordenador de laboratório Coordenador de Laboratório 1 1
Público/
Responsável da qualidade Responsável da qualidade 1 8 1
privado
Técnico superior Técnico superior 2 2
Técnico laboratório Assistente técnico 3 3
Diretor Diretor 1 1
Lab 11 Técnico superior Técnico superior 3 3
Privado 10
Operadores Assistente técnico 6 6
Estagiários Bolseiro de investigação variável(4)
Lab 12 Diretor do laboratório Diretor 1 1
Técnico superior Técnico superior 1 1
Público Assistente técnico Assistente técnico 1 6 1
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4) l
Diretor Diretor 1 1
Lab 13
Privado Técnico superior Técnico superior 1 2 1
Técnico laboratório Assistente técnico 2 1 1
(1) (3) 4)
Utilizadores de outros laboratórios Formação especializada na área que desenvolve Os utilizadores não pertencem ao corpo técnico pelo que o seu número é variavel.
xxxv
Quadro C9.4 – Funções de cada categoria de técnicos e utilizadores dos laboratórios.
dos equipamentos
ensaios (boletins)
Manutenção dos
supervisionar os
Calibração dos
manuseamento
utilizadores do
Realização dos
laboratório na
Notas técnicas
realização dos
equipamentos
equipamentos
relatórios dos
recepção das
Verificações
Elaborar os
Coordenar,
laboratório
laboratório
controlar e
Aprovar a
Relatórios
(provetes)
ensaios de
Gestão do
Apoiar os
amostras
Apoio no
técnicos
internas
ensaios
ensaios
Nome do Categorias de técnicos e
laboratório utilizadores
Diretor x
Técnico superior x x x x x x x x
Lab 1 Assistente técnico x x x x x x x x
Professores
Alunos
Bolseiros de investigação
Pessoal externo x x
Chefe de núcleo x
Técnico superior x x x x x x x x
Assistente técnico x x x x x x
Assistente operacional x x x
Lab 2
Professores
Alunos
Bolseiros de investigação x x
Pessoal externo
Coordenador geral dos
laboratório
Lab 3 Diretor do laboratório x x
Assistente técnico x x x x x x x
Técnico geral dos laboratório (2)
Professores
Alunos x x x
xxxvi
Quadro C9.5 – Funções de cada categoria de técnicos e utilizadores dos laboratórios
Manutenção dos
supervisionar os
Calibração dos
manuseamento
utilizadores do
laboratório na
Notas técnicas
realização dos
equipamentos
equipamentos
equipamentos
relatórios dos
recepção das
Verificações
dos ensaios
Elaborar os
Coordenar,
laboratório
laboratório
controlar e
Realização
Aprovar a
Relatórios
(provetes)
ensaios de
Gestão do
Apoiar os
(boletins)
amostras
Apoio no
internas
técnicos
ensaios
ensaios
Nome do Categorias de técnicos e
dos
laboratório utilizadores
Diretor x x
Lab 4
Assistente técnico x x x x x
Pessoal externo x x x x
Diretor/Responsável da
x x x x x
qualidade
Analista x x x x
Lab 5 Auxiliar x
Técnico x x
Professores
Alunos
Pessoal externo
Diretor técnico qualidade x x
Técnico coordenador x x x x x x x x x
Lab 6 Oficial de laboratório x x x x x x x
Professores
Alunos
Diretor técnico x x
Assistente técnico x x x x x
Lab 7 Operador técnico x x
Professores
Alunos
Pessoal externo x
xxxvii
Quadro C9.6 – Funções de cada categoria detécnicos e utilizadores dos laboratórios
manuseament
equipamentos
equipamentos
equipamentos
supervisionar
relatórios dos
na realização
recepção das
os ensaios de
Manutenção
Verificações
Elaborar os
utilizadores
Coordenar,
laboratório
laboratório
laboratório
Calibração
dos ensaios
dos ensaios
controlar e
Realização
Aprovar a
Relatórios
(provetes)
Gestão do
Apoiar os
(boletins)
amostras
Apoio no
internas
técnicas
técnicos
ensaios
Notas
o dos
Nome do Categorias de técnicos e
dos
dos
do
laboratório utilizadores
Responsável da qualidade x x x x
Responsável técnico x x x x x x
Lab 8
Responsável área x x x x x
Operadores x x x x
Alunos
Pessoal externo
Gestor do laboratório x
Lab 9
Responsável técnico x x x x x x
Técnico x x x x x x
Responsavel técnico de x x x x x x
Lab 10
laboratório de laboratório
Coordenador x x x x x x x
Responsável da qualidade
Técnico superior x x x
Diretor x x
Técnico superior x x x x x x x x
Lab 11
Operadores x x x x x x
Estagiários x x
Diretor do laboratório x x x x
Lab 12 Técnico superior x x x x x x x
Assistente técnico x x x x x x
Professores
Alunos
Pessoal externo
Diretor x x x
Lab 13 Técnico superior x x x x x x x
Técnico laboratório x x x x x x x
Técnico laboratório x
xxxviii