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Técnicas e laboratórios de ensaio de betões

Tibério Situ Antunes Yan

Dissertação para a obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Júri

Presidente: Professor Doutor Albano Luís Rebelo da Silva das Neves e Sousa
Orientadores: Professor Doutor João Paulo Janeiro Gomes Ferreira
Professora Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen
Vogais: Professor Doutor Fernando António Baptista Branco
Professor Doutor Manuel Francisco Costa Pereira

OUTUBRO DE 2013
Resumo

Existem diversas organizações que produzem documentos normativos, no âmbito dos materiais
de construção (em particular os betões), nomeadamente as entidades: ISO (organização que
produz normas a nível mundial em colaboração com diversos países membros desta
organização), CEN (organização que produz normas a nível europeu em colaboração com os
países europeus) e IPQ (organismo português responsável pela produção de normas
portuguesas).

As características de desempenho do betão são avaliadas através de ensaios laboratoriais, cujos


procedimentos de ensaio se encontram estabelecidos em normas e especificações técnicas. Neste
âmbito, a presente dissertação elaborou um documento sintetizado com o levantamento de todos
os ensaios que podem ser realizados em betões no estado fresco, endurecido e na área da
durabilidade e respectivas metodologias de ensaio existentes em Portugal.

O objetivo principal deste estudo foi conhecer o modo de funcionamento de alguns laboratórios
de ensaio de materiais de construção e os respetivos ensaios realizados. Para o efeito, foi
desenvolvido um trabalho de campo (que incluiu a realização de inquérito presencial e visitas às
instalações dos laboratórios) a treze laboratórios portugueses pertencentes: a universidades e
politécnicos; a fabricantes de cimento; a centrais de betão; a institutos públicos; as instituições
que resultam de parcerias público/privada e a empresas particulares e de construção.

De acordo com o trabalho de campo e com base na pesquisa normativa realizada, foi possível
apresentar as características gerais dos laboratórios de ensaio, interpretar e avaliar as tendências
dos laboratórios ao nível de alguns aspetos fundamentais de funcionamento, nomeadamente,
materiais ensaiados, aspetos físicos do laboratório (área de implantação e divisão dos espaços
laboratoriais), ensaios realizados (normas/especificações adotadas, acreditação e frequência de
ensaio), manutenção e calibração de equipamentos (tipo e periodicidade), corpo técnico e
utilizadores.

Palavras-chave: Normalização, betões, tendências, laboratórios, ensaios, metodologia

i
ii
Abstract

There are several organizations that produce normative documents, within the framework of
construction materials (particularly concretes), namely: ISO (organization that produces
worldwide standards in collaboration with other several member countries part of this
organization), CEN (that produces standards at a European level in collaboration with European
countries) and IPQ (Portuguese agency responsible for the development of the Portuguese
standards).

The characteristics of performance of concrete, are evaluated through laboratories tests which
test procedures are set out in standards and technical specifications. In this context this
dissertation has prepared a synthesized document with a survey of all tests that can be
performed on concretes in the fresh state, hardened state and durability tests, as well as their
respective test standards in Portugal.

The main aim of this study is to understand the functioning of the testing laboratories for
concrete in construction, as well as the laboratory tests. Fieldwork study was carried out (which
included making inquiries in the field and visiting laboratories facilities) in thirteen Portuguese
laboratories belonging to the universities and polytechnics; to the cement manufacturers; to the
concrete plants; to the public institutes; to the public/private institutions; to a military institution
and to the private companies and construction companies.

Based on this fieldwork study and the normative research conducted, it was possible to present
the general characteristics of the testing laboratories for concrete in construction, interpret and
evaluate laboratories trends at some aspects of the functioning such as: materials tested,
deployment area and division of laboratory space, laboratory tests (standards and specifications
adopted, accreditation and test frequency), type of maintenance and calibration of the
compression test (periodicity), staff and users.

Keywords: Standardization, concrete, laboratories, trends, testing, methodology

iii
iv
Agradecimentos

A realização da presente dissertação apenas foi possível devido a um conjunto de pessoas que, a
diversos níveis, me ajudaram ao longo deste último ano.

Ao professor João Paulo Ferreira agradeço o apoio prestado, que apesar da distância física que
nos separou, contribuiu com ensinamento e ideias indispensáveis à realização desta dissertação.

À professora Inês Flores-Colen agradeço profundamente a disponibilidade infindável,


profissionalismo, incentivo, apoio científico e um entusiasmo contagiante na abordagem e
transmissão de conhecimentos sobre o tema, proporcionando uma orientação exemplar.

Ao pessoal técnico do LC, especialmente ao Sr. Leonel Silva, agradeço todo o apoio prestado
por ter disponibilizado informações do funcionamento do laboratório, imprescindíveis para a
elaboração desta dissertação.

Aos engenheiros: António Churro e António Ferreira do LNEC, João André da APEB, David
Martins e Carlos Marques da Betão Liz, Marta Freitas do ISQ, Paulo Alarcão e João Pereira do
Grupo Cimpor, Ana Chaves do Grupo Teixeira Duarte, Vasco Freitas da FEUP, Mariana
Monteiro da GEAFA, Pedro Gago do Grupo Secil, Andreia Matias do LEMO, Ricardo Ribeiro
da Unibetão e João Costa do ISEL, agradeço a colaboração e o empenho, fundamentais na
realização dos inquéritos para obtenção da informação durante o trabalho de campo da
investigação.

Ao meu colegaTiago Barroqueiro, por ter sido uma pessoa impecável e sempre disponível para
me ajudar ao longo do desenvolvimento da minha dissertação.

Aos meus colegas de curso, Micael Ferreira, Nuno Soares e Filipe Baptista, Pedro Martins,
agradeço toda a amizade, companheirismo e apoio transmitidos ao longo dos últimos anos.

Aos meus pais, especialmente à minha mãe, por ter tido um papel fundamental no
desenvolvimento da minha investigaçao , motivando-me a continuar, sem o que a realização
desta dissertação era impossível.

À minha tia Maria da Conceição Situ Antunes, ao meu primo Ricardo Carrolo que tiveram um
papel importante nas várias fases deste estudo e aos meus irmãos, agradeço todo o apoio e
compreensão que me deram nos momentos mais críticos.

v
vi
Abreviaturas

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


AENOR - Asociación Española de Normalización y Certificación
AFNOR - Association Française de Normalisation
ANSI - American National Standards Institute
ASTM - American Society for Testing and Materials
BS – British Standards
BSI - British Standards Institution
CE – Conformidade Europeia
CEN - Comité Europeu de Normalização
CT – Comissão técnica
FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
GEAFA - Grupo de Engenharia de Aeródromos da Força Aérea
HD – Documento de harmonização
IPQ – Instituto Português da Qualidade
ISA - International Federation of the National Standardizing Associations
ISO - Organização Internacional de Normalização
LABEST - Laboratório da tecnologia do betão e do comportamento estrutural
LabMAT – Laboratório de Materiais do Instituto de Soldadura e Qualidade
LABTEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil
LB - Laboratório de Betões da SECIL - Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A.
LCBL - Laboratório Central da Betão Liz – Betão Liz, S.A.
LCGC - Laboratório Central do Grupo Cimpor – Grupo Cimpor Betão S.A
LEMO - Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras
LLF - Laboratório de Lisboa-Frielas da Unibetão
LM - Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A
LMC Laboratório de Materiais de Construção
LNEC - Laboratório Nacional de Engenharia Civil
LSP Laboratório de Solos e Pavimentos
NP- Norma Portuguesa
OAT - Organismos de Avaliação Técnica
ONN - Organismos Nacionais de Normalização
SPQ - Sistema Português da Qualidade
UNI - Nazionale Italiano di Unificazione

vii
viii
Índice

Resumo..................................................................................................................................... i
Abstract .................................................................................................................................. iii
Agradecimentos ........................................................................................................................ v
Abreviaturas ...........................................................................................................................vii
Índice.......................................................................................................................................ix
Índice de figuras ..................................................................................................................... xv
Índice de quadros ................................................................................................................... xix
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
1.1. Enquadramento e justificação da investigação ............................................................ 1
1.2. Objetivos ................................................................................................................... 1
1.3. Estrutura e organização do texto ................................................................................ 2
2. ENQUADRAMENTO GERAL DA NORMALIZAÇÃO .................................................................. 5
2.1. Considerações gerais ................................................................................................. 5
2.1.1. Objetivos ........................................................................................................... 5
2.1.2. Enquadramento histórico .................................................................................... 5
2.1.3. Globalização do mercado dos produtos de construção. Marcação CE.................. 6
2.2. Conceito, objetivos, princípios e importância da normalização ................................... 7
2.2.1. Normalização ..................................................................................................... 7
2.2.2. Objetivos da normalização ................................................................................. 7
2.2.3. Princípios da normalização................................................................................. 8
2.2.4. Benefícios da normalização ................................................................................ 8
2.3. Organismos de normalização (comités) ...................................................................... 9
2.3.1. Organismos internacionais de normalização: International Organization for
Standardization (ISO) ..................................................................................................... 10
2.3.2. Organismo Europeu de Normalização: European Committee for Standardization
(CEN) 10
2.3.3. Organismos Nacionais de Normalização (ONN) ............................................... 11
2.3.3.1. Instituto Português da Qualidade (IPQ) ..................................................... 11
2.4. Organização, função e objetivos do acervo normativo português .............................. 13
2.4.1. Normas ............................................................................................................ 13
2.4.1.1. Pré-norma (ENV) ..................................................................................... 17
2.4.1.2. Processos de elaboração de uma norma nacional ....................................... 17
2.4.1.3. Diferentes tipos de normas ....................................................................... 17
2.4.2. Especificações Técnicas (TS) ........................................................................... 18

ix
2.4.3. Relatórios Técnicos (TR) ................................................................................. 19
2.4.4. Guias técnicos / Fichas técnicas........................................................................ 19
2.5. Acervo normativo europeu/português do betão......................................................... 19
2.6. Síntese do capítulo ................................................................................................... 21
3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS BETÕES .......................................................................... 23
3.1. Objectivos ............................................................................................................... 23
3.2. Considerações gerais ............................................................................................... 23
3.3. Abordagem geral da norma NP EN 206-1:2007 ....................................................... 25
3.3.1. Objetivo e campo de aplicação ......................................................................... 26
3.4. Materiais constituintes do betão ............................................................................... 27
3.4.1. Cimento ........................................................................................................... 27
3.4.2. Adições ............................................................................................................ 30
3.4.3. Agregados........................................................................................................ 31
3.4.4. Água de amassadura......................................................................................... 33
3.4.5. Adjuvantes ....................................................................................................... 33
3.5. Composição dos betões ............................................................................................ 35
3.6. Betões modificados.................................................................................................. 36
3.6.1. Betões de alto desempenho .............................................................................. 36
3.6.2. Betões auto-compactáveis ................................................................................ 37
3.6.3. Betões leves ..................................................................................................... 37
3.6.4. Betões pesados ( massa específica elevada) ...................................................... 38
3.6.5. Betões poliméricos ........................................................................................... 38
3.6.6. Betões reforçados com fibras ........................................................................... 38
3.7. Propriedades mecânicas e físicas do betão ................................................................ 39
3.7.1. Resistência à compressão ................................................................................. 39
3.7.2. Resistência à tração .......................................................................................... 40
3.7.3. Módulo de elasticidade .................................................................................... 40
3.7.4. Massa volúmica ............................................................................................... 40
3.7.5. Dilatação térmica ............................................................................................. 41
3.7.6. Fluência e retração ........................................................................................... 41
3.8. Propriedades de durabilidade do betão ..................................................................... 42
3.8.1. Fatores de degradação do betão ........................................................................ 42
3.8.2. Causas mecânicas, física e química de degradação ........................................... 43
3.8.2.1. Corrosão das armaduras induzidas pela carbonatação do betão.................. 43
3.8.2.2. Corrosão das armaduras induzida pelos cloretos ....................................... 44
3.8.2.3. Ação do gelo/degelo ................................................................................. 45

x
3.8.2.4. Ataque químico ........................................................................................ 46
3.8.3. Exigências de durabilidade do betão ................................................................. 47
3.9. Especificação do betão ............................................................................................. 48
3.10. Classificação do betão .......................................................................................... 49
3.10.1. Classificação da resistência à compressão......................................................... 49
3.10.2. Classificação da consistência ............................................................................ 49
3.10.3. Classificação da exposição ambiental ............................................................... 50
3.10.4. Classificação da massa volúmica ...................................................................... 51
3.10.5. Classificação do teor de cloretos ...................................................................... 51
3.11. Ensaios em betões ................................................................................................ 52
3.11.1. Ensaios ao betão fresco .................................................................................... 52
3.11.1.1. Amostragem do betão fresco .................................................................... 52
3.11.1.2. Consistência do betão ............................................................................... 54
3.11.1.3. Massa volúmica e teor de ar do betão........................................................ 54
3.11.2. Ensaios ao betão endurecido............................................................................. 55
3.11.3 Ensaios de durabilidade ........................................................................................ 57
3.12. Síntese do capítulo ............................................................................................... 57
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS LABORATÓRIOS .............................................................. 61
4.1. Objetivos ................................................................................................................. 61
4.2. Metodologia ............................................................................................................ 61
4.2.1. Definição do universo e da amostra .................................................................. 61
4.2.2. Métodos de recolha de dados ............................................................................ 63
4.2.2.1. Questionário ............................................................................................. 63
4.3. Caracterização geral da atividade dos laboratórios visitados ..................................... 65
4.3.1. Laboratórios públicos ....................................................................................... 65
4.3.1.1. Laboratório de Ensaios de Betão e Cimentos (LABTEC) - Laboratório
Nacional de Engenharia Civil (LNEC) ......................................................................... 65
4.3.1.2. Laboratório de Solos e Pavimentos (LSP) – Grupo de Engenharia de
Aeródromos da Força Aérea (GEAFA) ........................................................................ 67
4.3.1.3. Laboratório de Materiais de Construção (LMC) - Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa (ISEL) ....................................................................................... 70
4.3.1.4. Laboratório da tecnologia do betão e do comportamento estrutural
(LABEST) - Faculdade de Engenharia Universidade do Porto (FEUP) ......................... 71
4.3.1.5. Laboratório de Construção (LC) - Instituto Superior Técnico (IST) ........... 73
4.3.2. Laboratórios privados....................................................................................... 75
4.3.2.1. Laboratório Central Grupo Cimpor (LCGC) – Grupo Cimpor Betão S.A . 75

xi
4.3.2.2. Laboratório de Betões (LB) da SECIL – Companhia Geral de Cal e
Cimento, S.A. .............................................................................................................. 78
4.3.2.3. Laboratório Central da Betão Liz (LCBL) – Betão Liz, S.A. ..................... 79
4.3.2.4. Laboratório de Lisboa-Frielas (LLF) da Unibetão - Indústrias de Betão
Preparado, S.A ............................................................................................................ 82
4.3.2.5. Laboratório de Materiais (LabMat) - Instituto de Soldadura e Qualidade
(ISQ) 83
4.3.2.6. Laboratório de ensaio da Associação Portuguesa das Empresas de Betão
Pronto - APEB ............................................................................................................ 85
4.3.2.7. Laboratório de Materiais - Teixeira Duarte (LM), Engenharia e
Construções, S.A ......................................................................................................... 87
4.3.3. Laboratório público/privado ............................................................................. 88
4.3.3.1. Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras (LEMO) ............................ 88
4.4. Síntese do capítulo ................................................................................................... 91
5. ANÁLISE DE RESULTADOS DOS INQUÉRITOS ....................................................... 93
5.1. Objetivos ................................................................................................................. 93
5.2. Apresentação e análise dos dados recolhidos ............................................................ 93
5.2.1. Materiais ensaiados em laboratório................................................................... 93
5.2.2. Gestão do espaço físico dos laboratórios........................................................... 95
5.2.3. Ensaios realizados em betões ........................................................................... 95
5.2.3.1. Ensaios ao betão fresco ................................................................................ 96
5.2.3.2. Ensaios ao betão endurecido ......................................................................... 97
5.2.3.3. Ensaios de durabilidade do betão ................................................................ 100
5.2.3.4. Análise comparativa do acervo normativo e acreditação dos ensaios em betões
103
5.2.4. Equipamentos dos laboratórios ....................................................................... 106
5.2.4.1. Calibrações e manutenção da prensa de compressão ................................... 106
5.2.5. Gestão do corpo técnico e utilizadores dos laboratórios .................................. 109
5.2.6. Serviços dos laboratórios................................................................................ 113
5.2.7. Logística dos laboratórios .............................................................................. 114
5.2.8. Acreditação e administração dos laboratórios ................................................. 117
5.2.9. Limpeza dos laboratórios ............................................................................... 120
5.3. Aspectos a melhorar nos laboratórios ..................................................................... 120
5.4. Síntese do capítulo ................................................................................................. 121
6. CONSIDERAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ........................................................ 125
6.1. Considerações finais .............................................................................................. 125
6.2. Conclusões ............................................................................................................ 126
6.3. Propostas para desenvolvimentos futuros ............................................................... 127

xii
Referências bibliográficas ..................................................................................................... 129
Páginas da internet ............................................................................................................ 133
Normas e especificações ................................................................................................... 134
ANEXO A ............................................................................................................................... ii
ANEXO B ............................................................................................................................. xiv
ANEXO C ............................................................................................................................ XX

xiii
xiv
Índice de figuras

Figura 2.1 - Estrutura nacional de normalização (IPQ, 2009) ................................................... 12


Figura 3.1 - Relações entre a EN 206-1 e as normas para a concepção e para a execução, as
normas dos materiais constituintes e as normas de ensaio. ....................................................... 28
Figura 3.2 - Agregados britados comuns usados na execução de estruturas de betão. ............... 31
Figura 3.3 – Adição de um adjuvante à mistura de betão.......................................................... 34
Figura 3.4 - Ilustração do mecanismo de corrosão das armaduras embebidas no betão induzida
pela ação dos cloretos (Cascudo, 2005). .................................................................................. 45
Figura 3.5 - Amostras de betão fresco..................................................................................... 53
Figura 3.6 - Execução do ensaio de abaixamento. .................................................................... 54
Figura 3.7 - Execução do ensaio da determinação do teor de ar do betão. ................................. 55
Figura 3.8 – Verificação da resistência à compressão de um provete de betão. ......................... 57
Figura 4.1 - Prestação de serviços LABTEC ............................................................................ 65
Figura 4.2 - Sala de ensaios ao betão no estado fresco do LABTEC. ........................................ 66
Figura 4.3 - Sala de ensaios químicos do LABTEC. ................................................................ 66
Figura 4.4 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LABTEC. .................................... 67
Figura 4.5 - Prestação de serviço do LSP. ................................................................................ 68
Figura 4.6 - Espaço para armazenamento de materiais e equipamentos do LSP. ....................... 68
Figura 4.7 - Espaço para ensaios físicos e peneiração de agregados do LSP. ............................ 69
Figura 4.8 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LSP. ............................................. 69
Figura 4.9 - Prestação de serviço do LMC ............................................................................... 70
Figura 4.10 - Sala de preparação de amostras para ensaio do LMC (ISEL, 2013). ................... 71
Figura 4.11 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LMC .......................................... 71
Figura 4.12 - Prestação de serviço do LABEST ....................................................................... 72
Figura 4.13 - Ensaio de resistividade elétrica de betões auto-compactáveis da LABEST. ......... 72
Figura 4.14 - Ensaio de resistência à flexão dos provetes da LABEST. .................................... 73
Figura 4.15 - Organograma do corpo técnico do LC ................................................................ 73
Figura 4.16 - Prestação de serviços do LC ............................................................................... 74
Figura 4.17 - Área para ensaios mecânicos do LC. .................................................................. 75
Figura 4.18 - Área para preparação de amostras (execução de provetes de betão) do LC. ......... 75
Figura 4.19 - Organograma do corpo técnico do LC ................................................................ 76
Figura 4.20 - Prestação de serviço do LCGC ........................................................................... 76
Figura 4.21 - Amostras (pérolas) para difração e fluorescência do LCGC. ............................... 77
Figura 4.22 - Equipamento de fluorescência de Raio X (FRX) do LCGC. ................................ 77
Figura 4.23 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LCGC ........................................ 78

xv
Figura 4.24 - Prestação de serviço do LB ................................................................................ 79
Figura 4.25 - Sala de ensaios químicos do LB ......................................................................... 79
Figura 4.26 - Sala para de ensaio de agregados do LB. ............................................................ 80
Figura 4.27 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LB ............................................. 80
Figura 4.28 - Prestação de serviço do LC ................................................................................ 81
Figura 4.29 - Área para ensaios mecânicos do LCBL. .............................................................. 81
Figura 4.30 - Área para preparação de amostras do LCBL. ...................................................... 82
Figura 4.31 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LCBL ........................................ 82
Figura 4.32 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LLF. .......................................... 83
Figura 4.33 - Prestação de serviços do LabMat. ....................................................................... 84
Figura 4.34 - Equipamento para ensaio de flexão do LabMAT................................................. 84
Figura 4.35 - Prensa de compressão do LabMat. ...................................................................... 84
Figura 4.36 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LabMat ...................................... 85
Figura 4.37 - Máquina de medição de coordenadas para o ensaio de moldes da APEB. ............ 86
Figura 4.38 - Equipamentos utilizados na calibração de máquinas de ensaio uniaxiais à
compressão da APEB. ............................................................................................................. 86
Figura 4.39 - Organograma da estrutura do corpo técnico da APEB. ........................................ 87
Figura 4.40 – Prestação de serviços do LM ............................................................................. 87
Figura 4.41 – Sala de químicos do LM. ................................................................................... 88
Figura 4.42 – Sala de preparação e retificação de provetes do LM. .......................................... 88
Figura 4.43 - Organograma da estrutura do corpo técnico da LM. ............................................ 89
Figura 4.44 – Prestação de serviços do LEMO ........................................................................ 90
Figura 4.45 - Sala de betões do LEMO. ................................................................................... 90
Figura 4.46 - Sala para ensaios especiais (ensaio triaxial) do LEMO ........................................ 91
Figura 4.47 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LEMO ....................................... 91
Figura 5.1 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de material que ensaiam .............. 94
Figura 5.2 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de betões que ensaiam ................. 96
Figura 5.3 - Percentagem de laboratórios em função das dimensões definidas .......................... 97
Figura 5.4 - Percentagem de ensaios executados e de ensaios acreditados nos laboratórios ao
betão fresco ............................................................................................................................ 98
Figura 5.5 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão fresco ............................................................................. 99
Figura 5.6 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/menos
frequentes ao betão fresco. .................................................................................................... 100
Figura 5.7 - Percentagem de ensaios executados e de ensaios acreditados nos laboratórios ao
betão endurecido ................................................................................................................... 101

xvi
Figura 5.8 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão endurecido ................................................................... 102
Figura 5.9 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/ menos
frequentes o betão endurecido ............................................................................................... 103
Figura 5.10 - Percentagem de ensaios de durabilidade executados e de ensaios acreditados... 104
Figura 5.11 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios de durabilidade e os que
realizam ensaios acreditados/não acreditados ........................................................................ 105
Figura 5.12 - Percentagem de ensaios acreditados por cada classe de ensaio em betões. ......... 105
Figura 5.13 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios acreditados por cada classe de
ensaio em betões. .................................................................................................................. 106
Figura 5.14 - Percentagem de ensaios que seguem normas internacionais/outras ou normas
europeias e/ou especificações do LNEC em cada classe de ensaio em betões. ........................ 106
Figura 5.15 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de manutenção da prensa e
respetiva periodicidade.......................................................................................................... 107
Figura 5.16 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de calibração da prensa e respetiva
periodicidade ........................................................................................................................ 107
Figura 5.17 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de reparação ............................ 108
Figura 5.18 - Percentagem dos técnicos em função da formação. ........................................... 109
Figura 5.19 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios privados.
............................................................................................................................................. 110
Figura 5.20 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios públicos.
............................................................................................................................................. 110
Figura 5.21 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios
público/privado. .................................................................................................................... 111
Figura 5.22 - Percentagem global de técnicos por categorias do corpo técnico nos laboratórios
............................................................................................................................................. 111
Figura 5.23 – Número de (técnicos e utilizadores)/dia ........................................................... 114
Figura 5.24 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de clientes ............................... 117
Figura 5.25 - Percentagem de laboratórios que realiza publicidade ........................................ 117
Figura 5.26 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de informação divulgada e meios
utilizados para a divulgação .................................................................................................. 118
Figura 5.27 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de recolha de resíduos ............. 118
Figura 5.28 - Percentagem de laboratórios acreditados / não acreditados ................................ 118
Figura 5.29 - Percentagem de laboratórios que comercializam ensaios ................................... 119
Figura 5.30 – Percentagem de laboratórios em função da variação de preços de ensaios ........ 120

xvii
xviii
Índice de quadros

Quadro 2.1 - Organizações Nacionais de Normalização (ONN) e respetiva função, objetivos e


norma adotada......................................................................................................................... 14
Quadro 2.2 – Organizações Nacionais de Normalização (ONN) e respetiva função, objetivos e
norma adotada......................................................................................................................... 15
Quadro 2.3 – Designação de normas (APQ, 2010). .................................................................. 16
Quadro 2.4 - Áreas de interesse à normalização, tipo de ensaios subjacentes e respetivas séries
de normas europeias/portuguesas e especificações do LNEC (LNEC, 2013; ANN, 2013) . 20
Quadro 3.1 - Características de algumas adições minerais para betão (Costa e Appleton, 2002).
............................................................................................................................................... 30
Quadro 3.2 – Efeito de alguns adjuvantes sobre o betão (Gomes e Pinto, 2011b). .................... 35
Quadro 3.3 - Substâncias químicas consideradas para a classificação da exposição ambiental
(Duarte e Pato, 2012). ............................................................................................................. 46
Quadro 3.4 – Classes de resistência à compressão (APEB, 2009)............................................. 50
Quadro 3.5 – Classe de consistência (APEB, 2009) ................................................................. 50
Quadro 3.6 - Recomendações de consistência para o betão fresco (APEB, 2009). .................... 50
Quadro 3.7 – Classes da massa volúmica do betão (APEB, 2009). ........................................... 51
Quadro 3.8 – Classes do teor de cloretos (APEB, 2009). .......................................................... 52
Quadro 3.9 – Ensaios ao betão fresco e os respectivos métodos de ensaio (ANN, 2013; André,
2012; Gomes e Pinto, 2009; ASTM C232). ............................................................................. 56
Quadro 3.10 - Ensaios ao betão endurecido e os respectivos métodos de ensaio (ANN, 2013;
Gomes e Pinto, 2009; ASTM C 1383; ASTM C803). .............................................................. 58
Quadro 3.11 - Ensaios de durabilidade do betão e os respectivos métodos sugeridos (Gomes e
Pinto, 2009; ANN, 2013; ASTM C 1202; Ferreira e Jalali, 2001). ........................................... 59
Quadro 4.1 - Laboratórios de ensaio por tipo e instituição correspondente. ............................. 62
Quadro 4.2 - Descrição dos vários campos do questionário. ..................................................... 64
Quadro 5.1 - Equipamentos inovadores e respetiva função. ................................................... 108
Quadro 5.2 - Percentagem de técnicos e utilizadores por categoria, em função da tarefa que
desempenham nos vários tipos de laboratório ........................................................................ 115
Quadro 5.3 - Percentagem de técnicos e utilizadores por categoria, em função da tarefa que
desempenham nos laboratório ............................................................................................... 116
Quadro 5.4 - Percentagem de serviços de cada laboratório ..................................................... 117
Quadro 5.5 - Preço dos ensaios (por provete) mais/menos dispendiosos referidos por alguns
laboratórios. .......................................................................................................................... 119
Quadro 5.6 - Aspetos a melhorar nos laboratórios visitados ................................................... 123

xix
xx
1. INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento e justificação da investigação

Para poder comparar diferentes materiais surge a necessidade de se efetuar ensaios


normalizados, ou seja, técnicas e procedimentos de ensaio iguais para avaliar determinadas
propriedades dos materiais. Estes ensaios são realizados por laboratórios de ensaio que,
dependendo da sua natureza, exibem diferentes características, funções e constrangimentos. Este
estudo surge no âmbito do melhoramento da qualidade do funcionamento dos laboratórios de
ensaio de betões, sendo as de maior interesse, os vários tipos de ensaios realizados e respetiva
acreditação e normas/especificações seguidas, gestão do corpo técnico e utilizadores dos
laboratórios; serviços, acreditação e variação de preços de ensaio dos laboratórios.

Para se poder adquirir uma visão geral do funcionamento dos laboratórios, surge a necessidade
de se realizar um trabalho de campo, com base num inquérito presencial, a diversos laboratório
de betões, localizados na sua maioria no destrito de Lisboa e Setúbal, a fim de se recolher
informações essenciais para a investigação.

Neste âmbito surge também a necessidade de existir um documento que sintetize todos os
ensaios que podem ser efetuados em betões e respetivas normas, para avaliar as suas
características de desempenho.

Desta forma, torna-se necessário realizar, um estudo alargado das normas e outros documentos
técnicos, bem como adquirir um maior conhecimento do material em estudo, dos ensaios que
podem ser realizados ao betão no estado fresco, endurecido e dos ensaios de durabilidade.

1.2. Objetivos

Este trabalho pretende, nos diferentes capítulos, atingir diversos objetivos, nomeadamente:

 alargar o conhecimento ao nível da normalização, da constituição dos principais


organismos internacionais, regionais e nacionais de normalização e do acervo normativo

1
português, a fim de promover um melhor entendimento das metodologias para ensaios de
betão;
 estudar as características gerais dos betões estruturais, ao nível da sua composição, das suas
propriedades, especificações e requisitos aplicados, entre outros, e conhecer os vários tipos
de ensaios normalizados realizados em betões;
 alargar o conhecimento das características gerais dos laboratórios de ensaio ao nível dos
materiais ensaiados, dos ensaios realizados e métodos de ensaio seguidos, da calibração e
manutenção de alguns equipamentos relevantes, dos utilizadores dos laboratórios, dos
serviços e clientes, da logística, da acreditação, da comercialização de ensaios e da limpeza
dos laboratórios;
 analisar e comparar os resultados obtidos a partir dos inquéritos realizados durante o
trabalho de campo e interpretar e avaliar as tendências dos laboratórios de acordo com a
análise efetuada.

1.3. Estrutura e organização do texto

Este trabalho está organizado em seis capítulos que, genericamente, podem ser divididos em
duas partes. A primeira parte engloba os capítulos 1 a 3 e pretende fazer a síntese do estado da
arte, com base nas referências bibliográficas disponíveis, contribuindo para um conhecimento
mais aprofundado da normalização, assim como das características gerais dos betões.

O capítulo 1 faz o enquadramento e introdução ao tema, caracterizando a problemática alvo de


investigação, assim como os seus objetivos. Pretende ser a base para a compreensão deste
trabalho pelo que engloba também a forma como a informação será distribuída pelos
diferentes capítulos.

O capítulo 2 é dedicado ao enquadramento geral da normalização. Inicialmente referem-se os


objetivos, princípios e benefícios da normalização: são descritos os organismos de
normalização internacionais e nacionais e a relação que existe entre eles. São abordados os
seguintes organismos: Organização Internacional de Normalização (ISO); Comité Europeu de
Normalização (CEN) e alguns organismos nacionais de normalização (ONN). É apresentada
uma descrição (organização, função e objetivos), escalonamento e relação entre os diferentes
tipos de documentos técnicos nacionais: normas; especificações técnicas; guias técnicos/fichas
técnicas e regulamentos. Por último, é feita uma abordagem do acervo normativo
europeu/português do betão, onde são referidas as áreas de interesse à normalização, o tipo de
ensaios subjacentes e as respetivas séries de normas e especificações do Laboratório Nacional
de Engenharia Civil (LNEC).

2
O capítulo 3 é dedicado à caracterização do material em estudo, neste caso, os betões
utilizados para a construção. Numa fase inicial, é feita uma breve resenha histórica acerca do
aparecimento e fabrico dos diferentes tipos de betões que foram surgindo ao longo do tempo.
Em seguida é feita uma abordagem geral da norma NP EN 206-1 como documento de
referência inerente à especificação, desempenho, produção e avaliação da conformidade do
betão. Seguidamente é apresentada a composição dos betões onde é feita a seleção e
caraterização dos diferentes constituintes dos betões e a sua regulamentação. Em seguida é
realizado um levantamento das caraterísticas e potêncialidades de alguns tipos de betões
existentes na atualidade para a construção, e é realizado um levantamento das propriedades
mecânicas, físicas e de durabilidade mais relevantes do betão e respetivas exigências.
Seguidamente, é abordada a especificação e classificação do betão de acordo com a norma NP
EN 206-1. Por último, são apresentados os vários tipos de ensaios em betões e os respetivos
métodos utilizados (normas, especificações do LNEC e procedimentos de ensaio).

A segunda parte engloba os capítulos 4 a 6, onde se descreve o trabalho de campo realizado,


se faz a análise dos resultados obtidos e se procede ao registo das respetivas conclusões.

O capítulo 4 é dedicado à caraterização geral dos laboratórios visitados. Numa primeira fase é
abordada a estrutura da metodologia: definição do universo da amostra; instrumentos e
métodos de recolha de dados e estrutura do questionário. Numa segunda fase é feita a
caracterização geral da atividade dos laboratórios visitados com base na informação recolhida.

O capítulo 5 é dedicado à análise e comparação dos resultados recolhidos nos diferentes


laboratórios visitados, em relação aos seguintes campos: materiais ensaiados; gestão do espaço
físico; ensaios ao betão no estado endurecido e fresco e ensaios de durabilidade; equipamento
utilizados; gestão do corpo técnico e utilizadores; serviços prestados; logística; acreditação e
variação do preço dos ensaios e limpeza dos laboratórios. Por último são apresentados os
vários aspetos a melhorar nos laboratórios na ótica do utilizador.

O capítulo 6 inclui, uma síntese final do trabalho, as conclusões do estudo desenvolvido de


acordo com os objectivos traçados, e algumas propostas para desenvolvimentos futuros tendo
em conta os aspectos que se consideram relevantes aprofundar.

No final do trabalho são apresentadas as referências bibliográficas que serviram de base para o
desenvolvimento deste estudo e, em anexo, alguns aspectos complementares dos diferentes
capítulos, nomeadamente: o formulário do inquérito aos laboratórios visitados (anexo A); o
documento com as métodos de ensaio dos ensaios em betões no estado fresco, no estado
endurecido e ensaios de durabilidade (anexo B) e as tabelas complementares relativas à análise

3
do funcionamento do laboratório, nomeadamente: materiais ensaiados, aspetos físicos do
laboratório, ensaios realizados (normas e especificações do LNEC adotadas, acreditação e
frequência de ensaio), tipo de manutenção e calibração da prensa de ensaio e respetiva
periodicidade e corpo técnico (função, ocupação diária e formação) (anexo C).

4
2. ENQUADRAMENTO GERAL DA NORMALIZAÇÃO

2.1. Considerações gerais

2.1.1. Objetivos

O objetivo principal do presente capítulo consiste em alargar o conhecimento ao nível da


normalização, da constituição dos principais organismos internacionais, regionais e nacionais
de normalização e do acervo normativo português, a fim de promover um melhor
entendimento das metodologias para ensaios de betão.
Os objetivos referidos podem resumir-se em quatro principais:

 estudar o conceito, os princípios e os benefícios da normalização;


 conhecer a constituição dos principais organismos internacionais, regionais e nacionais de
normalização com especial relevo para o organismo português de normalização - Instituto
Português de Qualidade (IPQ);
 estudar a função e os objetivos das normas, especificações técnicas e outros documentos
oficiais;
 abordar o acervo normativo europeu/português do betão, ao nível das áreas de interesse à
normalização, ensaios subjacentes, respetivas séries de normas europeias/portuguesas e
especificações do LNEC.

2.1.2. Enquadramento histórico

Refletindo um pouco sobre a normalização, pode-se verificar que no seu sentido mais amplo, ela
fornece a base sobre a qual a natureza criou o universo. Pode-se considerar a linguagem falada e
escrita como as formas primárias de normalização, estas foram desenvolvidas para possibilitar a
comunicação e o entendimento entre a humanidade, ou seja, para normalizar (IPQ, 2009).

Na segunda metade do século XVIII parecem surgir as primeiras manifestações pré-


normalizadoras, no sentido natural da racionalização dos meios de toda a natureza, materiais e
concetuais, utilizados pelo homem em qualquer atividade. É a unificação dos diâmetros das
bocas e outros componentes das armas de fogo, permitindo a produção em série, uma vez
garantindo o ajustamento das peças de diferentes origens (Fernandes,1981).

No final do século XVIII, a explosão demográfica e a revolução industrial criaram condições


favoráveis à expansão da procura e à abertura ao consumo vindo impor: a resolução de
problemas tecnológicos exigida pela mecanização, a aceleração da circulação de mercadorias e,

5
noutro plano, a garantia das condições de segurança e de higiene dos aglomerados
populacionais. É este cenário que propicia o desabrochar da normalização, a começar pela pré-
normalização empresarial, de fisionomia individual, portanto sem caráter coletivo que
verdadeiramente a define, e pela normalização estatal restrita, do domínio do material contra
incêndio e do abastecimento de àgua e de gás (Fernandes, 1981).

Face a graves inconvenientes da disparidade de características dos produtos, cujas espécies e


ritmo de permuta cada vez mais se multiplicavam, reuniram-se condições para uma verdadeira
normalização, primeiro de âmbito profissional, depois nacional e finalmente internacional,
favorável à especialização, à grande série, à montagem em cadeia e à utilização de componentes
no fabrico de diversos equipamentos (Fernandes, 1981).

Hoje em dia, a globalização dos mercados e o aumento da competitividade generalizada entre as


empresas levam a uma preocupação acrescida em melhorar a qualidade dos produtos e serviços.
A normalização veio aperfeiçoar a adequação de produtos, processos e serviços aos fins para
que foram concebidos, aumentado, desta forma, a aceitabilidade por parte dos mercados
mediante as referências dos métodos normalizados e, noutro plano, ajudando a otimização da
gestão das empresas e da prestação de serviços, diminuindo desta forma, os custos (AENOR,
2010; AFNOR, 2012).

2.1.3. Globalização do mercado dos produtos de construção. Marcação CE

A diretiva 89/106/CEE, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e


administrativas dos Estados-membros no que respeita aos produtos de construção, constitui o
primeiro passo na operacionalização da estratégia estabelecida na União Europeia relativamente
à criação de um Mercado Único. Esta diretiva foi publicada com o objetivo de iniciar a
aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-
membros, no que respeita aos produtos de construção. Com esta aproximação, visa-se a
eliminação dos entraves técnicos às trocas comerciais dos produtos de construção, e
consequentemente, permitindo a livre circulação no Espaço Económico Europeu. Atualmente
está em vigor o regulamento da União Europeia (UE) n.º 305/2011 (RPC), com o qual se
pretendeu simplificar o quadro legislativo existente e desta forma melhorar a transparência e a
eficácia das medidas em vigor. A partir de 1 de julho de 2013, a legislação e regulamentação
relativas à colocação no mercado dos produtos de construção passou a existir unicamente no
RPC, sendo de aplicação obrigatória e de forma idêntica em toda a UE sem haver necessidade
de proceder à sua transposição para o direito legal de cada estado membro, eliminando-se as
divergências entre os diversos estados membros (Duarte, 2011).

6
O RPC estabelece a marcação CE como sendo a única marcação que atesta a conformidade do
produto de construção com o desempenho declarado relativamente às suas caraterísticas
essenciais conforme estabelecidas na especificação técnica harmonizada aplicável (Duarte,
2011).

O RPC estabelece a necessidade de converter os requisitos básicos das obras de construção em


características essenciais para os produtos da construção através de especificações técnicas
harmonizadas, nomeadamente normas harmonizadas e documentos de avaliação europeus. As
normas são elaboradas pelos organismos europeus de normalização em resposta a pedidos
(mandatos) emanados pela comissão, após consulta pelo Comité Permanente da Construção e os
documentos de avaliação europeus são elaborados e aprovados pela organização que congrega
os Organismos de Avaliação Técnica (OAT), na sequência de um pedido de Avaliação Técnica
Europeia (ATE) apresentada por um fabricante. Em Portugal estas funções dos OAT foram
atribuídas ao LNEC, pelo que qualquer pedido para a emissão de uma avaliação técnica
europeia deve ser apresentado àquela instituição (Duarte, 2011).

O betão está isolado dos restantes produtos da construção pelo facto de ainda não ter sido
publicado o respetivo mandato. Desta forma o betão não está abrangido pelo RPC pelo que não
poderá ostentar a marcação CE. Esta situação prende-se com questões políticas que levam a que
não haja consenso acerca do conteúdo do mandato nomeadamente sobre a sua aplicação,
existindo uma bipolaridade onde um conjunto de estados membros defende a sua aplicação a
todos os tipos de betões, colocando em pé de igualdade o betão pronto e o betão fabricado em
obra enquanto outro grupo defende a sua aplicação apenas ao betão pronto, alegando o que
apenas este é colocado no mercado (Duarte, 2011).

2.2. Conceito, objetivos, princípios e importância da normalização

2.2.1. Normalização

A normalização é a atividade destinada a estabelecer, face a problemas reais ou potenciais,


disposições para a utilização comum e repetida, tendo em vista a obtenção do grau ótimo de
ordem, num determinado contexto. Consiste num modo particular, na formulação, edição e
implementação de normas (IPQ, 2009).

2.2.2. Objetivos da normalização

Os objetivos da normalização proporcionam os meios necessários para estabelecer a adequada


comunicação entre clientes e fornecedores (ABNT, 2006), nomeadamente:

7
 assegurar a aptidão ou uso de um produto, processo ou serviço;
 reduzir o número e tipo de produtos abrangendo uma gama definida e adequada face à
necessidade do mercado;
 promover a aptidão de produtos, serviços ou processos para serem utilizados conjuntamente
nas condições especificadas para satisfazerem as exigências em causa, sem interação
inaceitável;
 promover a intermutabilidade, isto é, a faculdade de utilizar produtos, serviços ou processos
alternativos para satisfazerem os mesmos requisitos;
 proteger a vida humana e a saúde;
 proteger o ambiente (IPQ, 2009).

2.2.3. Princípios da normalização

No mundo da normalização, importa que seja extremamente claro no que respeita à


comunicação verbal, qualquer que seja o domínio em causa. A normalização usa, entre outras
formas de comunicação, a linguagem não-verbal ou semiverbal, e neste contexto, a terminologia
assume-se como uma tarefa fundamental em toda a atividade normativa organizada (IPQ, 2009).

Quando uma norma é publicada em diferentes idiomas, o rigor linguístico e terminológico é


determinante para garantir a identidade semântica de cada noção e uma idêntica compreensão
dos textos em cada idioma (IPQ, 2009).

É importante para cada técnico de um ONN (Organismo Nacional de Normalização) perceber os


princípios de normalização e aplicá-los, bem como ter a capacidade de os saber transmitir de
forma clara a terceiros (IPQ, 2009). Os princípios da normalização são: voluntariedade,
representatividade, paridade, transparência e consenso.

2.2.4. Benefícios da normalização

Numa economia onde a competitividade é elevada e onde as exigências são cada vez mais
crescentes, as empresas dependem da sua capacidade de incorporação das novas tecnologias de
produtos, processos e serviços. A competição internacional entre as empresas eliminam as
tradicionais vantagens baseadas no uso de fatores abundantes e de baixo custo. A normalização
é utilizada cada vez mais como um meio para se alcançar a redução de custos de produção e do
produto final, mantendo ou melhorando a sua qualidade (ABNT, 2006).

A importância da normalização contempla-se naquilo que dela surge, ou seja, nos benefícios
que a transporta para a humanidade, como por exemplo (IPQ, 2009):

8
 conduz a acordos e soluções comuns, para problemas de caracter repetitivo;
 permite melhorar a adequação de produtos, processos e serviços aos serviços para que foram
que foram concebidos;
 previne os obstáculos técnicos ao comércio;
 facilita a cooperação tecnológica entre os países;
 a avaliação da conformidade dos produtos que, naturalmente, tanto preocupa os fabricantes
não pode efetuar-se sem referências normativas;
 o fornecimento de meios de comunicação entre todas as partes interessadas;
 a simplificação e a redução do tempo de projeto;
 a economia de matérias-primas e dos tempos de produção, reduzindo os desperdícios;
 uma melhor organização e coordenação do processo produtivo;
 a proteção dos interesses dos consumidores, através da garantia de uma adequada qualidade
dos bens e dos serviços, desenvolvida de uma forma coerente;
 uma especificação dos produtos a vender e a encomendar, evitando-se as amostras;
 uma maior economia resultante da fàcil intermutabilidade das peças;
 uma promoção da qualidade de vida: segurança, saúde e proteção do ambiente;
 a promoção do comércio, através da supressão dos obstàculos originados pelas diferentes
práticas nacionais;
 a atualização permanente do processo de desenvolvimento de normas, com adoção de novos
métodos de gestão e de novas ferramentas de tecnologia da informação, contribui para que o
processo de normalização acompanhe a evolução tecnológica. Esse princípio da atualização
deve ser constantemente aplicado para que a normalização atenda à intensa demanda,
considerando que uma norma desfasada tecnologicamente fatalmente cairá no desuso;
 defesa dos interesses nacionais junto das organizações internacionais através do voto ou da
participação em reuniões de comités técnicos;
 apoio à entidade legislativa através da elaboração e publicação de normas (leis por referência
a normas) (IPQ, 2009).

2.3. Organismos de normalização (comités)

A normalização é desenvolvida em diversos níveis através de organismos de normalização


internacionais, regionais e nacionais, podendo ainda se processar ao nível da empresa através
de normas internas organizacionais. Para ser assegurada uma harmonia da atividade
normalizadora, é necessário o desenvolvimento integrado da normalização nesses diferentes
níveis de acordo com regras, princípios e terminologia própria. Estes organismos têm como
principal função a preparação, a aprovação ou a adoção de normas que são postas à disposição
do público (PUC-Rio, 2008; APQ, 2008).

9
2.3.1. Organismos internacionais de normalização: International Organization for
Standardization (ISO)

Nas organizações internacionais de normalização a participação é aberta a todos os organismos


de normalização nacionais existentes no mundo. Entre as principais organizações internacionais
de normalização pode ser referida a ISO (International Organization for Standardization). Esta
organização nasceu da união de duas organizações, a International Federation of the National
Standardizing Associations (ISA), criada em Nova Iorque em 1928, e a United Nations
Standards Coordinating Committee (UNSCC) criada em 1944 (IPQ, 2009).

A ISO é uma organização não-governamental formada por organismos nacionais de


normalização de 163 países (dados de 2012), contando com um representante por país, com o
seu secretariado central situado em Genebra, Suíça. A ISO é o maior criador e editor de normas
internacionais e abrange no seu domínio toda a atividade económica, com exceção da
eletrotecnia e telecomunicações. Estas duas áreas são normalizadas por outros organismos
internacionais, respetivamente International Electrotechnical Comission (IEC) e International
Comunication Union (ITU) (ISO, 2011).

A ISO é uma organização que faz a ponte entre os setores público e privado. Por um lado,
muitos dos seus institutos membros fazem parte da estrutura governamental dos seus países, ou
são controlados pelo governo. Por outro lado, outros membros têm as suas raízes
exclusivamente no setor privado, tendo sido criados por parcerias nacionais de associações do
setor (ISO, 2011).

A ISO permite o estabelecimento de consensos a serem alcançados em soluções que atendam


tanto às necessidades de negócios como às necessidades mais amplas da sociedade.
Dado que "International Organization for Standardization" teria diferentes siglas em diferentes
idiomas ("IOS" em Inglês, "OIN" em francês para a Organização Internacional de
normalização), os seus fundadores decidiram escolher "ISO", derivado do grego “isos”, que
significa "igual", desta forma a sigla ISO passou a ser a designação comum para todos os países,
(ISO, 2011).

2.3.2. Organismo Europeu de Normalização: European Committee for


Standardization (CEN)

O Comité Europeu de Normalização (CEN) foi oficialmente criado como uma associação
internacional sem fins lucrativos com sede em Bruxelas em 30 de outubro de 1975.
O CEN é um facilitador de negócios na Europa, eliminando as barreiras comerciais para a

10
indústria e os consumidores europeus. A sua missão é promover a economia europeia no
comércio global, o bem-estar dos cidadãos europeus e o ambiente. Através dos seus serviços
fornece uma plataforma para o desenvolvimento de normas europeias e outras especificações
técnicas (CEN, 2009).

O CEN é a única organização Europeia reconhecida, de acordo com a Diretiva 98/34/CE, para o
planeamento, elaboração e adoção de normas europeias em todas as áreas da atividade
económica com a exceção da área da eletrotecnia e telecomunicações. Estas duas áreas são
normalizadas por outros organismos regionais, respetivamente European Committee for
Electrotechnical Standardization (CENELEC) e European Telecommunications Standards
Institute (ETSI). Trinta e dois dos membros nacionais do CEN trabalham em conjunto para
desenvolver normas europeias voluntárias (EN). Estas normas têm um estatuto único, uma vez
que também são normas nacionais em cada um de seus 32 países membros. Com uma norma
comum em todos esses países, um produto pode chegar a um mercado muito mais amplo a
preços mais competitivos. As EN ajudam a construir um mercado interno europeu de bens e
serviços e posiciona a Europa na economia global (CEN, 2009).

No sentido de se obter uma maior sincronização nas tarefas ISO/CEN, foi estabelecido um
acordo de cooperação designado por Acordo de Viena. Este acordo foi assinado pelo CEN em
1991 com a ISO, a sua congénere internacional, garante cooperação técnica por
correspondência, representação mútua em reuniões de coordenação, e aprovação do mesmo
texto, tanto como norma ISO como Norma Europeia (EN) (CEN,2009).

2.3.3. Organismos Nacionais de Normalização (ONN)

Os Organismos Nacionais de Normalização (ONN) são responsáveis pela participação nacional


na normalização europeia e internacional, assim como pela gestão dos processos de votação,
aprovação e publicação de documentos normativos (IPQ, 2010).

2.3.3.1. Instituto Português da Qualidade (IPQ)

Em Portugal, o organismo nacional de normalização é o Instituto Português da Qualidade (IPQ),


organismo nacional responsável pela gestão e desenvolvimento do Sistema Português da
Qualidade (SPQ), competindo-lhe assegurar as ligações funcionais com os organismos de
normalização europeus e internacionais atràs referidos (APQ, 2010).

Enquanto Organismo Nacional de Coordenador do SPQ, são atribuições do IPQ a gestão,


coordenação e desenvolvimento do SPQ, numa perspetiva de integração de todas as

11
componentes relevantes para a melhoria da qualidade de produtos, de serviços e de sistemas da
qualidade e da qualificação de pessoas (IPQ, 2009).

Neste sentido, o IPQ assume a responsabilidade nacional no desenvolvimento dos processos


normativos, nomeadamente na divulgação de documentos normativos, emissão de pareceres e
votações de Portugal, credenciação de peritos portugueses para as reuniões de normalização
internacionais/europeias, bem como a implementação nacional de normas europeias e
internacionais (APQ, 2010). Da estrutura nacional de normalização (Figura 2.1), fazem parte o
ONN, os diferentes ONS (Organismos de Normalização sectorial) e as vàrias CT’s (Comissões
Técnicas Portuguesas de Normalização) (IPQ, 2009).

ONN
Organismo
Nacional
de Normalização

ONS
Organismo com funções de
Normalização

CT
Comissões técnicas Porguesas de
Normalização

Figura 2.1 - Estrutura nacional de normalização (IPQ, 2009)

i) ONS (Organismos de Normalização sectorial)

O ONS é um organismo público, privado ou misto, reconhecido pelo ONN para exercer
atividades de normalização num dado domínio. Este é alvo de um reconhecimento da
qualificação como ONS todos os anos, ou seja, uma verificação formal realizada pelo ONN, de
que o organismo satisfaz os requisitos essenciais para exercer funções de ONS (IPQ, 2009).

Os ONS têm como principais funções:

 coordenar o trabalho das CT associadas;


 preparar os planos de normalização;
 divulgar as atividades normativas do seu setor;

12
 esclarecimentos normativos sobre as áreas afectadas (IPQ, 2009).

ii) CT (Comissões Técnicas)

A CT é um órgão técnico que visa a elaboração de normas nacionais e a emissão de pareceres


normativos, em determinados domínios e, no qual participam, em regime de voluntariado,
entidades interessadas nas matérias em causa, traduzindo, tanto quanto possível, a representação
equilibrada dos interesses socioeconómicos abrangidos. As CT podem ser permanentes ou ad-
hoc. Estas últimas são criadas para realizarem trabalhos específicos e de caráter temporário
(IPQ, 2009).

Nos quadros 2.1 e 2.2 está representada a designação do ONN de alguns países, a respetiva
função, objetivo e norma adotada.

2.4. Organização, função e objetivos do acervo normativo português

O acervo normativo português é constituído por um conjunto de documentos normativos,


editados pelo ONN, que inclui todas as normas portuguesas, especificações técnicas, relatórios
técnicos, guias, pré-normas e acordos técnicos. Também fazem parte do acervo normativo
português os documentos normativos europeus (EN e HD) adaptados (IPQ, 2010).

2.4.1. Normas

Pode-se definir norma como sendo um conjunto de regras, directrizes ou características,


estabelecidas por consenso aprovadas e editadas por um ONN, aplicáveis numa actividade ou
seus resultados (produtos e/ou serviços) (AICEP, 2012).

As normas, como documento técnico de referência, deverão ser fundamentadas em


conhecimentos da ciência, da técnica e da experiência e deverão fornecer regras, linhas de
orientação, características ou requisitos para as atividades ou para os seus resultados visando
atingir uma solução ótima para a comunidade, no respetivo contexto específico da sua aplicação
(IPQ, 2010).

De um modo geral, as normas não são de aplicação obrigatória, mas, funcionam como garantia
dos atributos ou dos resultados de determinada actividade. Existem, no entanto, algumas normas
obrigatórias, com carácter coercivo, estabelecido através de lei geral ou de referência exclusiva
num regulamento. Em relação às normas portuguesas (NP) são, em princípio, voluntárias, salvo

13
Quadro 2.1 - Organizações Nacionais de Normalização (ONN) e respetiva função, objetivos e norma adotada.

Norma
Designação da ONN Função da ONN Objetivos da ONN
adotada
American National Standards Institute -Coordena a definição de normas americanas, de -Melhorar a competitividade global
(ANSI) - Organismo privado com fins não acordo com as normas internacionais;
lucrativos que supervisiona o - promover e facilitar normas de consenso
desenvolvimento de normas para a - promove o uso de normas americanas voluntário e sistemas de avaliação da
produção, serviços, processos e sistemas internacionalmente; conformidade;
nos Estados Unidos da América (EUA) ASTM
(ANSI, 2012).
- defende a política dos EUA em organizações - facilitar o desenvolvimento da American
internacionais e regionais de normalização; Nacional Standards (ANS) através do
credenciamento de procedimentos de
- incentiva à adoção de normas internacionais como organizações de desenvolvimento de normas
normas nacionais (ANSI, 2012). (ANSI, 2012).
British Standards Institution (BSI) - - desenvolve e publica normas britânicas e soluções -Melhorar sistemas, aplicações, processos de
Organismo sem fins lucrativos fundado em de normalização; negócios, comércio, indústrias, setores públicos
1901.A BSI é reconhecida pelo governo e privados;
britânico como Corpo Nacional de BS
- participa na criação de normas europeias, sendo
Normalização (NSB) no Reino Unido (BSI, estas geralmente adotadas como normas britânicas - proporcionar melhores práticas em todos os
2012). (BSI, 2012). setores do ambiente de trabalho (BSI, 2012).
Association Française de Normalisation - Desenvolve normas francesas, e soluções de - Identificar as necessidades da sociedade;
(AFNOR) - Organismo criado em 1926, normalização para atender às necessidades da
reconhecido como entidade de utilidade sociedade. - desenvolver estratégias de normalização;
pública, e está centrado em 4 grandes áreas
de competências: normalização, - Apoia a investigação, a inovação e a - coordenar e dirigir as atividades das agências
certificação, publicação técnica e formação sustentabilidade dos negócios, tendo em conta os NR
de normalização;
especializada (AFNOR, 2012). interesses de todos os autores socioeconómicos em
causa.
- organizar inquéritos públicos;

- assegurar o reconhecimento de normas.

14
Quadro 2.2 – Organizações Nacionais de Normalização (ONN) e respetiva função, objetivos e norma adotada.

Norma
Designação da ONN Função da ONN Objetivos da ONN
adotada
Associação Brasileira de Normas - Gere o processo de elaboração de normas técnicas; - Proporcionar conhecimento sistematizado, por
Técnicas (ABNT) – Organismo privado meio de documentos normativos, que permitam
sem fins lucrativos, fundado em 1940, - realiza intercâmbios com organizações similares; a produção, a comercialização e uso de bens e
responsável pela normalização técnica no serviços de forma competitiva e sustentàvel nos
Brasil, fornecendo a base necessária ao mercados interno e externo (ABNT, 2006).
- adota e difunde as normas internacionais e
desenvolvimento tecnológico brasileiro.
regionais;
(ABNT,2006).
NBR
- emite pareceres concernantes à normalização e
concede a marca de conformidade e certificação,
diretamente ou por intermédio de terceiros (ABNT,
2006).
Asociación Española de Normalización y - Responsabiliza-se pelo desenvolvimento e difusão - Contribuir para a melhoria da qualidade e da
Certificación (AENOR) - Organismo de normas técnicas na Espanha; competitividade de empresas, produtos e
privado sem fins lucrativos, criado em serviços.
1986, coincidindo com a incorporação da -Elabora normas técnicas com a participação aberta
Espanha à Comunidade Económica a todos os interessados e colaborar para impulsionar -desenvolver da normalização e a certificação
Europeia (AENOR, 2012). a contribuição espanhola no desenvolvimento de em todos os setores industriais e de serviços UNE
normas europeias e internacionais.
- fornecer conhecimento e informações sobre
- certifica produtos, serviços e empresas (sistemas), normas e produtos e serviços para organizações
dando o mesmo valor diferencial competitivo e ajuda de todo o mundo (AENOR, 2012).
a promover o comércio e cooperação internacional
Nazionale Italiano di Unificazione (UNI) - Estuda, desenvolve, aprova e publica normas - Desenvolver normas técnicas que contribuam
– Organismo privado sem fins lucrativos técnicas voluntárias, em todos os setores industriais, para melhorar a eficiência e a eficácia do
UNI
fundado em 1921 e reconhecida pelo estado comerciais e serviços (exceto na área elétrica e sistema socioeconómico italiano (UNI, 2012).
italiano e pela União Europeia (UNI, 2012). eletrotécnica) (UNI, 2012).

15
quando exista um diploma legal que as converta em normas de cumprimento obrigatório
(AICEP, 2012).

As normas harmonizadas ou equivalentes são aquelas que incidindo sobre o mesmo assunto, são
aprovadas por organismos com actividade normativa distinta. Estas normas, asseguram a inter
mutabilidade de produtos, processos ou serviços, ou o entendimento mútuo dos resultados ou,
ainda, das informações fornecidas, de acordo com estas normas. Já as normas idênticas são
aquelas que coincidem quanto ao conteúdo e quanto à apresentação (AICEP, 2012).

Dependendo do organismo que as publica, as normas terão designações diferentes, sendo a sua
configuração básica a seguinte: sigla do organismo que a adota, sigla do organismo que a
emite, número e ano de publicação (APQ, 2010). No Quadro 2.3. encontram-se alguns
exemplos de designação de normas.

Quadro 2.3 – Designação de normas (APQ, 2010).

Sigla Organismo
Norma por organismo
(exemplos de normas) que adota
ISO 9001:2008 ISO Norma internacional publicada pela ISO.

EN 45020:1998 CEN Norma europeia publicada pelo CEN.

EN ISO 9001:2008 CEN Norma europeia equivalente à publicada pela ISO.

NP 4478:2008 IPQ Norma portuguesa publicada pelo IPQ.

NP EN 12390:2009 IPQ Norma portuguesa, que adota uma norma europeia.


Norma portuguesa, que resulta de uma norma
NP EN ISO 900 :2008 IPQ europeia, a qual, por sua vez, advém de uma norma
internacional.
NP ISO 10001:2008 IPQ Norma portuguesa que adota uma norma internacional.

Compete ao IPQ homologar as normas portuguesas produzidas pelas CT. Estas normas podem
ser versões portuguesas de normas europeias ou internacionais, assim como normas
portuguesas propostas por uma CT (APQ, 2010).

A estrutura de uma norma é dividida pelo corpo e pelos elementos complementares da mesma.
O corpo é o conjunto das disposições que contêm a substância do documento normativo,
compreendendo os elementos gerais relativos ao objetivo e campo de aplicação, respetivas
definições e os elementos principais das definições. Certas partes do corpo de um documento
normativo podem, por questões práticas, ser introduzidas como anexos (anexos normativos),
enquanto outros anexos (ditos informativos) podem constituir apenas elementos
complementares. Os elementos complementares são constituídos por informação que integra o

16
documento normativo mas que não afeta a sua substância, por exemplo os elementos
respeitantes à sua publicação (IPQ, 2009) .

2.4.1.1. Pré-norma (ENV)

A pré-norma consiste num documento pré-normativo elaborado como documento experimental


de prospetiva, para aplicação provisória em domínios técnicos onde o grau de inovação é
elevado, aprovado e editado pelos organizações europeias de normalização. Estes documentos
podem coexistir com outros documentos normativos que versem o mesmo assunto (IPQ, 2010).

2.4.1.2. Processos de elaboração de uma norma nacional

O processo de elaboração de uma norma inicia-se com uma procura, uma necessidade da
sociedade. Assim sendo é elaborado um pedido ao IPQ. A pertinência do pedido é analisado e se
tiver fundamento é levado o assunto à Comissão Técnica (CT) correspondente se esta existir,
caso não exista verifica-se se existe algum Organismo de Normalização sectorial (ONS) na área
do respetivo assunto e entrega-se o assunto para que possa ser analisado por eles e até que
possam formar uma CT para trabalho. No caso de não haver nenhum ONS pode ser criada uma
Comissão Técnica Ad-hoc (CTA), para que esta dê seguimento ao processo. Em qualquer dos
casos existe uma preocupação por parte do ONN para que se respeite os princípios básicos da
normalização com grande relevância para a representatividade da CT correspondente (IPQ,
2009).

A CT elabora um primeiro documento que se denomina por projeto de norma e envia-o para o
ONN que irá submetê-lo a consulta nacional durante 30 dias, dando assim oportunidade a todas
as partes interessadas a possibilidade de questionar e comentar o documento (IPQ, 2009).

Passado o tempo de consulta nacional, a CT realizará uma reunião extra para analisar os
comentários efetuados. Não havendo impedimento o projeto é encaminhado para o ONN onde é
homologado e posteriormente editado (IPQ, 2009).

No caso de haver considerações relevantes e que alterem o conteúdo técnico do documento,


então é realizado novo projeto de norma que terá um ciclo igual até haver um consenso, para
que possa ser homologado e editado como norma (IPQ, 2009).

2.4.1.3. Diferentes tipos de normas

As normas podem dividir-se quanto ao conteúdo em dois grandes grupos (IPQ, 2009):

 normas básicas;

17
 normas de produtos/serviços.

i) Normas básicas

Uma norma básica é uma norma de âmbito geral ou que contém disposições gerais relativas a
um domínio particular.

Existem duas áreas em que praticamente todos os países elaboram normas idênticas às normas
internacionais, sendo por isso designadas normas básicas:
 representação de expressões matemáticas, o sistema internacional de unidades (SI) e
simbologia das quantidades físicas;
 desenho técnico – apresentação e anotação gráfica (IPQ, 2009).

ii) Normas de produto/serviço

São regra geral as especificações relacionadas com os requisitos do produto ou serviço nos seus
diferentes estádios de evolução, incluindo o desempenho, que estes devem satisfazer para
assegurar a sua aptidão ao uso.
As normas de produto/serviço podem-se subdividir nas seguintes categorias:

 terminologia ─ norma referente a termos, geralmente acompanhados das suas definições e


por vezes de notas explicativas, ilustrações, exemplos, entre outros;
 ensaio ─ norma referente a métodos de ensaio, por vezes complementada com outras
disposições relativas ao ensaio, tais como amostragem, utilização de métodos estatísticos,
sequências dos ensaios;
 características ─ norma que contém uma lista de características, cujos valores ou outros
dados devem ser indicados para especificar um produto, processo ou serviço;
 interface ─ norma que especifica os requisitos relativos à compatibilidade de produtos ou
sistemas nos seus pontos de interligação (IPQ, 2009).

2.4.2. Especificações Técnicas (TS)

Documento aprovado e editado pelo ONN, que fornece, para utilizações comuns e repetidas,
regras, orientações ou características, para atividades ou para os seus resultados e cujo consenso
para a obtenção do estatuto de norma portuguesa não foi possível de alcançar até à data da sua
edição (IPQ, 2010), pelo que não tem valor legal.

Aquando da sua preparação deve ser tido em consideração o seguinte:

18
 uma TS, incluindo os seus anexos, pode conter requisitos;
 uma TS não pode ser divergente de uma NP;
 podem coexistir duas ou mais TS respeitantes ao mesmo assunto.

A redação de especificações técnicas é uma consequência natural da atividade de investigação e


desenvolvimento tecnológico, é através da redação de especificações técnicas que o LNEC
transfere para o meio técnico os conhecimentos relevantes adquiridos no decurso da
investigação realizada (LNEC, 2011).

O LNEC, como organismo nacional de investigação e desenvolvimento tecnológico no âmbito


da engenharia civil e da construção, púbica especificações técnicas de produtos e processos de
construção, através da série editorial: Especificações LNEC (LNEC, 2011).

2.4.3. Relatórios Técnicos (TR)

Documento aprovado e editado pelo ONN, que reúne conteúdos diferentes dos integrados pelas
normas portuguesas (NP) ou especificações técnicas (TS). Um TR é um documento que
apresenta dados resultantes de inquéritos, ensaios inter-laboratoriais, ou informação relacionada
com o "estado de arte" de um determinado setor. Podem coexistir dois ou mais TR respeitantes
ao mesmo assunto (IPQ, 2010).

2.4.4. Guias técnicos / Fichas técnicas

Documentos aprovados e editados pelo ONN, que fornecem regras, orientações,


recomendações, ou conselhos relacionados com aspetos mais abrangentes da normalização
nacional e aplicabilidade das normas (IPQ, 2010).

2.5. Acervo normativo europeu/português do betão

Na área dos betões, existe um acervo normativo extenso em torno do controlo da qualidade do
betão e seus constituintes. As áreas de interesse à normalização, o tipo de ensaios subjacentes e
respetivas séries de normas europeias/portuguesas e especificações do LNEC, encontram-se
apresentados no quadro 2.4.

Para além do acervo normativo atrás referido, existem transversalmente os Eurocódigos, que
constituem um conjunto de normas europeias de responsabilidade do CEN (Comité técnico TC

19
Quadro 2.4 - Áreas de interesse à normalização, tipo de ensaios subjacentes e respetivas séries
de normas europeias/portuguesas e especificações do LNEC (LNEC, 2013; ANN, 2013)

Série de normas
Áreas de interesse à normalização Tipo de ensaio subjacente europeias/portuguesas e
especificações do LNEC
Ensaios de agregados
Ensaios de cimentos
Caracterização e desempenho dos
Ensaios de adições - (1)
constituintes do betão
Ensaios de adjuvantes
Ensaios de águas
Especificação, desempenho, NP EN 206-1:2007
produção e avaliação da - Emenda 1:2008
conformidade do betão Emenda 2:2010
Composição do betão fresco NP 1385:2010
-
Tempos de presa do betão fresco NP 1387:2010
Ensaios ao betão fresco
NP EN 12350:(2009;2010)
Ensaios ao betão
Caracterização e desempenho do NP
endurecido
betão, no estado fresco e endurecido EN12390:(2009;2010;2011)(2)
Ensaios do betão nas
NP EN 12504:2007 (3)
estruturas
NP EN 13670:2011
Execução de estruturas de betão -
Emenda 1:2012
Avaliação da resistência à
compressão do betão nas estruturas e - NP EN 13791:2008
em produtos pré-fabricados
Caracterização e desempenho do NP EN 14487:2008
Ensaios ao betão projetado
betão projetado NP EN 14488:2008 (4)
Caracterização e desempenho de Métodos de ensaio de fibras NP EN 14845: 2008
fibras no betão de betão NP EN 14889: 2008
E 383:1993
E 387:1993 a E 413:1993
E 454:1999
E 461:2007
Características e desempenho do Ensaios de durabilidade do
E 463:2004
betão face a ações ambientais betão
E 464:2007
E 465:2007
E 475:2007
E 477:2007
(1)
A caracterização e desempenho dos constituintes do betão não foram estudados na presente dissertação.
(2)
NP EN 12390-4 (parte 4), relativa às características das máquinas de ensaio para a resistência à compressão, foi
editada em 2003.
(3)
NP EN 12504-2 (parte 2), relativa à determinação do índice esclerométrico, foi editada em 2003.
(4)
NP EN 14488-4 (parte 4), relativa à resistência de aderência em carotes à atração simples na área de ensaios de
betão projetado, foi editada em 2003.

250) que visa unificar critérios e normativas de cálculo e dimensionamento de estruturas, p.e. os
projetos de estruturas de betão normalizados no Eurocódigo 2 (EN 1992).

Na presente dissertação, apenas foram abordadas as normas inerentes à especificação,


desempenho, produção e avaliação da conformidade do betão (NP EN 206-1), à caracterização e
desempenho do betão, no estado fresco e endurecido (NP EN 12350; NP EN 12390; NP EN
12504), e à durabilidade do betão face às ações ambientais (especificações do LNEC).

20
2.6. Síntese do capítulo

Nos últimos anos, com o fenómeno da globalização, a normalização caminhou para um novo
paradigma, evoluindo do preceito de desenvolvimento prioritário no âmbito dos países para o
desenvolvimento com foco internacional. Hoje, mais importante que desenvolver normas
nacionais com base em interesses e exigências internas, dá-se primazia à participação dos
organismos nacionais de normalização (ONN) em fóruns de nível regional e internacional,
permitindo defender os interesses do seu país no mercado global. Segundo essa nova lógica, as
normas regionais e internacionais deverão ser adotadas como normas nacionais, dessa forma,
ficam eliminadas as barreiras técnicas criadas pela existência de regulamentos conflituantes
sobre produtos e serviços em diferentes países, facilitando o intercâmbio comercial e o aumento
da produtividade e vendas não só no mercado interno como também no mercado externo (PUC-
Rio, 2008).

A crescente competitividade, as exigências dos mercados globalizados e as necessidades da


sociedade, requerem das organizações a adopção de métodos de gestão optimizados, que
dependem da capacidade de incorporação de novas tecnologias de produtos e de processos. Este
contexto cria a necessidade do uso da normalização pelas empresas, de forma a representar,
efectivamente, um instrumento para a gestão facilitador do acesso aos mercados (APIPE, 2012).

Neste capítulo sintetizaram-se os três grandes níveis da normalização, internacional, regional e


nacional, representando estes a extensão geográfica, política ou económica da normalização.
Através dos organismos de normalização, é possível o desenvolvimento integrado da
normalização, segundo regras, princípios e terminologia própria.

Conclui-se que as normas propiciam o correto suprimento das necessidades práticas dos
produtores e consumidores e são fundamentais para a eliminação de desperdícios de tempo,
matéria-prima e mão-de-obra, o que resulta em crescimento do mercado, melhoria da qualidade
e redução de preços e custos, fatores que alimentam o ciclo motor do desenvolvimento social.

Na área dos betões pode-se verificar que existe um vasto acervo normativo em torno do controlo
de qualidade do betão, existindo várias áreas de interesse à normalização, salientando-se que as
normas e especificações do LNEC estão em permanente atualização.

Após um conhecimento geral da normalização, faz-se necessário caracterizar os betões


estruturais para construção e o seu desempenho e especificar os ensaios e respetivas
metodologias envolvidas no controlo da qualidade e durabilidade do betão.

21
22
3. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS BETÕES

3.1. Objectivos

O objetivo principal do presente capítulo consiste em alargar o conhecimento das


características gerais dos betões estruturais, ao nível da sua composição, das suas
propriedades exigidas, dos requisitos aplicados, entre outros. Apresentam-se também os
vários ensaios existentes no âmbito dos betões e respetiva normalização.
Os objetivos referidos podem resumir-se nos seguintes:
 abordar a norma NP EN 206-1, referindo o seu objectivo e campo de aplicação;
 caracterizar os materiais constituintes dos betões estruturais;
 conhecer os vários tipos de betões modificados;
 estudar as várias propriedades gerais exigidas aos betões;
 especificar e classificar os betões estruturais;
 conhecer os vários tipos de ensaios normalizados realizados em betões.

3.2. Considerações gerais

A palavra betão deriva do francês “béton”, cuja origem pode estar relacionada com o termo do
latim “bitumen”, que significa betume (Montemor e Costa, 2005).
A utilização de betões ou misturas similares como materiais de construção parece ter tido
origem na Antiguidade, com os egípcios e mais tarde com os gregos e os romanos. Testemunhos
deste trabalho podem ser encontrados no Panteão e no Coliseu de Roma. Atualmente,
totalmente difundidos a nível industrial, estes materiais são usados em larga escala como um
produto privilegiado do setor da construção, podendo referir-se exclusivamente que já entraram
no terceiro século da sua existência (Pimentel, 2007; Montemor e Costa, 2005).
O betão corrente é um material que resulta da mistura devidamente proporcionada de cimento,
agregados de diferentes granulometrias (areia, brita ou godo) e água. Para além destes
componentes o betão pode ainda conter adjuvantes que melhoram ou alteram, de acordo com
as necessidades, algumas das suas propriedades, nomeadamente a sua resistência. O betão
desde o momento da mistura até à fase de colocação passa por dois estádios distintos: o de
betão fresco e o de betão endurecido. O primeiro estádio corresponde ao betão ainda no seu
estado plástico e em condições de ser compactado, permitindo uma fácil colocação em obra,

23
adotando a forma dos moldes e adequando-se à realização de estruturas com formas
diversificadas, o endurecimento faz-se tanto ao ar livre como submerso. O segundo estádio
corresponde ao betão endurecido, comportando-se como um material estável e duradouro, com
a particularidade das suas propriedades mecânicas melhorarem com o tempo (Montemor e
Costa, 2005; Fernandes, 2005).

O betão tem conseguido até hoje reunir um conjunto de atenções, por parte de investigadores,
à volta das suas propriedades, de forma a que os incrementos e a evolução conseguidos,
permitam cada vez mais uma maior exigência ao nível das características de composição,
fabrico, transporte, colocação e conservação, originando melhorias importantes em termos de
consistência, resistência mecânica e durabilidade. Este conjunto de pequenas evoluções tem
vindo a ser conseguido com melhorias ao nível da utilização dos ligantes, seleção criteriosa de
agregados e da introdução de adjuvantes de natureza química, os quais melhoraram claramente
algumas propriedades pretendidas. Assim atualmente, existem betões com elevada resistência
mecânica, impermeabilidade, durabilidade, com facilidade de moldagem e colocação em obra
(Pimentel, 2007).

Para além das propriedades referidas anteriormente o betão corrente é caracterizado por
apresentar as seguintes vantagens (Pimentel, 2007):
 facilidade e pouca energia subjacente ao seu fabrico;
 economia relativa de produção e manutenção face aos outros materiais;
 abundância e disponibilidade de matérias-primas na natureza; adaptabilidade arquitetónica
que permite tomar inúmeras formas e encher espaços diversificados;
 endurecimento rápido e elevada resistência mecânica às solicitações correntes
(particularmente em relação à compressão e flexão);
 aderência privilegiada ao aço constituinte do betão armado e do betão pré-reforçado;
 incombustibilidade;
 compatibilidade com outros materiais, permitindo novas soluções tecnológicas na
construção.

Em relação às desvantagens, o betão apresenta (Pimentel, 2007):


 elevado peso próprio (cerca de 2400 kg/m3);
 baixo poder de isolamento térmico;
 dificuldade e custo relativamente elevado na distribuição e recuperação das obras que
necessitem de ser demolidas;
 sensibilidade às variações higrotérmicas;

24
 aumento das deformações dos elementos, com o decorrer do tempo de sujeição às cargas
instaladas (fluência).

Os progressos técnicos alcançados, a necessidade de melhorar o desempenho do betão e a


maior consciencialização dos consumidores em relação à qualidade deste material, permitiram
um avanço significativo no desenvolvimento do acervo normativo português, levando a um
aumento crescente de Normas, Especificações, Regulamentos, Portarias e Decretos-Lei na
sociedade portuguesa.

3.3. Abordagem geral da norma NP EN 206-1:2007

Atualmente está em vigor em Portugal a norma NP EN 206-1:2007, como documento de


referência inerente à especificação, desempenho, produção e avaliação da conformidade do
betão. Esta norma foi elaborada pelo Comité Técnico CEN/TC 104 (Betão e produtos para
betão) (Gomes e Pinto, 2011a).

A NP EN 206-1:2007 é uma norma que se constitui como a segunda geração vigente,


resultando da revisão da Pré-Norma Europeia NP ENV 206, que se encontrava em vigor desde
dezembro de 1995 até agosto de 2007, por efeito do Decreto-Lei n.º 330/95 de 14 de
dezembro, nomeadamente nos aspetos relacionados com a especificação, desempenho,
produção e conformidade do betão (Duarte, 2012; APEB, 2009). A norma revista tem em
consideração as evoluções tecnológicas relacionadas com os aspetos de produção; a
durabilidade das estruturas e as metodologias de ensaio. Desta forma, as alterações mais
significativas verificaram-se na classificação das ações ambientais e nos requisitos para os
betões inseridos em ambientes agressivos; no uso de adições em substituição de parte do
cimento e no controlo da produção, incluindo o controlo de conformidade. Os aspetos
relacionados com a execução, isto é, colocação, compactação e cura foram remetidos para a
norma NP ENV 13670-1: (Execução de Estruturas de Betão) (APEB, 2009).

Em Portugal, a presente norma foi tornada obrigatória através do Decreto-Lei n.º 301/2007,de
23 de Agosto, na qual se estabelece o novo acervo regulamentar sobre a colocação no mercado
de betão. De acordo com a redação dada pelo artigo 3.º, por “colocação do betão no mercado”
entende-se a entrega do betão ao utilizador com vista à sua distribuição ou utilização.
O aspeto mais importante deste artigo tem a ver com o facto de todo o betão se encontrar
abrangido por este diploma, uma vez que coloca no mesmo patamar (Duarte, 2007):

25
 o betão amassado no local da obra pelo próprio utilizador;
 o betão pronto;
 o betão produzido nas fabricas de produtos prefabricados de betão.

Durante o desenvolvimento da presente norma europeia, foi considerada uma abordagem


baseada no desempenho para a especificação da durabilidade, para isso, fez-se uma revisão
dos métodos de especificação do betão baseados no desempenho e dos métodos de ensaio.
Esta norma contém regras para o uso de materiais constituintes que estão abrangidos por
normas europeias. Outros subprodutos de processos industriais, materiais reciclados, entre
outros, são no uso corrente, baseados na experiência local.

A NP EN 206-1:2007 define tarefas para o especificador, para o produtor e para o utilizador,


abrangendo também a necessária troca de informação entre as diferentes partes intervenientes,
a quem são atribuídas responsabilidades de natureza técnica (Gomes e Pinto, 2011a).

3.3.1. Objetivo e campo de aplicação

A presente norma europeia aplica-se ao betão destinado a estruturas betonadas no local,


estruturas préfabricadas e produtos estruturais prefabricados para edifícios e estruturas de
engenharia civil. A presente norma específica requisitos para (Gomes e Pinto, 2011a):

- materiais constituintes do betão;


- propriedades de betão fresco e endurecido e sua verificação;
- limitações à composição do betão;
- especificação do betão;
- entrega do betão fresco;
- procedimentos de controlo da produção;
- critérios de conformidade e avaliação de conformidade.

A presente norma europeia aplica-se ao betão compactado desde que este não tenha, para além
do ar introduzido, uma quantidade apreciável de ar retido. A presente norma aplica-se ao betão
de massa volúmica normal, betão pesado e betão leve. Outras normas europeias para produtos
específicos, tais como, produtos prefabricados, ou para processos no âmbito da presente norma
podem vir a exigir ou permitir alterações à presente norma (Gomes e Pinto, 2011a).

Noutras partes da presente norma, ou noutras normas europeias específicas, podem ser
requeridos requisitos adicionais ou diferentes como, por exemplo, para (Gomes e Pinto,
2011a):

26
 betão para estradas e outras áreas com tráfego;
 betão fabricado com outros materiais (p.e., fibras);
 betão com a máxima dimensão do agregado inferior ou igual a 4 mm (argamassa);
 técnicas especiais (p.e., betão projetado);
 betão para estruturas de armazenamento de resíduos líquidos e gasosos;
 betão para estruturas de armazenamento de substâncias poluentes;
 betão para estruturas em grandes massas (p.e., barragens);
 betão pré-misturado a seco.
A presente norma não se aplica a :
 betão celular
 betão com massa volúmica inferior a 800 kg/m3
 betão refratário.

Na figura 3.1 apresenta-se as relações entre a EN 206-1:2007 e as normas para a conceção e


para a execução, as normas dos materiais constituintes e as normas de ensaio.

3.4. Materiais constituintes do betão

A seleção racional dos constituintes do betão é uma fase importante da metodologia de


formulação de um betão. Deve ser realizada com base no conhecimento aprofundado das
propriedades de cada constituinte e da sua contribuição para as propriedades do betão fresco e
endurecido.
Os materiais constituintes que são utilizados no betão corrente, estão dispostos na NP EN 206-
1:2007. Na maioria dos casos, os requisitos para os materiais constituintes são cobertos
individualmente por normas europeias específicas (Gomes e Pinto, 2011a).
Nos parágrafos seguintes abordam-se os aspetos mais importantes dos constituintes do betão e
das suas propriedades fundamentais, a considerar na seleção racional para a formulação de
betões.

3.4.1. Cimento

O cimento (ligante hidráulico) é um material inorgânico finamente moído que, quando


misturado com água, forma uma pasta que faz presa e endurece em virtude das reacções e
processos de hidratação e que, depois de endurecer, mantém a sua resistência e estabilidade
mesmo debaixo de água (Costa e Appleton, 2002).

27
ESTRUTURA EM BETÃO
EN- Normas dos
produtos
prefabricados de
betão
EN 1992 ENV 13670 – 1
EN 206 – 1
(Eurocódigo 2)
Projeto de estruturas Betão Execução de
de betão estruturas de betão

EN 197 - 1
EN 12350 Cimento
Ensaios do betão
fresco
EN 12390 EN 450
Ensaios do betão Cinzas volantes para
endurecido betão

EN 13263
Sílica de fumo para
EN 13791
betão
Avaliação da
resistência do betão EN 934 - 2
nas estruturas Adjuvantes para betão

EN 12620
EN 12504 Agregados para betão

Ensaio do betão nas EN 13055 - 1


estruturas Agregados leves

EN 1008
Água de amassadura
para betão

EN 12878
Pigmentos

NP 4220
Pozonalas naturais

Figura 3.1 - Relações entre a EN 206-1 e as normas para a concepção e para a execução, as
normas dos materiais constituintes e as normas de ensaio.

O cimento é obtido pela cozedura, a temperaturas da ordem de 1450ºC, de uma mistura


devidamente proporcionadas de calcário e argila. O ligante assim obtido é designado

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correntemente por cimento Portland. No processo de cozedura destas matérias-primas
(calcário e argila) são originadas diversas reacções químicas, formando-se novos compostos
que, ao arrefecerem, aglomeram-se em pedaços com dimensões variáveis (2 a 20mm)
designados por clínquer. Após o arrefecimento, o clínquer é moído juntamente com
adjuvantes, para facilitar a moagem, e gesso para regular o tempo de presa (Costa e Appleton,
2002).

Na fase de moagem do clínquer podem ser adicionados ao cimento outros materiais (adições)
como por exemplo cinzas volantes, pozolanas e escórias de alto-forno com o intuito de lhe
conferir propriedades especiais (Montemor e Costa, 2005).

Quando o cimento é misturado com água ocorrem reações de hidratação que formam
compostos estáveis que cristalizam com forma fibrosa interligando-se, conferindo ao conjunto
uma elevada resistência. A designação de ligante deve-se à propriedade de poder aglomerar
uma proporção elevada de agregados (p.e. areias, britas) conferindo ao conjunto uma elevada
coesão e resistência, o que o torna apropriado para o fabrico do betão.

As propriedades do cimento, nomeadamente o seu comportamento mecânico, dependem da


sua composição química e da finura obtida na moagem (Costa e Appleton, 2002). Os
principais componentes do cimento Portland hidratado são os seguintes (Coutinho, 1997):

· silicato tricálcico: 3CaO. SiO2;


· silicato bicálcico: 2CaO. SiO2;
· aluminato tricálcico: 3 CaO. Al2O3;
· aluminoferrato tetracálcico: 4 CaO. Al2O3. Fe2O3.

A importância de cada um destes constituintes, bem como a sua influência no comportamento,


é variável no betão. O desenvolvimento é principalmente afetado pelo teor de silicato
tricálcico, silicato bicálcico e aluminato tricálcico. O primeiro contribui fortemente para o
desenvolvimento da resistência em idades muito jovens e para a resistência final; o segundo,
contribui para o desenvolvimento da resistência em idades posteriores e o terceiro tem uma
particular influência nas primeiras idades (ACI, 1985). O aluminoferrato tetracálcico é
responsável pela cor cinzenta do cimento Portland pelo que o cimento branco não contém este
constituinte (Coutinho, 2002).

Os critérios de conformidade e aplicação na formulação de betões encontram-se


regulamentados pela norma NP EN 197-1:2001 (Gomes e Pinto, 2011a).

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3.4.2. Adições

A NP EN 206-1: 2007 define adição, como um material finamente dividido, utilizado no betão
com a finalidade de lhe melhorar certas propriedades ou alcançar propriedades especiais. Na
composição do betão, a anterior referência considera admissível dois tipos de adições
inorgânicos: adições quase inertes (adição do tipo I) e adições pozolânicas ou hidráulicas
latentes (adição do tipo II) (Gomes e Pinto, 2011a).

As primeiras são produtos nos quais se incluem os fíleres calcários ou os pigmentos. Nas
segundas distinguem-se as adições pozolânicas, onde se enquadram as pozolanas propriamente
ditas, as cinzas volantes e as sílicas de fumo, e as adições hidráulicas latentes como as escórias
(granuladas) de alto-forno e cais hidráulicas (Montemor e Costa, 2005).

Os critérios de conformidade e aplicação na formulação de betões encontram-se


regulamentados para algumas adições. São exemplo as normas NP EN 12620:2004 e EN
12878:1999 para adições do tipo I e NP EN 450:1995, NP EN 13263: 2005 e NP EN 15167:
2008 para adições do tipo II (Gomes e Pinto, 2011a).
Na quadro 3.1 estão classificadas as adições anteriormente citadas de acordo com a sua
hidraulicidade, a sua composição química e mineralógica, e estão referidas as normas
europeias com a respetiva aptidão geral de cada adição.

Quadro 3.1 - Características de algumas adições minerais para betão (Costa e Appleton, 2002).

Hidraulici- Composição química e


Tipo Adição Norma
dade mineralógica
Fíler calcário Maioritariamente carbonato de NP EN
cálcio (≥ 90% de CaCO3) 12620:2004
Quase
Tipo I
inertes
- NP EN
Pigmentos 12878:1999
Pozolana natural Silicatos de alumínio vítreos,
contendo quartzo, feldspato e NP 4220:1993
mica.
Cinzas volantes Maioritariamente silicatos
vítreos contendo alumínio,
Pozolânicas ferro e alcalis (Na2O, K2O).
Tipo NP EN 450:2005
Pequenas quantidades de
II
minerais de SiO2, aluminato
tricálcico, CaO livre.
Sílica de fumo Sílica pura (SiO2) em estado NP EN 13263:
vítreo. 2007ρ
Hidráulicas Escórias de Silicatos vítreos de cálcio, NP EN 15167:
latentes alto-forno magnésio, alumínio e silício. 2008

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Outras adições, diferentes das que são combinadas nos cimentos referidos na NP EN 197-
1:2012, podem não ser tão bem controladas em termos das dimensões das partículas e da
composição, como sucede, em contrapartida, com outros constituintes do betão. Aconselha-se,
por essa razão, um reforço da monitorização e controlo das entregas de material (APEB,
2009).

3.4.3. Agregados

Os agregados podem classificar-se em naturais, artificiais ou reciclados (resultantes de


matérias previamente usadas na construção) (Gomes e Pinto, 2011a). Podem também
classificar-se quanto à massa volúmica (ρ) em: agregados leves (ρ < 2000kg/m3); agregados
normais (2000 ≤ ρ ≤ 3000kg/m3) e agregados muito densos (ρ > 3000kg/m3) (Costa e
Appleton, 2002). As propriedades gerais dos agregados estão especificadas na série de normas
NP EN 932.

Os agregados naturais podem classificar-se em função da forma em agregados rolados e


agregados britados (figura 3.2). A forma dos primeiros é determinada por processos erosivos
naturais, com grãos mais ou menos arredondados, de que são exemplos as areias roladas e os
godos. A forma dos segundos é resultante de processos mecânicos de trituração de rochas
naturais, apresentando habitualmente forma angulosa, de que são exemplos as areias britadas e
as britas (Lourenço et al., 2004). As carateríscas geométricas dos agregados podem ser
determinadas através de ensaios cujos procedimentos seguem a série de normas NP EN 933.

Figura 3.2 - Agregados britados comuns usados na execução de estruturas de betão.

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A forma dos agregados influi muito sobre algumas propriedades do betão, fundamentalmente
em estado fresco, como sejam a consistência, ângulo de atrito interno, compacidade e todas as
que dependem da quantidade de água da amassadura (Bloem e Gaynor, 1963; Coutinho,
1997).

Os agregados artificiais são de origem mineral resultante de um processo industrial


envolvendo modificações térmicas ou outras (p.e. argila ou xisto expandidos). Os agregados
reciclados resultam do processamento de materiais inorgânicos anteriormente utilizados na
construção (p.e. trituração de betão endurecido) (Coutinho, 2004).

Em termos de resistência mecânica os agregados mais adequados para o betão devem ser
provenientes de rochas com tensões de rotura à compressão superior a 60~70 MPa, valor que
os agregados correntemente utilizados em Portugal possuem (Bloem e Gaynor, 1963;
Coutinho, 1997). Quando se desejem betões com resistência à compressão muito elevada é
necessária utilizar agregados com tensões de rotura superiores a estas (Gutiérrez e Cánovas,
1996). As propriedades mecânicas e físicas dos agregados podem ser determinadas através de
ensaios cujos procedimentos estão estabelecidos na série de normas NP EN 1097.

Agregados obtidos a partir de rochas com coeficientes de dilatação térmica inferior a 5x10-6/ºC
não são adequados para o fabrico de betão. As rochas mais vulgares dentro deste grupo são
alguns grés calcários de grão fino e alguns mármores (Parsons e Johnsons, 1944).

As propriedades químicas, são normalmente as que condicionam a ligação ligante/agregado e


estão relacionadas com os minerais presentes na rocha de origem dos agregados. Rochas cujos
minerais dominantes sejam calcite, calcário, dolomites, ortose e quartzo, são geralmente
adequados para o betão pois estabelecem ligações químicas resultantes da reatividade das suas
superfícies com os componentes hidratados do cimento (Bloem e Gaynor, 1963; Coutinho,
1997; González, 2001). As propriedades químicas dos agregados (p.e. a reatividade do álcalis,
sílica reativa e sais de cloreto solúveis em ácido) são determinadas por ensaios cujos
procedimentos se encontram na série de normas NP EN 1744 e nas Especificações do LNEC,
E 251:1985 e E 415:1993.

Os critérios de conformidade dos agregados para aplicação na composição de betões


encontram-se regulamentados pela norma NP EN 12620: 2002 para agregados normais e
pesados e pela norma NP EN 13055-1: 2005 e NP EN 13055-2: 2011 para agregados leves
(ANN, 2012).

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3.4.4. Água de amassadura

A água de amassadura desempenha dois papéis importantes na massa fresca e na fase de


endurecimento do betão. No betão fresco, a água confere à massa a trabalhabilidade adequada
para permitir uma boa colocação e compactação. Na fase de endurecimento a água participa
nas reacções de hidratação do cimento que conferem a resistência necessária ao betão (Costa e
Appleton, 2002).

Todavia, deve-se limitar ao mínimo a quantidade de água utilizada no fabrico de betão, pois a
água em excesso evapora-se criando no betão uma rede de poros capilares que prejudicam a
sua resistência e durabilidade. Assim, a quantidade de água a utilizar deverá ser a
indispensável para se obter a trabalhabilidade pretendida. Refira-se que com o
desenvolvimento dos adjuvantes plastificantes com elevado desempenho é actualmente
possível utilizar quantidades muito pequenas de água no fabrico do betão sem prejudicar a
trabalhabilidade (Costa e Appleton, 2002). A água a utilizar no fabrico do betão não deve estar
contaminada com impurezas de modo a evitar o ataque químico do betão. A sua aptidão geral
para o fabrico de betão encontra-se regulamentada pela norma NP EN 1008: 2003 (Gomes e
Pinto, 2011a). Os procedimentos para determinar a concentração de dióxido de carbono
agressivo da água encontram-se na norma NP EN 13577: 2008.

3.4.5. Adjuvantes

A NP EN 206-1: 2007 define adjuvante como o material adicionado durante o processo de


mistura do betão, em pequenas quantidades em relação à massa do ligante, com o objetivo de
modificar as propriedades do betão fresco ou endurecido (Gomes e Pinto, 2011a).

A maioria dos adjuvantes é objeto de segredo industrial, não se conhecendo assim as suas
propriedades e composição química. Em geral, apenas são divulgados os efeitos sobre os betões
(Gomes e Pinto, 2011b).

Atualmente quase não se consegue conceber a formulação de um betão sem o recurso a um


adjuvante de modo a melhorar uma ou mais das suas propriedades, sendo as mais comuns as
seguintes (Montemor e Costa, 2005; Gomes e Pinto, 2011b):
 aumentar a trabalhabilidade, mantendo ou reduzindo a água;
 reduzir a água com o objectivo de aumentar a resistência;
 acelerar ou retardar o processo de presa;
 acelerar ou retardar o endurecimento;
 diminuir a permeabilidade à água;

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 melhorar a resistência ao ciclo gelo/degelo;
 inibir ou diminuir a corrosão das armaduras;
 modificar a viscosidade;
 compensar a retracção;
 reduzir a exsudação;
 reduzir a absorção capilar do betão endurecido.

A seleção de um adjuvante deve ser efetuada em função da propriedade que se deseja


melhorar, das características específicas de cada produto, após consulta da respetiva ficha
técnica, e de ensaios para melhor aferir o adjuvante ao objetivo a alcançar. Por vezes, é
necessário a realização de ensaios mais completos quando se deseja obter o máximo
desempenho para o adjuvante (figura 3.3) (Fernandes, 2005).

Figura 3.3 – Adição de um adjuvante à mistura de betão.

O uso de aditivos no betão deve ser ponderado com cuidado, devendo-se atender à sua
estabilidade, composição e efeitos a curto e a longo prazo. De recordar também que uma parte
destes aditivos não se encontra normalizada (Montemor e Costa, 2005). O uso não controlado
destes produtos químicos pode causar efeitos não desejáveis no betão como (Gomes e Pinto,
2011b):

 redução da resistência à compressão;


 introdução de ar em quantidades exageradas;
 redução da durabilidade (introdução de cloretos);
 despassivação das armaduras.

34
No quadro 3.2 estão referidos alguns adjuvantes e o seu efeito sobre o betão. Os requisitos e
critérios de conformidade dos adjuvantes para a utilização na formulação de betões
encontram-se regulamentados pelas normas NP EN 934-1:2008; NP EN 934-2: 2009; NP EN
934-3: 2010 e NP EN 934-4: 2009 (ANN, 2013; Gomes e Pinto, 2011a).

Quadro 3.2 – Efeito de alguns adjuvantes sobre o betão (Gomes e Pinto, 2011b).

Tipo de adjuvante Efeito sobre o betão


Redução de água ≥ 5%
Plastificantes
Resistência a compressão (7 ou 8 dias) ≥ 110%
Redução de água ≥ 12%
Superplastificantes Resistência à compressão (1 dia) ≥ 140%
Resistência à compressão (28 dia) ≥ 115%
Retentores de água Redução da exsudação ≤ 50%
Introdutores de ar Acréscimo da quantidade de ar introduzida ≥ 2,5%
Tempo de presa a 20º C ≥ 30 min
Acelerador de presa
Redução do tempo de presa a 5ºC ≤ 60%
Resistência à compressão às 24 h a 20º C ≥120%
Acelerador de endurecimento
Resistência à compressão às 48 h a 5º C ≥ 130%
Acréscimo do tempo de início de presa a 20ºC ≥ 90 min
Retardador de presa
Acréscimo do tempo de fim de presa a 20ºC ≤ 360 min
Absorção capilar durante 7 dias, após 7 dias ≤ 50%
Hidrófugo
Absorção capilar durante 28 dias, após 90 dias ≤ 60%

3.5. Composição dos betões

Segundo NP EN 206-1:2007 a composição do betão e os materiais constituintes para betões de


comportamento específicado ou de composição prescrita, devem ser escolhidos de forma a
satisfazer os requisitos especificados para o betão fresco e endurecido, incluindo a
consistência, massa volúmica, resistência, durabilidade, proteção contra a corrosão do aço
embebido, tendo em conta o processo de produção e o método previsto para a execução das
obras em betão (Gomes e Pinto, 2011a).

A composição ideal de um betão corresponde à obtenção de um produto final, conseguido a


partir de escolhas criteriosas das matérias-primas disponíveis (brita ou godo, areia, cimento e
água). A mistura deverá possuir uma boa resistência e durabilidade, com a trabalhabilidade
pretendida, ao menor custo possível (Fernandes, 2005).

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Uma exigência importante a garantir à massa de betão a produzir é possuir propriedades de
plasticidade e consistência tais que lhe permitam encher facilmente todos os ângulos de
cofragem, com um mínimo de custo de colocação e de acabamento. Neste processo, a massa
de betão deverá ainda garantir o perfeito envolvimento das armaduras, sem segregação e com
grande homogeneidade de pasta (Fernandes, 2005).

De acordo com o referido anteriormente, os parâmetros fundamentais que servem de guia à


definição da composição do betão são (Fernandes, 2005):

 a dosagem do cimento;
 composição dos agregados (granulometria e máxima dimensão);
 massas volúmicas dos componentes;
 razão água/cimento (A/C) pretendida;
 volume de vazios;
 trabalhabilidade pretendida.

3.6. Betões modificados

A presença de adições no betão pode alterar significativamente as propriedades da mistura


conduzindo a betões de características muito especiais que possuem denominações específicas
(Montemor e Costa, 2005).

3.6.1. Betões de alto desempenho

A adição de plastificantes e superplastificantes permite uma forte redução do teor de água


conduzindo a betões de porosidade reduzida, resistência mecânica elevada e excelente
desempenho. Atualmente conseguem-se fabricar betões com razão A/C de aproximadamente
0,2, de porosidade muito baixa e resistências da ordem dos 150MPa. Estes betões são
utilizados em meios muito agressivos, onde é requerido um betão de elevada resistência e
qualidade de modo a aumentar o tempo de vida da estrutura. Nos betões de elevado
desempenho pode combinar-se a utilização de superplastificantes com outras adições tais
como a sílica de fumo e as cinzas pozolânicas de modo a produzir misturas mais densas e
também mais fluidas. Na Europa, um betão é considerado de alto desempenho se possuir uma
resistência à compressão (28 dias) superior a 60 MPa ou uma razão a/c inferior a 0,4
(Montemor e Costa, 2005).

36
3.6.2. Betões auto-compactáveis

O betão auto-compactável (BAC) é um betão que é capaz de fluir e de compactar sob a ação
do seu próprio peso, enchendo completamente as cofragens com as respectivas armaduras,
bainhas, etc, sem perder a homogeneidade e sem necessitar de qualquer compactação
adicional. No BAC, a pasta é o veículo para o transporte dos agregados (Gonçalves, 2006).

Estes betões caracterizam-se por uma elevada fluidez, possuem uma excelente
deformabilidade e uma elevada resistência á segregação. Podem ser aplicados na estrutura sem
recurso à vibração (Montemor e Costa, 2005).

Em relação ao betão tradicional, o BAC tem menor proporção de agregados grossos, maior
volume de pasta de cimento, menor razão água/finos, maior dosagem de superplastificantes e
presença eventual de um agente de viscosidade que altera as propriedades reológicas e a
consistência dos betões (Gonçalves, 2006).

3.6.3. Betões leves

O betão leve é caracterizado por ter uma massa volúmica baixa, que pode variar de 300 a 1850
kg/m3 e uma elevada resistência térmica, tendo um desempenho substancialmente diferente
dos betões tradicionais (com peso normal) (Melo, 2002).

O uso do betão leve é determinado fundamentalmente por motivos económicos. Nas obras de
betão, o peso próprio representa uma parcela muito grande da carga total atuante sobre a
estrutura e a redução da massa específica do betão torna-se de grande interesse. A principal
vantagem deste tipo de betão é o uso de secções menores e a consequente redução das
fundações. Além disso com o betão leve as formas devem suportar pressões menores do que
com o betão tradicional e, também o peso total dos materiais manuseados é diminuído
resultando num aumento de produtividade. O betão leve consegue, além disso, um isolamento
térmico melhor do que o betão tradicional (Neville, 1997).

Os métodos gerais de obtenção do betão leve são três. No primeiro usa-se um agregado poroso
de massa específica baixa em lugar do agregado comum. O segundo método baseia-se na
introdução de grandes vazios no interior da massa de betão, esses vazios devem ser
distinguidos dos vazios muito pequenos produzidos pela incorporação de ar, este tipo de betão
é conhecico por diversas denominações, como betão aerado, ou celular, ou de espuma, ou com
gás. O terceiro método consiste simplesmente em omitir o agregado fino do betão, de modo
que se forma uma grande quantidade de vazios intersticiais, este betão é designado,
abreviadamente, como betão sem finos (Neville, 1997).

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A trabalhabilidade deste tipo de betões é em geral elevada e a sua durabilidade é considerada
idêntica à de um betão normal. Estes betões são muito utilizados na construção de elementos
de painéis prefabricados, uma vez que são muito leves e consequentemente fáceis de manusear
e de aplicar (Montemor e Costa, 2005).

3.6.4. Betões pesados ( massa específica elevada)

O betão pesado é um betão constituído por agregados com massa volúmica elevada, acima dos
2600 kg/m3. São utilizados os agregados pesados naturais (p.e. barita) e artificiais (p.e. aço,
ferro ou fósforo e chumbo) (Marques, 2013; Neville, 1997).

O betão pesado é usado, principalmente, como proteção contra radiações e quando o aumento
de massa é determinante para o bom comportamento estrutural. Essas propriedades implicam
num desempenho satisfatório em relação à condutividade térmica, retração, dilatação térmica e
fluência (Marques, 2013; Neville, 1997).

3.6.5. Betões poliméricos

O betão polimérico ou betão de resina é um material composito onde uma resina


termoendurecível liga inertes naturais, como por exemplo a areia de sílica. Os catalisadores e
inertes são adicionados à resina antes da sua mistura com os agregados inorgânicos para
iniciar a reação de cura (polimerização) (Ferreira, 2001).

Os materiais poliméricos têm de ser estáveis a pH elevado e a cura não deve ser levada a cabo
em meio de humidade elevada. Em boas condições de cura (cerca de 50% de humidade
relativa), a deformabilidade diminui para mais de metade da do betão tradicional. A resistência
de adesão pode também aumentar, o mesmo acontecendo com a resistência à abrasão e ao
choque (Montemor e Costa, 2005).

A vantagem dos betões de resina, comparativamente aos betões de cimento, são a alta
resistência, elevada durabilidade, permeabilidade muito baixa e tempos de cura rápidos. A
aplicação de betões poliméricos estão em crescimento nomeadamente na pré-fabricação, sendo
hoje comuns em drenos para águas, caixas, tubagens ou postos de transmissão e painéis de
fachadas (Ferreira, 2001).

3.6.6. Betões reforçados com fibras

O betão reforçado com fibras é um material composto resultante de pasta de cimento,


argamassa ou betão, com fibras de asbestos, vidro, plástico, carvão ou aço. Este tipo de betão

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pode ser vantajoso quando deve ser absorvida uma grande quantidade de energia, por
exemplo, com cargas explosivas, onde se pretende uma resistência à tração elevada e
fissuração reduzida, ou ainda, onde não é possível a colocação de armadura convencional
devido à forma das peças (Neville, 1997).

As fibras melhoram a resistência do betão ao impacto, limitam a evolução das fissuras e


resultam em maior capacidade de deformação do material composto, porque ainda apresentam
resistência depois da fissuração da matriz (Neville, 1997).

No entanto, a sua trabalhabilidade é reduzida. Este tipo de betão é em geral produzido com um
elevado teor de cimento e uma razão A/C baixa. Quando devidamente fabricados estes betões
possuem uma excelente durabilidade (Montemor e Costa, 2005).

3.7. Propriedades mecânicas e físicas do betão

As propriedades mecânicas do betão são aquelas que caracterizam o comportamento


estrutural, quer em termo de resistência quer em termos de deformabilidade. Destes depende
claramente a resposta que uma estrutura de betão irá ter às ações que lhe foram impostas
(Evangelista, 2007).

Algumas características mecânicas e físicas relevantes no betão são: resistência à compressão;


resistência à tração; módulo de elasticidade; massa volúmica; fluência; retração e dilatação
térmica, entre outras (Gomes e Pinto, 2009).

3.7.1. Resistência à compressão

A resistência à compressão é a característica mecânica mais importante do betão, pois nas


estruturas a função deste material é essencialmente resistir às tensões de compressão enquanto
as armaduras têm a função de resistir às tensões de tracção (Costa e Appleton, 2002).
A resistência à compressão é determinada em provetes submetidos a uma solicitação axial
num ensaio de curta duração, isto é, com uma velocidade de carregamento elevada. Dado que
a forma dos provetes, a velocidade de carregamento e outros factores tais como a idade do
betão e as condições de cura têm uma influência significativa na resistência medida, os
métodos de ensaio são normalizados (Costa e Appleton, 2002).

O valor de resistência à compressão no betão é uma propriedade que varia com o tempo, uma
vez que as reações de hidratação são um processo lento. Assim, estabeleceu-se para efeitos de

39
dimensionamento o valor de resistência medido aos 28 dias. Os procedimentos para
determinação deste parâmetro encontram-se normalizados de modo que a resistência medida
em provetes seja próxima da resistência do betão em elementos estruturais. O betão é
classificado de acordo com a sua resistência à compressão, definindo-se classes de resistência,
(Montemor e Costa, 2005).

3.7.2. Resistência à tração

A resistência à tracção, é uma característica importante do betão em fenómenos tais como a


fendilhação e a aderência das armaduras (Montemor e Costa, 2005). Tal como acontece com a
resistência à compressão, a resistência à tracção depende do tipo de ensaio. Esta característica
mecânica pode ser medida directamente em provetes prismáticos traccionados ou medida
indirectamente por flexão de prismas ou compressão diametral de cilindros (Costa e Appleton,
2002).

O ensaio por tracção axial não é prático devido às dificuldades de execução associadas à
necessidade de aplicar uma força de tracção pura (sem excentricidade). A relação entre a
resistência à tracção axial e a obtida por flexão e por compressão diametral apresenta uma
elevada variabilidade. No entanto, o Eurocódigo 2 apresenta um factor de conversão da ordem
de 0,9 para obter a resistência à tracção axial a partir do ensaio de compressão diametral
(Costa e Appleton, 2002).

3.7.3. Módulo de elasticidade

Na resistência dos materiais a relação entre tensão e deformação, para determinados


intervalos, pode ser considerada linear (Lei de Hooke), ou seja, σ = Eε, sendo σ a tensão, ε a
deformação específica e E o módulo de elasticidade ou módulo de deformação longitudinal
(Pinheiro at al., 2010).

O módulo de elasticidade do betão é um dos parâmetros utilizados nos cálculos estruturais,


que relaciona a tensão aplicada à deformação instantânea obtida. O módulo permite ter uma
melhor noção do comportamento da estrutura com relação à deformação ou a outras
características desejadas do betão (Pinheiro at al., 2010).

3.7.4. Massa volúmica

A massa volúmica aparente do betão (kg/m3) é determinada pela razão entre a massa e o
volume do betão. Trata-se de uma característica física importante pois está relacionada com o
número de vazios e a permeabilidade do betão.

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Através da massa volúmica é possível classificar alguns tipos de betões especiais tais como:
betão leve, que possui uma massa volúmica inferior a 1850 kg/m3 e betão pesado, que possui
uma massa volúmica superior a 2600 kg/m3. O betão tradicional situa-se entre estas duas
massas volúmicas.

3.7.5. Dilatação térmica

O coeficiente de dilatação térmica do betão de peso normal pode ser considerado igual a 10 -5
/°C, nos casos em que não seja necessário grande rigor no cálculo. Caso contrário, o
coeficiente de dilatação deve ser determinado através de ensaios, pois depende do tipo de
agregados e do teor de humidade do betão (Costa e Appleton, 2002).

3.7.6. Fluência e retração

A fluência é um fenómeno que consiste no aumento progressivo no tempo da deformação


instantânea de uma peça de betão quando sujeita a uma tensão com carácter de permanência.
Este fenómeno ocorre devido à variação de volume de pasta de cimento que envolve os
agregados (Costa e Appleton, 2002).

A retracção consiste na diminuição da dimensão de uma peça de betão na ausência de


variações de temperatura e de tensões aplicadas. Este fenómeno é originado pela variação de
volume da pasta de cimento devida essencialmente à evaporação da água de amassadura do
betão e às reacções de hidratação das partículas de cimento. A carbonatação do betão origina
também fenómenos de retração (Costa e Appleton, 2002).

A fluência e a retração podem causar os seguintes efeitos (Montemor e Costa, 2005):


 aumento da deformação dos elementos estruturais, principalmente vigas e lajes;
 perdas de pré-esforço em estruturas pré-esforçadas;
 fendilhação;
 aumento do esforço a que estão sujeitos elementos comprimidos e sujeitos a cargas
excêntricas;
 a fluência pode conduzir a uma redução dos esforços nos elementos estruturais originados
por deformações impostas e a eliminação das concentrações de tensões.

41
3.8. Propriedades de durabilidade do betão

3.8.1. Fatores de degradação do betão

O betão armado é um material compósito constituído por dois materiais sintéticos (betão e
aço) que, quando conjugados, se encontram perfeitamente estabilizados, o aço não reage com
o betão e este protege o primeiro, envolvendo-o (isolando-o dos agentes exteriores) e
impedindo que este se corroa em contacto com o ar e água presentes no betão, por criar um
ambiente extremamente alcalino, pouco propício às reações químicas de oxidação necessária
(Evangelista, 2003).

Segundo Coutinho (1997), citado por Evangelista (2007), diversos agentes atmosféricos
podem alterar esse equilíbrio, atacando o betão ou o aço. Esses agentes, fluidos na
generalidade, penetram na estrutura porosa do betão, reagindo com os seus componentes,
alterando a sua constituição química e desequilibrando o conjunto. As estruturas de betão
estão sujeitas a um conjunto de ações internas e ambientais de diversa natureza.

Quanto às ações internas, encontram-se essencialmente as reações álcali-agregado, de entre os


quais assume especial relevância a reação álcalis-sílica. Estas reações apresentam-se como
uma das condicionantes da durabilidade das estruturas de betão armado, enquadrando-se nas
reacções expansivas de origem interna. Podem definir-se como uma manifestação patológica
que se desenvolve normalmente a longo prazo e para a qual não existem ainda soluções
aceitáveis mas apenas alguns métodos de mitigação (Barreto e Brito, 2008).

Em relação às ações ambientais as mais relevantes são (Duarte e Pato, 2012):

 corrosão das armaduras induzida pela carbonatação do betão;


 corrosão das armaduras provocada pela presença de cloretos;
 degradação do betão, enquanto húmido, pela ação do gelo/degelo;
 degradação do betão provocada pelo ataque de compostos químicos nas águas e/ou solos
em contacto com a estrutura.

Estas ações que degradam claramente o desempenho estrutural, levam à redução da secção
transversal dos varões, provocada pela sua corrosão e permitem a fendilhação e delaminação
da secção resistente do betão (descasque), causadas não só pela sua degradação, mas também
pela ação expansiva decorrente da corrosão das armaduras (Duarte e Pato, 2012; Gomes e
Pinto, 2012).
As ações ambientais podem ser prevenidas através de várias formas, consoante a sua
agressividade, sendo a mais corrente a definição de disposições prescritivas ao nível do

42
dimensionamento (p.e., recobrimento mínimo, classe de resistência mínima) e ao nível da
composição (p.e., dosagem de cimento mínima, razão A/C máxima). A generalidade dos
países europeus adotaram a norma EN 206-1:2007, através da qual foram então estabelecidos
os limites prescritivos que à partida asseguram a durabilidade das estruturas. Outras soluções
para a prevenção da degradação estrutural face às ações ambientais podem envolver medidas
extraordinárias tais como a utilização de armaduras resistentes à corrosão (p.e., aço
galvanizado, fibras de carbono) ou isolamento da estrutura, limitado ao seu grau de humidade,
pois a generalidade destas ações acontecem em ambiente húmido (Duarte e Pato, 2012).

3.8.2. Causas mecânicas, física e química de degradação

3.8.2.1. Corrosão das armaduras induzidas pela carbonatação do betão

Segundo Sousa Coutinho, o dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera, na presença da


humidade, apresenta uma tendência para combinar com os constituintes minerais hidratados
do cimento de onde resultam compostos com um pH mais reduzido. A mais simples e
importante reação é a combinação do CO2 com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) libertado pela
hidratação dos componentes do cimento (Noronha, 1984), conforme equação 3.1:

Ca(OH)2 + CO2 → CaCO3 + H2O (Eq. 3.1)

O hidróxido de cálcio carbonata-se passando a carbonato de cálcio (CaCO3) e outros


componentes do cimento também são decompostos resultando em sílica, alumina e óxido
férrico hidratados (Neville, 1997).

O hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) é a substância que mais contribui para conferir um elevado
pH do betão (pHbetão≈12,5), permitindo a formação de uma camada microscópica de óxido de
ferro, designada por película passiva. Esta película impede a dissolução do ferro e a corrosão
do aço, protegendo as armaduras contra a corrosão (Gomes e Pinto, 2012).

A transformação do Ca(OH)2 em CaCO3 faz baixar a alcalinidade da solução de equilíbrio


reduzindo o pH de 12,5 para 9,4. Quando o pH atinge valores inferiores a 9,5 (pH em que se
precipita o CaCO3), a película que reveste o aço, perde a sua influência passiva e este pode
começar a oxidar-se devido à entrada de oxigénio e humidade. A ação do CO2 depende da
temperatura especialmente da humidade do meio e do teor de água no betão. A carbonatação
máxima é obtida em atmosferas com 40% a 80% de humidade. Estas reações são muito lentas,
afetando a pequena camada de betão (Noronha, 1984). Pode-se concluir que em poucos anos a
carbonatação pode atingir a zona onde se encontra a armadura, mas o facto de a cobertura de

43
betão provocar a perda de proteção passiva do aço, não significa que a armadura se oxide
necessariamente, pois se a atmosfera permanecer seca no local, nada ocorrerá. Logo, a
carbonatação do betão não é pois uma causa direta de corrosão é apenas potencial. A armadura
no seio do betão está apta a ser corroida se houver penetração de humidade, de oxigénio ou de
eletrólito (Noronha, 1984).

3.8.2.2. Corrosão das armaduras induzida pelos cloretos

O mecanismo de transporte dos cloretos no betão é complexo, podendo dar-se por difusão de
iões ou por sucção capilar, estando envolvidas reacções químicas e físicas na fixação dos
cloretos. Parte dos iões podem assim ser incorporada nos produtos de hidratação do cimento,
ou seja, fixada quimicamente, sendo outra parte fixada fisicamente e absorvida na superfície
dos microporos. Apenas uma terceira parte de cloretos, designados por livres, que se deslocam
de um local para o outro, é que é capaz de destruir a camada passiva na superfície da armadura
de aço, iniciando-se assim o processo de corrosão das armaduras. No entanto, é de realçar o
facto de a distribuição dos cloretos por cada uma das três partes não ser constante (Ferreira,
2000).

A penetração de cloretos a partir do ambiente exterior devida aos vários mecanismos de


transporte provoca um aumento da concentração de cloretos nas camadas superfíciais do
betão, que vai diminuindo sucessivamente para o interior. Um perfil de cloretos vai variando
ao longo do tempo à medida que uma maior quantidade de cloretos vai penetrando do exterior
e os cloretos já presentes no betão tendem a penetrar mais para o interior (Costa e Appleton,
1999).

Quando as condições ambientais são variáveis, como por exemplo na zona atmosférica e na
zona de rebentação do ambiente marítimo, a humidade da zona superficial do betão varia ao
longo do tempo. A concentração de cloretos nas camadas superficiais do betão vai variando ao
longo do tempo atingindo um valor máximo no interior do betão. Os mecanismos de
transporte referidos anteriormente processam-se sequencialmente, sendo que na zona
superficial o transporte se dá por convecção devido à sucção capilar e no interior do betão este
faz-se essencialmente por difusão (Costa e Appleton, 1999).

A progressão dos agentes agressivos, neste caso: os cloretos, a humidade e o oxigénio, vai ser
variável ao longo da armadura, criando as tais diferenças nas respetivas concentrações,
responsáveis pela criação de zonas anódicas e catódicas, entre as quais ocorrem trocas iónicas,
num sentido, e eletrónicas, noutro, (figura 3.4) (Duarte e Pato, 2012).

44
Na zona anódica, o Fe2+ acaba por se combinar com o oxigénio, gerando assim diferentes
óxidos de ferro, os quais, por ocuparem um maior volume, vão gerar tensões internas que
normalmente resultam na expulsão do betão de recobrimento sobre a zona anódica (Duarte e
Pato, 2012).

Betão
(eletrólito)

Betão
(eletrólito)

Figura 3.4 - Ilustração do mecanismo de corrosão das armaduras embebidas


no betão induzida pela ação dos cloretos (Cascudo, 2005).

3.8.2.3. Ação do gelo/degelo

A exposição do betão, enquanto húmido, a ciclos de gelo/degelo, provoca uma degradação das
camadas superficiais do betão (Duarte e Pato, 2012).

A deterioração proveniente deste processo decorre, principalmente, da incapacidade do betão


absorver um acréscimo de volume que a água sofre ao congelar. Esta incapacidade deriva da
impossibilidade de redistribuição da água na massa do betão durante este fenómeno, seja pelo
elevado grau de saturação do betão, pelas dificuldades impostas pela sua estrutura porosa ou,
ainda, pela elevada velocidade de arrefecimento (Ferreira, 2000).

Verificam-se neste processo, duas fases distintas, com efeitos de deterioração do betão
também distintos, antes ou após o endurecimento do betão. Se o betão congelar antes do
endurecimento, o processo de hidratação será suspenso enquanto as temperaturas se
mantiverem baixas. Após se iniciar o degelo, o betão voltará a hidratar sem haver
consequências graves ao nível da perda de resistência por parte do betão, apesar da expansão
da água tender a aumentar o volume dos poros. Pelo contrário, no caso do congelamento se dar
posteriormente ao endurecimento do betão, mas quando este ainda não adquiriu resistência

45
suficiente, a expansão associada ao descongelamento da água resultará numa perda irreparável
de resistência (Ferreira, 2000).

A degradação provocada pelo gelo/degelo pode ainda ser maior na presença de cloretos, uma
vez que a degradação é significativamente acelerada na presença daqueles iões (p.e., quando
da utilização do cloreto de sódio ou de cloreto de cálcio como agentes descongelantes). Este
efeito majorador explica-se pelo fato daqueles sais provocarem um sobressaturação do betão
(Duarte e Pato, 2012).

3.8.2.4. Ataque químico

Somente uma pequena parcela dos betões usados na prática são expostos a ataque químico
grave. Isto é oportuno porque a resistência do betão ao ataque aos agentes químicos, é em
geral menor do que as outras modalidades. As formas mais comuns de ataque químico são a
lixiviação do cimento e a ação dos sulfatos, água do mar e águas naturais levemente ácidas
(Neville, 1997).

No quadro 3.3 estão apresentadas as substâncias químicas consideradas atualmente para a


classificação da exposição ambiental, assim como os respetivos patamares de concentração .
Os ambientes classificados neste quadro têm como base o solo e a água entre os 5ºC e os 25ºC
, com velocidades da água suficientemente lentas para que possam ser consideradas próximas
das condições estáticas (Duarte e Pato, 2012).

Quadro 3.3 - Substâncias químicas consideradas para a classificação da exposição ambiental


(Duarte e Pato, 2012).

Características
Meio XA1 XA2 XA3
químicas
SO42- (mg/l) ≥ 200 e ≤ 600 > 600 e ≤ 3000 >3000 e ≤ 6000
pH ≥ 5,5 e ≤ 6,5 ≥ 4,5 e < 5,5 ≥ 4,0 e < 4,5
CO2 agressivo (mg/l) ≥ 15 e ≤ 40 > 40 e ≤ 100 > 100 até à saturação
Águas
NH4 (mg/l) ≥ 15 e ≤ 30 > 30 e ≤ 60 > 60 e ≤ 100
Mg2+ (mg/l) ≥ 300 e ≤ 1000 >1000 e ≤ 3000 > 3000 até à
saturação
SO42- total(1) (mg/l) ≥ 2000 e ≤ 3000(2) >3000(3) e ≤12000 > 12000 e ≤ 24000
Solos Acidez (mg/kg) > 200 Não encontrado Não encontrado na
na prática prática
(1)
Os solos argilosos com uma permeabilidade abaixo de 10-5 m/s podem ser colocados numa classe mais abaixo.
(2)
O método de ensaio prescreve as extração do SO42- através de ácido clorídrico; em alternativa, pode usar-se
extração aquosa, se houver experiência no local de utilização do betão.
(3)
O limite de 3000 mg/kg deve ser reduzido para 2000mg/kg, caso haja risco de acumulação de iões de sulfato no
betão devido a ciclos de secagem e molhagem ou à absorção capilar.

46
A classe é determinada pelo valor mais elevado para qualquer característica química. Quando
duas ou mais características agressivas conduzirem à mesma classe, o ambiente deve ser
classificado na classe imediatamente superior, a menos que um estudo especial para este caso
específico prove o que tal não é necessário (Duarte e Pato, 2012).

A resistência do betão face ao ataque químico varia com o tipo de cimento. Foi proposta a
seguinte ordem de resistência crescente (Neville, 1997):

1. cimento Portland comum e de alta resistência inicial;


2. cimento Portland de alto forno ou de baixo calor de hidratação;
3. cimento Portland resistente aos sulfatos ou cimento Portland pozolânico;
4. cimento supersulfatado;
5. cimento aluminoso.

3.8.3. Exigências de durabilidade do betão

A exposição ambiental das estruturas de betão simples condiciona a qualidade e a durabilidade


do betão. Este condicionamento surge da necessidade de assegurar a manutenção do
desempenho da estrutura durante a sua vida útil prevista, o que só é garantido se o aço não
sofrer corrosão significativa e se o betão conseguir suportar os efeitos do gelo/degelo e do
ataque químico (Duarte e Pato, 2012).

No que respeita às armaduras, a sua proteção contra a corrosão vai depender essencialmente da
espessura e da qualidade do recobrimento. No que respeita à espessura, é facilmente
entendível que quanto maior for a mesma, maior será a barreira entre os agentes agressivos
(humidade, dióxido de carbono, cloretos) e as armaduras. No respeitante à qualidade, temos de
considerar a compacidade do betão, a fissuração, a dosagem de cimento e razão Água/Cimento
(A/C). Assim, quanto mais compacto for o betão de recobrimento, maior será a resistência á
passagem dos agentes agressivos já mencionados, quando menor for a fissuração menor será a
facilidade de penetração dos agentes agressivos, quanto maior a dosagem de cimento, maior
será a reserva de agente fixador de CO 2 e quanto menor for a razão A/C , maior será a
densidade do betão (Duarte e Pato, 2012).

Quanto ao betão, a sua resistência aos ataques do gelo/degelo, depende essencialmente da


resistência do betão e do teor de ar introduzido. Assim, quanto maior a resistência do betão
maior será a resistência à ação expansiva decorrente da congelação da água presente no
interior dos vazios do betão, e ao assegurar o teor de ar mínimo, garante-se que a água terá

47
espaço para ocupação em caso de aumento da pressão hidráulica interior (Duarte e Pato,
2012).

Quanto ao ataque químico, a durabilidade do betão vai depender da sua composição química,
o que pode condicionar a seleção dos materiais constituintes, nomeadamente quanto ao tipo de
cimento. Por exemplo, se tivermos um betão em contacto com uma solução contendo sulfatos
(SO42-), então deverá ser utilizado um cimento que induza uma resistência àquele agente.

Tendo em conta estes aspetos foram estabelecidos limites prescritivos para o recobrimento,
para a composição do betão e para o seu desempenho, para cada uma das classes de exposição
ambiental. No caso de Portugal, estes limites foram estabelecidos através da especificação
E464, a qual, para cada classe de exposição ambiental define um recobrimento mínimo, uma
dosagem de cimento mínima, uma razão A/C máximo, um classe de resistência mínima e, em
certos casos, um teor de ar mínimo (Duarte e Pato, 2012).

3.9. Especificação do betão

O responsável pela especificação do betão é o técnico que elabora o projeto de estabilidade de


estruturas nomeadamente o projetista, pois é este quem define quais os materiais a utilizar
(betão e armaduras).

Segundo o artigo 4.º do Decreto-lei n.º 301/2007, num enquadramento industrial, o betão a ser
colocado no mercado nacional deve ser especificado em conformidade com a norma NP EN
206-1, isto é, o betão deve ser especificado de modo a incluir um determinado conjunto de
requisitos, os quais se encontram especificados na referida norma, nomeadamente na secção 6
(Duarte, 2007).

Esta norma admite a especificação do betão de três formas (APEB, 2009).:

 betão de comportamento especificado – betão cujas propriedades e características são


especificadas ao produtor, sendo este o responsável por fornecer um betão que satisfaça
aquelas propriedades e características;
 betão de composição prescrita – betão cujo composição e materiais constituintes são
especificados ao produtor, sendo este responsável por fornecer um betão com a composição
especificada.
 betão cuja composição se encontra estabelecida numa norma válida no local de utilização
do betão (ainda não existe em Portugal).

48
A especificação do betão de comportamento especificado deve incluir, pelo menos, os
seguintes requisitos (APEB, 2009):

 referência à NP EN 206-1:2007;
 classes de exposição ambiental;
 classe de teor de cloretos;
 dimensão máxima do agregado;
 classe de consistência, (nos casos de betão pronto e betão fabricado no local).
No caso de se tratar de um betão leve ou pesado (elevada massa específica elevada), será
necessário incluir ainda a classe de massa volúmica ou um valor pretendido para a mesma,
consoante aplicável. Para além destes requisitos, existe ainda outros conjuntos de requisitos
adicionais, que poderão ser especificados, dependendo da especificidade da obra (p.e.,
desenvolvimento da resistência, teor de ar, entre outros) (APEB, 2009).

3.10. Classificação do betão

A norma NP EN 206-1:2007 destina-se a ser aplicada na Europa em diferentes condições


climatéricas e geográficas, com diferentes níveis de proteção e tendo em conta tradições e
experiências regionais bem estabelecidas. Para contemplar estas situações foram introduzidas
classes para as propriedades do betão (Gomes e Pinto, 2011a).

3.10.1. Classificação da resistência à compressão

A classe de resistência à compressão deve ser selecionada tendo em consideração o(s)


ambiente(s) a que a estrutura ou elemento estrutural vai estar sujeito ao longo da sua vida útil,
por forma a garantir a durabilidade pretendida. Em Portugal, as classes mais utilizadas estão
apresentadas no quadro 3.4 Contudo a NP EN 206-1:2007 estabelece outras classes de
resistência que vão desde a classe C8/10 ate à classe C100/115 (APEB, 2009).

3.10.2. Classificação da consistência

A classificação da consistência deve ser especificada através de uma classe ou, em casos
especiais, através de um valor pretendido, tendo em consideração o método de ensaio mais
adequado. No quadro 3.5, apresentam-se as classes de consistência em função do
abaixamento do betão fresco, medido através do ensaio de abaixamento. No quadro 3.6
apresenta-se algumas recomendações de consistência para o betão fresco (APEB, 2009).

49
Quadro 3.4 – Classes de resistência à compressão (APEB, 2009).

Resistência característica Resistência característica


Classe de resistência à
mínima em cilindros mínima em cubos
compressão
fck,cyl (N/mm2) fck,cube (N/mm2)
C12/15 12 15
C16/20 16 20
C20/25 20 25
C25/30 25 30
C30/37 30 37
C35/45 35 45
C40/50 40 50
C45/55 45 55
C50/60 50 60

Quadro 3.5 – Classe de consistência (APEB, 2009)

Classe Abaixamento (mm)


S1 10 a 40
S2 50 a 90
S3 100 a 150
S4 160 a 210
S5 > 220

Quadro 3.6 - Recomendações de consistência para o betão fresco (APEB, 2009).

Condições construtivas Recomendação (classe)


Betão para bombear. ≥ S3
Pavimentos com meios tradicionais de colocação e acabamento. ≥ S3
Superfície com betão à vista. ≥ S3
Elevado tempo de transporte e/ou clima quente. ≥ S3
Betões de alta resistência ≥ S4

3.10.3. Classificação da exposição ambiental

De acordo com a norma NP EN 206-1:2007, a especificação do betão deve incluir


obrigatoriamente a(s) classe(s) de exposição ambiental, pelo que se pode concluir que compete
ao projetista a caracterização dos agentes ambientais e a respetiva classificação.

No entanto, esta condição é também refletida no Eurocódigo 2, onde é referido que, além das
ações mecânicas o projetista deve ter em consideração as condições ambientais a que a

50
estrutura vai estar sujeita durante a sua vida útil, uma vez que estas condicionam a qualidade
do betão nomeadamente no que diz respeito à dosagem de cimento mínima e razão A/C
máxima, podendo ainda ser estabelecida uma classe de resistência mínima.

A classificação da exposição ambiental, encontra-se estabelecida na NP EN 206-1:2007, mas


não exclusivamente. É também possível encontrar esta classificação tanto no Eurocódigo 2
como na especificação E 464:2007 do LNEC, (Duarte e Pato, 2012).

3.10.4. Classificação da massa volúmica

A massa volúmica do betão leve ou do betão pesado pode ser especificada através de um valor
pretendido. No caso do betão leve a massa volúmica pode ser especificada igualmente através
de uma classe. No quadro 3.7 estão apresentadas as classes de massa volúmica do betão leve
(APEB, 2009).

Quadro 3.7 – Classes da massa volúmica do betão (APEB, 2009).

Classe Massa volúmica (kg/m3)


D 1,0 ≥ 800 e ≤ 1000
D 1,2 >1000 e ≤ 1200
D 1,4 >1200 e ≤ 1400
D 1,6 > 1400 e ≤ 1600
D 1,8 >1600 e ≤ 1800
D 2,0 > 1800 e ≤ 2000

3.10.5. Classificação do teor de cloretos

A classificação do teor de cloretos é especificada em função do uso do betão e da classe de


exposição ambiental. O ambiente de exposição do betão determina os tipos de mecanismos de
transporte dos cloretos que vão actuar no betão. Estes mecanismos influenciam
significativamente a velocidade de penetração de cloretos (Costa, 2008).

Os adjuvantes à base de cloretos e o cloreto de cálcio não devem ser adicionados ao betão com
armaduras de aço ou outros metais (Cachim, 2005). No quadro 3.8 estão apresentadas as
classes do teor de cloretos.

51
3.11. Ensaios em betões

Para produzir um betão de qualidade são necessários conhecimentos e qualificações. Assim,


desde a escolha criteriosa dos materiais constituintes e da compatibilidade entre os mesmos, ao
seu fabrico, colocação, obra e endurecimento, vai um longo caminho de experimentação e
ensaios conducentes à avaliação da sua conformidade.

Quadro 3.8 – Classes do teor de cloretos (APEB, 2009).

Classe de exposição ambiental


Utilização do betão
XC, XF, XA XS, XD

Betão sem armaduras de aço ou outros metais


embebidos, com exceção de dispositivos de Cl 1,0 Cl 1,0
elevação resistentes à corrosão.
Betão com armaduras de aço ou outros materiais
Cl 0,40* Cl 0,20*
embebidos.
Betão com armaduras pré-esforçadas. Cl 0,20* Cl 0,10*

*Estas classes podem deixar de se aplicar se forem tomadas medidas especiais de proteção contra a corrosão, como
proteção do betão, ou recobrimentos, devidamente justificados ou, utilização de aço inox.

Os ensaios em betões são fundamentais para avaliar a consistência, a resistência mecânica e a


durabilidade do betão. Estes ensaios são referentes ao betão fresco e ao betão endurecido e as
suas metodologias estão especificadas respectivamente em normas, especificações do LNEC,
guias técnicos e outros documentos oficiais existentes.

3.11.1. Ensaios ao betão fresco

Os ensaios ao betão em estado fresco visam avaliar algumas propriedades importantes para
uma boa aplicação do betão em obra, tais como a consistência, a trabalhabilidade, a massa
volúmica e o teor de ar do betão fresco (Brito et al., 2009). Estes ensaios permitem garantir a
fluidez adequada, sem separação dos diversos materiais constituintes e avaliar parâmetros que
são premonitórios relativamente à qualidade desses mesmos betões após endurecimento
(Evangelista, 2003).

3.11.1.1. Amostragem do betão fresco

Após o fabrico do betão fresco, deve-se proceder à sua amostragem na central ou depois de
transportado para a obra e antes da colocação do betão na estrutura. Este ensaio consiste na

52
recolha de uma quantidade de betão, que seja representativa da amassadura e ao mesmo
tempo suficiente para efectuar os ensaios requeridos (André, 2012)

As amostras de betão devem ser selecionadas aleatoriamente e colhidas de acordo com a


norma NP EN 12350-1:2009, esta norma especifica dois procedimentos para amostragem do
betão fresco: amostragem composta e amostragem pontual. A amostra composta obtém-se,
usando uma colher ou dispositivo similar, retirando o número necessário de tomas
uniformemente distribuídas através da amassadura. No caso da amostra pontual, tal como o
nome indica, deve-se retirar as tomas da parte requerida da amassadura ou do volume de betão
(André, 2012).

Para a realização de ensaios, independentemente do procedimento de amostragem, deve-se


obter uma quantidade de betão igual ou superior a uma vez e meia a quantidade estimada
necessária para a realização dos mesmos. Independentemente do processo de amostragem
deve-se sempre depositar as tomas de betão em recipientes feitos de material não absorvente e
não atacáveis facilmente pela pasta de cimento e registar a data e a hora da amostragem
(André, 2012).

Em todas as etapas da amostragem, transporte e manuseamento, deve-se proteger as amostras


de betão fresco da contaminação e ter em conta as condições ambientais (não esquecendo que
as propriedades do betão fresco variam com o tempo após a amassadura de acordo com as
condições ambientais) (André, 2012). Na figura 3.5 apresentam-se varias amostras de betão
fresco.

Figura 3.5 - Amostras de betão fresco.

53
3.11.1.2. Consistência do betão

De acordo com a norma NP EN 206-1:2007, a consistência do betão é um requisito


especificado que se aplica no momento em que o betão é utilizado ou, no caso de se tratar de
betão pronto, no momento da entrega. Se o betão for entregue por camião betoneira ou por
equipamento agitador, a consistência pode ser medida usando uma amostra pontual obtida a
partir da descarga inicial. A amostra pontual deve ser colhida após a descarga de
aproximadamente 0,3 m3, de acordo com a norma NP EN 12350-1:2009 (André, 2012).

Na determinação da consistência de betões fluidos aplica-se o método do ensaio de


espalhamento. Na indústria de pré-fabricação utiliza-se com maior frequência os betões secos
ou pouco plásticos, neste caso os métodos dinâmicos, especificados pelo ensaio de Vêbê e do
ensaio de compatibilidade, são mais adequados. Este último ensaio é de muito fácil execução
exigindo um vibrador e um recipiente prismático também designado por Consistómetro de
Walz, tendo a vantagem, nomeadamente de indicar de imediato o aspeto esperado para o betão
após ser vibrado e a observação da existência de eventuais excessos de água. A consistência
do betão para a estruturas moldadas in situ é geralmente determinada por métodos estáticos
como o ensaio de abaixamento, (figura 3.6). As normas que definem os procedimentos para
medir a consistência do betão auto-compactável são NP EN 12350-8:2009 à NP EN 12350-
12:2010 (André, 2012).

Figura 3.6 - Execução do ensaio de abaixamento.

3.11.1.3. Massa volúmica e teor de ar do betão

Existem outros dois ensaios importantes para avaliar as propriedades do betão fresco, a massa
volúmica e o teor de ar do betão fresco. A massa volúmica é um requisito fundamental no

54
controlo da produção, pois permite verificar se a quantidade de betão ocupa o volume de 1 m 3
(massa volúmica teórica igual à massa volúmica real), quando compactado segundo o
procedimento estabelecido na norma NP EN 12350-6. Deste modo, é possível verificar se a
central de betão está a fabricar o volume de betão solicitado (André, 2012).

O teor de ar do betão fresco é um requisito crucial para verificar a existência de vazios


preenchidos por ar no interior do betão. Os vazios de ar aprisionado, que na maioria das vezes
são causados por deficiência nas dosagens e escolha dos materiais constituintes, são nefastos à
qualidade final do betão, ao nível das propriedades mecânicas de resistência à compressão e
módulo de elasticidade e aparência final do betão (Geyer e Sá, 2006). Segundo o
procedimento estabelecido na norma NP EN 12350-7, é possível medir a entrada de ar que
corresponde ao volume de água absorvido pelo betão (que preenche os vazios de ar) (Gomes e
Pinto, 2009). Na figura 3.7 apresenta-se a execução do ensaio da determinação do teor de ar do
betão.

Figura 3.7 - Execução do ensaio da determinação do teor de ar do betão.

Os ensaios mais comuns ao betão fresco realizados em laboratório e os respectivos métodos


de ensaio estão apresentados no quadro 3.9.

3.11.2. Ensaios ao betão endurecido

Os ensaios a efetuar nos betões em estado endurecido visam avaliar o comportamento que
estes irão ter em condições de serviço, ou seja, quando estiverem a desempenhar as funções
para os quais foram concebidos (Evangelista, 2003). Tendo em consideração as propriedades
gerais exigidas ao betão, abordadas anteriormente, os ensaios ao betão endurecido dividem-se
em ensaios mecânicas e físicos.

55
O ensaio mecânico mais comum do betão endurecido é o de resistência à compressão dos
provetes (figura 3.8), por ser de facil execução, pelo facto da grande maioria das
caracteristicas do betão estarem quantitivamente relacionadas com a resistência e
principamente, devido à importância intrínseca da resistência à compressão nas obras de betão
(Neville, 1997).

Os ensaios mecânicos e físicos têm como objetivo determinar as características estruturais dos
materiais utilizados, anteriormente referidas, entre outras, e analisar o comportamento da
estrutura (Brito et al., 2009). Na prática, a maior parte destes ensaios tem como finalidade
principal o controle de qualidade e a verificação das especificações. Os ensaios mecânicos e

Quadro 3.9 – Ensaios ao betão fresco e os respectivos métodos de ensaio (ANN, 2013; André,
2012; Gomes e Pinto, 2009; ASTM C232).

Ensaio Métodos de ensaio

Amostragem NP EN 12350-1:2009

Ensaio de abaixamento NP EN 12350-2:2009

Ensaio Vêbê NP EN 12350-3:2009

Grau de compactabilidade NP EN 12350-4:2009

Ensaio da Mesa de espalhamento NP EN 12350-5:2009

Massa volúmica NP EN 12350-6:2009

Determinação do teor de ar – Método pressiométrico NP EN 12350-7:2009

Betões auto-compactáveis - espalhamento NP EN 12350-8:2010

Betões auto-compactáveis – escoamento no funil V NP EN 12350-9:2010

Betões auto-compactáveis – espalhamento na caixa L NP EN 12350-10:2010

Betões auto-compactáveis – resistência à segregação NP EN 12350-11:2010

Betões auto-compactáveis – espalhamento com anel J NP EN 12350-12:2010

Exsudação do betão ASTM C232:2009


Ensaio de deslize * Procedimento interno

*Ensaio realizado com base num procedimento interno do próprio laboratório.

fisicos podem ser classificados como destrutivos e não destrutivos, os mais comuns realizados
em laboratório e os respectivos métodos de ensaio estão especificados no quadro 3.10.

56
3.11.3 Ensaios de durabilidade

Com base nas propriedades de durabilidade abordados anteriormente, os ensaios de


durabilidade determinam as características dos materiais e da estrutura que possam vir a
provocar anomalias a longo prazo (Brito, et al, 2009). Os ensaios mais comuns realizados em
laboratório e os respetivos métodos de ensaio encontram-se no quadro 3.11.

Figura 3.8 – Verificação da resistência à compressão de um provete de betão.

3.12. Síntese do capítulo

O betão é um dos materiais mais utilizados na construção, tendo inúmeras potencialidades e


uma enorme versatilidade em diversas áreas da engenharia. Com o estudo deste material, o
alargamento do conhecimento das propriedades dos seus constituintes, a considerar na seleção
racional para a formulação de betões, contribuiu fundamentalmente para otimizar as
propriedades do betão fresco e endurecido.

O fabrico e a colocação do betão nas estruturas envolve, a diversos níveis, a utilização de uma
elevada quantidade de mão-de-obra, cuja aptidão influencia de forma determinante a qualidade
do betão. Por consequência, o betão constitui-se como um material cujas propriedades
mecânicas e físicas apresentam uma elevada variabilidade que deve ser tida em conta no
dimensionamento das estruturas (Costa e Appleton, 2002).

Numa outra prespetiva, sabe-se que o betão não é imune, sofrendo degradação por inúmeros
factores, anteriormente citados, podendo estes afetar mais ou menos a capacidade e a
durabilidade das estruturas, levando actualmente a uma maior consciencialização dos
consumidores em relação à importância da qualidade deste material (Antunes, 2010).

57
Quadro 3.10 - Ensaios ao betão endurecido e os respectivos métodos de ensaio (ANN, 2013;
Gomes e Pinto, 2009; ASTM C 1383; ASTM C803).

Ensaio Métodos de ensaio

Resistência à compressão dos provetes de ensaio NP EN 12390-3:2003

Resistência à flexão dos provetes NP EN 12390-5:2003

Resistência à tração por compressão diametral NP EN 12390-6:2011

Resistência à abrasão LNEC E 396:2003

Determinação do módulo de elasticidade em compressão LNEC E 397:2003

Massa volúmica NP EN 12390-7:2003

Determinação da retração e da expansão LNEC E 398:2003

Determinação do coeficiente de fluência em compressão LNEC E 399:2003

Profundidade de penetração de água sob pressão NP EN 12390-8:2009

Espessura de elementos laminares. Impacto-eco ASTM C 1383:2010

Determinação do índice esclerométrico NP EN 12504-2:2003*

Medição da velocidade de propagação dos ultrassons NP EN 12504-4:2007*

Determinação da força de arranque NP EN 12504-3:2007*


Ensaio de penetração da sonda (pistola de windsor) ASTM C 803:2010

* Ensaios não-destrutivos do betão nas estruturas

Desta forma, surge a necessidade de determinar a(s) característica(s) de desempenho deste


material através da realização de ensaios normalizados, ou seja, técnicas e procedimentos de
ensaio iguais para avaliar determinadas características/propriedades dos materiais.

No que se refere aos documentos normativos, ao nível dos ensaios de betão, através da pesquisa
bibliográfica, pode-se verificar que a maioria dos ensaios de betão no estado fresco e no estado
endurecido, seguem a série de normas: NP EN 12350 e NP EN 12390 e os ensaios de
durabilidade seguem especificações do LNEC. Os aspetos associados ao comportamento,
produção, colocação e critérios de conformidade do betão estão especificados na norma NP EN
206-1 e a definição das propriedades dos materiais a adotar em projeto e em obra estão
regulamentadas na norma NP EN 1992-1-1 (Eurocódigo 2)

58
Quadro 3.11 - Ensaios de durabilidade do betão e os respectivos métodos sugeridos (Gomes e
Pinto, 2009; ANN, 2013; ASTM C 1202; Ferreira e Jalali, 2001).

Ensaio Métodos de ensaio

Carbonatação acelerada LNEC E 391:2003

Difusão de cloretos – ensaio de migração LNEC E 463:2004

Absorção de água por capilaridade LNEC E 393:2003

Absorção de água por imersão (pressão atmosférica) LNEC E 394:2003

Absorção de água por imersão (sob vácuo) LNEC E 395:2003

Permeabilidade à água superficial sob pressão – método GWT LNEC E 475:2007

Permeabilidade ao ar. Método de Torrent SN 505 262/1:2003

Permeabilidade ao oxigénio LNEC E 392:2003


(1)
Permeabilidade ao gás
(1)
Difusão de gás

Standard Test Method for Electrical Indication of Concrete’s


ASTM C 1202:2012
Ability to Resist Chloride Ion Penetration
(2)
Coeficiente de difusão do cloro
(2)
Resistividade elétrica

(1) )
Ensaio baseado no procedimento interno
(2)
Ensaio baseado no procedimento CTH Rapid Method desenvolvido por Luping.

59
60
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS LABORATÓRIOS

4.1. Objetivos

O objectivo principal do presente capítulo consiste em apresentar as características gerais dos


laboratórios de ensaio, com base na informação diponível e recolhida no trabalho de campo, ao
nível da designação, tipo e localização do laboratório, projetos e atividade desenvolvida,
acreditação, serviços prestados, espaço físico e organização do corpo técnico e utilizadores.

Os objetivos referidos podem ser englobados nos seguintes pontos:

 apresentar a metodologia utilizada para o estudo em questão (definição do universo da


amostra e método de recolha);
 descrever o inquérito utilizado nas entrevistas aos laboratórios visitados;
 apresentar as caraterísticas gerais dos laboratórios visitados.

4.2. Metodologia

Para o caso em estudo a metodologia que se considerou mais adequada é a que recorre a
técnicas de análise quantitativa, aplicando estatísticas elementares (Viveiros, 2011).

Numa primeira fase é descrita a metodologia a utilizar começando-se por definir a amostra e o
universo. Em seguida, é explicado como será a recolha de informação seguindo-se a descrição
da estrutura do questionário.

4.2.1. Definição do universo e da amostra

A população alvo deste estudo é constituída por treze laboratórios de ensaio localizados no
distritos de Lisboa e Setúbal e na cidade do Porto. A seleção dos laboratórios teve como base
uma escolha criteriosa em função do tipo de laboratórios, do número de ensaios realizados em
betões e da localização geográfica dos mesmos.

Classificou-se os laboratórios em três tipos:


 públicos (universitários, militares, setor do estado tutelados por ministérios);
 privados (fabricantes,empresas de consultadoria, e centrais de betão);

61
 públicos/privados (parcerias).

O quadro 4.1 apresenta a designação dos diferentes tipos de laboratório e a instituição


correspondente.

Em relação aos ensaios realizados, teve-se em atenção a diversidade de ensaios em cada


laboratório e a sua acreditação. Relativamente à localização optou-se, de uma maneira geral,
pelos laboratórios do distrito de Lisboa devido à facilidade de acesso na realização da pesquisa
de campo e pela grande concentração de laboratórios de ensaio.

Quadro 4.1 - Laboratórios de ensaio por tipo e instituição correspondente.

Tipo de
Nome do laboratório Instituição
laboratório
- Laboratório de Construção (LC) - Instituto Superior Técnico (IST)
- Laboratório de Materiais de Construção - Instituto Superior de Engenharia de
(LMC) Lisboa (ISEL)
- Laboratório da tecnologia do betão e do - Faculdade de Engenharia da
Público comportamento estrutural (LABEST) Universidade do Porto (FEUP)
-Laboratório de Ensaios de Betão e Cimentos -Laboratório Nacional de Engenharia
(LABTEC) Civil (LNEC)
-Grupo de Engenharia de Aeródromos
-Laboratório de Solos e Pavimentos (LSP)
da Força Aérea (GEAFA)
- Laboratório Central do Grupo Cimpor
- Grupo Cimpor Betão S.A
(LCGC)
-Companhia Geral de Cal e Cimento,
- Laboratório de Betões (LB) da SECIL
S.A.
-Laboratório Central da Betão Liz (LCBL) - Betão Liz, S.A.
- Indústrias de Betão Preparado, S.A
- Laboratório de Lisboa-Frielas (LLF)
Privado (Unibetão)
- Instituto de Soldadura e Qualidade
- Laboratório de Materiais (LabMat)
(ISQ)
- Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto (APEB)
-Teixeira Duarte, Engenharia e
- Laboratório de Materiais (LM)
Construções, S.A
Público/
- Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras (LEMO)
Privado

A diversidade dos laboratórios visitados teve como objetivo a obtenção do máximo de


informação para o presente trabalho, nomeadamente, o conhecimento das várias funções de cada
laboratório, dimensões, materiais ensaiados, ensaios executados, equipamentos utilizados,
organogramas da hierarquia dos utilizadores, métodos e custos de ensaio, entre outros.

A pesquisa dos contatos dos laboratórios de ensaio foi realizada através do site do Instituto
Português de Acreditação e Certificação (IPAC).

62
4.2.2. Métodos de recolha de dados

O trabalho de campo foi realizado no período entre setembro a novembro do ano 2012 e no
período de janeiro e fevereiro do ano 2013.

Para obter informações sobre a estrutura e as atividades, optou-se por entrevistar, sempre que
possível, os responsáveis dos respetivos laboratórios ou pessoas a eles associados, que lidam
frequentemente com a sua gestão.

O método de recolha de dados considerado a mais adequado para o objeto em estudo foi a
aplicação de um inquérito por questionário por permitir uma rápida recolha de informação,
maior sistematização dos resultados e maior facilidade de análise dos dados recolhidos (Amaro
et. al, 2005).

O inquérito por questionário é uma técnica de observação em que os inquiridos revelam as suas
opiniões bem como outras informações, através da resposta a uma série de questões. Trata-se
por conseguinte de uma ferramenta de grande importância para o desenvolvimento deste
trabalho (Pinto, 2010).

Os questionários foram respondidos no próprio dia da visita ou enviados posteriormente por via
e-mail. O questionário tipo esta representado no Anexo A.

4.2.2.1. Questionário

Optou-se por dividir o questionário em várias partes, de modo a conseguir o maior e mais
variado conjunto de informações de cada laboratório de ensaio sendo composto por onze
campos. Em seguida, o quadro 4.2 apresenta a descrição dos vários campos do questionário.

No inquérito, destaca-se uma parte específica onde as perguntas são de carácter confidencial,
relacionadas com os preços dos ensaios e os critérios utilizados para atribuição dos mesmos.

Devido à grande diversidade de laboratórios, alguns temas do questionário não foram


respondidos na sua totalidade devido a diversos aspetos, sendo os mais relevantes:

 diferentes dimensões e tipo de laboratórios;


 desigual importância do inquérito dada pelos laboratórios;
 falta de informação por parte dos entrevistados;
 laboratórios que não realizam venda de ensaios;
 grupos de ensaios não realizados em laboratório;

63
 a confidencialidade de perguntas relacionadas com preços de ensaios.

Quadro 4.2 - Descrição dos vários campos do questionário.

Campos Descrição do campo


- localização, morada, nome, tipo e ano de funcionamento do
laboratório;
- tipo de materiais ensaiados;
I - Questões gerais e
- tipo de betões usados para ensaio;
introdutórias
- projetos mais relevantes em que o laboratório participou;
- acordos/protocolos que o laboratório tem com outras
instituições.
- área de implantação e o número de pisos do laboratório;
-organização do espaço do laboratório, ao nível das salas
II - Espaço físico condicionadas (câmara seca e húmida), espaços para
armazenamento de provetes, equipamentos e materiais, espaços
para realizar a peneiração dos agregados, entre outros.
-existência de arquivo atualizado de normas, de registo
documentado dos procedimentos internos e fichas de registo de
dados para cada tipo de ensaio;
III - Ensaios em - ensaios em betão fresco, ensaios em betão endurecido (incluindo
os ensaios nas estruturas) e ensaios de durabilidade - ensaios
betões
executados no laboratório, as normas sugeridas e ensaios
acreditados;
- ensaios realizados no laboratório com maior ou menor
frequência.
- existência de inventário dos equipamentos, fichas e manuais
para a sua utilização e procedimentos de manutenção;
IV - Equipamentos - manutenção periódica e calibração dos equipamentos -
periodicidade e a empresa que os executa;
- equipamentos com maior/menor uso no laboratório;
- equipamentos relevantes do laboratório e sua função.
- quantidade e número de técnicos com formação geral e
específica;
V – Corpo técnico e
- estrutura de pessoal (organograma ) relacionado com o
utilizadores laboratório;
- nível de ocupação diária;
- função dos técnicos do laboratório.
- serviços que o laboratório presta;
VI - Serviço/clientes - tipo de clientes do laboratório;
- tipo de divulgação (publicidade) do laboratório.
- área do espaço para armazenamento dos resíduos sólidos
VII - Logística provenientes dos ensaios;
- tipo de recolha dos resíduos sólidos.
VIII - Qualidade - acreditação do laboratório;
- alterações no funcionamento do laboratório devido a acreditação
- intervalo de variação de preços/exemplo de ensaio (ensaio
IX - Administração mais/menos dispendioso);
- critérios utilizados para a atribuição dos preços dos ensaios.
X - Limpeza - periodicidade e empresa que a executa.
XI - Aspetos finais - os aspetos a melhorar nos ensaios na área dos betões;
- colaboração entre laboratórios.

64
4.3. Caracterização geral da atividade dos laboratórios visitados

Com base na informação disponível e recolhida durante as visitas de campo aos laboratórios de
ensaio, procedeu-se à apresentação geral dos mesmos. A descrição aborda vários campos
relacionados com o laboratório, nomeadamente, designação, tipo e localização do laboratório,
projetos e atividade desenvolvida, acreditação, serviços prestados, espaço físico e organização
do corpo técnico.

4.3.1. Laboratórios públicos

4.3.1.1. Laboratório de Ensaios de Betão e Cimentos (LABTEC) - Laboratório Nacional de


Engenharia Civil (LNEC)

O Laboratório de Ensaios de Betão e Cimentos (LABTEC), sediado no LNEC, resulta da união


de dois laboratórios, o LABTEC, criado em 1994 para a realização de ensaios físicos e
mecânicos do betão e seus constituintes, e o Laboratório de Ensaios Químicos de Cimentos
(LEQCIM), criado em 1997 para realização de ensaios químicos de cimentos. Atualmente o
LABTEC divide-se em duas áreas experimentais, a área de ensaios físicos e a área de ensaios
químicos (LNEC, 2011). O laboratório é acreditado pelo IPAC, tendo recebido a acreditação na
década de 90.

O LABTEC tem vindo a intervir em diversos projetos de investigação, sendo os mais recentes,
os estudos de: Betão com Prévia Colocação de Agregados (BPCA); Agregados Reciclados e
Corrosão de Armaduras em INOX.

O LABTEC presta serviços a empresas de consultadoria, apoia projetos de investigação, e


dissertações de mestrado/doutoramento e oferece um restrito apoio ao ensino (figura 4.1).

apoio ao ensino
Apoio a alunos 1%
de mestrado e
doutoramento
5%
Serviço a
empresas de
Apoio a consultadoria
projetos de 50%
investigação
44%

Figura 4.1 - Prestação de serviços LABTEC

65
O LABTEC possui quatro pisos com uma área superior a 1500 m2, constituindo-se o maior
laboratório de ensaio na área dos betões e cimentos do país. As figuras 4.2 e 4.3, representam
alguns espaços físicos do laboratório.

Figura 4.2 - Sala de ensaios ao betão no estado fresco do LABTEC.

Figura 4.3 - Sala de ensaios químicos do LABTEC.

O corpo de técnicos do LABTEC está dividido por duas áreas experimentais do laboratório,
sendo constituído por: 1 chefe de núcleo; 8 técnicos superiores; 3 assistentes técnicos e 1
assistente operacional. Para além do corpo técnico, o laboratório é frequentado por professores e
alunos de mestrado/doutoramento e bolseiros de investigação. A estrutura do corpo técnico está
apresentada na figura 4.4.

66
CHEFE DE NÚCLEO

Responsável da Qualidade

LABTEC - Ensaios LABTEC - Ensaios


Físicos Químicos

Técnicos Superiores Técnicos Superiores

Assistentes Técnicos Assistente Técnico

Assistente Operacional

Figura 4.4 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LABTEC.

4.3.1.2. Laboratório de Solos e Pavimentos (LSP) – Grupo de Engenharia de Aeródromos


da Força Aérea (GEAFA)

O laboratório de Solos e Pavimentos (LSP) pertence à estrutura orgânica do GEAFA. Este


organismo iniciou o seu funcionamento em 1982, e é acreditado pelo IPAC desde janeiro de
1996.

O LSP tem como missão principal a elaboração de estudos de execução de ensaios a solos e
pavimentos, a aplicar em obras da Força Aérea Portuguesa. De uma forma genérica o
laboratório desenvolve estudos e ensaios em cinco áreas referenciais: geotecnia e mecânica dos
solos; betões de ligantes hidráulicos; betões betuminosos; solo - cimento; avaliação estrutural e
funcional de pavimentos (GEAFA, 2013).

No âmbito operacional, o LSP centra as suas atividades nas seguintes áreas: sistemas de
retenção de aeronaves; sistemas de tratamento e purificação de água; sistemas ou trens de
pavimentação de betão, (GEAFA, 2013).

Os projectos mais relevantes onde o LSP interveio foram, a repavimentação da pista 15-30 na
Base das Lajes e a construção do caminho de circulação da pista de Beja. Este laboratório tem
acordos com universidades e empresas.

O LSP presta serviços a empresas de consultadoria e pessoas individuais, apoia projectos de


investigação, alunos de mestrado/doutoramento e o ensino (figura 4.5).

67
Apoio ao ensino
Apoio a alunos
10%
de mestrado e
doutoramento
10%

Apoio a projetos Serviço a


de investigação empresas de
5% consultadoria
75%

Figura 4.5 - Prestação de serviço do LSP.

A nível de espaço físico, o laboratório de ensaio é constituido por um piso e está dividido em
vários compartimentos, nomeadamente: sala para ensaios físicos e peneiração de agregados; sala
para tratamento de misturas betuminosas; câmara húmida; espaço para armazenamento de
materiais e resíduos provenientes de ensaio; gabinete de apoio. O LSP detém alguns laboratórios
de campanha para recolha de amostras in situ e realização de campanhas experimentais in situ.
As figuras 4.6 e 4.7, representam alguns espaços físicos do laboratório.

Figura 4.6 - Espaço para armazenamento de materiais e equipamentos do LSP.

68
Figura 4.7 - Espaço para ensaios físicos e peneiração de agregados do LSP.

O corpo de técnicos do LSP é formado por: 1 responsável da qualidade; 1 responsável técnico; 3


responsáveis de áreas e 4 operadores de laboratório. Para além do corpo técnico, o laboratório é
temporariamente visitado por alunos de mestrado/doutoramento e professores. A estrutura do
corpo técnico está apresentada na figura 4.8.

GESTÃO DE TOPO

Responsável da
Responsável Técnico Qualidade

Responsável pela
Adjunto do RQ
produção

Área de betuminosos Área betão

Operadores

Figura 4.8 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LSP.

69
4.3.1.3. Laboratório de Materiais de Construção (LMC) - Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa (ISEL)

O laboratório de Materiais de Construção (LMC) pertencente à Área Departamental de


Engenharia Civil (ADEC), não é acreditado pelo IPAC, situa-se em Lisboa e foi fundado no
ano de 2005.

O LMC realiza diversas atividades, nomeadamente: apoiar as unidades curriculares de Química,


Materiais de Construção I e Materiais de Construção II, nas suas componentes experimentais,
assegurando a realização de ensaios pelos alunos, familiarizar os alunos com as técnicas,
equipamentos e procedimentos experimentais; apoiar trabalhos de investigação, teses de
mestrado e doutoramento, desenvolvidos por docentes e alunos da ADEC, implementar
estruturas de apoio a trabalhos de investigação a desenvolver pelos docentes em colaboração
com instituições e empresas a nível nacional, (ISEL, 2013).

O LMC presta apoio: ao ensino; a alunos de mestrado/doutoramento; a projetos de investigação


e presta um restrito serviço a empresas de consultadoria (Figura 4.9).

Serviço a
empresas de
Apoio ao ensino
consultadoria
40%
10%

Apoio a
projetos de
Apoio a alunos investigação
25%
de mestrado e
doutoramento
25%

Figura 4.9 - Prestação de serviço do LMC

O LMC está organizado em duas zonas, que podem ser utilizadas de forma independente: uma
zona para ensaios químicos e outra para ensaios de materiais de construção. O laboratório
possui um piso com uma área aproximada de 250 m2. A figura 4.10, representa a sala de
preparação de amostras para ensaio do laboratório.

Ao nível do corpo técnico, o laboratório é constituído por: 1 diretor; 1 técnico superior e 1


assistente técnico. Para além do corpo técnico, o laboratório é frequentado por professores e
alunos de mestrado/doutoramento e bolseiros de investigação. A estrutura do corpo técnico está
representada na figura 4.11.

70
Figura 4.10 - Sala de preparação de amostras para ensaio do LMC (ISEL, 2013).

Diretor Técnico

Técnico Superior Assistente


Técnico

Figura 4.11 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LMC

4.3.1.4. Laboratório da tecnologia do betão e do comportamento estrutural (LABEST) -


Faculdade de Engenharia Universidade do Porto (FEUP)

O laboratório da tecnologia do betão e do comportamento estrutural (LABEST) é uma unidade


de investigação sediada na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), fundada
no ano de 2003, que integra o sistema científico e tecnológico nacional com financiamento
plurianual da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (RCT). O LABEST não é acreditado pelo
IPAC e desenvolve a sua atividade no seio do Departamento de Engenharia Civil da FEUP,
tendo relações de complementaridade com outros grupos de pesquisa nacionais e internacionais,
(FEUP, 2013).

Os projetos recentemente concluídos pelo LABEST são: Projeto Betoescala (FCT-


PTDC/ECM/70693/2006) e Projeto QREN (SI IDT - 13675/2010). Os projetos a decorrer são:

71
Projeto BetoFibra (FCT- PTDC/ECM/122446/2010) e Projeto SeLCo (FCT-
PTDC/ECM/099250/2008).

O LABEST assume-se como uma Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) apoiando


o ensino, alunos de mestrado/doutoramento e projetos de investigação e transversalmente presta
serviços a empresas de consultadoria (figura 4.12)

Apoio ao
ensino Serviço a
20% empresas
de
consultado
ria
20%
Apoio a
alunos de Apoio a
mestrado e projetos de
doutorame investigaçã
nto o
30% 30%

Figura 4.12 - Prestação de serviço do LABEST

O LABEST está dividido em 2 espaços laboratoriais: o laboratório de betão estrutural e o


laboratório de ensaios de materiais. O LABEST é constituido por 2 pisos com uma área total
aproximada de 800 m2, estando segmentado nos seguintes espaços: nave de estruturas; nave
inferior; laboratório de durabilidade; sala de ensaios; câmara de fluência; sala de reologia;
depósito de materiais; sala de instrumentação; serralharia; câmara de cura. As figuras 4.13 e
4.14, representam alguns ensaios do laboratório.

Figura 4.13 - Ensaio de resistividade elétrica de betões auto-compactáveis da LABEST.

72
Figura 4.14 - Ensaio de resistência à flexão dos provetes da LABEST.

O corpo de técnicos do laboratório é formado por: 1 director; 1 técnico superior e 1 assistente


técnico. O LABEST é frequentado regularmente por uma equipa constituída por investigadores
doutorados e não doutorados e pessoas externas (p.e. utilizadores de outros laboratórios), no
âmbito do ensino e de projetos de investigação. A estrutura do corpo técnico apresenta-se na
figura 4.15.

Coordenador científico

Investigadores

Pessoal técnico e
administrativo

Figura 4.15 - Organograma do corpo técnico do LC

4.3.1.5. Laboratório de Construção (LC) - Instituto Superior Técnico (IST)

O Laboratório de Construção (LC) é uma unidade de investigação, sediado no Instituto Superior


Técnico (IST), que desenvolve as suas actividades no seio do Departamento de Engenharia Civil

73
(DEcivil) do IST. O laboratório não é acreditado pelo IPAC e iniciou o seu funcionamento no
ano de 1990.

O laboratório dá apoio às atividades experimentais ligadas à docência, investigação e a outras


atividades científicas e técnicas nos domínios da produção, tecnologia e desempenho de
materiais (incluindo os de conteúdo reciclado e materiais avançados), produtos e sistemas da
construção em edifícios (IST, 2013). O LC está atualmente envolvido em projetos relacionados
com a área dos betões com agregados reciclados, betões auto-compactáveis e betões leves.

O LC tem um leque variado de serviços, nomeadamente: apoio a projectos de investigação,


apoio a alunos de mestrado e doutoramento, apoio ao ensino, cursos de formação, apoio a outros
laboratórios e um restrito serviço a empresas de consultadoria (figura 4.16).

Serviço a
empresas de Apoio a projetos
consultoria de investigação
5% 20%
Apoio ao ensino
40%

Cursos de Apoio a alunos


formação/Apoio de mestrado e
a outros doutoramento
laboratórios 30%
5%

Figura 4.16 - Prestação de serviços do LC

A nível de espaço fisico, o LC está dividido em dois pisos. O piso 1 com uma área de 93 m 2 e o
piso -2 com 660,6 m2. O piso 1 possui uma sala especializada para estudos, análise e execução
de ensaios. No piso -2, a área ocupada pelo LC divide-se em vários espaços, nomeadamente:
câmara seca; câmara saturada; câmara de fluência; câmara climática; sala de peneiração; área
de preparação, análise e execução de ensaios; armazém anexo de materiais; área de ensaios
físicos; área de reparação; área de armazenamento de materiais; área de moldagem; área exterior
para armazenamento de contentores; gabinete de funcionários. As figuras 4.17 e 4.18
representam alguns espaços físicos do laboratório.

Durante o trabalho de campo foi efetuado um levantamento das normas e especificações do LC


(anexo B) relacionadas com os ensaios descritos nos capítulos anteriores, verificando-se que o
acervo normativo atualizado se encontra arquivado no Pavilhão Central do IST.

74
Figura 4.17 - Área para ensaios mecânicos do LC.

Figura 4.18 - Área para preparação de amostras (execução de provetes de betão) do LC.

O corpo de técnicos do LC é formado por: 1 coordenador geral dos laboratórios; 1 diretor; 1


técnico geral de laboratório e 2 assistentes técnicos. O LC é frequentado regularmente por
professores, alunos de mestrado/doutoramento e pessoas externas (p.e. utilizadores de outros
laboratórios), no âmbito do ensino, de desenvolvimento de teses de mestrado/doutoramento e
projetos de investigação. A estrutura do corpo técnico apresenta-se na figura 4.19.

4.3.2. Laboratórios privados

4.3.2.1. Laboratório Central Grupo Cimpor (LCGC) – Grupo Cimpor Betão S.A

O Laboratório Central do Grupo Cimpor (LCGC), acreditado pelo IPAC entre os anos de 1996 e

75
Presidente DECivil

Coordenador Geral
dos laboratórios
Técnico Geral dos
Laboratórios

Diretor LC Diretor de outros


Laboratórios

Assistentes Técnicos

Figura 4.19 - Organograma do corpo técnico do LC

1998, iniciou o seu funcionamento no ano de 1993 e localiza-se no Prior Velho em Lisboa. O
LCGC tem vindo a intervir em diversos projetos de investigação, sendo o mais relevante, o
estudo dos betões auto-compactáveis para postes e vigas.

O laboratório presta serviços estritamente a empresas relacionadas com a indústria da


construção (consultadoria), numa média anual de 50 empresas, apoia projetos de investigação,
dissertações de mestrado e doutoramento (figura 4.20)

Apoio a
alunos de
mestrado e
Apoio adoutorame
projetos de nto…
investigaçã serviço de
o consultador
15% ia
75%

Figura 4.20 - Prestação de serviço do LCGC

Ao nível da organização de espaços, o laboratório dispõe de um piso com cerca de 1200 m2 de


área dividido por 9 salas, nomeadamente: sala para ensaio de argamassas (expandibilidade,
trabalhabilidade); sala para ensaio de betões; sala para armazenamento dos agregados; sala dos
granulados (peneiração, massa volúmica); sala para ensaio de Los-angeles; sala para o ensaio de
difusão de cloretos; sala para ensaios físicos; sala para preparação de amostras; sala para RX,

76
fluorescência e refração. As figuras 4.21 e 4.22, representam alguns equipamentos do
laboratório.

Figura 4.21 - Amostras (pérolas) para difração e fluorescência do LCGC.

Figura 4.22 - Equipamento de fluorescência de Raio X (FRX) do LCGC.

O corpo técnico do LCGC é constituído por: 1 diretor; 3 técnicos superiores; 6 operadores


técnicos e 1 estagiário licenciado. A estrutura do corpo técnico apresenta-se na figura 4.23.

77
Diretor Técnico

Áreas Técnicas

Combustíveis Química Cimento Agregados Betão

Técnico Técnico superior Técnico superior


superior

Operador Técnico

Figura 4.23 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LCGC

4.3.2.2. Laboratório de Betões (LB) da SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A.

O laboratório de betões da SECIL, sediado na fábrica do Outão, acreditado pelo IPAC desde o
ano de 2011, iniciou o seu funcionamento no ano de 1990.

O laboratório de betões tem vários campos de actividade, nomeadamente, a análise das


caracteristicas dos betões, o diagnóstico de problemas relacionados com a sua produção e
aplicação, a elaboração de novas formulações dirigidas a necessidades especificas e a concepção
de produtos novos feitos a partir de vários tipos de cimento que a empresa produz.

O laboratório presta serviços permanentes de: consultadoria dirigido aos profissionais da


construção, apoio ao ensino, apoio a projetos de investigação e dissertações de mestrado e
doutoramento através de acordos estabelecidos com algumas universidades do país (figura
4.24).

Ao nível da organização de espaços, o laboratório é formado por dois pisos, com áreas de
implantação aproximadas de 84 m2 e 240 m2, constituídos por sete salas, entre elas: sala de
agregados e argamassas; sala de químicos; sala de conservação; sala de ensaios mecânicos; sala
de ensaios de betão fresco; sala de preparação; sala de câmaras; sala de receção. As figuras 4.25
e 4.26, representam alguns espaços físicos do laboratório

78
Apoio ao ensino
10% Serviço de
consultoria
30%

Apoio a alunos de
mestrado e
doutoramento
20%

Apoio a projetos
de investigação
40%

Figura 4.24 - Prestação de serviço do LB

Figura 4.25 - Sala de ensaios químicos do LB

O corpo técnico do LB é constituído por: 1 diretor técnico de qualidade; 2 técnicos


coordenadores e 4 operadores de laboratório. O laboratório é também visitado por professores e
alunos de mestrado/doutoramento no âmbito do ensino e investigação. A estrutura do corpo
técnico apresenta-se na figura 4.27.

4.3.2.3. Laboratório Central da Betão Liz (LCBL) – Betão Liz, S.A.

O laboratório de ensaio da Betão Liz, designado por "Laboratório Central da Betão Liz", iniciou
o seu funcionamento no ano de 2000. O LCBL não é acreditado pelo IPAC e designa-se como
um laboratório de investigação e desenvolvimento que apoia os serviços internos da Betão Liz.

79
Figura 4.26 - Sala para de ensaio de agregados do LB.

Diretor técnico de qualidade

Técnico coordenador

Operador de laboratório

Figura 4.27 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LB

O projecto mais recente em que o laboratório esteve envolvido foi o estudo de um betão de
baixa retração para a reabilitação da ponte internacional de Valença no Minho. Atualmente o
laboratório de ensaio tem protocolo com o LNEC e parcerias com empresas de adjuvantes.

O laboratório tem como serviços o apoio aos serviços internos da Betão Liz (p.e. apoio aos
laboratórios de controlo de produção de betão), o estudo da composição dos betões, o apoio a
projectos de investigação, a alunos de mestrado/doutoramento e ao ensino (figura 4.28).

A nível de espaço físico , o laboratório dispõe de um único piso com uma área aproximada de
100m2, dividido em vários compartimentos, designadamente: câmara húmida; área para ensaios

80
Apoio ao ensino
Apoio a alunos 3%
de mestrado e
doutoramento
5%

Apoio a projetos
de investigação
2%

Apoio à Betão
Liz
90%

Figura 4.28 - Prestação de serviço do LC

físicos; área para peneiração de agregados; área para armazem de material e equipamentos; área
exterior para armazem de resíduos provenientes dos ensaios; armazém anexo para materiais
futuramente removidos; gabinete de apoio ao laboratório. As figuras 4.29 e 4.30, representam
alguns espaços físicos do laboratório.

Figura 4.29 - Área para ensaios mecânicos do LCBL.

O corpo técnico do LCBL é constituido por: 2 directores técnicos; 1 assistente técnico e 1


operador técnico. O laboratório é também visitado por professores, alunos de
mestrado/doutoramento e pessoas externos no âmbito da investigação e do ensino. A estrutura
do corpo técnico está represento na figura 4.31.

81
Figura 4.30 - Área para preparação de amostras do LCBL.

Diretor técnico

Assistente técnico

Operador técnico

Figura 4.31 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LCBL

4.3.2.4. Laboratório de Lisboa-Frielas (LLF) da Unibetão - Indústrias de Betão Preparado,


S.A

O laboratório de ensaio da Unibetão não é acreditado pelo IPAC e dispõe de várias unidades
espalhadas por todo o país, sendo três das quais responsáveis pela zona norte, centro e sul. O
laboratório visitado, designado por “Laboratório de Lisboa-Frielas” da Central de Frielas,
iniciou o seu funcionamento na década de 80, sendo responsável por todas as centrais de betão
da zona centro do país, coletando grande parte das suas amostras enviadas.

O laboratório participou em diversos projetos, tais como, o edifício da Vodafone no Porto e a


Igreja da Santíssima Trindade em Fátima. O laboratório presta inteiramente os seus serviços ao
auto-controlo interno da empresa Unibetão. Ao nível de espaços, o laboratório é constituído por
um único piso com cerca de 300 m2 de superfície. Não foi possível a obtenção de imagens do
LLF, uma vez que não houve possibilidade de realizar a entrevista nas suas instalações.

82
O corpo técnico do laboratório é constituído por: 1 diretor; 1 técnico superior; 2 técnicos de
laboratório; 3 a 4 técnicos de campo (recolha de provetes in situ). A estrutura do corpo técnico
está represento na figura 4.32.

Diretor

Técnico superior

Técnicos de laboratório Técnicos de campo

Figura 4.32 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LLF.

4.3.2.5. Laboratório de Materiais (LabMat) - Instituto de Soldadura e Qualidade (ISQ)

O ISQ possui 21 laboratórios acreditados, com capacidade para efetuar ensaios e calibrações
em instalações permanentes (sede de Oeiras e delegação norte), in situ nas instalações onde
presta serviços e num laboratório móvel.

O laboratório visitado, designado por "Laboratório de Materiais (LabMat)", situa-se na sede de


Oeiras e iniciou o seu funcionamento entre os anos de 2002 e 2003. O LabMat efetua ensaios,
análises de controlo de qualidade no domínio dos betões e dos materiais constituintes. O
laboratório participou em vários projetos, sendo os mais recentes, a reabilitação da refinaria de
Matozinhos e a instalação da Dow Chemical Company.

O LabMat presta serviços às empresas produtoras de betão e empresas de materiais


constituintes, aos parceiros envolvidos na construção civil, nomeadamente, empreiteiros,
serviços de fiscalização ou promotores de obras e apoia o ensino através dos alunos de mestrado
ou doutoramento. O volume de clientes anuais é de aproximadamente 100 clientes,
maioritariamente empresas (figura 4.33).

O laboratório é constituído por um piso com 200 m2 com 4 salas, respetivamente: sala de
ensaios físicos; sala para peneiração de agregados; câmara húmida e sala para armazenamento
de material e resíduos. As figuras 4.34 e 4.35, representam alguns equipamentos do laboratório.

O corpo técnico do laboratório é constituído por:1 diretor (gestor do laboratório); 1 responsável


técnico e 1 técnico. A estrutura do corpo técnico do LabMAT apresenta-se na figura 4.36.

83
Apoia ao ensino
5%

Parceiros Empresas
envolvidos na produtoras de
construção civil betão e empresas
5% de materiais
constituintes
90%

Figura 4.33 - Prestação de serviços do LabMat.

Figura 4.34 - Equipamento para ensaio de flexão do LabMAT.

Figura 4.35 - Prensa de compressão do LabMat.

84
Gestão de topo

Responsável técnico Responsável da qualidade

Responsável pela Adjunto do RQ


produção

Área de betuminosos Área de betão

Operador
Técnico

Figura 4.36 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LabMat

4.3.2.6. Laboratório de ensaio da Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto -


APEB

O laboratório de ensaio da APEB é constituído por três unidades laboratoriais localizadas em


Lisboa, Porto e Vila Real. Estas unidades realizam essencialmente ensaios nas áreas dos betões
e materiais constituinte (cimento e agregados) e têm desenvolvido as suas atividades em
Portugal (continental e regiões autónomas) e África (Cabo Verde, Guiné, Angola e
Moçambique).

Os laboratórios encontram-se equipados para ações de ensaio, estudo, análise, investigação e


controlo da qualidade no domínio dos betões e materiais constituintes. Estas unidades prestam
100% dos seus serviços a todos os parceiros envolvidos na construção civil, entre eles,
produtores de betão, empreiteiros, serviços de fiscalização ou promotores de obras,
constituindo-se assim como um elemento ativo do Sistema Português de Qualidade (SPQ)
(APEB, 2013).

A unidade laboratorial de Lisboa foi o laboratório visitado. A unidade iniciou o seu


funcionamento no ano de 1990 e foi o primeiro laboratório em Portugal a receber a acreditação
pelo IPAC no mesmo ano, dentro da sua área de prestação de serviços.

A atividade do laboratório desenvolve-se de forma variada, abrangendo, entre outros: ensaios


sobre betões e materiais constituintes; ensaios na área da certificação do controlo da produção
de betão (Decreto-Lei n.º 301/2007 de 23 de agosto); ensaios de identidade conforme descritos
na norma NP EN 206-1; ensaios de agregados inclusive os subjacentes à marcação CE; estudos
de composição de betões; inspeção e assistência técnica em obra; peritagens e ensaio in situ
(destrutivos e não destrutivos) e amostragens diversas, nomeadamente de betão e agregados. O

85
laboratório participou em vários projetos relevantes, tais como, a Ponte sobre o Rio Cacheu na
Guiné, o viaduto do Congo (CAETXXI) e os caixotões do cais do Porto da praia em Cabo
Verde.

Relativamente ao espaço físico, o laboratório tem dois pisos com uma área de implantação com
cerca de 1000 m2. As figuras 4.37 e 4.38, representam alguns equipamentos do laboratório
(APEB, 2013).

O laboratório é constituído por um corpo técnico formado por 1 diretor e 6 técnicos superiores.
A estrutura do laboratório apresenta-se na figura 4.39.

Figura 4.37 - Máquina de medição de coordenadas para o ensaio de moldes da APEB.

Figura 4.38 - Equipamentos utilizados na calibração de máquinas de ensaio uniaxiais à


compressão da APEB.

86
Gestão Executiva

Responsável
pela qualidade
Diretor dos serviços do
laboratório

Serviços
Assessorias
administrativos

Laboratório de Laboratório de
ensaios meteorologia

Responsável pelo
Responsável pelo Responsável pelo laboratório
laboratório de Lisboa laboratório do Porto

Figura 4.39 - Organograma da estrutura do corpo técnico da APEB.

4.3.2.7. Laboratório de Materiais - Teixeira Duarte (LM), Engenharia e Construções, S.A

O Laboratório de Materiais do grupo Teixeira Duarte (LM), iniciou o seu funcionamento no ano
de 1990 e foi acreditado pelo IPAC no ano de 1996. Atualmente, encontra-se integrado no Polo
Operacional da Teixeira Duarte, desde abril do ano de 2011, situando-se na zona industrial do
Alto do Estanqueiro, no Montijo. Recentemente o laboratório participou nos projetos da
construção da barragem de Salamonde em Vieira do Minho (Público, 2010) e na área dos betões
testados para Angola.

O LM presta serviços internos a empresas do grupo Teixeira Duarte (volume de clientes anuais
varia entre 20 a 30 clientes/ano), e apoia projetos de investigação e alunos de
mestrado/doutoramento (figura 4.40).

Apoio ao ensino
- Mestrados e
doutoramentos
10% Apoio interno à
empresa
60%
Apoio a projetos
de investigação
30%

Figura 4.40 – Prestação de serviços do LM

87
O laboratório é formado por 2 pisos com áreas aproximadas de 425m2 e 211m2, constituidos por
7 salas condicionadas, divididas consoante o seu uso, nomeadamente: sala de químicos (ensaios
de durabilidade); sala de compressão; sala de cimentos e argamassas; sala de betões em estado
fresco (ensaios) ; sala de solos e agregados (ensaios); câmara seca e saturada; sala de preparação
de provetes. As figuras 4.41 e 4.42, representam alguns espaços físicos do laboratório.

O corpo técnico do laboratório é constituído por: 1 diretor (engenheiro); 1 engenheiro


responsável pela qualidade; 1 analista; 1 auxiliar e 1 técnico de laboratório. A estrutura do corpo
técnico do LM apresenta-se na figura 4.43.

Figura 4.41 – Sala de químicos do LM.

Figura 4.42 – Sala de preparação e retificação de provetes do LM.

4.3.3. Laboratório público/privado

4.3.3.1. Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras (LEMO)

O Laboratório de Ensaios de Materiais de Obras (LEMO), localizado no concelho de Oeiras, é


um laboratório púbico/privado que iniciou o seu funcionamento no ano de 1992 e intervém em
diversas áreas, nomeadamente, ensaios laboratoriais, fiscalização e controlo de qualidade,
coordenação de segurança e saúde, geotecnia e patologia de construçõe (LEMO, 203). O
LEMO está reconhecida como entidade formadora acreditada para a formação, desde setembro

88
Administrador

Diretor de centro

Responsável técnico

Responsável da qualidade

Analista principal

Analistas

Auxiliares

Figura 4.43 - Organograma da estrutura do corpo técnico da LM.

de 2004, pelo CEFA (Centro de Estudos e Formação Autárquica) e a sua área laboratorial está
acreditada desde 1996, pelo IPAC, de acordo com a norma de referência NP EN ISO/IEC 17025
(LEMO, 2013).

O LEMO realiza diversas actividades nomeadamente: ensaios na área de solos, incluindo os


ensaios triaxiais, ensaios de corte direto, ensaios edométricos e determinação da permeabilidade
e da expansibilidade; ensaios a agregados (para argamassas e betões), misturas betuminosas,
betões, cimentos, tubos de betão e ensaios de campo integrados no controlo da qualidade em
obra; estudos de composição de betão, apoiando posteriormente as respetivas centrais
produtoras no controlo da qualidade do fabrico; relatórios e pareceres associados à simples
caracterização dos materiais aplicados (aterros em solos, agregados, betuminosos e betões) ou
destinados à determinação de eventuais anomalias resultantes do seu deficiente manuseamento,
características inadequadas ou má aplicação; estágios pedagógicos e profissionais a recém-
licenciados nas áreas da Geologia nomeadamente vertentes de Geotecnia e Geologia de
Engenharia, dando especial atenção a protocolos com universidades e outras instituições de
ensino (LEMO, 2013).

Alguns projectos relevantes em que o laboratório participou foram: a obra de ampliação do


Parque dos Poetas em Oeiras, a reabilitação da Escola Secundária de Caneças, a realização do
Controlo de Qualidade para a construção dos novos acessos ao Hospital de Vila Franca de Xira,
a obra de intervenção na Praça do Comércio em Lisboa e a análise das patologias da Igreja de S.
Romão de Carnaxide, da Igreja de Nª Sra. da Piedade, em Leceia e da Biblioteca Operária
Oeirense (LEMO, 2013).

89
O LEMO tem acordos com a Câmara Municipal de Oeiras e presta quase a totalidade dos seus
serviços a empresas relacionadas com a indústria da construção. O laboratório apoia ainda,
restritamente, o ensino, projectos de investigação e alunos de mestrado e doutoramento (figura
4.44).

Apoio a projetos
de investigação e
apoio a alunos de
mestrado e… Serviço de
consultadoria
95%

Figura 4.44 – Prestação de serviços do LEMO

O LEMO é constituído por um único piso com área aproximada de 383 m2 dividido em diversos
espaços consoante o seu uso, nomeadamente: sala de argamassas; sala de betões; sala para
betuminosas, agregados e solos; sala para ensaios especiais (ensaio triaxial); câmara
higrotérmica; espaço para receção de amostras e amostras ensaiadas; gabinetes técnicos. As
figuras 4.45 e 4.46, representam alguns espaços físicos do laboratório.

Figura 4.45 - Sala de betões do LEMO.

A estrutura do corpo técnico é constituído por: 1 técnico de laboratório; 1 responsável da


qualidade; 1 coordenador de laboratório; 2 técnicos superiores; 3 técnicos de laboratório. O
laboratório é também frequentado por professores e alunos, no âmbito do ensino e da
investigação. A estrutura do laboratório apresenta-se na figura 4.47.

90
Figura 4.46 - Sala para ensaios especiais (ensaio triaxial) do LEMO

Responsável técnico de laboratório

Coordenador de Laboratório

Técnicos do laboratório Técnicos superiores


(ensaios de laboratório e ensaios de campo) (ensaios especiais e geotecnia)

Figura 4.47 - Organograma da estrutura do corpo técnico do LEMO

4.4. Síntese do capítulo

O trabalho de campo com base no inquérito foi de grande utilidade na apresentação dos
laboratórios de ensaio uma vez que grande parte da descrição dos laboratórios não existe
disponível nos meios de comunicação, principalmente os laboratórios privados nomeadamente
Laboratórios de fabricantes, Laboratórios das centrais de betão e laboratórios ligados a empresas
de consultadoria que apenas disponibilizam essa informação ao corpo técnico do laboratório.
Pode-se verificar que os laboratórios públicos dispõem de uma maior diversidade de informação
disponível, o que permitiu obter mais informação relativa aos mesmos.

Grande parte dos Laboratórios visitados foram os privados devido ao seu número ser superior
relativamente aos públicos no distrito de Lisboa e Setúbal. Foi apenas visitado um laboratório
publico/privado (laboratório de parcerias) uma vez que apenas um se manifestou recetivo ao
trabalho de campo desenvolvido.

Não foi possível uniformizar, na totalidade, a informação dos laboratórios pois, durante o
trabalho de campo, o inquérito desenvolvido demonstrou ter algumas lacunas. O tema

91
“Equipamentos”, foi demasiado detalhado uma vez que muitas questões não foram respondidas,
possivelmente devido à falta de informação. Algumas questões como a “Quantidade de clientes
(dados anuais)” e os “Critérios utilizados para atribuição dos preços dos ensaios” foram
respondidos por um reduzido número de laboratórios, eventualmente devido à confidencialidade

92
5. ANÁLISE DE RESULTADOS DOS INQUÉRITOS

5.1. Objetivos

O objectivo principal do presente capítulo consiste em analisar os resultados obtidos a partir dos
inquéritos realizados durante o trabalho de campo, interpretar e avaliar as tendências dos
laboratórios ao nível dos campos descritos no inquérito.

Os objetivos referidos podem ser englobados nos seguintes pontos:

 expor e análisar os dados recolhidos dos inquéritos;


 interpretar as tendências ao nível dos campos contidos no inquérito;
 apresentar propostas de melhoria dos responsáveis de cada laboratório;

5.2. Apresentação e análise dos dados recolhidos

Este capítulo está dedicado à apresentação dos resultados e respetiva análise crítica referentes à
informação recolhida através do questionário acima referido.

Numa primeira análise, verifica-se que a amostra obtida é constituída por 13 laboratórios de
ensaio, sendo que destes, 77% são de pequena e média dimensão e 23% são de grande
dimensão, cujo volume de ensaios se destaca dos restantes laboratórios. A fim de ocultar a
identificação dos laboratórios visitados para a análise dos resultados optou-se por nomeá-los de
“Lab 1” a “Lab 13”.

Considerando que o estudo é de natureza quantitativa, recorreu-se a metodologias quantitativas


com base em tabelas e gráficos estatísticos de forma a se poder analisar os diferentes campos,
apresentados no inquérito.

5.2.1. Materiais ensaiados em laboratório

Numa primeira fase foi realizado um levantamento dos materiais que são ensaiados nos

93
diferentes laboratórios. A figura 5.1 representa a percentagem de laboratórios em função do tipo
de material que ensaiam.

Pela análise da figura 5.1, constata-se que o material mais ensaiado nos laboratórios visitados é,
conforme seria expectável, os betões em todos os laboratórios, em seguida os agregados em
mais de 80% e por fim as argamassas em mais de 60%. Alguns materiais como solos e misturas
betuminosas são ensaiados em menos de 20% dos laboratórios para estudos de solos na área da
geotecnia e os materiais poliméricos, os ETICS e as madeiras não são ensaiados por nenhum
dos laboratórios visitados. O quadro C1.1, no anexo C1, representa em detalhe os diversos
materiais ensaiados.

Figura 5.1 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de material que ensaiam

A figura 5.2, representa a percentagem de laboratórios que ensaiam os diversos tipos de betões,
nomeando os betões mais correntes, ensaiados pelos respetivos laboratórios. Pela análise da

94
figura 5.2, o betão tradicional é ensaiado por 85% dos laboratórios visitados sendo mais
frequente em 77% destes, constituindo-se o betão mais ensaiado pelos laboratórios visitados,
seguindo-se o betão auto-compactável e o betão leve com adição de argila expandida que são
ensaiados por mais de metade dos laboratórios. Estes betões, devido às suas características
especiais (peso próprio ou colocação e compactação em obra), têm sido cada vez mais
procurados devido a exigências da construção. O betão com agregados reciclados é ensaiado
por 31% dos laboratórios. Salienta-se que este tipo de betões tem vindo a ser cada vez mais alvo
de estudo devido ao seu impacto na sustentabilidade da construção.

Alguns betões, tais como, o betão com prévia colocação de agregados, betão com fibras
metálicas, o betão leve com ardósia, o betão pesado e o betão texturado foram referidos por um
número muito reduzido de laboratórios, devido ao seu uso restrito no mercado e no caso dos
dois primeiros a sua aplicação ser recente.

5.2.2. Gestão do espaço físico dos laboratórios

A figura 5.3 representa a percentagem de laboratórios em função das dimensões (área e número
de pisos) definidas. Através da análise da figura 5.3, pode-se observar que a maioria dos
laboratórios é de pequena e média dimensão, tendo 54% dos laboratórios uma área de
implantação menor ou igual a 400 m2 e 23% com áreas entre 400 m2 e 900 m2. Apenas 23% dos
laboratórios são de grandes dimensões, com áreas superiores a 900 m2. Em relação ao número
de pisos dos laboratórios, mais de metade tem um piso (61%), 31% tem 2 pisos e apenas um
laboratório tem 2 ou mais pisos (8%).

Com base no quadro C3.1, no anexo C3, que representa a área média de implantação e o número
de pisos dos diferentes laboratórios.

5.2.3. Ensaios realizados em betões

Ao nível dos ensaios em betões, foi realizado um levantamento de algumas informações


relativas às normas seguidass, acreditação e frequência dos ensaios de betão no estado fresco,
no estado endurecido e ensaios de durabilidade, realizados nos diferentes laboratórios.

Em relação ao acervo normativo dos ensaios, verificou-se que todos os laboratórios possuem
arquivo atualizado de normas. Observou-se que 85% dos laboratórios detêm procedimentos
internos para alguns ensaios e 15%, não fez qualquer referência no inquérito de os
possuir.Verifica-se que 92% dos laboratórios disponibilizam fichas de registo de dados para
cada tipo de ensaio. No quadro C4.1, do anexo C4, apresenta-se os ensaios realizados com base
em procedimentos internos por cada laboratório.

95
Betão pesado 8
Betão texturado 8
Betão com agregados recoperados 15
Betões com fibras metálicas 8
Betão com prévia colocação de… 8
Betão com agregados reciclados 31
Betão drenante 38
Betão submerso 23
Betão hidrófugo 38
Betão auto-compactável 69
Betões ensaiados

Betão arquitetónico colorido 38


Betão arquitetónico branco 38
Betão baixa retração 31
Betão de elevada resistência inicial 23
Betão de alta resistência 46
Betão leve / escórias vulcânicas 23
Betão leve / ardósia 8
Betão leve/ cinzas volantes 46
Betão leve /diatomita 15
Betão leve / argila expandida 54
Betão leve / escórias de altos fornos 31
Betão tradicional 85
Betão de dosagem prescrita 31

Laboratórios (%)
Laboratórios que ensaiam o material com muita frequência
Laboratórios que ensaiam o material

Figura 5.2 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de betões que ensaiam

5.2.3.1. Ensaios ao betão fresco

Ao nível dos ensaios em betão no estado fresco, a figura 5.4 representa a percentagem de
ensaios executados e de ensaios realizados com acreditação nos laboratórios. De acordo com a
figura 5.4, pode-se verificar que 62% dos laboratórios, realizam 50% ou mais dos ensaios
referidos no questionário.

A figura 5.5 representa a percentagem de laboratórios que efetuam os ensaios referidos no


inquérito e os que realizam esses ensaios acreditados/não acreditados. De acordo com a figura

96
5.5, pode-se concluir que o ensaio mais corrente é o de abaixamento, realizado em 92% dos
laboratórios sendo apenas acreditado em 31% destes.

Figura 5.3 - Percentagem de laboratórios em função das dimensões definidas

A figura 5.6 representam a percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como
mais/menos frequentes. Pela análise da figura 5.6, pode-se concluir que os ensaios que foram
referidos pelos laboratórios como os mais frequentes são o de: abaixamento, determinação do
teor de ar e massa volúmica, salientando-se o primeiro com 46% dos laboratórios e com
periodicidade semanal. O ensaio Vêbê foi referido como o menos frequente por 23% dos
laboratórios.

O quadro C5.1 e C5.2, do anexo C5, apresenta todos os ensaios realizados (normas adotadas,
acreditação e frequência de ensaio) nos diferentes laboratórios. Pode-se observar que um dos
laboratórios visitados, realiza ensaios somente ao betão auto-compactável e o ensaio de deslize é
apenas referido por um laboratório.

5.2.3.2. Ensaios ao betão endurecido

Ao nível dos ensaios em betão no estado endurecido, a figura 5.7 representa a percentagem de
ensaios executados e de ensaios realizados com acreditação nos laboratórios. De acordo com a
figura 5.7, pode-se verificar que 54% dos laboratórios realizam 50% ou mais dos ensaios
referidos no questionário. Apenas um laboratório realiza todos os ensaios referidos no inquérito.

97
Lab 1 86
Lab 2 7
93
Lab 3 86
Lab 4 14
93
Lab 5 7
86 Ensaios realizados
com acreditação
Laboratórios (%)

Lab 6 36
Lab 7 50 Ensaios realizados
Lab 8 7
21
Lab 9 7
Lab 10 14
Lab 11 86
Lab 12 36
Lab 13 64

Ensaios de betão no estado fresco (%)

Figura 5.4 - Percentagem de ensaios executados e de ensaios acreditados nos laboratórios ao


betão fresco

Observa-se também que dois laboratórios (um público e outro privado) realizam 43% dos
ensaios acreditados. Os laboratórios universitários e os laboratórios das centrais de betão, não
realizam ensaios acreditados.

A figura 5.8 representa a percentagem de laboratórios que efetuam os ensaios referidos no


inquérito e os que realizam esses ensaios acreditados/não acreditados. Com base na figura 5.8,
pode-se observar que os ensaios mais correntes em laboratório são o de: resistência à
compressão dos provetes, flexão e determinação do índice esclerométrico, sendo estes
executados por mais de 80% dos laboratórios, destacando-se o primeiro ensaio por ser realizado
por todos os laboratórios e acreditado por 60% destes.

98
Figura 5.5 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão fresco

A figura 5.9 representa a percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como
mais/menos frequentes. Pela análise da figura 5.9, pode-se verificar que o ensaio de resistência à
compressão de provetes é referido por 92% dos laboratórios como o mais frequente, com
periodidades diária ou semanal, destacando-se, desta forma, de todos outros ensaios.

Os quadros C6.1 e C6.2, no anexo C6, apresentam todos os ensaios realizados (normas
adotadas, acreditação e frequência de ensaio) nos diferentes laboratórios. Pode-se observar que

99
apenas 15% dos laboratório seguem procedimentos internos ou especificações do LNEC, em
alternativa às normas europeias para a realização de alguns ensaios.

Figura 5.6 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/menos
frequentes ao betão fresco.

5.2.3.3. Ensaios de durabilidade do betão

Ao nível dos ensaios de durabilidade do betão, a figura 5.10, representa a percentagem de


ensaios executados e de ensaios realizados com acreditação nos laboratórios. Com base na
figura 5.10, pode-se observar que 30,8% dos laboratórios não realizam ensaios de durabilidade

100
do betão.Verifica-se também que 38% dos laboratórios realizam 50% ou mais, dos ensaios e
apenas um laboratório realiza todos os ensaios referidos no inquérito, sendo 50% destes
acreditados.

Figura 5.7 - Percentagem de ensaios executados e de ensaios acreditados nos laboratórios ao


betão endurecido

A figura 5.11, representa a percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam
ensaios acreditados /não acreditados. De acordo com a figura 5.11, pode-se observar que o
ensaio de absorção de água por capilaridade, o ensaio de absorção de água por imersão, o de
resistência à penetração de iões (AASTHO T-227), e o de resistividade elétrica são os mais
correntes, sendo os dois primeiros realizados por mais de 60% dos laboratórios.

101
Figura 5.8 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios e os que realizam ensaios
acreditados/não acreditados ao betão endurecido

102
O quadro C7.1 e C7.2 no anexo C7, apresentam todos os ensaios realizados (normas adotadas,
acreditação e frequência de ensaio) nos diferentes laboratório. Pode-se constatar que apenas
23% dos laboratórios seguem procedimentos internos para a realização de alguns ensaios.

Figura 5.9 - Percentagem de laboratórios em função dos ensaios referidos como mais/ menos
frequentes o betão endurecido

Ao nível da periocidade dos ensaio, de acordo com a quadro C7.2, verifica-se que 77% dos
laboratórios não realiza ensaios de durabilidade com frequência (periocidade anual ou
exporádica) e que 23% dos laboratórios executam 1 a 2 ensaios de durabilidade com
periocidade diária ou semanal para efeitos de investigação e apoio a estudos de
mestrado/doutoramento.

5.2.3.4. Análise comparativa do acervo normativo e acreditação dos ensaios em


betões

A figura 5.12, representa a percentagem de ensaios acreditados por cada classe de ensaio em
betões. Pode-se observar que 71% de ensaios de betão no estado endurecido e 67% dos ensaios
de durabilidade, são realizados com acreditação enquanto que nos ensaios de betão no estado

fresco apenas 14% o são. Pode-se concluir que os ensaios de betão no estado fresco são os
ensaios menos acreditados.

103
Figura 5.10 - Percentagem de ensaios de durabilidade executados e de ensaios acreditados

A figura 5.13, representa a percentagem de laboratórios que realizam ensaios acreditados por
cada classe de ensaio em betões. Pode-se observar que 62% dos laboratórios realizam ensaios
em betão no estado endurecido com acreditação, face a 23% e 31% dos laboratórios que
realizam ensaios acreditados na área da durabilidade e dos betões no estado fresco,
respetivamente. Pode-se concluir que a maior parte dos laboratórios dão preferência à realização
dos ensaios em betões no estado endurecido, com acreditação.

A figura 5.14, representa a percentagem de ensaios que seguem normas internacionais/outras


(procedimentos de ensaios e normas nacionais) ou normas europeias e/ou especificações do
LNEC em cada classe de ensaio em betões. Através da análise da figura 5.14, pode-se obervar
que mais de 85% dos ensaios em betões no estado fresco e endurecido referidos no inquérito,
são realizados com base em normas europeias e/ou especificações do LNEC, face a uma
pequena parte destes ensaios, (7% e 14%) que seguem normas internacionais. Em relação aos
ensaios de durabilidade, 58% seguem as especificações do LNEC, em relação a 42% que
seguem normas internacionais e procedimentos de ensaio. Pode-se concluir que as normas
europeias estão mais implementadas nos ensaios em betões no estado fresco e no estado
endurecido do que nos ensaios de durabilidade. As especificações do LNEC e as normas
internacionais têm uma maior aplicação nos ensaios de durabilidade.

104
Figura 5.11 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios de durabilidade e os que
realizam ensaios acreditados/não acreditados

Figura 5.12 - Percentagem de ensaios acreditados por cada classe de ensaio em betões.

105
Figura 5.13 - Percentagem de laboratórios que realizam ensaios acreditados por cada classe de
ensaio em betões.

* Procedimentos de ensaios e normas nacionais

Figura 5.14 - Percentagem de ensaios que seguem normas internacionais/outras ou normas


europeias e/ou especificações do LNEC em cada classe de ensaio em betões.

5.2.4. Equipamentos dos laboratórios

5.2.4.1. Calibrações e manutenção da prensa de compressão

Ao nível dos equipamentos do laboratório, a prensa de compressão é um equipamente relevante


devido às sua características e ao seu uso corrente, deste modo, foi executado um levantamento
de algumas informações relacionadas com a sua calibração e manutenção. Nas figuras 5.15 e
5.16 apresentam-se as percentagens dos laboratórios em função do tipo de manutenção e
calibração da prensa de compressão, respetivamente e sua periocidade.

Com base na análise da figura 5.15, verifica-se que 46% dos laboratórios realizam manutenção
interna (executada pelos próprios técnicos) e igual percentagem de laboratórios realiza
manutenção externa, salientando-se que apenas 23% dos laboratórios tem uma manutenção
previamente definida (sem periodicidade).

106
Figura 5.15 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de manutenção da prensa e
respetiva periodicidade

De acordo com a análise da figura 5.16, verifica-se que 94% dos laboratórios realizam a
calibração da prensa de ensaio à compressão por entidades externas, face a 6% dos laboratórios
que realizam por entidades internas. Pode-se observar que 77% dos laboratórios realizam a
calibração anualmente, 8% realiza-a semestralmente, salientando-se que apenas 15% dos
laboratórios faz a calibração sem periodicidade.

Ao nível da reparação dos equipamentos do laboratório, a figura 5.17, representa a percentagem


de laboratórios em função do tipo de reparação (externa, interna e interna/externa). De acordo

anual 77
Periodicidade
Calibração da prensa

semestral 8

Sem periodicidade 15
calibração

Externa
Tipo de

94

Interna 6

0 20 40 60 80 100
Laboratóri os (% )

Figura 5.16 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de calibração da prensa e respetiva


periodicidade

107
com a figura 5.17, verifica-se que 69% dos laboratórios executam a reparação dos equipamentos
por técnicos do laboratório ou por entidades externas (consoante a complexidade da avaria) face
a 31% que executa a reparação apenas por entidades externas. Salienta-se que nenhum dos
laboratórios visitados realizam a reparação apenas por técnicos internos do laboratório.

Figura 5.17 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de reparação

Relativamente aos equipamentos especiais considerados pelos laboratórios, o quadro 5.1


representa os vários equipamentos inovadores e a respetiva função.

O quadro C8.1, no anexo C8, identifica o tipo de manutenção, calibração e respetiva


periodicidade de cada laboratório.

Quadro 5.1 - Equipamentos inovadores e respetiva função.

Equipamento relevante Função

Aparelho para permeabilidade (Torrent) Mede a permeabilidade superficial do betão ao ar.

Módulo de elasticidade dinâmico Determina o modo de elasticidade dos materiais.

Câmara climática Realiza ciclos gelo/degelo.


Aparelho para determinação para a
Mede a penetração de cloretos.
penetração de cloretos
Florescência de raio X (FRX) Analisador Determina a constituição de uma amostra .Determina
termogravimétrico (TGA) a perda ao fogo.
Granulómetro LASER Análise do tamanho das partículas;
Microscópio ótico Analisa amostras de materiais cimentícios.

108
5.2.5. Gestão do corpo técnico e utilizadores dos laboratórios

Ao nível do corpo técnico e utilizadores dos laboratórios, foi realizado um levantamento de


informação relacionado com a formação, ocupação diária, categorias dos técnicos e utilizadore e
respetivas funções.

Em termos de formação do corpo técnico, a figura 5.18, representa a percentagem dos técnicos
com formação geral e específica (formação especializada na área que desenvolve) nos
diferentes tipos de laboratórios (públicos, privados e publico/privado).

De acordo com a figura 5.18, pode-se observar que os laboratórios públicos e privados
apresentam percentagens muito idênticas em termos de técnicos com formação geral e
específica. Verifica-se que a percentagem de técnicos com formação geral e específica ronda os
18% a 20% e os 80% a 82%, respectivamente. O laboratório publico/privado apresenta a mesma
percentagem de técnicos com ambas as formações.

Ao nível da gestão do corpo técnico do laboratório, as figuras 5.19, 5.20 e 5.21 apresentam a
percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios público, privado e
publico/privado, respetivamente. Salienta-se que a categoria correspondente ao coordenador de
laboratório, foi apenas referida no inquérito por 2 laboratórios, não sendo suficiente para um
tratamento estatístico. Ao nível da qualidade apena 2 laboratórios referiram ter um responsável
da qualidade, sendo a função desta categoria exercida pelo diretor, nos restantes laboratórios,
pelo que não está representada nos gráficos anteriores.

Figura 5.18 - Percentagem dos técnicos em função da formação.

De acordo com a figura 5.19, verifica-se que nos laboratórios privados existem 53% de
assistentes técnicos sendo a categoria predominante. A categoria relativa aos assistentes

109
operacionais é quase insignificante correspondendo a 4% do corpo técnico dos laboratórios
privados.
Laboratório público/privado

Técnico superior 25
Corpo técnico - técnicos

Diretor 18

Coordenador de Lab. 19

Assistente técnico 38

0 20 40 60 80 100
Técnicos (%)

Figura 5.19 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios privados.

Com base na figura 5.20, verifica-se que nos laboratórios públicos existe 33% de técnico
superior e 30% de assistentes técnicos, sendo as categorias predominantes. A categoria referente
ao coordenador geral dos laboratórios é insignificante, correspondendo a 3% do corpo técnico
dos laboratórios públicos, uma vez que foi apenas referido por um laboratório.

De acordo com a figura 5.21, verifica-se que o laboratório publico/privado, existe 38% de
assistentes técnicos e 25% de técnicos superiores.

Assistente operacional 18
Laboratórios públicos
Corpo técnico -

Assistente técnico 30
categorias

Coordenador geral dos lab. 3

Técnico superior 33

Diretor 15

0 50 100
Técnicos (%)

Figura 5.20 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios públicos.

110
Laboratório público/privado
Técnico superior 25

Corpo técnico - técnicos


Diretor 18

Coordenador de Lab. 19

Assistente técnico 38

0 20 40 60 80 100
Técnicos (%)

Figura 5.21 - Percentagem de técnicos por categoria do corpo técnico nos laboratórios
público/privado.

Com base na análise das figuras 5.19, 5.20 e 5.21, pode-se observar que nos laboratórios
privados existem 53% de assistentes técnicos e 20% de técnicos superiores e nos laboratórios
públicos 30% de assistentes técnicos e 33% de técnicos superiores. Verifica-se por conseguinte,
nos laboratórios privados uma diferença de 33% entre as duas categorias de técnicos face a 3%
nos públicos. Analisa-se também um aumento de 23% de assistentes técnicos nos laboratórios
privados em relação aos públicos e um aumento de 13% de técnicos superiores nos laboratórios
públicos relativamente aos privados.

A figura 5.22, representa ao nível global, a percentagem de técnicos por categoria do corpo
técnico nos laboratórios. De acordo com a análise da figura 5.22, observa-se que os assistentes
técnicos é a categoria predominante, com 42% do corpo técnico dos laboratórios.

Coordenador dos laboratórios 2


Laboratórios -corpo técnico

Assistente operacional 10

Assistente técnico 42

Técnico superior 26

Diretor 20

0 20 40 60 80 100
Corpo técnico-categorias (% global)

Figura 5.22 - Percentagem global de técnicos por categorias do corpo técnico nos laboratórios

111
Para se fazer uma análise da gestão do corpo técnico e dos utilizadores em função das tarefas
que realizam, foram criadas no inquérito, várias tarefas possíveis. O quadro 5.2, representa a
percentagem de técnicos e utilizadores (pessoal externo, bolseiros de investigação, alunos e
professores) por categoria, em função da tarefa que desempenham em cada tipo de laboratório.
Salienta-se que os professores foram referidos no inquérito pelos laboratórios mas não lhes foi
atribuída nenhuma função.

Por análise do quadro 5.2, pode-se verificar que os alunos só executam funções nos laboratórios
públicos, nomeadamente, na realização dos ensaios, na elaboração dos relatórios de ensaio e nas
verificações internas (verificação dos resultados dos ensaios realizados).

Em relação às tarefas, a função de coordenadar, controlar e supervisionar os ensaios do


laboratório é maioritariamente executada pelo diretor e pelo técnico superior nos laboratórios
públicos e privados e pelo diretor e coordenador do laboratório no laboratório público/privado.

Nos laboratórios públicos a aprovação e receção das amostras é realizada por 44% dos técnicos
superiores, face a 22% nos laboratórios privados.

Em relação ao apoio no manuseamento dos equipamentos do laboratório, releva-se o laboratório


público/privado por realizar a tarefa inteiramente pelo coordenador do laboratório.

Nos laboratórios privados, 45% dos assistentes técnicos elaboram os relatórios de ensaio
(boletins), face a 13% dos assistentes técnicos nos laboratórios públicos, destacando-se o
laboratório público/privado por esta tarefa ser efetuada apenas pelo diretor.

Nos laboratório públicos a calibração dos equipamentos é realizada por 43% dos assistentes
técnicos e por 29% dos diretores, enquanto que nos laboratórios privados é feita por 57% dos
técnicos superiores e por 29% dos assistentes técnicos. Salienta-se o laboratório público/privado
por esta tarefa ser efetuada apenas pelo coordenador de laboratório.

As notas técnicas e relatórios técnicos são realizados apenas em alguns laboratórios públicos,
em que as notas técnicas são executadas equitativamente pelos técnicos superiores e bolseiros
de investigação e os relatórios técnicos apenas por bolseiros.

O quadro 5.3, representa a percentagem média global de técnicos e utilizadores por categoria em
função da tarefa que desempenham nos laboratórios. Com base no quadro 5.3, pode-se
observar que os assistentes técnicos e os técnicos superiores são, em percentagem, as categorias
do corpo técnico que executam o maior número de tarefas no laboratório e os relatórios técnicos
são executados apenas por bolseiros de investigação.

112
Os quadros 9.1(2 a 6), no anexo C9, apresentam a categoria, formação, função, ocupação
diária dos técnicos e utilizadores nos laboratórios visitados.

Ao nível de ocupação diária do laboratório, a figura 5.23 representa o número de técnicos e


utilizadores que frequentam diariamente cada laboratório.

De acordo com a figura 5.23, pode-se observar que 3 dos laboratórios têm uma ocupação
superior ou igual a 10 (técnicos e utilizadores)/dia, destacando-se o lab 2 com 13 (técnicos e
utilizadores)/dia. Pode-se verificar igualmente que os laboratórios das centrais de betão, têm
menor ocupação diária, não ultrapassando os 2 (técnicos e utilizadores)/dia.

5.2.6. Serviços dos laboratórios

Ao nível de prestação de serviços do laboratório, o quadro 5.4, representa a percentagem de


serviços de cada laboratório. Pode-se observar que 46% dos laboratórios prestam 50% ou mais
dos seus serviços a empresas de consultadoria, salientando-se apenas um laboratório com 100%
dos serviços prestados a essa categoria. Verifica-se que 31% dos laboratórios prestam serviço a
empresas internas sendo a maioria pertencente a centrais de betão. Verifica-se que os
laboratórios universitários apresentam uma percentagem significativa dos seus serviços no apoio
ao ensino atingindo os 40% . Salientam-se 2 laboratórios prestam 10% dos seus serviços no
apoio ao ensino, por terem acordos com universidades. Apenas 31% dos laboratórios prestam
um serviço inferior a 10% no apoio ao ensino.

Ao nível de clientes do laboratório, a figura 5.24, representa a percentagem de laboratórios em


função do tipo de clientes (empresas, universidades, serviços internos e pessoas individuais).
Com base na análise da figura 5.24, pode-se observar que as empresas e as pessoas individuais
são os clientes mais frequentes dos laboratórios, descatando-se o primeiro por ser cliente em
77% dos laboratórios. As universidades e os serviços internos foram os clientes referidos em
23% dos laboratórios.

113
Lab 13 2
Lab 12 3
Lab 11 10
Lab 10 8
Lab 9
Laboratórios

2
Lab 8 9
Lab 7 2
Lab 6 4
Lab 5 3
Lab 4 7
Lab 3 10
Lab 2 13
Lab1 6
0 2 4 6 8 10 12 14

Nº de (técnicos e utilizadores) / dia


Figura 5.23 – Número de (técnicos e utilizadores)/dia

Em relação à divulgação dos laboratórios, a figura 5.25, representa a percentagem de


laboratórios que realizam publicidade e a figura 5.26, apresenta a percentagem de laboratórios
em função do tipo de informação divulgada e meios utilizados para a divulgação. Com base na
figura 5.25, verifica-se que 62% dos laboratórios realizam publicidade face a 38% que não o
fazem. De acordo com a análise do figura 5.25, em relação ao tipo de informação divulgada,
verifica-se que 88% dos laboratórios divulgam os ensaios realizados e 75% divulgam as normas
seguidas, destacando-se a primeira por ser a mais divulgada por parte dos laboratórios que
fazem publicidade. A informação relativa aos preços dos ensaios e aos campos de aplicação do
laboratório são os menos divulgados, não excedendo os 25% dos laboratórios acima referidos.

5.2.7. Logística dos laboratórios

Ao nível da logística dos laboratórios, a figura 5.27 representa a percentagem de laboratórios


em função do tipo de recolha de resíduos. De acordo com a figura 5.27, 69% dos laboratórios
realizam a recolha dos resíduos através de empresa externa face a 29% que realizam a recolha
por meios próprios (p.e. viaturas da empresa, do grupo empresarial e de instituições). Apenas 1
laboratório referiu fazer a recolha de certos resíduos, nomeadamente reagentes, através de uma
empresa contratada apesar de a sua recolha geral ser executada pelos seus próprios meios.

114
Quadro 5.2 - Percentagem de técnicos e utilizadores por categoria, em função da tarefa que desempenham nos vários tipos de laboratório

Coordenar, Apoiar os Apoio no Elaborar


Aprovar a
Técnicos e utilizadores controlar e utilizadores do manuseame os Calibração Manutenção
Tipo de recepção das Realização Gestão do Verificações
por categoria (%) supervisionar laboratório na nto dos relatórios dos dos
laboratório amostras dos ensaios laboratório internas*
os ensaios de realização dos equipament dos ensaios equipamentos equipamentos
(provetes)
laboratório ensaios os (boletins)
Diretor 42 0 0 17 9 18 0 0 63 22
Técnico superior 42 22 11 33 27 36 57 36 38 44
Assistente técnico 8 67 56 33 45 45 29 55 0 33
PRIVADO

Assistente operacional 8 0 11 8 9 0 0 0 0 0
Pessoal externo 0 0 11 8 9 0 14 9 0 0
Bolseiro de investigação 0 11 11 0 0 0 0 0 0 0
Aluno 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total (indivíduos) 12 9 9 12 11 11 7 11 8 9
Diretor 14 0 0 0 0 13 29 14 56 25
Técnico superior 43 44 36 33 22 50 14 14 33 38
Assistente técnico 43 56 45 56 56 13 43 43 11 13
PÚBLICO

Pessoal externo 0 0 0 0 0 0 14 14 0 0
Bolseiro de investigação 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Assistente operacional 0 0 9 11 22 13 0 14 0 13
Aluno 0 0 9 0 0 13 0 0 0 13
Total (indivíduos) 7 9 11 9 9 8 7 7 9 8
Diretor 50 33 0 33 0 100 0 0 50 100
Coordenador de
Laboratório 50 33 0 33 100 0 100 100 50 0
PÚBLICO/
PRIVADO

Responsável da
qualidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Técnico superior 0 33 50 33 0 0 0 0 0 0
Assistente técnico 0 0 50 0 0 0 0 0 0 0
Total (indivíduos) 2 3 2 3 1 1 1 1 2 1

115
* verificação dos resultados dos ensaios realizados

Quadro 5.3 - Percentagem de técnicos e utilizadores por categoria, em função da tarefa que desempenham nos laboratório

Apoiar os
Coordenar,
Aprovar a utilizadores Elaborar
controlar e Apoio no Manuten-
Técnicos e utilizadores recepção do os Calibração Gestão do Verifica-
supervisio- manusea- ção dos Notas Relatórios
por categoria (%) das Realização laboratório relatórios dos equipa- labora- ções
nar os mento dos equipa- técnicas técnicos
amostras dos ensaios na dos ensaios mentos tório internas*
ensaios de equipamentos mentos
(provetes) realização (boletins)
laboratório
dos ensaios
Aluno 0 0 5 0 0 5 0 0 0 6 0 0
Assistente operacional 5 0 9 8 14 5 0 5 0 6 0 0
Assistente técnico 19 52 50 38 48 30 33 47 5 22 0 0
Bolseiro de investigação 0 5 5 0 0 0 0 0 0 0 50 100
Coordenador de
Laboratório 5 5 0 4 5 0 7 5 5 0 0 0
Diretor 33 5 0 13 5 20 13 5 58 28 0 0
Pessoal externo 0 0 5 4 5 0 13 11 0 0 0 0
Responsável da
qualidade 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Técnico superior 38 33 27 33 24 40 33 26 32 39 50 0

* verificação dos resultados dos ensaios realizados

116
Quadro 5.4 - Percentagem de serviços de cada laboratório

Laboratórios
Serviços (%)

Lab 10
Lab 11
Lab 12

Lab 13
Lab 1
Lab 2
Lab 3

Lab 4

Lab 5

Lab 6
Lab 7
Lab 8
Lab 9
Serviços a empresas de consultadoria 10 50 5 100 0 30 75 90 95 75 20
Serviços a empresas internas 60 90 100
Apoio a projetos de investigação 25 44 20 0 30 40 2 5 0 2 15 30 0
Apoio a alunos de
25 5 30 0 10 20 5 10 5 2 10 30 0
mestrado/doutoramento
Apoio ao ensino 40 1 40 0 0 10 3 10 5 1 0 20 0
Outros serviços* 5 0 0
* Cursos de Formação/Apoio a outros laboratórios

Figura 5.24 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de clientes

Figura 5.25 - Percentagem de laboratórios que realiza publicidade

5.2.8. Acreditação e administração dos laboratórios

Ao nível da acreditação dos laboratórios através da empresa certificadora IPAC, a figura 5.28,
representa a percentagem de laboratórios acreditados e não acreditados. De acordo com a figura 5.28,

117
pode-se observar que 62% dos laboratórios são acreditados face a apenas 38% que não têm
acreditação, nomeadamente os laboratórios relacionados com centrais de betão e universidades.

Figura 5.26 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de informação divulgada e meios


utilizados para a divulgação

Figura 5.27 - Percentagem de laboratórios em função do tipo de recolha de resíduos

Figura 5.28 - Percentagem de laboratórios acreditados / não acreditados

118
Ao nível da comercialização dos ensaios a figura 5.29, representa a percentagem de laboratórios que
comercializam ensaios. Pela observação da figura 5.29, conclui-se que 62% dos laboratórios
comercializam ensaios. Verifica-se que apenas um laboratório universário comercializa ensaios e os
laboratórios das centrais de betão não os comercializam.

Figura 5.29 - Percentagem de laboratórios que comercializam ensaios

O quadro 5.5, representa o preço dos ensaios (por provete) mais/menos dispendiosos referidos por
alguns laboratórios. O ensaio mais e menos dispendiosos são o da determinação do coeficiente de
fluência e o de resistência à compressão dos provetes de ensaio, respetivamente. Uma vez que este
último ensaio foi referido por vários laboratórios como o menos dispendioso, pode-se observar que a
variação de preços é de 5€ a 15€.

A figura 5.30, representa a percentagem de laboratórios em função da variação de preços de ensaios.


Com base na análise da figura 5.30, em relação aos ensaios menos dispendiosos, pode-se verificar que

Quadro 5.5 - Preço dos ensaios (por provete) mais/menos dispendiosos referidos por alguns
laboratórios.

Ensaios Preço por provete (€)


Resistência à compressão dos provetes de ensaio 5 a15
Retificação dos provetes 6
Ensaio de abaixamento 10
Resistência à flexão dos provetes 20
Amostragem (preparação de amostras) 105
Difusão de cloretos - ensaio de migração 120
Resistência à penetração de iões cloreto - (AASTHO T-227) 200
Determinação do coeficiente de fluência em compressão 1800

119
em 88% dos laboratórios, o preço médio dos ensaios não excede os 30€. Em relação aos ensaios mais
dispendiosos, em 63% dos laboratórios, o preço médio dos ensaios é inferior a 500€, face a 37% dos
laboratórios, em que os preços variam entre 500€ e 2000€.
Variação de preços de ensaio (€)

22
dispendiosos >30€ e <100 €
Menos

88
< 30€
Ensaios

dispendiosos

>500€ e <2000€ 37
Mais

< 500€ 63

0 20 40 60 80 100
Laboratórios (%)

Figura 5.30 – Percentagem de laboratórios em função da variação de preços de ensaios

5.2.9. Limpeza dos laboratórios

Todos os laboratórios efetuam a limpeza com periodicidade diária, sendo a limpeza dos equipamentos
efetuada por técnicos do laboratório e os espaços comuns por uma empresa contratada para o efeito.

5.3. Aspectos a melhorar nos laboratórios

Com base nas entrevistas realizadas aos laboratórios pode-se organizar um conjunto de aspetos a
melhorar de acordo com as informações prestadas pelos responsáveis dos laboratórios. O quadro 5.6
representa alguns aspetos a melhorar nos laboratórios visitados. Salienta-se que as melhorias
propostas pelos laboratórios, correspondentes a “melhorar a colaboração entre a indústria e as
universidades”; “aumentar o número de ensaios inter-laboratoriais responsáveis pela Associação de
Laboratórios Acreditados de Portugal (RELACRE)” e “otimizar o uso de equipamentos para
futuramente se poder acreditar os ensaios” foram referidas por mais de um laboratório.

120
5.4. Síntese do capítulo

De acordo com a análise dos dados pode-se concluir que para além dos betões, os agregados são os
materiais mais ensaiados. O betão tradicional é o betão mais ensaiado, por 84% dos laboratórios
seguindo-se o betão auto-compactável e o betão leve com adição de argila espandida por 70% e 63%
dos laboratóros, respetivamente. Estes betões têm vindo a obter maior interesse nos laboratórios,
devido às suas características especiais (peso próprio, colocação e compactação em obra).

Ao nível do espaço físico pode-se concluir que mais de metade dos laboratórios têm uma área de
implantação inferior a 400m2, salientando-se apenas um, com uma superfície superior a 1000m2.

Em relação aos ensaios de betões, pode-se verificar que os ensaios de betão no estado fresco, são os
mais realizados em laboratório e dentro destes, o ensaio de abaixamento é o ensaio de betão no estado
fresco mais frequente, sendo referido por 46% dos laboratórios como o mais frequentemente realizado
sendo acreditado por mais de 31% dos laboratórios.

Ao nível dos ensaios de betão no estado endurecido, salienta-se que o ensaio de resistência à
compressão é executado por todos os laboratórios sendo acreditado por mais de 60% e é referido
como o mais frequentemente realizado, por 92% dos laboratórios, considerando-se o ensaio de betão
no estado endurecido mais corrente.

Os ensaios de durabilidade são os menos empreendidos pelos laboratórios, sendo realizados com
maior frequência em laboratórios universitários e nos vocacionados para a investigação. A menor
procura destes ensaios deve-se ao facto de serem ensaios mais dispendiosos e com aplicação restrita
(ensaios solicitados pelo projetista), tendo maior destaque na área de investigação dos materiais.

Pode-se concluir que seria de todo o interesse haver um maior investimento por parte das empresas
em relação a este tipo de ensaios, uma vez que se tem, cada vez mais, o conhecimento de que a
durabilidade do betão condiciona fortemente a vida útil das estruturas.

Ao nível da acreditação de ensaios pode-se verificar que apenas 14% dos ensaios de betão no estado
fresco são realizados com acreditação, sendo a classe de ensaio com menor menor número de ensaios
acreditados. Por outro lado, nos ensaios em betões no estado endurecido, 62% dos laboratórios
realizam estes ensaios acreditados, sendo por conseguinte, a classe com maior acreditação.

Ao nível do acervo normativo dos ensaios verificou-se que 85% dos laboratórios detêm
procedimentos internos para alguns ensaios em betões. Com base na análise efetuada conclui-se que
as normas europeias têm uma maior implementação face às normas internacionais nos ensaios de

121
betão no estado fresco e endurecido. Nos ensaios de durabilidade, as especificações do LNEC, as
normas internacionais e alguns procedimentos de ensaio, têm tido maior aplicação.

Ao nível dos equipamentos do laboratório, a prensa de compressão destaca-se pela sua elevada
utilização. Em todos os laboratórios a calibração deste equipamento é realizada externamente. A
periodicidade da calibração é maioritariamente anual nos laboratórios com a exceção de alguns
laboratórios universitários que efetuam uma calibração sem periocidade.

Ao nível do corpo técnico dos laboratórios públicos e privados, cerca de 80% dos técnicos têm
formação específica sendo muito superior aos técnicos que têm formação geral, salientando-se o
laboratório público/privado cujo corpo técnico está dividido equitativamente com formação geral e
específica.

Nos laboratórios privados existe uma diferença de 33% entre assistentes técnicos e técnicos superiores
e esta diferença desce para 3% nos laboratórios públicos. Nos laboratórios públicos existe uma
distribuição mais equilibrada das categorias do corpo técnico atrás referidas.

Nos laboratórios privados existe mais 23% de assistentes técnicos relativamente aos laboratórios
públicos, por outro lado estes últimos têm mais 13% de técnicos superiores do que nos privados.
Pode-se concluir que os laboratórios privados se diferenciam dos públicos por terem uma maior
quantidade de assistentes técnicos e um decréscimo de técnicos superiores. Ao nível das funções dos
técnicos dos Laboratórios, pode-se verificar que os assistentes técnicos e os técnicos superiores são os
utilizadores que executam o maior número de tarefas, em todos os laboratórios.

Ao nível dos serviços dos laboratórios, pode-se concluir que os laboratórios privados prestam grande
parte dos seus serviços a empresas de consultaria e serviço interno, salientando-se que as centrais de
betão e as empresas de construção prestam praticamente a totalidade dos seus serviços ao serviço
interno da empresa. Os laboratórios públicos, especialmente os universitários, prestam os seus
serviços no apoio ao ensino e investigação. Ao nível de clientes dos laboratórios, as empresas e
pessoas individuais são os clientes mais frequentes dos laboratórios visitados.

Ao nível da recolha de resíduos, 69% dos laboratórios efetua a recolha através de uma empresa
externa, face a 29% que a realiza pelos técnicos do laboratório. Salienta-se um dos laboratórios por
fazer a recolha de certos resíduos, nomeadamente reagentes, através de uma empresa contratada
apesar de a sua recolha geral ser feita internamente.

Ao nível da acreditação, 62% dos laboratórios são acreditados face a 38% que não o são,
respectivamente os laboratórios relacionados com as centrais de betão e universidades.

122
Quadro 5.6 - Aspetos a melhorar nos laboratórios visitados

Áreas Aspetos a melhorar nos laboratórios visitados


Reduzir a burocracia ao nível dos ensaios de betões (p.e. reduzir o tempo de
entrega dos boletins).
Melhorar procedimentos de ensaio de acordo com a atualização das normas.
Ensaio de betões

Corrigir algumas metodologias a fim de reduzir o excesso de cortes de provetes


Simplificar alguns ensaios na ótica de quem os vai executar bem como alguns
procedimentos internos.
Ensaiar betões com diversidade de aplicação.
Aumentar o número de ensaios inter-laboratoriais responsáveis pela
RELACRE*.
Alargar a acreditação para outros ensaios assim como as áreas de atuação (p.e.
área de betuminosas).
Melhorar a organização do espaço para betonagem.
Espaços
Físicos

Melhorar a luminosidade de alguns espaços.

Prestar mais apoio a projetos de investigação.


Investigação

Promover a colaboração entre laboratórios na área da investigação.

Melhorar a colaboração entre a indústria e as universidades.

Adquirir/modernizar equipamentos de forma a se poder efetuar um maior


Equipamentos

número de ensaios (p.e. ensaios de durabilidade).


Otimizar o uso de equipamentos para futuramente se poder acreditar os ensaios.

Melhorar a planificação da calibração dos equipamentos.

Corpo
Promover a formação do corpo técnico.
técnico
Aumentar a divulgação e esclarecimentos sobre as necessidades da realização
Divulgação
dos ensaios e sua aplicabilidade.

* A RELACRE é uma entidade, promovida pelo IPQ, que iniciou o seu funcionamento em 9 de maio de 1991, formada por
laboratórios públicos e privados acreditados ou com interesses na acreditação. Esta organização permitiu unir os laboratórios
numa rede, de forma a promover o dialogo para o crescimento a nível técnico e economico, promover as suas capacidades e competencias e
estabelecer condições para a sua competititvidade no mercado. Esta instituição tem como objetivo promover o aprofundamento do
conhecimento em atividades laboratorias, com vista à credibilização dos resultados de ensaio e calibração, (RELACRE, 2013).

Ao nível da comercialização de ensaios, pode-se observar que o ensaio menos dispendioso


considerado pelos laboratórios visitados foi um ensaio mecânico, nomeadamente, o de resistência à
compressão dos provetes, com uma variação de preços, por provete, entre 5€ a 15€. O ensaio mais
dispendioso, por provete, foi o da determinação do coeficiente de fluência, cujo preço atinge os
1800€, pertencente aos ensaios físicos.

123
Em relação aos ensaios menos dispendiosos, pode-se verificar que em 88% dos laboratórios, o preço
médio dos ensaios não excede os 30€ e nos ensaios mais dispendiosos, em 63% dos laboratórios, o
preço médio dos ensaios é inferior a 500€. Pode-se concluir que a grande maioria dos ensaios são
comercializados dentro da gama de preços entre 30€ e 500€.

124
6. CONSIDERAÇÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Apresenta-se seguidamente a síntese da atividade de investigação desenvolvida no âmbito da


elaboração da presente dissertação com o objetivo de transmitir uma perspetiva global do trabalho
realizado e identificar os principais resultados e conclusões a que este trabalho conduziu.

6.1. Considerações finais

Com a globalização dos mercados, a normalização caminhou para um outro paradigma, isto é, mais
importante que desenvolver normas nacionais com base em interesses e exigências internas, dá-se
primazia à participação dos organismos nacionais de normalização (ONN) em foruns de nível regional
e internacional, permitindo defender os interesses do país no mercado global.

A consulta bibliográfica disponível mostrou haver um aumento considerável de normas


europeias/internacionais ao nível de diversas áreas de normalização, contribuindo, desta forma, para
um desenvolvimento significativo do acervo normativo português. Este desenvolvimento deve-se à
constante necessidade de atualização das normas e especificações em Portugal. O Instituto Português
de Qualidade (IPQ), sendo o organismo português de normalização, é responsável pela
implementação nacional de normas europeia e internacionais (EN/ISO).

Os progressos técnicos alcançados levaram a uma maior consciencialização dos consumidores em


relação à qualidade dos bettões, permitindo avanços significativos das técnicas e procedimentos de
ensaio para avaliar características/propriedades do betão.

A dissertação desenvolvida incidiu sobre dois pontos principais: o desenvolvimento de um documento


sintetizado com todos os ensaios realizados ao betão fresco, ao betão endurecido (ensaios mecânicos,
físicos), e ensaios de durabilidade e respetivos métodos de ensaio. O segundo ponto incidiu sobre a
análise e caracterização do modo de funcionamentos dos vários laboratórios de ensaio de betões
visitados.

O estudo realizado incluiu um trabalho de campo, com base num inquérito presencial feito aos
responsáveis dos laboratórios de ensaio. Este trabalho procurou obter uma visão mais concreta sobre o

125
funcionamento geral dos laboratórios de ensaios de betões e aumentar o conhecimento relativamente
ao tipo de ensaios e respetivas normas mais comuns seguidas em Portugal.

6.2. Conclusões

Esta dissertação restringiu-se ao estudo dos ensaios de betão no estado endurecido e fresco e ensaios
de durabilidade não sendo incluído no estudo os ensaios dos constituintes do betão. Através da análise
estatística realizada nos diferentes laboratórios no âmbito dos ensaio de betões, pode-se concluir o
seguinte:

i. Os materiais mais ensaiados pelos laboratórios visitados são os betões e os agregados. Dentro dos
betões o tradicional, o auto-compactável e o leve são os que apresentam maior relevância por
serem os mais solicitados pelas empresas de construção devido às exigências do mercado.
ii. Mais de metade dos laboratórios visitados tem uma área de implantação inferior a 400m2,
salientando-se apenas um com uma superfície superior a 1000m2.
iii. A maioria das técnicas e procedimentos de ensaio normalizadas têm como base normas europeias e
especificações do LNEC, que têm vindo a substituir as antigas nomas portuguesas (NP). No
entanto existem certos ensaios que seguem as normas americanas (ASTM) e procedimentos
internos do laboratório.
iv. As normas europeias têm uma maior implementação face às normas internacionais nos ensaios de
betão no estado fresco e endurecido. Nos ensaios de durabilidade, as especificações do LNEC, as
normas internacionais e alguns procedimentos de ensaio, têm tido uma uma maior aplicação.
v. Os ensaios realizados ao betão fresco e endurecido são os mais correntes, por a maior parte dos
laboratórios efetuarem o controlo de qualidade do betão. No entanto, a percentagem de ensaios de
betão no estado endurecido com acreditação, é superior à dos ensaios do betão no estado fresco,
em parte, devido ao facto de serem mais comercializados.
vi. Os ensaios de durabilidade, em geral, são mais dispendiosos e têm uma aplicação mais restrita (ao
nível da investigação ou a pedido do projetista) pelo que são ensaios menos realizados pelos
laboratórios.
vii. Ao nível do corpo técnico dos laboratórios públicos e privados, o número de técnicos com
formação específica é muito superior aos que têm formação geral. Uma das razões possíveis é o
maior controlo, rigor e especificidade das técnicas e procedimentos de ensaios que têm vindo a ser
exigidas pelas normas atuais.
viii. Ao nível dos serviços prestados, os laboratórios públicos, principalmente os universitários, estão
vocacionados para o ensino e investigação enquanto que os laboratórios privados prestam

126
essencilamente os seus serviços a empresas relacionadas com a indústria da construção e apoio
interno à empresa. Salietam-se as centrais de betão por prestar fundamentalmente serviço ao apoio
interno da sua empresa.
ix. Em relação à acreditação dos laboratórios, a maioria dos laboratórios não acredita ensaios devido à
reduzida procura dos seus serviços, por estarem dependentes de apoios e verbas ou por não
comercializarem os seus ensaios.
x. Quanto à comercialização de ensaios, mais de metade dos laboratórios acreditados comercializam
ensaios. O ensaio menos dispendioso é o de resistência à compressão de provetes, em parte deve-
se à elevada procura deste tipo de ensaio, conduzindo a preços mais competitivos de acordo com a
lei da oferta e da procura.

Pelo referido, o trabalho realizado atingiu os objectivos propostos à partida, uma vez que permitiu
conhecer os ensaios (e métodos seguidos) mais comuns que são realizados em Portugal no âmbito
dos betões e também o modo de funcionamento de alguns laboratórios de ensaio com vista ao
controlo de qualidade do desempenho dos betões e ao melhoramento da qualidade do
funcionamento dos laboratórios de ensaio.

6.3. Propostas para desenvolvimentos futuros

O presente estudo pode ainda ser aprofundado em diversos áreas relacionadas com laboratórios de
ensaio. Assim, sugerem-se diversas linhas de investigação que podem complementar este trabalho:

i. desenvolvimento do estudo ao nível dos ensaios dos constituintes do betão;


ii. estudo dos ensaios inter-laboratoriais responsáveis pela RELACRE;
iii. alargamento do universo da amostra ao nível dos laboratórios de parcerias e de empresas de
construção, no sentido de obter uma maior diversidade de dados;
iv. elaboração de fluxogramas que representam os principais ensaios que podem ser realizados aos
betões;
v. elaboração de fichas de procedimentos para apoiar a produção de provetes de betão, realização
de ensaios e manuseamento de equipamento necessário à realização de ensaios.

127
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LNEC (2011): http://www.lnec.pt, visitada em 06/04/2011

UNI (2012): http://www.uni.com, visitada em 02/04/2012

(ISEL, 2013): http://www.isel.pt, visitada em 20/03/2013

(FEUP, 2013): http://sigarra.up.pt/feup/pt, visitada em 04/04/2013

(IST, 2013): http://www.ist.utl.pt, visitada em 10/04/2013

(APEB, 2013): http://www.apeb.org.br, visitada em 10/04/2013

(APEB, 2013): http://www.apeb.pt/metrologia.htm, visitada em 5/10/2013

(LEMO, 2013): http://lemo.com.pt/web, visitada em 4/05/2013

(Público, 2010): http://www.publico.pt, visitada em 30/09/2013

Normas e especificações

EN 1097-6: - Tests for mechanical and physical properties of aggregates – Part 6: Determination of
particle density and water absorption. CEN: European Committee for Standardization, 1998.
EN 12878 - Pigments for the colouring of building. CEN: European Committee for Standardization,
1999.
NP 4220 - Silicatos de alumínio vítreos, contendo quartzo, feldspato e mica. IPQ: Instituto Português
da Qualidade, 1993.
NP EN 206-1 – Betão. Parte 1:Especificação. Desempenho, produção e conformidade. IPQ: Instituto
Português da Qualidade, 2007.
NP ENV 13670-1 – Execução de estruturas em betão – Parte 1: Regras gerais. IPQ: Instituto
Português da Qualidade. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2007.
NP EN 13577: 2008 – Ataque químico do betão. Determinação da concentração do dióxido de
carbono agressivo da água. Instituto Português da Qualidade, 2008.
NP EN 12620 – Agregados para betão. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2004.
NP EN 450 – Cinzas volantes para betões. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2005.
NP EN 15167 - Escória granulada de alto forno moída para betão, argamassa e caldas de injecção
Parte 1: Definições, especificações e critérios de conformidade. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2008.
NP EN 197-1 – Cimento. Parte I: Composição , especificações e critérios de conformidade para
cimentos correntes. Instituto Português da Qualidade, 2012.

134
NP EN 932 – Ensaio das propriedades gerais dos agregados. Instituto Português da Qualidade,
2010.
NP EN 933 – Ensaio das propriedades geométricas dos agregados. Instituto Português da Qualidade,
2011.
NP EN 934-4 - Adjuvantes para betão, argamassa e caldas de injecção. Parte 4: Adjuvantes para
caldas de injecção para bainhas de pré-esforço. Definições, requisitos, conformidade, marcação e
etiquetagem. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2009.
NP EN 934-1 – Adjuventes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 1: Requisitos gerais.
Instituto Português da Qualidade, 2008.
NP EN 934-2 - Adjuventes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 2: Adjuventes para
betão. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem. 2009.
NP EN 934-3 - Adjuventes para betão, argamassa e caldas de injeção. Parte 3: Adjuventes para para
argamassa de alvenaria. Definições, requisitos, conformidade, marcação e etiquetagem. Instituto
Português da Qualidade, 2010.
NP EN 1008 – Água de amassadura para betão. Especificações para a amostragem, ensaio e
avaliação da aptidão da água, incluindo água recuperada nos processos da indústria do betão, para
o fabrico do betão. Instituto Português da Qualidade, 2003.
NP EN 1097 – Ensaios das propriedades mecânicas e físicas dos agregados. Instituto Português da
Qualidade, 2012.
NP EN 1744 – Ensaio das propriedades químicas dos agregados. Instituto Português da Qualidade,
2011.
NP EN 13263 – Sílica pura (SiO2) em estado vítreo. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2007.
NP EN 15167 – Silicatos vítreos de cálcio, magnésio, alumínio e silício. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2008.
NP EN 12350-1 – Ensaios do betão fresco. Parte 1: Amostragem. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009.
NP EN 12350-2 - Ensaios do betão fresco. Parte 2: Ensaio de abaixamento. IPQ: Instituto Português
da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-3 - Ensaios do betão fresco. Parte 3: Ensaio Vêbê. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009
NP EN 12350-4 - Ensaios do betão fresco. Parte 4: Grau de compactibilidade. IPQ: Instituto
Português da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-5 - Ensaios do betão fresco. Parte 5: Ensaio da mesa de espalhamento IPQ: Instituto
Português da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-6 - Ensaios do betão fresco. Parte 6: Massa volúmica IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009.

135
NP EN 12350-7 - Ensaios do betão fresco. Parte 7: Determinação do teor de ar. Métodos
pressiométricos.IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2009.
NP EN 12350-8 - Ensaios do betão fresco. Parte 8: Betão auto-compactável. Ensaio de
espalhamento. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-9 - Ensaios do betão fresco. Parte 9: Betão auto-compactável. Ensaio de escoamento
no funil V. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-10 - Ensaios do betão fresco. Parte 10: Betão auto-compactável. Ensaio de
escoamento da caixa L. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-11 - Ensaios do betão fresco. Parte 11: Betão auto-compactável. Ensaio de segregação
no peneiro. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12350-12 - Ensaios do betão fresco. Parte 12: Betão auto-compactável. Ensaiode
espalhamento do anel J. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2010.
NP EN 12390-3 - Resistência à compressão dos provetes de ensaio. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2003.
NP EN 12390-5 - Resistência à flexão dos provetes. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2003.
NP EN 12390-6 - Resistência à tração por compressão diametral. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2011.
NP EN 12390-7 - Massa volúmica. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2003.
NP EN 12390-8 - Profundidade de penetração de água sob pressão. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2009.
NP EN 12504-2 - Determinação do índice esclerométrico. IPQ: Instituto Português da Qualidade,
2003.
NP EN 12504-3 - Determinação da força de arranque. IPQ: Instituto Português da Qualidade, 2007.
NP EN 12504-4 - Medição da velocidade de propagação dos ultrassons. IPQ: Instituto Português da
Qualidade, 2007.
ASTM C 232 - Standard Test Methods for Bleeding of Concrete. ASTM: American Society for
Testing and Materials, 2009.
ASTM C 803 - Standard Test Method for Penetration Resistance of Hardened Concrete. ASTM:
American Society for Testing and Materials, 2010.
ASTM C 1202 - Standard Test Method for Electrical Indication of Concrete’s Ability to Resist
Chloride Ion Penetration. ASTM: American Society for Testing and Materials, 2012.
ASTM C 1383 - Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of
Concrete Plates Using the Impact-Echo Method. ASTM: American Society for Testing and Materials,
2010.
LNEC E 251 – Inertes para argamassas e betões. Ensaio de reatividade com os sulfatos em presença
do hidróxido de cálcio. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1985.
LNEC E 391 - Carbonatação acelerada. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1993.

136
LNEC E 393 - Absorção de água por capilaridade. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia
Civil, 1993.
LNEC E 394 - Absorção de água por imersão (pressão atmosférica). LNEC: Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 395 - Absorção de água por imersão (sob vácuo). LNEC: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 396 - Resistência à abrasão. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 397 - Determinação do módulo de elasticidade em compressão. LNEC: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 398 - Determinação da retração e da expansão. LNEC: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 399 - Determinação do coeficiente de fluência em compressão. LNEC: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 415 – Inertes para argamassas e betões. Determinação da reatividade potêncial com
álcalis. Análise petrográfica. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 1993.
LNEC E 463 - Difusão de cloretos – ensaio de migração. LNEC: Laboratório Nacional de
Engenharia Civil, 2004.
LNEC E 464 - Betões. Metodologia prescritiva para uma vida útil de projecto de 50 e de 100 anos
face às acções ambientais. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil, 2007.
LNEC E 475 - Permeabilidade à água superficial sob pressão – método GWT. LNEC: Laboratório
Nacional de Engenharia Civil, 2007.
LNEC E 392 - Permeabilidade ao oxigénio. LNEC: Laboratório Nacional de Engenharia Civil,
1993.
SN 505 262/1 - Adoption of Water Sorptivity and Chloride Migration tests as durability
performance indicators of concrete production. SVS: Swiss Association for Standardization, 2003.

137
i
ANEXO A

Formulário do inquérito aos laboratórios

ii
Este inquérito insere-se no âmbito da tese de Mestrado intitulada: “TÉCNICAS E LABORATÓRIOS DE

ENSAIOS DE BETÕES”.

DESTINATÁRIO: Laboratórios que realizam ensaios em betões

ORIENTAÇÃO CIENTÍFICA: Instituto Superior Técnico, em Lisboa, através da Professora Inês

Flores-Colen e Professor João Ferreira.

OBJETIVO: Compreender o modo de funcionamento dos laboratórios e respetivos ensaios no âmbito

dos betões para construção.

ATENÇÃO: Algumas questões colocadas são de caráter confidencial, por que a informação resultante

desse tipo de questões será apresentada na tese, mas não será revelada a identidade do laboratório.

Esse tipo de questões estão assinaladas com o símbolo:

iii
1. QUESTÕES GERAIS E INTRODUTÓRIAS
1.1.Localização: _______________________________________________________________

1.2.Morada: __________________________________________________________________

1.3.Designação do
Laboratório:__________________________________________________________________

1.4. Tipo de laboratório


(colocar um ( ) na opção indicada)

Universitário Público Privado Fabricante Parceria Empresas Outro(s)


__________
1.5. Ano de funcionamento: _________________

1.6. Tipo de materiais que são ensaiados (escolher 4 mais importantes) (colocar um (X) nas opções indicadas)

Argamassas Cimentos
ETICS (1) Agregados
Betões Adjuvantes
Caldas de injeção Outros tipos de materiais:
Madeira ____________________
Aço
Materiais poliméricos
1.7.Que tipo de betões são ensaiados? (colocar um ( ) nas opções indicadas)

Código Tipo de material


1 Betão de dosagem prescrita (caracterizado por uma dosagem de ligante)
2 Betão estrutural tradicional (comportamento especificado de acordo
com a norma NP EN 206)
3 Betão leve estrutural através da utilização do agregado:
3.1 - escórias de altos fornos
3.2 - argila expandida
3.2 - diatomita (2)
3.4 - cinzas volantes
3.5 - ardósia
3.6 - escória vulcânicas
4 Betão de alta resistência (resistência à compressão superior a 40 MPa)
Betão de elevada resistência inicial (betão estrutural com desenvolvimento de elevada
5 resistência às primeiras horas de idade de 6h a 24h)
6 Betão baixa retração (betão estrutural com reduzida retração de secagem)
7 Betão arquitectónico branco (betão estrutural com acabamento branco)
8 Betão arquitetónico colorido (betão estrutural com acabamento colorido)
Betão auto-compactável (betão com a capacidade para se mover e compactar sob a ação do
9 seu próprio peso sem necessidade de vibração e mantendo a homogeneidade)
10 Betão hidrófugo (betão com a capacidade impermeável)
Betão submerso (betão com agente de coesão com capacidade de ser aplicado debaixo de água,
sem risco de lavagem)
11 Betão drenante (betão com grande capacidade de drenagem)
12 Betões com agregados reciclados
13 Outros: ___________________________________

(1)
Sistemas Compósitos de Isolamento Térmico pelo Exterior
(2)
Rocha calcária muito porosa e absorvente

1.8. Dos tipos de betões apresentados na lista da questão anterior, indicar os que são mais estudados pelo
laboratório atualmente. Código_____

iv
1.9. Projetos mais recentes e relevantes em que o laboratório participou.
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
1.10. O laboratório tem acordos/protocolos com instituições?
Não
Sim Identificar as principais: Universidades
Empresas
Outro(s) tipo(s) de instituição __________________________________

2. ESPAÇO FÍSICO

2.1.Área de implantação do laboratório e nº pisos que ocupa:


Área: ______________________ Nº de pisos______

2.2.Organização do espaço (assinalar apenas o que existe no laboratório)

2.2.1. Salas condicionadas: (câmaras climatizadas)

- câmara seca T:_____HR:_____

- câmara húmida T:_____HR:_____

- outro(s) tipo(s) de salas(s):________________________ T:_____HR:_____

2.2.2. Gabinetes de apoio ao laboratório

2.2.3. Espaços: (ambiente não condicionado)

- armazenamento de provetes em ambiente natural (interior do laboratório) T:_____HR:_____

- para realizar a peneiração de agregados

- de armazenamento de equipamentos

- para armazenamento de material(3)

- para armazenamento de resíduos provenientes dos ensaios

- outro (s)______________________________________________

v
3. ENSAIOS EM BETÃO
3.1.O laboratório possui arquivo atualizado de normas?
Não
Sim Apenas dos ensaios que realiza
Outros tipos de normas ______________________
3.2. Dos ensaios que o laboratório realiza, e que não seguem as normas/especificações, o laboratório
detém algum registo documentado dos procedimentos internos?
Não
Sim Exemplo de um ensaio:_________________________________________________________
3.3. O laboratório tem disponíveis fichas de registo de dados para cada tipo de ensaio que realiza?
__________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3.4. Dos ensaios apresentados na seguinte lista, selecionar os ensaios que o laboratório realiza:
ENSAIOS DE BETÃO NO ESTADO FRESCO

Norma/especificação Outro tipo O ensaio é


Código Ensaio Sim
sugerida de norma acreditado (4)
1 Amostragem NP EN 12350-1
2 Ensaio de abaixamento NP EN 12350-2
3 Ensaio Vêbê NP EN 12350-3
4 Grau de compactabilidade NP EN 12350-4
5 Ensaio da Mesa de espalhamento NP EN 12350-5
6 Massa volúmica NP EN 12350-6
7 Determinação do teor de ar – Método pressiométrico NP EN 12350-7
8 Betões auto-compactáveis - espalhamento pr EN 12350-8
9 Betões auto-compactáveis – escoamento no funil V pr EN 12350-9
10 Betões auto-compactáveis – espalhamento na caixa L pr EN 12350-10
11 Betões auto-compactáveis – resistência à segregação pr EN 12350-11
12 Betões auto-compactáveis – espalhamento com anel J pr EN 12350-12
13 Exsudação do betão ASTM C232
14 Outros ensaio(s) _________________________________________

ENSAIOS DE BETÃO NO ESTADO ENDURECIDO

Norma/especificação O ensaio é
Código Ensaio Outro tipo de norma Sim
sugerida acreditado (4)
15 Resistência à compressão dos provetes de ensaio NP EN 12390-3
16 Resistência à flexão dos provetes NP EN 12390-5
17 Resistência à tração por compressão diametral NP EN 12390-6
18 Resistência à abrasão LNEC E 396
19 Determinação do módulo de elasticidade em compressão LNEC E 397
20 Massa volúmica NP EN 12390-7
21 Determinação do coeficiente de fluência em compressão LNEC E 399
22 Determinação da retração e da expansão LNEC E 398
23 Profundidade de penetração de água sob pressão NP EN 12390-8
25 Espessura de elementos laminares. Impacto-eco ASTM C 1383-04
26 Determinação do índice esclerométrico NP EN 12504-2
27 Medição da velocidade de propagação dos ultrassons NP EN 12504-4
28 Determinação da força de arranque NP EN 12504-13
29 Outro(s)
ensaio(s)___________________________________

vi
ENSAIOS DE DURABILIDADE

Norma/especificação Outro tipo de O ensaio é


Código Ensaio Sim
sugerida norma acreditado (5)

25 Carbonatação acelerada LNEC E 391


26 Difusão de cloretos – ensaio de migração LNEC E 463
27 Absorção de água por capilaridade LNEC E 393
28 Absorção de água por imersão (pressão atmosférica) LNEC E 394
29 Absorção de água por imersão (sob vácuo) LNEC E 395
Permeabilidade à água superficial sob pressão – método
LNEC E 475
30 GWT
31 Permeabilidade ao ar. Método de Torrent SN 505 262/1
32 Permeabilidade ao oxigénio LNEC E 392
33 Permeabilidade ao gás --
34 Difusão de gás --
Resistência à penetração de iões cloreto - ensaio acelerado
ASTM C 1202-10
35 sob ação de um campo eléctrico
(6)
36 Coeficiente de difusão do cloro
(6)
37 Resistividade elétrica
Outro(s)
38 ensaio(s)__________________________________________________________

3.5. A partir da lista de ensaios anteriormente apresentada, responder às seguintes questões:


3.5.1. Ensaios realizados com maior frequência?

Número do ensaio Periodicidade Possíveis causas

3.5.2. Ensaios realizados com menor frequência?

Número do ensaio Periodicidade Possíveis causas

4. EQUIPAMENTOS
4.1. Existe inventário dos equipamentos? Não Sim
4.2. Existem fichas/instruções /manuais para utilização dos equipamentos do laboratório?
Não
Sim . Que tipo de informação contêm?______________________________________________________
________________________________________________________________________________
4.3. Existem procedimentos de manutenção dos equipamentos?
Não
Sim . Que tipo de informação contêm?_____________________________________________

vii
4.4. Equipamentos que têm manutenção periódica (indicar apenas três)

Manutenção (assinalar com )


Equipamento Periodicidade da manutenção
No próprio laboratório Numa empresa externa

4.5. Existe plano de calibração dos equipamentos? Não Sim


4.6.Equipamentos que são calibrados periodicamente (indicar apenas três)

Calibração (assinalar com (X))


Equipamento Periodicidade da calibração
No próprio laboratório Numa empresa externa

4.7. Existem equipamentos no laboratório que já não são utilizados?


Não
Sim Justificação: Nova norma de ensaio que inviabilizou a utilização do equipamento
Avaria irreparável
Outra(s) causa(s)____________________________________

4.8. Quem faz a reparação dos equipamentos danificados?


Pessoal interno Pessoal externo

4.9. Qual é o equipamento usado com maior frequência?

Equipamento Periodicidade Possíveis causas

4.10. Qual é o equipamento usado com menor frequência?

Equipamento Periodicidade Possíveis causas

4.11.Equipamentos mais relevantes que o laboratório possui (equipamento pouco comum, inovador):

Equipamento Descrição

viii
5. CORPO TÉCNICO e UTILIZADORES

5.1. Selecionar o tipo de técnicos do laboratório, indicar o número de técnicos com formação geral ou
específica.
Total de Corpo técnico com formação

Sim
Corpo técnico e utilizadores (assinalar com (X)) técnicoss Geral Específica (7)
 Técnicos de laboratório, (tipos sugeridos): Diretor
Assistente(s) técnico(s)
Técnico(s) superior(es)
Outros tipos de técnicos
 Professores
 Alunos
 Pessoal externo (por exemplo, utilizadores de outras universidades)
 Outro(s) tipo(s) de utilizadore(s)

5.2.Qual é a estrutura (organograma) do pessoal relacionado com o laboratório? *

5.3.Qual é o nível de ocupação diária do laboratório?______________

5.4.Qual é a função dos técnicos de laboratório? (referido na questão 5.1)


Técnico Assistente Outros tipos
Função Diretor
superior técnico de técnicos

Coordenar, controlar e supervisionar os ensaios de laboratório


Aprovar a recepção das amostras (provetes)
Realização dos ensaios
Apoiar os utilizadores do laboratório na realização dos
ensaios
Apoio no manuseamento dos equipamentos
Elaborar os relatórios dos ensaios e a respectiva verificação
interna
Calibração dos equipamentos
Manutenção dos equipamentos
Gestão do laboratório
Outro(s) tipo(s) de funçõe(s): ________________________

6. SERVIÇOS/CLIENTES
RVIÇO/CLIENTES
6.1.Que serviços o laboratório presta?

(colocar um ( ) nas opções indicadas e indicar a distribuição de cada tipo de serviço, em percentagem (8) )

Serviços a empresas relacionadas com a indústria da construção (Consultadoria) ____%


Apoio a projetos de investigação ____%
Apoio a alunos de mestrado/doutoramento ____%
Apoio ao ensino ____%
Outro (s) serviço (s) ______________________________________________________ ____%

ix
6.2.O laboratório possui viatura própria para recolha de amostras ou material in situ, realização
de campanhas experimentais in-situ, entre outras actividades?
Não Sim

6.3.Quais são os tipos de clientes do laboratório?


Empresas
Universidades
Pessoas individuais
Outro(s) tipo(s) de cliente(s) Qual?: _____________________________

6.4.Quantidade de clientes (dados anuais):_____________________________________________

6.5.Existe algum tipo de divulgação / publicidade?


Não
Sim - Meios utilizados: Site na internet
Revistas
Artigos internacionais
Outro(s) meio(s) _________________
-Tipo de informação divulgada: Ensaios realizados
Indicação das normas que são seguidas
Informação de preços dos ensaios
Resultados de investigações desenvolvidas
Outro(s) tipo(s) de informação divulgada: _______
_________________________________________________________________________________

7. LOGÍSTICA

7.1. Espaço para o armazenamento dos resíduos sólidos provenientes dos ensaios (caso exista)
Área_____m2
Número de contentores armazenados no laboratório
Capacidade de cada contentor_______ton_________m3

7.2. Recolha dos resíduos do laboratório

O laboratório possui meios próprios para recolha dos resíduos

A recolha de resíduos é feita por uma empresa externa

Outra(s) opções(s)_______________________________

Informação de caráter confidencial

x
8. QUALIDADE

8.1. Atualmente, o laboratório é certificado?


Não
Sim Entidade certificadora:_______________________________________________ Ano_____

Se a questão anterior for afirmativa, responder à seguinte questão:

8.2. Quais foram as alterações, caso existam, no funcionamento do laboratório devido à


certificação?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

9. ADMINISTRAÇÃO

9.1. Intervalo de variação de preços/exemplo de ensaio


(Se o laboratório tiver o catalogo de preços disponível, pedir essa informação e incluir em anexo)

Ensaio Custo Nome do ensaio ou conjunto de ensaios

Mais dispendioso
Menos dispendioso

9.2. Que critérios são utilizados para a atribuição dos preços dos ensaios? (Assinalar com
numeração por ordem de importância)
Tempo despendido na realização do ensaio
Custo de aquisição do equipamento
Custo de manutenção do equipamento
Custo de mão-de-obra especializada
Outro(s) critério(s)_______________________

10. LIMPEZA

10.1. Com que periodicidade é feita a limpeza do laboratório?


__________________________________________________________________________________
10.2. Quem faz a limpeza?
Técnicos do laboratório
Entidades externas de limpeza
Entidades interna de limpeza
Informação com caráter confidencial

xi
11. ADMINISTRAÇÃO

11.1. Quais são os aspetos a melhorar nos ensaios na área dos betões?

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

11.2. Que outros aspetos o laboratório pretende melhorar no futuro?

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

11.3. De que forma poderia haver mais colaboração entre laboratórios?

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

xii
xiii
ANEXO B

Normas e especificações dos ensaios em betões

no estado fresco, no estado endurecido e ensaios de durabilidade

xiv
Lista de normas e especificações relacionadas com betões

Para a caracterização de betões, no estado fresco e endurecido, e as suas características de


durabilidade, o presente estudo contém uma listagem com o seguinte conteúdo:

 Lista das Normas dos ensaios de betões no estado fresco (apresentada nos quadros B2.1).
Incluiu-se algumas Pré-Normas Europeias (pr EN) relacionadas com ensaios de betões auto-
compactável.
 Lista das Normas e Especificações LNEC dos ensaios de betões no estado endurecido
(apresentada no quadro B3.1).
 Lista das Normas e Especificações LNEC dos ensaios de durabilidade de betões (apresentada
no quadro B4.1). Opta-se por incluir neste quadro alguns ensaios não realizados no LC e
respetivas Normas e Especificações LNEC pois verificou-se que são usadas noutros
laboratórios visitados durante o trabalho de campo.
 Lista de normas e procedimentos estrangeiros (não se incluem nesta lista as EN) usados em
ensaios de betões (apresentada no quadro B5.1).

É importante salientar que a presente lista foi feita entre os dias 20 a 24 de Outubro de 2012.

Para melhor interpretar a informação contida na lista de Normas e Especificações LNEC (quadros
B2.1 à B5.1), é apresentado a legenda no quadro B1.1:

Quadro B1.1: Legenda dos quadros B2.1 á B5.1.

Legenda
Local de consulta:
LC-IST: Laboratório de Construção do IST; - Norma não disponível
BC-IST: Biblioteca Central do IST. √ Norma disponível

xv
Quadro B2.1 - Lista de Normas dos ensaios de betões no estado fresco.

Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato digital
LC-IST BC-IST LC-IST LC-IST
NP EN 12350-1 Amostragem - √ - √
NP EN 12350-2 Ensaio de abaixamento √ √ - √
NP EN 12350-3 Ensaio vêbê - √ - √
NP EN 12350-4 Grau de compactabilidade - √ - √
NP EN 12350-5 Ensaio da mesa de espalhamento - √ - √
NP EN 12350-6 Massa volúmica - √ - -
2002
NP EN 12350-7 Determinação do teor de ar - Método pressiométrico - √ - -
pr EN 12350-8 Ensaio no estado fresco - Espalhamento - - - -
pr EN 12350-9 Ensaio no estado fresco - Escoamento no funil V - - - -
pr EN 12350-10 Ensaio no estado fresco - Escoamento na caixa L - - - -
pr EN 12350-11 Ensaio no estado fresco - Resistência à segregação - - - -
pr EN 12350-12 Ensaio no estado fresco - Espalhamento com anel J - - - -
NP 87 1964 Ensaio de abaixamento – consistência do betão √ - - -
NP 1384 Betões: determinação da massa volúmica do betão fresco √ - - -
NP 1385 1976 Betões: determinação da composição do betão fresco √ - - -
NP 1387 Betões: determinação dos tempos de presa √ - - -

xvi
Quadro B3.1 - Lista de Normas e Especificações dos ensaios de betões no estado endurecido.

Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato em papel
LC-IST LC-IST LC-IST LC-IST
Betões endurecidos – forma, dimensão e requisitos para ensaio de provetes e para
NP EN 12390-1 √ √ - √
moldes.
NP EN 12390-2 Execução e cura dos provetes para ensaios de resistência mecânica - √ - -
NP EN 12390-3 Resistência à compressão dos provetes de ensaio - √ - √
NP EN 12390-4 2003 Resistência à compressão - características das máquinas de ensaio - √ - -
NP EN 12390-5 Resistência á flexão dos provetes - √ - -
NP EN 12390-6 Resistência á tração por compressão dos provetes - - - √
NP EN 12390-7 Massa volúmica do betão endurecido - √ - -
NP EN 12390-8 Profundidade de penetração da água sob pressão √ √ - -
NP EN 12504-1 Carotes – extração, exame e ensaios à compressão - √ - -
2003
NP EN 12504-2 Ensaio não destrutivo – determinação do índice esclerométrico - √ - -
NP EN 12504-3 2007 Ensaio da determinação da força de arranque - - - √
NP EN 12504-4 2007 Medição da velocidade de propagação dos ultrassons - - - √
NP 1386 1976 Betões: determinação da fluência em compressão √ - - -
LNEC E 396 Resistência à abrasão √ - - -
LNEC E 397 1993 Betões: determinação do módulo de elasticidade em compressão √ - - -
LNEC E 398 Betões: determinação da retração e da expansão √ - - -
LNEC E 399 1993 Betões: determinação da fluência em compressão √ - - -
LNEC E 226 Ensaio de compressão de um provete √ - - -
1968
LNEC E 227 Ensaio de flexão de um prisma √ - - -

xvii
Quadro B4.1 - Lista de Normas e Especificações dos ensaios de durabilidade de betões.

Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato em papel
LC-IST LC-IST LC-IST LC-IST
LNEC E 391 Betões – Determinação da resistência à carbonatação √ - - -
LNEC E 392 Permeabilidade ao oxigénio(1) - - - -
LNEC E 393 1993 Absorção de água por capilaridade - - - -
LNEC E 394 Absorção de água por imersão (pressão atmosférica) - - - -
(1)
LNEC E 395 Absorção de água por imersão (sob vácuo) - - - -
Betões – Determinação do coeficiente de difusão de cloretos por ensaio de migração em
LNEC E 463 2004 √ - - -
regime não estacionário
Betões – metodologia prescritiva para uma vida útil de projeto de 50 e 100 anos face às
LNEC E 464 √ - - -
ações ambientais
2005 Betões – metodologia para estimar as propriedades de desempenho do betão que
LNEC E 465 permitem satisfazer a vida útil de projeto de estruturas de betão armado e pré-esforçado √ - - -
sob as exposições ambientais XC e XS
LNEC E 475 2007 Permeabilidade à água superficial sob pressão – método GWT √ - - -
(2) (1)
Permeabilidade ao gás - - - -
(2) (1)
Difusão de gás - - - -

(1)
ensaio não realizado no (LC)
(2)
não foi encontrada Norma publicada.

xviii
Quadro 5.1 - Lista de Normas e procedimentos estrangeiros usados em ensaios de betões.

Local de consulta
Nº Ano Designação Formato em papel Formato em papel
LC-IST LC-IST LC-IST LC-IST
ASTM C231 1991 Standard Test Method for Air Content of Freshly Mixed Concrete by the Pressure Method √ - - -
ASTM C232 2009 Standard Test Methods for Bleeding of Concrete - - - -
Standard Test Methods for Time of Setting of Concrete Mixtures by Penetration
ASTM C403 1992 √ - - -
Resistence
Testing concrete – Method for determination of the compressive strength of concrete
BS 1881:Part 120 1983 √ - - -
cores
BS 1881:Part 124 1988 Testing concrete – Method for analysis of hardened concrete √ - - -
BS 1881:Part 202 1986 Testing concrete – Recommendations for surface hardness testing for rebound hammer √ - - -
Standard Test Method for Fundamental Transverse, Longitudinal , and Torsional
ASTM C215 1991 √ - - -
Frequencies of Concrete Speciments

ASTM C496 1996 Standard Test Method for Splitting Tensile Strength of Cylindrical Concrete Speciments √ - - -

BS 1881:Part 122 1983 Testing concrete – Method for determination of water absorption √ - - -
BS 1881: Part 204 1988 Testing Concrete - Recommendations on the use of electromagnetic covermeters - - - -
Resistência à penetração dos iões de cloreto – ensaio acelerado sob ação de um campo
ASTM C 1202 2010 - - - -
elétrico
(3)
Coeficiente de difusão do cloro - - - -
(3) (1)
Resistividade elétrica - - - -
SN 505 262/1 2003 Permeabilidade ao ar – método de Torrent - - - -

(1)
ensaio não realizado no (LC)
(3)
ensaio baseado no Procedimento CTH rapid méthod desenvolvido por Lupin

xix
ANEXO C

Tabelas complementares relativas à análise do funcionamento

dos laboratórios
XXI
C1. Materiais ensaiados nos laboratórios

Quadro C1.1 – Materiais ensaiados nos laboratórios

Laboratórios
Tipo de Material
Lab 1 Lab 2 Lab3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab 11 Lab 12 Lab 13

Argamassas x x x x x x x x
Betões x x x x x x x x x x x x x
Caldas de injeção x x x x x
Misturas betuminosas x
Solos x x
Cimentos x x x x x x
Adjuvantes x x x x
Agregados x x x x x x x x x x x
Madeira
Aço
ETICS
Materiais poliméricos

xxii
C2. Betões ensaiados nos laboratórios
Quadro C2.1– Betões ensaiados nos laboratórios

Laboratórios
Tipo de betões
Lab 1 Lab 2 Lab 3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab 11 Lab 12 Lab 13

Dosagem prescrita x/- x/x x/- x/-


Estrurural tradicional x/x x/- x/x x/x x/x x/x x/x x/x x/x x/x x/x
Leve / escórias de altos fornos x/- x/- x/- x/-
Leve / argila expandida x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Leve /diatomita x/- x/-
Leve/ cinzas volantes x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Leve / ardósia x/-
Leve / escórias vulcânicas x/- x/- x/-
Alta resistência x/x x/- x/x x/- x/- x/-
Elevada resistência inicial x/- x/x x/-
Baixa retração x/- x/- x/x x/-
Arquitetónico branco x/- x/- x/- x/- x/-
Arquitetónico colorido x/- x/- x/- x/x x/-
Auto-compactável x/- x/- x/- x/x x/- x/x x/x x/x x/-
Hidrófogo x/x x/- x/- x/- x/-
Submerso x/- x/- x/-
Drenante x/- x/- x/- x/- x/-
Com agregados reciclados x/- x/x x/- x/-
Com prévia colocação de agregados x/-
Com fibras metálicas x/-
Com agregados recoperados x/- x/-
Texturado x/-
Pesado x/-
Legenda: x/- betão ensaiado
x/x betão ensaiado com frequência elevada

xxiii
C3. Aspetos físicos dos laboratórios

Quadro C3.1– Área media e nº de pisos dos laboratórios

Área média de
Laboratórios Nº de pisos
implatação

Lab 1 250 1
Lab 2 ≥ 1500 4
Lab 3 755 2
Lab 4 1000 2
Lab 5 635 2
Lab 6 325 2
Lab 7 100 1
Lab 8 350 1
Lab 9 200 1
Lab 10 383 1
Lab 11 1200 1
Lab 12 850 1
Lab 13 300 1

xxiv
C4. Ensaios realizados com base em procedimentos internos dos laboratórios

Quadro C4.1– Ensaios realizados com base em procedimentos internos dos laboratórios

Existência de registos de
Laboratórios Ensaios realizados com base em procedimentos internos
procedimento interno

- Medição da velocidade dos ultrassons.


Lab 1 sim
- Determinação do índice esclerométrico.
Lab 2 sim - Permeabilidade à água superficial sob pressão.
Lab 3 sim - Determinação do teor de ar*.
Lab 4 não -
- Secagem dos agregados (através do micro-ondas).
Lab 5 sim
- Permeabilidade do betão.
Lab 6 não -
- Ensaio do deslize.
Lab 7 sim
- Ensaio para realização de amassaduras laboratoriais.
Lab 8 sim - Ensaio de solo – cimento.
Lab 9 sim - Deteção de armaduras.
Lab 10 sim - Ensaio de rochas.
- Determinação do carbono inorgânico por cal aérea.
Lab 11 sim
- Determinaçao do carbono orgânico por infravermelhos.
Lab 12 sim - Medição da resistividade elétrica.
- Determinação da retração.
Lab 13 sim
- Determinação de penetração de água sob pressão.

* Alguns registos de procedimentos internos encontram-se em fase de elaboração.

xxv
C5. Ensaios em betão no estado fresco nos laboratórios – normas e procedimentos adotados, acreditação e frequência de
ensaio

Quadro C5.1– Ensaios em betão no estado fresco nos laboratórios – normas e procedimentos adotados e acreditação

Laboratórios (Ensaios / Acreditação)

Ensaio Norma
Lab 1 Lab 2 Lab 3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab 11 Lab 12 Lab 13

Amostragem NP EN 12350-1 x/- x/- x/x x/- x/- x/- x/-


Ensaio de abaixamento NP EN 12350-2 x/- x/x x/- x/x x/x x/- x/- x/x x/- x/- x/- x/-
Ensaio Vêbê NP EN 12350-3 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Grau de compactabilidade NP EN 12350-4 x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Ensaio da mesa de espalhamento NP EN 12350-5 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Massa volúmica NP EN 12350-6 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Determinação do teor de ar -
NP EN 12350-7 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
método pressiométrico
B.A. - espalhamento NP EN 12350-8 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
B.A. - escoamento no funil V NP EN 12350-9 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
B.A. - espalhamento na caixa L NP EN 12350-10 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
B.A. - resistência à segregação pr EN 12350-11 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
B.A. - espalhamento com anel J pr EN 12350-12 x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Exsudação do betão ASTM C232 x/- x/- x/- x/-
Ensaio de deslize proced. interno x/-

Legenda: x/- ensaio realizado / não acreditado


x/x ensaio realizado / acreditado

xxvi
Quadro C5.2– Ensaios em betão no estado fresco nos laboratórios – frequência de ensaio

Laboratórios (Ensaio mais ou menos frequente/Periodicidade)


Ensaio
Lab 1 Lab 2 Lab 3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9 Lab 10 Lab11 Lab 12 Lab 13
Amostragem x/2
Ensaio de abaixamento x/2 x/6 x/2 x/2 x/2 ●/4 x/2
Ensaio Vêbê ●/4 ●/4 ●/5
Grau de compactabilidade ●/4
Ensaio da mesa de espalhamento x/2 ●/4 x/2
Massa volúmica x/6 x/2 x/2 x/2
Determinação do teor de ar - método
●/2 x/2 x/2 x/2
pressiométrico
B.A. - espalhamento x/2 x/2
B.A. - escoamento no funil V
B.A. - espalhamento na caixa L
B.A. - resistência à segregação
B.A. - espalhamento com anel J
Exsudação do betão ●/4
Ensaio de deslize x/2

1 diário x ensaio mais frequente


2 semanal ● ensaio menos frequente
3 semestral
4 anual
5 exporádico
6 consoante os pedidos

xxvii
C6. Ensaios em betão no estado endurecido nos laboratórios – normas adotadas, especificações e procedimentos adotados,
acreditação e frequência de ensaio

Quadro C6.1– Ensaios em betão no estado endurecido nos laboratórios – normas, especificações e procedimentos adotados e acreditação

Laboratórios (Ensaios / Acreditação)


Ensaio Norma
Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Resistência à compressão dos provetes de ensaio NP EN 12390-3 x/- x/x x/- x/x x/x x/x x/- x/x (2) x/x x/x x/x x/- x/-
Resistência à flexão dos provetes NPEN 12390-5 x/- x/x x/- x/x x/- x/- x/x (3) x/- x/- x/- x/-
Resistência à tração por compressão diametral NP EN 12390-6 x/x x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Resistência à abrasão LNEC E 396 x/- x/-
Determinação do módulo de elasticidade em
LNEC E 397 x/x x/- x/- x/-
compressão
Massa volúmica NP EN 12390-7 x/- x/x x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
Determinação do coeficiente de fluência em
LNEC E 399 x/- x/-
compressão
Determinação da retração e da expansão LNEC E 398 x/- x/- x/- x/x x/- x/- x/-
Profundidade de penetração de água sob pressão NP EN 12390-8 x/- x/- x/x x/x x/- x/x
Espessura de elementos laminares.Impacto-eco ASTM C 1383 x/x
x/-
Determinação do índice esclerométrico NP EN 12504-2 (1) x/- x/- x/x x/- x/- x/- x/- x/- x/- x/-
x/-
Medição da velocidade propagação dos ultrassons NP EN 12504-4 (1) x/- x/- x/x x/- x/- x/-
Determinação da força de arranque NP EN 12504-13 x/- x/- x/- x/- x/-
Ensaio de penetração da sonda (pistola de windsor) ASTM C 803 x/- x/-

Legenda: x/- ensaio realizado / não acreditado (1)


ensaio realizado através de procedimento interno
x/x ensaio realizado / acreditado (2)
ensaio realizado através da especificação LNEC E 226
(3)
ensaio realizado através da especificação LNEC E 227

xxviii
Quadro C6.2 – Ensaios em betão no estado endurecido nos laboratórios – frequência de ensaio

Laboratórios (Ensaio mais ou menos requente / Periodicidade)

Ensaio
Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

Resistência à compressão dos provetes de ensaio x/2 x/1 x/1 x/1 x/1 x/1 x/2 x/2 x/2 x/2 x/1 x/1
Resistência à flexão dos provetes x/2 ●/4 x/2 ●/4 ●/4 ●/6 (4)
Resistência à tração por compressão diametral
Resistência à abrasão ●/3
Determinação do módulo de elasticidade em compressão
Massa volúmica
Determinação do coeficiente de fluência em compressão
Determinação da retração e da expansão ●/6(4)
Profundidade de penetração de água sob pressão ●/4 ●/6 (4)
Espessura de elementos laminares.Impacto-eco x/1
Determinação do índice esclerométrico x/2
Medição da velocidade propagação dos ultrassons
Determinação da força de arranque

Ensaio de penetração da sonda (pistola de windsor)

(4)
1 diário x ensaio mais frequente Ensaios pedidos para serem executados no LNEC ou na APEB
2 semanal ● ensaio menos frequente
3 semestral
4 anual
5 exporádico
6 consoante os pedidos

xxix
C7. Ensaios de durabilidade de betões nos laboratórios – normas, especificações e procedimentos adotados, acreditação
e frequência de ensaio

Quadro C7.1– Ensaios de durabilidade em betões nos laboratórios – normas, especificações e procedimentos adotados e acreditação

Laboratórios (Ensaios / Acreditação)


Ensaio Norma
Lab Lab Lab Lab
Lab 1 Lab 2 Lab 3 Lab 4 Lab 5 Lab 6 Lab 7 Lab 8 Lab 9
10 11 12 13
Carbonatação acelerada LNEC E 391 x/x x/- x/- (2) x/-
Difusão de cloretos - ensaio de
LNEC E 463 x/x x/- x/- x/- x/-
migração
Absorção de água por capila-ridade LNEC E 393 x/- x/- x/- x/x x/- x/- x/- x/- x/-
Absorção de água por imersão
LNEC E 394 x/- x/- x/- x/x x/x x/- x/- x/-
(pressão atmosférica)
Absorção de água por imersão (sob
LNEC E 395 x/- x/-
vácuo)
Permeabilidade à água superficial
LNEC E 475 x/x x/-
sob pressão - metodo GWT
Permeabilidade ao ar - método de
SN 505 262/1 x/x
Torrent
Permeabilidade ao oxigénio LNEC E 392 x/x x/- x/-
(2)
Permeabilidade ao gás x/- (2) x/-
(2)
Difusão de gás x/- (2)
Resistência à penetração de iões
cloreto - ensaio acelerado sob ação
ASTM C 1202 x/x x/- x/x x/- x/- x/-
de um campo eléctrico (AASTHO T-
227)
(1)
Resistividade elétrica x/- (2) x/- x/- x/- x/- x/-
Legenda: x/- ensaio realizado / não acreditado
x/x ensaio realizado / acreditado
(1)
Ensaio baseado no procedimento CTH Rapid Method desenvolvimento por Luping
(2)
Ensaio baseado no procedimento interno

xxx
Quadro C7.2 – Ensaios de durabilidade em betões nos laboratórios - frequência de ensaio

Laboratórios (Ensaio mais ou menos frequente/periodicidade)


Ensaio
Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab Lab
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
Carbonatação acelerada x/1
Difusão de cloretos - ensaio de migração x/2
Absorção de água por capilaridade
Absorção de água por imersão (pressão atmosférica)
Absorção de água por imersão (sob vácuo)
Permeabilidade à água superficial sob pressão - metodo
GWT
Permeabilidade ao ar - método de Torrent
Permeabilidade ao oxigénio x/6 ●/3
Permeabilidade ao gás
Difusão de gás
Resistência à penetração de iões cloreto - ensaio
acelerado sob ação de um campo eléctrico
Medição da velocidade propagação dos ultrassons
Resistividade elétrica ●/4 ●/4 x/1,2

1 diário
2 semanal
3 semestral
4 anual
5 exporádico
6 consoante os pedidos
x ensaio mais frequente
● ensaio menos frequente

xxxi
C8. Tipo de manutenção e calibração da prensa em cada laboratório e respetiva periodicidade

Quadro C8.1– Tipo de manutenção e calibração da prensa de ensaio em cada laboratório e respetiva periodicidade

Manutenção Calibração
Laborátorios
Interna Externa Periodicidade Interna Externa Periodicidade
Lab 1 x sem periodicidade* x Sem periodicidade*
Lab 2 x mensal x anual
Lab 3 x sem periodicidade* x Sem periodicidade*
Lab 4 x x mensal x semestral
Lab 5 x trimestral x anual
Lab 6 x bienal x anual
Lab 7 x anual x anual
Lab 8 x anual x anual
Lab 9 x sem periodicidade* x anual
Lab 10 x semestral x anual
Lab 11 x anual x anual
Lab 12 x anual x anual
Lab 13 x semestral x anual

*Calibração/periodicidade, dependendo das verbas.

xxxii
C9. Categoria, formação, função, ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.

Quadro C9.1– Categoria, formação e ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.

Total de Nivel de FORMAÇÃO


Nome do Tipo de
Técnicos e utilizadores Categoria técnicos e ocupação
laboratório laboratório Específica(3) Geral
utilizadores media diária
Diretor Diretor 1 1
Técnico superior Técnico superior 1 1
Assistente técnico Assistente técnico 1 1
Lab 1
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4)
Bolseiros de investigação Bolseiro de investigação variável(4) 7
Pessoal externo Pessoal externo (1) variável(4)
Pessoal externo Pessoal externo (1) variável(4)
Coordenador geral dos laboratório Coordenador geral dos laboratório 1 1
Diretor do laboratório Diretor 1 1
Lab 3 Público
Assistente técnico Assistente técnico 2 10 2
Técnico geral dos laboratório Assistente operaciona l(2) 1 1
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4)
Chefe de núcleo Diretor 1 1
Técnico superior Técnico superior 8 8
Lab 2 Assistente técnico Assistente técnico 3 3
Assistente operacional Assistente operacional 1 13 1
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4)
Bolseiros de investigação Bolseiro de investigação variável(4)
Pessoal externo Pessoal externo (1) variável(4)
(1) (2)
Utilizadores de outros laboratórios Desempenha funções de técnico geral dos laboratórios
(3) (4)
Formação especializada na área que desenvolve Os utilizadores não pertencem ao corpo técnico pelo que o seu número é variavel.

xxxiii
Quadro C9.2 – Categoria, formação e ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.

Total de Nivel de FORMAÇÃO


Nome do Tipo de
Técnicos e utilizadores Categoria técnicos e ocupação
laboratório laboratório Específica(3) Geral
utilizadores media diária
Diretor Diretor 1 1
Lab 4
Assistente técnico Assistente técnico 6 7 5 1
Pessoal externo Pessoal externo (1) variável(4)
Diretor/Responsável da qualidade Diretor 2 2
Analista Técnico superior 1 1
Auxiliar Assistente técnico 1 1
Lab 5
Técnico Assistente operacional 1 3 1
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4)
Pessoal externo Pessoal externo (1) variável(4)
Privado Diretor técnico qualidade Diretor 1 1
Técnico coordenador Técnico superior 2 2
Lab 6
Oficial de laboratório Assistente técnico 4 4 4
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4)
Diretor técnico Diretor 2 2
Assistente técnico Assistente técnico 1 1
Lab 7 Operador técnico Assistente operacional 1 1
2
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4)
Pessoal externo Pessoal externo (1) variável(4)
(1) (3) (4)
Utilizadores de outros laboratórios Formação especializada na área que desenvolve Os utilizadores não pertencem ao corpo técnico pelo que o seu número é variavel.

xxxiv
Quadro C9.3 – Categoria, formação e ocupação diária dos técnicos e utilizadores, nos laboratórios.
Nome do Tipo de Total de técnicos Nivel de ocupação FORMAÇÃO
Técnicos e utilizadores Categoria
laboratório laboratório e utilizadores media diária Específica(3) Geral
Responsável da qualidade Diretor 1 1
Responsável técnico Técnico superior 1 1
Lab 8 Responsável área Assistente técnico 3 2 1
Público 9
Operadores Assistente operacional 4 1
Alunos Aluno variável(4)
Pessoal externo Pessoal externo(1) variável(4)
Gestor do laboratório Diretor 1 1
Lab 9
Privado Responsável técnico Técnico superior 1 2 1
Técnico Assistente técnico 1 1
Responsavel técnico de laboratório Diretor 1 1
Lab 10 Coordenador de laboratório Coordenador de Laboratório 1 1
Público/
Responsável da qualidade Responsável da qualidade 1 8 1
privado
Técnico superior Técnico superior 2 2
Técnico laboratório Assistente técnico 3 3
Diretor Diretor 1 1
Lab 11 Técnico superior Técnico superior 3 3
Privado 10
Operadores Assistente técnico 6 6
Estagiários Bolseiro de investigação variável(4)
Lab 12 Diretor do laboratório Diretor 1 1
Técnico superior Técnico superior 1 1
Público Assistente técnico Assistente técnico 1 6 1
Professores Professor variável(4)
Alunos Aluno variável(4) l
Diretor Diretor 1 1
Lab 13
Privado Técnico superior Técnico superior 1 2 1
Técnico laboratório Assistente técnico 2 1 1
(1) (3) 4)
Utilizadores de outros laboratórios Formação especializada na área que desenvolve Os utilizadores não pertencem ao corpo técnico pelo que o seu número é variavel.

xxxv
Quadro C9.4 – Funções de cada categoria de técnicos e utilizadores dos laboratórios.

dos equipamentos

ensaios (boletins)

Manutenção dos
supervisionar os

Calibração dos
manuseamento
utilizadores do
Realização dos

laboratório na

Notas técnicas
realização dos

equipamentos

equipamentos
relatórios dos
recepção das

Verificações
Elaborar os
Coordenar,

laboratório

laboratório
controlar e

Aprovar a

Relatórios
(provetes)
ensaios de

Gestão do
Apoiar os
amostras

Apoio no

técnicos
internas
ensaios

ensaios
Nome do Categorias de técnicos e
laboratório utilizadores

Diretor x
Técnico superior x x x x x x x x
Lab 1 Assistente técnico x x x x x x x x
Professores
Alunos
Bolseiros de investigação
Pessoal externo x x
Chefe de núcleo x
Técnico superior x x x x x x x x
Assistente técnico x x x x x x
Assistente operacional x x x
Lab 2
Professores
Alunos
Bolseiros de investigação x x
Pessoal externo
Coordenador geral dos
laboratório
Lab 3 Diretor do laboratório x x
Assistente técnico x x x x x x x
Técnico geral dos laboratório (2)
Professores
Alunos x x x

xxxvi
Quadro C9.5 – Funções de cada categoria de técnicos e utilizadores dos laboratórios

Manutenção dos
supervisionar os

Calibração dos
manuseamento
utilizadores do
laboratório na

Notas técnicas
realização dos

equipamentos

equipamentos

equipamentos
relatórios dos
recepção das

Verificações
dos ensaios

Elaborar os
Coordenar,

laboratório

laboratório
controlar e

Realização
Aprovar a

Relatórios
(provetes)
ensaios de

Gestão do
Apoiar os

(boletins)
amostras

Apoio no

internas

técnicos
ensaios

ensaios
Nome do Categorias de técnicos e

dos
laboratório utilizadores

Diretor x x
Lab 4
Assistente técnico x x x x x
Pessoal externo x x x x
Diretor/Responsável da
x x x x x
qualidade
Analista x x x x
Lab 5 Auxiliar x
Técnico x x
Professores
Alunos
Pessoal externo
Diretor técnico qualidade x x
Técnico coordenador x x x x x x x x x
Lab 6 Oficial de laboratório x x x x x x x
Professores
Alunos
Diretor técnico x x
Assistente técnico x x x x x
Lab 7 Operador técnico x x
Professores
Alunos
Pessoal externo x

xxxvii
Quadro C9.6 – Funções de cada categoria detécnicos e utilizadores dos laboratórios

manuseament

equipamentos

equipamentos

equipamentos
supervisionar

relatórios dos
na realização
recepção das
os ensaios de

Manutenção

Verificações
Elaborar os
utilizadores
Coordenar,

laboratório
laboratório

laboratório
Calibração
dos ensaios
dos ensaios
controlar e

Realização
Aprovar a

Relatórios
(provetes)

Gestão do
Apoiar os

(boletins)
amostras

Apoio no

internas

técnicas

técnicos
ensaios

Notas
o dos
Nome do Categorias de técnicos e

dos

dos
do
laboratório utilizadores

Responsável da qualidade x x x x
Responsável técnico x x x x x x
Lab 8
Responsável área x x x x x
Operadores x x x x
Alunos
Pessoal externo
Gestor do laboratório x
Lab 9
Responsável técnico x x x x x x
Técnico x x x x x x
Responsavel técnico de x x x x x x
Lab 10
laboratório de laboratório
Coordenador x x x x x x x
Responsável da qualidade
Técnico superior x x x
Diretor x x
Técnico superior x x x x x x x x
Lab 11
Operadores x x x x x x
Estagiários x x
Diretor do laboratório x x x x
Lab 12 Técnico superior x x x x x x x
Assistente técnico x x x x x x
Professores
Alunos
Pessoal externo
Diretor x x x
Lab 13 Técnico superior x x x x x x x
Técnico laboratório x x x x x x x
Técnico laboratório x

xxxviii

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