A oficina de música no hospital-dia tem como objetivos circunscrever o gozo mortífero do paciente psicótico na música para destinar seu pulsional a outros objetos e possibilitar vínculo social. A música fornece um alicerce para circunscrever o gozo do sujeito de modo distinto da palavra, permitindo que o paciente se situe de novo subjetivamente por meio desta linguagem sem palavras. Na oficina, criam-se músicas e compartilham-se instrumentos sem visar ensinar música, mas trabal
Descrição original:
Tertúlia apresentada no 17º Salão de Extensão da UFRGS
Título original
Tertúlia - oficina de música no dispositivo hospital-dia
A oficina de música no hospital-dia tem como objetivos circunscrever o gozo mortífero do paciente psicótico na música para destinar seu pulsional a outros objetos e possibilitar vínculo social. A música fornece um alicerce para circunscrever o gozo do sujeito de modo distinto da palavra, permitindo que o paciente se situe de novo subjetivamente por meio desta linguagem sem palavras. Na oficina, criam-se músicas e compartilham-se instrumentos sem visar ensinar música, mas trabal
A oficina de música no hospital-dia tem como objetivos circunscrever o gozo mortífero do paciente psicótico na música para destinar seu pulsional a outros objetos e possibilitar vínculo social. A música fornece um alicerce para circunscrever o gozo do sujeito de modo distinto da palavra, permitindo que o paciente se situe de novo subjetivamente por meio desta linguagem sem palavras. Na oficina, criam-se músicas e compartilham-se instrumentos sem visar ensinar música, mas trabal
A Oficina de msica compe, junto com as demais 6 oficinas teraputicas e outros
instrumentos, o dispositivo teraputico Hospital-dia, no intuito de um espao possvel de convivncia social (contato com o outro) de pacientes de estrutura psictica, de diminuio da necessidade de internaes psiquitricas e de promoo da estabilizao (organizao) destes sujeitos. Slide 2: Objetivos da oficina de msica As oficinas teraputicas operam com a produo de uma densidade simblica diferenciada, que consiste em produzir algo, podendo ser um texto, uma msica, uma placa de argila, etc. Tal produto criado sobre uma superfcie material, porm, seu foco no se volta ao produto em si. Slide 3 No se trata, na Oficina de msica, de ensinar e possibilitar uma composio harmnica, mas sim de circunscrever o gozo mortfero (delrios, alucinaes, negativismo, falta da fala, condutas agressivas, dificuldade de convivncia, etc.) do psictico na msica, de modo a destinar o pulsional (seus investimentos psicossociais) a outro(s) objeto(s), possibilitando um lugar de enunciao para o sujeito; podendo, assim, produzir algum vnculo social com a cultura. Slide 4 A msica fornece um alicerce de circunscrio ao gozo do sujeito de modo distinto daquele fornecido pela palavra (lugar de difcil acesso), ela aparece como um modo de linguagem outro, por meio da qual o paciente psictico pode situar-se de um modo novo subjetivamente. Portanto, na Oficina, opera-se com a criao de msicas, escuta de sons e compartilhamento de instrumentos que no visam ensinar os cnones musicais, mas trabalhar com esta linguagem que permite um dizer sem palavras. Slide 5: Descrio da Oficina de Msica Em uma pequena sala, sempre cheia, a oficina ocorre com pelo menos 9 pessoas (somando pacientes, terapeutas e oficineiros). Cada um a seu tempo, em sua singularidade, compartilham do tempo, ritmo, compasso e intervalos harmnicos da msica escolhida para ser tocada ou escutada. Slide 6 No h necessidade de tcnica, s de expresso; e qualquer som produzido, seja no violo (que compartilhado, servindo de objeto simblico para o vnculo social ao ser revezado entre um paciente, um terapeuta e um oficineiro), seja no tamborim, seja no rdio, produz uma escuta do outro, um entendimento de que existem tempos diferentes na singularidade de cada um que so compartilhados em um mesmo tempo no mundo real. Slide 7 A Oficina ainda produz suas msicas: canes de amor contando a histria de Amanda e Alberto; canes existenciais versando sobre o mundo no ser de ningum, mas sim enlaado por muitos atravs do amor; canes sobre o to esperado dia de pizza; e tantas outras sobre os assuntos disponveis na realidade, lugar das potncias afetivas de enlace e vnculo social possvel.