Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cambraia Introdução À Crítica Textual Resenha PDF
Cambraia Introdução À Crítica Textual Resenha PDF
Filologia 7.pmd
191
20/7/2007, 13:18
Resenha.
sa disciplina, que tem mais de dois milnios de existncia e mostrase carente de pesquisadores, em lngua portuguesa, na atualidade.
O livro divido, didaticamente, em oito captulos, a saber:
introduo, breve histrico da crtica textual, a transmisso dos textos, tipos de edio, normas de edio, edio crtica, crtica textual e informtica e crtica textual e ensino. Trata-se no apenas de
mera descrio da disciplina e de suas reas de atuao, mas do
exame de discusses importantes, como a travada acerca da influncia da informtica no campo da crtica textual, no penltimo captulo.
No captulo introdutrio, Cambraia define o escopo da crtica textual, relacionando-o ao fato de que um texto sofre modificaes ao longo do processo de sua transmisso. Logo no incio, o
livro atrai os leitores leigos na matria, ao realizar um jocoso paralelo entre a crtica textual e a brincadeira telefone-sem-fio. Comparando a alterao da frase inicial, que ocorre no jogo, e as alteraes
que sofrem os textos durante sua transmisso, chega-se ao objetivo
da crtica textual: a restituio da forma genuna dos textos.
Aps a definio do objetivo da cincia que assunto da obra,
trata-se dos tipos de modificaes sofridas pelos textos: exgenas
e endgenas. As de primeiro tipo referem-se quelas em que o
material utilizado para registrar um texto corrompido, devido a
fatores naturais, como umidade, sol e insetos, e no-naturais, como
fogo e vandalismo. Processo comum nos captulos seguintes da obra,
segue-se teoria um ou mais exemplos que esclarecem o conceito
anteriormente explicado. No caso particular das modificaes
exgenas, so utilizados os exemplos do Pergaminho Vindel e do Pergaminho Sharrer muito conhecidos pelos estudiosos de filologia e
de literatura medieval pela sua imensa contribuio lrica profana
portuguesa nos quais estudiosos encontraram cantigas e partituras em pergaminhos que serviam de forro a cdices dos sculos
XIV e XVI. A reproduo fac-similada do recto do segundo flio do
Pergaminho Vindel pode ser observada logo aps os exemplos. A
verso medieval portuguesa do Merlim, clssico exemplo de perda
192
Filologia 7.pmd
192
20/7/2007, 13:18
Filologia 7.pmd
193
20/7/2007, 13:18
Resenha.
Filologia 7.pmd
194
20/7/2007, 13:18
classe correspondem as edies fac-similares, diplomticas, paleogrficas e interpretativas, com o grau de interveno do editor crescendo a cada tipo. Novamente, seguindo o modo de construo da
obra, com seus objetivos didticos, porm no menos analticos, so
reproduzidas quatro imagens da carta de Pero Vaz de Caminha, cada
uma representando um tipo de edio citado logo acima.
As edies crticas e genticas, provenientes do cotejo de dois
ou mais testemunhos, so apresentadas a seguir, com a ressalva do
autor de que dedicar um captulo exclusivo edio crtica, devido
complexidade e importncia desta.
As normas de edio, ou seja, os procedimentos que so seguidos durante o processo de edio de um texto, so abordadas no
quinto captulo. Discutem-se, antes dos procedimentos bsicos e das
normas utilizadas em cada tipo de edio, os princpios que devem
nortear a elaborao de um conjunto de normas adequado. Tal discusso revela-se extremamente produtiva, provocando reflexo por
parte do futuro crtico textual, leitor do livro.
A edio crtica e sua complexidade o assunto do sexto
captulo, que inicia por situar o leitor sobre a classificao desse
tipo de edio, j descrita sumariamente no quarto captulo. O
estabelecimento do texto crtico, que segue fundamentalmente o
mtodo lachmanniano, dividido entre a recenso e a reconstituio do texto. O autor mostra, com clareza e didatismo, todo o
processo de elaborao do estema, partindo de exemplos literais
e chegando ao estema da lrica profana galego-portuguesa. Ao
examinar a reconstituio do texto, so comentadas suas principais regras, como a lio mais antiga prefervel, sobre a qual
Cambraia levanta algumas reservas, visto que um copista do sculo XVIII, por ser mais bem preparado, poderia conservar melhor a
lio genuna de um testemunho do que um copista do sculo XIII.
Um modelo bsico de apresentao do texto crtico, a partir da
organizao de todo o material pesquisado, que, segundo o autor,
diz respeito mais propriamente parte especfica da ecdtica,
apresentado ao fim do captulo.
195
Filologia 7.pmd
195
24/7/2007, 12:49
Resenha.
Filologia 7.pmd
196
20/7/2007, 13:18
197
Filologia 7.pmd
197
20/7/2007, 13:18