Você está na página 1de 2

Espinosa - Fantstico.

txt
Domingo, Setembro 04, 2005
Espinosa e a alegria

Para Espinosa, Deus no criou o mundo, ele o mundo. Em outras palavras, tudo o
que existe no mundo Deus, que tambm pode ser pensado como a natureza, ou a
substncia infinita.

Ao contrrio da tradio filosfica, Espinosa no divide o mundo em dois. Para


ele, tudo um. Tanto os corpos como as almas, ou o pensamento, derivam de uma
mesma substncia, que se manifesta nos corpo de uma maneira, e nos espritos, de
outra. Mas nenhum superior ao outro. Os dois manifestam a mesma coisa: a
natureza, que ele chama de Deus.

Da mesma forma, para ele, no existe bem e mal, mas bom e mau encontro. Para
qualquer forma existente no mundo, h dois tipos bsicos de encontro: um bom e
um mau encontro de corpo, ou de alma.

da natureza do corpo, incluindo o corpo humano, afetar e ser afetado por


outros corpos. Se o corpo que nos afeta se compe com o nosso, a sua capacidade
de agir se adiciona nossa, e provoca um aumento de nossa potncia. Isto
alegria.

Um mau encontro aquele em que um corpo que se relaciona com o nosso no


combina com ele e tende a decompor, ou destruir, a relao do nosso corpo
consigo mesmo, e com os outros, o que nos leva diminuio, e conseqentemente,
tristeza. O mesmo acontece com a alma.

O afeto , ento, a potncia de agir de um corpo. Quando a potncia de agir


aumenta, sinto alegria, e quando diminui, sinto tristeza. Para ele, a nica
afeio a alegria. Todos os outros afetos so derivaes dela. A tristeza
somente ausncia de alegria. O amor a alegria acompanhada de uma causa
exterior. Assim como o dio a ausncia de alegria acompanhada de uma causa
exterior.

Por isso, enquanto nossos afetos estiverem merc dos encontros, ou de causas
exteriores a ns, seremos marcados pela impotncia, porque isso nos impede de
agir. O que Espinosa chama de afetos ativos ou aes, supe que estejamos de
posse de nossa capacidade de agir. a que entra a alma ou o esprito.

Se tanto a alma quanto o corpo manifestam a natureza, que Deus, ento uma
idia adequada capaz de ordenar uma paixo inadequada. Uma paixo deixa de ser
uma paixo e se torna uma ao to logo tenhamos dela uma idia clara e
distinta. Portanto a idia no deve afastar as paixes, ao contrrio, deve
permitir que se manifestem como ao. O pensamento serve para permitir a
alegria.

A alegria, segundo Espinosa, no precisa de uma causa exterior, muito menos de


uma causa. O motivo da alegria, quando existe, apenas um impulsionador, que
nos leva a uma experincia muito maior: a potncia de viver. Toda alegria
alegria de viver.

Dicas de livros:
Pgina 1
Espinosa - Fantstico.txt
Histria do Pensamento Ocidental, de Bertrand Husssell. Paginas 283 a 288

Para iniciados:
Baruch Espinosa.

Pgina 2

Você também pode gostar