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Antonio Fernando de Araújo Navarro Pereira

As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos

Trabalho da disciplina de Engenharia Civil do


Programa de Doutorado em Engenharia Civil da
Universidade Federal Fluminense

Prof. Orlando Longo, D. Sc.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

2009

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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


SUMÁRIO

1 – Introdução............................................................................................................ 4

2 - Formulação da situação problema.......................................................................... 4

3 – Objetivos............................................................................................................... 8

4 – Metodologia.......................................................................................................... 9

5 - Revisão bibliográfica.............................................................................................. 9

5.1 – Materiais com menores custos.................................................................... 9

5.2 – Projetos com menores custos......................................................................14

6 – Estudo de Caso......................................................................................................17

7 - Conclusões.............................................................................................................27

8 – Bibliografia............................................................................................................29

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As habitações e as questões de
cidadania: projetos cidadãos
Resumo
Trata-se neste artigo das questões relativas à cidadania, aplicadas a projetos de
habitações residenciais para população de baixa renda, apresentando-se alternativas de
projetos e materiais e um estudo de caso, onde essas questões foram abordadas, desde a fase
de planejamento do empreendimento até a entrega do imóvel aos compradores.

Palavras-chave: Habitações populares, Cidadania, Projetos Cidadãos

Abstract
This article of the questions concerning citizenship applied residential housing
projects for low-income, presenting alternative projects and materials and a case study,
where these issues were discussed, from the planning phase of joint venture onto the
delivery of property buyers.

Keywords: Popular housing projects, citizenship, citizens projects.

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1. INTRODUÇÃO

Passa a ser comum observar-se em localidades nas periferias das cidades, onde
vive a população de menor renda, pelo menos em tese, habitações mais modestas e em maior
número que as demais habitações. Por outro lado, em ambientes onde predomina uma
população de maior renda observam-se habitações de melhor padrão. Essas associações
visuais, em primeiro lugar nos remetem à associação de habitações simples com população de
baixa renda, e habitações de melhor acabamento construtivo com população de classe média,
por fim, terminam por fazer com que habitações simples e desprovidas que qualquer esmero
tendam a ser ocupadas por pessoas de menor renda, sendo o inverso, habitações mais bem
desenvolvidas e planejadas ocupadas por pessoas de maior renda também uma realidade. Essa
mesma associação de idéias se verifica no tamanho das residências; as maiores ocupadas por
população mais abastada e as menores por população menos favorecida financeiramente.
Neste artigo apresentam-se algumas considerações a esse respeito, demonstrando que esses
conceitos nem sempre podem estar corretos e que as habitações ditas populares não precisam
ser necessariamente construções frágeis ou de menor impacto visual. Também são
apresentadas tecnologias e processos inovadores de terminam por baratear os custos das
habitações e como um adequado projeto é importante para a racionalização dos custos das
construções. Após essas informações apresenta-se um estudo de caso, com um projeto
desenvolvido para populações de menor renda e com melhor acabamento construtivo, e com
melhor padrão visual. Afora isso, essas habitações foram projetadas para um custo menor e
maior produtividade de construção, com a entrega de um bloco, constituído por duas
habitações geminadas, com aproximadamente 50m2 de área construída sendo entregues em no
máximo 30 dias, inteiramente concluídas.

2. FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA

A baixa qualidade das habitações populares sempre foi um fato que chamava à
atenção de todos, não só em função da precariedade das mesmas como também pelas
condições de conforto e de dignidade oferecidas, e mesmo de cidadania. Essas habitações,
algumas vezes construídas em locais inapropriados eram sempre as primeiras a ruírem nas
ocorrências de tormentas naturais. As reconstruções se davam nos mesmos locais ou nas

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proximidades do local original, propiciando que mais tormentas as atingissem com facilidade.
Não se está falando de simples construções, mas sim de famílias desabrigadas que perdiam os
poucos pertences acumulados ao longo dos tempos.

Falar-se em cidadania quando as cenas eram uma flagrante constatação do oposto,


isso apresentado a milhões de telespectadores todos os anos não era apropriado. As tormentas
causadas por fortes chuvas que atingiram o Estado de Santa Catarina levaram de roldão
milhares de casas, deixando seus moradores à mercê da caridade dos cidadãos, que se
cotizando em ações coletivas enviavam seus donativos para a reconstrução de novas
moradias. Nessas horas brotam idéias inovadoras, como: ... vamos empregar pneus velhos nas
fundações, ... ; ... vamos criar um ambiente mais confortável inserindo garrafas PET nas
paredes, ... . Ora, está se falando de seres humanos desassistidos que precisam ser abrigados
do tempo e continuar suas vidas em um ritmo normal. Não que as propostas não pudessem ser
boas, mas será esse o momento de se tentar novas tecnologias ainda não testadas e que
possam assegurar que aquelas famílias não voltem a ter os mesmos problemas?

Os conceitos de cidadania quase sempre convergem para a definição do indivíduo


cidadão. Em uma linguagem mais simples é o indivíduo capaz, produtivo, ao qual são
atribuídas obrigações e concedidas benesses ou direitos. Para que isso ocorra o indivíduo
precisa fazer parte de um grupo homogêneo ligado por objetivo comum, que pode ser o
habitante da cidade, do estado, ou, enfim, da pátria, nesse exemplo associando a cidadania à
nacionalidade. Em qualquer desses casos se associa o fato desse Ser estar, viver e sentir-se em
um ambiente igualitário, onde seus direitos e deveres sejam similares ou idênticos aos
concedidos e praticados pelos demais. Assim, o conceito de cidadania pode estar vinculado ao
de liberdade, igualdade e fraternidade, símbolo do movimento que derrubou a monarquia
francesa no século XVIII, substituindo os burgueses pelo povo, alçando o povo ao poder,
dando-lhe o status de cidadão. Essa onda que se iniciou na França foi lentamente se
espalhando pelo resto do mundo, com os conceitos se embaralhando qual novelo de lã solto
ao chão.

Segundo Pinsky & Pinsky em História da Cidadania (2003), ser cidadão é ter
direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos
civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os
direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que
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garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao
salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila.

Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais, fruto de um longo
processo histórico que levou a sociedade ocidental a conquistar parte desses direitos.
Cidadania não é uma definição estanque, mas um conceito histórico, o que significa que seu
sentido varia no tempo e no espaço. É muito diferente ser cidadão na Alemanha, nos Estados
Unidos ou no Brasil (para não falar dos países em que a palavra é tabu), não apenas pelas
regras que definem quem é ou não titular da cidadania (por direito territorial ou de sangue),
mas também pelos direitos e deveres distintos que caracterizam o cidadão em cada um dos
Estados-nacionais contemporâneos.

Mesmo dentro de cada Estado-nacional o conceito e a prática da cidadania vêm se


alterando ao longo dos últimos duzentos ou trezentos anos. Isso ocorre tanto em relação a uma
abertura maior ou menor do estatuto de cidadão para sua população (por exemplo, pela maior
ou menor incorporação dos imigrantes à cidadania), ao grau de participação política de
diferentes grupos (o voto da mulher, do analfabeto), quanto aos direitos sociais, à proteção
social oferecida pelos Estados aos que dela necessitam.

Esses conceitos muitas vezes são atropelados por uma série de circunstâncias
quase sempre associadas a fatores econômico-financeiros, que terminam por criar castas,
como os cidadãos de 1ª classe, de 2ª classe e por aí segue.

Há países onde a cidadania é extremada e vista com uma ponta de orgulho: ... sou
cidadão do país X ... De outra feita, ser cidadão de um país, longe de trazer o orgulho
representa um estigma, pois naquele país específico não há direitos assegurados a ninguém,
ou melhor, a quase ninguém.

A partir do momento em que os títulos – rótulos, são atribuídos os padrões,


concessões e tudo o mais são radicalmente alterados. Em um país com os contrastes como o
nosso Brasil e um território imenso, a pobreza muda de cor, de sotaque e de cara de acordo
com a região. A casa de madeira pobre existente no sul passa a ser aconchegante ou
“bonitinha” em outras regiões. Não se questionando aqui a “dignidade”.

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Em uma vinculação com as construções, há habitações populares ou sociais que
abrigam famílias menos abastadas, shoppings populares freqüentados pela população de
menor renda, ruas populares, como a 23 de Maio (São Paulo) ou SAARA (Rio de Janeiro) que
oferecem produtos mais baratos.

Na associação, vinculam-se as classes sociais ao poder de compra que essas


podem exercer, adquirindo produtos que estejam mais próximos de suas realidades
econômico-financeiras.

Consegue-se entender mas não compreender que os cidadãos de 3ª, 4ª e 5ª classes


precisem sobreviver em habitações que não ofereçam nenhum tipo de conforto ou de
qualidade, pois foram aquelas que “seu dinheiro conseguiu adquirir”. Essas mesmas pessoas
não “moram mal” porque querem. Não necessariamente sobem o morro para ali edificar suas
moradias porque o local é mais aprazível. Fazem-no porque suas condições financeiras não
conseguem adquirir melhores imóveis. Aqui, propositalmente associa-se “melhores imóveis”
à questão da pobreza.

Por não terem os recursos necessários os projetos são desenvolvidos na mesa da


cozinha pelo marido e mulher, essas algumas vezes, onde os espaços para os cômodos são
aqueles delimitados pelo “fio de arame farpado” que traça os limites do terreno. Foram
observadas habitações com três cômodos: no primeiro, com 1m2 ficava o banheiro, ou melhor,
um orifício no chão com 1m de profundidade, empregado pela família para suas necessidades
fisiológicas. O segundo cômodo, de 2m2 era destinado à cozinha, ou a um pequeno armário
com duas prateleiras e uma velha cuba de uma antiga pia, apoiada por duas travessas de
madeira. Por fim, um grande salão de aproximadamente 3m x 3m onde ficava uma cama
construída por caixotes de madeira cobertos por um lençol onde se abrigavam o pai, mãe e 5
filhos. O pai trabalhava recolhendo materiais na rua para vender, como pequenos pedaços de
metal, papelão e latas de alumínio. A mãe, ainda nova, ficava tomando conta dos 5 filhos e
com uma gravidez pronunciada. Isso tudo ocorrendo a 15km do centro de uma metrópole
brasileira, como poderia ocorrer em qualquer periferia de qualquer cidade brasileira. Falar em
cidadania nessa situação talvez não fosse adequado.

Como citado anteriormente, não se questionando os méritos e eventuais vantagens,


lê-se sobre propostas de habitações que empregam pneus nas fundações e garrafas PET nas

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paredes, em construções ditas ecológicas, com o pretexto de oferecer conforto térmico ou
edificações mais baratas, mas, não se menciona o fato de que nessas o lixo das sociedades de
maior posse passa a ser escondido no concreto, o dito lixo inconveniente. Será essa uma ação
cidadã? O que a família poderá perceber ao residir nesse tipo de habitação, sem ser
adequadamente informada dos benefícios auferidos? Como os filhos poderão reagir, se
confrontados com os seus colegas no colégio? As propostas, tanto arquitetônicas quanto do
emprego de materiais deve considerar as questões de constrangimentos futuros, que terminam
por ocorrer. Contrariamente ao yin e yang não se posicionam a pobreza e a riqueza em pólos
opostos para se defender o conceito apresentado.

Muitos questionam o fato de que os cidadãos da enésima categoria social não têm
como pagar os custos de uma construção voltada para os das categorias superiores, pois seus
componentes são quase sempre mais caros. Um piso de porcelanato é mais caro do que um
piso de cimento pintado de vermelhão, certo? Não necessariamente isso é verdade. Custos
costumam estar associados à produção, volume, produtividade, insumos, impostos, encargos e
todo o mais. Se as placas de porcelanato são feitas em maior quantidade e se a produtividade
também é maior talvez seus custos não fossem tão elevados. Assim, aquele que tem um piso
cimentado com vermelhão talvez pudesse por algumas placas em sua casa.

Por que uma habitação popular deve ter uma cara de “pobre”? e uma mansão uma
“cara” de rico? Aí entre em cena a questão dos padrões, que podem ser visuais, arquitetônicos
e outros. Uma simples parede pintada de cor mais viva pode transformar um ambiente. Um
telhado com um caimento mais pronunciado pode valorizar um projeto. Assim associa-se a
arquitetura e o urbanismo ao tema das habitações e as questões de cidadania.

3. OBJETIVOS

Busca-se neste artigo traçar um paralelo entre as construções, representadas por


obras residenciais e os seus modelos e as classes sociais, e demonstrar, ao final, que esse
paralelo é um paradigma que pode ser revisto, pois a qualidade pode caminhar lado a lado
com os padrões construtivos das edificações, independentemente das classes sociais que as
adquiram. Também se pretende apresentar uma relação entre os custos de uma habitação com
um padrão simples, edificada através de métodos tradicionais e com a introdução de novas
tecnologias.
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Também se busca apresentar que por mais que os projetos sejam simples e os
materiais empregados em uma edificação dita popular mais baratas, consegue-se manter um
padrão de dignidade compatível com os conceitos de cidadania, objetivo maior do artigo, ao
associar as habitações e as questões de cidadania.

4. METODOLOGIA

A metodologia empregada abrange a revisão bibliográfica contemplando as


questões e a apresentação de um estudo de caso, aplicado em Santa Catarina, no município de
Navegantes, em um projeto de habitações populares.

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Materiais com menores custos:

Muitos têm sido os projetos utilizando materiais recicláveis ou resíduos de processos,


compactados para a transformação em blocos de alvenaria, misturados à argamassa para o
concreto armado, ou servindo de base para as fundações. Ressalta-se que são projetos
interessantes e que podem servir para a redução dos resíduos gerados por essas indústrias e,
por conseguinte, preservar o meio ambiente. Todavia, deve-se levar em consideração os
impactos a médio e longo prazo que os componentes desses resíduos podem causar à saúde
dos moradores, como no caso das areias empregadas na fabricação de moldes para a fundição
ou escórias de aciaria.

A proposta do Tijolo Ecológico, disponível no endereço eletrônico citado, surgiu em função


de pressões ambientais pela redução do emprego da lenha no cozimento dos tijolos
(http://www.new-ventures.org/UserFiles/File/Enterprise%20Portfolio/Tijolo%20ecologico%20-
%20New%20Ventures%20Finalist.pdf, acesso em 26-06-2009, às 14:52). Assim, pela proposta as ditas
agressões ambientais seriam atenuadas, como justificado pelo autor:

· Proporcionar redução de custos na construção civil.


· Apresentar um produto economicamente viável com redução de custos da ordem de 40%
(quarenta por cento) do total, incluindo dispensa de reboque na parede, argamassa e
pintura, além da redução do custo unitário do Tijolo Ecológico.
Em uma comparação em função dos custos de produção o autor chega aos seguintes números:

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Produto Custo por milheiro
Tijolo convencional R$ 230,00
Tijolo ecológico R$ 180,00

Como justificativa para a redução dos impactos ambientais com o emprego da lenha para o
cozimento do produto são apresentadas as seguintes considerações:

Para o cozimento de um milheiro são consumidos de 1,5m3 a 1,8m3 de lenha

Consumo de tijolos por casa popular: equivalente a 5 mil tijolos, o que totaliza um consumo
de aproximadamente 9,0m3 de lenha. Como uma árvore de médio porte cortada para essa
finalidade gera 1,0m3 de lenha, evita-se o corte de 9 árvores por cada casa construída.

Uma segunda proposta é a da utilização de concreto auto-adensável em estruturas


de edifícios com custos inferiores ao concreto convencional
(http://www.realmixconcreto.com.br/downloads/Nova_Tecnica_Concreto_Auto_Adensavel.pdf ) (...) o uso do CAA
traz vários benefícios: redução de custos, melhoria da qualidade das estruturas de concreto,
diminuição de desperdícios, melhoria das condições de trabalho no canteiro de obras, redução
da poluição e preservação do meio ambiente. O CAA é uma nova técnica que veio para ficar
no mercado, pois uma vez compatibilizados os aspectos de produção, dosagem e custos não
existem razões para se continuar utilizando o concreto convencional. (...) Esse tipo de
argamassa possui melhor trabalhabilidade, facilitando o lançamento da mesma e aumentando
a rapidez da conclusão dos serviços.

Bonin & Amorim (2006), no volume 6 da Coleção HABITARE, da Associação


Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ANTAC, que trata da Inovação
Tecnológica na Construção Habitacional, apresentam uma série de projetos desenvolvidos
com o apoio daquele órgão, como:

O projeto Desenvolvimento de tecnologia para fabricação de telhas de


fibrocimento, realizado sob a coordenação do Prof. Holmer Savastano Júnior, teve por
objetivo o desenvolvimento de uma nova tecnologia de produção de telhas de cimento
reforçado com fibras de celulose e fibras sintéticas, utilizando o processo Hatschek
modificado. Realizado em parceria com duas empresas de capital e tecnologia nacionais já
presentes no mercado brasileiro, o projeto respondeu a uma demanda por uma nova
tecnologia de produção de componentes de fibrocimento isentos de fibras de amianto,

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reconhecidas como nocivas à saúde humana. No relato dos resultados do projeto são descritos
aspectos da formulação do compósito fibroso, da caracterização e seleção das fibras e da
matriz cimentícia, da determinação das propriedades mecânicas, físicas e microestruturais do
novo material e da comprovação do desempenho de componentes produzidos com o
compósito. Embora não estejam detalhados neste relato publicado na Coletânea, são
mencionadas pelos autores como presentes no escopo do projeto a formação de mão-de-obra
qualificada para o setor produtivo e a assessoria tecnológica para a adaptação de uma linha
industrial de produção utilizando o novo compósito desenvolvido.

O projeto Desenvolvimento de componentes de edificações em fibra de sisal-


argamassa a serem produzidos de forma autogestionária, realizado sob a coordenação da
Prof.ª Suely da Silva Guimarães, teve por objetivo a pesquisa e a transferência de tecnologia
para a utilização de compósitos de matrizes de argamassa reforçados com fibras de sisal na
produção autogestionária de componentes para edificações, drenagem e irrigação. Neste
projeto foi retomada pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade
Estadual da Bahia (ITCP-UNEB) uma linha de pesquisa desenvolvida pelo CEPED na década
de 80 a partir da demanda de uma cooperativa popular, a Cooperativa de Produção dos Jovens
da Região do Sisal (COOPERJOVENS). O relato dos resultados obtidos pelo projeto mostra
alguns aspectos do processo de mobilização da cooperativa, da pesquisa de componentes com
potencial de comercialização no mercado regional e da pesquisa para a melhoria das
propriedades do compósito e para o desenvolvimento dos componentes.

O projeto Sistema STELLA/UFSC: Avaliação e desenvolvimento de sistema


construtivo em madeira de reflorestamento voltado para programas de habitação social,
realizado sob a coordenação da Prof.ª Carolina Palermo Szucs, teve por objetivo a avaliação e
o desenvolvimento de proposta construtiva em madeira de reflorestamento para a produção de
habitações de interesse social. O projeto utilizou como referência o Sistema Stella Casa
Pronta, produzido pela empresa Batistella e colocado no mercado para uma população de
renda média a alta, procurando o seu barateamento sem perda de qualidade. No relato dos
resultados obtidos são descritas as etapas para a produção de um protótipo de habitação com
componentes de madeira de reflorestamento, construído dentro do Campus da UFSC com o
sistema estudado no projeto. Um resumo das avaliações realizadas sobre o protótipo
construído é apresentado abordando aspectos do desempenho do espaço construído e do

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processo de construção dos seguintes subsistemas: piso, parede, entrepiso, telhado, instalações
elétricas e instalações hidráulicas.

O projeto Pesquisa e desenvolvimento de processos construtivos industrializados


em cerâmica estrutural, realizado sob a coordenação do Prof. Humberto Ramos Roman, teve
por objetivo oferecer ao mercado soluções construtivas otimizadas na forma de painéis
cerâmicos pré-moldados, com a finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade,
redução dos desperdícios e custos, e aumento de produtividade e competitividade, tanto para o
setor de produção de componentes cerâmicos quanto para o setor de construção. O relato
apresenta uma descrição geral da tecnologia de pré-fabricação de painéis cerâmicos planos e
curvos para a construção de paredes e coberturas de edificações, apontando suas vantagens
potenciais, seguida da descrição de detalhes técnicos do projeto de um protótipo projetado e
construído dentro do Campus da UFSC com essa tecnologia. Nesta descrição do protótipo são
comentadas características do canteiro de produção dos painéis cerâmicos, e fotograficamente
ilustrados detalhes da fabricação, movimentação, armazenamento e montagem dos painéis.

O projeto Alvenaria estrutural com blocos estruturais cerâmicos, realizado sob a


coordenação do Prof. Paulo de Tarso Cronemberger Mendes, teve por objetivo introduzir, na
construção civil do Piauí, componentes estruturais cerâmicos para serem empregados na
produção de conjuntos habitacionais e casas populares em alvenaria estrutural. Com base em
uma parceria firmada com o Sindicato da Indústria Cerâmica do Estado do Piauí, o projeto
utilizou resultados anteriores de caracterização dos produtos cerâmicos comercializados na
região e dos processos produtivos onde eles eram empregados. O relato descreve inovações
introduzidas na fabricação de blocos estruturais cerâmicos, a realização de cursos de
qualificação de mão-de-obra na produção de alvenaria estrutural e a construção de protótipos
de demonstração para o meio técnico local das características da tecnologia. Também são
apresentados resultados do controle tecnológico realizado sobre blocos cerâmicos estruturais e
sobre prismas de alvenaria produzidos com estes blocos em diferentes canteiros de obras que
demonstram a assimilação da inovação tecnológica pelo mercado local.

O projeto Construção de habitações de interesse social, realizado sob a


coordenação do Prof. José Mario Doleys Soares, teve por objetivo a construção de um
protótipo de demonstração de cada uma das quatro tipologias definidas em estudo anterior

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sobre as características de conjuntos habitacionais construídos nas principais cidades das sete
regiões que compõem o Estado do Rio Grande do Sul.

O relato do projeto descreve os aspectos de racionalidade e compatibilidade com a


tradição material regional associadas à escolha da utilização da alvenaria cerâmica estrutural
como tecnologia construtiva, e é justificada a escolha da produção dos protótipos em regime
de mutirão para demonstrar a viabilidade e as vantagens da tecnologia nesta forma de
produção. Embora a avaliação das unidades construídas ainda esteja em desenvolvimento, é
apresentada a discussão de uma série de detalhes construtivos interferentes na qualidade das
habitações, assim como aspectos da documentação técnica produzida para orientar a
construção.

O projeto Desenvolvimento de terminologia e codificação de materiais e serviços


para construção, realizado sob a coordenação do Prof. Sergio Roberto Leusin de Amorim,
teve por objetivo o desenvolvimento de uma terminologia e de um sistema de codificação de
materiais e serviços para construção, oferecendo uma base segura para o desenvolvimento de
sistemas de apoio à gestão da produção, em especial para a gestão do conhecimento na
construção. O relato do projeto apresenta uma justificativa da realização de estudos de
terminologia e classificação dos materiais, serviços e equipamentos utilizados na indústria da
construção como uma etapa fundamental para a consolidação do domínio técnico nesta área
de conhecimento, visando a facilitar a comunicação e, por conseqüência, o comércio e o
controle da qualidade na produção. A partir da apresentação dos conceitos básicos adotados
nos estudos desenvolvidos no projeto é descrita uma proposta de estrutura de classificação
para os objetos relacionados com a produção do ambiente construído, e também um esquema
de codificação dos objetos de forma coerente com esta estrutura de classificação.

O projeto Aproveitamento de cinzas residuais de mineração em construção,


realizado sob a coordenação da Prof.ª Janaíde Cavalcante Rocha, teve por objetivo
desenvolver tecnologias apropriadas para reciclagem e aproveitamento de cinzas pesadas
provenientes da queima do carvão mineral em usinas termelétricas e cinzas de casca de arroz
empregadas como combustível em usinas beneficiadoras, para uso na produção de concretos
usinados, argamassas e artefatos pré-moldados de concreto. Infelizmente, a coordenadora do
projeto declinou do convite para relatar, nesta Coletânea, os resultados obtidos no estudo
realizado.
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Projetos com menores custos:

Um projeto é um detalhamento de uma idéia de modo que essa seja executada de


acordo com o imaginado. Em um projeto deve-se avaliar as questões de ampliação das
construções no futuro, quando essas são iniciadas sem que se tenha recursos suficientes para a
conclusão, deve-se também identificar os prováveis locais onde ficarão os móveis e a partir
daí definir os pontos de luz, definir as dimensões das janelas para que os cômodos não fiquem
muito escuros e quentes ou úmidos, e outros fatores mais. Um bom projeto é um forte indutor
de redução de custos nas construções e de aumento de satisfação dos usuários.

Segundo Couto & Couto (2007) A sociedade está cada vez mais consciente da
importância da qualidade em todos os sectores de atividade, em particular no sector da
construção. Essa tomada de consciência tenderá a traduzir-se, numa valorização do fator
qualidade como critério de seleção dos fornecedores de produtos e serviços deste sector,
dentre os quais sobressaem os edifícios. Apenas cerca de 3% dos custos totais envolvidos pela
construção e exploração de um edifício correspondem à concepção, projeto e fiscalização. No
entanto, a qualidade do projeto é primordial para a redução dos custos ao longo da vida útil do
edifício. Hoje, reconhece-se que a falta de qualidade dos projetos se traduz, frequentemente,
em descontrolo dos custos das obras e reduzida durabilidade. Estudos em diversos países,
onde o controlo de projeto é mais apertado, concluíram que 40 a 50% dos custos necessários
para a reabilitação das construções novas afetadas por defeitos dizem respeito a situações
originadas por erros ou por omissões de projeto. Estes e outros estudos no mercado
internacional comprovam que a melhoria de qualidade dos projetos influencia de forma
drástica o custo total do investimento. Desta forma, para além da racionalização dos custos
imediatos da obra (fase de construção), a necessidade de rever e melhorar a qualidade dos
projetos coloca-se, também, em termos dos custos de manutenção. Nesse sentido, neste
trabalho, faz-se uma abordagem aos novos desafios e exigências que os projetos enfrentam e
identificam-se as principais causas da falta de qualidade das construções com origem na fase
de projeto e que posteriormente se refletem no descontrolo dos custos de manutenção dos
edifícios. Apresentam-se também linhas de conduta com vista a minorar a ocorrência e
impacto desses problemas e referem-se as vantagens de investir na revisão do projeto ou “peer
review”, um conceito já solidamente implantado com sucesso noutros países.

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Greven & Baldauf (2007) Introdução à coordenação modular da construção no
Brasil: uma abordagem atualizada, da Coleção HABITARE, da Associação Nacional de
Tecnologia do Ambiente Construído – ANTAC, quando tratam da questão modular,
alternativa que se apresenta para as construções de habitações populares, assentadas em um
terreno normalmente disponibilizado pela administração pública e normalmente escassos para
maiores empreendimentos, assim se manifestam. Deve-se levar em consideração que a
proposta do projeto é bem simples. Se um dos aspectos importantes no barateamento dos
custos é o da padronização, ou modulação, por que se adotar um padrão? Em outro ponto, a
partir do momento que se padronizam as áreas e dimensões pode se partir para o próximo
passo que é o da produção seriada. Assim, produzindo-se maiores quantidades dos mesmos
produtos consegue-se um produto final mais barato. Além disso, com a padronização
reduzem-se os naturais desperdícios, que sempre foram um dos calcanhares de Aquiles da
indústria da construção, por estarem esses em patamares elevados. O pedreiro prepara a
concretagem da laje; o bombeiro hidráulico abre-a para a instalação das tubulações de água e
esgoto; o eletricista abre-a também para a instalação dos conduítes e caixas de passagem. A
cada “quebradeira” disparam os custos.

A proposição de Greven & Baldauf (2007) é a seguinte: Estudos desenvolvidos


por vários setores da indústria e da academia buscam definir as necessidades e as soluções
para a cadeia da construção civil no Brasil. Esses trabalhos mostram que há problemas em
todos os elos. O setor de insumos necessita melhorar a produtividade e a qualidade além de
aumentar o valor agregado. A cadeia produtiva busca aumentar a produtividade, reduzir o
custo dos insumos e, ao mesmo tempo, estar em conformidade com as normas vigentes.
Enquanto isso o consumidor final anseia por edificações de melhor qualidade e menor preço.

Uma das formas de atingir os objetivos acima é a busca da racionalização e


industrialização da construção, de tal maneira que a construção de edificações possa aplicar
efetivamente as melhores práticas tanto no projeto como na produção. Edificações projetadas
não mais com o paradigma da produção em massa, mas em sintonia com o pensamento atual
em sistemas de produção, a customização em massa. Em suma, procura-se permitir que o
usuário possa efetivamente escolher o habitat que melhor se aproxima de seus anseios
individuais e, ao mesmo tempo, possibilitar um processo de projeto e produção com baixos
níveis de perdas. Para que isso seja possível, é imprescindível, entre outras coisas, que os

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insumos estejam em conformidade com as normas e que estas contemplem os conceitos de
Coordenação Modular. Além disso, esses conceitos devem ser incorporados nas práticas dos
outros membros da cadeia produtiva: os projetistas e os construtores.

O Brasil foi um dos primeiros países do mundo a aprovar uma norma de


Coordenação Modular decimétrica (módulo de 10cm), a NB-25R, em 1950. Nos anos 70 e
início dos 80, o Banco Nacional da Habitação (BNH) patrocinou diversos estudos que
destacaram a implementação da Coordenação Modular na construção como ferramenta
importante para a racionalização. Essa filosofia teve grande expansão até o início da década
de 70, começando a dar sinais de queda gradual a partir do seu final, intensificando-se com a
recessão de meados da década de 80.

Apesar das quase três dezenas de normas da Associação Brasileira de Normas


Técnicas (ABNT) sobre Coordenação Modular, vigentes há mais de 30 anos, essas raramente
são utilizadas pelo meio técnico, seja pelos projetistas, seja pelos produtores de insumos para
a construção civil. No princípio, a normalização não interessou ao setor da construção civil,
que estava direcionado às classes mais privilegiadas. Além disso, a década de 70 também
correspondeu à produção maciça de habitações de interesse social, que apresentava a
característica oposta ao carecer de uma solução tecnológica que exprimisse a racionalização
construtiva e a redução de custos. A tecnologia era precária e fez com que o tema
Coordenação Modular fosse relacionado pejorativamente com as construções econômicas de
baixa qualidade. Atualmente, a necessidade de redução de custos e de aumento da
produtividade faz com que processos de racionalização e compatibilização construtiva e
dimensional voltem a ser considerados.

Poucos objetivos foram alcançados, mesmo com toda a promoção para a


racionalização da construção. O fato é que, hoje, a indústria da construção civil apresenta-se
como um setor de caráter heterogêneo em relação à sua produção, marcada, de um lado, por
obras com um alto índice de produtividade e, de outro, por obras artesanais com altos índices
de desperdício associados à baixa produtividade.

Para que a construção civil torne-se apta a desempenhar o papel a que é exigida
pela realidade moderna, é necessário que esteja capacitada a produzir edificações que, além de
respeitarem condições indispensáveis – como habitabilidade, funcionalidade, durabilidade,

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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


segurança e acabamento –, também apresentem características relacionadas à produtividade,
construtividade, baixo custo e desempenho ambiental, quesitos de grande importância, que
atualmente representam um desafio para os profissionais da área. As questões econômicas
dizem respeito à redução de custos em várias etapas do processo construtivo quando do uso da
Coordenação Modular. Essa redução de custos ocorre seja por otimização do uso da matéria-
prima, seja pela agilidade no processo de decisão de projeto ou compra dos componentes, seja
por aumento da produtividade, seja por diminuição das perdas.

6. ESTUDO DE CASO

O estudo de caso apresenta um projeto habitacional de casas populares, desenvolvido no


segundo semestre de 2001 em Santa Catarina, na localidade de Porto das Balsas, no
Município de Navegantes, vizinho ao de Itajaí, caracterizado por blocos de construções com
duas habitações geminadas por bloco.

Características da Localidade:

A localidade, Porto das Balsas, escolhida para a implantação do empreendimento


dista aproximadamente 10km do centro da cidade de Itajaí, do outro lado do canal navegável
que separa os dois municípios, onde o meio de locomoção mais empregado pela população é
o ferryboat. No bairro vive uma população de baixa renda, principalmente porque os terrenos
à época eram mais baratos do que os demais em outras localidades, além do fato das pessoas
estarem mais próximas do centro de Itajaí, que apresentava melhores condições de
empregabilidade. Porém esse bairro, por estar mais distante da sede do município de
Navegantes tinha uma baixa estrutura urbana. Assim, através de um projeto que se
apresentava mais atraente em termos de custos, as possibilidades de venda dos imóveis foram
maiores. Como atrativo adicional, obteve-se financiamento bancário através da Caixa
Econômica Federal, com custo financeiro menor, por se tratar de construção habitacional de
baixa renda. O folder distribuído para a divulgação do empreendimento é o apresentado a
seguir, onde foram omitidos os telefones e endereço da empresa que comercializava o
empreendimento.

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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


Aspectos desfavoráveis ao desenvolvimento do projeto:

No início das pesquisas para a implantação do empreendimento foram observados


alguns aspectos desfavoráveis ao projeto, que, de certa maneira, contribuíram para a
implantação de alterações conceituais e de projeto. As principais foram:

· Pequeno desnível entre o terreno e o nível médio do canal;


· Terreno com baixa capacidade de compactação, inviabilizando a opção por fundação
direta em sapatas ou baldrames;
· Lençol d’água raso, prejudicando a drenagem do sistema de esgotamento sanitário,
caracterizado por filtro, fossa e sumidouro;
· Proximidade do mar e ambiente úmido podendo causar danos precoces nas argamassas de
revestimento da alvenaria.
Características do projeto:

a) Resumo do Contrato

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O projeto foi anotado no CREA de Santa Catarina, com ART no 1923402-0, emitida para o
profissional Antonio Fernando de Araújo Navarro Pereira, CREA/SC (visto) 58.802-1 [CREA
original no 42.758-D-RJ], com o seguinte resumo do contrato: Contrato de prestação de
serviços referentes à Execução de um condomínio residencial composto por 96 casas
geminadas de 2 dormitórios com área individual de 49,12m2 , estando inclusos neste contrato
os projetos arquitetônicos, hidrossanitário, elétrico, rede de drenagem, rede de esgoto, rede de
água, sistema de tratamento de efluentes e pavimentação.

No lançamento inicial foram construídos 4 blocos, ou 8 residências geminadas,


duas por bloco, comercializadas em aproximadamente 35 dias.

b) Acompanhamento das atividades

Pelas peculiaridades do projeto, do local e da forma de comercialização a empresa


preparou uma das casas para ali estabelecer seu escritório local e possibilitar a visitação pelos
clientes. Durante essas visitas os potenciais clientes eram entrevistados, com perguntas
abertas e pré-formatadas, registradas em formulários específicos.

As atividades eram acompanhadas constantemente pela equipe do empreendedor.


No texto a seguir, extraído de uma ata de reunião de 13/09/2001 pode ser observado
(excluídos os nomes dos participantes):

(...) b) Obra Navegantes:

Orçamento – Deverá ser definido o orçamento da construção das casas. Em princípio os


orçamentos serão por bloco de duas casas, contemplando todos os custos envolvidos,
acrescidos do custo de mão-de-obra e de materiais. Os responsáveis pelo assunto serão: Engº
Navarro, Sr. A [empreiteiro] e Sr. B [comprador da empresa].

Kit Casa – O Engº Navarro e Sr. B [comprador da empresa] ficarão responsáveis pelo
desenvolvimento do Kit Casa, abrangendo não só a obra de Navegantes como também todos
os projetos que venham a empregar a mesma tecnologia e projeto. O Sr. A [empreiteiro] irá
apoiar a elaboração do trabalho por já ter todos os custos envolvidos.

Registro de Funcionários – Em função de problemas com Sindicato e legais todos os


funcionários da obra deverão ser registrados. (Em visita à obra após a realização desta reunião
o Empreiteiro informou que estará apresentando nova proposta de custos de mão-de-obra para
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a conclusão dos serviços das 8 casas, e para a construção de novas casas. O assunto será
avaliado em reunião marcada para o dia 14 pelos Senhores: A, B , ... (...)

c) Quantitativo de materiais empregados

O quantitativo de materiais empregados na construção de cada bloco (conjunto de duas casas


geminadas) é o apresentado a seguir:

Área construída por bloco: 98,24 m2 – Área construída individual: 49,12 m2

FUNDAÇÃO
Radier
Concreto 18,0 MPA M3 17,00
Tela Q-92 M2 147,00
Impermeabilização com NeutroL GL 1,00
ESTRUTURA
Aço CA-50 para canaletas e pilaretes 1/4" 12m BR 30,00
Arame recozido KG 1,00
ALVENARIA ESTRUTURAL
Tijolo 11 x 12 x 24,5 PÇ 7.200,00
Tijolo 11 x 12 x 24,5 1/2 PÇ 500,00
Canaletas 11 x 12 x 24,5 PÇ 400,00
COBERTURA
Laje pre-moldada para forro M2 126,00
Aço CA-50 para cobertura 4,2 mm 12m BR 56,00
Escoramento (escoras de eucalipto) PÇ 100,00
Concreto FCK 18,0 MPA M3 6,50
Sarrafo para telha -2,5 x 5,0 ML 450,00
Testeira 2,5 x 20 ML 53,00
Telhas PÇ 2.170,00
Pontaletes 5 x 5 ML 30,00
Goivas PÇ 37,00
1/2 telha PÇ 28,00
Arame recozido KG 5,00
Laje pre-moldada para bwc M2 3,12
Concreto para laje bwc M3 0,20
ESQUADRIAS
Esquadria madeira - janelas e portas
Janela- 1,5 x 1,20 UN 6,00
Janela- 1,0 x 1,0 UN 2,00
Janela basculante – 40 x 60 UN 2,00
Vistas para janelas -5 cm ML 88,80
Porta externa- 80 x 210 UN 4,00
Porta interna- 70 x 210 UN 4,00
Porta interna- 60 x 210 UN 2,00
Vidro liso 3mm M2 9,48
Puxadores para janelas UN 6,00

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Trinco para janela de correr-cozinha UN 2,00
Ferrolho para basculante UN 2,00
REVESTIMENTO TETO E PAREDES
Reboco nos tetos M3 1,88
Revestimento cerâmico
Azulejo para cozinha e bwc M2 60,00
Piso cerâmico 30 x 30 cm M2 99,00
Rejunte para piso KG 50,00
Rejunte para azulejo KG 25,00
Argamassa KG 600,00
MUROS
Bloco de concreto 10 x 19 x 40 UN 680,00
Bloco de concreto 15 x 19 x 40 UN 140,00
FILTRO, FOSSA E SUMIDOURO
Tijolo 06 furos 10 x 15 x 20 PÇ 1.100,00
Cimento KG 200,00
Areia média M3 2,00
Cal KG 40,00
Brita 04 M3 3,00
Brita 01 M3 0,50
Laje pré-moldada M2 6,00
Aço CA-50 para cobertura 4,2 mm 12 metros BR 11,00
DIVERSOS
Cimento
Cimento muro KG 225,00
Cimento estrutura e alvenaria estrutural KG 300,00
Cimento reboco teto e paredes KG 500,00
Areia M3 2,50
Areia média muro M3 1,20
Brita M3 0,20
Tábua de pinus M3 2,00
Cal hidratada KG 200,00

Aspectos inovadores:

· Adoção de blocos com duas casas geminadas;


· Emprego de uma placa de radier abrangendo a totalidade das duas casas, com espessura de
12cm, e com dimensões que superavam as construções em 40cm, de maneira a criar uma
calçada externa, possibilitando maior limpeza ao redor, além de ampliar a distribuição das
cargas sobre o terreno, com baixa capacidade de carga;
· Emprego de tela soldada como ferragem do radier, facilitando a montagem;
· Substituição das lajes tradicionais por laje inclinada com o mesmo caimento do telhado;

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· Eliminação de estrutura de madeira para o apoio das telhas, passando essas a serem
fixadas sobre a laje através de arame. Para a montagem das telhas foram deixadas sobre a
superfície da laje filetes de argamassa de 2 x 2, em substituição às ripas;
· Redução da área de circulação interna para apenas 1m2;
· Integração da cozinha com a sala, reduzindo paredes internas;
· Emprego de tijolos cerâmicos estruturais da Bossi, que forneceu os blocos com as mesmas
características para a montagem das vergas e contravergas. O fabricante forneceu também
½ tijolo para o fechamento das paredes;
· Eliminação de estruturas convencionais de pilares e vigas, com o preenchimento de
concreto no interior dos blocos cerâmicos e adição de ferragem longitudinal;
· Eliminação do emboço e reboco, substituídos pela aplicação de verniz de poliuretano
sobre os tijolos com o preparo das superfícies por lixagem simples.
Essas inovações possibilitaram uma redução dos custos de mão-de-obra e de materiais,
facilitando a comercialização das unidades, além de reduzir os tempos de construção.

Problemas observados ao longo da construção:

Os principais problemas observados ao longo da construção foram os apresentados a seguir,


solucionados ao longo da obra:

· Excesso de umidade ambiente que prejudicava a aplicação do verniz sobre os blocos


cerâmicos;
· Aparecimento de manchas devido ao cimento na superfície dos blocos;
· Elevação do nível do canal acima do normal, fazendo com que fosse elevada a camada de
aterro e a alteração no projeto do esgotamento sanitário;
· Necessidade de tratamento prévio das madeiras das portas, janelas e rodapés em função da
umidade ambiente;
· Substituição dos arames deixados na laje para prender as telhas, substituindo-os por outro
de maior diâmetro e qualidade;
· Dificuldade no fornecimento de materiais em função das dificuldades de transporte pelo
ferryboat;
· Dificuldade de armazenamento de materiais, obrigando às compras e entregas serem
parceladas, para o emprego semanal.

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Acompanhamento dos prazos e insumos:

O descritivo dos valores de construção de cada bloco é apresentado a seguir, segregado por
etapa do projeto, com a descrição das atividades, os valores relativos a materiais e mão-de-
obra, o somatório desses valores e o peso de cada um desses tópicos sobre o total do ítem:

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
1 PRELIMINARES
1.1 LEGALIZACAO E APROVACAO DOS PROJETOS VB 1,00 10,00 10,00 10,00 7,69
1.2 VB
PROJETOS (ELÉTRICOS/HIDRAULICO/ ARQUITETONICO) 1,00 50,00 50,00 50,00 38,46
1.3 LIGAÇÃO DE ÁGUA E LUZ TX 1,00
1.4 TX
CONSUMO DE AGUA E LUZ DURANTE A CONSTRUÇÃO 1,00 70,00 70,00 70,00 53,85
TOTAL DO ITEM 01 70,00 60,00 130,00 1,01

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
2 TRABALHOS EM TERRA
2.1 ATERRO E COMPACTAÇÃO M3 100,00 6,35 635,00 635,00 100,00
TOTAL DO ITEM 02 635,00 635,00 4,95

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
3 FUNDAÇÃO
3.1 RADIER
3.1.1 CONCRETO FCK 18,0 MPA M3 17,00 118,00 2.006,00 2.006,00 84,82
3.1.2 TELA Q-92 M2 147,00 2,37 348,39 348,39 14,73
3.1.3 IMPERMEABILIZAÇÃO COM NEUTROL GL 1,00 10,50 10,50 10,50 0,44
TOTAL DO ITEM 03 2.364,89 2.364,89 18,43

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
4 ESTRUTURA
4.1 AÇO CA-50 PARA CANALETAS E PILARETES 1/4" 12BR
m 30,00 4,10 123,00 123,00 96,46
4.2 ARAME RECOZIDO KG 2,00 2,26 4,52 4,52 3,54
TOTAL DO ITEM 04 127,52 127,52 0,99

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
5 ALVENARIA ESTRUTURAL
5.1 TIJOLO 11X12X24,5 PÇ 7.200,00 0,274 1.972,80 1.972,80 90,92
5.2 TIJOLO 11X12X24,5 1/2 PÇ 500,00 0,219 109,50 109,50 5,05
5.3 CANALETAS 11X12X24,5 PÇ 400,00 0,219 87,60 87,60 4,04
TOTAL DO ITEM 05 2.169,90 2.169,90 16,91

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
6 COBERTURA
6.1 LAJE PRE-MOLDADA PARA FORRO M2 126,00 6,70 844,20 844,20 34,60
6.1.1 AÇO CA-50 PARA COBERTURA 4,2 MM 12 METROSBR 65,00 2,14 139,10 139,10 5,70
6.1.2 ESCORAMENTO (ESCORAS DE EUCALIPTO) PÇ 100,00 1,30 130,00 130,00 5,33
6.1.3 CONCRETO FCK 18,0 MPA M3 5,00 123,00 615,00 615,00 25,20
6.1.4 TELHAS PÇ 2.170,00 0,28 607,60 607,60 24,90
6.1.5 GOIVAS PÇ 37,00 0,80 29,60 29,60 1,21
6.1.6 1/2 TELHA PÇ 28,00 0,80 22,40 22,40 0,92
6.1.7 ARAME RECOZIDO KG 3,00 2,26 6,78 6,78 0,28
6.1.8 LAJE PRE-MOLDADA PARA BWC M2 3,12 6,70 20,90 20,90 0,86
6.1.9 CONCRETO PARA LAJE BWC M3 0,20 123,00 24,60 24,60 1,01
TOTAL DO ITEM 06 2.440,18 2.440,18 19,01

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Material MÃO-DE-OBRA Preço total
Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
7 ESQUADRIAS
7.1 ESQUADRIA MADEIRA - JANELAS E PORTAS
7.1.1 JANELA- 1,5X1,20 UN 6,00 45,00 270,00 270,00 23,46
7.1.2 JANELA- 1,0X1,0 UN 2,00 34,00 68,00 68,00 5,91
7.1.3 JANELA BASCULANTE- 40X60 UN 2,00 9,00 18,00 18,00 1,56
7.1.4 PORTA EXTERNA- 80X210 UN 4,00 77,50 310,00 310,00 26,93
7.1.5 PORTA INTERNA- 70X210 UN 4,00 48,00 192,00 192,00 16,68
7.1.6 PORTA INTERNA- 60X210 UN 2,00 48,00 96,00 96,00 8,34
7.2 VIDRO LISO 3MM M2 9,48 17,93 170,00 170,00 14,77
7.3 PUXADORES PARA JANELAS UN 6,00 3,70 22,20 22,20 1,93
7.4 TRINCO PARA JANELA DE CORRER-COZINHA UN 2,00 1,70 3,40 3,40 0,30
7.5 FERROLHO PARA BASCULANTE UN 2,00 0,72 1,44 1,44 0,13
TOTAL DO ITEM 07 1.151,04 1.151,04 8,97

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
8 REVESTIMENTO TETO E PAREDES
8.1 REBOCO NOS TETOS M3 1,88 52,00 97,76 97,76 9,78
8.2 REVESTIMENTO CERÂMICO
8.2.1 AZULEJO PARA COZINHA E BWC M2 58,00 4,10 237,80 237,80 23,80
8.2.2 PISO CERÂMICO 30X30 CM M2 102,00 4,60 469,20 469,20 46,95
8.3 REJUNTE PARA PISO KG 50,00 0,97 48,50 48,50 4,85
8.4 REJUNTE PARA AZULEJO KG 30,00 0,97 29,10 29,10 2,91
8.5 ARGAMASSA KG 600,00 0,195 117,00 117,00 11,71
TOTAL DO ITEM 08 999,36 999,36 7,79

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
9 MUROS
9.1 BLOCO DE CONCRETO 10X19X40 UN 750,00 0,45 337,50 337,50 81,78
9.2 BLOCO DE CONCRETO 15X19X40 UN 160,00 0,47 75,20 75,20 18,22
TOTAL DO ITEM 09 412,70 412,70 3,22

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
10. FILTRO, FOSSA E SUMIDOURO
10.1 TIJOLO 06 FUROS 10X15X20 PÇ 1.000,00 0,085 85,00 85,00 26,68
10.2 CIMENTO KG 200,00 0,25 50,00 50,00 15,70
10.3 AREIA MÉDIA M3 2,00 15,00 30,00 30,00 9,42
10.4 CAL KG 40,00 0,12 4,80 4,80 1,51
10.5 BRITA 04 M3 3,00 25,00 75,00 75,00 23,54
10.6 BRITA 01 M3 0,50 20,00 10,00 10,00 3,14
10.7 LAJE PRÉ-MOLDADA M2 6,00 6,70 40,20 40,20 12,62
10.8 AÇO CA-50 PARA COBERTURA 4,2 MM 12 METROSBR 11,00 2,14 23,54 23,54 7,39
T O T A L D O I T E M 10 318,54 318,54 2,48

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Material MÃO-DE-OBRA Preço total
Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
11. INSTALAÇÃO ELÉTRICA
11.1 PADRÃO
11.1.1 ARMAÇÃO 1X1 C/ 01 ROLDANA PÇ 1,00 3,50 3,50 3,50 0,85
11.1.2 ARMAÇÃO 4X1 C/ 04 ROLDANAS PÇ 1,00 10,20 10,20 10,20 2,49
11.1.3 POSTE 7 MTS. CONCRETO PÇ 1,00 95,00 95,00 95,00 23,15
11.1.4 CINTA DE ALUMÍNIO PÇ 4,00 0,70 2,80 2,80 0,68
11.1.5 ELETRODUTO 3/4" BR 4,00 1,33 5,32 5,32 1,30
11.1.6 CURVA 180.º 3/4" PÇ 6,00 0,37 2,22 2,22 0,54
11.1.7 BUCHA ARRUELA 3/4" PAR 7,00 0,21 1,47 1,47 0,36
11.1.8 CAIXA MONOFÁSICA PÇ 2,00 12,00 24,00 24,00 5,85
11.1.9 CAIXA PARA ATERRAMENTO PÇ 1,00 7,50 7,50 7,50 1,83
11.1.10 CONJ. ABRAÇADEIRAS PARA CX. MONOFÁSICA CJ 2,00 2,46 4,92 4,92 1,20
11.1.11 DISJUNTOR 30A PÇ 2,00 2,90 5,80 5,80 1,41
11.1.12 HASTE TERRA BR 1,00 5,40 5,40 5,40 1,32
11.1.13 LUVA 3/4" PÇ 6,00 0,16 0,96 0,96 0,23
11.1.14 PARAFUSO PARA POSTE PÇ 6,00 1,35 8,10 8,10 1,97
11.1.15 PIMENTÃO PÇ 4,00 0,97 3,88 3,88 0,95
11.2 INST. ELÉTRICA DO BLOCO
11.2.1 CAIXA PARA 03 DISJUNTORES PÇ 2,00 4,20 8,40 8,40 2,05
11.2.2 FITA ISOLANTE 20 METROS RL 1,00 1,84 1,84 1,84 0,45
11.2.3 INTERRUPTOR DUPLO PÇ 2,00 1,97 3,94 3,94 0,96
11.2.4 INTERRUPTOR DUPLO + TOMADA PÇ 2,00 2,50 5,00 5,00 1,22
11.2.5 TOMADAS PÇ 22,00 1,06 23,32 23,32 5,68
11.2.6 INTERRUPTOR + TOMADA PÇ 2,00 1,57 3,14 3,14 0,77
11.2.7 CX. DE LUZ 2X4" PÇ 34,00 0,10 3,40 3,40 0,83
11.2.8 CX. DE LUZ 4X4" TETO PÇ 14,00 0,29 4,06 4,06 0,99
11.2.9 DISJUNTOR 15A PÇ 2,00 2,90 5,80 5,80 1,41
11.2.10 DISJUNTOR 20A PÇ 2,00 2,90 5,80 5,80 1,41
11.2.11 CORRUGADO 3/4" 50 MTS RL 3,00 6,90 20,70 20,70 5,04
11.2.12 FIO SÓLIDO 1,5 MM M 100,00 0,125 12,50 12,50 3,05
11.2.13 FIO SÓLIDO 2,5 MM M 200,00 0,197 39,40 39,40 9,60
11.2.14 FIO SÓLIDO 6,0 MM M 200,00 0,45 90,00 90,00 21,93
11.2.15 PLACA CEGA 2X4" PÇ 4,00 0,52 2,08 2,08 0,51
T O T A L D O I T E M 11 410,45 410,45 3,20

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
12. INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
12.1 ÁGUA
12.1.1 REGISTRO 3/4" GAVETA PÇ 2,00 10,50 21,00 21,00 3,37
12.1.2 REGISTRO 3/4" PRESSÃO PÇ 2,00 8,50 17,00 17,00 2,73
12.1.3 TEE 25MM X 1/2" AZUL PÇ 2,00 2,23 4,46 4,46 0,72
12.1.4 JOELHO 25MM X 3/4" AZUL PÇ 4,00 1,40 5,60 5,60 0,90
12.1.5 JOELHO 25MM X 1/2" AZUL PÇ 6,00 1,61 9,66 9,66 1,55
12.1.6 TEE 25MM PÇ 12,00 0,23 2,76 2,76 0,44
12.1.7 JOELHO 25MM PÇ 15,00 0,15 2,25 2,25 0,36
12.1.8 CURVAS 25MM PÇ 6,00 0,60 3,60 3,60 0,58
12.1.9 ADAPT. C/ FLANGE 25MM X 3/4" PÇ 6,00 2,51 15,06 15,06 2,42
12.1.10 ADAPT. C/ FLANGE 32MM X 1" PÇ 2,00 4,18 8,36 8,36 1,34
12.1.11 REGISTRO PLÁSTICO 25 MM ESFERA PÇ 2,00 4,00 8,00 8,00 1,28
12.1.12 CAIXA D'ÁGUA 250 LITROS FIBROCIMENTO PÇ 2,00 39,00 78,00 78,00 12,52
12.1.13 JOELHO 32MM PÇ 4,00 0,43 1,72 1,72 0,28
12.1.14 ADAPTADOR 25MM X 3/4" PÇ 6,00 0,15 0,90 0,90 0,14
12.1.15 LUVA 25MM X 3/4" AZUL PÇ 2,00 1,51 3,02 3,02 0,48
12.1.16 ADESIVO 175GR C/ PINCEL TIGRE TB 2,00 2,49 4,98 4,98 0,80
12.1.17 TUBO 25MM 6 METROS TB 4,00 5,35 21,40 21,40 3,43
12.1.18 TUBO 32MM 6 METROS TB 1,00 12,35 12,35 12,35 1,98
12.1.19 LUVA 25MM PÇ 10,00 0,15 1,50 1,50 0,24
12.1.20 CONJUNTO SANITÁRIO (PIA, COLUNA E BACIO) CJ 2,00 69,00 138,00 138,00 22,14
12.1.21 CAIXA DESCARGA ACOPLADA AKROS CJ 2,00 22,09 44,18 44,18 7,09
12.1.22 VÁLVULA CROMADA PARA LAVATÓRIO PÇ 2,00 2,70 5,40 5,40 0,87
12.1.23 TORNEIRA BÓIA 3/4" PÇ 2,00 2,58 5,16 5,16 0,83
12.1.24 FITA VEDAROSCA PÇ 4,00 0,62 2,48 2,48 0,40
12.1.25 JOELHO 25MM 45.º PÇ 10,00 0,20 2,00 2,00 0,32
12.2 ESGOTO
12.2.1 TEE 150MM ESGOTO PÇ 2,00 13,42 26,84 26,84 4,31
12.2.2 JOELHO 150MM ESGOTO PÇ 2,00 17,13 34,26 34,26 5,50
12.2.3 JOELHO 50MM ESGOTO PÇ 8,00 0,51 4,08 4,08 0,65
12.2.4 JOELHO 40MM ESGOTO PÇ 8,00 0,35 2,80 2,80 0,45
12.2.5 CAP 150 MM ESGOTO PÇ 2,00 10,70 21,40 21,40 3,43
12.2.6 CAP 100 MM ESGOTO PÇ 2,00 2,78 5,56 5,56 0,89
12.2.7 TUBO 100 MM ESGOTO 6 METROS TB 1,00 19,73 19,73 19,73 3,17
12.2.8 TUBO 150 MM ESGOTO 6 METROS TB 1,00 48,00 48,00 48,00 7,70
12.2.9 TUBO 40 MM ESGOTO 6 METROS TB 1,00 7,10 7,10 7,10 1,14
12.2.10 TUBO 50 MM ESGOTO 6 METROS TB 1,00 13,14 13,14 13,14 2,11
12.2.11 CAIXA SIFONADA 150X150X50MM PÇ 2,00 4,50 9,00 9,00 1,44
12.2.12 JOELHO 40MM 45.º ESGOTO PÇ 2,00 0,35 0,70 0,70 0,11
12.2.13 PROLONGAMENTO CX. SIFONADA 150MM PÇ 2,00 2,50 5,00 5,00 0,80
12.2.14 TEE 100X50MM ESGOTO PÇ 2,00 3,40 6,80 6,80 1,09
T O T A L D O I T E M 12 623,25 623,25 4,86

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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


Material MÃO-DE-OBRA Preço total
Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
13. PINTURA
13.1 TINTA LATEX PAREDES E TETO L 36,00 1,75 63,00 63,00 15,15
13.2 FUNDO A ÓLEO PARA MADEIRA L 14,40 4,10 59,04 59,04 14,19
13.3 ZWINCRIL BX 1020 L 18,00 8,90 160,20 160,20 38,52
13.4 SOLVENTE L 3,00 2,48 7,44 7,44 1,79
13.5 LIXA 80/120 M 6,00 1,70 10,20 10,20 2,45
13.6 ESMALTE SINTÉTICO L 14,40 4,94 71,14 71,14 17,10
13.7 SELADOR ACRÍLICO L 18,00 1,94 34,92 34,92 8,40
13.8 ÁCIDO MURIÁTICO L 10,00 1,00 10,00 10,00 2,40
T O T A L D O I T E M 13 415,94 415,94 3,24

Material MÃO-DE-OBRA Preço total


Item DISCRIMINAÇÃO UN QDE Preço UN. Sub-total Preço UN. Sub-total MAT + MO %
14. DIVERSOS
14.1 CIMENTO
14.1.1 CIMENTO MURO KG 225,00 0,25 56,25 56,25 8,86
14.1.2 CIMENTO ESTRUTURA E ALVENARIA ESTRUTURALKG 300,00 0,25 75,00 75,00 11,81
14.1.3 CIMENTO REBOCO TETO E PAREDES KG 500,00 0,25 125,00 125,00 19,68
14.2 AREIA
14.2.1 AREIA FINA M3 2,50 17,00 42,50 42,50 6,69
14.2.2 AREIA MÉDIA MURO M3 1,20 17,00 20,40 20,40 3,21
14.3 BRITA M3 0,20 20,00 4,00 4,00 0,63
14.4 TÁBUA DE PINUS M3 2,00 144,00 288,00 288,00 45,34
14.5 CAL HIDRATADA KG 200,00 0,12 24,00 24,00 3,78
T O T A L D O I T E M 14 635,15 635,15 4,95
TOTAL GERAL 12.833,92 100,00

O cronograma físico da obra, considerado por bloco é o seguinte, incluindo-se não só os dias
de serviços despendidos na execução de cada uma das atividades, como também o efetivo de
pessoal para a execução das atividades. Em uma situação com a maior coincidência de
atividades, a equipe máxima para a construção de um bloco com duas residências foi de 7
pessoas, incluindo o encarregado das atividades. O tempo máximo de execução, desde a
limpeza do terreno até a limpeza da obra para a entrega aos compradores foi de 30 dias. A
casa era entregue com a instalação da água e da luz já em funcionamento e no nome dos
compradores, representando esse um grande diferencial no atendimento aos clientes:

Cronograma físico - Obra Navegantes - para cada bloco de duas casas


Atividades Prazo de execução de cada etapa dos serviços (em dias) Quantidade de operários Custo
Variação
Serventes Pedreiros Eletricista Encanador Pintor Encarregado
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Qde R$/d Qde R$/d Qde R$/d Qde R$/d Qde R$/d Qde R$/d MO (*) %
Limpeza/preparação do terreno 2 32,00 0 53,00 0 60,00 0 60,00 0 53,00 0 53,00 128,00
Fundação (radier) 2 32,00 1 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 53,00 510,00
Instalação hidráulica 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 60,00 0 0,00 0 0,00 120,00
Alvenaria 2 32,00 2 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 53,00 3.345,00
Instalação de esgoto 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 60,00 0 0,00 0 0,00 120,00
Instalação elétrica 0 32,00 0 0,00 1 60,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 120,00
Fossa/filtro/sumidouro 2 32,00 1 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 351,00
Muro externo 2 32,00 1 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 351,00
Laje de cobertura 2 32,00 2 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 53,00 892,00
Telhado 2 32,00 2 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 53,00 669,00
Reboco da laje 2 32,00 1 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 181,00
Instalação de portas e janelas 1 32,00 1 53,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 85,00
impermeabilização/rejunte 2 32,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 64,00
Pintura 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 53,00 1 53,00 795,00
Ligação de água 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 60,00 0 0,00 0 0,00 60,00
Ligação de Luz 0 0,00 0 0,00 1 60,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 60,00
Limpeza da obra e terreno 1 32,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 32,00
Total 7.883,00

Diferenciais apresentados:

· Imóvel entregue com instalações de água e luz em funcionamento;


· Entrega de caderno com as plantas e as instruções para a operação das instalações do
imóvel juntamente com as chaves;
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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


· Entrega ao cliente do compromisso de qualidade fornecido pela construtora e um
questionário onde podem ser indicados os problemas observados e as considerações e
elogios, se desejável;
· Entrega das chaves através de documento onde é evidenciado a vistoria do imóvel pelo
cliente;
· A construtora desenvolveu uma série de procedimentos e instruções, como apresentado
nos anexos:
Anexo 1 – Check list parcial de recebimento de materiais

Anexo 2 – Lista Mestra de procedimentos adotados pela construtora

Anexo 3 – Caderno de procedimentos de execução de serviços controlados

7. CONCLUSÕES

Um dos aspectos mais estudados pela gerência da construtora foi o fato do


lançamento ter sido um sucesso, com a comercialização dos quatro blocos em
aproximadamente 35 dias. Por que ocorreu esse sucesso de vendas, em um momento com
grandes incertezas econômicas, mercado retraído pela elevação do dollar e baixo nível de
turismo, já que o país onde vinha o maior número de turistas, Argentina, estava atravessando
um momento de crise?

Várias foram as causas. Em primeiro lugar, desde a concepção do projeto, à fase


de construção e a entrega das obras sempre se teve como elemento fundamental a questão da
cidadania. Mesmo em se tratando de imóveis de baixo custo houve uma grande preocupação
para que o projeto oferecesse todo o conforto aos moradores. Desta maneira passaram a ser
adotadas as seguintes premissas:

A adoção de uma laje inclinada, incorporada ao telhado, propiciando que a altura


mínima do piso à laje, junto à porta de entrada fosse de 230cm e, na linha de cumieira fosse
de 450cm. Isso possibilitava uma ventilação interna adequada, com a residência sempre
ventilada. O posicionamento das janelas favorecia a ventilação natural.

Incorporação ao radier de uma calçada a toda a volta do imóvel, mantendo o entorno sempre
limpo, mesmo em época de chuvas fortes.

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Integração da cozinha à sala, com a inserção de um detalhe arquitetônico
diferenciando os ambientes, através de azulejos em apenas duas paredes na cozinha.

Criação de uma varanda à frente da porta da sala e de uma área de serviço à frente
da porta da cozinha, possibilitando uma noção de maior amplidão dos espaços, com as portas
abertas.

Posicionamento dos blocos de modo que um morador de um dos blocos não


tivesse a visão franca da residência mais próxima. Além da manutenção da privacidade houve
um ganho adicional com a circulação das correntes de vento entre os blocos.

Todos os blocos foram construídos com alvenaria de blocos cerâmicos revestidos de verniz,
dando-lhes uma aparência moderna e atraente.

O fundo da laje incorporada ao telhado foi pintada em cores claras, sobre um


chapisco interior, único revestimento adotado, afora o verniz na alvenaria e dos azulejos em
parte da cozinha e no banheiro.

O menor quarto foi dimensionado com 9m2. Permitindo que uma família média
pudesse ter o necessário conforto. Nesses cômodos a definição do posicionamento das portas
e janelas levou em consideração a possibilidade de uma parede de meios comprimento para
um armário.

Tanto a cozinha quanto o banheiro foram entregues com as peças instaladas e as


torneiras e registros já posicionados e em funcionamento.

A busca pelo atendimento aos anseios dos compradores, pessoas de baixa renda, o
respeito às suas opiniões, através de entrevistas ocorridas antes do lançamento do
empreendimento, durante a construção e após a entrega das obras foi importante para a
comercialização dos imóveis, inclusive porque perceberam que suas sugestões passaram a ser
incorporadas ao projeto.

Por fim, deve-se enfatizar a transparência das ações, com as obras abertas e
franqueadas às visitas. O comprador podia acompanhar a evolução de sua construção
diariamente. Os moradores das vizinhanças acompanhavam cada passo da construção.

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A questão da cidadania é importante nesses processos. A reação das pessoas
quando percebem que são importantes e consideradas altera substancialmente o
relacionamento com a construtora, facilitando bastante a solução dos vários problemas que
podem ocorrer durante a construção. O fato de a construção ser “mais barata” não significa
que o produto final tenha baixa qualidade e que o comprador não seja importante. Há
inúmeros exemplos onde se consegue reduzir os custos e aumentar a produtividade através de
ações bem simples, que começam com:

· Renegociação com os fornecedores;


· Redução das margens de lucro;
· Busca dos materiais de menor custo, mantendo-se a qualidade dos mesmos;
· Elaboração de adequados projetos, que contemplem a racionalização dos serviços.
Somente com a revisão dos conceitos e a quebra de paradigmas é que irá se
atender ao objetivo maior, de atender desigualmente os desiguais, tratando-os com respeito e
observando as questões de cidadania. Somente assim poder-se-á integrar as habitações e as
questões de cidadania.

8. BIBLIOGRAFIA

ALDAUF, A. S. F. Contribuição à implementação da coordenação modular da construção no


Brasil. 146 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, Porto Alegre, 2004.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5725: Ajustes modulares e
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Síntese da Coordenação
Modular. Rio de Janeiro, [1975].
BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO; CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO
BOUWCENTRUM. Plano da Coordenação Modular da Construção. BNH/CBC, 1. etapa, 20
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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


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ECONÔMICO E GERENCIAL. Coordenação modular da construção. Rio de Janeiro:
BNH/IDEG, 1976.
BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO; INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E GERENCIAL. Elementos para a avaliação do impacto da racionalização e
da Coordenação Modular na indústria de materiais de construção. Rio de Janeiro:
BNH/IDEG, jul. 1978.
BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO; INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO E GERENCIAL. A Coordenação Modular da construção: síntese para
divulgação. Rio de Janeiro: BNH/IDEG, jan. 1980.

BIERMANN, V. et al. Teoría de la arquitectura: del renacimiento a la actualidad. Köln:


Taschen, 2003.
BRUNA, P. J. V. Arquitetura, industrialização e desenvolvimento. São Paulo: Perspectiva,
1976.
BUSSAT, P. Die Modulordnung im Hochbau. Stuttgart: Karl Krämer, 1963.
CAMPOS, M. L. A. A organização de unidades do conhecimento em hiperdocumentos: o
modelo conceitual como um espaço comunicacional para realização da autoria. 2001b. Tese
(Doutorado em Ciência da Informação) - CNPq/IBICT, Universidade Federal do Rio de
Janeiro/ECO, Rio de Janeiro, 2001b. Disponível em: <
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CAPORIONI; GARLATTI; TENCA-MONTINI. La coordinación modular. Barcelona: GG,
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CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO BOUWCENTRUM. Noticiário da
Coordenação Modular. São Paulo: BNH/CBC, n. 1, dez. 1969.
CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO BOUWCENTRUM. Noticiário da
Coordenação Modular. São Paulo: BNH/CBC, n. 2, jan. 1970a.
CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO BOUWCENTRUM. Noticiário da
Coordenação Modular. São Paulo: BNH/CBC, n. 12-13, nov./dez. 1970b.
CENTRO BRASILEIRO DA CONSTRUÇÃO BOUWCENTRUM. Plano de implantação da
Coordenação Modular. BNH/CBC, 1. fase, 2. etapa, 3. volume, 1970c
CIB. CIB Master List of Headings for the Arrangement and Presentation of Information in
Technical Documents for Design and Construction. CIB Report. Publication 18:1993. Council
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em: <http://europa.eu.int/comm/enterprise/construction/internal/cpd/cpd.htm>. Acesso em: 14
mar. 2003.
CORVACHO, H.; SOUSA, H.; COSTA, J. M. et al. O Projecto CIC-NET: rede de
cooperação estratégica entre empresas do processo de construção. Porto: Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, Departamento de Engenharia Civil, 2002.

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Anexo 1
Check list [parcial] de materiais aplicado no recebimento dos mesmos pela construtora e no
recebimento no canteiro de obras

Materiais e/ou insumos Lista de verificação


Aço para concreto armado q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q quantidade,
q bitola,
q procedência,
q aspecto de corrosão,
q acondicionamento sobre toras de madeira
Arames q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q quantidade,
q bitola,
q procedência,
q aspecto de corrosão,
q acondicionamento em prateleiras
Argamassa de assentamento q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q volume,
q granulometria,
q procedência,
q validade,
q forma de acondicionamento em masseiras,
q tempo de descanso da argamassa
Argamassa de reboco q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q volume,
q granulometria,
q procedência,
q validade,
q forma de acondicionamento em masseiras,
q tempo de descanso da argamassa
Argamassa de rejunte q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q volume,
q granulometria,
q procedência,
q validade,
q embalagem,
q forma de acondicionamento em sacos,
q tempo de descanso da argamassa
Azulejos cerâmicos q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q quantidade,
q dimensões,
q formas geométricas,
q tonalidades rugosidade,
q imperfeições da superfície,
q procedência,
q integridade da embalagem,
q sinais de deterioração das embalagens,
q sinais de danos ao produto,
q formas de acondicionamento em caixas de papelão sobre estrados
Bloco cerâmico estrutural q conformidade com a requisição,
q fornecedor,
q quantidade,
q dimensões que não podem variar mais de que 3 mm,
q formas geométricas,
q tonalidades,
q procedência,
q percentual de danos/quebras inferiores a 1%,
q forma de acondicionamento sobre piso nivelado

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Anexo 2
Lista mestra de procedimentos adotados pela construtora
Nº Nº da Norma Título Folha
1. PQ 01 Política da Qualidade - Capa
2. PQ 01 Política da Qualidade - Selo do PBQP - H
3. PQ 01 Política da Qualidade - Termo de Adesão
4. PQ 01 Política da Qualidade - Carta de prorrogação
5. PQ 01 Política da Qualidade - Apresentação da MS
6. PQ 01 Política da Qualidade - Política da Qualidade
7. PQ 01 Política da Qualidade - Comprometimento da MS com a Política da Qualidade
8. PQ 01 Política da Qualidade - Introdução parte A
9. PQ 01 Política da Qualidade - Introdução parte B
10. PQ 01 Política da Qualidade - Objetivos da Mendes Sibara
11. PQ 01 Política da Qualidade - Indicadores da Qualidade
12. PQ 01 Política da Qualidade - Comitê da Qualidade
13. PQ 01 Política da Qualidade - Ata de reunião do Comitê da Qualidade
14. PQ 01 Política da Qualidade - Administração e Controle do Sistema da Qualidade
15. PQ 01 Política da Qualidade - Análise Crítica pela Administração
16. PQ 01 Política da Qualidade - Análise Crítica do Sistema da Qualidade
17. PQ 01 Política da Qualidade – Treinamento - Treinamento Comportamental,
Operacional
18. PQ 01 Política da Qualidade – Treinamento - Registro da atividade de treinamento
19. PQ 01 Política da Qualidade – Treinamento - Planejamento das atividades de
treinamento
20. PQ 01 Política da Qualidade – Treinamento - Solicitação de Assistência Educacional
21. MQ 01 Manual da Qualidade – Capa
22. MQ 01 Manual da Qualidade – Índice
23. MQ 01 Manual da Qualidade – Apresentação
24. MQ 01 Manual da Qualidade – Referências
25. MQ 01 Manual da Qualidade - Objetivo do Manual
26. MQ 01 Manual da Qualidade - Organograma da Mendes Sibara
27. MQ 01 Manual da Qualidade - Objetivos macro dos cargos
28. MQ 01 Manual da Qualidade - Responsabilidades e Atribuições
29. MQ 01 Manual da Qualidade - Organograma da Obra
30. MQ 01 Manual da Qualidade - Responsabilidade da Administração
31. MQ 01 Manual da Qualidade - Contratos - Análise Crítica de Contrato
32. MQ 01 Manual da Qualidade - Contratos - Contrato de fornecimento de mão-de-obra
33. MQ 01 Manual da Qualidade - Contratos - Contrato de fornecimento de materiais e
insumos
34. MQ 01 Manual da Qualidade - Contratos - Rotina de Contratação de Empreiteiros
35. MQ 01 Manual da Qualidade - Materiais - Aquisição, cadastramento de fornecedores e
verificação do produto adquirido
36. MQ 01 Manual da Qualidade - Materiais - Qualificação de fornecedores de materiais
37. MQ 01 Manual da Qualidade - Materiais - Relatório de Tomada de Preços
38. MQ 01 Manual da Qualidade - Materiais - Requisição de Material
39. MQ 01 Manual da Qualidade - Materiais - Pedido de Compras
40. MQ 01 Manual da Qualidade - Materiais - Recebimento de Materiais
41. MQ/MA 03/07 Manual da Qualidade - Materiais - Controle de Produtos fornecidos pelo Cliente
42. MQ/MA 03/08 Manual da Qualidade - Materiais - Inspeção e Ensaios
43. MQ/MA 03/09 Manual da Qualidade - Materiais - Controle de produto não-conforme
44. MQ/MA 03/10 Manual da Qualidade - Materiais - Materiais obrigatoriamente controlados

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As habitações e as questões de cidadania: projetos cidadãos


45. MQ/MA 03/11 Manual da Qualidade - Materiais - Identificação e rastreabilidade de produtos
46. MQ/NO 04/01 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Planejamento e administração /
controle de processos
47. MQ/NO 04/02 Manual da Qualidade- Normas de Obra - Controle de projeto
48. MQ/NO 04/03 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Ata de reunião do Comitê de Análise de
Projeto
49. MQ/NO 04/04 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Serviços obrigatoriamente controlados
50. MQ/NO 04/05 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Procedimentos para os serviços
obrigatoriamente controlados
51. MQ/NO 04/06 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Uso de Instalações – Banheiro
52. MQ/NO 04/07 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Uso de Instalações – Depósito de
Material
53. MQ/NO 04/08 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Uso de Instalações – Refeitório
54. MQ/NO 04/09 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Uso de Instalações – Vestiário
55. MQ/NO 04/10 Manual da Qualidade - Normas de Obra - Utilização de Uniformes
56. MQ/NO 04/11 Manual da Qualidade – Procedimentos - Rotina de Admissão de funcionários
57. MQ/NO 04/12 Manual da Qualidade – Procedimentos - Rotina de Demissão de funcionários
58. MQ/NO 04/13 Manual da Qualidade – Procedimentos - Termo de entrega das chaves
59. MQ/NO 04/14 Manual da Qualidade – Procedimentos - Manual de entrega das chaves
60. MQ/NO 04/15 Manual da Qualidade - Procedimentos - Termo de compromisso de entrega da
obra
61. MQ/AU 05/01 Manual da Qualidade - Auditoria - Auditorias Internas da Qualidade
62. MQ/AU 05/02 Manual da Qualidade - Auditoria - Avaliação de Auditores do Sistema da
Qualidade
63. MQ/AU 05/03 Manual da Qualidade - Auditoria - Lista de pendências
64. MQ/AU 05/04 Manual da Qualidade - Auditoria - Memorando de transmissão de documentos
65. MQ/AU 05/05 Manual da Qualidade - Auditoria - Circular de comentários
66. MQ/AU 05/06 Manual da Qualidade - Auditoria - Controle de documentos e dados
67. MQ/AU 05/07 Manual da Qualidade - Auditoria - Controle de registros da Qualidade
68. MQ/AU 05/08 Manual da Qualidade - Auditoria - Ação corretiva e ação preventiva
69. MQ/AU 05/09 Manual da Qualidade - Auditoria - Controle de documentos emitidos
70. MQ/AU 05/10 Manual da Qualidade - Auditoria - Controle de revisão de documentos do
sistema da qualidade
71. MQ/AU 05/11 Manual da Qualidade - Auditoria - Rotina de revisão de documentos
72. MQ/AU 05/12 Manual da Qualidade - Auditoria - Formulário de sugestões
73. MQ/AU 05/13 Manual da Qualidade - Auditoria - Relatório de não-conformidade

Elaboração: AFANP Revisão: Aprovação: LAM


Rubrica Rubrica Rubrica

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Anexo 3
Caderno de Procedimentos de execução de serviços controlados
Aprovação: 11/03/02 Substitui Datada De: 00/00/00
Aplicação DIRETORIA, GERÊNCIA ADMINISTRATIVA, GERÊNCIA TÉCNICA, COMPRAS, QUALIDADE,
GERÊNCIA DE OBRAS RESIDENCIAIS, GERÊNCIA DE OBRAS ESPECIAIS, GERÊNCIA DE OBRAS
PREDIAIS, PROJETOS.

1. SUMÁRIO:
Aplicação:35
Diretoria, Gerência Administrativa, Gerência Técnica, Compras, Qualidade, Gerência de Obras Residenciais, Gerência de
Obras Especiais, Gerência de Obras Prediais, Projetos35
1. Sumário:35
2. Objetivo:Erro! Indicador não definido.
3. Normas e/ou documentos complementares:Erro! Indicador não definido.
4. Definições: Erro! Indicador não definido.
5. Condições Gerais: Erro! Indicador não definido.
5.1. Conscientização dos funcionários:Erro! Indicador não definido.
5.2. Execução e controle dos processos:Erro! Indicador não definido.
5.2.1. Serviços obrigatoriamente controlados:Erro! Indicador não definido.
5.2.2. Projeto básico:Erro! Indicador não definido.
a) Locação de obra:Erro! Indicador não definido.
b) Limpeza do terreno:Erro! Indicador não definido.
c) Marcação do terreno:Erro! Indicador não definido.
d) Escavação do terreno:Erro! Indicador não definido.
e) Execução das fundações:Erro! Indicador não definido.
f) Execução das formas:Erro! Indicador não definido.
g) Montagem das armaduras:Erro! Indicador não definido.
h) Concretagem das peças estruturais:Erro! Indicador não definido.
i) Execução de alvenarias não estruturais e de divisória leve:Erro! Indicador não definido.
j) Execução de alvenarias estrutural:Erro! Indicador não definido.
k) Execução de revestimento interno de área seca:Erro! Indicador não definido.
l) Execução de revestimento interno de área úmida:Erro! Indicador não definido.
m) Execução de revestimento externo:Erro! Indicador não definido.
n) Execução de contrapiso: Erro! Indicador não definido.
o) Execução de revestimento de piso interno de área seca:
p) Execução de revestimento de piso interno de área úmida:
q) Execução de revestimento de piso externo:
r) Execução de forro:
s) Execução de impermeabilização:
t) Execução de cobertura de telhado:
u) Colocação de batentes e portas:
v) Colocação de janelas:
x) Pintura interna e externa:
y) Execução de Instalações elétricas:
z) Execução de Instalações hidro-sanitárias:
Z.1. Instalação Sanitária:
Z.2. Instalação Hidráulica:
6. Padrões aplicáveis:
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