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DECISO
Sustenta a parte recorrente que o acrdo recorrido deu interpretao diversa aos
arts. 1.595 e 1.694 do Cdigo Civil da que lhe fora atribuda pelo Tribunal de Justia do Estado
de Minas Gerais por ocasio do julgamento da Apelao Cvel n. 1.0024.04.533394-5/001(1).
Aduz que, no presente feito, a parte autora foi considerada carecedora de ao, visto
que no "h obrigao alimentar entre parentes ligados por laos de afinidade", ao passo que, no
paradigma, ficou assentado que, de acordo com o Cdigo Civil atual, no h distino entre
parentesco por afinidade ou por consanguinidade para fins de obrigao alimentar.
o relatrio. Decido.
Desde j, destaco que a tese jurdica a ser estabelecida a seguinte: com o advento
do novo Cdigo Civil, parentes ligados pelos laos da afinidade tm legitimidade para postular,
em juzo, a prestao alimentar de que trata o art. 1.694 do Cdigo Civil.
Nesse sentido, Washington de Barros Monteiro, por Regina Beatriz Tavares da Silva,
bem observou que o Cdigo Civil de 2002 disciplina, no Subttulo III do Ttulo II do Livro IV,
quem pode reclamar alimentos e contra quem eles podem ser reclamados. E esclarece:
Documento: 33339652 - Despacho / Deciso - Site certificado - DJe: 12/03/2014 Pgina 2 de 3
Superior Tribunal de Justia
"Acentue-se, desde logo, o cunho tipicamente familiar do instituto que se
funda, exclusivamente, no vnculo conjugal, nas relaes de unio estvel e no
vnculo de parentesco, neste ltimo includo o jus sanguinius e aquele superveniente
da adoo."
Mais adiante, pontua que "s os parentes consanguneos, isto , as pessoas que
procedem de um mesmo tronco ancestral, e aqueles cujo elo decorre da adoo devem alimentos.
No existe semelhante obrigao entre afins, por mais prximo que seja o grau de afinidade"
(Curso de Direito Civil, vol. II, Direito de Famlia, 39 ed. So Paulo: Saraiva, 2009, p. 431).
Publique-se.
Relator