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A ANEEL, nos termos da legislação aplicável, regula o setor elétrico e todas as atividades
relacionadas ao serviço público de geração, transmissão, distribuição e comercialização de
energia elétrica.
As resoluções normativas emitidas pela ANEEL podem afetar diversos fatores de nossas
atividades, como nossas tarifas, indicadores de qualidade e penalidades. Por exemplo,
recentemente a ANEEL sinalizou a criação de um índice de qualidade adicional,
relacionado à satisfação do consumidor, de acordo com o qual as distribuidoras terão que
cumprir metas mínimas pré-estabelecidas, sob risco de imposição de penalidades.
O efeito de futuras resoluções da ANEEL e/ou futuras reformas no setor da energia são
difíceis de prever, podendo ter impacto adverso sobre nossos negócios, resultado
operacional e capacidade de acesso aos mercados financeiros.
Nossas receitas operacionais podem ser negativamente afetadas por decisões da ANEEL
com relação às nossas tarifas.
As tarifas que cobramos pela venda de energia aos consumidores são determinadas de
acordo com os contratos de concessão celebrados com a ANEEL e estão sujeitas à
discricionariedade regulatória da ANEEL. Nossos contratos de concessão estabelecem que
as tarifas de fornecimento podem ser atualizadas por meio de três mecanismos, (i) Reajuste
Anual, projetado para compensar alguns efeitos da inflação sobre as tarifas, e repassar aos
consumidores certas mudanças em nossa estrutura de custos que escapem ao nosso
controle, como o custo da energia que compramos para atendimento do mercado
consumidor, e outros encargos regulatórios; (ii) Revisão Periódica, que ocorre a cada cinco
ou quatro anos, dependendo dos contratos de concessão de nossas distribuidoras, e é
projetada para identificar outras variações em nossos custos e eficiência; e (iii) Revisão
Extraordinária, que podemos solicitar no caso de alterações significativas e imprevisíveis
em nossa estrutura de custos, tal como a imposição de novos encargos regulatórios e a
criação ou majoração de tributos, com a finalidade de manter o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato.
Para maiores informações sobre os mecanismos de ajuste de tarifas, veja a seção “Análise e
Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e Resultados Operacionais”, item
“O Setor de Distribuição de Energia Elétrica”, subitem “Tarifas de Distribuição” deste
Prospecto.
Não é possível assegurar que a ANEEL estabelecerá tarifas que nos permitam repassar aos
nossos consumidores todos os nossos aumentos de custo. Além disso, na medida em que
quaisquer desses ajustes não forem concedidos pela ANEEL em tempo hábil, como ocorreu
em 2001 e 2002 em virtude do racionamento, nossa condição financeira e os resultados
operacionais poderão ser adversamente afetados. Para maiores informações sobre a ANEEL
e a regulamentação tarifária, vide Seção “O Setor de Energia Elétrica no Brasil” e “Análise
e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e os Resultados Operacionais”.
A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico determina que as distribuidoras de energia devem
contratar antecipadamente, por meio de leilões públicos suas necessidades de energia
previstas para os cinco anos seguintes. Os primeiros leilões de energia nova (energia
proveniente de empreendimentos de geração que entraram em operação comercial a partir
de 2003) e velha (energia proveniente de empreendimentos de geração já existentes)
ocorreram no final de 2004 e em 2005. A Lei do Novo Modelo do Setor Elétrico e os
decretos que a regulamentam estabelecem as condições gerais para o repasse dos volumes e
preços de comercialização de energia. Se a energia contratada, incluindo aquela que
comprarmos nos leilões públicos, após aplicação do MCSD, conforme explicação abaixo,
for inferior a 100% da nossa necessidade de energia total, estaremos sujeitos a multas e
poderemos não conseguir repassar a nossos consumidores todos os custos de compra
adicional de energia, que poderão ser mais elevados no mercado de curto prazo. Se a
energia contratada, incluindo aquela que compramos nos leilões públicos, após a aplicação
do MCSD, conforme explicação abaixo, for superior a 100% e inferior a 103% da nossa
necessidade de energia total, nós podemos repassar o volume total de energia comprada
para nossos consumidores. Se a energia contratada, incluindo aquela que compramos nos
leilões públicos, após aplicação do MCSD, conforme explicação abaixo, representar mais
de 103% da nossa necessidade de energia total, teremos que assumir o risco entre a
diferença de preço de compra nos leilões públicos e venda no mercado de curto prazo, não
nos sendo permitido repassar esses custos aos nossos consumidores.
Tendo em vista os inúmeros fatores que afetam as previsões de nossa demanda de energia,
incluindo crescimento econômico e populacional, além do risco de racionamento, não é
possível assegurarmos que as nossas previsões de demanda de energia serão precisas. Se
houver variações significativas entre as nossas necessidades de energia e o volume de
nossas compras de energia, e caso não possam ser acionados os mecanismos de ajuste para
cobertura das necessidades de energia (tais como devolução de contrato de energia no caso
de saída de consumidor livre, mecanismo de sobras e déficits ou aquisição de energia
proveniente do leilão de ajustes), os resultados de nossas operações poderão ser
adversamente afetados.
Podemos ser penalizados pela ANEEL se não cumprirmos com as obrigações contidas
nos nossos contratos de concessão, o que pode acarretar multas e outras penalidades e,
dependendo da gravidade do descumprimento, a caducidade de nossas concessões.
Nossas atividades de distribuição e de geração são realizadas de acordo com contratos de
concessão firmados com o Poder Concedente por intermédio da ANEEL, os quais têm
término previsto entre 2015 e 2032, e são renováveis a critério da ANEEL, mediante nossa
solicitação. Com base nas disposições de nossos contratos de concessão e na legislação
aplicável, a ANEEL poderá aplicar penalidades se descumprirmos qualquer disposição dos
contratos de concessão. Dependendo da gravidade do descumprimento, tais penalidades
poderão incluir:
• advertência;
• multas por descumprimento que, dependendo da gravidade da infração, variam de
0,01% a 2% sobre o valor do faturamento correspondente aos últimos 12 meses
anteriores à lavratura do auto de infração;
• embargo à construção de novas instalações e equipamentos;
• restrições à operação das instalações e equipamento existentes;
• suspensão temporária da participação em processos de licitação para novas
concessões;
• intervenção da ANEEL na administração das distribuidoras ou geradoras na
hipótese de descumprimento dos termos e condições do contrato de concessão; e
• término das concessões das distribuidoras na hipótese de descumprimento dos
termos e condições do contrato de concessão.
Além disso, o governo tem o poder de terminar nossas concessões de distribuição antes dos
respectivos prazos finais em caso de falência ou dissolução das concessionárias, ou por
meio de encampação, quando necessário para atender ao interesse público.
Caso nossos contratos de concessão de distribuição sejam extintos por qualquer violação futura,
não poderemos operar nossos negócios e distribuir e gerar energia a nossos consumidores na
região coberta pelo contrato de concessão extinto. Além disso, caso a ANEEL extinga
quaisquer de nossos contratos de concessão antes do término de seus prazos, o pagamento a
que teremos direito quando do término de nossas concessões por investimentos não
amortizados poderá não ser suficiente para liquidação total dos nossos passivos, e esse
pagamento poderá ser postergado por muitos anos. Se nossos contratos de concessão de
distribuição terminarem por nossa culpa, o montante do pagamento devido poderá ser reduzido
de forma significativa com a imposição de multas ou outras penalidades. Além disso, os
pagamentos a que teremos direito na hipótese de término antecipado de nossas concessões
poderão ser designados prioritariamente para pagamento de determinadas obrigações, como por
exemplo, o empréstimo junto ao BID (desembolsados à CEMAT e à CELPA em 21 de julho de
2006 e à CELTINS em 17 de agosto de 2007). A aplicação de multas ou penalidades ou o
término antecipado de nossas concessões poderão ter um efeito adverso significativo sobre
nossa condição financeira e resultado operacional.
Se não conseguirmos controlar com sucesso as perdas de energia e essas perdas não
forem repassadas às tarifas, nossos resultados operacionais e nossa condição financeira
poderão ser adversamente afetados.
As tarifas de distribuição, ainda que determinadas pela ANEEL, podem ser questionadas
judicialmente, o que pode afetar adversamente a receita da Companhia.
Nossas empresas distribuidoras possuem uma quantidade contas a receber vencidas que,
se não foram pagas, podem afetar adversamente nossos resultados financeiros.
• indisponibilidade de equipamentos;
• interrupções de fornecimento;
• greves;
• perturbação social;
Se vivenciarmos esses ou outros problemas, podemos não ser capazes de distribuir energia
elétrica em quantidades compatíveis com nossos planos de negócios, o que pode vir a afetar
de maneira adversa nossa situação financeira e o resultado das nossas operações.
Aquisições de outras empresas ou ativos em linha com nossas atividades atuais constituem
um dos elementos-chave de nossa estratégia de crescimento de longo prazo. Não há como
assegurar que futuras aquisições venham efetivamente a ocorrer, e caso ocorram, que
venham a contribuir estrategicamente para nossos objetivos. A aquisição de empresas ou
ativos envolve outros riscos operacionais e financeiros, que incluem dificuldades de
integração das gestões administrativas e operacionais entre os ativos existentes e aqueles
que venham a ser adquiridos, responsabilização por eventuais contingências e passivos
ocultos e a alocação de esforços administrativos e financeiros ao processo de integração.
Ademais, temos como estratégia complementar diversificar nossos negócios por meio de
investimentos em co-geração de energia elétrica a partir da biomassa (bagaço e palha de
cana de açúcar). A nossa estratégia de diversificação dos negócios para bioenergia assume
como premissas que seremos capazes de firmar relações estratégicas com financiadores,
sócios, produtores agrícolas, fornecedores e outros parceiros comerciais e envolve diversos
riscos como (i) incapacidade de concluir os projetos dentros dos prazos e custos estimados;
(ii) incapacidade de obtermos as licenças ambientais necessárias aos projetos, (iii)
incapacidade de antecipar e adaptar-se às novas tendências em rápida evolução do setor de
bionergia no Brasil e em outros países; (iv) flutuações de preços para o etanol e (v) outros
riscos econômicos, competitivos, regulamentares e incertezas operacionais e contingências
que estão fora do nosso controle. Caso futuras aquisições ou a diversificação de nossos
negócios não tragam os benefícios esperados, nosso negócio, resultado operacional e fluxo
de caixa podem ser adversamente afetados.
De acordo com a lei brasileira, somos objetivamente responsáveis por danos diretos e
indiretos resultantes da prestação inadequada de serviços de distribuição ou geração de
eletricidade, conforme a atividade desenvolvida pela subsidiária da Rede Energia em
questão, como interrupções abruptas ou distúrbios oriundos dos sistemas de geração,
transmissão ou distribuição. Nossas distribuidoras e geradoras poderão ser
responsabilizadas por perdas e danos causados a terceiros em decorrência de interrupções
ou distúrbios em seus respectivos sistemas de geração, transmissão ou distribuição, sempre
que essas interrupções ou distúrbios não forem atribuíveis a um integrante identificado do
ONS. As responsabilidades oriundas dessas interrupções ou distúrbios que não são cobertas
por nossas apólices de seguro ou que excedam os limites de cobertura podem resultar em
custos adicionais significativos e prejudicar os nossos resultados operacionais.
Nossas apólices de seguro podem não ser suficientes para cobrir totalmente todas as
responsabilidades em que possamos incorrer no curso habitual dos nossos negócios.
Adicionalmente, não contratamos seguro de interrupção de fornecimento de energia. Além
disso, pode ser que não sejamos capazes de obter, no futuro, seguro ou, se obtivermos,
pelos mesmos termos que os atuais. Os resultados das nossas operações podem ser
prejudicados pela ocorrência de acidentes que resultem em danos em relação aos quais não
estejamos totalmente cobertos nos termos das nossas apólices de seguro em vigor.
Uma vez que parte significativa dos nossos bens está vinculada à prestação de serviços
públicos, esses bens não estarão disponíveis para liquidação em caso de falência nem
poderão ser objeto de penhora para garantir a execução de decisões judiciais.
Uma parte significativa dos nossos bens inclusive a nossa rede de distribuição de energia e
parte dos nossos ativos de geração está vinculada à prestação de serviços públicos. Esses
bens não estarão disponíveis para liquidação em caso de falência ou penhora para garantir a
execução de decisões judiciais, uma vez que devem ser revertidos ao Poder Concedente, de
acordo com os termos das nossas concessões e com a legislação. Temos direito de receber
indenização do Poder Concedente em caso de extinção antecipada de nossas concessões,
mas não podemos assegurar que o valor a ser indenizado será igual ao valor de mercado dos
bens revertidos. Essas limitações podem reduzir significativamente os valores disponíveis
aos nossos acionistas em caso de liquidação e ter um efeito negativo em nossa capacidade
de obter financiamentos.
A economia brasileira tem sido marcada por freqüentes e, por vezes, significativas
intervenções do Governo Federal, que modificam as políticas monetária, de crédito, fiscal e
outras para influenciar a economia do Brasil.
Historicamente, o Brasil teve altos índices de inflação. Os índices de inflação foram de,
1,2% em 2005, 3,80% em 2006, 7,90% em 2007 e 2,38% no período de três meses findo
em 31 de março de 2008, de acordo com o IGP-M. As medidas do Governo Federal para
combater a inflação, combinadas com a especulação de futuras políticas de controle
inflacionário, contribuíram para a incerteza econômica e aumentaram a volatilidade do
mercado de capitais brasileiro. Futuras medidas tomadas pelo Governo Federal, incluindo
ajustes na taxa de juros, intervenção no mercado de câmbio e ações para ajustar ou fixar o
valor do Real, podem ter um efeito material desfavorável sobre a economia brasileira,
nosso negócio.
Caso o Brasil venha a vivenciar uma significativa inflação no futuro, é possível que não
sejamos capazes de ajustar as tarifas que cobramos dos nossos consumidores para
compensar os efeitos da inflação na nossa estrutura de custos, o que poderia aumentar
nossos custos e diminuir nossas margens líquidas e operacionais. Pressões inflacionárias
também podem afetar nossa habilidade de acessar mercados financeiros estrangeiros e
podem levar a políticas de combate inflacionário, que podem prejudicar nosso negócio.