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Transformação Dos Modos de Socialização Das Crianças - Uma Abordagem Sociológica PDF
Transformação Dos Modos de Socialização Das Crianças - Uma Abordagem Sociológica PDF
SUZANNE MOLLO-BOUVIER**
Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 91, p. 391-403, Maio/Ago. 2005 391
Disponvel em <http://www.cedes.unicamp.br>
Transformao dos modos de socializao das crianas: uma abordagem sociolgica
A noo de socializao
No se deve mais tom-la em seu sentido clssico, na esteira de
Durkheim (1922): Processo de assimilao dos indivduos aos grupos
sociais, mas numa perspectiva interacionista que salienta a dinmica das
interaes na aquisio de know-hows e insiste no vnculo entre conheci-
mento de si e conhecimento do outro, construo de si e construo do
outro. Essa concepo nos leva muito longe do uso banalizado da palavra
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primeiro o que lhe d prazer de imediato, contanto que esse prazer res-
ponda a exigncias sociais e morais inseridas num projeto educativo que
tranqilize as famlias suficientemente para obter subvenes. O tem-
po livre, ocioso, um tempo programado, previamente ocupado. A rei-
vindicao pelo direito de nada fazer ainda deixa os animadores de lazer
desarmados e inquietos.
A anlise sociolgica permite perceber melhor as transformaes
das concepes da infncia dominantes e os vnculos entre prticas in-
dividuais e o imaginrio coletivo. A criana no apenas portadora de
passado e de futuro, de esperana e de nostalgia, como tambm de in-
vestimento, em todos os sentidos do termo: investimento afetivo que
monopoliza tanto a afetividade do casal como a capacidade emocional
da coletividade; investimento material, tambm, para preservar ou me-
lhorar os bens ou a posio social da famlia; e investimento para a so-
ciedade: a criana do demgrafo e a do economista permitem predizer
o tempo de sobrevida de uma sociedade ou escalonar em longo prazo o
problema do pagamento de aposentadorias ou das orientaes das po-
lticas oramentrias. Assim, as polticas de sade, de proteo social e
de educao implementadas pelo Estado encontram um eco nas estra-
tgias familiais que investem na sade, na educao e nos lazeres de
seus filhos. s vezes, a criana valorizada como ser nico, ao qual
melhor garantir uma felicidade imediata porque o futuro imprevisvel.
Sua presena legitima todos os sacrifcios e garante a coeso familiar.
Ser que esses modelos resistem aos questionamentos das concepes
de famlia herdadas do sculo XIX? A queda da fecundidade, o aumen-
to do nmero de famlias ditas monoparentais ou recompostas, a gene-
ralizao do trabalho das mulheres, o crescimento do individualismo e
a reivindicao de um tempo para si foram esfacelando a centralidade
da criana descrita por Aris.
muito difcil seguir o lugar ao mesmo tempo objetivo e sim-
blico da criana nas constantes reorganizaes das relaes de gerao
e dos vnculos familiares. Ser que isso motivo suficiente para anunci-
armos o fim do reinado da criana-rei (enfant-roi), substituda pela vi-
so de uma criana que atrapalha mais ou menos, entregue precarie-
dade dos casais? Nada menos certo. Os trabalhos recentes sobre a
famlia mostram que, se os vnculos familiares mudaram, nem por isso
desapareceram ou perderam sua intensidade afetiva.
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Referncias bibliogrficas
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