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Walcott 693 1 E> tN 5s 4 Cenordico Maceies Sel bag Polecesico Prt-Combnane SE 1 1 1 1 ‘ soot 2500 38004800 Mihses de ance Fig. 15.12 Mudancas no concencdo do enliguidade do Terra nos iltimos 350 anos.ye Ot ee Ley 15.3 Principios e Métodos Modernos da Datagao Absoluta 15.3.1 Decaimento radioativo e a datagio absoluta Como visto antetiormente, a estimativa da idade da Tetra variou muito dos séculos XVI ao XIX. Com a descoberta da radioatividade, este tema ga nhou maior estimulo, ja que estudos realizados por Marie ¢ Pierre Curie ¢ por Ber inicio do século XX, mostra am Boltwood, 0 a possibilidade de empregar um método fisico na determinacio da idade da Terra. Porém, antes de mostrarmos como € possivel determinar a idade das rochas ¢ mine. rais, vamos entender a radioatividade eo fendmeno de decaimento radioativo, sim como toda a ma- (Os minerais ¢ as rochas, a téria do nosso planeta, sio constituides por elementos quimicos que, por sua vez, sio forma- dos por itomos, O micleo de um dtomo é composto por prétons ¢ néutrons ¢ é rodeado por uma nuvem de elétrons (Fig, 15.13). O mimero de protons determina o mimero atémico (Z) do cle- mento quimico € suas propriedades e caracteristicas. Assim, uma mudanga no numero de protons for- ma um novo elemento quimico com diferente cstrutura atémica €, conseqientemente, diferentes propriedades fisicas e quimicas. A soma do ntimero de protons ¢ néutrons de um atomo é por sua vez, denominada mimero de massa do atomo (A). © Carbono, por exemplo, C4 (carbono12) 13¢, (carbone 13) tem niimero atémico 6 © ntimero de massa 12, 13 ou 14, dependendo do nimeto de néutrons pre- sentes no seu aticleo, Elementos com 0 mesmo. nimero atémico mas com diferentes mimeros de a sio chamados is6topos (Fig, 15.13). A grande maioria dos isétopos € estavel, tais como os do BC, © 8C,, mas outros, como 0 "C,, sio instaveis Os iséropos instaveis (radioativos) sao importantes na geologia uma vez que sua taxa de decaimento pode ser usada para determinar idades absolutas de formagio de minerais ¢ rochas. Decaimento radioativo é uma reacio espon tinea que corre no niicleo do sitomo instivel que se transforma em outro tomo estivel; os elétrons, que orbitam 0 nicleo nao si envolvides no pro cesso. O elemento com niicleo atémico instivel, em decaimento radioativo, é conhecido como elemen- to-pai ou nuclideo-pai; 0 novo elemento formado, com nticleo atémico estivel & denominado elemen- to-filho ou nuclideo-filho (ou radiogénico). O processo de decaimento pode ocorrer de trés for mas diferentes, todas resultando em mudangas da cestrutura atémica: decaimento alfa, decaimento beta e decaimento por captura de elétron (Fig, 15.14), Alguns elementos instaveis se transformam em es: cis através de um tinico tipo de decaimento, Por exemplo, © "Rb (aimero atomieo 37) decal para "Se (atimero atémico 38), emitindo apenas uma particula beta; 0 “K (aimero atomieo 19) decai para "Ar (ni: mero atmico 18) com uma Gnica caprura de elétron, Outros isétopos radioativos sofrem decaimentos con. secutivos até se tornarem isitopos estiveis: 0 *°L (atimero atémico 2) , por exemplo, deca para "Pb C4 (carbone 4) Proton Neutron Elétron Fig, 15.13 Esquema mostrando os is isbtopos de Carbono. Todos tam o masme nimera atémice (2 = 6), que é igual ac niimero de prélons no nicleo, mas ndimeros de massa diferentes (A = 12, 13 ou 14), de acarde com © nimero de néutrons (6, 7 ou 8} no nicleafrm Ed (mimero atémico 82) apds a emissio de sete particu: las alfa © seis particulas beta, enquanto 0 2"U decai pa Ph através da emissio de oito particulas beta € seis particulas beta (Fig, 15.15). Durante © decaimento radioativo, cada elemen to-pai leva um determinado tempo para se transformar em elemento-filho. Estudos de labo- ratorio tém mostrado que as taxas de decaimento (denominadas constantes de desintegragao) nao sio afetadas por mudangas fisicas ou quimi mportante poi de decaimento de um dado isstopo seja indepen- s do ambiente. Isto é segura que a taxa dente dos processos geolégicos. Portanto, esta taxa a mesma no manto, no magma, num dado mine- ral ou numa rocha. Usarse 0 conceito de meia-vida para expressar as taxas de decaimento radioativo, ou seja, 0 tem- Nocleo do Nocleo do Altera clomento-pai ‘elemento-ihe ‘atomicas Peril Namaste & dhe Deccmmer ‘a a ot at o — 0 3 tu 7 iitron i ue ap. 2 Baron e € pigton Nation Eton Fig. 15.14 Os trés tipas de decaimento radicativo. a} Decoimento alfa, no qual 0 nucleo instével perde dois protons e dois néutrons, diminuindo seu némero atémico em 2 suo massa atémica em 4. b) Decaimenio beta, no qual um dos néutrons do nucleo emite um elétron, trans- formando-se em proton, © que aumenta 0 nimero atémico fem I, mas nao altera © seu numero de massa. c) Decaimento por coptura de elétran ocorre quando um préton coptura um elétron da camada de elétrons que rodeia o nécleo & se transforma em néutron, diminuindo seu numero otmi- oem um, mas néo afetando seu némero de massa. Nee crt eae ey a) po decorrido para que a metade da quantidade ori ginal de atomos instaveis se transforme em jitomos estaveis. Por exemplo, apds decorrido 0 tempo de uma meia-vida, um elemento com 1,000 atomos ins taveis tera 500 dromos instiveis (radivativus) © 500 tomos estiveis (radiogénicos). Apés duas mei das haveré apenas 250 étomos ins! itomos estaveis (Fig, 15.16). O decaimento tadioa eis ¢ 7) tivo nao depende da massa do material presente, mas da probabilidade estatistica de decaimente. Assim, na radioativo presente, seja ela um grama ou uma to: importa a quantidade inicial do elemento mento radioativo nelada, pois as chances do de sao figoro! mente iguais para cada étomo. Apés 0 tempo correspondente a uma meia-vida, a metade da massa original do elemento-pai te do em clemento-filho. £6 conhecimento da meia-vida dos varios is6topos ¢ da atval razao entre 0 ntimero de Ato- mos dos elementos pai ¢ filho da amostra que permite a determinagio de idades de minerais ¢ rochas, A Tabela 15.3 apresenta os principais » radiométrica © suas isétopos utilizados em dai respectivas meia-vidas. DD Tes EES Hi 4 Decaimento alfa \\ Decaimento beta 2 ee SOE Fig. 15.15 Série de decaimento radioative do Urdnic 238 [*U,,} para Chumbo 206 (*Pb,,). Neste processo, cuja meio vido € de 4,47 bilhdes de anos, a emissdo de particulas alfa e pariculas beta transforma © Urénio 238 (radioativo) em Chum. bo 206 {radiogénico}, um elemento estével, opés ter sido formado momentaneamente um grande numero de elemen: 29 90 9) 92 Nomero, 10 intermedisrios, fomibém radioativos.322 DeciFranpo a TERRA w wa 0 — Tempo ” Mineral na época de eristelizaae, + Atomos do elemento-pai Aromos de clemante fio pos uma maia-vide no sistema 3 pos duas meia-vidas Apes tes ‘moia-vidoe va wis Proporgdo de dtomos-pai restantes (9) (b) Tempo (em meia-vidas) Fig. 15.16 Decoimento radioativo e o conceite de meia-vide. 0) A meio-vide de uma vela corresponde, rigorosamente, 00 tempo ecessério para queimar 6 metade dela porque a queima depende, diretamente, do numero de diomos presentes na vela. b) decaimento radioativo © pracesso é diferente, envolvendo @ estabilidade dos néicleos dos étomos, independentemente da mossa presente, Na curva de decoimento radioative, code unidade de tempo equivale a ume meia-vida, que representa c lempo necessério No pare que metade dos étomos do elemento-pol{radioatvo) se tronstorme em étomos do elemento-fiho (radiogénico) Tabela 15.3 Isétopos mais utiizades em datacéo radioméirica e suas respectivas meia-vidos. CeCe re) Coe 15.3.2Como se determina a idade de uma rocha ou de um mineral? © tamo da geologia que trata da datacio de ro- chas € conhecido como Geocronologia. Para determinar a idade de uma rocha ou mineral € poss: vel aplicar varios métodos tadiométricos, sendo que esta escolha depende da composicio quimica do ma- terial a ser datado, da sua provivel idade ¢ também do tipo de problema geol6gico que se pretende estu- dar. Os métodos radiométricos mais comumente utilizados na geocronologia sto: “IAs, “Rb-Sr, U-Pb, *”Pb-™Ph ¢ n-!8Nd. eke) ‘Argénio 40 A) Estréncio 87 (Se) Neodimio 143 (Nd) Chumbo 208 (Po) Chumbo 207 @2"P9) Chumbo 206 (Pb) Osmio 187 (Os) Reea eR Cee eur) Todos esses métodos exigem laboratérios quimi- cos especiais, onde o ar é punificado através de filtros, 6 ambiente é mantido sob pressio ligeiramente mais alta que 0 af fora do laboratério ¢ as analises qui realizadas em eapelas de fluxo lam ), empreyando apenas reagentes superpuros, tudo para evitar problemas de contaminagio. Apos a prepa: ago quimica da amostea, as razGes entre 0s isotopos ap. ar de ar inde precisio aum equipamento computadorizado chama- ddo espectrémetro de massa de um mesmo elemento sio determinados comCapituto 15 A obtengio de idades de minetais e rochas, inde pendente do método adotado, é feita utilizando @ equacio fundamental da geocronologia, basca- da no processo de decaimento radioativo, representada pela seguinte férmula: A datagio pode ser feita em minerais ou numa amos: ‘tra representativa de rocha, visando a definicao da idade da cristalizacio da rocha ignea ou da idade do metamorfismo ou da deformagio sofia. (Os métodos radiométrieos envolvendo isétopos com, fda longa (Tabela 15.3) sito os mais usilizados para i520 de rochas mais antigas, como as pré-cambrian a Isétopos de meia-vida curta so utilizados para a datacao de materiais geol6gicos € eventos muito mais jovens; 0 ‘C, por exemplo, com meia-vida de 5.730 anos, 6 utiliza: do para datagio de materiais de até 70.000 anos. Porém, recursos teenolégicos modernos tém permitido empre gar alguns isétopos de meia-vida longa no estudo _geocronoligico de materiais muito javens. Os is6topos radioativos de meia-vida longa emprega- dos na geocronologia sto usinio, tro, rubidio, potissio € samario, A maioria destes elementos no forma seus proprios mincras,n ocorrem como “impurezas” nos minerais formadores de rocha. Quando um mineral se forma, os elementos rdioativos presentes continuam a decair, mas a pra os elementos radiogénicos podem se acumular no mesmo reticulo eristalino onde esti locali zado 0 elemento-pai. Vamos & -mplificar este processo usando 0 isétopo “Ar, o elemento-flho produzido pelo decaimento do "K. Por ser um ggis nobre, 0 argénio no participa das ligag ss quimieas, estando como tal aprisio- nado mecanicamente no reticulo ctistalino do mineral Durante o resfriamento de um cristal de hornblenda, a retengio de arpénio se da a temperaturas em torno de eee ett an ners) ; jd na biotita esta temperatura é da ordem de Se © mineral apés atingir esta temperatura for ovamente aquecido a temperaturas mais alta, o retculo ctistalino se abre, ocorrendo o escape ou, eventualmen te, a entrada de argonio por difusio. A temperatura em tema isot6pico se Fecha, € por conseqtiénei relogio” radioméiric, é que o inicio ao funcionamento do conhecida como temperatura de bloqueio. Cada mé: todo radiométrico possui um «temperatura de blogueio istinta, Desta forma, quando determinamos a idade de uma homblend pelo método K-Ar, estamos, na verda de, determinando a época em que o mineral esteve a remperarura de SIPC pela iltima vez. Por outto lado, a idade da biotita da mesma rocha, obtida pelo mesmo métode, indi época quando a rocha esteve 4 tempe ratura de cerca de 300°C © método K-Ar € muito utilizado para determinar ‘© tempo envolvido no resfriamento de compos igneos, ‘ou 0 término de um processo metamérfico, entre ou tras aplicagdes. A presenga de Kem muitos minerais da crosta terrestre toma este método aplicivel em grande rndmero de rochas, enquanto seu tempo de meia-vida permite a datacio de minerais desde muito jovens (50,000 anos) até muito antigos, da ordem da idade da ‘Terra Avangos tecnolégicos introduziram uma variante do método K-Ar que fornece idades muito precisas. Eo método "AnAr, que através de sistemas de fusio pom tual a Jaer possibilta a anilise de crstais individuais, Fm 1997, Paul R. Rene do Laboratério de Geocronologia de Berkeley, California, E. U.\., analisow amostras de rochas vuleinicas da famosa erupgio do Vestivio que causou a destruigio de Pompéia no ano 79 depois de Cristo, Anilises ison6picas de argOnio num crstal de sanidina (feldspato com alto teor de potissio) fornece fam uma idade “Ar-"Ar de 1.925 + 94 anos, que é comparivel 4 idade da erupcio, A eficicia desse método cem materiais geol6gicos muito jovens expande sua apli cago para investigagies aryueologicas estudos de outros registros hist6ricos da Terra. ‘Um outro método radiométrico muito usilizado para datagio de minenais € 0 método U-Pb, que se decaimento de dois isétopos radioativos de unio, o°*L € 0 °*L, gerando 0s is6tapos radioggnicos, 0 °”Pb ¢ 2*Pb, respectivamente. Cada um destes pares (°U. ¢*U2*Pb) fomece uma dade independente e quando coincidem costuma-se chami-lis idades concordantes. Langados em grifico **U-"Pb vs. *U-"Ph, 0s pontos de todas as idades eoncordantes definem a curva con- cordia (Fig, 15.17). Por outro lado, idades discordantes centre 0s dois sistemas sio devidas, em geral, a perdas de Pb do mineral, € neste e2s0 0s pontos analiticos se a sham numa seta denominada discdrdia. A interseccio dessa reta com a curva conedrdia define a idade de cris talizacio do mineral<7 ou! 1 70059 Ha 03 1600, G ade de xia {mihoes de ono 0a py 2y, 2 pHiy Fig. 15.17 Diagrama Concérdia, Neste caso, a idade de crs ‘alizacdo dos cristois de zircdo analisados ¢ obtide através do intercepto superior da reta discérdia com a curva concérdia No método U-Pb nio sio utilizadas homblendas ou micas, mas minerals que contém Ustinio no seu reticulo cristaino, tas como zircio,titanita, monazita, etc. Estes minerais, principalmente zircao (Pig, 15.18), apresentam tum reticulo cristalino muito esistente, que retém com maior into os clementos-pai (Uriinio) como os ele- mentos-filho (Chumbo). Além disso, apresentam temperaturas de bloqueio muito altas para o sistema isotopico U-Pb: cerea de 80KPC no caso do zircio; entre 650 © 700°C para ttanita; e cerca de 650°C para monavita Devido ae sto capazes de preserva alta temperatura de bloqueio, os zie a idade da cristaizagao da rocha fgnea original, mesmo em rochas metamorfisadas em ficies anfibolito (Cap. 18). Adicionalmente, tendo em vista a tem- peranura de bloqueio relativamente mais baixa da ttanita, esta pode ser empregada na determinagio da idade de ‘eventos superimpostos (metamorfismo, por exemplo) as sociados a formagio deste mineral. Os avangos recentes neste método possibilitaram. determinagdes precisas em ctistais mintisculos de zise2o, ou até em partes diferentes de um tinico cristal com evidéncias de sobrecrescimento durante um ou mais eventos Neste titimo caso, € utiliza- do um espectrometro de massa de alta resolucao analitica,o SHRIMP (sensitive high soliton mace specronetr) que permite determinar a idade da cristalizagio ignea do aticleo do mineral € dos eventos metamdrficos registrados no sobrecrescimento e porcoes recristalizadas do cristal Fig, 15.18) Esta técnica foi utilizada na andlise de grios detrticos de zircio do conglomerado Jack Hills da Austria, o que petmitiu cemonstrar serem estes os materiais mais antigos jfencontrades no nosso planeta (4,2 bilhoes de anos). Atu- » método U-Pb € considerado um dos mais precisos para datar eventos igneos e metamérticos, assim Fig. 15.18 Grdo de zircio proveniente do sudoeste do Groenléndia formado por cristalizacéo concéntrica hé 3,8 bi Ihoes de onas. De lado direito, observa'se 0 recrstolizagio parcial ocorrida durante evento metamérfico, ha 2,8 bilhdes de onos, Foto: A. P Nuiman e P Kinney. como as fontes de material detritico em rochas sedimentares, Por estes motivos, este método tem sido ‘muito usiizado para calibrar a escala do tempo peol6gico, Ti possivel também utilizar amostras de rocha-total, em vez de minerais individuais, para obter a idade de cristalizagao de uma rocha ignea ou a idade de ‘metamorfismo, No caso do método Rb-Sr, muito empre _gado principalmente com granitos, virias amostras de um ‘mesmo corpo rochoso so coletadhs, composigées isotdpicas de Rb ¢ Sr determinadas ¢ 0s resultados lancados num diagrama "Sr/*Sr vs. °Rb/*St Se as amosteas analisadas forem da mesma idade, com a mesma ro isot6pica inical de Sr da época da cristaliza- io da rocha e sem distirbios posteriores no seu sistema isot6pico, os dados obtidos deverio se alinhar numa reta, chamada iséeror decaimento do "Rb, podemos calcular com © emprego da equacio da rem, ilustrado pelo Angulo de inclinacao da isGcrona, a idade do conjunto de amostras da mocha, Este €0 diagrama isocrbnico (Fig, 15.19) seus teores € suas Conhecendo-se a constante de Das trés classes de rochas, as igneis sto as mais fics de serem datadas, Por qué? Na cimara magma, 05 ele mentos radioativos sofrem decaimento, liberando os lermentos-filho para o magma, Mas quando os elementos- pai sio aprisionados no reticulo cristaino de um mineral durante o resfiamento do magma, fuga dos elementos- filho torna-se cada vex mais dificil, se no impossivel Com o passar do tempo, de acordo com a meiz-vida do, elemento (Fabela 153), a quantidade do elemento-pai di minui no mineral enquanto a do elemento-filho aumenta Seo sisterna isotpico permanecer fechado desde a erista lizagio da rocha, seni possivel dererminar a quantidade de elementos ¢ obter a idade da rocha jones, utiizando a ‘equacio fundamental da geocronologiaPor ee No caso de rochas metamérfieas, a idade obtida te- fletiréa intensidade do metamorfismo que afetou, sempre de mancita diferenciada, os diversos sistemas isot6picos, dos minerais presentes, causando, ou nao, o ganho ou a perda dos elementos-paie filho. Fste ponto € de grande importineia, pois geralmente as idades medidas ne rochas correspondem as idades do ultimo evento que abriu o sistema isot6pico. Dependendo do mineral ¢ do sistema isotépico, 0 momento “congelado” na datacio poderi se referir ao inicio, meio ou fim do evento metamérfico. Quando este processo for brando, nio ssingindo temperaturas suficientemente altas para abrir o sistema isot6pico, a idade obtida poder ser a da erista- lizagio da rocha fgnea original antes do metamortismo, dependendo do método radiométrico empregado. A datacio de rochas sedimentares, por outro lado, & mais complicada, pois elas formam-se a partir de mate- rial oriundo da desagregacio de rochas igneas, ‘metamérficas ou mesmo sedimentares pré-existentes, Por isso, a datacio de rochas sedimentares, se nao scguit eri- {érios rigorosos, pode fornecer nao a idade da deposigao dos sedimentos ou da formagio da rocha sedimentar, ‘mas a idade das rochas da drea-fonte dos detritos, como no caso dos zircdes detriticos de Jack Hills, com idade U-Pb de 4,2 billioes de anos. Contudo, em outros casos, 1 idade pode nio ter significado geoldgico nenhum, se a rocha sedimentar originar-se de detritos de areas-fonte com idades distintas 15.3.3 O método radiométrico *C Como ja vimos anteriormente, 0 carbono possui trés isstopos: "C, "C e "C; sendo os dois primeitos estaveis co terccito, "C, radioativo, com meia-vida de 5.730 anos, A datagao usando oC, ou radiocarbono, € aplicada, portanto, em materiais geol6gicos e biol6gicos relativa- mente jovens (troncos ¢ folhas fésseis, ossos, dentes, conchas etc), sendo de extrema utilidade na Arqueologia nos estudos de mudangas recentes n0 nivel do mar ¢ no cima. OC € formado 1a armosfera superior através da de maios cdsmicos, que Sto particulas de alta enengi foros de "N, conforme ilustrado na Fig, 15.20. , sobre Na medida em que o ¥C se forma, ele se combina com 0 oxigénio para formar didxido de carbono (como acontece também com os demas isétopos de catbono), que circula na atmosfera hidrosfera, sendo absorvido por plantas ¢ animais, Embora 0 ""C decaia para “N, sua continua formagio na atmosfera mantém a tazao"C/"C praticamente constante, a qual € incorporada e mantida pelos organismos vivos, Ao morret, o onganismo deixa de absorver C, embora sen “C continue a decait para 'N, alteranda essa azo ¢ iniciando, em termos _geocmnoligicos,a contagem do religio geokégico. Quanto Tee Cae) E71) mais tempo passar aps 2 morte da planta ou do animal, ‘quantidade de "C preservada Desta forma, ‘comparando a razio de "C/C medida na amostra com a razio modemna universal, é possivel calcular o tempo de corrido desde a morte do organisa. Uma fonte de erro neste método advém das varia ‘96es jit constatadas na produgio de "C ao longo dos Llkimos 70.000 anos, de modo que se tornou necessiio aplicar formulas le corregio avs resultados obtidos para ottigir os crros sistematicos verificados. Uma maneira de confirmar as idades obtidas em certas regides pelo método !"C é através da dendrocronologia, a datacio de troncos de arvores pela contagem © mecicio da espessts ra dos aneis de crescimento. A yariacio na espessura esses anéis reflete no apenas o ciclo anual das esta ‘goes, como também mudangas climiticas de mais longa Rb Sr Fig. 15.19 Diagroma socrdnico Rb-Sr. Os pontos a, b ec represeniam valores isotépicos de trés amosiras no momento do fechamento de seus sistemas isot6picos no passado. Com 0 deccimento do “Rb, estas amostos opreseniam valores ctuais de a’, b’ ec’ A reto definida por estes pontos, @isécrone, leré tum éngulo, a, diretamante proporcional & idade do amosia,, caleulade ne equacdo: tga = (@""~ 1) = it, portanto, 1 = tga CO intercepto da isdcrono com 0 exo ™Si/"*Sr dafine @ razd0 iniciol de Srno sistema, (S1/%5r), urn importante indicador da oFigem (ce do manto ou da crosia} do material analisado, oe Zz Fig. 15.20 Formagéo do '"C7 ed duragio, Assim, a confrontacio do espectro de anéis pre- seryado num artefato arqueoligico com padroes ji conhecidos para matetias ofiginados nos jiltimos seis ou sete milénios revela nao s6 a idade da pega como tam- bbém as caractersticas do clima na época da sua confeccio. 15.3.4 Como foi determinada a idade da Terra? Desde que a Geocronologia surgiu no inicio do sé- culo XX, um dos seus maiores objetivos foi a determinagio da idade correta da Terra. Mas somente em 1956 € que © geocrondlogo Caire Patterson conse ‘gui datar, com precisio, sua idade, através do método isot6pico *7Pb*Pb (uma variante do método U-Pb). Patterson partia da premissa de que a idade da Terra deveria ser igual a dos meteoritos, uma vez que ambos «levem terse originado na mesma époea, juntamente com ‘© resto do Sistema Solar, ¢ passado, posteriormente, pela mesma evohigio isot6pica. Assim, raciocinou Patterson, se 0 sistema isotdpico nos meteortos se manteve Fecha- do, a sua idade teria de ser igual 4 da Terra, Patterson datou meteoritos férieos elitcos, obtendo uma isécrona «que indicava uma idade de 4,55 + 0,07 bilhoes de anos (Fig, 15.21), Para testar a hipétese de uma origem em comum, ele langou, no mesmo grifieo, os dados refe- rentes is composigies isot6picas de Pb obtidas em sedimentos marinhos fundos, intespretadas como repre- sentativas da composigio média da crosta terrestre. O alinhamento perfeito desses dados com os dos meteoritos demonstrou que a idade, origem e evolucio dos isGtopos dle chumbo eram icnticas. Ou seja, 08 meteoritos € a ‘Terra tém a mesma idade. Investigagées cientificas pos- teriores em outros meteoritos, utlizando outros métodos (CAr*Ar e 'Sm-!°Nd), corroboraram os resultados obtidos por Patterson. 15.4 A Humanidade e 0 Tempo Geologico Vimos neste capitulo que 2 evolucio do conceito de tempo geoldgico se deu em diversas etapas nos ‘ihimos 350 anos. No século XVII, aceitava-se a expli- cagio biblica para a criagio da Terra em poucos dias, ha poucos milhares de anos. No crepasculo do século XVIII, com as palavras “nenhum vestigio de um co- meco, nenhuma perspectiva de um fim”, Hutton acenou com a possibilidade de uma Terra imensuravelmente velha, quase eterna, idgia corrente entre os gedlogos na primeira metade do século XIX. Posteriormente, até o inicio do século XX, gedlogos ¢ fisicos, influenciados pelos modelos precisos de Lorde Kelvin, admitiram uma idade para a Terra de dezenas 1p], ode = 4,55 * 0,07 Ga (eines de anes) 29 pp) ™pp ‘meteorites ferricos |© meteorites iticoe +sedimenios pelagicos oo 8p b/ Pb Fig. 18.21 Diagroma *Pb/%™Pb vs. *Pb/Pb mostrando ‘como foi determinada a dade do Terra por Paterson em 1956. ‘a poucas centenas de milhoes de anos. A Terra come ava a mostrar sinais de sua verdadeira velhice. Com a descoberta e refinamento dos métodos de datagio radiométrica, no decorrer do século XX, foi possivel, finalmente, estabelecer a idade da Terra em mais de 45 bilhdes de anos. Nossa pequet de um intervalo de tempo tio grande, intangi inimaginavel, nao deve ser motivo de lamentagio nem de sensagio de impoténcia. Ao contririo, com a desmistificagao da posi¢io do ser humano na Nature- za—decorrente das descobertas de Copérnico, Gi Hotton, Darwin ¢ outros — devemos nos maravilhar com a grandeza do mundo natural do qual tambem fazemos parte € nos unirmos para preservi-lo para geraghes foturas.