O Estado Liberal pode ser considerado, de uma perspectiva histrico-
sociolgica, como aquele que sucedeu o Estado Absolutista.
Enquanto este se caracterizou geralmente por uma relao autoritria
entre a classe governante e o povo, o liberalismo, por outro lado, pregou a dissociao entre o Estado e a economia que, por sua vez, deveria ser estimulada e regulada pelo prprio mercado.
O liberalismo doutrina que pregou a defesa da liberdade no campo poltico
foi uma reao ao Estado Absolutista. Quando surgiu, no sculo XVIII, o liberalismo foi caracterizado pela ideia de que o indivduo possui direitos naturais e inalienveis, tais como o direito a se expressar publicamente, o direito liberdade religiosa e o direito natural. Ganhou projeo como adversrio da concentrao do poder pelo estado, principalmente no que dizia respeito s atividades econmicas, no contexto do chamado capitalismo concorrencial.
O Estado liberal apresentou-se como representante de toda a sociedade,
promovendo a separao entre o pblico e o privado.
Politicamente, o Estado liberal se fundamentava na ideia de soberania
popular. O Parlamento , assim, sua instituio central.
Nessa fase do capitalismo, os resqucios feudais foram sendo extintos,
enquanto o capital industrial se implantava e o trabalho assalariado tornava-se fundamental para o desenvolvimento da indstria. Se uma consequncia sociopoltica deste olhar que privilegiou o indivduo foi a noo de que a sociedade e o Estado so produto de uma conveno, um contrato entre os indivduos, pelo lado econmico vigorou a ideia de que o Estado no deveria intervir em seus assuntos, que deveriam seguir, assim, seu curso natural.
Esses aspectos do liberalismo representavam uma oposio radical ao
modelo centralizador e concentrador do Estado Absolutista, que era acostumado a guiar os rumos da economia. Com o liberalismo, o Estado passou a ter funes especficas, mediante a diviso dos seus poderes e o postulado de que os interesses individuais coincidiam com os interesses da sociedade.