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Aprende A Fazer Bolsa Sint PDF
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em Couro e Sintético
Confeccionador de Bolsa em Couro e Sintético
© SENAI-SP, 2010
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Sumário
Couro 7
Introdução 7
Origens e aplicações 7
Camadas da pele animal 8
Composição química da pele 10
Regiões de uma pele 11
Elasticidade das peles 14
Tipos de peles 15
Classificação de couros 20
Controle de qualidade no setor de corte 22
Armazenamento do couro 27
Condições adequadas de armazenamento 28
Tecidos 29
Introdução 29
Urdume e trama 29
Classificação das fibras e fios 32
Não-tecidos 34
Reforços 36
Introdução 36
Recuperado de couro 36
Entretelas 37
Espuma 37
Sintéticos 39
Introdução 39
Laminados sintéticos 39
Origens e aplicações 39
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Linhas e fios 42
Introdução 42
Linhas e fios 42
Obtenção das linhas sintéticas 46
Obtenção das linhas naturais 46
Processos equivalentes para fibras naturais e/ou sintéticas 47
Torção de linhas 48
Titulagem de linhas 49
Procedimentos para identificação das fibras de uma linha de costura 52
Adornos 54
Introdução 54
Adornos habituais 54
Matéria-prima dos adornos 56
Tratamento e acabamento de peças de adorno 57
Adesivos 59
Introdução 59
Conceito de adesivo 59
O processo de colagem 61
Formulação de um adesivo 64
Tipos de adesivos 65
Vida útil e tempo de estocagem do adesivo 67
Preparação de superfícies 68
Aplicação de adesivos 69
Materiais acessórios 71
Tintas 73
Introdução 73
Conceito de tinta 73
Componentes 73
Composição básica da tinta 74
O verniz 80
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Solventes 81
Teoria geral das cores 82
Aplicação de tintas – manual e mecânica 85
Máquinas 89
Introdução 89
Ferramentas 89
Máquinas 94
Outros tipos de corte automatizado 97
Máquinas de costura 99
Tipos de máquinas de costura e pesponto 99
Outros tipos de máquinas 103
Partes componentes da máquina de costura 104
Motor e acionamento 114
Limpeza e lubrificação de máquinas de costura 115
A Qualidade e você 119
Qualidaade invenção de japonê 120
Globalização da economia 121
ISO – Série 9000 123
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Couro
Couro
Introdução
Origens e Aplicações
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Epiderme
Corresponde a pequena porcentagem de espessura de pele e é formada por
várias outras camadas sobrepostas. Na epiderme encontram-se ainda pelos,
glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas, que são eliminados nas
operações anteriores ao curtimento, como a depilação. Quimicamente é
constituído basicamente de queratina que é um tipo de proteína insolúvel
encontrada nos corpos de animais..
Derme
É a camada de pele que será transformada em couro. É constituída por um
entrelaçamento de fibras que permanece até o produto final. Podemos
considerar a derme constituída de duas camadas:
Hipoderme
É o tecido subcutâneo que une a pele aos demais tecidos internos do animal.
Na hipoderme encontram-se gorduras, vasos sangüíneos e nervos. Essa
camada é eliminada durante o processo de produção do couro na etapa de
descarne.
Histologia
É o ramo da biologia que estuda a estrutura microscópica normal de tecidos e
órgãos.
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Grupon
É a região mais nobre de uma pele. É rica em fibras de colágeno, apresenta
melhor entrelaçamento das fibras e consequentemente, menor elasticidade,
melhor estrutura fibrosa e poucos defeitos.
Cabeça
É a parte que no esquema encontra-se à esquerda e mostra a área
correspondente ao pescoço. A cabeça da pele é formada pela cabeça do
animal, seu pescoço e ombros. Apresenta menor espessura, maior rigidez e
grande incidência de defeitos. Nessa região devem ser cortadas peças
pequenas, não visíveis.
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Flancos
Flancos são os lados da pele. São compostos pelas patas, barriga e culatra. É
a região mais pobre em fibras de colágeno e com menor entrelaçamento delas.
Em geral, os flancos têm pouca espessua e necessitam de encorpamento com
resinas específicas no recurtimento. Devem ser cortadas nos flancos, peças
que não sejam solicitadas - forçadas - em seu uso.
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Tipos de peles
1. Vacum;
2. Caprina;
3. Suína;
4. Eqüina;
5. Ovina;
6. Outras peles.
1. Vacum
As peles vacum provêm de boi, vaca, touro, bezerro, terneiro etc.
Wet-blue: termo técnico oriundo do inglês, wet que significa úmido ou molhado;
e blue que significa azul, que é a coloração de todo couro curtido ao cromo.
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Relax: couro semi-cromo que recebe uma forte estampa (tipo flor quebrada).
Pode tanto receber acabamento semi-anilina, como pigmentado. Geralmente
quando o acabamento é anilina, o efeito de flor quebrada é conseguido através
de um intenso trabalho mecânico de fulão a seco, denominado então relax
fulonado.
2. Caprina
As peles caprinas provêm de cabra, cabrito, bode, etc.
Esta espécie de pele, em função de sua fina espessura e tamanho, excelente
aspecto visual e alto custo, tem utilização em bolsas e calçados de primeira
classe e confecção de pequenos artefatos. A pele de cabra também
caracteriza-se por ter a camada flor ocupando a metade da espessura total da
pele.
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Camurça: diferencia-se dos demais tipos de couro e peles, pelo fato de ter
valorizado seu lado carnal através de um tratamento especial com o uso de
lixas que conferem um excelente aspecto visual. No entanto a camada flor
ainda permanece intacta, o que proporciona maior resistência.
3. Suína
As peles suínas provêm de porco, leitão, etc.
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Porco flor: de cada pele suína é extraído um porco-flor, que é composto pela
camada flor mais a parte externa da camada reticular. Em função disso, é de
custo elevado. É utilizado quase que exclusivamente em calçados sociais e
vestuário. Eventualmente essas peles podem receber um tratamento especial
pelo lado carnal através de lixas, dando origem a camurça de porco.
4. Ovina
As peles ovinas provêm da ovelha, carneiro, cordeiro etc.
5. Eqüina
As peles eqüinas provêm de cavalo e égua.
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6. Outras peles
Classificação de couros
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Em algumas indústrias é feita uma nova classificação assim que o couro chega
ao almoxarifado. Essa classificação define a matéria-prima para uso em cada
um dos produtos a serem fabricados. Em alguns casos pode até determinar a
devolução de um lote comprado.
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Flor ardida: a flor do couro apresenta certa aspereza, causada por bactérias
resistentes aos sais, que digerem a flor da pele já durante o processo de
conservação. Pode ainda ser causada por depilação excessiva, pois além dos
pelos a depilação começa também a dissolver a camada da flor.
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Armazenamento do couro
A guarda da matéria-prima na empresa para uso em momentos planejados
para seu uso é trabalho da maior importância pois cuida de sua manutenção e
preservação. Resguarda o couro de dano, decadência, deterioração, etc.
Há setores na empresa que não têm grandes problemas com isso. O setor de
corte de uma empresa, por exemplo, trabalha somente com quantidades de
matéria-prima necessárias para cortar o que está definido numa ficha ou num
plano de produção. Desse modo, esse setor não tem grandes problemas com
armazenamento. Já no caso do almoxarifado, onde se deposita todo o couro
para uso no momento devido, é necessário observar certos critérios de guarda
e manutenção, de modo a evitar que a qualidade do couro acabado sofra danos
e a empresa, prejuízos. Esses critérios dizem respeito a:
Temperatura
Oscilações na temperatura favorecem a migração de substâncias que não
estejam muito bem fixadas no couro. Nessas condições de variação, as graxas
por exemplo, são substâncias mais sensíveis a essa situação, vindo a
depositar-se na superfície do material.
Em caso de temperaturas mantidas altas pode ocorrer o ressecamento do
couro dificultando o seu posterior manuseio no processo de produção.
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Umidade
Couros depositados em ambientes frios, quando transferidos para depósitos
cujo ambiente tenha condições de temperatura e umidade mais elevadas, estão
sujeitos à ocorrência de condensação da umidade sobre a superfície. Isso pode
provocar ataque de fungos que produzem manchas no acabamento do couro. A
ação dos fungos evolui até deixar a flor totalmente sem brilho.
Ventilação
Uma boa ventilação é sempre importante para homogeneizar a temperatura e
principalmente a umidade.
Luminosidade
A iluminação proveniente de fontes luminosas diversas, pode provocar
alteração nas cores dos couros, principalmente em couros de cor clara. Esta
ação pode causar escurecimentos ou clareamentos, manchamentos e
migrações. A fonte luminosa de ação mais forte, é sem dúvida, o sol. Outras
fontes também atuam sobre a superfície do couro, mesmo que de forma mais
branda. Deve-se evitar, na medida do possível, a incidência direta de luz sobre
a superfície dos couros.
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Tecidos
Introdução
Esta parte do curso trata de tecidos, desde seu conceito básico de urdidura e
trama. Apresenta observações relacionadas a sua fabricação, aos diferentes
tipos de tecidos gerados por variados entrelaçamentos, à matéria-prima
utilizada para os diferentes tipos de tecido, e examina ainda materiais muito
usados para confecção de artefatos como o não-tecido.
Urdume e trama
Tecido é um produto manufaturado em forma de lâmina flexível, formado por
fios ou fibras que são obtidos a partir de fibras naturais, sintéticas ou mistas.
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O que caracteriza um tecido são as suas fibras, que podem ser naturais,
artificiais e sintéticos. Em qualquer desses casos, pode-se obter tecidos dos
mais variados tipos: espessos, finos, brilhantes, opacos, estampados, lisos ( de
uma só cor ) etc., além de se contar atualmente com inúmeros acabamentos
mecânicos, físicos ou químicos capazes de alterar profundamente o tipo do
tecido.
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Nos tecidos com fios de trama apertados, fica quase invisível o urdume.
Por outro lado, apertando mais os fios do urdume, fica quase invisível a trama
conforme se pode verificar nas ilustrações a seguir
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Algodão
O algodão cru é constituído de uma fibra muito uniforme que pode ser
transformada em fio finíssimo de grande resistência. Devido a essas vantagens,
o algodão tem amplo emprego em trabalhos de tecelagem e de tapeçaria.
Atualmente, é raro encontrar tecido de algodão puro. De modo geral, ele é
misturado com poliéster na proporção de 67% de poliéster e 33% de algodão.
Para revestir móveis ou assentos, é comum o uso de algodão cru de cores lisas
ou estampadas.
Cânhamo
É o nome dado a uma erva que atinge grande altura, originária da Ásia e muito
cultivada em diversas partes do mundo. As folhas são finalmente recortadas em
partes lineares. O caule constitui-se de fibras que são industrializadas para a
produção do tecido conhecido como cânhamo.
Juta
É uma erva de aspecto lenhoso, originária da Índia e cultivada intensamente na
Amazônia para a produção de suas valiosas fibras têxteis. Estas fibras são
obtidas diretamente do caule da planta, macerado em água. Devido à sua
altura, um caule chega a ter 5 metros de altura, é possível extrair de cada
planta uma grande quantidade de fibras.
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Sisal
É o nome de uma fibra têxtil extraída da planta denominada agave ou babosa-
brava. Da fibra produz-se o sisal e das folha são feitos cordas, barbantes,
tapetes e uma pasta de celulose para fabricar papel.
Chintz
Tecido de algodão de aparência lustrosa decorrente da mistura do algodão com
resina que, muitas vezes, é substituída por parafina. O chintz é geralmente
estampado com flores coloridas, ou totalmente liso.
Courvin
É um tecido de natureza sintética, derivado do plástico, com aparência muito
semelhante à do couro. Por este motivo e devido à sua maleabilidade, é
bastante usado no revestimento de almofadas, sofás e assentos diversos.
Não-Tecidos
Não-tecidos são aglomerados de fibras ou filamentos não tramados, com a
união através de uma resina, com respectivo tratamento físico ou químico para
aglomeração de fibras. As fibras ou filamentos de uso mais freqüente são
poliéster, polipropileno, viscose, acrílico e poliamida. As resinas utilizadas para
a união destas fibras são: a acrílica, uretânica, nitrílica, butadiênica, entre
outras. Os materiais em não-tecido podem ser fornecidos com cola de hot-melt
( termoplástica ) aplicada sob a forma de pontos ( ponctiforme ) superficial,
sendo colocados por meio de prensas aquecidas.
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O não-tecido tem seu grande uso para peças de forro e dublagem com
finalidade de melhorar a estética e reforçar.
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Reforços
Introdução
A seguir, você vai ficar sabendo o que são Reforços. Vai aprender que são
materiais ou peças que se colocam em determinadas partes de um produto
para aumentar-lhes a resistência.
Recuperado de couro
A utilização destas aparas é muito importante, pois evita que estas sejam
lançadas em aterros poluindo o meio ambiente.
Entretelas
É o material que se coloca entre o forro e o couro de um artefato, para lhe dar
consistência, ou para torná-lo armado. É conhecida também como entreforro.
As entretelas, como materiais de reforço e armação, podem ser cortadas
separadamente e coladas posteriormente nas peças, ou já fixados nos
materiais ao serem cortados.
Espuma
Em alguns modelos é utilizada para armar o corpo e a tampa. Com o modelo
pronto ( peças em cartolina ), confecciona-se uma maquete ( protótipo ) em
material similar ao desejado, verificando de as peças estão corretas e se a
aparência da bolsa corresponde ao planejado. Caso necessário, efetuam-se
acertos e modificações nas peças do modelo. Depois do modelo ter sido
ajustado em cartolina, é transferido para papelão timbó ou navalhas, que
servirão para o corte da produção.
Quando em lâminas, a dublagem com outros materiais pode ser feita por
adesivo (PVA,CR) ou a fogo.
Espumas de Látex:
É melhor do que a de PU nas suas características ( resistência ao rasgo, à
fadiga, à oxidação, boa moldabilidade ).
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Sintéticos
Introdução
Laminados sintéticos
Origens e Aplicações
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Suporte
Suporte é o material utilizado para depositar - ficar embaixo, ou para ser
impregnado com o material de cobertura, que é sintético. Pode ser de tecido,
não-tecido, malha, raspa ou outro material. Para suporte em tecido, usa-se,
normalmente: algodão, poliamida, poliéster, mistura de algodão com sintético,
etc. Para não-tecidos usam-se os mesmos materiais utilizados para suporte em
tecido, porém na forma de fibra. São também utilizados para suporte, materiais
como: PVC laminado, PU laminado, borracha, etc.
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Características do PVC
• Apresenta laminados mais espessos com toque mais encartonado
• Degrada-se quimicamente sob ação do calor, a partir de 80o
• Possui fumaça com odor acre ( HCL )
• Tende a tornar-se mais rígido sob efeito de baixas temperaturas
• É atacado por acetonas e hidrocarbonetos clorados.
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Linhas e fios
Introdução
O texto a seguir trata dos diferentes materiais usados para fabricação de linhas
e fios. São mostrados que diferenças existem entre fio e linha no âmbito
comercial, e descritos diferentes modos de obtenção deles. Também são
mostrados aspectos técnicos desses materiais, como titulagem, número
métrico, número comercial, etc. Por fim, informa-se sobre diferentes métodos
de identificação de fibras que compõem uma costura.
Linhas e fios
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Algodão ( CO )
Origina-se de fibras celulósicas que envolvem as sementes do algodoeiro. Já
eram usadas pelos índios para confecção de redes de dormir e para pesca. É
uma planta de clima tropical, cultivada em várias regiões do mundo. Apresenta
fibras curtas, mas de boa resistência. Quando torcidas, as fibras transformam-
se em fios e linhas. Quanto mais longas forem as fibras utilizadas, mais
resistentes serão os fios e linhas produzidos. Recebe tingimento em variadas
cores, com corantes específicos.
Linho (CL)
É uma fibra celulósica que tem origem na planta do mesmo nome. É cultivada
há mais de 5.000 anos e conhecida nas regiões de clima temperado por suas
flores azuis. Para o processo de fabricação, as hastes da planta são cortadas e
deixadas apodrecer, para retirada das fibras por desfibradores. As fibras são
refinadas, penteadas na carda, e torcidas em fios. Só as fibras mais longas são
aproveitadas. È mais resistente que o algodão. Pode ser tingido na cor
desejada, com corantes específicos.
Cânhamo ( CH )
É uma planta têxtil conhecida desde a mais remota antigüidade. Sua origem foi
a Ásia onde já era cultivada muitos anos antes da era Cristã. Mongóis tártaros e
japoneses conheceram o cânhamo antes da seda e do algodão. As fibras
usadas na sua fabricação provêm do talo da planta.
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Juta ( CJ )
O tecido juta provem de uma planta de mesmo nome, originária de região da
Índia com clima úmido e quente. É cultivada intensamente em regiões tropicais
e subtropicais para obtenção de suas fibras têxteis. As fibras provêm do caule
da planta. O caule chega a 5m de altura. Macerado em água, liberta as fibras.
Sisal ( CS )
As fibras do sisal são extraídas das folhas do “Agave cantelona”, e do “Agave
sisalena”. Atualmente, o sisal é processado para gerar uma série de produtos
que, em tempos idos, eram feitos a partir do cânhamo.
Seda ( S )
A seda é uma fibra ( protéica ) de origem animal, obtida do casulo do bicho-da-
seda. A mariposa tipo “Bombix mori” coloca os ovos, no caso, numa amoreira, e
ocorre a formação de larvas, que se alimentam das folhas da amoreira durante
32 dias. A partir daí, a larva fixa-se nos galhos e começa a formação do casulo,
com sua conseqüente metamorfose. Isto leva aproximadamente 4 dias. No
casulo há um comprimento aproximado de 3.000m (média) de seda em forma
de filamento. Os primeiros 300 a 500m são filamento contínuo, denominado
seda real; o restante tem a forma de filamento descontínuo. O casulo é
desenrolado depois de morta a larva, com jato de ar quente.
Fibras mercerizadas
Fibras mercerizadas são fibras celulósicas ( normalmente algodão ),
modificadas por processos químicos e físicos associados.
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Poliéster ( Pes )
É obtido por reação de condensação entre etilenoglicol e ácido tereftálico. Foi
introduzido no mercado como alternativa à linha de poliamida ( náilon ), que
custava caro. Mas não deu certo porque o preço da poliamida não aumentou
como era esperado. Além disso, o preço do poliéster era ainda maior.
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Poliamida ( PA )
É obtida por reação de ácido dicarboxílico e de diamina.
Feito isso, a linha recebe a segunda torção ou retorção, que tem por finalidade
unir os fios ou cabos para não deixá-los soltos. Desse modo, garante-se melhor
proteção contra atrito nas operações de costura.
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Torção de linhas
Após a torção, a linha apresenta uma estrutura própria que incorpora o
processo por que passou. Por vezes, torna-se difícil perceber o sentido das
linhas na torção. A linha é colocada na máquina de costura sempre do mesmo
modo para que a costura executada fique sempre com a mesma aparência. Por
isso é importante sempre colocar
Assim, pode-se verificar o sentido da linha, que pode apresentar torção para a
direita ou para a esquerda. Na prática profissional, convencionou-se chamar de
S a torção direita, e Z a torção esquerda. Observe na figura a seguir, a
orientação das linhas nesses dois tipos de torção.
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Titulagem de linhas
Número métrico ( Nm )
Número métrico é o sistema de titulagem de linhas com peso fixo em gramas,
por comprimento variável em metros.
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Outro problema: Qual das duas linhas apresentadas a seguir é a mais fina?
Decitex ( dtex )
Decitex é o sistema de titulagem para peso variável e metragem fixa.
Para linha com um só cabo: 1 dtex: significa que 10.000 metros desta linha
pesam 1 g.
100 dtex: significa que 10.000 metros desta linha pesam 100 g.
150 ( 5 ) dtex: significa que 10.000 metros desta linha pesam 150 g e é formada
por 5 cabos, sendo que cada cabo tem 30 dtex.
Para saber qual o cabo mais espesso, deve-se dividir o peso de 10.000 metros
pelo número de cabos.
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Exemplos:
• Qual das duas linhas é a mais fina?
Resposta: 250 (3) dtex, é a linha mais fina, pois em 10.000 m de linha obtém
250 g.
Resposta; 800 (2) dtex é a linha mais grossa, pois em 10.000 m de linha obtém
800g.
Por este sistema, torna-se mais fácil a imaginar a relação de espessura entre
linhas pois quanto maior for o número “dtex”, mais espessa será a linha. Este
número corresponde diretamente ao peso por unidade de comprimento - peso
variável e metragem fixa.
Número Comercial
Número comercial é o sistema de titulagem desenvolvido pelos fabricantes de
linhas. Este sistema, criado inicialmente para uso interno do fabricante,
começou a ser adotado pela indústria calçadista e atualmente é o sistema de
titulagem mais utilizado no “chão de fábrica". O número comercial é derivado
dos sistemas decitex e do número métrico:
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Exemplos de linha:
Observe que quanto menor o número comercial, mais espessa será a linha.
Há outros sistemas de titulagem que são pouco utilizados ou com uso mais
voltado a tecidos, como por exemplo o número inglês, o sistema Denier, etc.
Pode-se utilizar três procedimentos para identificar as fibras que compõem uma
linha:
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Adornos
Introdução
O assunto a seguir é uma das partes do produto em couro, que serve para
embelezar ou dar aspecto mais atraente àquilo que é produzido: o adorno.
Adornos habituais
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Zamac: é uma liga leve em zinco, alumínio, magnésio e cobre, com boa
resistência à corrosão e pouca resistência ao impacto e flexão. Devido ao
processo de obtenção que é fundição à pressão (injeção – semelhante ao dos
plásticos), as peças obtidas são maciças.
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Pintura
A aplicação de camada de corante sobre superfície metálica ou plástica é muito
usada na indústria de artefatos. É realizada com tintas especiais para esse fim
e por meio de pistola pneumática, em cabines rotativas.
Acabamento final
O tratamento final ( polimento, última demão, etc .) que o adorno recebe tem a
finalidade de acentuar-lhe o brilho, ou o fosqueamento - ausência de brilho.
Além disso, a função do acabamento final é aumentar a proteção ás superfícies
das peças metalizadas. O tratamento final é realizado com vernizes, exceto em
peças banhadas a ouro, prata e cromo.
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Adesivos
Introdução
Esta parte do curso trata dos adesivos que são usados na indústria de
artefatos, para ligar superfícies de couros. É dado inicialmente o conceito de
adesivo e depois, explicado o processo de colagem. Para isso, examina-se a
composição de um adesivo, os tipos de adesivos existentes no mercado, seu
uso e finalmente o processo de colagem: como é feito, como se preparam as
superfícies para colagem e como se aplicam os adesivos sobre elas.
Conceito de adesivo
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Cola benzina (ou cola cimento, ou cola de sapateiro) é uma cola a base de
borracha natural. Possui tempo aberto prolongado sendo, por esta razão,
empregada na preparação de cabedais. Esta cola apresenta fraca resistência a
calor e a óleos e graxas.
O processo de colagem
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Tempo de secagem
É o tempo decorrido entre a aplicação do filme de adesivo até a evaporação do
solvente nele contido.
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Materiais de cores claras devem ser aproximados das fontes de calor ou pode-
se aumentar a temperatura, pois eles refletem mais luz. Materiais de cores
escuras devem ser afastados, pois absorvem mais luz;
Colagem e viscosidade
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Formulação de um adesivo
Solventes
São utilizados para dissolver, dispersar ou emulsionar a borracha ou polímero
base, resinas e demais materiais líquidos ou sólidos presentes na composição
do adesivo.
Muitos solventes são tóxicos. Possuem substâncias nocivas ao organismo e
que produzem alterações físicas e/ou psíquicas diversas. Podem causar sérias
modificações de comportamento além de, comumente, gerar dependência.
Por isso, é importante obter sempre, informações sobre o solvente a ser usado,
como prevenção a acidentes e proteção à saúde.
Do ponto de vista técnico, os solventes influenciam as propriedades dos
adesivos, no que diz respeito a:
• Tempo aberto;
• Tempo de secagem;
• Viscosidade;
• Rendimento.
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Tipos de adesivos
Policloropreno ( CR )
Atualmente, o adesivo de policloropreno é o mais utilizado na indústria
calçadista. Também é conhecido pelos nomes de “neoprene” ( derivado de
nome comercial ), “cola sintética” ( por ser o primeiro adesivo sintético
introduzido no mercado ) e “cola forte” ( para distingui-lo da cola benzina ).
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Poliuretano ( PU )
O adesivo de poliuretano é de alta resistência, tanto a óleos e graxas, quanto
ao calor. Também conhecido erroneamente como “cola PVC”. Isso se deve ao
fato de que no início de sua utilização era destinada quase que exclusivamente
a colagem de solas de PVC. Apresenta tempo de secagem que varia de 6 a 12
minutos.
Benzina
Normalmente chamada de cola benzina, também conhecida como “cola
cimento” ou "cola de sapateiro" , é utilizada basicamente com adesivo de
preparação. De coloração âmbar, não possui grande resistência de colagem (
baixa resistência inicial e final ). Tem, no entanto, ótima e permanente
viscosidade. Possui tempo aberto de muitas semanas. Derivada de borracha
natural, a cola benzina vem perdendo terreno para outros adesivos mais
específicos e eficientes. Muito utilizado para colagem de forros.
Látex Natural
O adesivo de látex natural, como o nome diz, é de borracha natural em emulsão
aquosa. É muito utilizado para preparação e colagem de forro de calçados finos
e bolsas sociais, pois não ressalta a flor solta e não encartona o produto.
Geralmente possui uma boa pega. Por ser à base de água, não é tóxico. Porém
possui o inconveniente cheiro do amoníaco utilizado como estabilizante e a
presença possível de agentes fungicidas e conservantes.
Látex Sintético
Assim como o natural, o adesivo de látex sintético possui todas as vantagens
de um adesivo em emulsão aquosa, além de não possuir o odor de amoníaco
nem qualquer outro odor irritante. Seu tempo de estocagem também é maior do
que o adesivo de látex natural.
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Polivinilacetato ( PVA )
Trata-se de outro adesivo em emulsão aquosa, muito usado para colar madeira.
Pode também ser usado no setor de preparação para colagem de forros. No
entanto, não possui pega. Suas secagem é lenta e o couro fica levemente
acartonado.
Hot Melt
Talvez o adesivo de mais futuro seja este - o termoplástico. É 100% sólido, o
que significa que não possui nenhum solvente. Desse modo, elimina
consideravelmente os riscos de intoxicação. Ao mesmo tempo torna os
processos de colagem rápidos, já que não há necessidade de se aguardar
evaporação de qualquer solução solvente. Basta o adesivo fundido resfriar e
em poucos segundos a colagem está efetivada.
Vida útil é o tempo em que o adesivo apresenta condições de uso. Isso quer
dizer que não há alterações nas suas características.
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Preparação de Superfícies
Preparação Mecânica
A preparação mecânica utiliza meios mecânicos para a preparação da
superfície. Para realizá-la, utiliza-se: lixa, escova de aço inserida em uma
borracha, fresa, esmeril, etc.
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Preparação Química
A preparação química utiliza meios químicos para a preparação da superfície.
Para realizá-la, utiliza-se: solventes de limpeza, ácidos, solução halogenante.
A opção por um procedimento de preparação ou outro, depende, basicamente,
do material a colar e do tipo de adesivo a ser empregado.
Aplicação de adesivos
Aplicação Manual
É, basicamente, a mais empregada, especialmente em superfícies pequenas e
irregulares, que não permitem o uso de máquinas. Utilizam-se nesse processo:
espátulas, pincéis chatos ou redondos, escovas, pistolas manuais.
É importante também, a escolha do recipiente para o adesivo. Pode ser de
louça, alumínio, plástico, etc. A boca do recipiente deve ser pequena para evitar
que o solvente se evapore. Nessa direção, são muito conhecidos recipientes
conhecidos como “bebedouros”, que possuem um reservatório de até 3 litros,
com tampa e torneira reguladora de vazão. Observe o "bebedouro" na figura a
seguir:
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Aplicação Mecânica
É feita em máquinas dotadas de cilindros, e de depósito de adesivo. O adesivo
é transportado através de um fuso sem fim até um cilindro, por onde é aplicado
ao substrato. É muito eficiente em substratos lisos e peças planas, pois o filme
de adesivo formado é suficiente e homogêneo. Logo, a produtividade é elevada.
Os cilindros das máquinas para aplicação mecânica devem ser limpos
diariamente. No término do expediente precisa-se adicionar solvente no
depósito de adesivo.
Muito utilizadas, também, são as pistolas pressurizadas, formadas por um
reservatório de adesivo acoplado na rede de ar comprimido, com uma
mangueira conectada, em cuja extremidade está uma pistola com pincel, que
ao ser comprimida, permite a saída, entre as cerdas, da quantidade de adesivo
proporcional à força de compressão.
Observe nas figuras a seguir, a máquina de aplicação mecânica e o
reservatório de adesivo acoplado à rede de ar comprimido.
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Materiais acessórios
Pincel
É o objeto mais usado na preparação de peças. É constituído de um tufo de
crina natural fixado na extremidade dum cabo, e se usa para espalhar adesivos.
O formato e o diâmetro variam conforme a operação a ser executada: passar
cola, pintar “a fio” as peças cujo carnal não é vazado, ou fazer limpeza nas
máquinas. Algumas indústrias utilizam na aplicação de adesivo, principalmente
na preparação de cabedais, ao invés de pincéis, aplicadores pneumáticos que
permitem além da economia de adesivo, uma maior produtividade nos serviços
de mesa. As figuras a seguir mostram a maneira correta de conservação do
pincel, após limpeza.
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Tintas
Introdução
Conceito de tinta
De um ponto de vista técnico, pela Norma ASTM ( American Society for Testing
and Materials ) D -16-47, tinta é a "composição líquida pigmentada que se
converte em película sólida, após aplicação em camada fina".
Componentes
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Resinas
São as substâncias que dão as principais características da tinta. É também
chamada de veículo, suporte ou ligante. Apresentam estruturas químicas
complexas, podendo ser de origem natural ou sintéticas, líquidas ou sólidas -
em pedaços ou em pó. As resinas é que dão aderência, impermeabilidade e
flexibilidade às tintas.
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Pigmentos e cargas
São partículas sólidas responsáveis pela cor, pelo poder de cobertura da tinta,
enchimento de poros, durabilidade, etc.
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Solventes
São substâncias químicas ou mistura líquida de substâncias químicas capazes
de dissolver outro material. Possuem componentes 100% voláteis que
garantem a aplicabilidade, secagem, nivelamento e aspecto do filme seco
(tinta).
Os solventes são líquidos orgânicos voláteis, cujas principais funções são:
facilitar a formulação, conferir viscosidade adequada para a aplicação da tinta e
contribuir para seu nivelamento e secagem.
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Aditivos
Aditivo é uma substância que, adicionada a uma solução, aumenta, diminui ou
elimina determinada propriedade dela. Nas tintas e vernizes modernos, os
aditivos são fatores de diferenciação e de qualidade. Os aditivos melhoram
muitas propriedades desses produtos, tanto na fabricação, na vida útil de
prateleira, como no momento da aplicação e durante a vida útil do revestimento.
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O verniz
Verniz é uma tinta sem pigmentos. Por esta razão os vernizes são
transparentes e não possuem poder de cobertura - capacidade de as tintas
ocultarem o substrato. Os pigmentos conferem poder de cobertura às tintas por
serem opacos e apresentarem cor. No entanto, há vernizes coloridos. Neles, a
tintura não é feita com pigmentos, mas com corantes, que ao contrário dos
pigmentos, são solúveis no solvente ou na resina. Os corantes mais utilizados
são produzidos com anilinas, que por sua vez são derivadas do benzeno. Por
este motivo é possível colorir um verniz e continuar com transparência que
possa mostrar a estrutura do couro. Geralmente, em um verniz são utilizadas
sílicas transparentes, que dispersas no verniz deixam o verniz quase
transparente.
Selador
É um material que funciona como fundo. É usado como primeira demão para
selar - fechar - a porosidade de superfícies absorventes do substrato. Pode ser
usado também como fundo-acabamento. Sua aplicação evita a absorção
diferenciada, uniformizando o acabamento. O selador evita prejuízos técnicos e
econômicos, pois permite uma aparência mais uniforme de brilho e cor. Diminui
o consumo do acabamento que na maioria das vezes custa caro.
Tingidores
São líquidos de diferentes padrões de cores, feitos com anilinas e pigmentos.
São utilizados para dar coloração a superfícies, mascarando sua cor original.
Podem ser aplicados de várias formas: diretamente sobre a superfície,
incorporados ao selador, no acabamento e por diferentes equipamentos. O
principal problema é o excesso, que pode prejudicar a pintura, podendo
ocasionar perda de brilho, desplacamento do verniz e crateras.
Laca
É uma resina que apresenta acabamento pigmentado, usado sobre o primer ou
sobre o selador para dar cor final, brilho e durabilidade. Geralmente as lacas
são compostos nitrados, como a Laca Nitrocelulose e são encontradas em
várias cores e brilhos. Têm secagem rápida porque o mecanismo de secagem é
por simples evaporação dos solventes.
Ceras
São usadas como ingredientes de pastas para várias aplicações. São oriundas
tanto do reino vegetal como do animal. A cera utilizada para dar proteção a
alguns tipos de substratos é composta por:
• Parafina;
• Cera de abelha;
• Cera de carnaúba;
• Terebintina.
Solventes
São substâncias químicas ou uma misturas líquidas de substâncias químicas,
capazes de dissolver outro material de utilização industrial. Geralmente o termo
“solvente” se refere a um composto de natureza orgânica. Apesar de suas
composições químicas serem tão diversas, os solventes têm um certo número
de propriedades comuns: são compostos líquidos lipossolúveis - solúveis nas
gorduras, possuem grande volatilidade, são muito inflamáveis e são tóxicos.
Geralmente os solventes são usados como veículo para aplicar determinados
produtos, tais como vernizes, lacas, tintas, adesivos etc., como também em
processos de eliminação deles.
Trata-se de uma substância que deve ser manipulada com muito cuidado. O
vapor que o solvente exala é tóxico - envenena. Como se trata de substância
de muita volatilidade, o vapor é facilmente absorvido pelos pulmões,
incorporando-se ao organismo como qualquer outra substância nociva.
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Por isso, ao se utilizar esse tipo de produto é preciso estar atento para que :
• Não derrame nem respingue;
• Não entre em contato com mãos e olhos;
• Não infiltre nas roupas e, consequentemente, na pele.
A maioria dos solventes são inflamáveis. Outros não queimam facilmente, mas
decompõem-se a altas temperaturas e produzem derivados da decomposição
que também são altamente tóxicos. Portanto, é preciso muita atenção e
cuidado ao manipular solventes.
Cor é a impressão que a luz, refletida pelos objetos, causa nos órgãos da visão.
Nesse caso, a cor é resultante de várias substâncias, de natureza diversa, que
dão coloração a líquidos ou a tecidos vegetais ou animais, que as contêm. Aqui,
cor tem a ver com pigmentação: coloração produzida por pigmento. Trata-se de
cor-pigmento.
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Essas cores são: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. São cores
primárias que compõem uma mistura aditiva, porque teoricamente a soma de
todas elas forneceria a cor branca. Quanto mais cor, mais branco. É uma
mistura aditiva de cores.
Cores primárias
As cores primárias são amarelo, a vermelho e a azul. São chamadas
primárias porque a partir delas é que se pode obter qualquer outra cor. A
mistura dessas três cores dá uma cor acastanhada, que se aproxima do preto.
Cores secundárias
São produzidas pela mistura das cores primárias, duas a duas. São elas:
• azul + vermelho = violeta
• vermelho + amarelo = laranja
• azul + amarelo = verde
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Cores primárias
Cores terciárias
São produzidas pela mistura das cores secundárias, duas a duas. São elas:
• Violeta + laranja = marrom
• Laranja + verde = oliva
• Verde + violeta = bistre
Cores complementares
São aquelas que, formadas por duas cores primárias, se opõem à cor primária
que não entra em sua formação. Por exemplo, a cor laranja, formada por
vermelho e amarelo, é complementar do azul. O violeta é complementar do
amarelo e o verde é complementar do vermelho.
Classificação de cores
È bastante divulgada uma classificação segundo a qual as cores podem ser
quentes, frias e neutras. As de base vermelha são quentes; as de base azul são
frias e as de base amarela são neutras.
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Outro enfoque da teoria das cores considera cor como um meio relativo e que
só pode ser observada em relação a outras cores. Desse modo, há cores
contrastantes, cores análogas, cores vibrantes, cores que influenciam as
características de outra cor, cores luminosas, etc.
Cores chapadas
São cores sem tons intermediários. São conhecidas como cores em tom
contínuo.
Boneca
Consiste em aplicar o produto, utilizando um pequeno pedaço de estopa
envolvida em pano. Antes de usá-la, deve-se friccioná-la contra um pequeno
pedaço de madeira para formar uma superfície mais plana e, também, para
retirar fios soltos de tecido. Após o término da operação não reutilizá-la, pois
ocorre a solidificação do produto remanescente na boneca.
Pincel
É um objeto com cerdas sintéticas ou naturais presas a um cabo de plástico ou
madeira por uma cinta de aço. Existem em diversos tamanhos, e sua vida útil
depende muito das condições de aplicação, habilidade do aplicador, do tipo de
produto em que é usado e, principalmente, das técnicas de limpeza.
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Trincha
Normalmente confundida com pincel. A única diferença é que sua forma é
achatada, com cantos arredondados. Existem em diversos tamanhos e
merecem o mesmos cuidados que o pincel. Observe a seguir, um pincel e uma
trincha.
Pincel Trincha
Rolos
É um pequeno cilindro revestido de pêlos ou espuma, de natureza sintética ou
natural, com um eixo traspassado no centro e um cabo, próprio para a pintura
de superfícies planas. Sua vida útil é determinada pela modo de aplicação e
manutenção.
Rolos
Aplicação manual-mecânica
Esse tipo de aplicação é feito com a utilização de pequenas máquinas portáteis
manipuladas pelo operador. Normalmente se utiliza revólver ou pistola de
pintura onde o produto é armazenado em um reservatório conhecido como:
tanque de pressão, caneca e air-less.
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Pistolas de pintura
Aplicação mecânica
É aquela executada por uma máquina de grandes dimensões, em que o
operador é responsável pela regulagem, comando de execução e intervenções
necessárias. Existem diversas tipos de máquinas para aplicação mecânica e
várias formas de aplicar tintas. Exemplos: aplicação em rolo, aplicação na
forma de cortina, spuzzatrice e linha de impressão.
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Máquina spuzzatrice
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Introdução
Ferramentas
Existem, basicamente, três formas de se cortar couro: manual, mecânico e
elétrico.
Faca de Cortador
Usada principalmente para cortar peças de artefatos de couro. É composta de
suporte e lâmina de vareta de aço com ponta em forma de cunha.
O suporte sustenta a lâmina, protege e facilita ao cortador pegar a faca. Os
tipos de suporte mais usados são de arame ou de cano. Na figura a seguir, o
suporte é feito de chapa em latão
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O suporte é feito de aço cilíndrico, moldado de tal forma que, em uma das
extremidades seja introduzida uma lâmina e, na outra extremidade, se forme
uma punção, usada para marcar pontos no molde e retirar rebarbas.
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Lima
Trata-se aqui, de uma lima comum, destinada a desbastar lâmina. As limas
mais utilizadas são as chatas e as triangulares. Para obter um bom rendimento
e durabilidade, recomenda-se que as limas sejam encapadas, protegidas da
umidade e de choques, e mantidas sempre limpas, sem limalha.
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Pedra de Afiar
É uma ferramenta utilizada para afiar o gume da faca, retirar rebarbas deixadas
pela lima e corrigir o fio de corte.
Em alguns casos, a caneta pode ser substituída pelo lápis de desenho tipo 6B,
sendo restrito apenas à alguns materiais.
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Máquinas
As máquinas de corte representam uma avanço tecnológico muito grande na
produção de artefatos de couro, substituindo o corte manual e gerando um
aumento bastante considerável na produtividade.
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Balancim Ponte
Os balancins de ponte são máquinas destinadas ao corte de materiais
laminados em forma de chapas ou bobinas. Caracterizam-se por:
apresentar maior área útil de corte e serem detentores de maior força de corte e
na maioria dos casos os moldes de corte (navalhas) atuarem fixos no batente
da máquina.
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Balancim Mecânico
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Divisora
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Jato d’água - trata-se de jato de alta pressão com que se cortam peças. É
adequado ao corte de peças com curvas muito fechadas e à marcação de
pontos sobre a superfície do couro. Tem a desvantagem de alterar a umidade
do material. Além disso, a velocidade de corte é influenciada pelo formato da
peça.
Para que a operação de corte seja mais eficiente, alguns critérios gerais devem
ser observados. Deve-se planejar o corte, obedecendo uma ordem decrescente
de tamanho das peças. Inicia-se pelas peças maiores e em maior quantidade,
até se chegar às menores.
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Máquinas de costura
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Máquina plana
A máquina plana é usada em operações simples de costura nas quais o
operador necessita de maior espaço para apoio do material a ser costurado.
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O uso de mais de uma agulha, por exemplo, traz maior produtividade, pois a
máquina pode fazer duas ou mais costuras ao mesmo tempo. Nesse caso, uma
única lançadeira serve a um par de agulhas dependendo da distância entre
elas.
Isso significa que, nessas máquinas, a distância entre as agulhas pode ser
aumentada. Da mesma forma, as lançadeiras podem correr no mesmo sentido
ou em sentido contrário. As agulhas, por sua vez, fazem pontos coincidentes e
costuras paralelas.
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Cabeçote
O cabeçote é a parte superior da máquina e contém várias peças que
funcionam em conjunto. As ilustrações a seguir mostram um cabeçote com
suas partes identificadas.
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Duas lançadeiras
1.volante
2.esticador de linha
3.regulador de tensão da linha
4.agulha
5.chapa da agulha
6.barra da agulha
7.parafuso fixador da agulha
8.rodízio
9.barra do rodízio
10.chapa do móvel
11.transportador (serrilha)
12.bobina
13.caixa da bobina
14.laçadeira ou lançadeira
15.regulador do tamanho do
16.ponto
17.alavanca de retrocesso
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Observação
As partes acima descritas estão nos cabeçotes das máquinas plana e de
coluna.
Cada uma dessas peças tem uma função específica, descrita a seguir.
Esticador de linha – Puxa a linha do cone de modo que ela forme a laçada e o
ajuste do ponto.
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Bobina – Peça em que se aloja a linha. Pode ter diferentes tipos e tamanhos.
Caixa da bobina – Aloja a bobina. Permite à bobina desenrolar a linha no
momento certo e com a tensão adequada de modo a formar um ponto perfeito.
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Lançadeira – Tem uma ponta que passa por dentro da laçada aumentando-a e
permitindo que ela passe ao redor da caixa da bobina.
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Cada um desses acessórios tem uma função específica. Essas funções são
descritas a seguir.
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Motor e acionamento
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Para isso, ele precisa aprender a maneira correta de realizar esse trabalho. Isso
evita os serviços de lubrificação mal feitos, com adesão de fiapos e presença
de resíduos, o que pode manchar as peças.
Agora, você vai estudar a maneira tecnicamente correta de realizar essa tarefa.
Tipos de lubrificação
A lubrificação evita a corrosão - ferrugem - do conjunto mecânico da máquina e
reduz o desgaste das peças submetidas a constantes atritos. Ela é realizada
com:
Óleos minerais, vegetais e animais em estado líquido;
Graxa em estado pastoso;
Grafite em estado sólido (resistente ao calor).
Observação
O óleo utilizado na lubrificação das máquinas de costura e pesponto deve ter
uma viscosidade próxima da densidade no 22.
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Por reservatório de óleo – por meio de pavios, o óleo distribui-se nas partes a
serem lubrificadas;
Automática – uma bomba impulsiona o óleo que circula nos pontos de
lubrificação. Essa é a forma mais econômica de lubrificar máquinas, pois, após
a lubrificação, o óleo em excesso retorna ao reservatório.
Cuidados
A lubrificação correta das máquinas exige os seguintes cuidados:
Verificação periódica do nível do óleo: se o nível estiver baixo, o óleo deve
ser completado.
Verificação do fluxo do óleo: deve-se observar se a bomba está funcionando.
Se o óleo não estiver fluindo, a máquina deve ser parada e deve ser
providenciada a sua manutenção.
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Limpeza
Para melhor conservação da máquina de costura, o operador deve remover
todos os resíduos de linha e pó de couro, acumulados durante a realização da
costura.
Observação
Durante a limpeza, essas peças devem ser guardadas para que não sejam
perdidas.
Observação
Se a máquina tiver sistema de lubrificação automática, deve-se verificar o nível
do óleo e completá-lo, se necessário.
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Observação
A lançadeira deve ser lubrificada com três gotas de óleo a cada troca da bobina
de linha.
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A qualidade e você
Estar bem preparado, nesse caso, significa não só saber fazer bem as coisas,
mas também saber o que as empresas estão fazendo em termos de melhoria
da qualidade de seus produtos e serviços. E o que elas estão exigindo de seus
funcionários para que todos alcancem esse objetivo.
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Mas, o que era a qualidade para aqueles trabalhadores? Talvez algo que fosse
prático, como um par de sapatos; ou resistente, como uma armadura; ou
durável, como uma ferramenta, mas não necessariamente bonito. Podia
também ser algo que levasse muitos anos para ser fabricado, como uma
porcelana chinesa, ou que se destacasse pela delicadeza do material com o
qual era feito, como uma seda, por exemplo.
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O que é, o que é?
Globalização da economia: essa expressão, bastante usada atualmente, está
ligada a duas coisas: acordos econômicos entre nações de modo a limitar o uso
de barreiras de impostos que impedem a entrada de produtos de outros países,
e a criação de grandes regiões econômicas como a CEE (Comunidade
Econômica Européia), o NAFTA (North American Free Trade Agreement, ou
seja, Acordo Norte Americano de Livre Comércio), o Mercosul, formado por
Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
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Mas, será que isso deu resultado? Deu, sim! E bastante importantes. Veja o
gráfico abaixo:
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O que é, o que é?
ISO - Série 9000: é um conjunto de normas elaboradas pela ISO (International
Organization for Standardization, ou seja, Organização Internacional para a
Padronização), uma organização internacional com sede em Genebra na Suíça,
com a finalidade exclusiva de tratar questões ligadas à qualidade. Quando uma
empresa recebe a certificação, isso significa que o conjunto de seus
procedimentos e processos está de acordo com esse conjunto de normas.
Até o PROCON, aquele órgão que defende os seus direitos como consumidor e
do qual, com certeza, você já ouviu falar, é um resultado concreto desse
programa.
Como consumidor, você tem o direito de exigir que as coisas pelas quais você
paga tenham, no mínimo, a qualidade prometida pela propaganda. E isso vale
também para os serviços prestados pelo Estado nas áreas de saúde, educação
e segurança. Porque esses serviços não são gratuitos, não. Eles são pagos
pelos impostos que devem ser recolhidos até sobre uma simples caixa de
fósforo que você compra.
Você deve ficar atento também para o fato de que qualidade, nesse tipo de
serviço, não quer dizer simplesmente a vaga na escola, o leito do hospital e o
ladrão na cadeia. Qualidade, nesse caso, significa o professor bem preparado,
presente na sala de aula, assumindo a responsabilidade de ensinar o seu filho.
Significa também, o bom atendimento no hospital, com médicos descansados,
enfermeiros bem treinados e níveis de infecção hospitalar dentro dos padrões
aceitáveis. E quer dizer, finalmente, policiais corretos, educados e realmente
preocupados com a segurança da população. Se você não tem isso, está em
todo o direito de “espernear”.
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“Como posso ser cliente e fornecedor ao mesmo tempo se nem sou dono de
uma empresa, não trabalho em balcão de loja, e ultimamente o dinheiro só dá
mesmo para o essencial!” Pode sim! Observe o seu relacionamento com a sua
família. Todos os membros dela são seus clientes na medida em que precisam
do seu carinho, afeto, atenção.
No plano profissional, somos clientes dos colegas dos quais nosso trabalho
depende, do mesmo modo que outros colegas são clientes do trabalho que
produzimos.
Ele espera receber da maneira desejada, seja lá o que for que ele compre ou
precise. No mundo dos negócios de hoje, qualidade no sentido de satisfação do
cliente não é vantagem sobre o competidor, mas alguma coisa tida como certa.
Isto é, a empresa tem que ter “aquele algo mais”. Conquistar os clientes é hoje
o grande objetivo das empresas para fazer frente à competição.
Do ponto de vista do empregado, não importa qual a posição que ele ocupe
dentro da empresa, isso significa assumir a responsabilidade total pela
qualidade de seu próprio trabalho.
Novos perfis profissionais estão surgindo. A empresa agora exige que seu
funcionário seja não apenas assíduo, pontual, limpo, organizado e bem treinado
no que faz; mas que também saiba trabalhar em grupo, solucione problemas,
seja criativo, cuide da máquina sob sua responsabilidade e forneça bons
produtos ou serviços para que o seu cliente, isto é, o próximo colega que
depende do trabalho que você fez, possa também executar um bom trabalho.
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Por isso, hoje em dia, preparar-se para o mercado de trabalho é muito mais do
que simplesmente aprender uma profissão. Basta lembrar que se você quiser
trabalhar em um escritório, será necessário saber mais que “datilografia”. Você
vai precisar saber mexer com um computador e conhecer uns dois ou três
programas que lidem com planilha de custos, gerenciamento de pessoal, folha
de pagamentos... Isso para não lembrar da indústria mecânica: se você é um
torneiro, por enquanto isso é ótimo. Mas os tornos CNC, comandados por
computadores estão aí. Daqui a pouco, como vai ser?
A verdade é que o trabalhador precisa também ter “aquele algo mais”, ou seja,
ter habilidades que envolvem coletar dados, analisá-los e organizá-los, fazer
diagnósticos, elaborar, propor soluções e tomar decisões.
Isso fica muito claro, quando a gente lê nos jornais o quanto as empresas que
optaram pelos programas de qualidade estão investindo em treinamento de
pessoal. Para ter o grau de iniciativa ideal para o sucesso desses programas, é
essencial que os funcionários saibam o que está acontecendo, não só na
empresa, mas no mundo à sua volta. O caminho é estudar, dominar as
informações referentes ao próprio campo de trabalho, acompanhar as
tendências, estar preparado para trabalhar em células ou ilhas de produção, em
resumo: não ser apenas bom, mas o melhor de todos. Isso é o que as
empresas esperam de seus funcionários. Porque o importante para ela é vencer
a competição. E isso só acontecerá se o time for realmente bom!
Para você pensar um pouco, vamos contar uma pequena fábula: “Era uma vez
um sapinho muito distraído que pulou para dentro de uma lata cheia de água.
Até aí, nada demais, porque todo o mundo sabe que sapo gosta de água. Bem,
acontece que a lata cheia de água estava em cima de um fogão e o dono do
fogão, também muito distraído, não viu o sapinho e acendeu o fogo. Como a
água foi esquentando devagar, o sapinho, no início, até que se sentiu
confortável. Sem perceber o perigo que corria, foi ficando lá para ver o que
acontecia. E aconteceu: ele morreu cozidinho da silva. O irmão desse sapinho,
também bastante distraído, ao sentir sua falta, saiu pela cozinha a procurá-lo.
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Seguindo a direção do irmão, ele também chegou ao fogão. Só que, quando ele
pulou na água, esta já estava fervendo. Sem pensar duas vezes, ele tratou de
cair fora. Passou um pouco de calor, mas sobreviveu.”
É claro que essa história é uma brincadeira. Mas ela pode ser usada para
exemplificar o comportamento de dois tipos de trabalhador diante das
mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho. Você seria capaz de
dizer que tipo de trabalhador é o sapinho que morreu e que tipo é o que
sobreviveu? E você, em que modelo acha que se encaixa?
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Simplificando o trabalho
A simplificação do trabalho constitui outro meio que favorece diretamente a
produtividade.
Para isso, o método passa por alterações de modo que o trabalho se torne:
• Mais simples
• Mais barato
• Menos fatigante
• Mais rápido
• Menos perigoso
• Com melhor qualidade
• Menos poluidor
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Método de trabalho
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Perdas
Desperdícios
Se necessitamos de apenas uma pessoa para executar um serviço e
colocamos duas, essa segunda pessoa representa um desperdício, pois ela
poderia estar fazendo outro trabalho, também importante.
Mesmo que as técnicas de simplificação do trabalho sejam aplicadas e os
equipamentos sejam os mais modernos e adequados, a melhoria da
produtividade será ainda difícil, enquanto houver desperdícios nas fábricas.
Refugos
Refugo é tudo aquilo malfeito pelo homem ou máquinas e não serve mais para
o que se destinava, passando a ser considerado resto.
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Retrabalho
Imagine uma pessoa que necessita de um cano de água de plástico com o
comprimento de 260 mm. Ela apanha uma serra e, sem medir o cano com
exatidão, corta-o com o comprimento de 270 mm. Na hora de encaixá-lo no
local, o cano não entra. Torna-se necessário fazer novamente as medidas
corretas para novo corte. A nova medição e o novo corte constituem um
retrabalho.
Reflexão
Estes três elementos: desperdícios, refugos e retrabalho representam uma
parcela muito grande no aumento dos custos dos produtos. É comum uma
pessoa comprar algum produto sob encomenda, com preço e tempo de entrega
combinados. Entretanto, a encomenda é entregue com atraso e o preço só é
mantido porque você pagou com antecedência, mas o fabricante reclama que o
preço de custo foi maior do que o que foi pago.
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Tais fatos, que ocorrem diariamente, podem ser, na maioria das vezes,
causados por desperdício, refugos e retrabalho, que aumentam demais o tempo
de trabalho e, conseqüentemente, os custos, prejudicando o empregado, a
empresa e o consumidor. Precisamos mudar essa maneira de pensar.
Infelizmente, somos campeões em desperdício, refugos e retrabalho, não só
nas fábricas como na vida particular.
Por tudo isso, devemos nos empenhar numa luta constante e inteligente contra
desperdício, refugo e retrabalho.
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Introdução
Quem se dedica à prevenção sabe que nada acontece por acaso no universo,
muito menos o que costumamos chamar de acidente. Todo acidente tem uma
causa definida, por mais imprevisível que pareça ser.
Vale lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem acontecer
em casa, no lazer, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que
fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.
Quanto aos acidentes do trabalho, dos quais trataremos nesta unidade, o que
se pode dizer é que grande parte deles ocorre porque os trabalhadores
encontram-se despreparados para enfrentar certos riscos.
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As decisões da Justiça são tomadas com base nas leis em vigor. Conhecer as
leis a fundo é tarefa dos advogados. Mas é bom que o cidadão comum, o
trabalhador, também tenha algum conhecimento sobre as leis que foram
elaboradas para proteger seus direitos. Por isso, é importante saber o que a
legislação brasileira entende por acidente do trabalho. Afinal, nunca se sabe o
que nos reserva o dia de amanhã.
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Você já deve ter passado pela experiência de pegar uma forte gripe, de colegas
de trabalho, por contágio. Essa doença, embora possa ter sido adquirida no
ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem do trabalho,
porque não é ocasionada pelos meios de produção.
Por outro lado, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo sem
proteção auditiva adequada, submetido ao excesso de ruído, gerado pelo
trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza doença do
trabalho.
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Coitado do João! Felizmente seu caso não foi mais grave. João está amparado
pelo conceito legal de acidente do trabalho, embora o ferimento não tenha
resultado diretamente do exercício de suas atividades profissionais, pois ele
estava a serviço da empresa. Em decorrência do acidente, João sofreu lesão
corporal. Supondo-se que ele volte a andar normalmente, após a retirada do
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curativo, não se pode dizer que tenha havido perturbação funcional. João não
se enquadra na categoria de segurado especial, pois consta que ele era
funcionário contratado da empresa.
Importante!
Todo acidente do trabalho, por mais leve que seja, deve ser comunicado à
empresa, que deverá providenciar a CAT (Comunicação de Acidente do
Trabalho), no prazo máximo de 24 horas. Caso contrário, o trabalhador perderá
seus direitos e a empresa deverá pagar multa.
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Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas conseqüências. Todos
sofrem:
A família, que tem seu padrão de vida afetado pela falta dos
ganhos normais, correndo o risco de cair na marginalidade;
Sofre, enfim, o próprio país, com todo o conjunto de efeitos negativos dos
acidentes do trabalho.
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Você percebe como um acidente do trabalho tem, muitas vezes, uma força
ainda maior do que simplesmente causar os danos que se observam na
ocorrência do acidente em si?
Introdução
Acidente zero! Essa é uma meta que deve ser alcançada em toda empresa.
Com a redução dos acidentes poderão ser eliminados problemas que afetam o
homem e a produção. Para que isso aconteça, é necessário que tanto os
empresários (que têm por obrigação fornecer um local de trabalho com boas
condições de segurança e higiene, maquinaria segura e equipamentos
adequados) como os trabalhadores (aos quais cabe a responsabilidade de
desempenhar o seu dever com menor perigo possível para si e para os
companheiros) estejam comprometidos com uma mentalidade preventiva.
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Você já notou com que facilidade uma nova moda se espalha e pega? Ora a
onda é usar cabelos longos, ora usar a cabeça raspada. Já houve a época da
minissaia, das roupas hippies e hoje impera a moda do “cada um na sua”.
Esses exemplos servem para ilustrar quanto o ambiente social, formado pelos
grupos de pessoas com os quais cada um se relaciona, direta e indiretamente,
afeta o comportamento das pessoas.
O que podemos fazer para evitar que os acidentes ocorram? Exercite sua
atenção. Observe os dominós. Uma maneira é controlar os fatores que
antecedem o acidente.
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É por isso que toda empresa deve ter uma CIPA - Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes.
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Você já observou que alguns colegas de trabalho andam pela fábrica, anotando
tudo? São os cipeiros (membros da CIPA), fazendo levantamento dos perigos
existentes, para impedi-los de virem a se tornar causas de acidentes.
Eliminação do risco
Significa torná-lo definitivamente inexistente. Vamos citar um exemplo: uma
escada com piso escorregadio apresenta um sério risco de acidente. Esse risco
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poderá ser eliminado com a troca do material do piso por outro, emborrachado
e antiderrapante.
Neutralização do risco
O risco existe, mas está controlado. Essa alternativa é utilizada na
impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. Vejamos um
exemplo: as partes móveis de uma máquina – polias, engrenagens, correias
etc. - devem ser neutralizadas com anteparos protetores, uma vez que essas
partes das máquinas não podem ser simplesmente eliminadas.
Sinalização do risco
É a medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou isolar o
risco. Por exemplo: máquinas em manutenção devem ser sinalizadas com
placas de advertência; locais onde é proibido fumar devem ser devidamente
sinalizados.
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Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para
garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, deve-
se utilizar os equipamentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI.
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Luís ia derramar metal fundido dentro de um molde, com uma concha. Ele não
percebeu que havia um pouco de água no fundo do molde. Ao derramar o
metal, este reagiu com a água, causando uma explosão que atingiu o rosto de
Luís.
Felizmente Luís estava usando protetor facial. Isso impediu que seu rosto e
seus olhos fossem atingidos. Graças ao uso correto do EPI, Luís saiu dessa
sem qualquer lesão.
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Observação
Não é qualquer EPI que atende a legislação e protege o trabalhador. Apenas
aqueles que têm o número do CA e a marca do fabricante gravada no produto é
que oferecem proteção efetiva. Cabe ao trabalhador zelar pela própria
segurança, recusando os EPIs que não tenham o CA e a identificação clara do
fabricante!
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Referências
Catálogo de Máquinas.
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