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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

SANTA CATARINA / BLUMENAU

TECNOLOGIA DE
RISCO E CORTE
Curso Técnico em Vestuário – 2º Sem.

Profº Alexandre Luis Prim

Aluno(a):_______________________________________________________
Blumenau 2012/2
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
1. ARMAZENAMENTO DO TECIDO/MALHA ..................................................... 4
1.1. Recebimento de Tecidos Planos ou malha ............................................... 4
1.2. Armazenamento de tecidos ...................................................................... 5
1.3. Talão de Pedidos ...................................................................................... 9
1.4. Ordem de Corte ...................................................................................... 10
2. TIPOS DE MOLDES ..................................................................................... 11
2.1. Moldes simétricos ................................................................................... 12
2.2. Moldes assimétricos ............................................................................... 14
3. RISCO MARCADOR .................................................................................... 14
3.1. Classificação do Encaixe quanto ao Tipo de Tecido............................... 16
3.1.1. Riscos Normais ................................................................................ 16
3.1.2. Riscos Atravessados ........................................................................ 18
3.2. Classificação do Encaixe quanto ao Tipo de Modelagem ....................... 19
3.2.1. Encaixe Par ...................................................................................... 19
3.2.2. Encaixe Ímpar (ou Único) ................................................................. 20
3.2.3. Encaixe Misto ................................................................................... 21
4. MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO (ENCAIXE DE MOLDES) ............................. 21
4.1. Manual, com giz no tecido ...................................................................... 22
4.2. Manual, sobre o papel com moldes em miniatura................................... 22
4.3. Computadorizado (CAD) ......................................................................... 22
5. TIPOS DE TECIDOS .................................................................................... 22
6. TIPOS DE ENFESTOS................................................................................. 23
6.1. Enfesto Único ......................................................................................... 23
6.2. Enfesto Par ............................................................................................. 24
6.3. Enfesto Escada ....................................................................................... 26
7. MÉTODOS DE ESTENDIMENTO ................................................................ 27
7.1. Estendida feita à mão ............................................................................. 27
7.2. Estendida com carro manual .................................................................. 27
7.3. Estendida com carro automático ............................................................ 27
7.4. Acessórios que facilitam o enfesto.......................................................... 28
7.4.1. Carregador de rolos ......................................................................... 28
7.4.2. Barra alinhadora ............................................................................... 28
7.4.3. Pinças e/ou ...................................................................................... 28
7.5. Procedimentos no Ato de Enfestar ......................................................... 28
7.6. Fatores de Enfestamento........................................................................ 28
7.6.1. Alinhamento ..................................................................................... 29
7.6.2. Tensão ............................................................................................. 29

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7.6.3. Enrugamento .................................................................................... 29
7.6.4. Corte das pontas .............................................................................. 29
7.6.5. Qualidade do enfestamento ............................................................. 29
7.6.6. Emendas .......................................................................................... 29
8. FREQUÊNCIA .............................................................................................. 31
9. GASTO MÉDIO ............................................................................................ 31
10. FREQUÊNCIA MÁXIMA .............................................................................. 32
11. PLANEJAMENTO DE RISCO ..................................................................... 33
12. MÉTODOS DE CORTE .............................................................................. 37
12.1. Manual ................................................................................................. 37
12.2. Mecânizado .......................................................................................... 37
12.2.1. Lâmina redonda (máquina de disco) ............................................. 37
12.2.2. Lâmina vertical (máquina de faca) ................................................. 37
12.2.3. Balancim (prensa) ......................................................................... 38
12.2.4. Serra fita ........................................................................................ 38
12.2.5. Máquina de marcar furos ............................................................... 38
12.2.6. Máquina para marcação de etiqueta e meios de gola ................... 38
12.3. Eletrônico ............................................................................................. 38
12.3.1. Faca vertical .................................................................................. 39
12.3.2. Raio laser ...................................................................................... 39
12.3.3. Bierribi ........................................................................................... 39
13. DESPERDÍCIO ........................................................................................... 39
13.1. Desperdícios de matéria-prima ............................................................ 39
13.1.1. Desperdício de planejamento ........................................................ 39
13.1.2. Desperdício de encaixe ................................................................. 40
13.1.3. Desperdício de enfesto .................................................................. 40
13.2. Desperdício de mão-de-obra................................................................ 40
13.3. Controle de Desperdício no Risco Marcador ....................................... 40
13.4. Controle de Desperdício após enfesto ................................................. 41
14. SEPARAÇÃO ETIQUETAGEM E EMPACOTAMENTO ............................. 42
REFERÊNCIAS................................................................................................. 42

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INTRODUÇÃO

A área industrial possui a grade responsabilidade de transformar o que está


planejado em produto físico.
O Planejamento de Risco e Corte cujo sua responsabilidade é de
transformar a matéria-prima pela primeira vez, possuem uma das mais
importantes funções em uma organização.
Em certas regiões, e dependentemente da matéria-prima, o custo da
matéria-prima pode atingir de média 60 a 70% do custo total do produto, isso
representa uma responsabilidade muito grande sobre o aproveitamento de cada
material utilizado.
O Planejamento de Risco e Corte, envolvendo uma série de atividades
sucessivas e coordenadas, nada mais é do que uma forma econômica e racional
de executar os pedidos dentro dos prazos e com um mínimo de desperdício de
material.
Diante de todos estes problemas que surgem... mal aproveitamento de
matéria-prima, sem planejamento de risco, matéria-prima defeituosa sem
conferência antes de chegar ao corte, etc. se reflete em desperdícios irreparáveis.
Mas, um problema solucionado afasta dificuldades e gera lucros, o mal resolvido
conduz a perdas, provoca sérios prejuízos e pode, até, levar uma empresa à
falência.
Foi para diminuir ou eliminar esses problemas que surgiu o Planejamento
de Risco e Corte dentro das indústrias do vestuário.

1. ARMAZENAMENTO DO TECIDO/MALHA

1.1. Recebimento de Tecidos Planos ou malha

Tecidos são materiais delicados (os de malha mais que os planos) que
podem sofrer danos facilmente se mal manipulados. Para que os tecidos não
sejam danificados pela sua manipulação no recebimento, é importante recebêlos
conforme as seguintes regras:
– separar os tecidos por cor, referência ou lote de tingimento; – ao serem
descarregadas, as peças de tecido não devem ter suas pontas batidas no chão,
nem devem ser jogadas no chão; – os rolos de tecido não podem ser mantidos
em pé; – os rolos de tecido não podem ter o canudo interno quebrado.

Seguindo-se essas regras simples, teremos a certeza de que não lhe


foram causados danos. Para obter os resultados esperados, estes procedimentos
devem ser partes integrantes das atitudes do pessoal designado para essas
tarefas, sem exceção.

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1.2. Armazenamento de tecidos

Os tecidos que aguardam para entrar no setor de corte, devem ser


armazenados de forma correta, para não sofrerem deformações e, assim,
dificultarem o trabalho do enfestador e do cortador, principalmente o tecido de
malha, seja ela de trama, seja de urdume.
Para tanto é importante armazenar os tecidos conforme as regras:
– manter os tecidos em seus respectivos sacos plásticos, até o momento de sua
utilização. Essa atitude deve ser tomada principalmente com tecidos claros, que
têm mais risco de sujar;
– os tecidos devem ser armazenados de forma ordenada, protegidos da luz (ao
menos solar) e em local seco;
– nunca armazenar os rolos na forma vertical pois deforma a ourela do tecido,
mas sim empilhados na horizontal com no máximo 1,25m de altura;
– não usar vigas de madeira ou outro material na horizontal ou vertical, para
apoiar os rolos;
– a armazenagem de tecidos nunca poderá ser feita cruzando-se os rolos “tipo
fogueira”, mas, sim, sempre com estes lado a lado, com escora lateral. Quando
cruzados, os rolos depositados na parte de baixo da pilha recebem um peso
concentrado nos quatro pontos de contato entre eles, o que gera deformações
permanentes, causando defeitos futuros irreparáveis.
– evitar abrir as embalagens plásticas com objetos pontiagudos que possam
danificar o tecido;
– evitar dar pancadas nas extremidades ou no meio dos rolos, assim como de
transportar os rolos carregando-os sobre os ombros.
– Ao transportar os rolos não os arrastar, se necessário utilizar duas pessoas
para manuseá-lo.
– Após utilizar o rolo, recoloque a embalagem, pois ela garante a proteção e
qualidade de seu produto. O suor das mãos dos operadores pode até causar
problemas de afinidade do corante.

No caso de tecidos de malha, os cuidados são os mesmos, porém se


redobram, porque, pela própria formação do ponto da malha, a deformação e
suas conseqüências normalmente são maiores e muitas vezes irreversíveis.

Usando as regras descritas, teremos as seguintes vantagens:


– localização mais fácil do tecido na hora de utilizá-lo;
– evitam mistura de peças de referências diferentes, facilitando o controle.

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Figura 1 – Forma de armazenamento de tecidos e malhas

NOÇÕES PRELIMINARES

Seqüência no PCP anteriores ao corte propriamente dito.

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RECEBIMENTO DE PEDIDO

VERIFICAÇÃO DOS ESTOQUES

APROPRIAÇÃO DE MATERIAIS

PLANEJAMENTO DE RISCOS

CONTROLE DE RISCOS (PREV)

ENCAIXE DOS MOLDES

CONTROLE DE RISCOS (REAL)

PREENCHIMENTO

ORDEM DE FABRICAÇÃO (O.C.)

TALÃO DE PACOTES

ACOMPANHAMENTO DE PACOTES

CONTROLE DA PRODUÇÃO

BAIXA DE ESTOQUES

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Recebimento de Pedidos: Os pedidos são enviados para o Setor de
Planejamento pelo Setor de Vendas. E juntamente neste, constata-se a
possibilidade de sua entrega de acordo com a necessidade do cliente (já
verificando se há materiais em estoque).

Apropriação de materiais: Após analisar a possibilidade da entrega deste


pedido, apropria-se os materiais que estão em estoque à este pedido, garantindo
que não se utilize este material para outro pedido.

Planejamento de Riscos: De uma maneira simples, planejamento de


riscos é a divisão da quantidade de peças pedidas (sofrendo ou não correção) de
tal maneira que se obtenha um casamento de tamanhos e quantidades, que
permita um número razoável de riscos com um aproveitamento de tecido,
instalações, equipamentos e pessoal dentro dos limites pré-fixados.

Controle de Riscos: A partir das áreas dos moldes e do planejamento de


riscos é preenchido um formulário chamado Controle de Riscos que é composto
de duas partes:
• O Consumo previsto do encaixe é preenchido pelo programador após o
planejamento de riscos.
• O Consumo real do encaixe é preenchido pelo encaixador após a
confecção do enfesto.

Encaixe dos Moldes: é a concretização do planejamento de riscos numa


representação gráfica (desenho) das partes componentes dos moldes.

Ordem de Fabricação ou Ordem de Corte: é o documento composto das


informações necessárias à fabricação do produto no corte.

Talão de Pacotes: é o documento que acompanhará os pacotes de peças


durante sua fabricação.

Acompanhamento de Pacotes: é um mapa para acompanhar de maneira


conjunta a evolução e situação dos pacotes na fabricação.

Controle de Produção: é o responsável pelo acompanhamento de toda a


ordem de fabricação durante sua passagem pela produção, tomando as medidas
preventivas e corretivas conforme a necessidade.
Baixa de Estoques: conforme vimos inicialmente é feito um
comprometimento dos materiais através do consumo planejado podendo ocorrer
uma redução ou aumento deste consumo.

1.3. Talão de Pedidos

Os vendedores, depois de muitas atividades junto a o mercado consumidor,


entregam à empresa, um documento que correspondentes às vendas realizadas.

Pois será nessas vias do talão de Pedidos entregues à fábrica que toda a
sua programação deverá se basear.

TALÃO DE PEDIDOS

SENAI CTV – BLUMENAU Pedido N


Emissão: ......./......./......
Razão Social:............................................................... Prazo de Entrega:..........................
End:.......................................Tel:.................................. Forma de Pagamento:..............................
Estado:.....................................Cep:............................. Assim. do Cliente:.........................
CGC:..............................Insc. Estadual........................
Transp:.........................................................................
Local de Entrega:........................................................ Local APROVAÇÃO DO CADASTRO
de Cobrança:.....................................................
Representante............................................................. SIM NÃO
Responsável:................................................
MODELO: PREÇO: MODELO: PREÇO:
REFERÊNCIA: PRAZO ENT: REFERÊNCIA: PRAZO ENT:
0 1 2 2 4 5 6 0 1 2 2 4 5 6
P P M G G PP P M G
G GG
P
CORES TOTAL CORES TOTAL
2 4 6 8 10 12 14 16 2 4 6 8 10 12 14 16

34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52

TOTAL TOTAL

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1.4. Ordem de Corte

Para que se saibam as informações referentes ao processo que deve ser


executado na produção, seguimos um exemplo de Ordem de Corte.
2. TIPOS DE MOLDES

Os moldes, em cartolina ou papel, representam, através de medidas


próprias, as formas do corpo humano. Eles compõem, assim, um conjunto de
peças que servem de guia para o corte de um tecido.

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Para o Planejador de Risco e Corte, os moldes são examinados segundo
dois critérios básicos:

2.1. Moldes simétricos

Quando as diferentes partes de um molde servem de maneira igual para


os lados direito e esquerdo do corpo humano, dizemos que ele é simétrico. No
exemplo abaixo, você pode observar uma modelagem de calça, onde, por serem
simétricos, os moldes do lado direito servem para o lado esquerdo, desde que
invertidos, ou vice-versa.
Ilustração 2 - Molde simétrico

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2.2. Moldes assimétricos

Quando o molde que serve para vestir o lado esquerdo do corpo não é
exatamente igual e inverso ao que serve para vestir o lado direito (ou viceversa)
dizemos que ele é assimétrico, ou seja, um lado diferente do outro. No exemplo
abaixo, você pode observar uma modelagem de camisa e poderá também notar
que os moldes das duas frentes não são exatamente iguais, enquanto o molde
das costas, por não estar dividido em duas partes, mas por ser uma peça única,
é, também, para efeito de programação de risco, assimétrico.

Ilustração 3 - Molde assimétrico


3. RISCO MARCADOR

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O Risco marcador é um papel com a largura e o comprimento úteis do
enfesto, sobre o qual são transportados os contornos e marcações de diferentes
moldes correspondentes a tamanhos e/ ou modelos distintos.
Nesses riscos marcadores, os diferentes tamanhos são repetidos uma, ou
várias frações de vezes, conforme determine a necessidade, para fins de
colocação sobre o enfesto e posterior corte.

Exemplo de um Risco Marcador, correspondente ao corte de três camisas


nos tamanhos 1, 2 e 4.

Ilustração 4 - Risco marcador

Para o correto posicionamento dos moldes na confecção do Risco


Marcador, os moldes precisam estar identificados com algumas referências
básicas:

a) Nome da parte da peça (frente direita, frente esquerda, costas, etc);


b) Tamanho da peça (Tamanho 2);
c) Referência da peça (Ref. 714);
d) Quantidade de vezes que a parte aparece na peça (1X= 1 vez 2X= 2
vezes, etc);
e) Sentido do fio do urdimento (Fio).

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Ilustração 51 - Trama e urdume

Tabela 1 - Denominações de tecelagem e malharia


Fio de urdimento É aquele que, no tecido, corre no sentido do seu comprimento.

Fio de Trama É aquele que, no tecido, corre no sentido da sua largura.


São seqüências de malha que se vão superpondo umas às
Colunas
outras em sentido vertical.
São seqüências de malhas dispostas lado a lado no sentido
Carreiras horizontal do tecido.

A palavra "fio", quando escrita nas diferentes partes de um molde, serve


para indicar, que o corte da peça deverá ser feito no sentido do fio de urdimento
do tecido ou, quando malha, no sentido de suas colunas.
O posicionamento dos moldes sobre o Risco Marcador também obedece à
técnicas ligadas ao tipo de tecido a ser riscado.

3.1. Classificação do Encaixe quanto ao Tipo de Tecido

3.1.1. Riscos Normais

Indica que o encaixe será sem sentido.

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As partes dos moldes, mesmo aquelas que correspondem a um mesmo
tamanho, podem ser riscadas em qualquer sentido, porém, obedecendo sempre
à direção indicada no "fio" dada no molde. Exemplo:

Ilustração 6 – Encaixe sem sentido

Indica que o encaixe será com sentido.

As partes dos moldes de um mesmo tamanho deverão ser riscadas sempre


no mesmo sentido, enquanto a(s) de outro(s) tamanho(s) podem ficar em sentido
contrário, porém sempre obedecendo à indicação de "fio" dada no molde.

Ilustração 7 – Encaixe com sentido

Indica que o encaixe será com pé.

Todas as partes, de todos os tamanhos, participantes de um mesmo risco,


deverão, obrigatoriamente, ser riscadas no mesmo sentido, porém, sempre
obedecendo à indicação de "fio" dada no molde.

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Ilustração 8 – Encaixe para Tecido com Pé

3.1.2. Riscos Atravessados

Indica que o encaixe será sem sentido.

As partes dos moldes, mesmo as que correspondam a um mesmo


tamanho, podem ser riscadas em qualquer sentido, porém, neste tipo de risco, a
indicação de "fio" dada no molde não deverá ficar na direção do urdimento (ou
da coluna) e sim no da trama (ou carreira).

Ilustração 9 - Riscos atravessados

Indica que o encaixe será com pé.

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Tecnologia de Risco e Corte
Todas as partes de todos os tamanhos participantes de um mesmo Risco
Marcador deverão, obrigatoriamente, ser riscadas no mesmo sentido, porém,
neste tipo de risco, a indicação de "fio", tal como no caso anterior, não deverá
ficar na direção do urdimento (ou da coluna) e sim na da trama (ou carreira).

Ilustração 20 - Riscos atravessados

Observe como todas as partes de todos os tamanhos, no risco acima, se


encontram fielmente riscadas no mesmo sentido, sem exceção, porém com a
indicação de "fio" orientada para a direção da trama (ou da carreira, no caso de
tecido de malha) e não na direção do urdimento.

Este tipo de risco é o usado para os chamados tecidos "degradé", ou seja,


para aqueles que apresentam mudanças de tonalidade ou de tamanho de
estampa no sentido de sua largura.

Ilustração 31 - Tecido degradê com variação tamanho da estampa.

3.2. Classificação do Encaixe quanto ao Tipo de Modelagem

3.2.1. Encaixe Par

São aqueles em que a quantidade de vezes indicada nas partes


componentes de uma modelagem deve ser obedecida pela metade, para formar
o par desta parte.

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Tecnologia de Risco e Corte
Assim, por exemplo, se houver na modelagem, a indicação 2X sobre
determinada parte de uma peça, você sé deverá colocar no encaixe Par essa
parte uma vez, ou seja, 2 X 0,5 = 1x.

Nos riscos pares, o enfesto terá de ser obrigatoriamente par e a modelagem


simétrica, a fim de que a outra metade da parte, que não participou do risco,
possa ser cortada noutra folha de enfesto em posição inversa à riscada.

Ilustração 42 - Riscos pares

Observe como a frente e o traseiro das calças de todos os tamanhos só


foram riscados uma vez, ainda que se saiba que qualquer calça tem de ter duas
frentes e dois traseiros.

3.2.2. Encaixe Ímpar (ou Único)

São aqueles em que a quantidade de vezes indicada nas partes


componentes dos moldes é obedecida.

Neste tipo de risco, caso a modelagem seja assimétrica, o enfesto terá de


ser único, porém, no caso de ser simétrica, o enfesto tanto poderá ser par como
único.

Ilustração 13 - Riscos únicos


Observe que no risco único, a camisa está encaixada por completa. Com
duas frentes, duas mangas, uma costa etc.

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Tecnologia de Risco e Corte
3.2.3. Encaixe Misto

São aqueles em que as indicações de vezes colocadas nas partes


componentes dos moldes, tanto podem ser obedecidas pela metade para
determinado(s) tamanhos(s), como multiplicadas por números inteiros ou
fracionários para outro(s) tamanho(s).
Por exemplo, em um encaixe se apresenta da seguinte maneira, onde o
enfesto possuirá duas folhas:

TAMANHO FREQUÊNCIA NO ENCAIXE FOLHAS PEÇAS


36 1,5x 2 3
42 1x 2 2
44 1x 2 2
50 0,5x 2 1

Observe que os tamanhos 36, 42 e 50 são de encaixes pares, pois


utilizaram a folha de enfesto abaixo para formar o par para completar a peça.
Já o tamanho 44, suficientemente precisa de uma folha para completar uma
peça.

Ilustração 14 - Riscos mistos

ATENÇÃO: No Risco Misto, o enfesto terá de ser par e a modelagem


simétrica, a fim de que as outras partes que não participaram do risco possam
ser cortadas noutra folha de enfesto em posição inversa à riscada.

4. MÉTODOS DE OTIMIZAÇÃO (ENCAIXE DE MOLDES)

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Tecnologia de Risco e Corte
4.1. Manual, com giz no tecido

É um risco feito em tamanho natural sobre o tecido, sem prévio estudo.


Apresenta baixa qualidade, pois, o tecido estica sob a pressão do giz dificultando
o corte. Este método não permite cópias.

4.2. Manual, sobre o papel com moldes em miniatura

O método sobre o papel é de boa qualidade, pois, evita a distorção das


medias da modelagem por ser riscado com caneta ou lápis. Este método se faz
moldes em miniatura realizando um prévio estudo e após é repassado para o
tamanho natural. Neste tipo de risco também não permite arquivamento do
encaixe natural, em virtude do mesmo ser destruído com a execução do corte.
Somente do tamanho miniatura.

4.3. Computadorizado (CAD)

Permite fazer o estudo diretamente na tela do computador. Oferece


condições de mover as partes componentes de forma rápida e segura. Apresenta
informações diretas como: eficiência, área quadrada e perímetro de cada parte
da modelagem. Excelente em termos de qualidade e flexibilidade, porém seu
custo ainda é alto para pequenas confecções.
Exemplo de sistemas de encaixe por computador: Lectra, Gerber,
Investrônica, Audaces etc.
Sua reprodução em tamanho natural é feita através do plotter.

5. TIPOS DE TECIDOS

Para efeito de posicionamento dos moldes de uma peça sobre um tecido


que deva ser cortado de acordo com eles, é necessário classificar esse tecido
quanto à sua aparência.
Seja qual for o tecido, ele pode:

• Mudar de cor ou tonalidade quando examinado visualmente de


ângulos diferentes;
• Manter inalterada sua cor ou tonalidade independentemente do
ângulo de onde esteja sendo observado;
• Mudar de tonalidade de acordo com o sentido para onde forem
deslocados os seus pelos; Ter direito e avesso; Não ter direito ou
avesso.

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Tecnologia de Risco e Corte
Assim sendo, você deverá levar em consideração essas diferentes
características, a fim de efetuar um planejamento de risco preciso e adequado
para cada tipo de tecido.
Existe, para todos os casos, uma terminologia própria e uma indicação
simbólica para classificar o tipo de tecido para fins de risco.Veja na tabela abaixo:

Tabela 2 - Terminologia e simbolismo na indústria do Vestuário


TIPO DE TECIDO DESCRIÇÃO SÍMBOLO
Sem sentido Com Visto de qualquer ângulo tem a mesma cor e
direito e avesso tonalidade
Sem sentido e Sem Visto de qualquer ângulo ou face tem a mesma
direito e avesso cor e tonalidade
Com sentido e Com Visto de ângulos diferentes muda de cor e
direito e avesso tonalidade
O tom, o toque ou o desenho modificam-se de
Com pé e com direito e acordo com a inclinação dos pelos, das felpas
avesso ou das estampas.

6. TIPOS DE ENFESTOS

Enfesto é a superposição de duas ou mais folhas de tecido para fins de


corte. Em função do tipo de tecido e as características do produto, pode-se
utilizar os diferentes tipos de enfesto.
O enfesto pode se dividir de duas formas: sendo Par ou Único. Vejamos
abaixo suas definições:

6.1. Enfesto Único

É aquele em que todas as folhas do tecido a ser cortado são superpostas


com a mesma face (direito ou avesso) voltada para o mesmo lado.

Ilustração 15 - Enfesto único

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Tecnologia de Risco e Corte
Conforme a ilustração 4, confira que não há necessidade que as folhas do
tecido estejam com seus lados direitos para cima ou com os mesmos voltados
para baixo. O que não pode ocorrer é que existam, na pilha de folhas, alguns
lados direitos para cima e outros para baixo.
Para que não ocorra a superposição desordenada das folhas de tecido,
basta que na hora de fazer o enfesto corte as folhas do tecido sem retirar o rolo
de tecido da sua posição inicial e puxando sempre o pano na direção da seta.

Três diferentes tipos de tecido se prestam para o Enfesto Único.

Aqui estão eles, na coluna A, com a face direita voltada para cima e, na
coluna B, com a face direita voltada para baixo:

Ilustração 16 - Diferentes tipos de tecidos

Este tipo de enfesto é utilizado, obrigatoriamente, quando sobre ele devem


ser riscados Moldes Assimétricos, mas também serve para receber os riscos dos
Moldes Simétricos.

6.2. Enfesto Par

É aquele em que as folhas do tecido ora estão com uma das faces para cima,
ora para baixo, formando pares de folhas face a face (lado direito X lado direito
e lado avesso X lado avesso).
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Tecnologia de Risco e Corte
Para o enfesto par o rolo fica solto, ou seja, o tecido efetua um movimento
de zig-zag, quando o tecido não possui sentido ou pe.

Ilustração 17 - Movimentação do enfesto Zig-zag

Quando o tecido a ser riscado e cortado tiver sentido e/ou pé, o rolo de
tecido terá de ocupar as posições A e B, alternadamente girando 180º, para que
se forme o enfesto par, conforme ilustração abaixo:

Ilustração 18 - Posições para enfesto par

Assim, os quatro tipos diferentes de tecidos prestam-se para o enfesto Par.


Eles se encontram simbolicamente ilustrados e identificados abaixo:

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Tecnologia de Risco e Corte
Ilustração 19 - Sentido do tecido no enfesto

6.3. Enfesto Escada

Permite um melhor aproveitamento do tecido quando há uma freqüência pouco


utilizada. Este tipo de estendimento pode utilizar-se do enfesto único ou par.

Ilustração 20 – Enfesto Escada

No entanto seja o enfesto de que tipo for o número máximo de folhas


permitido para sua colocação na Máquina de Corte vai depender da espessura
de cada folha do tecido e da capacidade da mencionada máquina.

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Tecnologia de Risco e Corte
Tabela 3 - Exemplo de altura de enfesto
Equipamento Tecido Média Quant. Folhas Artigo
Máquina Faca 10’ Indigo 14 oz 100 Calça
Máquina Faca 10’ Indigo 11 oz 110 Calça
Máquina Faca 10’ Felpudo 60 Roupão
Máquina Faca 10’ Popeline 180 Camisa
Máquina Faca 8’ Veludo 80 Calça
Máquina Faca 8’ Seda 50 Camisa
Serra Fita Lycra 50 Lingerie
Serra Fita Helanca 50 Lingerie

Para este tipo de conhecimento, as empresas criam um padrão


obedecendo ao seu limite na altura de faca do corte.
Para se obter este padrão basta fazer os seguintes questionamentos:

- Qual a altura máxima ou ideal de corte de nosso equipamento?


- Quantas folhas em média para cada tipo de tecido atingem a altura
máxima da faca de corte?

Obs: Para 10 folhas deste tecido, qual a altura do enfesto? Podeis fazer
uma projeção até chegar à altura máxima da faca.

7. MÉTODOS DE ESTENDIMENTO

7.1. Estendida feita à mão

Sem uso de nenhum equipamento especial. Pesado em termos de mãode-


obra, qualidade geralmente baixa, principalmente para as malharias, onde
provocam problemas de esticamento.

7.2. Estendida com carro manual

Poucas vantagens sobre o primeiro, a não ser a redução da mão-deobra,


melhoria da qualidade no alinhamento das bordas e no que tange ao esticamento
do tecido.

7.3. Estendida com carro automático

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Tecnologia de Risco e Corte
Muito melhor que o anterior, especialmente quando equipado com
alimentação positiva do material, reduzindo problemas de esticamento. Leva
sobre o precedente a vantagem de reduzir os desperdícios nas pontas dos
enfesto. Possui dispositivos para programação de unidades e acumulação dos
metros enfestados, sendo a parada automática ao alcance da programação.
Geralmente possui a mesa em esteira para deslocamento do enfesto após o
término da operação.

7.4. Acessórios que facilitam o enfesto

7.4.1. Carregador de rolos


Particularmente interessante para rolos pesados, que requerem dois
operadores para carregar.

7.4.2. Barra alinhadora


Para alinhamento das cabeças de enfesto, na prática manual.

7.4.3. Pinças e/ou


Para prender as pontas ou laterais do enfesto.

7.5. Procedimentos no Ato de Enfestar

 Conferir a Ordem de Produção com o risco.


 Conferir a largura do tecido, a cor e o número do lote.
 Verifica-se o comprimento do risco e as possíveis emendas.
 Regula a régua ou semelhante no tamanho do risco.
 A partir daí, dá-se o procedimento total do enfesto, verificando o
alinhamento da ourela, as emendas, e separando com fita as tonalidades,
se caso houver.
 Terminando o enfesto, se for corte manual, posiciona-se o risco sobre o
enfesto; se o corte for automatizado, posiciona-se na máquina de corte.

7.6. Fatores de Enfestamento

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Tecnologia de Risco e Corte
7.6.1. Alinhamento
Em função da variação de largura, processa-se o alinhamento em uma
das bordas do tecido, formando uma semelhante parede.

7.6.2. Tensão
Deve ser evitada a tensão, especialmente em tecidos de malha. Se o
tecido tiver tensão demais, o mesmo voltará para seu estado normal (relaxação)
e ocorrerá uma variação no tamanho das peças após cortado.

7.6.3. Enrugamento
Para exatidão do corte, é necessário que o tecido esteja perfeitamente
ajustado no topo das camadas. Quando não for assim haverá uma tendência a
provocação de bolhas de ar dentro de todo o enfesto, mudando de um lugar para
outro, movendo as camadas e portanto distorcendo o corte.

7.6.4. Corte das pontas


Mais de que um fator de qualidade é um fator de economia de tecido. Este
deve ser cortado com exatidão no comprimento. É comum que os enfestadores
não tenham cuidado, cortando alguns centímetros extras. Para evitar isto é
conveniente usar dispositivos cortadores de extremidade que cortam mais rápido
e no tamanho exato.

7.6.5. Qualidade do enfestamento


Além dos fatores já mencionado, que afetam a qualidade no corte,
devemos considerar a remoção de defeitos do tecido. Isto pode ser feito durante
o enfestamento, ou depois do corte. Feito durante o enfestamento, os
enfestadores devem considerar:
 Importância do defeito do tecido.
 Localização exata do defeito nas peças cortadas.
Para retirar um defeito no meio de um rolo, e voltar a enfestar, faz-se um
processo que chamamos de Emenda.

7.6.6. Emendas
Consiste na marcação do risco ou mesa, para sinalizar, quando houver
trocas de rolo de tecido/malha, onde deve terminar ou iniciar uma nova camada
de tecido sem que haja perdas de peças após cortado.

29
Tecnologia de Risco e Corte
30
Tecnologia de Risco e Corte
8. FREQUÊNCIA

É a quantidade de vezes em que um determinado tamanho se repete num


risco.

Grade de tamanhos 36 38 40 42 44 46 48 50
Frequência 2 1 2 0,5 1,5 3 5 2,5

Veja, em seguida, três diferentes Riscos Marcadores, acompanhados de


suas respectivas freqüências.

Os diferentes tamanhos de determinado modelo se repetem dentro de um


mesmo risco, dando origem ao que chamamos de freqüência.
Quantas vezes, no entanto, esses tamanhos poderiam se repetir no mesmo
risco, levando em consideração, o comprimento útil da Mesa de Corte onde o
enfesto é realizado?
A essa quantidade máxima de repetições dá-se o nome de Freqüência
Máxima por Modelo no Risco.
9. GASTO MÉDIO

31
Tecnologia de Risco e Corte
É o comprimento de tecido que se consome, em média, para riscar uma
peça completa.

Este consumo de tecido poderá variar nas seguintes proporções:


• Quanto maior a largura do tecido, menor será o comprimento deste,
para o risco de uma peça.
• Quanto menor a largura do tecido, maior será o comprimento deste,
para o risco de uma peça.
Comprimento do Risco
CÁLCULO DE GASTO MÉDIO =
Somatório das Freqüências

Exemplo:

Um Risco marcador mede 0,88 m de largura por 5,52 m de comprimento e


tem a seguinte freqüência:

Tamanho 10 12 14 16 5,52M
Freqüência 1 1,5 2,5 1 GASTO MÉDIO = 0,92M
6

Para calcular o gasto médio por peça em m² usaremos o seguinte


raciocínio:

Área de Risco = 0,88 m X 5,52 m = 4,8576 m²

Gasto Médio = Área de Risco


Somatório das Freqüências 4,8576 = 0,81 m² por peça

10. FREQUÊNCIA MÁXIMA

32
Tecnologia de Risco e Corte
É a quantidade máxima de vezes que diferentes tamanhos de um modelo
podem estar contidos num mesmo risco, levando em consideração o
comprimento útil da Mesa de Corte.

Comprimento Útil da Mesa de Corte


Freqüência Máxima =
Gasto Médio

Exemplo:

• Comprimento útil da mesa de corte = 17 m.


• Gasto Médio por Peça = 0,95 m.

A Freqüência Máxima por modelo no risco será:

17 0,95 = 17,7x

Isso quer dizer que, considerando os dois fatores acima, o seu


planejamento poderá repetir, em cada risco, um máximo de 17 tamanhos.

11. PLANEJAMENTO DE RISCO

O Planejamento de Risco normalmente em grandes empresas é realizado


através de softwares especializados, porém não sendo ainda a realidade da
maioria das empresas.

Consiste em dimensionar freqüências por riscos, visando o máximo


aproveitamento da equipe de corte, e faz-se do seguinte modo:

• Distribuir, o mais racionalmente possível, os diferentes tamanhos dentro


de um mesmo Risco Marcador.
• Completar o seu Planejamento com a menor quantidade possível de
Riscos Marcadores.

33
Tecnologia de Risco e Corte
• Diminuir, ao máximo, o percentual de desperdícios.

Suponha que você tenha recebido, para fins de planejamento de risco, a


seguinte parte de um formulário de Ordem de Fabricação:

Mod.: Calça Ref.: 40.166 Cor: 01 Tecido:Jeans 8 oz Larg.: 148 cm

0 1 2 3 4 5 6

PP P M G GG
NÚMERO DO
TOTAL
PEDIDO
2 4 6 8 10 12 14 16

34 36 38 40 42 44 46 48 50 52

1009 - 2 17 30 20 10 9 5 2 3 98

1007 - 8 14 35 23 12 11 6 1 2 112

1012 - 5 18 20 16 14 5 4 5 2 87

1019 - 5 17 23 15 15 5 5 2 5 82

Sub-Total - 20 66 108 74 51 30 20 10 10 389

Desconto - - 6 8 4 1 - - - - 19

Total Geral - 20 60 100 70 50 30 20 10 10 370

Transportando estas informações para o Formulário de Planejamento,


faremos um exemplo, considerando os seguintes dados:

• Freqüência Máxima = 8
• Quantidade Máxima de Folhas do enfesto = 20
• Modelagem = Simétrica
• Risco Marcador = Misto Enfesto = Par

Larg.:
Mod.: Calça Ref.: 40.166 Cor: 01 Tecido: Jeans 8 oz
148cm
0 1 2 3 4 5 6
TAMANHOS TOTAL
PP P M G GG

34
Tecnologia de Risco e Corte
2 4 6 8 10 12 14 16
34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
PEÇAS >>
0 20 60 100 70 50 30 20 10 10 370
RISCOS FOLHAS
1 20 - 1x 3x 4x - - - - - - 160
SALDO R1 0 0 0 20 70 50 30 20 10 10
2 20 - - - 1x 3x 2x 1x 1x - - 160
SALDO R 0 0 0 0 10 10 10 0 10 10
3 10 - - - - 1x 1x 1x - 1x 1x 50
SALDO R3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4
SALDO R4
5
SALDO R5

6
SALDO R6
7
SALDO R7
8
SALDO R8
9
SALDO R9
10
SALDO R10
Total Geral 0 20 60 100 70 50 30 20 10 10 370

Considerando a mesma referencia de produto acima, apenas com uma


quantidade diferente no tamanho 36 (22 peças):

Larg.:
Mod.: Calça Ref.: 40.166 Cor: 01 Tecido: Jeans 8 oz
148cm
0 1 2 3 4 5 6
PP P M G GG
TAMANHOS TOTAL
2 4 6 8 10 12 14 16
34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
PEÇAS >>
0 22 60 100 70 50 30 20 10 10 370
RISCOS FOLHAS
1 20 - 1x 3x 4x - - - - - - 160
SALDO R1 0 2 0 20 70 50 30 20 10 10
2 20 - - - 1x 3x 2x 1x 1x - - 160
SALDO R 0 2 0 0 10 10 10 0 10 10

35
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3 10 - - - - 1x 1x 1x - 1x 1x 50
SALDO R3 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0
4
SALDO R4
5
SALDO R5
6
SALDO R6
7
SALDO R7

8
SALDO R8
9
SALDO R9
10
SALDO R10
Reajuste 0 -2 0 0 0 0 0 0 0 0

Total Geral 0 20 60 100 70 50 30 20 10 10 370

Veja que neste caso sobraram 2 peças no tamanho 36, e seria necessário
fazer um risco a mais para atender esta quantia desejada pelo cliente. Mas,
muitas empresas quando projetam grades de tamanho neste formato negociam
com seus clientes a viabilização de uma tolerância de entregas (variação de
quantidade de peças a serem entregues por tamanho e cor), onde podem ser
alteradas conforme as especificações do cliente.
Segue abaixo um exemplo de Planejamento de risco com três cores:

Freq. Máx: 8x
Mod.: Short sarja Ref.: 48.201 Cor: 01 Tecido: Sarja
0 1 2 3 4 5 6 Máx Folhas:
50
PP P M G GG
TAMANHOS
2 4 6 8 10 12 14 16 TOTAL
34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
PEÇAS >> COR 1 - - - 10 20 30 10 - - - 70
PEÇAS >> COR 2 - - - 20 40 60 20 - - - 140
PEÇAS >> COR 3 - - - 15 30 45 15 - - - 105

RISCO 1 - - - 1 2 3 1 - - -
CORES FOLHAS
COR 1 10 - - - 10 20 30 10 - - - 70
COR 2 20 - - - 20 40 60 20 - - - 140

36
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COR 3 15 - - - 15 30 45 15 - - - 105
SALDO R1
COR 1 10 - - - 0 0 0 0 - - -
COR 2 20 - - - 0 0 0 0 - - -
COR 3 15 - - - 0 0 0 0 - - -
Total Geral 45 90 135 45 315

12. MÉTODOS DE CORTE

Podemos dizer que existem três tipos de corte:

12.1. Manual
Pouco utilizado pela indústria, exceto pequenas
empresas devido sua baixa produção.É feito com tesoura
manual.

12.2. Mecânizado
É feito com o uso de máquinas. Essas máquinas podem ser:

12.2.1. Lâmina redonda (máquina de disco)


Para o corte de enfesto de pouca altura. Seu corte não é
preciso nas curvas acentuadas e nem permite fazer piques com
segurança. Existem várias dimensões de disco. Dentro das
máquinas de lâmina redonda podemos mencionar as
tesouras elétricas: mini-shere e bullmer.

12.2.2. Lâmina vertical (máquina de faca)


Para enfesto de grande altura. Permite cortar qualquer tipo de
risco. Não é aconselhável para baixo enfesto. A altura da faca varia
de tamanho. (Ex.: 6”, 8”, 10”, 12”).

37
Tecnologia de Risco e Corte
12.2.3. Balancim (prensa)
Ótima qualidade de corte. É empregado para partes
componentes padrão como: Punho de camisa, gola, pé de gola,
colarinho, etc. Seu consumo de matéria-prima é mais elevado
em relação ao corte normal por necessitar de um maior espaço
entre os moldes. Apresenta elevado custo das formas.

12.2.4. Serra fita


Este método de corte pode ser usado junto com a
máquina de faca vertical para cortes onde a precisão é
importante, de corte de camisa, cava da manga, partes
pequenas, etc. Toda a qualidade de corte depende da
maneira de segurar as peças.

12.2.5. Máquina de marcar furos


Consiste em marcar no enfesto a posição exata, como por exemplo o
local da pence. Existe máquina por aquecimento e broca.

12.2.6. Máquina para marcação de etiqueta e meios de gola


Muito utilizado para malha, pois, a mesma trabalha com um lâmina
aquecida onde faz as marcações necessárias.

12.3. Eletrônico
É feito com o uso de máquinas. Essas máquinas podem ser:

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Tecnologia de Risco e Corte
12.3.1. Faca vertical
Dirigido por computador, tem a possibilidade de cortar
todos tipos de enfestos. A altura do enfesto está ligada a
altura da faca.

12.3.2. Raio laser


Este sistema muito avançado tem como característica
o corte de uma folha de cada vez. Não indicado no caso de
fibras sintéticas, devido a fusão das mesmas pelo calor.

12.3.3. Bierribi
Muito utilizado nas empresas que trabalham com malha. Surgiu para o corte
de camisa largura do corpo (Body-size).

13. DESPERDÍCIO

A palavra desperdício aparece tanto no formulário de Ordem de Risco,


como no de Ordem de Corte e este é um dos fatores determinantes para o bom
e mau desempenho da indústria de confecção.
Considerando que a matéria-prima tem um peso considerável no preço final
do produto, devemos cuidar para que desde o Planejamento até a execução do
Corte, tenhamos um menor percentual de desperdício, reduzindo o custo de
fabricação, nos possibilitando fazer frente aos nossos concorrentes.
Chamamos de desperdício, tudo aquilo que não é utilizado na constituição
do produto.

A indústria de confecção para que possa ser rentável deve controlar


basicamente dois tipos de desperdício:

• Desperdício de matéria-prima;
• Desperdício de mão-de-obra;

13.1. Desperdícios de matéria-prima


São os desperdícios decorrentes da não utilização total dos materiais, em
especial tecido.

13.1.1. Desperdício de planejamento


É o desperdício decorrente de dificuldade do planejador de riscos
escolher sempre as melhores soluções (combinação de tamanhos) na
preparação das ordens de riscos.
39
Tecnologia de Risco e Corte
13.1.2. Desperdício de encaixe
É o desperdício decorrente da perda de tecido localizada entre os moldes
que não se encaixam perfeitamente. Ele está ligado diretamente a dois fatores:
Características dos moldes: Cada artigo apresenta uma característica especial
que pode influenciar o desperdício de encaixe. Podemos dizer que estas
características são concavidades e convexidades existentes. Quanto maior for o
número destas, maior será a possibilidade de desperdício. Características dos
encaixes: Muitas vezes alguns tecidos apresentam características especiais que
podem influenciar o desperdício de encaixe, tais como largura inadequada,
tecido com sentido determinado, etc.
A indústria de confecção moderna utiliza um sistema informatizado (CAD)
para o estudo do melhor aproveitamento do tecido. Porém para você tirar “o
melhor” deste recurso você deve dominar os princípios básicos da área em
questão, conforme seqüência abaixo:
• Conhecer a área dos moldes a serem encaixados em um determinado
risco.
• Conhecer a largura do encaixe (útil).
• Reduzir os moldes em escala cuja finalidade é a de facilitar a visualização
de toda área do risco e permitir estudos sobre um mesmo risco sem ocupar
as instalações da produção.
• Encaixar os moldes de tal maneira a obter o consumo dentro dos padrões
ou abaixo deste.

13.1.3. Desperdício de enfesto


Este tipo de desperdício depende basicamente da habilidade do
enfestador, sendo que ocorre principalmente nas pontas do enfesto, nas
emendas e no lado reto do enfesto (lado onde à ourela é acertada). É o mais
fácil de ser controlado, não fugindo muito dos padrões estabelecidos, porém é
o mais encontrado nas fábricas.

13.2. Desperdício de mão-de-obra


São aqueles provenientes da falta de treinamento e capacitação do
pessoal.

13.3. Controle de Desperdício no Risco Marcador

Registra o desperdício de matéria-prima obtido do Risco Marcador,


podendo ser de duas formas:

1ª Cálculo de área do risco;

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Tecnologia de Risco e Corte
Calculo da Área Total Calculo do Percentual de Calculo do Percentual de
do risco Ocupação dos Moldes Desperdício do tecido

A=CxL 174.160 cm² - 100%


A = 1555 cm x 112 cm 149.328 cm² - x x 100% - 85,74% = 14,26%
A = 174.160 cm² = 85,74 %

13.4. Controle de Desperdício após enfesto

Após o corte do enfesto, proceder como abaixo:

 Pesam-se todas as partes componentes de todos os tamanhos;


 Pesa-se todo o desperdício resultante do corte do enfesto;
 Pesam-se os retalhos que, por ventura, tenham resultado do mencionado
enfesto.
 Calcula-se o aproveitamento e o desperdício;  Enfestador e o Cortador
assinam a Ordem de corte.

O.C. nº Kg
LÍQUIDO 51,65 87,90%
DESPERD. 6,28 10,70%
RETALHOS 0,81 1,40%
TOTAL 58,74 100,00%

41
Tecnologia de Risco e Corte
14. SEPARAÇÃO ETIQUETAGEM E EMPACOTAMENTO

Depois que as peças estiverem cortadas, elas devem ser identificadas e


separadas adequadamente para despachar para as operações de costura.
A separação, etiquetagem e empacotamento, consiste em:
 Etiquetar as partes do modelo (contendo: tamanho, ordem de produção e
número seqüencial da peça);
 Separa cores e tonalidades em pacotes;

O pacote tem a sua quantidade especificada pelo Talão de Pacote, feito


pela programação.
Os pacotes devem ser completos (contendo todas as partes do produto) ou
divididos em diversos quando houver trabalhos distintos, como bordado,
estamparia, dependendo da metodologia do processo adotado pela organização.

Tabela 4 - Exemplo de formulário de Etiquetagem e Empacotamento


ACOMPANHAMENTO DE PACOTES
OP: 001 REF.: 001 Data: 13/10/2010 Oper.: João
N° do Pacote Tamanho Cor Quantidade
1 40 001 20
2 40 002 20
3 42 001 10
4 42 002 10
5 44 001 10

REFERÊNCIAS

ARAUJO. Mário de, Tecnologia do Vestuário. Lisboa: Fundação Calouste


Gulbenkian, 1996.

ROCHA. Rosangela dos Santos, Planejamento de risco e corte. Blumenau:


SENAI, 2002.

42
Tecnologia de Risco e Corte
ROMITO. Mario, Armazenagem correta de tecidos. São Paulo: Revista
Costura Perfeita, 2010.

Manual de Manuseio de tecidos e Confecção. Santana Têxtil

www.santanense.com.br/central-de-assistencia

www.walterporteiro.com.br

43
Tecnologia de Risco e Corte
EXERCÍCIOS SENTIDO DO RISCO
Dados três tipos de Riscos Normais A, B e C, identifique-os quanto ao tipo
de tecido, indicando com um "X" o símbolo correto de cada um deles.

44
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EXERCÍCIO

Marque com F ou V as afirmações abaixo, conforme elas sejam falsas ou


verdadeiras:

a) ( ) O Risco Par se caracteriza por ser proveniente de uma modelagem


simétrica.
b) ( ) O Risco Único só pode ser feito com uma modelagem assimétrica.
c) ( ) Para se cortar um Enfesto Par o risco terá de ser par.
d) ( ) Se a modelagem é assimétrica, o risco e o enfesto terão de ser únicos.
e) ( ) Dependendo da parte que for assimétrica na modelagem, e se o tecido a
ser cortado for tubular ou dobrado, o risco poderá se par ou misto e enfesto
par.
f) ( ) No Risco Único deve-se riscar sempre multiplicando por 0,5 as
quantidades de vezes que vêm registradas nas partes que compõem a
modelagem do tamanho em questão.

Abaixo lado, você tem apresentados riscos em tecido plano, Indique para cada
um deles:
a) O tipo do encaixe quanto à modelagem.
b) O tipo de modelagem.
c) O símbolo gráfico indicativo do tipo de tecido
EXERCÍCIO FREQUENCIA

Apresentados dois tipos de Riscos Marcadores, escreva na Grade de


Tamanhos respectiva, a Freqüência correspondente:
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Tecnologia de Risco e Corte


EXERCÍCIOS GASTO MEDIO

Calcule o Gasto Médio correspondente a um Risco Marcador de calça onde


foram riscadas três (3) peças tamanho 38, duas e meia (2,5) peças tamanho 40
e uma (1) peça tamanho 50, tendo esse Risco atingido o comprimento de 6,50m.
EXERCÍCIO FREQUENCIA MÁXIMA

Sabendo-se que o comprimento útil para enfesto de uma Mesa de Corte é


14,0 m e que o Gasto Médio do artigo a ser cortado é 1,05m, calcule a
Freqüência Máxima do mencionado artigo para planejar e fazer o risco Marcador.

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