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Lei N.O 53-2005 PDF
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2 — A ERC tem por objecto a prática de todos os de pensamento, através das entidades que pros-
actos necessários à prossecução das atribuições que lhe seguem actividades de comunicação social sujei-
são cometidas pela Constituição, pela lei e pelos pre- tas à sua regulação;
sentes Estatutos. b) Assegurar a livre difusão de conteúdos pelas
Artigo 2.o entidades que prosseguem actividades de comu-
Sede
nicação social e o livre acesso aos conteúdos
por parte dos respectivos destinatários da res-
A ERC tem sede em Lisboa. pectiva oferta de conteúdos de comunicação
social, de forma transparente e não discrimi-
Artigo 3.o natória, de modo a evitar qualquer tipo de exclu-
são social ou económica e zelando pela eficiên-
Regime jurídico
cia na atribuição de recursos escassos;
A ERC rege-se pelo disposto nos presentes Estatutos, c) Assegurar a protecção dos públicos mais sen-
pelas disposições legais que lhe sejam especificamente síveis, tais como menores, relativamente a con-
aplicáveis e, subsidiariamente, pelo regime aplicável aos teúdos e serviços susceptíveis de prejudicar o
institutos públicos. respectivo desenvolvimento, oferecidos ao
Artigo 4.o público através das entidades que prosseguem
Independência
actividades de comunicação social sujeitos à sua
regulação;
A ERC é independente no exercício das suas funções, d) Assegurar que a informação fornecida pelos
definindo livremente a orientação das suas actividades, prestadores de serviços de natureza editorial se
sem sujeição a quaisquer directrizes ou orientações por pauta por critérios de exigência e rigor jorna-
parte do poder político, em estrito respeito pela Cons- lísticos, efectivando a responsabilidade editorial
tituição e pela lei. perante o público em geral dos que se encon-
Artigo 5.o tram sujeitos à sua jurisdição, caso se mostrem
Princípio da especialidade violados os princípios e regras legais aplicáveis;
e) Assegurar a protecção dos destinatários dos ser-
1 — A capacidade jurídica da ERC abrange exclu- viços de conteúdos de comunicação social
sivamente os direitos e obrigações necessários à pros- enquanto consumidores, no que diz respeito a
secução do seu objecto. comunicações de natureza ou finalidade comer-
2 — A ERC não pode exercer actividades ou usar cial distribuídas através de comunicações elec-
os seus poderes fora das suas atribuições nem dedicar trónicas, por parte de prestadores de serviços
os seus recursos a finalidades diversas das que lhe estão
sujeitos à sua actuação, no caso de violação das
cometidas.
leis sobre a publicidade;
Artigo 6.o f) Assegurar a protecção dos direitos de perso-
Âmbito de intervenção nalidade individuais sempre que os mesmos
estejam em causa no âmbito da prestação de
Estão sujeitas à supervisão e intervenção do conselho serviços de conteúdos de comunicação social
regulador todas as entidades que, sob jurisdição do
Estado Português, prossigam actividades de comunica- sujeitos à sua regulação.
ção social, designadamente:
a) As agências noticiosas; Artigo 8.o
b) As pessoas singulares ou colectivas que editem Atribuições
publicações periódicas, independentemente do
suporte de distribuição que utilizem; São atribuições da ERC no domínio da comunicação
c) Os operadores de rádio e de televisão, relati- social:
vamente aos serviços de programas que difun-
dam ou aos conteúdos complementares que for- a) Assegurar o livre exercício do direito à infor-
neçam, sob sua responsabilidade editorial, por mação e à liberdade de imprensa;
qualquer meio, incluindo por via electrónica; b) Velar pela não concentração da titularidade das
d) As pessoas singulares ou colectivas que dispo- entidades que prosseguem actividades de comu-
nibilizem ao público, através de redes de comu- nicação social com vista à salvaguarda do plu-
nicações electrónicas, serviços de programas de ralismo e da diversidade, sem prejuízo das com-
rádio ou de televisão, na medida em que lhes petências expressamente atribuídas por lei à
caiba decidir sobre a sua selecção e agregação; Autoridade da Concorrência;
e) As pessoas singulares ou colectivas que dispo- c) Zelar pela independência das entidades que
nibilizem regularmente ao público, através de prosseguem actividades de comunicação social
redes de comunicações electrónicas, conteúdos perante os poderes político e económico;
submetidos a tratamento editorial e organizados d) Garantir o respeito pelos direitos, liberdades e
como um todo coerente. garantias;
e) Garantir a efectiva expressão e o confronto das
Artigo 7.o diversas correntes de opinião, em respeito pelo
Objectivos da regulação princípio do pluralismo e pela linha editorial
de cada órgão de comunicação social;
Constituem objectivos da regulação do sector da f) Assegurar o exercício dos direitos de antena,
comunicação social a prosseguir pela ERC: de resposta e de réplica política;
a) Promover e assegurar o pluralismo cultural e g) Assegurar, em articulação com a Autoridade da
a diversidade de expressão das várias correntes Concorrência, o regular e eficaz funcionamento
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dos mercados de imprensa escrita e de áudio- social, à determinação da prática das infracções
-visual em condições de transparência e equi- respectivas e à aplicação das competentes san-
dade; ções.
h) Colaborar na definição das políticas e estraté-
gias sectoriais que fundamentam a planificação CAPÍTULO II
do espectro radioeléctrico, sem prejuízo das atri-
buições cometidas por lei ao ICP-ANACOM; Estrutura orgânica
i) Fiscalizar a conformidade das campanhas de
publicidade do Estado, das Regiões Autónomas Artigo 13.o
e das autarquias locais com os princípios cons- Órgãos
titucionais da imparcialidade e isenção da Admi-
nistração Pública; São órgãos da ERC o conselho regulador, a direcção
j) Assegurar o cumprimento das normas regula- executiva, o conselho consultivo e o fiscal único.
doras das actividades de comunicação social.
SECÇÃO I
o
Artigo 9. Conselho regulador
Co-regulação e auto-regulação
vota, não podendo votar em mais de uma lista, sob pena durante um período de dois anos contados da data da
de inutilização do boletim de voto. sua cessação de funções.
8 — Consideram-se eleitos os candidatos que inte-
gram a lista que obtiver o voto de dois terços dos depu- Artigo 19.o
tados presentes, desde que superior à maioria absoluta
dos deputados em efectividade de funções. Duração do mandato
9 — A lista dos eleitos é publicada na 1.a série-A do Os membros do conselho regulador são nomeados
Diário da República, sob a forma de resolução da Assem- por um período de cinco anos, não renovável, conti-
bleia da República, nos cinco dias seguintes ao da eleição nuando os seus membros em exercício até à efectiva
da totalidade dos membros designados do conselho substituição ou à cessação de funções.
regulador.
Artigo 17.o Artigo 20.o
Cooptação Estatuto e deveres
1 — No prazo máximo de cinco dias contados da 1 — Os membros do conselho regulador estão sujeitos
publicação da respectiva lista na 1.a série-A do Diário ao estatuto dos membros de órgãos directivos dos ins-
da República, os membros designados reunirão, sob con- titutos públicos, em tudo o que não resultar dos pre-
vocação do membro mais velho, para procederem à sentes Estatutos.
cooptação do quinto membro do conselho regulador. 2 — É aplicável aos membros do conselho regulador
2 — Após discussão prévia, os membros designados o regime geral da segurança social, salvo quando per-
devem decidir por consenso o nome do membro tencerem aos quadros da função pública, caso em que
cooptado. lhes será aplicável o regime próprio do seu lugar de
3 — Caso não seja possível obter consenso, será coop- origem.
tada a pessoa que reunir o maior número de votos. 3 — Os membros do conselho regulador devem exer-
4 — A decisão de cooptação é publicada na 1.a série-A cer o cargo com isenção, rigor, independência e elevado
do Diário da República nos cinco dias seguintes à sua sentido de responsabilidade, não podendo emitir publi-
emissão. camente juízos de valor gravosos sobre o conteúdo das
deliberações aprovadas.
Artigo 18.o
Garantias de independência e incompatibilidades Artigo 21.o
1 — Os membros do conselho regulador são nomea- Tomada de posse
dos e cooptados de entre pessoas com reconhecida ido-
neidade, independência e competência técnica e pro- Os membros do conselho regulador tomam posse
fissional. perante o Presidente da Assembleia da República no
2 — Os membros do conselho regulador são inde- prazo máximo de cinco dias a contar da publicação da
pendentes no exercício das suas funções, não estando cooptação na 1.a série-A do Diário da República.
sujeitos a instruções ou orientações específicas.
3 — Sem prejuízo do disposto nas alíneas d), e) e Artigo 22.o
f) do n.o 1 do artigo 22.o, os membros do conselho regu- Cessação de funções
lador são inamovíveis.
4 — Não pode ser designado quem seja ou, nos últi- 1 — Os membros do conselho regulador cessam o
mos dois anos, tenha sido membro de órgãos executivos exercício das suas funções:
de empresas, de sindicatos, de confederações ou asso-
ciações empresariais do sector da comunicação social. a) Pelo decurso do prazo por que foram desig-
5 — Não pode ser designado quem seja ou de nos nados;
últimos dois anos, tenha sido membro do Governo, dos b) Por morte, por incapacidade permanente ou por
órgãos executivos das Regiões Autónomas ou das autar- incompatibilidade superveniente do titular;
quias locais. c) Por renúncia;
6 — Os membros do conselho regulador estão sujeitos d) Por faltas a três reuniões consecutivas ou nove
às incompatibilidades e impedimentos dos titulares de reuniões interpoladas, salvo justificação aceite
altos cargos públicos. pelo plenário do conselho regulador;
7 — Durante o seu mandato, os membros do conselho e) Por demissão decidida por resolução da Assem-
regulador não podem ainda: bleia da República, aprovada por dois terços
dos deputados presentes, desde que superior à
a) Ter interesses de natureza financeira ou par- maioria absoluta dos deputados em efectividade
ticipações nas entidades que prosseguem acti- de funções, em caso de grave violação dos seus
vidades de comunicação social; deveres estatutários, comprovadamente come-
b) Exercer qualquer outra função pública ou acti- tida no desempenho de funções ou no cumpri-
vidade profissional, excepto no que se refere mento de qualquer obrigação inerente ao cargo;
ao exercício de funções docentes no ensino f) Por dissolução do conselho regulador.
superior, em tempo parcial.
2 — Em caso de cessação individual de mandato, é
8 — Os membros do conselho regulador não podem escolhido um novo membro, que cumprirá um mandato
exercer qualquer cargo com funções executivas em integral de cinco anos, não renovável.
empresas, em sindicatos, em confederações ou em asso- 3 — O preenchimento da vaga ocorrida é assegurado,
ciações empresariais do sector da comunicação social consoante os casos, através de cooptação, de acordo
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com o processo previsto no artigo 17.o, ou de designação Aplicação das Coimas em Matéria Económica
por resolução da Assembleia da República adoptada e de Publicidade ou a quaisquer outras enti-
no prazo máximo de 10 dias, de acordo com o processo dades previstas no regime jurídico da publi-
previsto no artigo 16.o, ressalvadas as necessárias adap- cidade;
tações. c) Fiscalizar o cumprimento das leis, regulamentos
o e requisitos técnicos aplicáveis no âmbito das
Artigo 23. suas atribuições;
Dissolução do conselho regulador d) Pronunciar-se previamente sobre o objecto e as
condições dos concursos públicos para atribui-
1 — O conselho regulador só pode ser dissolvido por ção de títulos habilitadores do exercício da acti-
resolução da Assembleia da República, aprovada por vidade de rádio e de televisão;
dois terços dos deputados presentes, desde que superior e) Atribuir os títulos habilitadores do exercício da
à maioria absoluta dos deputados em efectividade de actividade de rádio e de televisão e decidir, fun-
funções, em caso de graves irregularidades no funcio- damentadamente, sobre os pedidos de alteração
namento do órgão. dos projectos aprovados, os pedidos de reno-
2 — Em caso de dissolução, a designação dos novos vação daqueles títulos ou, sendo o caso, sobre
membros do conselho regulador assume carácter de a necessidade de realização de novo concurso
urgência, devendo aqueles tomar posse no prazo máximo público;
de 30 dias a contar da data de aprovação da resolução
f) Aplicar as normas sancionatórias previstas na
de dissolução.
legislação sectorial específica, designadamente
Artigo 24.o a suspensão ou a revogação dos títulos habi-
Competências do conselho regulador
litadores do exercício da actividade de rádio e
de televisão e outras sanções previstas nas Leis
1 — Compete ao conselho regulador eleger, de entre n.os 4/2001, de 23 de Fevereiro, e 32/2003, de
os seus membros, o presidente e o vice-presidente, em 22 de Agosto;
reunião a ter lugar no prazo de cinco dias a contar g) Proceder aos registos previstos na lei, podendo
da publicação na 1.a série-A do Diário da República da para o efeito realizar auditorias para fiscalização
cooptação prevista no artigo 17.o e controlo dos elementos fornecidos;
2 — Compete ao conselho regulador no exercício das h) Organizar e manter bases de dados que per-
suas funções de definição e condução de actividades mitam avaliar o cumprimento da lei pelas enti-
da ERC: dades e serviços sujeitos à sua supervisão;
a) Definir a orientação geral da ERC e acompa- i) Verificar o cumprimento, por parte dos ope-
nhar a sua execução; radores de rádio e de televisão, dos fins gené-
b) Aprovar os planos de actividades e o orçamento, ricos e específicos das respectivas actividades,
bem como os respectivos relatórios de activi- bem como das obrigações fixadas nas respectivas
dades e contas; licenças ou autorizações, sem prejuízo das com-
c) Aprovar regulamentos, directivas e decisões, petências cometidas por lei ao ICP-ANACOM;
bem como as demais deliberações que lhe são j) Apreciar e decidir sobre queixas relativas aos
atribuídas pela lei e pelos presentes Estatutos; direitos de resposta, de antena e de réplica
d) Elaborar anualmente um relatório sobre a situa- política;
ção das actividades de comunicação social e l) Emitir parecer prévio e vinculativo sobre a
sobre a sua actividade de regulação e supervisão nomeação e destituição dos directores e direc-
e proceder à sua divulgação pública; tores-adjuntos de órgãos de meios de comuni-
e) Aprovar o regulamento de organização e fun- cação social pertencentes ao Estado e a outras
cionamento dos serviços que integram a ERC entidades públicas que tenham a seu cargo as
e o respectivo quadro de pessoal; áreas da programação e da informação;
f) Constituir mandatários e designar representan- m) Emitir parecer prévio e não vinculativo sobre
tes da ERC junto de outras entidades; os contratos de concessão de serviço público
g) Decidir sobre a criação ou encerramento de de rádio e de televisão, bem como sobre as res-
delegações ou de agências da ERC; pectivas alterações;
h) Praticar todos os demais actos necessários à rea- n) Promover a realização e a posterior publicação
lização das atribuições da ERC em relação às integral de auditorias anuais às empresas con-
quais não seja competente outro órgão. cessionárias dos serviços públicos de rádio e de
televisão e verificar a boa execução dos con-
3 — Compete, designadamente, ao conselho regula- tratos de concessão;
dor no exercício de funções de regulação e supervisão: o) Participar, em articulação com a Autoridade da
a) Fazer respeitar os princípios e limites legais aos Concorrência, na determinação dos mercados
conteúdos difundidos pelas entidades que pros- economicamente relevantes no sector da comu-
seguem actividades de comunicação social, nicação social;
designadamente em matéria de rigor informa- p) Pronunciar-se, nos termos da lei, sobre as aqui-
tivo e de protecção dos direitos, liberdades e sições de propriedade ou práticas de concer-
garantias pessoais; tação das entidades que prosseguem actividades
b) Fazer respeitar os princípios e limites legais aos de comunicação social;
conteúdos publicitários, nas matérias cuja com- q) Proceder à identificação dos poderes de influên-
petência não se encontre legalmente conferida cia sobre a opinião pública, na perspectiva da
ao Instituto do Consumidor e à Comissão de defesa do pluralismo e da diversidade, podendo
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da ERC, contribuindo para a articulação com as enti- ERC ou sobre quaisquer outros assuntos que o conselho
dades públicas e privadas representativas de interesses regulador decida submeter à sua apreciação.
relevantes no âmbito da comunicação social e de sec- 2 — O conselho consultivo emite o respectivo parecer
tores com ela conexos. no prazo de 30 dias a contar da solicitação ou, em caso
de urgência, no prazo fixado pelo conselho regulador.
Artigo 39.o
Composição e designação
Artigo 41.o
1 — O conselho consultivo é composto por: Funcionamento
a) Um representante da Autoridade da Concor-
rência; 1 — O conselho consultivo reúne ordinariamente, por
b) Um representante do Instituto da Comunicação convocação do seu presidente, duas vezes por ano e
Social; extraordinariamente por iniciativa do seu presidente ou
c) Um representante do ICP-ANACOM; a pedido de um terço dos seus membros.
d) Um representante do Instituto do Consumidor; 2 — O conselho consultivo considera-se em funções,
e) Um representante do Instituto do Cinema, para todos os efeitos previstos nesta lei, desde que se
Audiovisual e Multimédia; encontre designada metade dos seus membros.
f) Um representante do CRUP — Conselho de 3 — O quórum de funcionamento e de deliberação
Reitores das Universidades Portuguesas; é de metade dos seus membros em efectividade de
g) Um representante do Conselho Coordenador funções.
dos Institutos Superiores Politécnicos; 4 — O envio de qualquer convocatória ou documen-
h) Um representante do CENJOR — Centro Pro- tos de trabalho é assegurado, com carácter obrigatório
tocolar de Formação Profissional para Jorna- e exclusivo, através de correio electrónico.
listas;
i) Um representante da associação sindical de jor-
nalistas com maior número de filiados; CAPÍTULO III
j) Um representante da confederação de meios Dos serviços e assessorias especializadas
de comunicação social com maior número de
filiados;
l) Um representante da associação de consumi- Artigo 42.o
dores do sector da comunicação social com Serviços
maior número de filiados;
m) Um representante da associação de agências de A ERC dispõe de serviços de apoio administrativo
publicidade com maior número de filiados; e técnico, criados pelo conselho regulador em função
n) Um representante da associação de anunciantes do respectivo plano de actividades e na medida do seu
com maior número de filiados; cabimento orçamental.
o) Um representante do ICAP — Instituto Civil da
Autodisciplina da Publicidade;
p) Um representante da APCT — Associação Por- Artigo 43.o
tuguesa para o Controlo de Tiragem e Cir- Regime do pessoal
culação;
q) Um representante da CAEM — Comissão de 1 — O pessoal da ERC está sujeito ao regime jurídico
Análise e Estudos de Meios. do contrato individual de trabalho e está abrangido pelo
regime geral da segurança social.
2 — Os representantes indicados no número anterior 2 — A ERC dispõe de um quadro de pessoal próprio
e os respectivos suplentes são designados pelos órgãos estabelecido em regulamento interno.
competentes das entidades representadas, por um 3 — A ERC pode ser parte em instrumentos de regu-
período de três anos, podendo ser substituídos a qual- lamentação colectiva de trabalho.
quer tempo. 4 — O recrutamento de pessoal será precedido de
3 — O nome e a identificação dos representantes e anúncio público, obrigatoriamente publicado em dois
dos respectivos suplentes são comunicados ao presidente jornais de grande circulação nacional, e será efectuado
do conselho consultivo nos 30 dias anteriores ao termo segundo critérios objectivos de selecção, a estabelecer
do mandato ou nos 30 dias subsequentes à vacatura. em regulamento aprovado pelo conselho regulador da
4 — O presidente do conselho regulador preside ao ERC.
conselho consultivo, com direito a intervir, mas sem 5 — As condições de prestação e de disciplina do tra-
direito a voto. balho são definidas em regulamento aprovado pelo con-
5 — A participação nas reuniões do conselho con- selho regulador da ERC, com observância das dispo-
sultivo não confere direito a qualquer retribuição directa sições legais imperativas do regime do contrato indi-
ou indirecta, designadamente ao pagamento de senhas vidual de trabalho.
de presença, de despesas de viagem ou de quaisquer
outras ajudas de custo. Artigo 44.o
Incompatibilidades
Artigo 40.o
Competências O pessoal da ERC não pode prestar trabalho ou
outros serviços, remunerados ou não, a empresas sujeitas
1 — Compete ao conselho consultivo emitir pareceres à sua supervisão ou outras cuja actividade colida com
não vinculativos sobre as linhas gerais de actuação da as atribuições e competências da ERC.
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por lei ou contrato lhe venham a pertencer ou 3 — As diligências previstas no número anterior res-
a ser atribuídos, bem como quaisquer subsídios peitam o princípio da proporcionalidade, o sigilo pro-
ou outras formas de apoio financeiro; fissional e o sigilo comercial.
h) O produto da alienação de bens próprios e da 4 — Em caso de suspeita sobre a ausência de fun-
constituição de direitos sobre eles; damento da invocação de sigilo comercial, a ERC tem
i) Os juros decorrentes de aplicações financeiras; de solicitar ao tribunal judicial competente que autorize
j) O saldo de gerência do ano anterior. o prosseguimento das diligências pretendidas.
5 — As entidades que prosseguem actividades de
Artigo 51.o comunicação social devem prestar à ERC toda a cola-
boração necessária ao desempenho das suas funções,
Taxas
devendo fornecer as informações e os documentos soli-
1 — Os critérios da incidência, os requisitos de isen- citados, no prazo máximo de 30 dias, sem prejuízo da
ção e o valor das taxas devidas como contrapartida dos salvaguarda do sigilo profissional e do sigilo comercial.
actos praticados pela ERC são definidos por decreto-lei, 6 — O dever de colaboração pode compreender a
a publicar no prazo de 60 dias a contar da entrada em comparência de administradores, directores e demais
vigor da presente lei. responsáveis perante o conselho regulador ou quaisquer
2 — As taxas referidas no número anterior devem ser serviços da ERC.
fixadas de forma objectiva, transparente e proporcio- 7 — A ERC pode proceder à divulgação das infor-
nada. mações obtidas, sempre que isso seja relevante para a
3 — De acordo com os critérios fixados pelo presente regulação do sector, desde que esta se revele propor-
artigo, a regulamentação da incidência e do valor das cionada face aos direitos eventualmente detidos pelos
taxas devidas como contrapartida dos actos praticados operadores.
pela ERC é definida por portaria conjunta do Ministro 8 — A ERC pode divulgar a identidade dos opera-
das Finanças e do membro do Governo responsável pela dores sujeitos a processos de investigação, bem como
comunicação social. a matéria a investigar.
4 — As taxas devidas como contrapartida dos actos
praticados pela ERC serão suportadas pelas entidades Artigo 54.o
que prosseguem actividades de comunicação social, Sigilo
independentemente do meio de difusão utilizado, na
proporção dos custos necessários à regulação das suas 1 — Os titulares dos órgãos da ERC, os respectivos
actividades. mandatários, as pessoas ou entidades devidamente cre-
5 — As taxas devidas como contrapartida dos actos denciadas, bem como os seus trabalhadores e outras
praticados pela ERC são liquidadas semestralmente, em pessoas ao seu serviço, independentemente da natureza
Janeiro e Julho, com excepção daquelas que sejam infe- do respectivo vínculo, estão obrigados a guardar sigilo
riores ao salário mínimo nacional, as quais são liquidadas de factos cujo conhecimento lhes advenha exclusiva-
anualmente em Janeiro. mente pelo exercício das suas funções, sem prejuízo do
disposto nos n.os 7 e 8 do artigo 53.o
2 — A violação do dever de segredo profissional pre-
Artigo 52.o visto no número anterior é, para além da inerente res-
Despesas ponsabilidade disciplinar e civil, punível nos termos do
Código Penal.
Constituem despesas da ERC as que, realizadas no
âmbito do exercício das atribuições e competências que SECÇÃO II
lhe estão cometidas, respeitem a encargos decorrentes
da sua actividade e a aquisição de bens de imobilizado. Procedimentos de queixa
Artigo 55.o
CAPÍTULO V
Prazo de apresentação
Dos procedimentos de regulação e supervisão
Qualquer interessado pode apresentar queixa relativa
SECÇÃO I a comportamento susceptível de configurar violação de
direitos, liberdades e garantias ou de quaisquer normas
Disposições gerais legais ou regulamentares aplicáveis às actividades de
comunicação social desde que o faça no prazo máximo
Artigo 53.o de 30 dias a contar do conhecimento dos factos e desde
Exercício da supervisão
que tal conhecimento não ocorra passados mais de
120 dias da ocorrência da alegada violação.
1 — A ERC pode proceder a averiguações e exames
em qualquer entidade ou local, no quadro da prosse-
cução das atribuições que lhe estão cometidas, cabendo Artigo 56.o
aos operadores de comunicação social alvo de supervisão Direito de defesa
facultar o acesso a todos os meios necessários para o
efeito. 1 — O denunciado é notificado, no prazo máximo de
2 — Para efeitos do número anterior, a ERC pode cinco dias, sobre o conteúdo da queixa apresentada.
credenciar pessoas ou entidades especialmente quali- 2 — O denunciado tem o direito a apresentar opo-
ficadas e habilitadas, integrantes de uma listagem a sição no prazo de 10 dias a contar da notificação da
publicar anualmente. queixa.
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1 — O conselho regulador profere uma decisão fun- 1 — Os pareceres referidos na alínea l) do n.o 3 do
damentada, ainda que por mera reprodução da proposta artigo 24.o devem ser emitidos no prazo de 10 dias a
de decisão apresentada pelos serviços competentes, no contar da data de entrada da respectiva solicitação.
prazo máximo de 30 dias a contar da entrega da oposição 2 — Presumem-se favoráveis os pareceres que não
ou, na sua falta, do último dia do respectivo prazo. sejam emitidos dentro do prazo fixado no número ante-
2 — A falta de apresentação de oposição implica a rior, salvo se as diligências instrutórias por eles exigidas
confissão dos factos alegados pelo queixoso, com con- impuserem a sua dilação.
sequente proferimento de decisão sumária pelo conselho 3 — O conselho regulador não pode pronunciar-se
regulador, sem prévia realização de audiência de con- em prazo superior a 20 dias.
ciliação.
3 — A decisão do conselho regulador pode ser pro- SECÇÃO V
ferida por remissão para o acordo obtido em audiência
de conciliação, sob condição de cumprimento integral Outros procedimentos
dos termos acordados.
Artigo 62.o
SECÇÃO III Regulamentos