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FACULDADE DE MEDICINA

Disciplina de Dermatologia

Prof. Dr. Aloísio Gamonal


JUIZ DE FORA – MG – BRASIL

Escabiose
Escabiose

1. Definição:
 Ectoparasitose contagiosa, benigna, causada pelo
ácaro Sarcoptes scabiei.
 Também chamada sarna, escabiase, sarcoptíase,
“já-começa”.

2. Transmissão:
 Contato físico prolongado entre a pessoa
infestada e a pessoa sã.
Escabiose
3. Ciclo biológico:

A fêmea fecundada penetra na camada córnea.
O ciclo de vida do S. scabiei leva de 8 a 10 dias
para completar-se.
A fêmea vive de 4 a 6 semanas.
O macho morre cerca de 48 horas após a cópula,
não sendo responsável por nenhuma das
manifestações clínicas da doença.


Escabiose

4. Período de incubação:
 4 a 6 semanas nos indivíduos infestados pela primeira
vez.
 24 horas nos casos de reinfestação.

5. Clínica:
 Prurido mais intenso à noite e ao despertar.
 Pápulas eritematosas, vesículas, crostas hemáticas,
pústulas, nódulos e placas.
Escabiose

5. Clínica:
 Distribuição na genitália externa, pregas axilares, região
peri-umbilical, espaços interdigitais, punhos, nádegas e
mamilos nas mulheres.
 Couro cabeludo, palmas e plantas.
 “Sinal do pèzinho”.
 Prurido semelhante em pessoa com quem tem contato
íntimo.

SINAL DO PÉZINHO

SINAL DO PÈZINHO




Escabiose

6. Formas Clínicas:

Sarna vulgar:
 É a forma mais comum.
 Mamilos, aréolas, genitália externa.
 Sinal do pèzinho.


Escabiose

6. Formas Clínicas:

Sarna crostosa ou norueguesa:


 Altamente contagiosa.
 Lesões crostosas e escamosas.
 Região palmo-plantar, lesões ungueais.
Escabiose

Escabiose

Escabiose

Escabiose

Escabiose

Escabiose

6. Formas Clínicas:

Sarna nodular:
 Pápulas e nódulos pruriginosos.
 Genitália masculina e região inguinal.
Escabiose

Escabiose
Escabiose

7. Complicações:
 Infecção secundária com piodermites, celulite,
erisipela; glomérulo nefrite difusa aguda, eczemas,
 prurido pós-escabiose.
 Sarna “ping-pong”
Escabiose

8. Diagnóstico:
 Prurido intenso noturno, prurido familiar.
 Contato com pessoa infestada.
 Presença do túnel (patognomônico).
 Prova terapêutica.
 Achado do parasita por escarificação de pápulas.
 Visualização e microscópio óptico.
Sinal de túnel escabiótico

Escabiose


Escabiose

9. Diagnóstico diferencial:
 Dermatite atópica.
 Dermatite de contato.
 Picadas de insetos.
 Erupção por drogas.
 Eczemas,
 Líquen plano, etc.
Escabiose
10. Tratamento:

 Benzoato de Benzila a 25% (Acarsan®):
 Enxofre ppt a 5% em vaselina ou pasta d’água
(recém-nascidos, crianças, gestantes e mulheres
amamentando).
 Monossulfiram solução alcoólica a 25% (efeito
“antabuse”)
 Lindane (Nedax®): Não comercializado no Brasil.
 Deltametrina a 10% (Deltacid®)
 Permetrina 5% (Nedax plus®)

 SABONETES ESCABICIDAS NÃO FUNCIONAM!


Escabiose

Tratamento oral:
 Ivermectina
 Tiabendazol
 Corticóide tópico nas lesões papulosas residuais.
 Anti-histamínicos orais em prurido pós escabiose.
 Antibióticos tópicos ou orais em infecção secundária.
Escabiose


Escabiose

11. Profilaxia:
 Educação sanitária, boa higiene.
 Tratar os familiares de uma mesma casa
 Trocar diariamente roupas de cama e de uso pessoal,
que devem ser lavadas, fervidas ou passadas a ferro
bem quente
Escabiose


Escabiose


Escabiose


Pediculose
Pediculose

1. Definição:
 Insetos hematófagos da ordem Anoplura.
 Os insetos podem ser vetores de tifo eczantemático,
febre recorrente e febre das trincheiras.
 Há 3 variedades principais:
 Pediculus humanus capitis (piolho de cabeça);
 Pediculus humanus corporis (piolho do corpo);
 Phythirus pubis (chato – genitália).
Pediculose
2. Ciclo
biológico: 
 A fêmea vive 1 mês e
põe de 7 a 10 ovos
por dia.
 Os ovos chamados
lêndeas são
grudados
firmemente ao pêlo
por substância
cimentante
produzida pela
fêmea.
Pediculose

3. Transmissão:
 Chapéus, bonés, escovas de cabelos e pentes.
 Vestuário e roupas de cama contaminadas.
 Higiene precária.
 Ambientes superlotados.
 Contato sexual.
 Roupas e toalhas contaminadas.
Pediculose

4. Quadro Clínico:
Piolho de cabeça:
 Prurido intenso, principalmente na região occipital e
retroauricular.
 Escoriações e infecções secundárias bacterianas.
 Adenopatia cervical.

Pediculose
4. Quadro Clínico:
Piolho do corpo:
 Máculas eritematosas com 
pontos púrpuricos centrais.
 Prurido, escoriações
lineares, liquenificação e
áreas de hiperpigmentação,
infecção secundária.
 Região interescapular,
ombros, axilas e nádegas.
Não envolve as mãos e os
pés, havendo predileção
pela parte dorsal superior,
diferenciando da escabiose.
Pediculose

Pediculose

4. Quadro Clínico:
Chato – genitália:
 Prurido intenso.
 Mácula cerúlea é uma mancha de cor cinza azulado e
é o sinal característico.
 Região pubiana e genital, pelos das coxas, tronco,
barba e bigode, tórax, axila e sobrancelhas.
Pediculose
4. Diagnóstico:

 Encontro das lêndeas cimentadas nos fios dos cabelos ou
pêlos do corpo.
 Ovos ou piolhos nas roupas. .

5. Tratamento:
Tratamento tópico:
•Permetrina a 1% xampu.
•Creme lanete: em infestações ciliares:
•Solução oftálmica de fluoresceína.
Pediculose

Tratamento tópico:
Vinagre 50% mais pente fino.
Monossulfiram solução alcoólica a 25%,
diluído em água (1:2 em adultos e 1:3 em
crianças).
Deltametrina a 10%.
Lindano a 1%.
Pediculose

Tratamento sistêmico:
Ivermectina em dose única.
Sulfametoxazol+trimetoprim.
Antibioticoterapia em casos de infecção
secundária.
Anti-histamínicos no combate ao
prurido.
Pediculose

Pediculose

Pediculose

Pediculose

Pediculose



 Um casal de piolhos se amava muito e tiveram
diversos filhotes.
Qual e o Nome do filme ?

 'Lêndeas DA Paixão' (sem comentários...)



Tunguíase
Tunguíase

1. Definição:
 Agente etiológico: pulga Tunga penetrans, inseto
hematófago que habita ambientes de solo arenoso,
quente e seco, principalmente próximo a chiqueiros e
currais.
 Maior prevalência em zonas rurais.
 Somente a fêmea fecundada invade a pele.
Tunguíase

2. Sinonímia:
 Bicho-de-pé.

3. Quadro clínico:
 Prurido discreto seguido de dor.
 Pápula amarelada, chamada vulgarmente de
“batata”, com ponto escuro central.
 Pés (interdígitos, plantas e tecidos periungueais).
 Pode ocorrer infecção secundária.
Tunguíase

4. Diagnóstico:
 Pápula amarelada com ponto negro central.

5. Tratamento:
 Extração manual com agulha estéril e pincelar o local
com iodo.
 Tiabendazol em infestações maciças.
Tunguíase

6. Profilaxia:
Uso de calçados, desinfestação e
limpeza de chiqueiros e currais
com inseticidas ou fogo.
Tunguíase

Tunguíase

Tunguíase

Tunguíase

Tunguíase

Tunguíase


Tunguíase

Tunguíase




Miíase
Miíase
1. Definição: 
Infestação de
pele, mucosas e
orifícios por
larvas de
moscas.
Artrópode da
classe Insecta,
Diptera.
Miíase

2. Classificação e quadro clínico:

2.1. Miíase primária:


As larvas da mosca invadem tecido vivo.

Miíase furunculóide (berne):


 Larvas dos gêneros Dermatobia hominis
 Pápula eritematosa, única, muito dolorosa “dor em
ferroada”
 Orifício central por onde se observa os movimentos da
larva.
Miíase

2. Miíase secundária:
 Depósito dos ovos em ulcerações de pele e mucosas.
Miíase cutânea (bicheira):
 Larvas dos gêneros Callitroga e Lucilia, e da
Cochiliomyia macellaria (varejeira).
 Pequenas larvas que se movem ativamente.
 Paciente não refere sintomas.
Miíase

Miíase cavitária:
Larvas em cavidades (nasal, auricular, vaginal) e
globo ocular.

Miíase intestinal:
Ingestão de alimentos contaminados por ovos de
moscas.
Miíase

3. Tratamento:
 Retirar a larva através de expressão vigorosa na base
da lesão.
 Ivermectina em dose única.
Miíase

Miíase

Miíase
Miíase

Miíase


Larva Migrans
Larva Migrans
1. Definição: 
 Erupção linear, tortuosa,
eritematosa, migratória e
pruriginosa.
 Penetração na pele, da larva
filarióide do Ancilostoma brasiliensis
que habitam o intestino de cães e
gatos.
 Ovos são encontrados nas fezes
desses animais, em solo arenoso,
quente e úmido.
Larva Migrans

2. Sinônimos:
 Bicho geográfico; Bicho de praia; Dermatite Serpiginosa.

3. Clínica:
 Leve prurido local, seguido de lesão linear saliente,
serpinginosa, eritematosa
 Mãos, pés, pernas, glúteos e genitais.
 Eczematização e a as infecções secundárias podem
dificultar o diagnóstico.
Larva Migrans

4. Diagnóstico:
 História de contato com locais arenosos.
 Prurido e lesão sinuosa.

5. Tratamento:
 A larva morre dentro de 1 a 8 semanas,
determinando cura espontânea da lesão.
Larva Migrans
5.1 Tratamento sistêmico: quando há invasão por
múltiplas larvas. 
 Tiabendazol: 25mg/kg/dia em duas tomadas após as
refeições, por 3 dias.
 Cambendazol: 5mg/kg dose única.
 Albendazol, Ivermectina:

5.2 Tratamento tópico:


 Tiabendazol creme a 1 ou 5% seis vezes ao dia sobre as
lesões.
Larva Migrans
6. Profilaxia:
Evitar cães e gatos em praias e tanques de
areia.
Larva Migrans

Larva Migrans

Larva Migrans

Larva Migrans

Larva Migrans

Larva Migrans

OBRIGADO PELA ATENÇÃO !!!

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