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A miscigenação no Brasil[editar | editar código-fonte]

Poucos lugares no mundo passaram por uma miscigenação tão


intensa quanto o Brasil.[1] .Os portugueses já trouxeram para o
Brasil séculos de integração genética e cultural de povos europeus,
como os povos Celta,Romano, Germânico e Lusitano. Embora os
portugueses sejam basicamente uma população europeia, sete
séculos de convivência commouros do norte de África e
com judeus deixaram um importante legado a este povo. No Brasil,
uma parte substancial dos colonizadores portugueses se
miscigenou com índios e africanos, em um processo muito
importante para a formação do País. A esse e a outros processos
somou-se o processo de imigração de muitos mais europeus. Da
metade do século XIX à metade do século XX, a nação recebeu
cerca de cinco milhões de imigrantes europeus, em sua maioria
portugueses, italianos, espanhóis,alemães e africanos. Um dos
resultados da soma desses processos é a atual composição da
população brasileira. Em 2008, 48% da população brasileira se
considera branca, 44% se identifica como parda e 7% se
considera negra.[2]
Os índios brasileiros não apresentavam relevantes diferenças
genéticas entre si: seriam todos descendentes do primeiro grupo
de caçadores asiáticos que chegaram às Américas, há 60 mil
anos[3] . Porém, culturalmente falando, os aborígenes brasileiros
estavam inseridos numa diversidade de nações com línguas e
costumes distintos. A chegada dos primeiros colonos
portugueses, homens na maioria, culminou em relações com as
índias. Em 4 de abril de 1755,D. José, rei de Portugal, assinou
decreto autorizando a miscigenação de portugueses com índios[4] .
Os africanos trazidos e escravizados no Brasil pertenciam a um
leque enorme de etnias e nações. A maior parte erambantos,
originários de Angola, Congo e Moçambique. Porém, em lugares
como a Bahia, predominaram os escravizados da região
da Nigéria, Daomé e Costa da Mina em alguns momentos,
principalmente no século XVIII. Alguns
escravizados islâmicos eram alfabetizados em árabe e já traziam
para o Brasil uma rica e variada bagagem cultural. O governo
libertou os escravizados no final do século XIX, mas não lhes deu
assistência social, e, por vários motivos, incluindo a necessidade de
mão-de-obra e a ambição de "branquear" a população nacional,
estimulou a vinda de imigrantes europeus. Havia entre os
governantes do País a ideia de que se os imigrantes se casassem
com pardos e negros, iriam "esbranquecer" a população brasileira.
A famosa pintura A Redenção de Cam[5] , feita em 1895 porModesto
Brocos y Gómez, sintetiza a ideia pairante na época: através da
miscigenação, os brasileiros ficariam a cada geração mais brancos.

Etnia brasileira, miscigenação brasileira


Toda ideia de raça e todas as etnias representam constructos
históricos e políticos. Identidades também são invenções na forma
de comunidades imaginárias. A existência de uma etnia é um
processo social, econômico, cultural, político e intelectual. As bases
iniciais da formação da etnia brasileira encontram-se nos séculos 16
e 17. O encontro dos navegantes portugueses com os índios do
litoral forjou uma nova camada étnica. As genealogias clássicas
brasileiras demonstram a centralidade e a importância de um João
Ramalho, um Caramuru, um Jerônimo de Albuquerque e muitos
outros. A estátua de Arariboia guarda a entrada de Niterói, aliado
supremo na conquista da Baía da Guanabara. No século 17 já eram
protobrasileiros os senhores da formação do Brasil. Os
bandeirantes representavam a rica miscigenação entre europeus,
indígenas e africanos. Os bandeirantes dilataram as fronteiras do
Brasil na luta contra o império espanhol. Os bandeirantes já eram
um produto essencialmente brasileiro, síntese de múltiplas
miscigenações. O teste decisivo na criação do Brasil foram as
Guerras Holandesas. O exército que derrotou os holandeses foi um
exército bem brasileiro, bem misturado e miscigenado. No livro
Castrioto Lusitano está imortalizada a frase: “Os governadores de
índios e negros, D. Antônio Felipe Camarão e Henrique Dias
fizeram conhecer ao mundo que o valor não é herança senão
excelência”. O Exército Brasileiro tem as suas raízes nas Batalhas
de Guararapes, na luta pela integridade territorial do Brasil. O
processo de formação da etnia brasileira, iniciado no período
colonial, continua em evolução, crescendo e se fortalecendo ao
longo dos séculos. Foram os nascidos no Brasil os que mais
contribuíram para a conquista e a colonização da Amazônia, do
Guaporé, de Mato Grosso, do Brasil Central, das disputadas
fronteiras do Sul do Brasil. Um esforço gigantesco canalizado para
a formação de um dos maiores países do mundo, em todas as
dimensões. Com a Independência, o Brasil adota o jus soli, um
generoso processo de recepção e absorção de novos migrantes e
seus filhos à sociedade nacional já iniciada, com um Estado
nacional, língua nacional, cultura e valores próprios. A etnia
brasileira, síntese do povo brasileiro desde os séculos coloniais,
lutou contra ameaças e inimigos variados da ordem e inimigos da
grei brasileira miscigenada. Hoje relacionamos o tamanho do Brasil
a todos os que o defenderam e contribuíram, com seus esforços e
sacrifícios, para que o Brasil tenha as fronteiras que nós temos
hoje. No século 20 a etnia brasileira soube se defender das
ameaças e agressões do nazifascismo. Na conjuntura da Segunda
Guerra Mundial foi bem conduzida uma campanha de
nacionalização para integrar plenamente as comunidades migrantes
ao conjunto nacional. O objetivo do desenvolvimento nacional, com
avanços em todos indicadores da qualidade de vida, é uma tarefa
para todos os brasileiros. Não é possível dividir os brasileiros, um
povo essencialmente miscigenado e misturado, entre diferentes
origens ameríndias, europeias, africanas e asiáticas. Nenhuma
política racialista promotora de pequenos apartheids, em termos de
políticas públicas, consegue resultados ao longo do tempo. Políticas
racialistas só podem reforçar ideias racialistas ou racistas,
privilégios inconstitucionais. A etnia brasileira é uma síntese
universal da história brasileira e o racismo só pode ser
desconstruído e combatido com o resgate da cidadania e políticas
universais de combate à pobreza. A nossa miscigenação, histórica
ou consensual ao longo de mais de 500 anos, foi um dos fatores
centrais para a existência do Brasil. Um país que deve ser cada vez
maior e mais justo para todos, sempre com o esforço e a dedicação
de todos.
DIVERSIDADE E PLURALIDADE CULTURAL NO BRASIL

DIVERSIDADE E PLURALIDADE CULTURAL NO BRASIL


Sílvia Moreira Alves
Prof. Davi de Miranda
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura Plena em Geografia ( GED 0611) Ttrabalho de
graduação
19/11/2010

RESUMO

Temos adquiridos durante milênios da nossa existências,


conhecimentos que se acumulam e enriquecem nossa cultura, pois
somos um povo miscigenado por diversas raças, vivendo em
harmonia . Ainda temos resquícios de racismos e preconceitos, mas
evoluímos cada dia sabendo dar a importância necessária, as
manifestações culturais , temos o reconhecimento mundial, do valor
da nossa cultura e nos identificamos e nos orgulhamos por essa
gama de manifestações que embelezam e enriquecem nosso pais
dando qualidade ao nosso modo de vida.

Palavras - chave: Cultura; Diversidade; Globalização.

1 INTRODUÇÃO
As pessoas se diferem umas das outras . Variam na cor da pele, na
altura, na forma dos olhos, no cabelo, no sexo e em muitas outras
características físicas. Também escolhemos diferentes opções em
nossas crenças religiosas, nossos valores, nossos modos de
estabelecer os laços familiares, no modo como assumimos os
papéis de homem e mulher e em tantos outros aspectos da
organização da vida em sociedade. Temos diversidades nas
características de nosso mundo subjetivo. Dentro de uma
sociedade, ainda, o acesso às riquezas materiais e simbólicas
resulta em diferentes possibilidades de organizar a vida. Isso sem
falar naquelas diferenças que existem entre povos que vivem dentro
de uma mesma nação e naquelas que existem entre nações.
Constatamos que discutir o tema "pluralidade cultural" significa
ressaltar uma questão bastante intrigante: por que nós, humanos,
embora sejamos uma única espécie biológica, desenvolvemos
modos de vida tão diferentes e conflitantes? Ao pesquisarmos
algumas possibilidades de explicação, podemos pensar também
nas formas de relacionamento com as diferenças humanas para o
desenvolvimento de nosso modo de viver.
2 AS DIFERENÇAS CULTURAIS
O ser humano não nasce acabado e pronto para viver. Ao contrário,
precisamos de cuidados, orientação e ensinamentos; ou seja, só
nos tornamos de fato humanos na medida em que convivemos e
aprendemos com outras pessoas em uma dada cultura. Por meio
desse aprendizado na vida social formamos nossa personalidade e
organizamos nosso modo de viver, nossos sentimentos e desejos.
Nossa vida só pode acontecer verdadeiramente se participarmos de
um mundo cultural, se partilharmos um conjunto de referências
sociais. O homem é um ser social e organiza seu modo de viver
coletivamente, criam modos de organizar sua vida política, de se
relacionar com o meio ambiente, de trabalhar, distribuir e trocar as
riquezas que produzem. Mais ainda, todos os povos desenvolveram
linguagens, manifestações artísticas e religiosas, mitologias, valores
morais, vestuários e moradias. Assim, a pluralidade cultural indica,
antes de tudo, um acúmulo de experiências humanas que é
patrimônio de todos nós, pois pode enriquecer nossa vida ao nos
ensinar diferentes maneiras de existir socialmente e de criar o
futuro.
A diversidade cultural são diferenças culturais que existem entre o
ser humano. Há vários tipos, tais como: a linguagem, danças,
vestuário e outras tradições como a organização da sociedade. A
diversidade cultural é algo associado à dinâmica do processo
associativo. Pessoas que por algumas razões decidem pautar suas
vidas por normas pré-estabelecidas tendem a esquecer suas
próprias idiossincrasias. Em outras palavras, o todo vigente se
impõe às necessidades individuais. O denominado "status quo"
deflagra natural e espontaneamente, e como diria Hegel, num
processo dialético, a adequação significativa do ser ao meio.
O termo diversidade diz respeito à variedade e convivência de
idéias, características ou elementos diferentes entre si, em
determinado assunto, situação ou ambiente. Cultura (do latim
cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em
diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São
práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no
espaço/tempo. Se refere a crenças, comportamentos, valores,
instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a
sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade
própria de um grupo humano em um território e num determinado
período
Há um consenso geral entre os principais antropólogo que o
primeiro homem surgiu na Europa, há cerca de dois milhões de
anos atrás. Desde então, temos nos espalhados por todo o mundo,
com sucesso em nos adaptarmos às diferentes condições, como
por exemplo, as mudanças climáticas. As muitas sociedades que
surgiram separadas por todo o globo diferiam sensivelmente umas
das outras, e muitas dessas diferenças persistem até hoje. Bem
como os mais evidentes as diferenças culturais que existem entre
os povos, como a língua, vestimenta e tradições, também existem
variações significativas na forma como as sociedades organizam-se
na sua concepção partilhada da moralidade e na maneira como
interagem no seu ambiente. É discutível se essas diferenças são
apenas artefatos decorrentes de padrões de migração humana ou
se elas representam uma característica evolutiva que é fundamental
para o nosso sucesso como uma espécie. Por analogia com a
biodiversidade, que é considerada essencial para a sobrevivência a
longo prazo da vida na Terra. É possível argumentar que a
diversidade cultural pode ser vital para a sobrevivência a longo
prazo da humanidade e que a preservação das culturas indígenas
pode ser tão importante para a humanidade como a conservação
das espécies e do ecossistemas para a vida em geral.
3 CULTURA NO BRASIL
A cultura brasileira é um grande conjunto de culturas, que
sintetizam as diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por
essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea, e sim um
mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a
cultura do Brasil. É notório que, após mais de três séculos de
colonização portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de
raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a
unidade do Brasil: são diferentes etnias, porém, todos falam a
mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos. Esta
igualdade linguística e religiosa é um fato raro para um país imenso
como o Brasil.
"A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como
variantes da versão lusitana da tradição civilizatória européia
ocidental, diferenciadas por coloridos herdados dos índios
americanos e dos negros africanos. O Brasil emerge, assim, como
um renovo mutante, remarcado de características próprias, mas
atado genesicamente à matriz portuguesa, cujas potencialidades
insuspeitadas de ser e de crescer só aqui se realizariam
plenamente. "
O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro, , pag 16.

Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos


étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional,
destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os
alemães. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no
âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos
caracteres emocionais e das festas populares do Brasil, assim
como centenas de empréstimos à língua portuguesa. É evidente
que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos:
os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas,
enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante
africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há
uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas,
com menor participação africana. Quanto mais a sul do Brasil nos
dirigimos, mais europeizada a cultura se torna. No Sul do país as
influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na
culinária, na música, nos hábitos e na aparência física das pessoas.
Outras etnias, como os árabes, espanhóis, poloneses e japoneses
contribuíram também para a cultura do Brasil, porém, de forma mais
limitada. O desafio da Pluralidade Cultural é respeitar os diferentes
grupos e culturas que compõem o mosaico étnico brasileiro e
mundial, incentivando o convívio dos diversos grupos e fazer dessa
característica um fator de enriquecimento cultural.Com ela
propomos os respeitar as diferenças, enriquecer-se com elas e, ao
mesmo tempo, valorizar a própria identidade cultural e regional.
Também lutar por um mundo em que o respeito às diferenças seja a
base de uma visão de mundo cada vez mais rica para todos nós.
Essas são as questões mais importantes que o século XXI suscita e
sobre a qual cada um de nós pode e deve refletir...Todas as
culturas humanas criaram modos de viver coletivamente, de
organizar sua vida política, de se relacionar com o meio ambiente,
de trabalhar, distribuir e trocar as riquezas que produzem. Mais
ainda, todos os povos desenvolveram linguagens, manifestações
artísticas e religiosas, mitologias, valores morais, vestuários e
moradias.Assim, a pluralidade cultural indica, antes de tudo, um
acúmulo de experiências humanas que é patrimônio de todos nós,
pois pode enriquecer nossa vida ao nos ensinar diferentes maneiras
de existir socialmente e de criar o futuro. Dentro da Pluralidade
Cultural abrimos espaço para estudar sobre preconceito, racismo,o
índio, imigração, as diversas religiões, como o judaísmo,o
catolicismo,os protestantes, e o islamismo.
A palavra "preconceito" tem como significado uma opinião ou um
conceito formados por antecipação, geralmente com precipitação,
sem uma análise mais profunda ou conhecimento de um
determinado assunto.As pessoas não levam em consideração
suficientes argumentos contrários e favoráveis e também múltiplos
aspectos sobre os fatos, por consequencia, sem a suficiente e
necessária reflexão. O preconceito está geralmente relacionado
com a ignorância, aqui vista como a ausência de conhecimento
acerca de determinado assunto. Invariavelmente se encontra
acompanhada da teimosia, que é sua escrava fiel. Não devemos
nos deixar levar por esses pontos de vista e sim depois de um
determinado conhecimento de um assunto tirar as nossas
conclusões, evitando assim um pré conceito. O racismo surge na
Cultura Ocidental, ligado a certas concepções sobre a Natureza
Humana que fundamentaram a sua descriminação, tendo em vista a
sua exploração . A discriminação dos homens, na Europa era aceite
até ao século XIX, como algo natural. Em relação aos escravos
desde a Antiguidade Clássica que se discutia se estes eram
escravos por natureza (tese racista) ou por condição social.
Na antiga Grécia, filósofos como Platão e Aristóteles ( séc.IV e III
a.c.), procuraram fundamentar a escravatura em aspectos
particulares da natureza humana dos escravos. A sua
argumentação racista que estava contudo longe de ser aceite. A
escravatura em geral entendida como um ato de violência do mais
forte sobre o mais fraco. Esta era a concepção que predominou
entre os romanos. Hoje é a crença segundo a qual as capacidades
humanas são determinadas pela raça ou grupo étnico, muitas vezes
expressa na forma de uma afirmação de superioridade de uma raça
ou grupo sobre os outros.Pode manifestar-se como discriminação,
violência ou abuso verbal. As teorias contemporâneas racistas
surgem no século XVIII. Os cientistas do tempo esforçaram-se por
identificar e classificar as diferentes raças.Umas são consideradas
inferiores (em especial a raça negra) e apenas uma é assumida
como superior (a raça branca europeia).
Percebemos o preconceito existente pelos brancos aos negros
desde a época da escravatura, pois ela era recusada entre brancos,
mas aceitável para os negros. Montesquieu, na sua célebre obra -
O Espírito das Leis-, tem dificuldade em aceitar que os negros
possam mesmo ser considerados ser humanos. Um dos últimos
regimes políticos que se baseou nesta distinção racial foi a África do
Sul. O sistema do Apartheid, foi instituido entre 1948 e 1991,
envolvendo a separação entre as diferentes "raças", no que
respeitava à propriedade, residência, casamento, trabalho,
educação, religião e desporto.Este sistema tem origem nas práticas
segregacionistas dos colonos holandeses seguidas desde o século
XVII nesta região de África. O sistema só terminou oficialmente em
1994, quando nas eleições multipartidárias de Abril, Nelson
Mandela se tornou no primeiro presidente negro deste país e no
chefe de um governo multirracial. Hoje, no Brasil, vivem cerca de
345 mil índios, distribuídos entre 215 sociedades indígenas, que
perfazem cerca de 0,2% da população brasileira. Cabe esclarecer
que este dado populacional considera tão-somente aqueles
indígenas que vivem em aldeias, havendo estimativas de que, além
destes, há entre 100 e 190 mil vivendo fora das terras indígenas,
inclusive em áreas urbanas. Há também indícios da existência de
mais ou menos 53 grupos ainda não-contatados, além de existirem
grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição
indígena junto ao órgão federal indigenista. Os habitantes das
Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui
chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira
impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias.
Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um
continente até então desconhecido, os europeus continuaram a
chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças
lingüístico-culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais,
tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o
domínio político, econômico e religioso. As populações indígenas
são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa,
ora de forma idealizada. O preconceito parte, muito mais, daqueles
que convivem diretamente com os índios: as populações rurais.
Dominadas política, ideológica e economicamente por elites
municipais com fortes interesses nas terras dos índios e em seus
recursos ambientais, tais como madeira e minérios, muitas vezes as
populações rurais necessitam disputar as escassas oportunidades
de sobrevivência em sua região com membros de sociedades
indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-
os de "ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e "beberrões", enfim, de
tudo que possa desqualificá-los. Procuram justificar, desta forma,
todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus territórios.
Já a população urbana, que vive distanciada das áreas indígenas,
tende a ter deles uma imagem favorável, embora os veja como algo
muito remoto. Os índios são considerados a partir de um conjunto
de imagens e crenças amplamente disseminadas pelo senso
comum: eles são os donos da terra e seus primeiros habitantes,
aqueles que sabem conviver com a natureza sem depredá-la. São
também vistos como parte do passado e, portanto, como estando
em processo de desaparecimento, muito embora, como provam os
dados, nas três últimas décadas tenha se constatado o crescimento
da população indígena.
Só recentemente os diferentes segmentos da sociedade brasileira
estão se conscientizando de que os índios são seus
contemporâneos. Eles vivem no mesmo país, participam da
elaboração de leis, elegem candidatos e compartilham problemas
semelhantes, como as conseqüências da poluição ambiental e das
diretrizes e ações do governo nas áreas da política, economia,
saúde, educação e administração pública em geral. Hoje, há um
movimento de busca de informações atualizadas e confiáveis sobre
os índios, um interesse em saber, afinal, quem são eles.
A vinda de imigrantes para o Brasil, ressalvada a presença dos
portugueses - colonizadores do País - delineia-se a partir da
abertura dos portos às "nações amigas" (1808) e da independência
do País (1822). À margem dos deslocamentos populacionais
voluntários, cabe lembrar que milhões de negros foram obrigados a
cruzar o oceano Atlântico, ao longo dos séculos XVI a XIX, com
destino ao Brasil, constituindo a mão-de-obra escrava.Os monarcas
brasileiros trataram de atrair imigrantes para a região sul do País,
oferecendo-lhes lotes de terra para que se estabelecessem como
pequenos proprietários agrícolas. Vieram primeiro os alemães e, a
partir de 1870, os italianos, duas etnias que se tornaram
majoritárias nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Entretanto, a grande leva imigratória começou em meados de 1880,
com características bem diversas das acima apontadas. A principal
região de atração passou a ser o estado de São Paulo e os
objetivos básicos da política imigratória mudaram. Já não se
cogitava de atrair famílias que se convertessem em pequenos
proprietários, mas de obter braços para a lavoura do café, em plena
expansão em São Paulo. A opção pela imigração em massa foi a
forma de se substituir o trabalhador negro escravo, diante da crise
do sistema escravista e da abolição da escravatura (1888). Ao
mesmo tempo, essa opção se inseria no quadro de um enorme
deslocamento transoceânico de populações que ocorreu em toda a
Europa, a partir de meados do século XIX, perdurando até o início
da Primeira Guerra Mundial. A vaga imigratória foi impulsionada, de
um lado, pelas transformações sócio-econômicas que estavam
ocorrendo em alguns países da Europa e, de outro, pela maior
facilidade dos transportes, advinda da generalização da navegação
a vapor e do barateamento das passagens. A partir das primeiras
levas, a imigração em cadeia, ou seja, a atração exercida por
pessoas estabelecidas nas novas terras, chamando familiares ou
amigos, desempenhou papel relevante. Nas Américas, pela ordem,
os Estados Unidos, a Argentina e o Brasil foram os principais países
receptores de imigrantes. Um dos traços distintivos da imigração
para São Paulo, até 1927, foi o fato de ter sido em muitos casos
subsidiada, sobretudo nos primeiros tempos, ao contrário do que
sucedeu nos Estados Unidos e, até certo ponto, na Argentina. O
subsídio consistiu no fornecimento de passagem marítima para o
grupo familiar e transporte para as fazendas e foi uma forma de
atrair imigrantes pobres para um país cujo clima e condições
sanitárias não eram atraentes. A partir dos anos 30, a imigração em
massa cedeu terreno. A política nacionalista de alguns países
europeus - caso típico da Itália após a ascensão de Mussolini -
tendeu a colocar obstáculos à imigração para a América Latina. No
Brasil, a demanda de força de trabalho, necessária para o
desenvolvimento industrial, passou a ser suprida, cada vez mais,
pelas migrações internas. Habitantes do Nordeste do País e do
estado de Minas Gerais abandonaram suas regiões em busca do
"el-Dorado paulista". Na década de 30, somente os japoneses,
ligados à pequena propriedade agrícola, continuaram a vir em
grande número para São Paulo.Em anos mais recentes, a
imigração para o Brasil, qualitativamente, diversificou-se bastante.
Novas etnias se juntaram às mais antigas, como é o caso da
imigração de países vizinhos - Argentina, Uruguai, Chile, Bolívia etc.
- tanto por razões profissionais como políticas. Coreanos passaram
a compor a paisagem da cidade de São Paulo, multiplicando
restaurantes e confecções. Após os primeiros anos de dificuldades
extremas, que não foram muito diversas das que atravessaram em
outros países, os imigrantes acabaram por se integrar à sociedade
brasileira. Em sua grande maioria, ascenderam socialmente,
mudando a paisagem sócio-econômica e cultural do Centro-sul do
Brasil. No Sul, vincularam-se à produção do trigo, do vinho, e às
atividades industriais; em São Paulo, impulsionaram o
desenvolvimento industrial e o comércio. Nessas regiões,
transformaram também a paisagem cultural, valorizando a ética do
trabalho, introduzindo novos padrões alimentares e modificações na
língua portuguesa, que ganhou palavras novas e um sotaque
particular.
Apesar do processo de globalização, que busca a mundialização do
espaço geográfico, tentando através dos meios de comunicação
criar uma sociedade homogênea, aspectos locais continuam
fortemente presentes. A cultura é um desses aspectos, várias
comunidades continuam mantendo seus costumes e tradições.
O Brasil, por apresentar uma grande dimensão territorial, configura
uma vasta diversidade cultural no seu povo. Os colonizadores
europeus, a população indígena e os escravos africanos foram os
primeiros responsáveis pela disseminação cultural no Brasil. Em
seguida, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, árabes, entre
outros, contribuíram para a diversidade cultural do Brasil. Aspectos
como a culinária, danças, religião, são elementos que integram a
cultura de um povo.
As regiões brasileiras apresentam diferentes peculiaridades
culturais.
No Nordeste, a cultura é representada através de danças e festas
como o bumba meu boi, maracatu, caboclinhos, carnaval, ciranda,
coco, reisado, frevo, cavalhada e capoeira. A culinária típica é
representada pelo sarapatel, buchada de bode, peixes e frutos do
mar, arroz doce, bolo de fubá cozido, bolo de massa de mandioca,
broa de milho verde, pamonha, cocada, tapioca, pé de moleque,
entre tantos outros. A cultura nordestina também está presente no
artesanato de rendas. O Centro-oeste brasileiro tem sua cultura
representada pelas Cavalhadas e Procissão do Fogaréu, no Estado
de Goiás, o Cururu em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A
culinária é de origem indígena, e recebe forte influência da culinária
mineira e paulista. Os pratos principais são: galinhada com pequi e
guariroba, empadão goiano, pamonha, angu, cural, os peixes do
Pantanal - como o Pintado, Pacu e Dourado.
As representações culturais no Norte do Brasil estão nas festas
populares como o Círio de Nazaré, Festival de Paratins a maior
festa do boi-bumbá do país. A culinária apresenta uma grande
herança indígena, baseada na mandioca e em peixes. Pratos como
otacacá, pirarucu de casaca, pato no tucupi, picadinho de jacaré,
mussarela de búfala. As frutas típicas são: cupuaçu, bacuri, açaí,
taperebá, graviola, buriti.
No Sudeste, várias festas populares de cunho religioso são
celebradas no interior da região. Festa do Divino, festejos da
Páscoa e dos santos padroeiros, com destaque para a peregrinação
a Aparecida (SP), congada, cavalhadas em Minas Gerais, bumba
meu boi, carnaval, peão de boiadeiro. A culinária é muito
diversificada, os principais pratos são: queijo minas, pão de queijo,
feijão tropeiro, tutu de feijão, moqueca capixaba, feijoada, farofa,
pirão, etc.
O Sul apresenta aspectos culturais dos imigrantes portugueses,
espanhóis e, principalmente, alemães e italianos. Algumas cidades
ainda celebram as tradições dos antepassados em festas típicas,
como a Festa da Uva (cultura italiana) e a Oktoberfest (cultura
alemã), o fandango de influência portuguesa e espanhola, pau de
fita e congada. Na culinária estão presentes: churrasco, chimarrão,
camarão, pirão de peixe, marreco assado, barreado (cozido de
carne em uma panela de barro), vinho.
4 FORMAÇÃO DA CULTURA BRASILEIRA
Dentre os diversos povos que formaram o Brasil, foram os europeus
aqueles que exerceram maior influência na formação da cultura
brasileira, principalmente os de origem portuguesa. A mais evidente
herança portuguesa para a cultura brasileira é a língua portuguesa,
atualmente falada por virtualmente todos os habitantes do país. A
religião católica, crença da maioria da população, é também
decorrência da colonização. A colonização do território brasileiro
pelos europeus representou em grande parte a destruição física dos
indígenas através de guerras e escravidão, tendo sobrevivido
apenas uma pequena parte das nações indígenas originais. A
cultura indígena foi também parcialmente eliminada pela ação da
catequese e intensa miscigenação com outras etnias. Atualmente,
apenas algumas poucas nações indígenas ainda existem e
conseguem manter parte da sua cultura original. Apesar disso, a
cultura e os conhecimentos dos indígenas sobre a terra foram
determinantes durante a colonização, influenciando a língua, a
culinária, o folclore e o uso de objetos caseiros diversos como a
rede de descanso.
A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados
trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico
negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na
diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que
falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. Assim
como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos
colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português,
eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter
ao catolicismo. Os africanos contribuíram para a cultura brasileira
em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária
e idioma. Essa influência se faz notar em grande parte do país; em
certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a
cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude da
migração dos escravos.

5 CONCLUSÃO
A diversidade e pluralidade cultural no Brasil é muito rica, pois
temos manifestações de diversos povos com culturas diferentes
tornando nosso conhecimento um valor imenso, essa herança
cultural será usada como recursos para uma melhoria de vida de
nossa população atual e futura, por isso temos que preservar para
as gerações futuras todo esse conhecimento que foi adquirido
através dos milênios por todos esses povos.
Temos influencias européias, asiáticas e indíginas em todas as
áreas de conhecimentos cada um com seu valor inestimável , cabe
cada cidadão dar o valor necessário a todas elas, tanto na arte, na
ciências , medicina, culinárias, línguas, etc, ensinando as nossas
crianças como patrimônio cultural brasileiro.

6 REFERÊNCIA
http://plugcultura.wordpress.com/2010/08/31/encontro-da-
diversidade-cultural-brasileira/
ttp://www.ghente.org/ciencia/diversidade/div_cultural.htm
http://www.brasilcultura.com.br/cultura/pluralidade-cultural/
ALMEIDA, Luiz Fernando de. O Brasil e os Desafios do Patrimônio.
Portal do Ministério da Cultura, 13 de Janeiro de 2007.
Darcy Ribeiro, O Povo Brasileiro, página 16
DEMO,Pedro.Pesquisa:principio cientifico e educativo.7.ed.São
Paulo: Cortez, 2001.

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