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CATALÃO- GO
2019
Durante séculos os romanos aumentaram seu território por meio de guerras e
invasões, de forma que o exército romano crescia, uma vez que os povos das regiões
dominadas se juntavam aos romanos nas lutas. Com isso, o Império passou a crescer
não só em população, mas também na cultura e em sua língua, o latim.
O latim, língua dos romanos, do pensamento de Roma e de sua
brilhante civilização, pertence à família das línguas indoeuropéias. O
indo-europeu representa uma vasta família de grupos de línguas
faladas no oeste da Ásia [...]. Ainda é muito incerto o período em que
seria falada essa língua, que segundo os autores, pode ser de entre
5000 a 2000 a.C. O período mais aceito é o 3º milênio a.C. (MARTINS,
2008. P.18)
É válido considerar que “os limites da românia atual não coincidem com as
fronteiras do império romano em sua fase de maior expansão” (ROCHA, 2018, 20:30)
pois apesar de Roma ter sido considerada “soberana de toda a bacia central e
ocidental do Mediterrâneo.” (FRITSCH, 19--?, p.123). Hoje dia falam-se as línguas em
lugares os quais o Império Romano jamais chegou, como na América Latina.
Durante o período de colonização do Brasil a língua portuguesa assim como o
latim, também foi uma ferramenta de imposição de cultura pois “quando aqui
aportaram os portugueses, há 500 anos, falavam-se no país, segundo estimativas de
Rodrigues (1993: 23), cerca de 1.078 línguas indígenas” (OLIVEIRA, 2009, n.p.).
Línguas indígenas essas que foram majoritariamente extintas, restando apenas
algumas contribuições na língua dos dominantes europeus, uma contribuição à língua
do colonizador também ocorreu durante a escravização dos africanos. “No século XVI
1 Denomina-se como as línguas que conservam vestígios indeléveis de sua filiação ao latim no
Por fim, é válido considerar que o latim não foi imposto pelos dominadores
sobre os nativos o que acontecia era “a romanização de forma indireta sendo também
denominados de fatores da romanização” (JESUS, 2007, p. 2072). de forma que as
línguas oficiais mantiveram-se o latim e o grego e todos os documentos oficiais
articulados ao governo tinham obrigatoriamente de ser em língua latina, e o português
que já era a língua oficial do Estado utilizada “na administração da colônia”
(GUIMARÃES, 2000, n.p.) passa a ser a língua mais falada no Brasil, repetindo assim,
o ciclo de perpetuação da língua dos dominadores.
2 Autóctone: Natural do país em que habita e proveniente das raças que ali sempre habitaram;
aborígine, indígena.
Alóctone: Que não é originário do país onde habita.
(Dicionário Michaelis, disponível em: <https://michaelis.uol.com.br/> Acesso em: 19 nov 2019.
REFERÊNCIAS
BOTELHO, José Mario. Causas e consequências da dialetação da língua
latina: um pouco de história externa da Língua Portuguesa. In. Cadernos do
CNLF, Vol. XIV, Nº 4, t. 3. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2010.
ROCHA, Roosevelt. Latim aula 1 - história do latim e as línguas neolatinas.
2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Fjx4USJE6-c>. Acesso
em: 17 nov. 2019.
FRITSCH, Theodor. O latim vulgar, esboço histórico e linguístico. [19--?].
Revista da USP. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/linguaeliteratura/article/view/115694/113222>. Acesso
em: 18/11/2019.
JESUS, Sérgio Nunes de. Contextualização histórica do léxico da língua
latina: (A constituição linguística e suas variantes formais). Maringá, 2009.
COUTINHO, Ismael de Lima. Gramática histórica. 6. ed. Rio de janeiro:
Sedegra, 1970.
BASSETO, Bruno Fregni. Elementos de filologia românica. 3. ed. São Paulo:
Edusp, 2000.
MARTINS, Maria Cristina. A língua latina: sua origem, variedades e
desdobramentos. Rio Grande do Sul: UFRGS, 2004.
GUIMARÃES, Eduardo. A língua portuguesa no Brasil. Cienc. Cult. [online].
2005, v.57, n.2. Disponível em:
<http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&%20pid=S0009-
67252005000200015&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 nov. 2019.
OLIVEIRA, Gilvan Müller de. Brasileiro fala português: monolinguíssimo e
preconceito linguístico. Revista Linguasagem, 11 ed, 2009. Disponível em:
http://files.professoraisis.webnode.com.br/200002405-
62146630ee/MITO%20MONOLINGUISMO%20GILVAN.pdf. Acesso em: 20 nov.
2019.