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JULIANO RANGEL

ENTREVISTA PAULO ROGÉRIO ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA


Em abril, o NTEP (Nexo Técnico Epi-
demiológico Previdenciário) completou
cinco anos de sua entrada em vigorvigor.. Co-
mo você avalia o desempenho desta nova
metodologia em prol da Segurança e Saú-
de do trabalhador brasileiro?
Além da diminuição do sofrimento do tra-
balhador no INSS, o NTEP teve o grande
papel de introduzir um novo referencial,
pois, até então, nenhum país deste planeta
tinha esta lógica de concessão de benefíci-
os por presunção. Esta foi a principal con-
tribuição que ele trouxe: a possibilidade de
introduzir um referencial teórico que este-
ja alinhado com o Direito Ambiental, o Di-
reito do Consumidor, quando a prova com-
pete a quem tem condição de provar. Ja-
mais o consumidor, jamais o trabalhador.

O NTEP pode ser considerado um di-


visor de águas de nosso sistema previ-
denciário?
Sem sombra de dúvida. Costumo dizer
que o sistema previdenciário trocou de re-
de. Substituiu aquela rede com a malha
muito grossa, que só pega peixe grande,
acidente grande que não tem como escon-
der o cadáver... por uma pequena, que pega
peixão, peixinho, caranguejo, aratu, pneu,
lata e garrafa. Ou seja, traz mais coisas. A
malha da CAT, por sua vez, só pega o aci-
dente se ele for de grandes proporções. Mas
a rede do NTEP pega tudo (pequenos aci-
dentes e aquele adoecimento silencioso, o
transtorno mental, a depressão. Ou seja, as

Saúde doenças do processo produtivo moderno)


e permite fazer uma triagem sem perder a
matéria-prima que é o peixe, a evidência
objetiva. O fato de se ter o NTEP não quer

em mente
dizer que todo e qualquer empresário da-
quele ramo vai ser prejudicado. Ao contrá-
rio. Na hora em que a rede for para todos
os concorrentes, ele não vai ter nenhum
peixinho. Vai vir só lata, porque ele não tem
peixe, pois ele investe na saúde do traba-
Pesquisador da UnB criador do NTEP e FAP lhador, mas os concorrentes não. Então,
fala sobre avanços e entraves da SST tem muito peixe na rede dos outros. O
NTEP só ajudou esse cara, enquanto os
Entrevista ao jornalista Juliano Rangel concorrentes vão ter uma carga por conta
de estabilidade no emprego, por conta do
Autor da metodologia do NTEP (Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário), que pagamento do FGTS. Com dois anos de
estabeleceu a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvi- afastamento, a empresa paga o FGTS. Paga
da pelo trabalhador, e do FAP (Fator Acidentário de Prevenção), que flexibilizou o segu- por quê? Porque existe um rótulo de aci-
ro acidente, a fim de compensar as empresas que investem em Segurança e Saúde dente de trabalho. Quem definiu o rótulo?
Ocupacional e punir as que apresentam índices negativos no respectivo segmento, o pes- O NTEP.
quisador da Universidade de Brasília Paulo Rogério Albuquerque de Oliveira coleciona
declarações polêmicas. Uma delas é a de que a CAT instiga ao erro, pois limita o enqua-


dramento do acidente a apenas três tipos (típico, trajeto ou doença), quando na verdade,
segundo ele, existe uma tipologia acidentária mais abrangente. Oliveira também discorda A malha da CAT
que o EPI seja usado como emblema da SST, visto que antes dele, há inúmeros processos só pega o acidente de
em prol da segurança e saúde do trabalhador a serem priorizados. Estas e outras ques-
tões são abordadas por Paulo Rogério em seu novo livro ‘Do Exótico ao Esotérico: uma
grandes proporções.
sistematização da Saúde do Trabalhador’. Hoje também atua como técnico assistente da Já a rede do NTEP
Secretaria Executiva do Ministério da Previdência Social. pega tudo
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ENTREVISTA PAULO ROGÉRIO ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA


O NTEP nasceu de uma pesquisa rea- isto tudo sem adoecer o trabalhador. Acho
lizada dentro da Universidade de Brasí- Vamos usar a regra do lindo isto. O Brasil é pioneiro em muitas
lia. Atualmente, a UnB vem desenvolven- questões e esta é mais uma. Você conse-
do novos trabalhos na área de saúde do capitalismo para aquilo que ele gue achar petróleo a cinco metros de pro-
trabalhador
trabalhador.. Um deles envolve uma mu- deveria atender, que é o seu bem fundidade? Não. Você consegue provar
dança no processo da aposentadoria es- se o ambiente é bom ou ruim com base na
pecial. O que motivou este projeto?
maior, o ser humano modelagem epidemiológica? Consegue.
Em função da série histórica dos aciden- Quem consegue fazer isto? O Brasil. Con-
tes de trabalho no país, estamos tentando pois ela vai na contramão do status quo em segue fazer quintessência? Consegue. O ca-
buscar por meio desta pesquisa uma mo- que vivemos. Foge da mesmice com que li- pital vai enxergar o ser humano como um
delagem matemática para definir o tem- damos diariamente. elemento transcendental patrimonial. Vai-
po de precocidade. Hoje temos a aposen- se usar a regra do capitalismo para aquilo
tadoria por tempo de contribuição, em que Você fala também em mudança da ges- que ele deveria atender, que é o seu bem
o normal é os homens trabalharem 35 anos tão patrimonial para a gestão nominal. maior, o ser humano.
e as mulheres 30 anos, e a aposentadoria Do que se trata e quais seriam os benefí-
especial, que é considerada especial neste cios ao trabalhador? Como você vê a realidade da SST hoje?
tipo de contribuição, por ser um tempo re- Colocar em prática esta mudança é mui- Putrefata, com objetivos escusos e total-
duzido em função da exposição do traba- to simples. Basta fazer ctrl c e ctrl v com a mente inconstitucional. Para se ter uma
lhador a uma série de riscos. Só que esta gestão patrimonial. A empresa tem esto- ideia, as NRs são de 1978, enquanto que o
exposição nunca foi estudada do ponto de que? Ela toma conta do estoque? Tem des- capítulo 5 da CLT é de 1977. A Constitui-
vista científico. Atualmente, ela acaba sen- falque no estoque? Tem furto? Qual a me- ção da qual isto foi parido é de 1967, na
do declarada por lobby como, por exemplo, dida adotada para controlar o estoque? Não época do AI 5... e estamos até hoje com esta
os engenheiros que conseguiram que os tem lei para isto, mas ela controla. Ou seja, concepção se proliferando no mundo do
engenheiros civis se aposentassem mais esta tecnologia para tomar conta do patri- trabalho. Tudo baseado numa lógica pré-
cedo e também os eletricistas. Estamos mônio está incutida no âmago da empresa. constitucional, ou seja, inconstitucional.
com um estudo exatamente em cima de um Então porque não levar, por meio de ctrl+c Por que inconstitucional? Porque a norma
método baseado em barreiras e falhas, que e ctrl+v, esta gestão de tomar conta do atual explicitamente colocou outra ordem
é muito utilizado no combate a incêndio. patrimônio para o cuidado com o ser hu- jurídica. A saúde faz parte do tema saúde,
Quem sabe futuramente isso possa virar mano, considerando que ele é um patri- e não do tema trabalho. Ou seja, não tem
uma lei complementar sobre aposentado- mônio? Minha proposta objetiva é que a saúde dentro da SST. A Constituição de
ria especial? gente pegue toda a modelagem contábil e- 1988 fala da saúde do trabalhador e do meio
conômico-financeira de controle do patri- ambiente de trabalho equilibrado.
Em suas palestras técnicas, você abor
abor-- mônio e transforme numa modelagem
da sobre o que chama de paradoxo arris- contábil econômico-financeira de controle Isto seria o adequado então?
cado. No que consiste? do patrimônio de carne e osso. A máquina Na verdade, este é o pacto social da cor-
Pelo paradoxo arriscado, como o próprio tem lá sua importância, mas não se compa- relação de forças que produziu a Consti-
nome já sugere, você não consegue com- ra com a importância transcendental de um tuição de 1988. Não é que está certo ou
bater o risco, porque você vive do risco. A trabalhador. errado, é o que está posto. Assim como se
razão de ser do ser humano na Terra é o definiu que não haveria mais escravo em
próprio risco. Inovar, empreender e se ar- Seria então uma mudança de pensa- 1888. Estamos vivendo um novo 1888. A
riscar são sinônimos. Existe um paradoxo mento dos gestores da empresa? ultrapassagem da Segurança e Saúde do
conceitual, pois você não combate aquilo Exato, mas é uma mudança que não one- Trabalho para a saúde do trabalhador no
que você quer, mas sim aquilo que você não ra. Ao contrário. Ela aproveita o que já exis- contexto ambiental, sanitário, previdenciá-
quer. Digo que ‘se quer o risco’ porque a te. Vivemos isto há 25 anos quando ultra- rio, no contexto do direito público, não do
empresa só vai para frente se inovar. E a passamos o paradigma da qualidade. A con- direito privado. Enquanto no direito priva-
inovação tem necessariamente a incerteza, trovérsia era a mesma de hoje: ‘isto vai que- do a relação contratual ocorre entre eu e
que por sua vez tem análise de risco, que é brar a empresa’, ‘o custo é muito alto’, a você, no direito público, sanitário, previ-
uma palavra positiva. Ou seja, é um para- qualidade é muito cara’. Só que hoje não se denciário, tributário o interesse é de todos,
doxo, porque no fundo estamos combaten- fala mais nisto. Por quê? Porque as empre- ainda que haja um contrato entre nós dois.
do algo errado, não devemos combater o sas resolveram incorporar a gestão de qua- Pela regra de 1967, este contrato individu-
risco. lidade em seu processo produtivo. al entre nós dois era suficiente, mas com a
Constituição de 1988, isto passou a ser in-
Não devemos combater o risco? O que Entre os seus apontamentos, você afir
afir-- teresse público. Portanto, esta relação que
devemos fazer então? ma que o bem-estar do trabalhador é a inicialmente era privada, fundamentalmen-
Explorá-lo e mitigá-lo, assim como faze- quintessência. Em que sentido? te passou a ser de direito público. Em ou-
mos com o meio ambiente. Não vamos dei- É importante lembrar que a capacidade tras palavras, o interesse coletivo se sobre-
xar de cortar a floresta, mas temos que tra- de transformar e fazer produtos é a primei- põe ao interesse privado.
tá-la de forma minimamente sustentável. ra essência, seguida pela produtividade (fa-
Explorar o risco de uma forma sustentável zer de forma enxuta, sem desperdícios), Estamos então passando por uma re-
para as próximas gerações. O mesmo re- depois pela conformidade da qualidade (fa- configuração conceitual?
ferencial que usamos para o meio ambien- zer de acordo com a especificação), che- Sim e o NTEP já é isto. Um avanço de
te pode ser usado para o trabalhador, afi- gando ao cuidado com o meio ambiente (fa- um novo referencial, que diz o seguinte: eu
nal são espécies de uma mesma natureza. zer tudo isto sem contaminar o lençol freá- não sei explicar o porquê, mas os trabalha-
Sei que é uma afirmação meio chocante, tico). Por fim, a quintessência é produzir dores bancários adoecem de transtorno

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mental. Quem vai explicar isto é o banco. Em sua fala, você questiona a impor
impor-- Num comparativo com outros países,
Não cabe ao Estado, à academia dar esta tância do uso do EPI para o trabalhador
trabalhador.. como se encontra o Brasil na área de Saú-
explicação. E vai ter preleção social até que Por quê? de e Segurança do T rabalhador?
Trabalhador?
se estude o assunto mais a fundo para di- O EPI deve ser usado, mas só lá na pági- Estamos muito à frente. Anos luz, diria.
zer que não é. na cinco mil do sistema de gestão. Antes Imagine que já fizemos a inversão da pro-
disto tem que se ter toda uma preocupa- va. O banco terá que provar, por exemplo,
Como isto repercutirá no mundo do ção ambiental, do processo produtivo, do que o transtorno mental de seu funcioná-
trabalho? ritmo de trabalho, da lógica sobre como a rio não é um acidente de trabalho. Só que
Os bons empresários serão valorizados. atividade acontece ou deveria acontecer. Só acidente de trabalho se presume. Você tem
O empresário que tem aquela visão empre- que como nada disto é colocado em práti- uma matriz epidemiológica que identifica
endedora vai perceber que fazendo isto irá ca, se coloca o capacete e aí você tem uma o processo produtivo com o transtorno
ganhar mais dinheiro, porque o trabalha- figura símbolo. Efetivamente ela dá impac- mental, por exemplo. Não há necessidade
dor deste empreendedor vai ver a honesti- to. Isto não é proteção, proteção é promo- de explicar o porquê. Você só informa que
dade nos seus olhos. ‘Olha, estou fazendo ção, precaução. Capacete não é promoção tem uma tutela jurídica. Então, a proteção
isto contigo porque eu quero que você não da segurança. Ele está mexendo apenas no social e o empresário terão que provar. Isto
adoeça. Não porque eu gosto de você ou efeito. Ele não combate a causa. E se a cau- é uma evolução. Não tem em nenhum ou-
porque eu tenha pieguice, seja romântico, sa é produzida pelo risco que eu vou assu- tro país.
mas sim porque quero que você produza mir, então como eu vou combater o risco,
mais para mim e você vai produzir mais se se este é a razão de ser do meu empreendi- A caracterização da insalubridade e pe-
estiver sorrindo’. Quem sorri produz. Sim- mento? Talvez o capacete diminua o impac- riculosidade sempre foi bastante discu-
ples. Não precisa de norma para isto. É usar to do ferimento. Se tiver dúvidas, o melhor tida, principalmente pela ausência da
o instrumento para aquilo que ele foi feito. teste drive é se colocar no lugar do traba- classificação de penosidade. Qual sua
O capital foi criado para este fim: produzir lhador. É simples. A hipocrisia se vê aí. O opinião?
riquezas. Então diga para o trabalhador de debate se torna cristalino quando se vê a A ciência evolui da noção até a defini-
forma honesta quanto ele ganhará, quanto desonestidade. Porque no fundo, você não ção. Você sai da noção, passa pelo concei-
trabalhará, quanto terá que se doar e, pos- tem esta preocupação. to e chega à definição, que é a coisa mais
sivelmente, terá que se desgastar, e ele simples e descritível que temos. A insalu-
perceberá sua honestidade neste trato. A CA
CATT também se encaixaria neste bridade no Brasil, hoje, não conta com ne-
grupo de ações que apresentam descon- nhuma destas três caracterizações, tendo
Quando ocorre um acidente de traba- formidade interpretativa? apenas uma definição com base na lei an-
lho, ele é enquadrado dentro de uma sis- O próprio nome CAT sugere erro, pois se terior da Constituição da República dizen-
temática previdenciária (típico, doença comunica aquilo que você conhece. Os aci- do que é insalubre aquilo que faz mal à saú-
e trajeto). No entanto, você acredita que dentes são previsíveis e preveníveis. Então de, devendo-se ganhar um percentual so-
este procedimento não abrange a espe- você tem uma sigla que representa o reino bre o salário mínimo. O mesmo ocorre com
cificidade do acidente. Por quê? do faz-de-conta da SST. É o capacete de a periculosidade. Proponho que a gente
Na verdade, temos um amontoado de um lado como emblema e a CAT como rai- defina primeiro o conceito, que é aquilo que
mentiras e ficamos reproduzindo-as cons- nha deste universo fantasioso. Digo isto prejudica a saúde. Mas como é que se mede
tantemente. Não existe acidente típico. Não porque quem emite a CAT é o patrão e ele isto? Pela perspectiva crônica da previsibili-
existe esta ideia de EPI eficaz. Precisamos nunca vai emitir a CAT contra si mesmo. dade e da certeza. Periculosidade é tudo
quebrar estes engodos intelectuais. Um Como todas as doenças e acidentes relacio- aquilo que é abrupto, agudo, instantâneo,
deles é definido pelo próprio INSS e diz que nados ao trabalho são previsíveis, a CAT é imprevisível e incerto. Já a penosidade é
o acidente de trabalho só tem três tipos: um contrassenso. Nossa proposta é alterar aquilo que gera dor, sofrimento, desgaste e
ou é típico, ou é doença ou é trajeto. A ti- o nome CAT para NAST (Notificação de medo. O trabalho de um gari, de um covei-
pologia acidentária fere esta lógica. Com Agravo da Saúde do Trabalhador). Daí você ro, por exemplo, é essencialmente penoso,
base na integridade física e na capacidade cai no campo do agravo que é algo bem mais porque ele não se sente reconhecido pela
do trabalhador, ela verifica o acidente se- amplo. A comunicação do acidente sugere sociedade. O gari só é lembrado quando o
gundo sete possibilidades. Então, pode ser situações traumáticas e agravo sugere algo lixo está lá no alto, cheio de mosca. Na rua
acidente de trabalho por lesão corporal, por crônico, agudo, lesão, transtorno, distúrbio, ninguém o cumprimenta. É como se fosse
lesão profissional, por lesão de trabalho disfunção. O acidente não pega isto. Aci- um poste. Só que este profissional é impor-
com causa. Enfim, são varias possibilida- dente é trauma. O sistema não quer se re- tante para a sociedade e deve ter um privi-
des, sendo que se nenhuma dessas se en- volucionar. Não permite a revolução. En- légio social muito grande. Isto não é nenhu-
caixar, ele ostenta o nexo negativo, que é o tão, estamos desenvolvendo a NAST assim ma benesse. É uma distinção para aquelas
que Deus quis. Terrorismo, sabotagem, rixa, como desenvolvemos o NTEP, que é lei hoje situações que ninguém quer fazer, uma vez
briga entre colegas. Isto são acidentes de em dia. que a sociedade entendeu que aquilo pre-
trabalho? Tem um X para isso? Não, não cisa ser feito. Primeiramente, deveria se es-


tem isto na CAT. Aquela infecção urinária tabelecer o conceito de insalubridade e pe-
na mulher trabalhando num caixa de su- Quem emite a CAT é o patrão e riculosidade. Depois disto, a compensação
permercado é acidente de trabalho? Difi- social para estas situações que deveriam ser
cilmente alguém vai dizer que é, porque ele nunca vai emiti-la contra si banidas. Uma vez que não serão, porque
como a lógica dominante diz que só é aci- mesmo. Como todas as doenças e existe um pacto social determinando isto,
dente quando o sangue espirra, então não acidentes relacionados ao trabalho este trabalhador tem que ser compensado
é, porque ninguém discute que ela não faz pela sociedade. Isto é o honesto e o corre-
xixi porque não a deixam fazer na hora em são previsíveis, a CAT é um to a ser feito. Já a penosidade precisa ser
que ela precisa fazer. contrassenso definida por lei urgentemente.

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