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Lista Livros Mortimer Adler PDF
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APÊNDICE A
UMA LISTA DE LIVROS RECOMENDADOS
Nas páginas que se seguem aparece uma lista de livros que valeria a
pena ler. De propósito empregamos a expressão “valeria a pena”. Embora nem
todos os livros incluídos na lista sejam “grandes” em qualquer dos sentidos
comumente aceitos do termo, todos compensam o esforço que você fizer para
os ler. Todos esses livros são difíceis demais para a maioria das pessoas –
suficientemente difíceis, pelo menos, para forçar a maior parte dos leitores a
alargar a inteligência a fim de entendê-los e apreciá-los. E esse, naturalmente,
é o tipo de livro que você deve procurar se quiser melhorar sua capacidade de
ler e ao mesmo tempo descobrir o que de melhor se pensou e escreveu em
nossa tradição literária.
Alguns livros são grandes no sentido especial do termo que
empregamos no último capítulo. Relendo-os, você encontrará sempre alguma
coisa nova, frequentemente muitas coisas. Podem ser relidos inúmeras vezes.
Dito de outro modo: tais livros – não diremos exatamente quantos, nem
tentaremos identifica-los, já que até certo ponto isso é um juízo pessoal – são
difíceis demais para todos os leitores, seja qual for a sua habilidade. Como
frisamos no último capítulo, essas são as obras que todos devem fazer um
esforço especial para ler. São livros verdadeiramente grandes; são os livros
que a pessoa deve escolher para levar consigo para sua ilha deserta.
1
ADLER, Mortimer J., DOREN, Charles van. A Arte de Ler. Rio de Janeiro: Agir, 1974. P. 324-
338. Escrito conforme aparece no livro, com apenas uma alteração de nome, a saber, a
retificação do nome de Lênin, e alteração gramatical, vide Reforma Ortográfica, no decorrer do
texto.
A lista é longa e talvez pareça um pouco esmagadora. Não se deixe
embaraçar por ela. Em primeiro lugar, é provável que você reconheça os
nomes da maioria dos autores. Nada aqui é tão obscuro a ponto de ser
esotérico. Mais importante: queremos lembrar-lhe que é prudente começar
pelos livros que mais lhe interessam, por esta ou aquela razão. Conforme
salientamos várias vezes, o objetivo básico é ler bem, e não muito. Não se
sinta frustrado se não puder ler mais do que um punhado desses livros num
ano. A lista não é algo que precise ser cumprido num determinado lapso de
tempo. Não é um desafio a que só se possa responder lento todos os volumes.
Pelo contrário, é um convite que se pode aceitar amavelmente começando por
onde a pessoa se sentir mais à vontade.
Os autores estão arrolados cronologicamente, de acordo com a data de
nascimento conhecida ou presumida. Quando aparecem várias obras do
mesmo autor, também estas seguem uma ordem cronológica, sempre que
possível. Os entendidos nem sempre concordam quanto à data da primeira
edição de um livro, mas isso não deve preocupar o leitor. O importante é ter em
mente que a lista toda avança pelo tempo afora. Isso não significa
forçosamente que você deve lê-la na sequência cronológica, é claro. Você
poderá até começar pelo fim da relação e ir recuando no tempo até Homero e o
Antigo Testamento.
Não incluímos todas as obras de cada autor. Em geral citamos somente
os títulos mais importantes, escolhendo-os, no caso de obras expositivas, com
o fim de mostrar a diversidade da contribuição de um autor para vários campos
do saber. Em certos casos, arrolamos as obras de um autor e especificamos,
entre parênteses, os títulos que são especialmente importantes ou úteis.
No preparo de uma relação dessa natureza a maior dificuldade surge
sempre com respeito aos títulos relativamente contemporâneos. Quanto mais
próximo do nosso tempo é um autor, mais árduo é julgá-lo com imparcialidade.
É acertado que dizermos que o tempo decidirá, mas talvez não estejamos
dispostos a esperar. Assim, no tocante aos escritores e livros mais recentes, há
bastante motivo para divergências de opiniões, e não reivindicaremos para os
últimos títulos da nossa relação o grau de justificativa que reclamáramos para
os primeiros.
Poderá haver divergência de opinião também acerca de alguns dos
primeiros títulos, e talvez nos acusem de alimentarmos preconceitos contra
alguns autores que não figuram na relação. Estamos inclinados a admitir que
isto pode ser verdade em um ou outro caso. Esta é a nossa lista, que poderá
diferir em certos aspectos das listas organizadas por outros. Mas não diferirá
significativamente se todos convierem a sério no objetivo de organizar um
programa de leitura a cuja execução gale a pena dedicar uma vida inteira. Em
última análise, está claro, faça você mesmo a sua lista e trate de cumpri-la. É
prudente, porém, ler um bom número de livros que foram unanimemente
aclamados antes de organizar a sua. Esta lista é um ponto de partida.
Queremos mencionar uma omissão que poderá parecer infeliz aos olhos
de alguns leitores. Nossa lista contém apenas autores e livros ocidentais; nela
não figuram obras chinesas, japonesas ou hindus. Há várias razões para isto.
Uma delas é não estarmos particularmente informados sobre o que se passa
fora da tradição literária ocidental, de modo que nossas recomendações teriam
pouco peso. Outra é não haver no Oriente apenas uma tradição, como no
Ocidente, de sorte que teríamos de conhecer todas as tradições orientais para
apresentar um trabalho bem feito. São pouquíssimos os eruditos que
conhecem bem todas as obras do Oriente. Em terceiro lugar, há algo a dizer
em favor de conhecermos a nossa própria tradição antes de procurarmos
entender a de outras partes do mundo. Muitas pessoas que hoje tentam ler
livros como I Ching ou o Bhagavad-Gita sentem-se frustradas, não só por
causa da dificuldade inerente a essas mesmas obras, mas também porque não
aprenderam a ler bem praticando nos livros mais acessíveis – mais acessíveis
para elas – de sua própria cultura. E finalmente, a lista como está é
suficientemente longa.
Outra omissão exige um comentário. A lista, por ser de livros, abrange
poucos nomes de pessoas conhecidas fundamentalmente como poetas líricos.
Alguns dos escritores da lista escreveram poemas líricos, evidentemente, mas
são mais conhecidos por outros trabalhos mais longos. Não se tome este fato
como reflexo de preconceito da nossa parte contra a poesia lírica. Mas
recomendamos que se comece por uma boa antologia de poesia e não pelas
obras reunidas de um só autor. The Golden Treasury, de Palgrave, e the
Oxford Book of English Verse são excelentes pontos de partida. Essas
antologias mais antigas devem ser complementadas por outras mais modernas
– por exemplo, One Hundred Modern Poems, de Selden Rodman, coletânea
que estende a noção de poemas líricos de vários modos. Como a leitura de
poesia lírica requer habilidade especial, também recomendamos qualquer um
dos vários manuais sobre o assunto – por exemplo, An Introduction to Poetry,
de Mark van Doren, antologia que contém ainda breves comentários sobre
como ler muitos poemas famosos.
Arrolamos os livros por autor e título, mas não tentamos indicar um
editor ou uma edição em particular. Quase todas as obras da lista encontram-
se em livrarias e bibliotecas, e de muitas existem várias edições, tanto
encadernadas como em brochura. Todavia, indicamos que autores e títulos
figuram nas duas coleções editadas sob nossa direção. Os títulos incluídos em
Great Books of the Western World são identificados por um asterisco; os
autores apresentados em Gateway to Great Looks são identificados por dois
asteriscos.
2. O Antigo Testamento
9. Aristófanes
*Comédias
(esp. As nuvens, Os pássaros, As rãs)
40. Maquiavel
40.1. *O príncipe
40.2. Discurso sobre a primeira década de Tito Lívio
43.1. Utopia
47.1. *Ensaios