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wherever you are
black&whiteincolorfor
photographers
wherever you are
carta ao leitor
Tivemos nossa estréia. E que estréia. Todo fotógrafo tem seu lado autoral mas nem sempre o trans-
Tínhamos uma expectativa de aproximadamente 10.000 lei- forma no principal cenário de suas vidas mas o amam tanto ou
tores para essa primeira edição da BLACK&WHITE IN COLOR. mais do que fazem em seu dia a dia.
Erramos por pouco. Passamos dos 380.000 em apenas 25
dias de lançamento e mais de 2.500 pessoas CURTIRAM a Essa postura fez com que mais apaixonados se juntassem a
nossa página no facebook. BLACK&WHITE IN COLOR e este tipo de atitude demonstra que
estamos no caminho certo. Caminho este que é simplesmente
Sem dúvida alguma foi uma grata surpresa ter esses nú- trazer a tona a paixão que estava adormecida no coração de
meros em tão pouco tempo mas também sabemos que alguns e acender a chama daqueles que querem conhecer o
esses números foram por conta do diferencial que a lado da fotografia como arte.
BLACK&WHITE IN COLOR trouxe.
Nesta edição temos 6 novos colaboradores que aproveitam
Não viemos para concorrer com ninguém mas sim para o espaço da BLACK&WHITE IN COLORR, juntamente com os
ocupar um espaço que ha muito estava esquecido. O es- demais, para expor seus conceitos, suas idéias e sua forma de
paço onde a fotografia é tratada como arte e não como interpretar a arte de fotografar.
um serviço ou um produto.
Aproveite essa edição e interaja em nossa página no facebook.
Abrimos espaço para que grandes fotógrafos e apaixonados (www.facebook.com/bwincolor)
pela 8º arte pudessem soltar a voz e falar sobre assuntos que
se mantinham nos bastidores simplesmente por não se trata- Boa leitura
rem de conteúdos comerciais.
Marcello Barbusci
Mamiya 528 TL
os
colaboradores
black&whiteincolorfor
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bwincolor agenda
Galeria do
leitor
Birgit Zober
Limoncino Oliveira
Luciano Christiane
Filip Kowalkowski
Leonardo Botelho
Thomas Leuthard
#02
Marco Nosiglia
Mario Mancuso
O
lá amigos leitores da BLACK&WITH IN “6. Das Considerações Gerais
COLOR, é muito bom voltar a este se- 6.1. Este Concurso tem cunho exclusivamente
gundo numero de uma revista digital cultural e a participação nele não está subor-
que promete muito sucesso. Neste momento dinada a qualquer modalidade de álea ou pa-
a BLACK&WITH IN COLOR já deve ter ultrapas- gamento pelos concorrentes, nem vinculada à
concursos
sado os 250.000 acessos. Parabéns ao colega aquisição ou uso de qualquer bem, direito ou
fotográficos Marcello Barbusci pela iniciativa. serviço, de acordo com o disposto no art. 3º,
Elogios merecidos à parte, vamos ao artigo II, da Lei nº 5.768/71 e art. 30, do Decreto nº
deste mês que pretende alertar para o perigo 70.951/72.
de um golpe corriqueiro que se faz valer da 6.2. Ao participar do Concurso, nos termos des-
boa intenção e por vezes da falta de cautela te Regulamento, o participante estará automa-
em ler o regulamento por parte dos fotógra- ticamente autorizando a Realizadora a utilizar,
fos que nele acabam entrando. de modo gratuito, definitivo e irrevogável, de
seu nome, imagem e som de voz em qualquer
Concursos Fotográficos veículo de imprensa, mídia ou Internet, para
Como não entrar em uma roubada. divulgação do Concurso, cedendo também à
Erico Mabellini Realizadora todos os direitos autorais por tem-
erico@mabellini.fot.br Você já deve ter visto por aí artigos e parágra- po indeterminando relativos a foto criada, que
fos de regulamentos de concursos contendo passará a ser de sua propriedade.
as seguintes regras: 6.2.1. As autorizações descritas acima não im-
“Neste ato, os participantes, ao efetuarem a ins- plicam em qualquer obrigação de divulgação
crição e submeterem suas fotografias abrirão ou de pagamento de qualquer quantia por par-
mão de todos os direitos autorais sobre as mes- te da Realizadora.”
mas, desprovido de qualquer ônus, em favor da
.......................... **. que poderá dispor das foto- Uma maravilha não é mesmo? Na verdade
grafias conforme sua conveniência.” uma total afronta à Constituição Federal e à
Lei de Direitos Autorais. Regulamentos esses
“Os trabalhos selecionados, passarão a fazer que poderão ser confrontados juridicamen-
parte do acervo do Centro ..............**, que po- te perante os tribunais e que possuem uma
derá utilizá-los como objeto promocional em grande probabilidade de que a autoria do fo-
eventos, publicações e exposições, independen- tógrafo venha a ser respeitada pelo Poder Ju-
temente de qualquer licença, remuneração ou diciário. Mas até que isso ocorra já se passou
pagamento ao seu autor... (...) Os 10 (dez) pri- muito tempo e o autor já gastou um bom di-
meiros colocados terão suas fotografias incluí- nheiro com advogados. E é nisso que se fiam
das em uma coleção de postais a ser editados os promotores de tais eventos pseudocultu-
pelo Centro .........................**, e receberão 10 ras que na verdade apenas pretendem formar
(dez) exemplares, além do certificado de parti- um banco de imagens a um valor próximo ao
cipação…” zero e à custa do trabalho alheio.
“Para o primeiro colocado será oferecido um pa- Primeiramente a resposta a uma questão: A fo-
cote de oito dias em (cidade estabelecida no con- tografia é uma obra intelectual protegida por
curso.) Todos os inscritos deste concurso cedem lei? Resposta: Sim, A fotografia é considerada
os direitos autorais sobre a obra para divulgação como obra intelectual, e como tal está prote-
do concurso… (...) Os contemplados estarão au- gida pelo art. 7º, inc. VII da Lei nº 9.610/98:
tomaticamente autorizando os organizadores ao “Art.7º: São obras intelectuais protegidas as
uso de suas imagens, nomes, vozes em: fotos, car- criações do espírito, expressas por qualquer
tazes, filmes, spots e/ou em qualquer tipo de mí- meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível
dia, e peças promocionais para a divulgação da ou intangível, conhecido ou que se invente no
conquista dos prêmios. (...) “ futuro, tais como:
VII – As obras fotográficas e as pro- lecer em diversos artigos que não Direitos Morais
duzidas por qualquer processo aná- irei aqui transcrever para não cha- São direitos que o autor não po-
logo ao da fotografia. tear aos leitores e também para derá vender, dar, emprestar, fazer
não ocupar demasiado espaço da leasing, desistir etc. Eles são per-
Isto posto, já podemos afirmar que revista, que não é sobre Direito e sonalíssimos e parte inseparável
a fotografia é uma obra intelectual, sim Fotografia, mas que vale a pena da obra criada, seja ela feita por
em razão disso possui um autor e é para o bom entendimento do que encomenda, coautoria, colabora-
protegida por lei. irei resumir, a leitura dos seguintes ção ou outras, pertencendo esses
artigos, parágrafos e incisos: 24 a 27 direitos única e exclusivamente ao
Continuemos a análise.
– Direitos Morais do Autor; 28 a 45 – autor. É impossível a cessão total
Diz a Constituição Federal Brasileira
em seu artigo 5°, parágrafos e inci- Direitos Patrimoniais do Autor e sua de direitos autorais, muito menos,
sos: Duração; 46 a 48 – Limitações aos portanto, seria viável sua compra
...” Art. 5º Todos são iguais perante a Direitos Autorais; 49 a 52 – Da Trans- e venda, pois, direitos personalís-
lei, sem distinção de qualquer natu- ferência dos Direitos de Autor. (link simos são, por definição, indispo-
reza, garantindo-se aos brasileiros e para a Lei 9610/98 ao final do artigo) níveis. Mesmo após a morte do
aos estrangeiros residentes no País autor, a família detém os direitos
a inviolabilidade do direito à vida, à Em resumo: A composição dos morais sobre a obra.
liberdade, à igualdade, à segurança
direitos autorais é dividida em di-
e à propriedade, nos termos seguin- Pelo art.24 da Lei dos Direitos Au-
tes:”... reitos morais e patrimoniais. Es-
torais, o fotógrafo pode:
...”XXVII - aos autores pertence o di- ses direitos protegem e orientam
- Reivindicar, a qualquer tempo,
reito exclusivo de utilização, publi- o autor. Pois há coisas que você
a autoria da foto;
cação ou reprodução de suas obras, pode e coisas que não pode fa- - Ter seu nome, pseudônimo ou
transmissível aos herdeiros pelo tem- zer e esta é a chave para toda a sinal convencional ou indicado
po que a lei fixar; questão ética. Os direitos morais na utilização da foto (o que
XXVIII - são assegurados, nos termos são inalienáveis e irrenunciáveis o
da lei: chamamos de crédito);
que nos deixa boquiabertos ao ler - Conservar a foto inédita;
a) a proteção às participações indi-
viduais em obras coletivas e à repro- em um regulamento de concurso - Opor-se a qualquer modificação
dução da imagem e voz humanas, regras como esta: “...cedendo tam- na sua foto por terceiros;
inclusive nas atividades desportivas; bém à Realizadora todos os direitos - O fotógrafo pode modificar sua
b) o direito de fiscalização do apro- autorais por tempo indeterminan- foto, antes ou depois de utilizada;
veitamento econômico das obras do relativos a foto criada, que pas- - Retirar de circulação a sua foto
que criarem ou de que participarem sará a ser de sua propriedade.” ou suspender qualquer forma de
aos criadores, aos intérpretes e às utilização já autorizada, quando
respectivas representações sindicais considerá-la indevida;
Já os direitos patrimoniais poderão
e associativas;”... - Ter acesso, para reprodução, a
ser cedidos definitivamente ou por
original único e raro da foto de
Daí entende-se que, ninguém po- prazo determinado, sempre respei-
sua autoria, mesmo quando se
derá se opor ao direito do autor de tando-se a determinados preceitos,
encontre legitimamente em
utilizar, publicar ou reproduzir sua como veremos adiante.
poder de outro.
obra da maneira que lhe aprouver
e que esse direito é transmissível
a seus herdeiros. Entende-se tam-
bém que compete ao autor o di-
reito de fiscalização do aproveita-
mento econômico das obras que
criar (esse ítem é mais utilizado em
obras de composição musical, mas
nada impede que seja também uti-
lizado nas obras fotográficas).
E
m época de inovações tecnológicas ocor- Começar uma busca para compreender o que
rendo a cada mês (e porque não dizer a é a fotografia “em si” se torna um exercício fun-
cada dia) os spotlights se voltam para damental para estabelecermos uma evolução
aquela sensação de que quanto mais facili- artística dos nossos trabalhos e não é algo re-
dades melhor. Uma sensação latente na an- lativamente novo. Vilém Flusser, em seu livro
tiguidade e expressa contemporaneamente “Filosofia da Caixa Preta” de 1985 afirma que
sensibilidade de forma geral, que, inclusive, nos presenteia “em fotografia, não pode haver ingenuidade.
com disputas cada vez mais acirradas pelo Nem mesmo turistas ou crianças fotografam
status de quem possui a ultima tecnologia ingenuamente. Agem conceitualmente, por-
lançada. No mundo fotográfico não poderia que toda intenção estética, política ou episte-
ser diferente... mológica deve, necessariamente, passar pelo
crivo da conceituação, antes de resultar em
Não sou avesso à isso, muito pelo contrario, imagem. “ É um agir “pós-ideológico”.
acredito no bem que isso tudo nos trás. En-
tretanto, acredito e me arrisco dizer, com base Quero afirmar com isso que um risco inerente
na minha percepção, que chegamos ou po- à atividade de fotografo é esquecer que a fo-
demos chegar rapidinho ao ponto de perder- tografia é uma tentativa de reter na prata do
Tiago Henrique
tiagohqsilva@gmail.com mos nossa sensibilidade. Se a mídia nos diz filme ou na eletrônica do pixel (tão bem deno-
que estamos perdendo nossa sensibilidade minados sensíveis) um inconsciente manifesto.
como pessoas, eu vou me apegar na possível
Nesta busca, Roland Barthes (A Câmera Clara
perda de sensibilidade como fotógrafos , ou
1984) descreve o ato de fotografar como sen-
melhor, como artistas mesmo.
do um “ fenômeno tanto psíquico quanto uma
atividade ótica-química”. Se é dessa forma
Como sabemos a tecnologia nos beneficia de
diversas maneiras, no entanto, quando me re- podemos concluir que fotografamos primeiro
firo à sensibilidade, na verdade falo a respeito com o inconsciente e daí a fotografia explode
de algo que não se pode separar da tecnolo- em confronto com a cena.
gia quando essa faz parte do processo artísti-
co. Da sensibilidade de pensar em fotografia Imaginar que a fotografia é apenas uma fon-
e não somente na técnica (equipamento, en- te de renda, que o equipamento ou software
quadramento, luz, etc.). de edição tem maior responsabilidade pala a
conclusão do trabalho do que a foto que co-
Não quero me excluir desse grupo de “semi- meçou em você é eliminar o fato que sua foto-
-insensíveis”, nem criticar essa ou aquela ma- grafia tem valor artístico.
neira de fotografar ou usar a fotografia. Quero, Mas, esse conceito nem sempre vem a nossa
isso sim, enquadrar temas de riscos inerentes mente quando nossos olhos penetram no vi-
à atividade de fotografo. A sensibilidade deve sor e, por isso, acredito que essa reflexão é tão
evoluir para acompanhar a evolução tecno- importante para compreensão de nosso valor
lógica. Bresson disse uma vez em uma entre- artístico nos dias de hoje.
vista algo que cabe bem nesse contexto: “... O
contato excessivo com a máquina é a preguiça Quando vemos as fotografias de Sebastião
do olho, ele fica atrofiado...” Salgado, por exemplo, vemos como são gran-
Um fato incontestável é que a tecnologia de- diosas suas exposições, mas se pensarmos
mocratizou a fotografia nos dando maiores que cada fotografia é da ordem de 1/250 de
oportunidades, no entanto, vemos que nem velocidade estaríamos restritos ao fato de ob-
todos aqueles que usam a fotografia como servar menos de 1 segundo de cada um de
“ganha-pão” podem ser considerados Fotó- seus grandes ensaios.
grafos. Dessa forma cabe a reflexão do que é
ser Fotógrafo. Ou o que é a Fotografia?
Essa matemática sempre me incomodou e ilustra o Nem toda fotografia possui esse ponto, ou “Punctum”,
que é fotografar para Flusser: “O gesto de fotografar algumas apenas nos provocam um interesse geral nos
é um gesto caçador no qual aparelho e fotógrafo se forçando a investigar o “processo de criação”.
confundem, para formar unidade funcional insepará-
vel. O propósito desse gesto unificado é produzir foto- No fim das contas, como toda filosofia, restam diversas
grafias, isto é, superfícies nas quais se realizam simbo- dúvidas e temas para debatermos e a busca das res-
licamente cenas.” postas nos faz crescer em entendimento e responsabi-
lidade. A todo momento estamos criando imagens em
Impossível não relacionar este instante ao “momento
pensamentos e, como tantas outras coisas, é comum
decisivo” Bressoniano. A dimensão temporal ínfima de
que passe despercebido seu significado para nós. No
cada exposição é capaz de revelar toda uma narrativa
entanto a minha principal dúvida é se aquela antiga
sobre temáticas indubitavelmente complexas. O “ins-
tante decisivo” Bressoniano parece agir aqui em conso- máxima afirmando que “o fotógrafo enxerga coisas
nância ao que o próprio Barthes denominou “Punctum”, onde não vemos nada” nos faz sentido atualmente.
ou seja, se somos como “caçadores”, “Punctum” é o que
nos faz escolher uma cena (ou “caça”) em detrimento Referências: Vilém Flusser, Filosofia da Caixa Preta, São
de outra. O ponto que nos “fere” e nos faz apertar o Paulo, Hucitec, 1985.
botão cortando e transformando a realidade em uma Roland Barthes, A Câmara Clara: Nota sobre a fotogra-
cena que já se foi. Nas palavras de Barthes: “O punctum fia, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984,
é, portanto, um extracampo sutil, como se a imagem
lançasse o desejo para além daquilo que ela dá a ver.”
#02
T
udo começou com o desejo de replicar O resultado é, de certa forma, um registro plu-
no Brasil a experiência que vivi enquan- ral da experiência fotográfica de cada indiví-
to morei na Europa, mais especifica- duo, respeitando todas as suas diferenças, e
mente Londres e Haia, por quase quatro anos, congelado em um mesmo frame de minuto
onde descobri a fotografia como hobby e pas- para formar um mosaico de imagens e assim
mosaico sei a praticar a street photography conjugada celebrar o Dia Mundial da Fotografia.
minuto com uma cultura aberta, inclusiva e colabora-
tiva de fomento a arte da fotografia. Com metas ambiciosas, o projeto procura
anualmente ampliar seu alcance qualitativo e
Além de me dedicar à produção autoral sen-
quantitativo e como desdobramento, não só
tia a necessidade de desenvolver projeto que
ajudassem a desenvolver o conhecimento co- produz e publica um livro (em formato digital
letivo, sem restrições, sem fins lucrativos, sem para dispositivos móveis e também em for-
esperar nada em troca, mas pelo simples de- mato físico sob demanda) com todos os regis-
sejo de promover a fotografia como expres- tros do projeto, bem como vem conseguindo
são de arte e inclusão. espaço expositivo no CCJF – Centro Cultural
Justiça Federal.
Assim nasceu, em 2010, o projeto Mosaico
Marcos Sêmola Minuto com a proposta legítima de celebrar
mosaicominuto@semola.com.br Em 2012, terceira edição, o projeto contou
o Dia Mundial da Fotografia, que acontece
no dia 19 de agosto de cada ano, através de com quase 1000 fotógrafos inscritos e efetiva-
uma abordagem inclusiva, coletiva, virtual e mente 409 fotografias capturadas no mesmo
gratuita. O projeto então realiza uma convo- minuto e submetidas a partir de 5 continen-
cação geral de fotógrafos, amadores, profis- tes, 11 países e mais de 43 cidades ao redor
sionais ou simplesmente simpatizantes, com do mundo. Sua fanpage no Facebook, já foi
qualquer equipamento, qualquer nível de co- visitada por mais de 1,8 milhões de pessoas e
nhecimento, pertencente a qualquer grupo em 2013, mais do que nunca, será o ponto de
social, e estando fisicamente em qualquer lu-
interação, envio das fotografias e publicação
gar do planeta, a se sincronizar com os demais
dos resultados.
e realizar um registro, apenas um, no mesmo
dia, hora e minuto.
Se você ainda não conhece o projeto, mas gosta
de fotografia, não deixe de iniciar sua visita em
www.s4photo.co.uk/mosaicominuto2013
onde encontrará tudo que precisa saber, in-
cluindo vídeo explicativo, link para o Face-
book, resultados do ano anterior, bem como a
última edição do livro e registros da exposição.
J
á o conhecia há algum tempo mas nun- Alexandre Urch um profissional que aos seus
ca havia parado para conversar e trocar 36 anos vive algo mais parecido com um fil-
idéias sobre o mundo da arte fotográfica me... ele vive da arte que faz.
e nem tão pouco parado para conversar sobre
Sua vida qualquer coisa. Era sempre um simplesmente Já o vi sentado ao lado de grandes fotógrafos
“oi como está” e continuávamos a correria. Po- e não para pedir auxílio mas sim para ajudar
é uma arte rém sempre acompanhei sua trajetória como com sua experiência autoral.
a de outros grande artistas e depois do surgi-
mento da BLACK&WHITE IN COLOR, não po- O que te fez seguir na carreira fotográfica e quan-
deria deixar de convidar Alexandre Urch para do foi que o bicho do diafragma te mordeu?
um bate papo, mais do que isso, iniciar uma Essa é um pergunta que eu mesmo já me
amizade com uma pessoa dígna de admira- fiz várias vezes, mas acredito que não so-
ção. E aqui vai o resumo de um café no Con- mente eu, mas todo mundo, nasce com o
junto Nacional que antecedeu uma caminha-
bichinho do diafragma no corpo e em al-
guns ele desperta mais cedo e em outros
da na Av. Paulista, o cartão postal da cidade. mais tarde, no meu caso foi em 1998, mas
sempre pegava a Kodak Instamatic ou a
Marcelo Barbusci Fotógrafo paulista há mais de 10 anos, nasci- Polaroid dos meus pais nas festas e via-
marcello@barbusci.com.br do em Abril de 1977, formado em design grá- gens e clicava uma ou duas fotos.
fico e vencedor de diversos prêmios, onde se
destacam o primeiro e segundo lugares da XVI O tempo passou, eu me esqueci das câ-
Bienal Nacional de Arte Fotográfica em Cores, meras, trabalhei em um monte de luga-
Concurso Canon Jornalistas em Foco, 1º lugar
res que não me faziam acordar com um
sorriso no rosto e lá por 1995 comprei
na categoria ensaio do 9º Concurso Fotógra-
um SLR, depois fui para as digitais e de-
fico Leica-Fotografe, 8º Festival Internacional pois de muito estudar, trabalhar como
da Imagem Fotográfica em Atibaia, Prêmio assitente para diversos fotógrafos e cli-
Sesc Marc Ferrez, entre outros e participou car muito o que era um hobby já tomava
de diversas exposições coletivas e individuais conta de boa parte do meu dia e abando-
pelo Brasil e no exterior. nei tudo o que eu fazia para mergulhar
de cabeça na fotografia.
A
noite tem seus mistérios e a escuridão As imagens mais significativas são sempre fru-
é uma tela em branco . O fato de não to de grande esforço , como um parto. Chega a
enxergarmos na falta de luz mexe mui- ser estranho no início da noite onde as compo-
to com nossa imaginação. Criar personagens sições parecem vagas , a luz ainda não está refi-
fictícios que habitam o escuro e o medo do nada e os resultados ainda não correspondem
a luz a expectativa. Com o entrar da madrugada o
desconhecido invisível são fatos comuns des-
da noite de nossa infância.
feeling muda e as coisas começam a acontecer.
Por inúmeras vezes me vi atravessando a noite
em busca da imagem perfeita sem ter a noção
Sempre fui fascinado pela natureza e bebi na do tempo passar. Quanto mais você busca ,
fonte da fotografia americana e suas Big Lan- mais você interage com o meio, mais você pro-
dscapes quando morei e estudei nos EUA . Co- jeta seu desejo e isso tem um poder muito for-
mecei a me aventurar fotografando a noite no te , vivo ,onde a natureza te responde.
final da década de 90 com uma Canon A2e . A
A audição do silêncio e a visão do escuro pare-
fotografia noturna urbana não faz muita parte
cem desconectar o corpo do comum, do óbvio.
do meu processo.
É onde o processo de criação ganha corpo.
Muito do meu trabalho tem como matéria
Sem dúvida é um ato de paciência extrema . prima as árvores . Suas formas tortuosas em
Cristiano Xavier
cristianoxavier@cristianoxavier.com As condições para dar errado são muito maio- contraposição ao céu noturno me atraem for-
res do que as chances de sucesso . Fui me temente. O cerrado brasileiro possui uma infi-
acostumando com isso e persisti lapidando nidade de possibilidades mas já viajei a outros
a técnica pouco a pouco durante os últimos países somente para fotografar alguma espé-
15 anos, o que também contribuiu como um cie de árvore característica daquela região.
Os Cactos do deserto de Atacama e Bolívia e
exercício mental que ajudou muito a aprimo-
as Joshua Trees do leste da California são al-
rar minha fotografia diurna.
guns exemplos .
Tecnicamente a fotografia noturna é sempre um novo O digital é um outro capítulo da história.
desafio . No início, por volta de 1998 , não havia tantos Por volta de 2002 comecei a testar DSLRs em longas
recursos e nem tanta informação disponível sobre o exposições noturnas. A primeira experiência foi um
assunto. Testes e mais testes foram a única maneira de desastre. O excesso de ruído e uma invasão magen-
desenvolver e aprimorar o processo como um todo , ta devido ao Thermal Noise arruinaram a imagem e
desde a abordagem do assunto , a escolha das lentes pensei que havia danificado o sensor da antiga Canon
, o foco no escuro , o melhor filme , luzes contínuas D60 de 6 MP. Daí pra frente mesmo com novas câme-
ou flashes e etc. Isso me forçou a entender a fundo o ras como a Canon 10D e 20D , eu ainda continuava
processo e formou a base do meu conhecimento. Li- expondo com filme somente. Mesmo estas câmeras
dar com o erro de reciprocidade da película foi a parte produzindo ótimos resultados em outros campos da
mais difícil . Entender como a emulsão química res- fotografia , a longa exposição noturna era a última
ponde ao tempo é crucial para saber o momento exa- fronteira ainda não alcançada.
to de interromper uma exposição ou deixar rolar por
mais 10 ou 20 minutos. Meu filme de escolha foi ,e é A chegada do sensor full frame mudou tudo.
até hoje , o Fuji PROVIA 100F pela sua estabilidade de Com a Canon 5D comecei a obter resultados melhores
cor, grão finíssimo e boa resposta caso precise puxá-lo e as possibilidades de configuração do equipamento
na revelação. Toda aquela nostalgia analógica ainda abriram um novo leque de belíssimas capturas. O custo
não me deixou, muito pelo contrário, faço questão de de produção caíu drasticamente e isso é sempre bom.
me aprofundar e experimentar novas possibilidades.
Atualmente seleciono as noites mais propícias para Mas ganha-se de um lado e perde-se de outro. O ruído
fotografar com filme e uso uma Sinar 4x5 com lente térmico e o ruído de luminância são os grandes vilões
Schneider 150 mm e 76 mm Super Angulon. do processo ainda hoje. Saber lidar com eles é extre-
mamente necessário para se produzir um arquivo de
alta qualidade . Os softwares modernos estão cada vez
melhores mas uma captura bem feita é insubstituível.
H
á um aspecto universal que possivel- São 13,5 bilhões de anos em crescimento
mente torna algumas situações atra- constante, como ocorre em nosso cotidiano.
entes de forma unânime, independen- Os propósitos de nossa vida se resumem a
te da cultura onde está inserida. expandir conhecimento, territórios, pensa-
mentos e idéias inovadoras. Nosso próprio
A Quintessên-
Mas, antes de chegar lá, gostaria de trazer al- corpo se transforma neste sentido, o cresci-
cia da Estética guns contextos que, na minha visão, são rele- mento. Sempre que pensamos em evolução,
vantes e rodeiam este conceito de beleza uni- o que dá sentido à vida, pensamos em ex-
versal para uma melhor compreensão. pandir algo, imitando o comportamento das
galáxias que se distanciam uma das outras
Tenho pesquisado há algum tempo sobre os constantemente tornando possível a criação
processos da natureza, seu comportamento de novos aglomerados de estrelas, ou uma
e suas leis que norteiam nossa vida, desde a vegetação que se não for impedida pelo as-
história e a composição do Universo até a sua falto, se expande infinitamente.
influência nas atividades humanas.
É um assunto bastante complexo que envol- E também o movimento, que é relacionado
Beto Andrade ve diversas disciplinas como a física, biologia diretamente à expansão. Nada é inerte, es-
beto@originaldesign.com.br e até a espiritualidade, o que dificulta a com- tático, desde os elétrons até as estrelas mais
preensão dos já incógnitos conceitos que en- massivas e a própria Terra, que gira em tor-
volvem a nossa existência. no do Sol a uma velocidade de aproximada-
mente 200 mil km/h há mais de 4 bilhões de
Mas algumas coisas são mais perceptíveis anos. Tudo que não se movimenta atrofia,
sem precisar se tornar um especialista no as- a água atrai doenças e o objeto se decom-
sunto. Uma delas é o padrão da natureza em põe, um recado claro de que tudo precisa es-
diversos aspectos. tar em movimento incessante, em mutação,
em evolução. Isso me lembra a frase: “Se não
O antagonismo, ou a relação do positivo e ne- sabe para onde ir, ande para qualquer lado”.
gativo, por exemplo, é um padrão evidente e Ou seja, faça o que quiser, desde que não fi-
notório. Tudo que é influenciado pela ener- que estático.
gia possui uma força contrária à sua direção.
Como a gravidade que atrai e a matéria escura Algo também que é comum a todas as coisas
que supostamente provoca a expansão, como que fazem parte da natureza no mundo e no
as estrelas que irradiam energia ao espaço si- Universo são as medidas, a matemática.
deral por bilhões de anos e o buraco negro,
onde uma dissemina e o outro suga tudo o Ela faz parte da vida humana desde, pelo me-
que se aproxima dele, como os conflitos do nos, a época em que foi preciso contar os ali-
nosso dia-a-dia, como o quente e frio, o for- mentos abundantes no verão e escassos no
te e o fraco, os que desejam evoluir e os que inverno, para que fosse possível mensurar os
preferem que você não faça isso. Uma eterna estoques necessários, além da contagem de
dualidade, onde o “bem” e o “mal” são igual- itens para que as relações comerciais fossem
mente necessários para se gerar equilíbrio. viáveis em maior escala, além do momento
em que foi preciso medir o tempo entre ou-
O Universo, segundo a comunidade científi- tras circunstâncias.
ca, está em expansão desde o suposto “Big
Bang”, que deu origem a tudo. Este é um ou- O padrão de medidas também se observa na
tro padrão comum a todas as coisas: o movi- natureza, em relação às suas proporções. E
mento e a expansão. há, misteriosamente, uma proporção que é
comum universalmente.
“Tudo é número”, disse Pitágoras Figura 1
após descobrir que as proporções
do pentagrama estavam diretamen-
te relacionadas à Razão Áurea (fi-
gura 1), o motivando a utilizar esta
forma geométrica como símbolo da
Irmandade Pitagórica, um grupo de
estudiosos (“pitagóricos”) que de-
fendiam a idéia de que a natureza
segue padrões matemáticos.
No livro, em sua segunda edição, Fibonacci apresentou Nesta figura podemos notar ainda um outro padrão na-
uma solução para um problema que envolve o cresci-
tural, citado acima, que é a expansão contida na linha as-
mento de uma população hipotética de coelhos com
piral que tangencia os pontos de união dos retângulos, e
base em pressupostos idealizados, cujo objeto de estu-
se abre ou se fecha infinitamente.
do foi base para seu desenvolvimento.
#02
Figura 2
Ansel Adams
#02
Marcello Barbusci
Liz Krause
Berenice Kauffmann Abud
Sergio Cedraz
#02
Marcelo da Costa
Roberto de Andrade
Galáxias tipo espiral
Parthenon (réplica)
#02
Diz-se que gosto não se discute. No entanto não podemos também discutir a inerente e irrefutável atração que a
maioria das pessoas tem – ontem, hoje e sempre – pela estética apurada e pelas formas consideradas perfeitas que
herdamos da natureza, e que nos serve de inspiração.
Verdades absolutas não existem, mas a Razão Áurea se aproxima muito dela ao se manter soberana e incansavelmen-
te apreciada - de forma consciente ou inconsciente – desde que o mundo é mundo, mesmo em uma sociedade com
padroes estéticos em constante mudança.
#02
BWINCOLOR
shopping
nossas sugestões
H
all 9000, “Photoshops” e outras “inteli-
gências”.
D
ezoito anos de experiência como ci- O que te levou para a área de vídeos e poste-
negrafista e editor de filme e vídeo, riormente para foto?
há cinco anos também como diretor Na verdade foi o contrário. Ganhei mi-
de fotografia, há 11 anos como freelancer. nha 1ª câmera aos 12 anos, uma Fujica
cenas da vida Experiência anterior em sonoplastia, foto- V2 (vide foto álbum facebook). Depois
grafia still, produção de filmes institucionais, aos 16 uma Pentax SPII Spotmatic (foto
em um celular comerciais, produção musical e iluminação. no http://instagram.com/renato_paes .
Esse é Renato Paes, 44 anos, natural de São
Paulo/SP e apaixonado pelo que faz. Meu pai já era entusiasta, tinha câme-
ras, filmadora e projetor Super8, pro-
Nas próximas páginas coloco um pouco do jetor de slides e uma moviola em casa!
bate papo que tivemos onde pude conhecer Depois de trabalhar um tempo com o
um pouco mais desse ser humano que apro- Sergio Schvaicer no estudio way of li-
veita as poucas pausas de sua vida corrida ght, sai fazendo freela de fotógrafo e
para registrar a vida com belas imagens atra- comecei a trabalhar de assistente para
vés de seu celular . fotógrafos da Abril como Eduardo Si-
Marcelo Barbusci mões. Depois de uns 4 anos fotogran-
marcello@barbusci.com.br Renato, Qual a sua formação? do tive a oportunidade de trabalhar na
Apenas o 2º grau completo. Depois cur- Side by Side como assistente de produ-
sos... de sonoplastia com o técnico Ca- ção. Começaria ai meu casamento com
pivara na extinta escola Output em 89, o motion image.
Captação e edição de vídeo no SENAC
em 93 e Captação de som pra cinema Como você chegou as fotografias com celular?
na Quanta com Luis Adelmo. O resto Com as operadoras de telefonia tentando
aprendi na raça, trabalhando com ex- segurar a clientela, cada ano recebia um
celentes profissionais. aparelho mais moderno para que manti-
vesse o contrato anual com eles. Até que
um dia recebi um Sony Ericsson K550
Cyber-shot, com apenas 2 mp mas uma
ótica muito boa, opção de foto macro,
etc... E os resultados começaram a surgir.
No início até eu me impressionava com
a qualidade das fotos. Depois veio o
C902 com 5 mp mas uma lente pior, o
que pra mim se tornou um desafio. Fa-
zer fotos tão boas quanto as do anterior.
Com este último foram mais de 14000
cliques! Ele “morreu” no início deste
ano e agora estou usando um Xperia J
com uma câmera com menos da meta-
de dos recursos da geração Cyber-shot,
não fabricados mais pela Sony
Qual é o seu equipamento? É o seu celular do dia a dia ou
você tem um para fazer suas imagens?
Minha última câmera profissional ainda era de
rolo, uma SLR. Como parei de trabalhar como fo-
tógrafo e mudei de área nunca mais comprei um
equipamento profissional. Temos em casa uma Ni-
kon “point & shoot” que todos usam e eu sempre
com o celular a tira colo.
M
arketing pessoal, se essa é a forma Então vamos a seguinte pergunta: E você fo-
como você prefere chamar o assun- tógrafo, o que você vende? Esperamos since-
to do qual vamos falar nas próximas ramente que sua resposta não tenha sido fo-
linhas, não há qualquer problema, mas vamos tografia. Ufa, que susto!
pensar que Marketing tradicional, digital, pes-
eu sou
soal, são basicamente a mesma coisa. MARKE- O Fotógrafo não é um produto que possa
o produto TING! ser fabricado em série e menos ainda ser
acondicionado dentro de uma caixa, como
Quando falamos em marketing, logo associa- essas caixinhas de aparelhos de celular que
mos isso a grandes ações publicitárias, a in- quando você abre tem, o aparelho + a bate-
vestimentos altíssimos, a estratégias em que ria + o carregador, etc.
acreditamos ser incapazes de realizar, e por
esse motivo, muitas vezes torna-se difícil atin- Você é ÚNICO! E essa já é uma grande van-
gir o que queremos. tagem. Você está à frente de muitas outras
grandes empresas, porque só você tem o
Já que estamos aqui a falar em Marketing produto que vende!
Robson Martins direcionado ao Pessoal, vamos usar o termo
martinslux@bananafoto.com.br “EU” produto. Sim, nesse momento você é Continuando nessa linha de raciocínio, é mui-
apenas um produto! to simples nos dias de hoje você conseguir
se projetar de forma positiva, bastando criar
Se você é um produto, responda rápido: Você se uma estratégia!
compraria? Os benefícios e a qualidade do seu
produto em relação ao mercado em qual atua Fazer um planejamento estratégico de ma-
está dentro de qual avaliação, usando como pa- rketing é fácil, o difícil muitas vezes é dar
râmetros, ruim, bom ou ótimo? seguimento, pois vamos nos rendendo com
o passar do tempo e fugindo das regras que
Seja lá qual foi a sua resposta, você precisa me- nós mesmos criamos, mas lembre-se, você
lhorar, mesmo que sua resposta tenha sido “óti- precisa manter a ordem e seu planejamento
Kátia Martins mo”, você pode ser mais que isso e o seu cliente funcionando, essa é a melhor forma de man-
katiamartins@bananafoto.com.br
precisa acreditar nisso para comprar VOCÊ! ter o seu negócio com saúde, sem precisar
depois, ter que sair correndo para “comprar”
Vamos exemplificar aqui, que esse produto do alguns médicos por ai!
qual estamos falando tanto seja um FOTÓGRA-
FO! Não sei porque, mas adoramos esse produto Para quem está iniciando hoje, ou iniciou a
e queremos usá-lo como exemplo, lembrando pouco tempo, e está formando a sua estra-
que poderia ser um artista plástico, um médico, tégia, melhor já começar de maneira correta
um dentista, enfim. São profissionais que tem e seguir em frente!
como carro chefe o produto “EU”.
Vamos dividir as estratégias de modo que
Imagine uma situação na qual você chega a você possa fazer um planejamento de ma-
um consultório de um dentista e no balcão neira mais fácil, pensando numa melhor for-
da recepção você diz a recepcionista: “Boa ma de atingir o que melhor você pode den-
tarde, estou aqui para comprar um canal!” tro de cada um desses canais.
Ela certamente vai dizer: “Hã!?” – Esse produ-
to simplesmente não existe!
PLANEJAMENTO + MARKETING = RESULTADOS sempre com ética e bom senso, E NUNCA diga algo
O marketing é a forma que temos de conquistar e fide- que não pode cumprir. O que não pode cumprir,
lizar o nosso cliente! simplesmente não fale, mas se o seu cliente per-
guntar, diga que está procurando meios para poder
Todos os seus canais precisam ser cuidados e de certa oferecer tal benefício.
forma integrados para que os resultados apareçam.
INTERNET: redes sociais, e-mail, site, etc Entenda que seu cliente já fez milhares de pesqui-
A internet não é uma rede de computadores, mas sim sas antes de chegar até você, então, provavelmente
uma rede de pessoas! – Pensando dessa forma você se ele está perguntando é porque já viu em algum
lugar, esteja atento a esses sinais e sempre pronto
passa a agir de forma mais intuitiva.
para anotar tudo o que for perguntado, você cer-
tamente vai precisar dessas informações no futuro
Você precisa estar nessa rede, procurando criar uma
para novas estratégias. E saiba que, nos questiona-
comunidade e um contato efetivo com essa grande
mentos de seus clientes, estão as respostas que você
massa de pessoas que estão simplesmente a espera mesmo precisa para inovar e se manter à frente!
de seu produto.
CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS
Apresente o que tem de melhor e saiba como falar a Você deve sempre preferir oferecer benefícios. Muitas
mesma língua que seu cliente, assim ele terá afinidade vezes ofertas mirabolantes podem surtir efeitos con-
com você, mesmo antes de conhece-lo pessoalmente! trários e se você tem o melhor a oferecer, encontre
O site, o Blog, sua rede social, seu e-mail, devem pos- meios para mostrar isso.
suir informações claras de forma simples e correta,
isso demonstrará sua capacidade de organização. Mantenha o foco, afinal fotógrafo sem foco não dá!
Você já estudou, se especializou, criou sua lingua-
Essa questão é tão simples avaliar, se olharmos para gem fotográfica, desempenha de forma exemplar o
nós mesmos como consumidores. – Você prefere uma seu trabalho, tem total responsabilidade com tudo
empresa que lhe atende prontamente ou você tem a quanto se propõe a fazer, muitas vezes, após ter
vida toda para esperar uma resposta e uma atenção? cumprido as regras básicas que falamos nas etapas
anteriores, você recebe um cliente de indicação, que
Coloque-se sempre no lugar de seu cliente, porque no
vai indicar outro e mais outro (o boca a boca que
fundo ele não espera nada além do que você espera
funciona), enfim, você não precisa oferecer 50% de
de uma empresa quando a procura!
desconto em um serviço.
ATENDIMENTO: Telefone, pessoal, etc O produto “EU” tem seu valor e o cliente vai enten-
Um bom planejamento no atendimento ao cliente é der isso, porque na verdade ele não está só compran-
um dos pontos mais importantes. É a velha frase “a pri- do uma fotografia, afinal você não vende fotografia,
meira impressão é aquela que fica”. certo? O seu cliente está comprando uma caixa com
o produto “FOTÓGRAFO” e todos os seus acessórios,
Quando o telefone tocar, atenda, tire as dúvidas que onde ao abrir ele vai encontrar o olhar + a criativida-
puder naquele momento, e se não puder naquele ins- de + responsabilidade + conduta + profissionalismo
tante, informe em quanto tempo consegue retornar + respeito + pontualidade, e no final como brinde,
com a solução. Nunca diga a seu cliente, “me ligue ele vai receber um álbum com as fotos impressas, ou
daqui 5 minutos”, afinal, lembra que ele já te ligou e uma mídia com as fotografias bem feitas, bem sele-
quem não teve a resposta imediata foi você, então cionadas e bem cuidadas, e então isso valeu por cada
seja gentil e retorne o mais rápido que puder com to- centavo que ele pagou.
das as respostas que seu cliente precisa e merece ter!
No atendimento pessoal, atenção, você estará sendo Ah, e se você não tem esses argumentos, reveja os
seus conceitos! Não se vende qualquer produto
analisado o tempo todo, assim como um smartphone,
sem benefícios.
por exemplo, você deverá ser de última geração e ofe-
recer todas as modernidades que sua área já possui,
MIDIA IMPRESSA: revistas, folhetos, cartões de visita, etc
A internet hoje já é considerada a melhor forma de
expor o seu trabalho e a sua imagem, mas não dei-
xe de pensar numa estratégia para mídia impressa
direcionada a seu público e tenha em seu local de
atendimento todas as edições onde seu nome esti-
ver. Mas lembre-se, as mídias devem estar interliga-
das, no sentido visual, para que a fixação da marca
seja mais eficiente!
FEIRAS E EVENTOS:
As feiras direcionadas ao mercado fotográfico é o local
ideal para seu Network, necessário para sua projeção,
mas não se esqueça também dos eventos direciona-
dos ao seu público, aquele que utiliza dos seus servi-
ços. Se não puder ir para expor, participe como visi-
tante, mas esteja sempre atento!
SUA IMAGEM:
Lembre-se, você é um produto e sua embalagem, seu
comportamento e sua postura são fundamentais. O
produto “EU” vale o quanto oferece!
Simples, não é mesmo?
A
ntes de mais nada, é com imensa ale- Oras, mas se a foto já diz tudo o que quer por
gria e prazer que estreio aqui na B&W sua apresentação, por que oferecer mais dire-
in Color a convite do Marcello Barbus- cionamento à interpretação da imagem ? Este
ci, a quem admiro como fotógrafo e pela con- é um caso específico, que geralmente ocorre
dição similar com que entramos na fotografia, nas exposições e galerias, ou mesmo nos tra-
bem como a vivemos e entendemos. É a ele balhos autorais, onde o artista se importa mais
sem título quem dedico estas linhas, dividindo esta men- com a reação do observador ou com a questão
ção também à minha querida esposa, Débora da estética apresentada, nada além disso.
Francci Salomão, quem mais me incentivou a
me lançar na arte e no ofício da fotografia pro- Qualquer coisa que ele escreva sob a imagem
fissionalmente. Sou eternamente grato à essa pode eliminar totalmente a cognição do ob-
grande pequena mulher... servador, tolhendo suas impressões mais pri-
mitivas e pessoais sobre o assunto apresenta-
...também agradeço aos demais colegas e fo- do. E como sabemos, arte é algo que permite
tógrafos que citaremos logo mais, que sempre interpretação, quando não, é desejado pelo
foram inspiradores de meu trabalho. Muito artista saber como é que reagimos à ela, como
Simão Salomão obrigado por suas belíssimas contribuições ! a vemos e a sentimos.
simaosalomao@terra.com.br Em segundo lugar, nada mais irônico que ini-
ciar uma primeira matéria com o título acima. Ainda dentro do escopo da fotografia autoral,
uma série de um mesmo trabalho geralmente
É claro que é uma provocação, mas vamos à recebe um nome definindo a temática / su-
dissertação: Todos nós temos nome. Ele é prá- gestão abordada, o que dispensa os diversos
tico, e nos define em alguns aspectos. Inicial- títulos de cada uma delas, pois já alinha o sig-
mente, as pessoas ganhavam nome em fun- nificado de todas as imagens com a afirmação
ção de sua ocupação, parentesco e orígens. ou o questionamento do fotógrafo com o tra-
Na fotografia, o nome da foto é o título, balho proposto.
quando não, uma informação à respeito da-
quilo que vemos. Série: “Da Rua”, do artista e fotógrafo Ricardo
Aprigio Fonseca
No entanto, assim como um nome próprio, o
título ou qualquer outra coisa que venha es-
crito sob uma imagem, automaticamente, dá
a ela sentidos mais direcionados à determi-
nadas interpretações, eliminando a subjetivi-
dade, e por isso pode ser ou não interessante
escrevermos algo ali em baixo.
Maureen Bisiliat
“O vaqueiro criou-se em uma intermitência, raro perturbada, de horas felizes e horas cruéis, de abastança
e de misérias – tendo sobre a cabeça, como ameaça perene, o Sol, arrastando de envolta no volver das es-
tações, períodos sucessivos de devastações e desgraças. Atravessou a mocidade numa intercadência de ca-
tástrofes. Fez-se homem, quase sem ter sido criança. Salteou-o, logo, intercalando-lhe agruras nas horas
festivas da infância, o espantalho das secas no sertão. Cedo encarou a existência pela sua face tormentosa.
É um condenado à vida.”
“Nesse tempo meu pai e minha mãe estavam caracterizados: um homem sério, de testa larga, uma das mais
belas testas que já vi, dentes fortes, queixo rijo, fala tremenda; uma senhora enfezada, agressiva, ranzinza,
sempre a mexer-se, bossas na cabeça mas protegida por um cabelinho ralo, boca má, olhos maus que em
momentos de cólera se inflamavam com um brilho de loucura. Esses dois entes difíceis ajustavam-se.”
Maureen ainda mergulhou na poesia de Carlos Neste contexto, a razão sucumbe ao sentimento. An-
Drummond de Andrade e de Adélia Prado, e este lu- sel Adams, outro excelente fotógrafo americano, co-
gar onde poesia e fotografia se encontram tem me mentou que “não fazemos uma foto apenas com uma
agradado muito. Esta atitude, juntamente com a po- câmera, ao ato de fotografar trazemos todos os livros
ética com a qual alguns fotógrafos que conheço se que lemos, os filmes que vimos, a música que ouvimos,
utilizam para complementar suas imagens e vice-e- as pessoas que amamos” ... .
-versa, me despertou para esta prática nos últimos ..já pudemos notar a influência e o peso desta afir-
anos. A idéia é tentar traduzir em palavras o senti-
mação em tópicos anteriores aqui discutidos, mas eu
mento do momento em que a fotografia foi gerada,
complementaria isso tudo com o fato de que tam-
ou tentar documentar este sentimento por meio do
bém estão imbuídos no ato de fotografar nossos me-
instante decisivo. Quando não, narrar de forma sim-
plista, realçada, intimista, emocionada, terna, crítica dos, receios, vicissitudes, infelicidades e feiuras, tudo
ou mesmo engraçada uma situação que a imagem aquilo que o ser humano é capaz de fazer, mas nem
traz mais latente. sempre é honesto de se apresentar como autor.
#02
Na mão do dito popular uma imagem vale mais do- - Fotos e hai-kais são ícones: ícones são coisas, coisas
que mil palavras, traduzir um fotopoema não é tarefa não têm tradução. Um icone só pode ser adequada-
fácil. Porém, existem alguns melhores dotados da es- mente comentado por um outro ícone: é o que faz a
crita para resolver essa situação. história da arte, o jogo vital das influencias, citações,
cópias, paródias, pastiches.
O grande poeta Paulo Leminski comparou o ato de
fotografar ao de escrever um hai-kai. Esta forma de
poesia tem mesmo tanta afinidade com nossa forma - O ícone é o signo produtor de significados. Ele é ati-
de registrar o mundo que não só recomendo ler os vo, radioativo, sujeito, não objeto. Por isso podemos le-
poemas compactos de Matsuo Basho à Leminski, mas var mil horas falando sobre uma foto sem esgotar suas
de fazer as leituras dos mesmos através de imagens. possibilidades de significar que, afinal, dependem tam-
Segundo o próprio escritor e poeta curitibano, as bém, e sobretudo, da consciência quem lê ou vê.”
técnicas se tangem em pontos muito óbvios, como:
- “O verdadeiro hai-kai é aquele que desponta de sú-
Aqui, um exemplo de um destes exercícios que reali-
bito, inteiro, íntegro, sólido objeto do mundo, num
zei numa das oficinas do Sesc Pompéia:
momento decisivo que não depende da vontade, do
arbítrio do poeta. Como o ato de bater uma foto.
Egoísmos
Atenção!
Minha cidade
A invenção da roda
A invenção da roda,
um momento bem sacado
que deu início ao movimento
e ninguém mais ficou parado...
Boa “miragem”...!
#02
O tema era livre: então, uma foto da Liberdade Dark monster over blue
V
ou começar este artigo com as pala-
vras de Darin Pepple, gerente senior Além disso, sua empunhadura traz grande se-
de produtos da Panasonic dos EUA, no gurança quando o objetivo são as fotos de rápi-
lançamento do equipamento, em novembro da focagem.
de 2011.
E por falar em focagem, todas as câmaras LU-
“Nossa empresa espera que a Lumix GX1 agra- MIX G utilizam o sistema de focagem por con-
de muito aos fotógrafos amadores avançados traste, o qual controla a focagem mediante o
que aguardavam uma atualização do mode- sensor de imagem, o que não deixa ocorrer os
lo GF1, mantendo um tamanho compacto e erros mecânicos e, assim, consegue-se uma
Rinaldo Lima qualidade de foto e vídeo. A Lumix GX1 é uma focagem precisa.
rinaldo@moviola.com.br
câmera digital extremamente flexível e capaz
com um autofoco rápido e ótima qualidade de A DMC-GX1 conta com o nível de Light Speed
imagem. Possui flash embutido e uma sapata AF de aproximadamente 0,09 segundos, redu-
permitindo acessórios como visor ótico exter- zindo o tempo para fazer a focagem ao duplicar
no, o que a torna um poderoso sistema de câ- a velocidade de transmissão de 60 fps a 120 fps.
mera compacta para ser a escolha de nossos Como novidade, foi adicionado o modo AFF (AF
consumidores”. Flexível) que bloqueia a focagem quando o bo-
tão de disparo está meio pressionado; porém, se
Apesar de preferir usar minhas câmeras com o objeto se mover, o foco trabalha para obter os
lente fixa, concordo com as colocações de melhores resultados.
Darin. Realmente a Lumix GX1 tem grandes
vantagens em seu uso além da tecnologia Combinado com o controle Touch AF (AF Táctil),
aplicada no seu sensor Micro Quatro Terços focar o objeto é incrivelmente simples e rápido,
que será comentado no decorrer deste arti- sem nunca perder o momento único para fazer a
go pelo amigo e especialista Rinaldo Lima. foto. Para aqueles que não gostam de trabalhar
a focagem manual é uma função sensacional.
Fiz uma saída fotográfica para colocar em
prática as linhas que li em seu completo ma-
nual. Sendo sincero, prefiro aprender na prá-
Aproveitando as vantagens do sistema de
focagem de contraste, com a DMC-GX1 é
possível focar qualquer ponto do campo de
visão. O sistema de controle tátil permite ao
usuário focar imediatamente o objeto sim-
plesmente tocando no ecrã panorámico.
Dicas de sites:
www.43rumors.com
www.discovermirrorless.com
Um aspecto que ainda precisa evoluir, entretanto, é www.four-thirds.org
o auto-foco para rastreio de objetos em movimento, www.mu-43.com
uma vez que o sistema utiliza o método de detec-
ção de foco por contraste (CDAF) conhecidamente
menos eficaz que o tradicional método de detecção
por fase (PDAF) para objetos em movimento. Mas a
Olympus já trabalha num sistema que contará com
detecção por fase.
©Marcello Barbusci
suas curvas com um ar retrô que envolvem
um dispositivo avançado que mesmo ofere-
cendo todos os recursos, não tira o prazer e a
autonomia para produzir belas imagens.
Instagram e primos mais ou menos afastados existem, use-os em seu proveito. Associe-os à técnica descrita no
ponto anterior e surpreenda-se com os resultados.
Até a próxima
Por agora é tudo. São onze dicas que pode e deve colocar ao seu serviço. Muitas outras existirão, naturalmente!
Tenho a certeza que já tomou contacto com muito do acima descrito mas nem que apenas uma linha tenha servido
para melhorar a sua presença na rede, já valeu a pena tê-lo escrito.
No próximo número, se entretanto não for despedido, discutiremos design de websites para fotógrafos e o traba-
lho que deverá ter na otimização para motores de pesquisa (SEO) no seu site.
Bom trabalho!
#02
BWINcolor
agenda exposições, eventos, worshops, cursos...
SÃO PAULO | SP
Florian Raiss, Gabriel Wickbold e Gal Oppido
Mostra de acervo
Corpo nu
RIO DE JANEIRO | RJ
Exposição Haruo Ohara – Fotografias
SÃO PAULO | SP
Ralph Gibson & Larry Clark - Amizade, fotos e filmes.
SENAC SP
Curso: Fotojornalismo Digital
Carga horária: 60 h
Data: 06/08/2013 até 24/09/2013
Valor: R$ 1.151,00 em até 5x
www.sp.senac.br
Marcello Barbusci E para falar sobre essa novidade conversei Os profissionais que se destacam neste seg-
marcello@barbusci.com.br com Rafael Jacinto, fotógrafo e diretor de cena mento acabam se transferindo ou mesmo
do coletivo Cia de Foto e da Paranoid Foto. sequestrados para outros países. Como se-
gurar essa mão de obra seleta?
Quando e como surgiu a ideia da Paranoid Foto? Sequestrados é um termo que nunca tinha
A ideia surgiu há mais ou menos um ano. ouvido! Mas faz sentido. Acho que isso
Em conversas sistemáticas em como oti- acontece em todos os lugares. Importamos
mizar, melhorar o serviço e atender uma muita gente também. Quando você vai tra-
demanda que está cada vez mais mistu- balhar em outros países é possível notar
rada (foto e filme), nós da Cia de Foto, que essa “migração” profissional é muito
Paulo Vainer, e os sócios da Paranoid presente, e em todos os lugares. Isso enri-
chegamos a esse formato que implemen- quece o profissional. A vivência, repertó-
tamos agora. rio, conhecimento de outras formas de tra-
balhar, lidar com prazos diferentes, entre
Com a Paranoid Foto, vocês trazem para
outras coisas, são muito positivas. Arrisco
dentro de casa a fotografia para se unir a fil-
dizer que o Brasil vai ser foco de muitos
magem também. Com a chegada das DSLRs,
que produzem filmes full frame, como você
profissionais nos próximos anos e esse in-
vê os fotógrafos que passam a unir a filma- tercâmbio vai ser maior. Para segurar a
gem ao trabalho de fotos que já faziam? mão-de-obra a oferta tem que ser boa.
A entrada das DSLRs realmente mistu-
rou essas linguagens, mas nós e o Paulo, Com essa proliferação de profissionais se for-
por exemplo, já produzíamos imagens em mando diariamente como você vê o seu merca-
movimento há anos. As novas câmeras do daqui 5 anos?
concentram em um único equipamento A Cia de Foto tem, como coletivo, 10 anos
essas duas possibilidades, facilitando a de carreira profissional. Nós, individual-
produção. Mas o mais importante aqui é mente temos mais. As fases oscilam. É a na-
dizer que um fotógrafo preparado, tanto tureza de nosso trabalho. Acho que soube-
tecnicamente, como conceitualmente, é, mos nos adaptar até agora, diversificando
por natureza, um diretor de cena e, em a atuação, repensando o processo como um
muitos casos, de fotografia. A preparação todo. Hoje somos fotógrafos publicitários,
e o entendimento de todo o processo é o diretos de filmes, fazemos editoriais, damos
mais importante nesses casos. aula e somos representados por uma gale-
ria de arte. Já é bastante coisa e tenho certeza que Sobre Cia de Foto
estou esquecendo outras... Talvez isso tenha nos Cia de Foto é um coletivo de fotografia com sede em
ajudado, mas acho que, lá no fundo, temos que fa- São Paulo, fundada em 2003. Formado pelos fotógra-
zer o que nos satisfaz. O resto vai se adaptando. fos e diretores Rafael Jacinto, João Kehl e Pio Figueiroa,
o coletivo desenvolve trabalhos em várias direções
A Paranoid tem uma atuação muito forte no segmento (fotografia publicitária still, direção de filmes, edito-
publicitário e agora com a Paranoid Foto isso vai ficar ain- riais, palestras e exposições), aproximando linguagens
da mais forte. Temos mais surpresas por vir? e, assim, questionando o espaço das imagens e seu
entendimento.
Ainda é cedo pra dizer. Estamos conversando com
muitos fotógrafos, com criativos, fornecedores, O estúdio Cia de Foto colabora na organização de
publicitários e clientes. Queremos montar um time seminários, publicações e festivais sobre fotografia
muito bom mesmo. Assim como a produtora tem como, por exemplo, a cocuradoria da exposição “His-
com os diretores de cena. Queremos contar tanto tórias de Mapas, Piratas e Tesouros”, no Instituto Itaú
com profissionais já fortes e conceituados no mer- Cultural (São Paulo, 2010). Entre as participações em
cado, como apresentar pessoas mais novas. Dessa exposições coletivas, destacam-se “Chuva” (E:CO, Wa-
forma, o resto só irá melhorar: qualidade, proces- shington, EUA, 2011), “Carnaval” (Photoquai 2011, Pa-
ris), “Guerra”( Geração 00, Sesc Belenzinho, São Paulo,
so, entre outras coisas.
2011), e “Agora” (Museu Berardo, Lisboa).
E
u sou paulistano da gema, como se diz por aí. Eu estava andando de manhã, na avenida Re-
Nasci e vivi a maior parte da minha vida bouças, já perto da Marginal Pinheiros e achei
nesta cidade, e, mesmo ausente por al- um bem-te-vi morto, estirado no chão.
guns períodos, sempre tinha contato com Comovi-me, confesso, mas logo após essa
meus amigos e, via TV ou internet, sempre
breve comoção, o lado analítico começou a
crônica soube o que se passava por aqui.
atuar. Movi o pássaro com meu pé para ver se
Bem-te-vis achava alguma marca, mordida de gato, da-
Morei alguns anos em Nova York – que eu sem-
pre considerei uma São Paulo que deu certo, nos na plumagem... Nada!
em razão de sua segurança e transporte públi- Aliás, as penas estavam bonitas, o que indi-
co – mas nunca deixei de considerar a nossa ci- cava que o animal havia morrido há pouco, e
dade como uma das melhores do mundo. que era (ou parecia) saudável.
Fui criado no bairro familiar do Cambuci, e mi- Lembrei-me que, quando criança, ouvia meu
nha casa tinha um imenso quintal com árvo-
bisavô dizer que os bem-te-vis cantavam an-
res frutíferas, como amoreira, goiabeira, etc,
e por isso, era fácil observar os pássaros que tes da chuva, e que os pássaros moravam em
ali se achegavam. Eram corriqueiras curruíras, árvores e que gostavam de ar puro. E lembrei-
Zeca Salgueiro periquitos barulhentos e até raras saíras-de- -me que no dia que eu achei esse bem-te-vi,
zecasalgueiro@gmail.com -sete-cores. Eu gostava de deixar vasos com São Paulo estava passando por um período de
o fundo quebrado presos aos muros para fa- estiagem que já durava semanas. A poluição
cilitar a construção de ninhos, ou água com e a secura do ar atingiam níveis alarmantes,
açúcar para os beijaflores. e não havia a menor expectativa de chuva; o
trânsito também não era dos melhores – en-
O tempo passou e eu continuei a observar os
pássaros e a vida em geral, uma vez que, devi- garrafamentos e barulho por toda parte.
do ao meu trabalho, ando muito pela cidade,
em seus parques, ruas e avenidas. E foi num Então, minha dedução foi a seguinte:
desses dias que eu vi o seguinte: Pássaros gostam de ar puro. Não tinha.
Eles moram em árvores.
Já vou avisando que algumas pessoas podem Tinha, mas com muito barulho.
achar que é uma tragédia, ou que eu sou frio, Bem-te-vis cantam antes da chuva. Nem sinal dela.
insensível, sei lá... Ou seja, morreu de desgosto.
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edição #03
setembro | 2013
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FOTO CAPA
Marcello Barbusci
Entrevista com
LIZ KRAUSE | Especialista em fotos artísticas
Formada em Química Superior pelo Mackenzie, mãe de dois filhos casados.
Dedicando-se à fotografia desde 2001, trabalha junto a arquitetos, com foco em deco-
ração de interiores, principalmente com temas urbanos, arquitetura e abstratos.
bi.agency