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A Igreja não faz santos,

apenas os reconhece
Por A Catequista em 30/04/2014
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Nos últimos dias, muito se tem falado da elevação dos Papas João XXIII e João Paulo II
aos altares. Mas, afinal, o que é uma canonização? Quais os critérios que a Igreja utiliza
para declarar que uma pessoa é santa? É o que explicaremos neste post.

No livro do Apocalipse está escrito que uma multidão incontável de almas será redimida no
Juízo Final (Apo 7,2). Toda pessoa que está no Céu é santa e, assim, há muitos
santos anônimos. Porém, entre essas almas que alcançaram a glória, há aqueles que
praticaram as virtudes cristãs de forma heroica, e por isso, durante sua vida e após a
morte, são aclamados como santos pelo povo. Esses são fortes candidatos a serem
canonizados pela Igreja, ou seja, inscritos no cânon, a lista de santos reconhecidos.

A canonização é o reconhecimento oficial da Igreja de que um determinado


cristão está na glória dos Céus. Assim, é elevado à honra dos altares e poderá servir de
exemplo para todos os fiéis. A vida do santo não é isenta de pecados (vide na Bíblia as
falhas de Moisés, de São Pedro, de São Tomé etc.), porém, a sua amizade com Deus é tão
profunda que se torna evidente para muitos.

“Virtude heroica não quer dizer que o santo seja uma espécie de ‘atleta’ da santidade, que
consegue fazer coisas que pessoas normais não conseguiriam fazer. Quer dizer, em vez
disso, que na vida de um homem se revela a presença de Deus, e se torna mais patente
tudo aquilo que o homem não é capaz de fazer por si mesmo (…). Virtude heroica não
significa propriamente que alguém faz coisas grandes por suas forças pessoais, mas que na
sua vida aparecem realidades que não foi ele quem fez, porque ele só esteve disponível
para deixar que Deus atuasse.”

- Cardeal Ratzinger. “L’Osservatore Romano” (06/10/2002)


Quando uma pessoa santa falece com fama de santidade entre uma parcela considerável
de fiéis, esses podem solicitar que a Igreja canonize o falecido. Na Igreja primitiva, para
que uma pessoa falecida fosse reconhecida como santa, bastava que o povo católico o
aclamasse santo, contando com o apoio do bispo. E, pela Tradição oral, a crença na
santidade daquela pessoa ia passando de geração em geração.

Com o imenso crescimento do número de fiéis, a Igreja viu a necessidade de estabelecer


um processo formal antes de permitir que uma pessoa fosse cultuada como santa pelos
católicos de todo o mundo. No andamento da causa de canonização, a vida do candidato a
santo é cuidadosamente investigada. Muito resumidamente, esse é o fluxo do processo:
Beato é aquele que é bem-aventurado, ou seja, que alcançou uma boa ventura; em outras
palavras, é alguém que se deu bem. Para a beatificação, que não possui caráter de
infalibilidade, a Igreja exige que se comprove que uma pessoa recebeu uma cura milagrosa
depois de pedir a intercessão do Venerável. Tal cura deve, necessariamente, ter sido
analisada por médicos e cientistas (inclusive ateus e membros de outras crenças), sendo
considerada como inexplicável à luz da Ciência. Os fiéis da igreja local poderão, a partir de
então, prestar homenagens públicas (culto) ao beato.

Já para a canonização, que é infalível e definitiva, é preciso que um segundo milagre seja
comprovado. Os católicos de todo o mundo serão autorizados, daí em diante, a prestar
homenagens públicas (culto) ao santo.

Em alguns casos raros, o Papa pode decidir dispensar a comprovação dos milagres para
decretar a beatificação e a canonização de uma pessoa. Esse foi o caso de São José de
Anchieta, que foi canonizado com base na sua fama de santidade e nos relatos históricos
de suas virtudes e milagres realizados em vida.

Para saber mais, leia “Onde se Onde se encontra a canonização dos santos na Bíblia?”, do
site Veritatis Splendor. E para conhecer em detalhes o processo de canonização, acesse a
instrução Sanctorum Mater.

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