TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2016.0000718088

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração

nº 1008627-60.2013.8.26.0053/50000, da Comarca de São Paulo, em que são
embargantes MERCEDES SOARES BIRELLI e MIEKO FUJII, é embargado
FAZENDA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

ACORDAM, em 10ª Câmara de Direito Público do Tribunal de

Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Rejeitaram os embargos. V. U.",
de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores

PAULO GALIZIA (Presidente sem voto), TORRES DE CARVALHO E TERESA
RAMOS MARQUES.

São Paulo, 26 de setembro de 2016.

ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ

RELATOR
Assinatura Eletrônica
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Embargos de Declaração nº 1008627-60.2013.8.26.0053/50000

Embargtes: Mercedes Soares Birelli e Mieko Fujii
Embargado: Fazenda Pública do Estado de São Paulo
Comarca: São Paulo
Voto nº 9111/16

VOTO N. 9111/16

Ação de cobrança. Fator de correção monetária FAM.

Atualização conforme Tabela Prática do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo a partir dos
vencimentos. Juros de mora incidentes a partir da
citação, com observação. Ação parcialmente
procedente. Recursos, oficial e voluntário, providos em
parte. Embargos de declaração rejeitados.

V I S T O S.

Em relação a acórdão que deu parcial provimento

aos recursos interpostos contra sentença que julgara procedente ação de
cobrança movida por servidores públicos estaduais para condenar a requerida ao
pagamento dos valores apontados, com correção monetária desde a data da
elaboração das certidões e juros de mora a partir da citação parcialmente (p.
213/216), opuseram os autores embargos de declaração alegando contradição por
não ter a turma julgadora decidido à luz do entendimento jurisprudencial; insistiram
que os juros constantes da certidão não devem ser excluídos por tratarem-se de
valores já reconhecidos pela Administração.
É o relatório.
Não há nulidade, erro, omissão, obscuridade,
dúvida ou contradição a reconhecer. Os embargos têm notório caráter infringente
e buscam apenas modificar o julgado que não correspondeu à pretensão dos
embargantes.
Ademais, o acórdão foi claro ao dispor que, no
tocante à incidência de juros de mora sobre o valor principal, o valor constante na
certidão não corresponde ao quantum debeatur já que a referida certidão do DEPE
não é título executivo extrajudicial, apenas reconhece a existência de crédito em
favor do servidor e anuncia para o futuro o pagamento, como afirmado acima; este
crédito deve ser apurado em liquidação de sentença, pois, como foi dito, os juros

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de mora são devidos apenas a partir da citação, e não como constou da certidão,
desde o surgimento do crédito.

Esclareceu que as diferenças não pagas, atinentes

à correção monetária decorrente do retardo no pagamento de vencimentos,
deverão ser recalculadas, aplicando-se a tabela prática do Tribunal de Justiça,
haja vista que no valor constante da certidão expedida pelo DEPE estão incluídos
juros indevidos.
Asseverou, ainda, que os juros moratórios deverão
ser calculados a partir da citação, conforme artigo 1º-F acrescentado à Lei n.
9.494/97 pela MP n. 2180-35 e alterado pelo artigo 5º da Lei 11960/09. Não se
aplica no cálculo da correção monetária a Lei n. 11.960, à vista do decidido pelo
STF na ADIN 4357/DF.
Ao Tribunal toca decidir a matéria impugnada e
devolvida. A função teleológica da decisão judicial é a de compor, precipuamente,
litígios. Não é peça acadêmica ou doutrinária, tampouco se destina a responder
argumentos, à guisa de quesitos, como se laudo pericial fora. Contenta-se o
sistema com a solução da controvérsia, observada a “res in iudicium deducta”, o
que se deu no caso em exame” (EDcl no AgRg no Agravo de Instrumento n.
442.193-SP, STJ, rel. Min. Franciulli Netto, 19.08.04. v. RT 841/213-217, STJ,
AgRg no REsp 462.431-RN, 16.08.05, rel. Min. Denise Arruda).
Ante o exposto, rejeitam-se os embargos de
declaração.

ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ

RELATOR

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