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LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS

Previsão legal:
Lei 9.613/98 alterada pela Lei 12.683/12

Conceito:
É o ato ou a sequência de atos praticados para encobrir a natureza ou localização ou
propriedade de bens, direitos ou valores de origem delituosa, com o objetivo de
reintroduzi-los à economia formal com aparência lícita.

Histórico do crime de lavagem de capitais:


Convenção das Nações Unidas Contra o Tráfico de Drogas de 1988, celebrada em Viena,
na Áustria.
A época os Estados signatários entenderam que seria impossível o combate do tráfico de
drogas, sem a repressão da movimentação financeira das organizações criminosas, ou
seja, a criminalização da lavagem de capitais.
Assim, observa-se que o crime de lavagem de capitais é um crime relativamente novo.
Essa Convenção das Nações Unidas Contra o Tráfico de Drogas foi ratificada pelo Brasil
através do Decreto 154/91, na qual o Brasil assumiu o compromisso de criminalizar a
lavagem de capitais.
Contudo, a lavagem de capitais somente foi criminalizada do país com a Lei 9.613/98, que
posteriormente, foi alterada pela Lei 12.683/12.

Principais Alterações dadas pela Lei 12.683/12:


1-) A extinção do rol taxativo de infrações antecedentes.
Na redação original da Lei 9.613/98, a lavagem capitais exigia crimes antecedentes
(tráfico de drogas, terrorismo e seu financiamento, contrabando ou tráfico de armas e
munições, extorsão mediante sequestro, crimes contra a administração pública, contra o
sistema financeiro, crime praticado por organização criminosa, crime praticado por
particular contra administração pública estrangeira.
A Lei 12.683/12, extinguiu esse rol taxativo, e atualmente qualquer crime pode configurar
como infração antecedentes ao crime de lavagem de capitais.

Nova redação artigo 1º da Lei 12.683/12 – Ocultar ou dissimular a natureza, origem,


localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores
provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.

Ou seja, o rol taxativo foi substituído pela expressão “infração penal”, que abrange crimes
+ contravenções penais.
E isso foi proposital, incluir as contravenções penais, para também incluir o “jogo do
bicho”.
Muitos criticam a amplitude dada pela expressão “infração penal” pois um crime
antecedente com uma pena máxima pequena, poderá ser antecedente do crime de
lavagem de capitais, cuja pena é grande, e assim gerando um desequilíbrio.
Outro argumento dessa crítica é que na Europa o crime antecedente pode ser qualquer
infração penal considerada GRAVE. E somente será considerado como crime grave
aqueles com previsão de pena mínima a partir de 4 anos de detenção e daí caracterizar
lavagem.
Então, diversamente, no Brasil poderá ser considerado crime antecedente qualquer tipo
de infração penal.
** ATENÇÃO !! Muitos entendem que essa infração penal antecedente dever ser uma
INFRAÇÃO PENAL “PRODUTORA” = ou seja, deve ter capacidade de produzir bens,
direitos ou valores, que podem ser objeto de lavagem (ex. Concussão, peculato ...).
Por isso a prevaricação (satisfazer sentimento ou interesse pessoal) – não pode ser
antecedente de crime de lavagem de capitais, porque não é infração penal produtora.
2-) Aprimoramento das medidas assecuratórias.
O GAFI – Grupo de Atuação Financeira Internacional, foi criado em 1989 pelos países
membros do G7, com o objetivo de desenvolver propostas de combate à lavagem de
capitais.
Em um relatório apresentado por esse grupo em 2011 apontou a ineficácia das medidas
assecuratórias no ordenamento brasileiro.
Medidas assecuratórias são medidas cautelares de natureza urgente que tem o objetivo
de preservar o patrimônio do acusado, seja para eventual confisco, seja para fins de
assegurar a reparação do dano causado pelo delito. Por exemplo: sequestro, arresto,
apreensão, inscrição da hipoteca legal em registro – essas medidas têm pouca eficácia.
A Lei 12.683/12, tenta então dar mais eficácia e aprimorar as medidas assecuratórias.

Prova disso foi que essa lei foi responsável pela instituição da ALIENAÇÃO
ANTECIPADA:
Lei 9613/98
Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação
do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendo
indícios suficientes de infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens,
direitos ou valores do investigado ou acusado, ou existentes em nome de interpostas
pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou
das infrações penais antecedentes.
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

A ideia dessas medidas assecuratórias é muito simples: de nada adianta prender uma
pessoa acusada de crime de lavagem de capitais, se não decretar medidas
assecuratórias para resguardar esse patrimônio, seja para eventual confisco, seja para
fins de assegurar a reparação do dano causado pelo delito.

§ 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do valor dos bens sempre


que estiverem sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação, ou quando
houver dificuldade para sua manutenção.
(Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

Ou seja, após apreensão do bem, e determinação de sua custódia (ex. Ferrari, porsche
no estacionamento da del. Pol., em 2 anos poderá estragar e não valer mais nada), então
se determina a alienação antecipada, como foi do traficante colombiano Abadia.

3-) Ampliação das pessoas físicas/juridicas, responsáveis pela comunicação de


operações suspeitas (Lei 9613/98)
Art. 9o Sujeitam-se às obrigações referidas nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e
jurídicas que tenham, em caráter permanente ou eventual, como atividade principal ou
acessória, cumulativamente ou não: (Redação dada pela Lei nº 12.683, de
2012)

I - a captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, em moeda


nacional ou estrangeira;

II – a compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo financeiro ou instrumento


cambial;
III - a custódia, emissão, distribuição, liqüidação, negociação, intermediação ou
administração de títulos ou valores mobiliários.

Aqui existe a figura dos GATEKEEPERS, que são “controladores do portão”, são agentes
terceirizados responsáveis por desenvolver e efetuar métodos de lavagem de dinheiro.

4. DIREITO INTERTEMPORAL

A Lei de Lavagem é a Lei 9.613/98 que foi alterada pela Lei 12.6813/12 (vigência em
10/07/2012).

Por causa dessas mudanças como fica a aplicação da lei ?

Antes devemos entender a temporaneidade e aplicação da norma de direito processual


penal:

NORMA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL


1) NORMA GENUINAMENTE PROCESSUAL 2) NORMA PROCESSUAL MISTA
É aquela norma que cuida de procedimento, É aquela norma processual que tem a capacidade
técnicas do processo, atos processuais e de interferir no direito de liberdade do agente.
recursos. (ius libertatis)
Critério do direito intertemporal = aplicação Critério do direito intertemporal = aplicação de
imediata. norma penal.
Princípio da Aplicação Imediata, previsto no Princípio da Irretroatividade da Norma mais
CPP, artigo 2º: “A lei processual penal aplicar- grave.
se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos +
atos realizados sob a vigência da lei anterior.” Princípio da Ultratividade da Norma mais
tempus regit actum benéfica. (mesmo que seja revogada, continua
tendo o condão de reger atos praticado sob a sua
vigência)
ex. CPP, artigo 366: “Se o acusado, citado por
edital, não comparecer, nem constituir
advogado, ficarão suspensos o processo e o
curso do prazo prescricional, podendo o juiz
determinar a produção antecipada das provas
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar
prisão preventiva, nos termos do disposto no art.
312.”
Esse artigo combina 2 suspensões: a suspensão
processual (é prejudicial ao agente e não poderá
retroagir – aplicação só após a vigência) e a
suspensão da prescrição (é norma que
repercutirá na liberdade do agente).

4.2. NORMA DE DIREITO PENAL


norma penal + gravosa não pode retroagir
norma penal + benéfica tem caráter retroativo
ex. Lavagem de Capitais e contravenção penal de jogo do bicho, praticada antes da
vigência da Lei 12.683/12.
Depósito de $$ em 2011 (advindo da contravenção do jogo do bicho) – há época não
houve crime de lavagem de capitais, porque não era infração antecedente.

Se caso esse depósito de 2011 permanecer até hoje 2017, (obviamente, se ele praticar
jogo do bicho – responderá por lavagem de capitais porque após a Lei 12.683/12, jogo do
bicho é crime antecedente).
No presente caso ele praticou a contravenção do Jogo do Bicho em 2010, depositou o
dinheiro em 2011 no exterior onde o mantém até o presente momento (ou seja, após a Lei
12.683/12), não praticou mais a contravenção do Jogo do Bicho.

Pergunta-se: responderá ou não pelo crime de lavagem de capitais ?


Há 2 correntes, que são fundadas na natureza jurídica do crime de lavagem de capitais
(que tipo de crime que é)?

1ª Corrente = CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES


O crime de lavagem de capitais se consuma com o ato de ocultar ou dissimular e a
manutenção do bem oculto ou simulado, ela deve ser compreendida como mero
desdobramento desse ato inicial.
(consuma o crime quando o esconde)
para o exemplo do jogo do bicho ocorrido em 2011, o crime teria se consumado no ano de
2011, e se não era crime antecedente, então não houve crime.

2ª Corrente = CRIME PERMANENTE (a consumação se prolonga no tempo + durante


esse período o agente continua detendo certo domínio sobre o fato delituoso, fazendo
cessar a conduta delituosa. ex. Extorsão sequestro)
para o exemplo do jogo ocorrido em 2011, e o depósito do $$ no exterior se perpetuou até
o presente momento, significa dizer que quando a lei 12.683/12, está caracterizada o
crime de lavagem de capitais.

Súmula 711
A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é
anterior à cessação da continuidade ou da permanência.
Inquérito 2471 STF
Recebeu a denúncia mas ainda não definiu a natureza
VII - Não fixada ainda pelo Supremo Tribunal Federal a natureza do crime de lavagem de
dinheiro, se instantâneo com efeitos permanentes ou se crime permanente, não há que
falar-se em prescrição neste instante processual inaugural.

Gerações das Leis de Lavagem de Capitais no mundo


Nas leis de 1ª geração o único crime antecedente era o tráfico de drogas.
(1990 - ONU)
Nas leis de 2ª geração os diversos países vão se conscientizando que o tráfico não é o
único crime a gerar altas somas para lavagem de dinheiro e passam a incluir outros
crimes. Instituindo um rol taxativo.
ex. Lei brasileira nº 963/98 tinha rol taxativo (tráfico, terrorismo, tráfico de armas, crimes
contra a administração…)
Nas lei de 3ª geração, qualquer infração penal pode figurar como antecedente da lavagem
de capitais.
Em certos países irão exigir crimes graves com pena mínima = ou superior à 4 anos.
ex. Lei 12.683/12

Hoje qualquer lei penal pode ensejar crime antecedente para lavagem de capitais.
Esse sentido não pode ser alargado quando for interpretar o caso concreto na prova.
Tem que saber diferenciar se está no campo da infração antecedente ou já começou a
praticar o crime de lavagem de capitais.
ex. roubo de banco, com dinheiro guardado no colchão.
Isso não caracteriza o crime de lavagem de capitais. Trata-se de simples desdobramento
do crime anterior.
Só vai haver crime de lavagem de capitais quando houver ação para dar uma aparência
lícita para esse dinheiro produto de crime.

7. Fases das Lavagens de Capitais – idealizadas pelo GAF (grupo de ação financeira)

1ª Fase – COLOCAÇÃO (placement)


É a introdução do dinheiro no sistema financeiro.
ex. chamado smurffing (smurfs) personagens azuis pequenos, é a pulverização em
pequenas quantias para não alarmar os gatekeepers que tem obrigação de avisar
operação suspeita (gerente de banco).

2ª Fase – DISSIMULAÇÃO (layering – camadas ou mascaramento)


Ocorre quando são realizados diversos negócios ou operações ou movimentações
financeiras com o objetivo de encobrir o rastreamento e mascarar a origem ilícita do
dinheiro.
ex. transferências eletrônicas, envio de moeda ao estrangeiro.

3ª Fase – INTEGRAÇÃO (integration)


Já com aparência lícita o numerário volta como reinvestimento no mercado, lícito ou ilícito.

ATENÇÃO!! NÃO É OBRIGADATÓRIA PARA A CONSUMAÇÃO DO CRIME DE


LAVAGEM DE CAPITAIS AS 3 FASES, A CONFIGURAÇÃO OCORRERÁ COM A
OCORRÊNCIA DE QUALQUER DAS FASES.

** para o STF, o simples depósito em uma conta-corrente com o objetivo de dar uma
aparência lícita a esse numerário, ainda que não preenchas as 3 fases acima descritas, o
crime de lavagem de capitais já está consumado.

8-) Bem jurídico tutelado (já caiu em prova PFN)


2 Correntes:
1ª Corrente – o bem jurídico tutelado pelo crime de lavagem de capitais seria o mesmo
bem jurídico tutelado pela infração antecedente.
(ex. Trafico de drogas – bem jurídico protegido saúde pública)
Essa corrente não é aceita porque:
Traz uma super punição ao crime antecedente
O segundo crime (lavagem de capitais) estaria tecnicamente absorvido pelo antecedente
pelo princípio da consunção, criando um post factum impunível.

2ª Corrente – o bem jurídico tutelado pelo crime de lavagem de capitais é a


administração da justiça, seria a administração da justiça, pois o crime de lavagem de
capitais é um crime muito semelhante ao crime de favorecimento real, “Artigo 349 -
Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio destinado a
tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa”, e está
dentro do capítulo dos crimes contra a administração da justiça.
Então, os defensores dessa corrente entendem que quando um crime de lavagem de
capitais é cometido, isso dificulta a atuação da justiça, pois impede a localização de bens
e/ou valores provenientes direta ou indiretamente de uma infração penal. Por isso seria
um crime contra a administração da justiça.

3ª Corrente (é a que deve ser adotada nos concursos)


o bem jurídico tutelado pelo crime de lavagem de capitais é a ordem econômico
financeira.
Porque causa seríssimo desequilíbrio no mercado e liberdade de concorrência, extraído
do artigo 170 da Constituição Federal.

PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA (é aplicado por tribunais)


Utiliza-se como parâmetro o patamar dos crimes contra a ordem tributária, Lei Nº
10.522/02, artigo 20, que estabelece o valor de R$10.000,00, então se o crime de
lavagem de capitais for abaixo disso, aplica-se o princípio da insignificância.

“Artigo 20 da Lei nº 10.522 de 19 de Julho de 2002


Art. 20. Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento do Procurador da
Fazenda Nacional, os autos das execuções fiscais de débitos inscritos como Dívida Ativa da União
pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou
inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). (Redação dada pela Lei nº 11.033, de 2004)

* Não esquecer da Portaria 75/2012 – que elevará o valor do patamar mínimo das
execuções fiscais para o valor de R$ 20.000,00.

9-) Assessoriedade do crime de lavagem de capitais


Qual é a relação entre o crime antecedente e o crime de lavagem de capitais ?
Tipo penal da lavagem:
Lei 9613/98
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação
ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de
infração penal. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

A infração antecedente está inserida no tipo penal da lavagem.


Observe que a própria tipificação depende de infração antecedente, que funciona como
verdadeira elementar da infração penal, pois sem a infração antecedente não haverá
crime de lavagem.
Resumindo: o crime de lavagem de capitais está condicionada a uma infração penal
antecedente.
Crime de Lavagem de Capitais: é um crime acessório, parasitário, diferido, remetido.
Porque a tipificação está condicionado a uma infração antecedente.

Questionamentos:
O crime antecedente (por exemplo tráfico de drogas) e o crime de lavagem de
capitais, os 2 crimes, os 2 processos deles decorrentes, devem obrigatoriamente
tramitar juntos ?

- Entre os 2 crimes (antecedente e lavagem de capitais) haverá :


1-) conexão probatória;
CPP - “Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares
influir na prova de outra infração.”

2-) conexão objetiva lógica, teleológica, porque o crime de lavagem de capitais é


praticado para ocultar a infração antecedente.
“CPP - Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras,
ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;”

Então não há como negar que sim, há uma conexão entre os 2 crimes (antecedente e
lavagem de capitais), mas isso não quer dizer que deverão obrigatoriamente, tramitar
juntos.

Poderá haver a reunião dos 2 crimes em um único processo, mas essa reunião não é
obrigatória.

Deverá ser observar no caso concreto, pois normalmente essa reunião não é boa porque
tem muitos crimes antecedentes que prejudicam o andamento do processo da lavagem.

“Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei:


II - independem do processo e julgamento das infrações penais antecedentes, ainda que
praticados em outro país, cabendo ao juiz competente para os crimes previstos nesta Lei
a decisão sobre a unidade de processo e julgamento;”

Preste atenção: pois em regra nos casos de continência e conexão, o juízo competente
para julgar ambos os crimes será o juízo do crime mais grave (o crime mais grave terá
atração para julgar ambos os crimes).
Mas a lei de lavagem de capitais rompe com essa regra, trazendo uma exceção.
Pouco importa qual é o crime mais grave, se o antecedente ou o crime de lavagem.
Quem vai definir se os processos irão tramitar juntos será o juiz competente para julgar o
crime da lavagem de capitais.

Supondo que o autor do crime antecedente seja absolvido. Essa absolvição


obrigatoriamente gerará a absolvição do réu do crime de lavagem de capitais?

Teoria da assessoriedade Limitada – para a ocorrência do crime de lavagem de capitais o


crime antecedente deverá ter conduta típica ou ilícita, não há necessidade que seja
culpável ou punível.

ex. no processo da infração antecedente o juiz absolveu o acusado com base no princípio
da insignificância, que afasta a tipicidade material, e por isso não se poderá condenar
ninguém pelo crime de lavagem de capitais.

ex. o juiz no crime antecedente absolve o acusado, com base no estado de necessidade,
é causa excludente da ilicitude, e se a conduta anterior é lícita, não se poderá condenar
ninguém pelo crime de lavagem de capitais.

ex. o juiz no crime antecedente absolve o acusado, com base na excludente de


culpabilidade (inexigibilidade de conduta diversa, inimputabilidade), cuidado a
culpabilidade é juízo pessoal de reprovação, e recai sobre o agente por ter agido
contrariamente ao direito quando lhe era possível exigir comportamento diverso e não
afeta a possibilidade de condenação de crime de lavagem de dinheiro.

ex. a morte do autor do crime antecedente, irá extinguir a punibilidade, isso não irá
repercutir no processo do crime de lavagem de capitais, podendo haver condenação.

* STJ HC 20936

EXCEÇÕES – impedem o processamento e condenação do crime de lavagem de


capitais:
Abolítio Criminis – se ocorrer na infração antecedente, quer dizer que aquela ação
deixou de ser considerada crime. Impedindo a tipificação do crime de lavagem de capitais,
e sua condenação.
ANISTIA -

Aula 3.3

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