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Q UI O
S IN
PE ENS ICA
NO QUÍ M
DE

NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO CONCEITUAL

Andréa Horta Machado


André Luis Alves Moura

A seção “Pesquisa no ensino de química” relata investigações (Wertsch, 1985, 1991; Wertsch e
relacionadas a problemas no ensino de química, explicitando os Smolka, 1993; Hickman, 1987; Moll,
fundamentos teóricos e procedimentos metodológicos adotados na 1990; Bronckart, 1985; Smolka e
pesquisa e analisando seus resultados. Este artigo relata uma Góes, 1993).
investigação realizada com professores sobre o papel da linguagem Uma das contribuições fundamen-
na elaboração de conceitos em química. tais dessa perspectiva relaciona-se
com a concepção do processo de
linguagem, elaboração conceitual, ensino-aprendizagem conhecimento como produção simbó-
lica e material que se estabelece na
dinâmica das interações entre as
pessoas. Neste sentido, o foco das

P
or que falar sobre a linguagem nesse processo, fundamentalmente atenções na sala de aula não estaria
se a aula é de química? Mol, social, de se apropriar do conhecimen- no professor, nos alunos ou no conteú-
átomo, soluções, equilíbrio, to já disponível no contexto escolar. do, mas sim no movimento das 27
partículas, energia de ativação... São A partir da década de 90 é possível interações que ocorrem ao longo do
palavras que constituem nosso cotidi- se perceber um movimento de pesqui- processo. Nesse movimento interativo,
ano de professoras e professores de sadores na área de ensino de ciências a atividade cognitiva dos sujeitos vai
química, palavras que no sentido de incorpo- sendo constituída através do outro e
utilizamos em nossas Se a linguagem é rar em suas análises e através da linguagem.
aulas, conceitos que concebida como meio em seus programas Vygotsky dedicou-se a estudar as
pretendemos ‘ensinar’ de pesquisa pressu- relações entre a linguagem e o pensa-
de transmissão de
a nossos alunos. postos que parecem mento, oferecendo contribuições
significados em uma
Sobre esse ‘ensi- oferecer uma nova importantes relacionadas ao papel da
via de mão única,
nar’ conceitos quími- perspectiva para o linguagem na elaboração conceitual.
reforça-se então a
cos na sala de aula, estudo da elaboração Segundo Fontana (1993), “Nesta
muito se tem pesqui- concepção do de conceitos cientí- perspectiva a elaboração conceitual é
sado. A importância, o processo de ensino / ficos no âmbito da considerada como um modo cultural-
sentido e as contribui- aprendizagem como sala de aula (Glasson, mente desenvolvido de os indivíduos
ções da pesquisa para transmissão — recepção 1993; O’ Loughlin, refletirem cognitivamente suas expe-
o ensino de química 1992; Hennessy, 1993; riências, resultante de um processo de
foram muito bem a- Romanelli, 1992; Mor- análise (abstração) e de síntese
pontados por Schnetzler e Aragão em timer, 1993). Esses trabalhos vêm (generalização) dos dados sensoriais
QNE, 1995, nº 1, no entanto muitas sendo realizados a partir dos pressu- que é mediado pela palavra e nela
questões ainda permanecem em postos teórico-metodológicos da materializado”. Dessa forma, a palavra
aberto. Já se compreende que o perspectiva sócio-histórica. assume um pa-
processo de elaboração de conceitos Os conceitos e princípios pel fundamen-
na sala de aula é extremamente teóricos dessa abordagem "Quando uma criança tal e central,
complexo e envolve uma série de do desenvolvimento humano começa a utilizar uma configurando-
fatores difíceis de se ter sob controle. encontram-se principalmen- palavra corretamente, se como media-
É exatamente essa complexidade que te nos trabalhos de Lev a evolução de seu dora da com-
faz com que nossa atenção esteja Semionovich Vygotsky significado está preensão dos
sempre voltada para contribuições de (1987, 1988) e seus colabo- apenas começando" conceitos por
outras áreas do conhecimento, como radores (Luria, 1987, 1994; parte dos sujei-
a psicologia, a filosofia e a sociologia, Leontiev, 1978; Vygotsky, tos e principal
que possam nos auxiliar a compreen- Luria e Leontiev, 1989) e nos des- agente de abstração e generalização.
der melhor como os conceitos quí- dobramentos de sua obra em função É nesse sentido que a linguagem as-
micos são elaborados pelos alunos de sua divulgação no Ocidente sume um papel constitutivo na

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sões realizadas pelo grupo de pro-
Seqüência 1 acho que cada pessoa tem no sub- fessores envolvidos na investigação
E - entrevistador consciente essas frases prontas. foi possível destacar algumas for-
P - professor Então para elas passarem essas mas de conceber a linguagem e seu
E: Falando mais especifica- frases prontas para os alunos elas papel na elaboração conceitual em
mente, o que é a linguagem para têm que se preocupar com a lingua- sala de aula:
você? gem dos alunos. A linguagem como forma de ex-
P1: A linguagem é a maneira de P2: É um instrumento. pressão e comunicação. Esta forma
se expressar. O professor não se P1: É um instrumento de aproxi- de conceber a linguagem foi a que
preocupa muito em... porque cada mação do aluno com o professor e mais apareceu nas manifestações dos
pessoa tem esta linguagem, eu com a matéria. professores. As Seqüências 1,2 e 3
ilustram alguns contextos e sentidos
elaboração conceitual, e não apenas A estratégia utilizada para a nos quais esta concepção foi eviden-
o papel comunicativo ou de instru- sondagem das concepções dos ciada pelos professores.
mento. É exatamente essa forma de professores envolveu a manifesta- Esta forma de conceber a lingua-
conceber a linguagem, proposta por ção dos mesmos sobre as seguintes gem incorpora, de certa maneira, a
Vygotsky, que nos interessa nesta questões: “O que é linguagem?” concepção de linguagem como ins-
investigação. “Qual o papel da linguagem na sala trumento. Porém, como destaca
de aula?” “Qual o papel da lingua- Smolka, “nesse sentido a linguagem
gem na elaboração de conceitos é vista como um ‘meio’ de se atingir
A linguagem é de
científicos?” um fim, o que não distingue essa
fundamental
Todas as discussões foram regis- noção de uma concepção clássica
importância na
elaboração conceitual. tradas em vídeo. Posteriormente, os em que a linguagem é vista como
Seu papel não é registros foram submetidos a um meio/veículo de expressão, comuni-
28 cação, representação” (Smolka,
meramente o de processo de categorização em que
comunicar idéias foram determinadas categorias de 1995). Ou seja, existe uma mensa-
análise a partir dos dados obtidos. gem a ser comunicada, e é essa a
função do professor, comunicar essa
Muitos trabalhos de pesquisa Concepções sobre a lingua- mensagem — e de preferência co-
realizados apontam para a estreita gem e seu papel na elabo- municar bem, ajustando sua forma
relação entre o que o professor pensa ração conceitual de expressão àquela que pensa ser
e como ele atua no processo ensino- adequada a seus alunos.
A partir da análise das discus-
aprendizagem. Se é possível se
conceber que a linguagem é de fun-
damental importância na elaboração
conceitual, que seu papel não é Seqüência 2 P 3: É... eu entendo que diante
meramente o de comunicar idéias, e E: Se a gente pensar: linguagem do que eu falei, se a linguagem é a
se pretendemos incorporar essas pro- na sala de aula. Como é que vocês transmissão de um significado, e
postas em nosso cotidiano na sala de percebem isso? Quando eu coloco se você procura cercar essa lingua-
aula e em nossas discussões com ou- o tema “Linguagem na sala de aula gem o melhor possível, de forma
tros professores e futuros profes- de ciências”, o que vem para vocês que você consiga transmitir um
sores, é fundamental que conheça- em relação a isto? significado àquela pessoa e que
mos como estes concebem a lingua- P3: Que ela não está adequada, é ela consiga concretizar mesmo, e
gem e como percebem seu papel na o que quer dizer. Muitas vezes ela não por concretizar eu quero dizer que
elaboração conceitual em sala de ela consiga perceber, descrever
consegue transmitir um significado,
aula. Esse é o nosso problema cen- para você, mostrar (...) fazer algu-
idéias concretas, ela não consegue,
tral de investigação. ma coisa que lhe mostre o que
muitas das vezes, concretizar determi-
Para coletarmos as informações estava sendo trocado ali entre um
nados elementos para o aluno.
necessárias, trabalhamos com 25 e outro, aí eu acredito que a lingua-
E: Fale mais desse concretizar...o
pessoas, envolvendo alunos de
que você quer dizer com isso? gem que foi passada se concre-
licenciatura em química, professo-
P4: O que eu entendi que ele que- tizou na outra pessoa.
res do Colégio Técnico e de ciências
ria dizer é talvez expressar, explicar E: A linguagem que foi passada?
e alunos do curso de especialização
um fenômeno. Mas, você não con- P3: É... a linguagem que saiu de
em ensino de ciências do Centro de
segue as palavras. um emissor para um receptor. O re-
Ensino de Ciências e Matemática de
E: Mas a linguagem... é possível ceptor aí entendeu, fez diversas
Minas Gerais (CECIMIG) da Facul-
concretizar? O quê? Como é isso? relações e conseguiu externar.
dade de Educação da UFMG.

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A linguagem como ‘via de mão significado está apenas começando.
única’. Conceber a linguagem como
Seqüência 3 Vale destacar que todas essas for-
forma de expressão e comunicação E: Mas se a gente focaliza essa mas de conceber a linguagem e seu
parece evocar também a concepção da mensagem na sala de aula, o que papel no processo de elaboração
linguagem como via de mão única. significa isso? conceitual não são excludentes nem
Nesse sentido, a linguagem parte do P5: Pois é, eu acho assim, eu vou tampouco inadequadas. Essas concep-
emissor (em geral o professor) e chega dar uma aula (...), eu vou falar do ções consideram algumas funções
ao receptor (em geral o aluno) e é a assunto ‘xis’, eu tenho o objetivo de importantes da linguagem, como a co-
partir daí que a comunicação se passar uma mensagem. Minha municação e a expressão, mas não es-
estabelece. Essa forma de conceber a mensagem já vai estar formada na gotam toda a sua dimensão. Nesse
linguagem e seu papel está explicitada hora em que eu preparo a aula de sentido, alguns pontos merecem nossa
no episódio transcrito na Seqüência 2. um determinado assunto. Então a reflexão.
mensagem que eu quero que meus “A linguagem nem sempre comu-
Conceber que os alunos entendam ou aprendam, nica, não é transparente, ela significa
significados das essa mensagem foi construída an- através do ‘não dito’ e não necessa-
palavras são estáveis é tes. Agora, pode ser que isso aí riamente através do que é dito. Admite
típico do processo de extrapole o que eu planejei, mas eu a pluralidade de sentidos e significados,
ensino/aprendizagem acho que a minha hora, que eu tô é polissêmica. A linguagem é fonte de
tradicional organizando ali, o que eu quero equívocos, ilusões, mal-entendidos.
passar, o que eu quero passar ali é Podemos dizer que ela ‘trabalha’ ou
a mensagem. ‘funciona’ às vezes ‘por si’, produzindo
Nessa seqüência pode-se perceber, múltiplos efeitos, independentemente
pela manifestação de P3, uma insatis- cesso ensino/aprendizagem e parece das intenções de quem fala; ela escapa
fação com a linguagem e o processo complementar em relação às duas ao conhecimento, poder e controle do
de comunicação na sala de aula. Ao concepções destacadas anteriormente. homem.” (Smolka, 1995) 29
tentar explicitar o que lhe causa essa O episódio apresentado na Seqüência Trazer esta perspectiva para nossas
insatisfação, P3 evidencia conceber que 3 ilustra essa terceira concepção. salas de aula de química talvez nos auxi-
a linguagem tem a função de “transmitir A linguagem tem, para nossos lie a compreender melhor o processo
um significado” que será concretizado professores, a função de comunicar a de elaboração conceitual que ali se
no aluno, e esse demonstrará ter apre- ‘mensagem’ que o professor já tem estabelece e que parece escapar
endido tal significado a partir do mo- pronta. Aos alunos cabe decodificá-la. sempre ao nosso controle.
mento que consiga “perceber, descre- Isto parece apontar para o fato de tal Conceber que a linguagem nem
ver, mostrar...” Embora o papel do outro mensagem possuir significados está- sempre comunica, ou seja, que nem
esteja esboçado nesse discurso, a lin- veis, que ao serem (bem) comunicados sempre o que se fala é devidamente
guagem parece ser concebida como e decodificados (adequadamente) se compreendido e significado como pre-
meio de transmitir significado. Seu fun- estabelecerão nas mentes dos alunos
tendemos, aponta para a importância
cionamento se dá em uma via de mão de forma também estável e imediata.
de se abrir espaço para que as vo-
única no sentido de ir do professor para Qualquer problema de compreensão
zes dos alunos sejam ouvidas, para
o aluno e vir do aluno para o professor tende a ser considerado como um
que os sentidos se-
em trajetórias aparentemente lineares. ‘ruído na comunicação’.
jam confrontados,
Na última manifestação de A1, a com- Em nossas práticas “A linguagem nem
preensão configura-se como um pro- cotidianas isto se imple- reelaborados.
sempre comunica, não Conceber que a
cesso de assimilação e decodificação menta na organização é transparente, ela
de uma mensagem transmitida. Se a de conteúdos que pla- linguagem não fun-
significa através do ciona em uma ‘via de
linguagem é concebida como meio de nejamos. Como quan- ‘não dito’ e não
transmissão de significados em uma via do pretendemos, por mão única’ coloca a
necessariamente importância funda-
de mão única, reforça-se então a exemplo, esgotar todo o através do que é dito"
concepção do processo de aprendiza- tema dos modelos atô- mental da interação
gem / ensino como transmissão — re- micos logo no primeiro com o outro, da inte-
cepção. Reforça-se a posição da pala- bimestre do primeiro ano. Ou ainda ração dos alunos não só com o
vra do professor como ‘fonte de conhe- quando concebemos que, ao utilizar a professor, mas também com seus
cimento’ e do aluno como receptáculo. palavra ‘átomo’ corretamente, nosso pares.
A estabilidade do significado. Outra aluno já atribuia a ela um significado Conceber que o significado tal-
concepção importante revelada pelas ‘correto’. Vygotsky discute esta questão vez não seja tão estável como em
manifestações refere-se à estabilidade no capítulo “Pensamento e palavra” geral se admite resgata a flexibi-
dos significados. Essa forma de con- (Vygotsky, 1987), ao afirmar que quando lidade, às vezes tão esquecida, em
ceber a linguagem influencia sobrema- uma criança começa a utilizar uma pala- relação à manifestação do outro.
neira a concepção tradicional do pro- vra corretamente a evolução de seu Amplia o espaço para a elaboração

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de conceitos inserida em um pro- parte, uma reflexão mais profunda, Andréa Horta Machado é bacharel e licenciada
cesso temporalmente muito maior mais cuidadosa. A explicitação e em química, mestre e doutoranda em educação pela
que o que talvez fosse pretendido. discussão dessas concepções de Universidade Estadual de Campinas, professora do
Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas
O que se quer apontar aqui é linguagem parecem-nos fundamen- Gerais, Belo Horizonte - MG.
que, dentro da complexidade que tais nos redimensionamentos que André Luis Alves Moura é aluno de graduação
envolve a elaboração conceitual em buscamos em nosso envolvimento do Departamento de Química da Universidade Fe-
sala de aula, a linguagem merece com a formação de professores e deral de Minas Gerais, bolsista de iniciação científica
pelo CNPq, Belo Horizonte - MG.
ser destacada. Merece, de nossa com a nossa própria.

Referências Bibliográficas HENNESSY, S. Situated cognition SMOLKA, A.L.B e GÓES, M.C.R.


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Médicas, 1985. n. 1, p. 27-31, 1995. Papirus, 1993.

RESENHA

O azul do planeta - um retra- nas ciências que estudam a atmosfera — os autores preocuparam-se em
to da atmosfera terrestre com certeza vai saborear esta agradável arrolar informações capazes de subsi-
Mario Tolentino, Romeu C. Rocha- leitura, pois assuntos em geral pouco diar reflexões sobre questões ambien-
Filho e Roberto Ribeiro da Silva. São conhecidos, como o pH, espectros- tais como camada de ozônio, efeito
Paulo, Editora Moderna, Coleção copia e pluviometria, são tratados de estufa, chuva ácida etc.
Polêmica, 119 páginas, 1995. forma didática, permitindo uma inicia- Além dessas qualidades, o livro é
Em pouco mais de cem páginas, os ção a esses conceitos. editorialmente muito bem cuidado no
autores conseguem retratar a atmosfera O livro interessa não só a alunos que se refere a diagramação e ilustra-
terrestre com uma linguagem clara, de química do ensino médio, mas ções, destacando-se o gráfico dos ín-
agradável e simples, porém muito também aos do ensino fundamental, dices de pH, bastante didático.
precisa e cuidadosa nas informações pois poderá servir como texto básico Este livro é um exemplo de leitura
e nos conceitos abordados. Mesmo para trabalhos interdisciplinares cujos a ser recomendada a nossos alunos.
quem não possui formação específica temas se relacionem com a atmosfera (Nelson Orlando Beltran)

QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Linguagem em Química N° 2, NOVEMBRO 1995

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