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U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA


PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010

MATERIAL DIDÁTICO

ELETROMECÂNICA

Impressão
e
Editoração

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SUMÁRIO

UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................. 03

UNIDADE 2 – ELETRICIDADE E MAGNETISMO .................................................. 05


2.1 Breve evolução histórica ................................................................................... 05
2.2 Conceitos e definições ...................................................................................... 06
2.3 Propriedades magnéticas dos materiais............................................................ 07
2.4 Classificação dos materiais ............................................................................... 09
2.4.1 Em termos de propriedades magnéticas ........................................................ 09
2.4.2 Em termos da susceptibilidade magnética ..................................................... 14
2.5 Histerese ........................................................................................................... 15

UNIDADE 3 – CIRCUITOS MAGNÉTICOS ............................................................ 18


3.1 Circuitos magnéticos lineares............................................................................ 19
3.2 Circuitos magnéticos não lineares ..................................................................... 19
3.3 Fator de empacotamento .................................................................................. 19
3.4 Circuitos magnéticos com entreferros ............................................................... 20

UNIDADE 4 – TRANSFORMADORES ................................................................... 22


4.1 Transformador monofásico................................................................................ 26
4.2 Transformações trifásicas ................................................................................. 29
4.3 Transformadores de múltiplos enrolamentos .................................................... 30

UNIDADE 5 – CONVERSÃO DE ENERGIA ........................................................... 34


5.1 Transdutores de energia ................................................................................... 35

UNIDADE 6 – MÁQUINAS ELÉTRICAS ................................................................ 36


6.1 Características dos principais tipos de motores ................................................ 37
6.2 Motores assíncronos trifásicos com rotor em gaiola ......................................... 53
6.3 Alternadores – geradores síncronos ................................................................. 55
6.4 Noções básicas de transmissão e conversão de movimento ............................ 57

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 67

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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO

Assim como a eletrônica, a eletromecânica também faz parte do currículo


básico da Engenharia Elétrica e dedicamos este terceiro módulo à eletricidade
aplicada à mecânica, a começar por conceitos básicos como eletricidade e
magnetismo, materiais e circuitos magnéticos.

Se pensarmos em tecnologia, a eletromecânica tem exatamente essa


função: combinar ciências e técnicas de eletrotécnica com as da mecânica. Por
outro lado, quando se trata da combinação da mecânica com a eletrônica estaremos
falando em mecatrônica.

Dentre as competências do profissional da eletromecânica podemos citar:

 selecionar, implementar e controlar processos de produção industrial de


componentes, selecionando os materiais adequados;

 organizar, gerir, planejar e controlar as atividades de manutenção em


instalações industriais;

 monitorar, operar e manter instalações, máquinas e outros equipamentos


térmicos, elétricos e hidráulicos em pleno e ótimo funcionamento;

 calcular, selecionar, montar, operar, monitorar e manter as máquinas elétricas


utilizadas em instalações industriais;

 planejar, calcular, desenhar, construir, operar, monitorar e manter instalações


elétricas de alta, média e baixa tensão, de acordo com as regulamentações
vigentes;

 selecionar, calcular, desenhar, monitorar, operar e manter sistemas básicos


de medição e controle de processos industriais.

Quanto ao tema sobre conversão de energia eletromecânica, é de especial


interesse formando um ponto de contato importante entre a engenharia elétrica e as
engenharias de outras áreas. Os transdutores eletromecânicos são usados
geralmente nos projetos de sistemas de controles industriais, aeroespaciais e

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aplicações biomédicas e formam a base de muitas aplicações comuns. Princípios de


funcionamento de motores e máquinas elétricas completam o módulo.

Ressaltamos em primeiro lugar que embora a escrita acadêmica tenha como


premissa ser científica, baseada em normas e padrões da academia, fugiremos um
pouco às regras para nos aproximarmos de vocês e para que os temas abordados
cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos científicos. Em segundo lugar,
deixamos claro que este módulo é uma compilação das ideias de vários autores,
incluindo aqueles que consideramos clássicos, não se tratando, portanto, de uma
redação original e tendo em vista o caráter didático da obra, não serão expressas
opiniões pessoais.

Ao final do módulo, além da lista de referências básicas, encontram-se


outras que foram ora utilizadas, ora somente consultadas, mas que, de todo modo,
podem servir para sanar lacunas que por ventura venham a surgir ao longo dos
estudos.

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UNIDADE 2 – ELETRICIDADE E MAGNETISMO

2.1 Breve evolução histórica

Desde a antiguidade temos notícia de que os povos conheciam a


eletricidade, especialmente os gregos conheciam o fenômeno de eletrização por
atrito. Eles sabiam que o âmbar (resina amarelada) quando atritada com pele de
animais, atraia partículas leves como sementes ou palha. Âmbar em grego é
elektron, o que gerou o nome da palavra eletricidade e do elétron.

Em se tratando de magnetismo, também encontramos na Grécia o


conhecimento das propriedades de um minério de ferro encontrado na região da
Magnésia, a magnetita (Fe3O4), que atraia pequenos fragmentos de ferro. Os
chineses também já haviam descoberto que uma agulha de magnetita capaz de se
orientar livremente num plano horizontal alinha-se aproximadamente na direção
norte-sul. Eles usavam este aparelho como uma bússola para navegação.

Até fins do século XVIII, eletricidade e magnetismo eram ciências totalmente


desconectadas entre si, consideradas apenas como curiosidades de laboratório. Em
ambos os casos, conheciam-se apenas fenômenos estáticos, em que não havia
movimentação de cargas, ou seja, corrente elétrica.

Foi somente no século XIX que alguns experimentos mostraram certa


relação entre a eletricidade e o magnetismo, mais precisamente os efeitos
magnéticos das correntes. Enquanto Faraday mostrou o fenômeno de indução
eletromagnética (variação de campos magnéticos que com o tempo produzia
campos elétricos); Maxwell formulou a teoria clássica do eletromagnetismo.

No século XX vimos consolidar o eletromagnetismo por meio de sua


incorporação à teoria da relatividade restrita de Einstein, o qual percebeu que
campos elétricos e magnéticos são partes de um campo mais geral, denominado
campo eletromagnético. Posteriormente, o eletromagnetismo foi incorporado à
ciência do muito pequeno, a mecânica quântica, onde outros resultados
interessantes puderam ser tirados (NUSSENZVEIG, 1997; SANTOS, 2011).

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2.2 Conceitos e definições

Por definição, magnetismo é um fenômeno básico no processo de


andamento de geradores, motores elétricos, na reprodução de voz e de imagens, no
armazenamento de memória de aparatos tecnológicos, como os computadores,
entre outras aplicações.

Ele acontece quando um elemento atrai pedaços de ferro e encontra no imã,


o objeto mais comum que possui essas propriedades atrativas. Quando estes
fenômenos acontecem nas correntes elétricas chamamos de eletromagnetismo.

A magnetita é, portanto, um imã natural. Chamamos corpo neutro àquele


que não tem propriedade magnética: corpo imantado àquele que se tornou ímã. Os
corpos que se imantam com grande facilidade são o ferro e certas ligas de ferro
usadas na fabricação de ímãs permanentes. Uma dessas ligas é o ALNICO,
composta de ferro, alumínio, níquel, cobre e cobalto.

De acordo com a constituição química do ímã artificial, ele pode manter a


propriedade magnética por muito tempo, até por muitos anos, ou perdê-la logo
depois que cesse a causa da imantação. No primeiro caso, o ímã é chamado
permanente; no segundo, ímã temporal, ou transitório. Os eletroímãs são sempre
ímãs temporais. Os ímãs naturais são permanentes (USP, 2007).

As regras do eletromagnetismo são regidas pelas quatro equações de


Maxwell.

Dentro do eletromagnetismo são estudados vários segmentos como o


magnetismo, a eletrostática, a magnetostática, a eletrodinâmica e os circuitos
elétricos.

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As principais unidades utilizadas dentro do eletromagnetismo podem ser


encontradas na tabela a seguir:

2.3 Propriedades magnéticas dos materiais


Todas as substâncias sejam elas sólidas, líquidas ou gasosas mostram
alguma característica magnética, em todas as temperaturas. Dessa forma, o
magnetismo é uma propriedade básica de qualquer material. As propriedades
magnéticas dos materiais têm sua origem na estrutura eletrônica dos átomos. Do
ponto de vista clássico, são de dois tipos os movimentos, associados ao elétron que
podem explicar a origem dos momentos magnéticos: o momento angular orbital do
elétron, e o momento angular do “spin” do elétron.

Fonte: GRAÇA (2012, p. 1).

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Veja as ilustrações abaixo:

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- Quando algum material é colocado em um campo magnético externo B o, os


momentos magnéticos atômicos individuais no material contribuem para a sua
resposta ao campo magnético Bm, a indução magnética B é descrita assim: B=
Bo+Bm.

- O campo magnético externo Bo tende a alinhar os momentos magnéticos


dipolares (tanto induzidos como permanentes) dentro do material, nesta situação o
material é dito magnetizado. Descreve-se um material magnetizado por sua
magnetização Bm, que é definida como a soma de todos os momentos magnéticos
elementares, por unidade de volume.

- Para materiais do tipo paramagnéticos e ferromagnéticos, Bm está na


mesma direção de Bo; para materiais diamagnéticos, Bm é contrário a Bo. Para
materiais paramagnéticos e diamagnéticos, na maioria das situações, a
magnetização é proporcional ao campo magnético aplicado.

- A magnetização nos materiais varia, desde diamagnético até


ferromagnético.

2.4 Classificação dos materiais

2.4.1 Em termos de propriedades magnéticas

a) Materiais diamagnéticos:

 pequenos valores negativos de X (ou seja, o campo de magnetização


opõe-se ao campo aplicado e desaparece quando se retira o campo
aplicado).

 Exemplos: Zn Cd Cu, Ag, Sn.

Outras observações importantes sobre os materiais diamagnéticos:

 o campo magnético induzido se opõe ao campo magnético externo, gerando


uma repulsão de pequena intensidade. As variações do Campo Externo
geram variações no momento orbital dos elétrons;

 a susceptibilidade diamagnética é negativa B<Bo;

 os materiais diamagnéticos são repelidos pelo campo externo, observando-se


a repulsão das linhas de campo magnético;

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 todas as substâncias são compostas de átomos e moléculas nos quais os


elétrons ocupam órbitas definidas e, evidentemente, o diamagnetismo é uma
propriedade geral que também ocorre quando os átomos possuam momentos
magnéticos permanentes. No caso geral, pode-se dizer que a susceptibilidade
magnética será a soma dos dois efeitos,

 o valor do termo diamagnético, em geral, é muito inferior, em módulo, ao


paramagnético;

 os materiais chamados diamagnéticos são aqueles que não possuem dipolos


magnéticos permanentes, em virtude dos seus átomos ou íons possuírem
camadas eletrônicas completas. Os gases nobres, como o He, Ne, Ar, Kr, Xe
são portanto diamagnéticos, bem como os compostos como o NaCl, KBr e
LiF, da mesma forma, por possuírem camadas completas.

Susceptibilidade magnética (Xm) de alguns materiais diamagnéticos:

Fonte: Padilha (2000, p. 321).

Eles não apresentam temperatura crítica. É interessante mencionar que os


materiais supercondutores tem comportamento diamagnético.

b) Materiais Paramagnéticos:

 pequenos valores positivos de X (o campo de magnetização


desaparece quando se retira o campo aplicado).

 Exemplos: Al, Ca, Pt, Ti.

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Outras considerações sobre os materiais paramagnéticos:

 o paramagnetismo consiste na tendência que os dipolos magnéticos atômicos


(orbitais e de spin) têm de se alinharem paralelamente com um campo
magnético externo;

 a susceptibilidade é então positiva, mas pequena;

 o paramagnetismo requer que os átomos possuam, individualmente, dipolos


magnéticos permanentes;

 os materiais paramagnéticos em campos magnéticos sofrem o mesmo tipo de


atração e repulsão que os ímãs normais, mas quando o campo é removido o
movimento Browniano rompe o alinhamento magnético.

De acordo com a Lei de Curie, a susceptibilidade magnética varia com o


inverso da temperatura.

 Nestes materiais, átomos estão com momentos magnéticos permanentes.

 Campo externo alinha os momentos magnéticos surgindo o efeito


paramagnético.

 Ocorre a competição entre o efeito de alinhamento magnético e a energia


cinética da agitação térmica (movimento Browniano).

 Átomos com momento magnético atômico não nulo, mas cuja orientação
espacial é aleatoriamente distribuída. O campo magnético externo se acopla
a estes momentos magnéticos gerando uma atração de pequena intensidade.

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c) Materiais Ferromagneticos:

 X é grande (>>1). O campo de magnetização mantém-se quando se


remove o campo aplicado.

 Exemplos: Fe, Ni e Co.

Outras considerações sobre ferromagnetismo:

 os materiais ferromagnéticos, assim como os paramagnéticos, ocorrem nos


átomos que possuem momentos de dipolo magnéticos resultantes
permanentes. O que diferencia os materiais ferromagnéticos dos
paramagnéticos é que nos primeiros existe uma forte interação entre
momentos de dipolo atômicos vizinhos que os mantêm alinhados, mesmo
quando o campo magnético externo é removido;

 nos materiais ferromagnéticos existe forte interação entre os spins. O


resultado é tal que um grande número de spins alinha-se numa mesma
direção formando os domínios magnéticos;

 frisando – a temperatura a partir da qual um material ferromagnético passa a


ser paramagnético é denominada temperatura de Curie;

 uma teoria para o ferromagnetismo baseada nos momentos magnéticos


atômicos, foi proposta por Pierre Weiss. Neste modelo, cada dipolo magnético
atômico sofre a ação de um campo magnético médio criado pelos vizinhos,
que tende a fazer com que os vizinhos muito próximos formem um domínio de
momentos magnéticos na mesma direção. Este campo efetivo é chamado
campo molecular de Weiss e é proporcional à magnetização local do domínio;

 a origem do campo molecular de Weiss é atribuída a uma energia de troca


entre dois elétrons cuja diferença de energia eletrostática resulta de que os
spins paralelos possuam uma energia mínima de troca;

 em materiais magnéticos, como o ferro e o aço, os campos magnéticos dos


elétrons se alinham formando regiões que apresentam magnetismo
espontâneo. Essas regiões são chamadas de domínios (figura a);

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 em uma peça não-magnetizada de um material magnético os domínios estão


distribuídos de forma aleatória e o campo magnético total em qualquer
direção é zero (figura b);

 quando esse material sofre a ação de um campo magnético externo, os


domínios que estão aproximadamente alinhados com o campo aplicado
crescem à custa dos outros domínios (figura c).

d) Materiais Ferrimagnéticos:

 os íons têm dipolos magnéticos de intensidade diferente. Logo existe


sempre um momento resultante.

 Exemplos: ferrites, magnetites, em geral óxidos metálicos.

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2.4.2 Em termos da susceptibilidade magnética

As substâncias ferromagnéticas são fortemente atraídas pelos ímãs. Já as


substâncias paramagnéticas e diamagnéticas são, na maioria das vezes,
denominadas de substâncias não magnéticas, pois seus efeitos são muito pequenos
quando sobre a influência de um campo magnético, conforme ilustra o gráfico
abaixo:

Fonte: Graça (2012, p. 13).

As propriedades magnéticas dos materiais são consequência dos momentos


magnéticos atômicos, ou seja:

 Paramagnéticos – possuem momento magnético atômico permanente;

 Diamagnéticos – não possuem momento magnético atômico;

 Ferromagnéticos – fortes momentos atômicos ordenados.

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Lembre-se que os elétrons possuem spin quantizado: s = +-1/2:

 os elétrons possuem momento magnético e atuam como espiras de corrente


de dimensões atômicas, com momento de dipolo μ = +- eh/4πm = 9.27e-24
J/T;

 os elétrons também possuem momento magnético devido ao movimento


orbital, que também é quantizado.

2.5 Histerese

De maneira bem simples, podemos definir histerese como a tendência de


um material ou sistema em conservar suas propriedades na ausência de um
estímulo que as gerou.

Quando uma substância ferromagnética é sujeita a uma magnetização


alternada há uma perda de energia que se transforma em calor e que é, por unidade
de volume, proporcional à área do ciclo de histerese cada vez que este é percorrido.

Ferro puro aço para imãs permanentes

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Diferentes processos atuam ao longo da curva de magnetização e de


histerese, mas os principais são a movimentação de paredes e a rotação de
domínios. A energia dissipada na magnetização do material é dada pela área da
curva de magnetização (interior à curva de histerese), (Bo * B).

Nas aplicações em corrente alternada a 60 Hz, o material é magnetizado e


desmagnetizado 60 vezes por segundo. A variação do fluxo gera perdas magnéticas
devidas principalmente à histerese e às correntes de Foucault. O valor relativo
dessas perdas depende da composição do material. A microestrutura tem muita
influência nas perdas de histerese enquanto que a resistividade e a espessura têm
influência muito grande nas perdas pelas correntes parasitas (GRAÇA, 2012).

Abaixo temos exemplos de aplicação de materiais magnéticos.

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Fonte: Graça (2012, p. 33).

Lembre-se que todos os materiais possuem propriedades magnéticas: os


diamagnéticos (todos); os paramagnéticos e ferromagnéticos (alguns). Estas
propriedades dependem dos momentos de dipolo magnético que todos os átomos
possuem e o núcleo também.

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UNIDADE 3 – CIRCUITOS MAGNÉTICOS

Os circuitos magnéticos são empregados com o intuito de concentrar o efeito


magnético em uma dada região do espaço. Em outras palavras, este circuito
direciona o fluxo magnético para onde for desejado, sendo dotado de materiais com
certas propriedades magnéticas e dimensões, a partir de uma variedade de seções
e diferentes comprimentos. Cumpre salientar aqui que as características
magnetizantes dos materiais são de natureza não linear, o que deve ser levado em
conta nos projetos de dispositivos eletromagnéticos. A título de exemplos
poderíamos citar a determinação da corrente elétrica requerida em um enrolamento
para produzir uma dada densidade de fluxo no entreferro de um pequeno atuador,
de um relé ou de um eletromagneto.

Basicamente, todos os transformadores e máquinas elétricas usam material


ferromagnético para direcionar e dar forma a campos magnéticos, os quais atuam
como meio de transferência e conversão de energia (FITZGERALD et al., 2006).
Materiais magnéticos permanentes, ou imãs, também são largamente utilizados.
Sem esses materiais, não seriam possíveis as implementações práticas da maioria
dos dispositivos eletromecânicos de conversão de energia.

Ferreira (2012) explica que os conceitos de campos elétricos e magnéticos


são muito úteis para a compreensão desses processos de conversão. Contudo,
quando esses processos são utilizados em máquinas complexas, a grande
quantidade de informações contidas na abordagem de campo geralmente se torna
impossível de ser usado. Usualmente, só é possível se extrair uns poucos
parâmetros descritivos, através dos quais as propriedades operacionais importantes
da máquina podem ser descritas adequadamente. Em muitos casos, essa extração
de parâmetros resulta em um circuito elétrico equivalente, em outros, resulta em um
conjunto de equações.

Embora Bim (2012) ressalte que tradicionalmente a análise de circuitos


magnéticos seja realizada a partir de sua analogia com os circuitos elétricos,
tentaremos ser sucintos, pois acreditamos que este conteúdo foi apresentado em

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sua amplitude na graduação e mesmo porque objetivamos concentrar os estudos


nos transformadores, motores e máquinas elétricas.

3.1 Circuitos magnéticos lineares

São considerados magneticamente lineares os circuitos magnéticos através


dos quais a permeabilidade relativa é baixa. Circuitos magneticamente lineares
podem ser obtidos quando o núcleo é de ar, ou de material não-ferromagnético, ou
quando o entreferro for bastante grande.

3.2 Circuitos magnéticos não lineares

São considerados não lineares todos os circuitos magnéticos que utilizem


materiais ferromagnéticos, dotados de permeabilidade magnética alta, tais como o
ferro fundido, o aço silício, o aço fundido, a ferrite, etc. A maioria dos circuitos
magnéticos de aplicação prática são não lineares e a permeabilidade dos materiais
ferromagnéticos torna-se variável em função da indução ou densidade de fluxo
magnético B no núcleo.

3.3 Fator de empacotamento

Quando um material ferromagnético é colocado na presença de um campo


magnético variável no tempo, correntes parasitas (ou correntes de Foucault) serão
induzidas em seu interior, provocando perdas de energia com o aquecimento do
material. A redução deste fenômeno é obtida com o núcleo de dispositivos
eletromagnéticos construído com chapas ou lâminas de material ferromagnético,
isoladas entre si (por exemplo, com verniz).

Assim, devido ao processo de empilhamento das chapas para montagem do


núcleo, a área efetiva do material ferromagnético, Smag atravessada pelo fluxo torna-
se menor que a área geométrica, Sgeom ocupada pelo núcleo. Pode-se então definir
um fator de empacotamento ke como sendo a relação:

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Outra razão de natureza prática para a laminação do circuito magnético é a


de facilitar a colocação das bobinas no dispositivo visando à construção e à
manutenção.

Veja abaixo um núcleo laminado.

Núcleo laminado

Fonte: Aquino (2012, p. 6).

A tabela a seguir fornece alguns valores para o fator de empacotamento em


função da espessura da chapa ou lâmina utilizada.

3.4 Circuitos magnéticos com entreferros

Alguns dispositivos eletromagnéticos, tais como instrumentos de medidas,


motores, relés, etc., por serem constituídos de uma parte fixa e outra móvel,
possuem um espaço de ar lg na sua estrutura magnética. Este espaçamento ou
interstício promove o acoplamento entre as partes sob o ponto de vista magnético

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para que o fluxo se estabeleça por um caminho fechado. A este espaço é dado o
nome de “entreferro” (ou “air gap” em inglês).

Estrutura magnética com entreferro

Fonte: Aquino (2012, p. 8).

Ao cruzar o entreferro, o fluxo magnético sofre um fenômeno chamado de


espraiamento (frangeamento, espalhamento, efeito de bordas), conforme pode ser
visto na figura abaixo. Isto faz com que a área efetiva por onde passa o fluxo se
torne maior que a área S geométrica do entreferro (AQUINO, 2012).

Campo magnético em um entreferro

Fonte: Aquino (2012, p. 8)

Seja uma área de secção reta S = a x b retangular e o entreferro de


comprimento lg. Então, de uma forma prática, podemos calcular a área aparente ou
efetiva do entreferro Sg através da relação:

Observe-se aqui que quando o entreferro for muito reduzido, o efeito do


espraiamento pode ser desprezado.

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UNIDADE 4 – TRANSFORMADORES

Uma das estruturas magnéticas mais comuns nas aplicações do nosso


cotidiano é o transformador!

A facilidade na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em


corrente alternada possibilitou o seu emprego em larga escala no ambiente
industrial. Os transformadores, os geradores síncronos e os motores de corrente
alternada são os principais dispositivos de conversão eletromecânica, responsáveis
por esse fato. A invenção e o desenvolvimento do transformador elétrico não só
impulsionou a construção como também estabeleceu o predomínio dos sistemas de
transmissão de energia elétrica em corrente alternada sobre os de corrente
contínua, a partir do século XIX. A razão desse fato é que o transformador permitiu,
de forma simples, robusta e eficiente a transferência de energia de um circuito para
outro, geralmente acompanhada pela transformação de tensão e,
consequentemente, de corrente.

A geração de energia elétrica nas grandes usinas utiliza geradores síncronos


que são limitados a tensões de aproximadamente 25 kV. Transmitir energia para
grandes distâncias com esse nível de tensão levaria a perdas por efeito Joule
elevadas; assim, utiliza-se um transformador que eleva a tensão e,
consequentemente, diminua a corrente nas linhas: se a tensão do gerador for
multiplicada por 10, a corrente na transmissão será dividida por 10 e, portanto, a
perda por efeito Joule será 1/100 do valor que se obteria com a tensão original do
gerador. No caso da distribuição, ao contrário da transmissão, a tensão tem de ser
diminuída para atender às exigências das cargas (BIM, 2012).

De maneira bem simplificada por Giacomin (2013) temos:

A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante


condutores de eletricidade, aos lugares mais adequados para o seu
aproveitamento. Ela iluminará cidades, movimentará máquinas e motores,
proporcionando muitas comodidades.

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Para o transporte da energia até os pontos de utilização, não bastam fios e


postes. Toda a rede de distribuição depende estreitamente dos transformadores,
que elevam a tensão, ora a rebaixam. Nesse sobe e desce, eles resolvem não só
um problema econômico, reduzindo os custos da transmissão a distância de
energia, como melhoram a eficiência do processo.

Veja o esquema abaixo:

Geração, distribuição e consumo de energia elétrica

Antes de mais nada, os geradores que produzem energia precisam alimentar


a rede de transmissão e distribuição com um valor de tensão adequado, tendo em
vista seu melhor rendimento. Esse valor depende das características do próprio
gerador, enquanto a tensão que alimenta os aparelhos consumidores, por razões de
construção e, sobretudo de segurança, tem valor baixo, nos limites de algumas

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centenas de volts (em geral, 127 ou 220). Isso significa que a corrente, e
principalmente a tensão fornecida, variam de acordo com as exigências.

Nas linhas de transmissão a perda de potência por liberação de calor é


proporcional à resistência dos condutores e ao quadrado da intensidade da corrente
que os percorre (P = R x i2). Para diminuir a resistência dos condutores, seria
necessário usar fios mais grossos, o que os tornaria mais pesados e o transporte
absurdamente caro. A solução é o uso do transformador que aumenta a tensão, nas
saídas das linhas da usina, até atingir um valor suficientemente alto para que o valor
da corrente desça a níveis razoáveis (P = U x i). Assim, a potência transportada não
se altera e a perda de energia por aquecimento nos cabos de transmissão estará
dentro dos limites aceitáveis.

Na transmissão de altas potências, tem sido necessário adotar tensões cada


vez mais elevadas, alcançando em alguns casos a cifra de 400.000 volts. Quando a
energia elétrica chega aos locais de consumo, outros transformadores abaixam a
tensão até os limites requeridos pelos usuários, de acordo com suas necessidades
(GIACOMIN, 2013).

Relembremos brevemente que em 1820, a clássica experiência de Oersted


mostrou que a corrente elétrica (eletricidade) produzia o deslocamento de uma
bússola (efeito magnético). A partir dessa experiência, a questão era como obter
eletricidade a partir do magnetismo.

Michael Faraday, em 1831, com a descoberta do princípio da indução


eletromagnética, mostrou que é possível, a partir de fluxo magnético variável
(magnetismo), gerar tensões elétricas (efeito elétrico). Sua experiência consistiu em
chavear a fonte de tensão que alimentava uma bobina enrolada em torno de um
núcleo toroidal e verificar o surgimento de tensão elétrica entre os terminais de uma
segunda bobina, isolada eletricamente da primeira. Outro aspecto pioneiro dessa
descoberta foi o fato de Faraday ter usado um núcleo de ferro fechado com duas
bobinas separadas e sem conexão elétrica, construindo assim o que se pode
chamar de transformador primitivo, ilustrado a seguir.

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O transformador primitivo de Faraday

Em 1882, em Nova York, Thomas Edison construiu um sistema elétrico com


o qual mostrava as vantagens de se operar uma rede elétrica com tensão constante
e cargas ligadas em paralelo. Mas coube a três engenheiros húngaros – Max Deri,
Otto Blathy e Karl Zipernowsky – mostrar pela primeira vez, em uma exposição
industrial da Hungria, realizada na cidade de Budapeste, em 1885, um sistema
comercial de energia em corrente alternada para alimentar 1.067 lâmpadas
incandescentes ligadas em paralelo, com a tensão de 60 V. O sistema de 100 Hz
era composto por um gerador monofásico CA acionado por uma máquina a vapor,
por 12 transformadores de núcleo envolvente de 5 kVA e por 4 transformadores de
7,5 kVA do tipo nuclear: transformador foi o nome dado por eles aos dispositivos que
converteram a tensão de 1,4 kV para 60 V.

Os transformadores construídos e colocados em operação pelos três


pesquisadores foram os primeiros transformadores práticos com núcleo de ferro
fechado.

A partir de 1960, o desenvolvimento de dispositivos de estado sólido permitiu


a conversão eficiente da corrente contínua em corrente alternada e vice-versa.
Monitorando a tensão do lado de C.A. através do transformador e fazendo a
retificação no lado do enrolamento secundário, a transmissão em corrente contínua
tornou-se uma alternativa à transmissão em corrente alternada, com os atrativos de
minimizar a necessidade de potência reativa e a redução de perdas no sistema.

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Na usina hidrelétrica brasileira de Itaipu, o enrolamento de estator do


gerador síncrono – conectado em estrela – gera 18 kV entre as fases, alimenta o
lado da baixa – conectado em delta – de um banco trifásico elevador que tem o seu
secundário em estrela e com o neutro aterrado (BIM, 2012).

4.1 Transformador monofásico

O transformador monofásico é um dispositivo elétrico que converte tensão e,


consequentemente, corrente, através de dois enrolamentos montados em um núcleo
magnético fechado, como mostrado nas figuras (a) e (c) abaixo.

Transformadores monofásicos

Fonte: Bim (2012, p. 67).

O enrolamento das bobinas que recebem energia da fonte elétrica


monofásica é, geralmente, denominado enrolamento primário, e o enrolamento ao
qual a carga é conectada, enrolamento secundário. Esses enrolamentos podem
ainda ser designados de acordo com a tensão a que estão submetidos, ou seja:
enrolamento de alta ou de baixa tensão. O transformador é dito abaixador quando a
tensão no primário é maior do que a do secundário; no caso contrário, é denominado

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transformador elevador. Quando os enrolamentos estão eletricamente conectados,


como mostrado na figura (b), o dispositivo é denominado autotransformador.

O transformador utilizado na transmissão e distribuição de energia elétrica é


denominado transformador de potência, e, com o objetivo de diminuir as perdas-
ferro, o núcleo é montado a partir de lâminas de espessura fina; o material
magnético utilizado apresenta laços de histerese estreitos e tem uma porcentagem
de silício geralmente menor do que 4%.

Outra aplicação de transformador é a de medição de tensão e de corrente;


nesse caso ele é projetado especificamente para ter as propriedades de um
aparelho de medição e recebe os nomes de transformador de potencial (TP) e de
corrente (TC), respectivamente. É comum encontrar em circuitos eletrônicos os
chamados transformadores de pulsos.

De acordo com o arranjo entre as bobinas dos enrolamentos e o núcleo,


existem dois tipos de transformadores:

1. Tipo núcleo envolvente, no qual as bobinas dos enrolamentos do primário


e secundário são envolvidas pelo núcleo, com as bobinas do primário e do
secundário enroladas em torno da mesma coluna, como mostrado nas figuras (c) e
(b).

2. Tipo núcleo envolvido, no qual as colunas do núcleo são envolvidas pelas


bobinas dos enrolamentos.

O transformador do tipo núcleo envolvente, quando comparado com o de


núcleo envolvido, tem a vantagem de utilizar quantidades menores de cobre e a
desvantagem de exigir uma quantidade maior de material magnético para formar o
núcleo.

O número de espiras das bobinas que compõem cada um dos enrolamentos


estabelece a relação entre as tensões internas (forças eletromotrizes) desses
enrolamentos.

Para o caso do transformador trifásico, cada fase tem o seu enrolamento de


alta e de baixa tensão dispostos de forma concêntrica e com o enrolamento de baixa
sendo sempre o mais interno; assim, evita-se o perigo da formação de arco entre o

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núcleo e o enrolamento da alta tensão, além de facilitar o reparo dos


transformadores, uma vez que, na maioria dos casos, são os enrolamentos de alta
que sofrem danos físicos, como queima parcial ou total de suas bobinas. Cada uma
das três colunas verticais acomoda os enrolamentos concêntricos de alta e de baixa
de uma fase. Os terminais dos enrolamentos de alta podem ser conectados em
estrela (Y) ou em delta (Δ), bem como os de baixa, resultando em um dos seguintes
arranjos: YY, ΔΔ, YΔ e ΔY.

Os arranjos trifásicos podem ser obtidos também pelos conhecidos bancos


trifásicos, formado por três transformadores monofásicos independentes. Na figura
abaixo temos representado o caso particular do primário conectado em delta e o
secundário em estrela.

Banco trifásico conectado em ΔY e conectado a uma linha trifásica

Fonte: Bim (2012, p. 69).

O transformador é projetado para funcionar com valores selecionados de


potência, de tensão, de frequência, de corrente e de temperatura. Quando o
transformador funciona com esses valores, mencionados como sendo os dados ou
valores nominais, diz-se que ele funciona nas condições nominais. O fabricante
registra esses dados em uma placa fixada na caixa do transformador e, por essa
razão, muitas vezes utiliza-se a expressão dados de placa, em vez de valores
nominais.

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Definem-se, então, as seguintes grandezas nominais:

 tensão nominal de um transformador é o valor eficaz da tensão que serve de


base para o seu funcionamento. Geralmente, é entendida como sendo a
tensão escolhida para alimentar a carga conectada ao enrolamento de baixa
ou ao de alta. A especificação das tensões dos transformadores são as
tensões nos lados de baixa e de alta;

 corrente nominal é o valor eficaz da corrente especificado pelo projeto para


que o limite de temperatura permitido não seja ultrapassado;

 frequência nominal é a frequência de operação para a qual o transformador


foi projetado;

 potência aparente nominal de um transformador é a potência nos terminais do


secundário, isto é, a potência que pode ser entregue à carga com tensão e
frequência nominais, sem que se viole a sua temperatura limite. Geralmente é
expressa em kVA.

Os dois enrolamentos de um transformador monofásico convencional podem


ser conectados em série. A desvantagem dessa conexão é a perda de isolamento
elétrico entre os enrolamentos; a principal vantagem é o tamanho menor do núcleo
do autotransformador, quando comparado com o tradicional transformador de dois
enrolamentos, o que resulta em menores custos de fabricação, quando a relação de
espiras exigida não se afasta muito da unidade.

Outras vantagens são o aumento da eficiência e a melhor regulação de


tensão. Com as mesmas correntes nos enrolamentos 1 e 2, a conexão do
autotransformador permite o aumento da potência de saída, por causa da conexão
elétrica desses enrolamentos.

4.2 Transformações trifásicas

A geração, a transmissão e a distribuição de energia em sistemas


comerciais de corrente alternada utilizam circuitos trifásicos. A transferência de
energia de um circuito trifásico para outro, acompanhada da transformação de
tensão e de corrente, pode ser realizada por três transformadores monofásicos – os

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chamados bancos trifásicos, mostrados anteriormente – ou por um transformador


trifásico, no qual os enrolamentos das três fases são montados em um núcleo
comum, como ilustrado na figura (a). O uso de transformadores trifásicos tem sido
preferido porque têm custos menores de fabricação, pesam menos e ocupam
espaço menor quando comparados com o banco trifásico de mesma potência. Sob o
ponto de vista de manutenção ou mesmo de reparo de danos, o banco trifásico é
mais vantajoso:

 se houver a perda de um transformador do banco, a simples troca deste é a


solução, enquanto no caso de um trifásico tem de ser providenciada a sua
substituição integral;

 se o banco estiver conectado em delta e ocorrer a perda de um transformador


do banco, este continuará em funcionamento. É a chamada conexão delta
aberto ou V/V.

A depender das características dos circuitos de geração, transmissão e


distribuição, as conexões trifásicas mais comuns dos enrolamentos de
transformadores são, como já mencionado, a conexão estrela-estrela (Y-Y), a delta-
delta (ΔΔ), a estrela-delta (Y-Δ) e a delta-estrela (Δ-Y).

4.3 Transformadores de múltiplos enrolamentos

Transformadores monofásicos ou trifásicos podem ser construídos com mais


de um enrolamento secundário. Os secundários adicionais servem para alimentar
cargas e linhas com tensões e potências desiguais a partir de uma única fonte e, por
essa razão, são denominados transformadores de múltiplos enrolamentos.
Subestações possuem transformadores de três enrolamentos, sendo que o terceiro,
denominado enrolamento terciário, é utilizado para alimentar as cargas da própria
subestação. Transformadores de múltiplos enrolamentos são também usados em
circuitos eletrônicos.

Como a conexão delta permite a circulação de componentes de correntes


magnetizantes de sequência zero em suas fases, ela se presta à eliminação das

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harmônicas de frequência tripla e seus múltiplos do fluxo magnético e das tensões


em transformadores.

Outra propriedade da conexão delta é que correntes desequilibradas em


suas fases do secundário, estabelecidas por cargas desiguais, não provocam o
desbalanceamento das tensões trifásicas do secundário, como ocorre na conexão
estrela sem o fio neutro. Por essas razões, transformadores são projetados com um
enrolamento terciário conectado em delta.

No caso do transformador de três enrolamentos, veja a ilustração abaixo que


apresenta o seu circuito equivalente.

Transformador de três enrolamentos

Esquema básico de uma fase Circuito equivalente por fase Y

Fonte: Bim (2012, p. 115).

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As impedâncias Z1, Z2 e Z3 são determinadas a partir dos testes de curto-


circuito e se relacionam com as impedâncias mútuas de dispersão entre os circuitos
1,2 e 3 (a notação com subíndice duplo indica os circuitos mútuos) pelas seguintes
relações:

sendo que todas essas impedâncias são referidas ao primário.

Os ensaios de determinação dessas impedâncias são os mesmos dos


transformadores de dois enrolamentos, considerando, claro, a existência do
enrolamento terciário:

 Teste de circuito aberto.

Aplica-se tensão nominal nos terminais do enrolamento de baixa tensão com


os outros enrolamentos abertos. Determinam-se, assim, os parâmetros do ramo de
excitação rc e Xm.

 Teste de curto-circuito:

São necessários três ensaios de curto-circuito:

1. Aplica-se tensão no primário com o secundário curto-circuitado e o


terciário aberto e determina-se a impedância de dispersão entre os circuitos 1 e 2:

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2. Aplica-se tensão no primário com o terciário curto-circuitado e o


secundário aberto e determina-se a impedância de dispersão entre os circuitos 1 e
3:

3. Aplica-se tensão no secundário com o terciário curto-circuitado e o


primário aberto e determina-se a impedância de dispersão entre os circuitos 2 e 3,
transferida para o primário, dada por:

À medida que se aumenta o número de enrolamentos, eleva-se


sobremaneira o número das impedâncias mútuas e, portanto, o número de ensaios
de curto-circuito. Por exemplo, se o número de enrolamentos for 4, serão
necessários 6 ensaios, e se for 5, serão exigidos 10 (BIM, 2012).

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UNIDADE 5 – CONVERSÃO DE ENERGIA

Um dispositivo eletromecânico é um conversor de energia elétrica em


energia mecânica e vice-versa. Para ocorrer a conversão eletromecânica de energia,
é necessário que haja armazenamento de energia. Sabemos que campos elétricos e
magnéticos armazenam energia e que é nos campos magnéticos que se obtêm as
maiores densidades de energia por volume, portanto, permitem projetar dispositivos
de volumes bem menores do que aqueles baseados somente em campos elétricos.

Esse campo de conhecimento estuda os princípios e processos de


conversão, desenvolvendo meios para a obtenção dos modelos dos transdutores
eletromecânicos.

Dois motivos que levam a conversão da energia para a forma elétrica:


facilidade de transmissão e de processamento.

Frise-se: o armazenamento de energia elétrica pode ser feito através de


campos elétricos ou de campos magnéticos.

Armazenamento em campos magnéticos:

Armazenamento em campos elétricos:

logo:

Wmag / Wele = 10.000

Lembremos que campo magnético é a forma usual de armazenamento


energético para fins de Conversão de Energia (SILVA, 2013).

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5.1 Transdutores de energia

Um transdutor é um dispositivo que pode converter energia elétrica em


mecânica (nesse caso ele será sempre chamado de atuador), ou vice-versa (caso
em que é chamado de sensor).

São vários os mecanismos físicos que permitem a conversão de energia


elétrica em mecânica e o inverso, sendo o efeito piezoelétrico o fenômeno principal,
que consiste na geração de uma variação no campo elétrico na presença da
deformação (ou um esforço mecânico) de certos cristais e “eletrofricção” e
“magnetofricção”, em que variações na dimensão de certos materiais conduzem a
uma variação em suas propriedades elétricas (ou magnéticas).

Na classe dos transdutores eletromagnetomecânicos, temos os transdutores


de ferro móvel, sendo o eletroímã o exemplo mais simples e como aplicação a
válvula solenoide que atua quando energizada, fazendo com que o êmbolo (pistão)
se desloque num sentido que permita passagem de um fluido por um tubo.

O relé também é um dispositivo eletromecânico de grande aplicação


industrial. Essencialmente é uma chave eletromecânica que permite a abertura e o
fechamento de contatos elétricos por meio de uma estrutura eletromecânica.

Microfones, alto-falantes e todos os motores elétricos e geradores são


dispositivos ou transdutores de bobina móvel. Um transdutor de bobina móvel pode
agir como um motor quando uma corrente fornecida externamente, fluindo pela parte
eletricamente condutora do transdutor, é convertida em uma força que pode causar
o deslocamento da parte móvel do transdutor.

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UNIDADE 6 – MÁQUINAS ELÉTRICAS

As máquinas elétricas transformam a energia proveniente de uma fonte


primária em energia elétrica. O motor elétrico é uma máquina que transforma
energia elétrica em energia mecânica de utilização.

Academicamente, quando falamos em máquinas elétricas estamos nos


referindo tanto ao estudo dos geradores elétricos quanto dos motores elétricos.
Enquanto os geradores elétricos convertem energia mecânica em elétrica, os
motores elétricos, ao contrário, convergem energia elétrica em energia mecânica.
Uns e outros se caracterizam por haver movimento em seu funcionamento, o qual
pode ser rotativo ou linear.

Os motores elétricos são divididos em dois grandes grupos, tomando-se o


valor da tensão como base: corrente contínua e alternada.

Abaixo temos dois esquemas que classificam os tipos de motores elétricos e


na sequência a descrição das principais características dos motores elétricos, em
geral.

Classificação dos motores elétricos

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 203).

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Tipos de motores

Fonte: Pinto (2011, p. 28).

6.1 Características dos principais tipos de motores

a) Motores de Corrente Contínua:

São aqueles acionados através de uma fonte de corrente contínua. São


muito utilizados nas indústrias quando se faz necessário manter o controle fino da
velocidade num processo qualquer de fabricação. Como exemplo, pode-se citar a
indústria de papel.

São fabricados em três diferentes características.

a.1) Motores em série:

São aqueles em que a corrente de carga é utilizada também como corrente


de excitação, isto é, as bobinas de campo são ligadas em série com as bobinas do
induzido. Estes motores não podem operar a vazio, pois a sua velocidade tenderia a
aumentar indefinidamente, danificando a máquina.
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a.2) Motores em derivação:

São aqueles em que o campo está diretamente ligado à fonte de


alimentação e em paralelo com o induzido. Sob tensão constante, estes motores
desenvolvem uma velocidade constante e um conjugado variável de acordo com a
carga.

a.3) Motores compostos:

São aqueles em que o campo é constituído de duas bobinas, sendo uma


ligada em série e a outra em paralelo com o induzido.

Estes motores acumulam as vantagens do motor série e do de derivação,


isto é, possuem um elevado conjugado de partida e velocidade aproximadamente
constante no acionamento de cargas variáveis (MAMEDE FILHO, 2012).

Segundo Pinto (2011), nos motores de corrente contínua – excitação


paralela, o enrolamento dos polos nesse tipo está em paralelo com o induzido. O
enrolamento nesses casos é constituído de fio muito fino com muitas espiras e por
consequência tem muita resistência elétrica, pois deverá suportar toda a força
eletromotriz gerada quando se tratar de um gerador, ou então toda a força
eletromotriz da rede de alimentação no caso de ser um motor.

Nestas máquinas deve-se observar as diferenças para seu funcionamento,


quando se trata de um motor deverá ter uma resistência de partida em série com o
conjunto, conforme a figura abaixo. Quando a máquina funciona como gerador,
elimina-se a resistência de partida e coloca-se um reostato em série com o campo.

Máquina CC, excitação contínua

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Máquina CC, excitação paralela

Fonte: Pinto (2011, p. 84).

Para o funcionamento como motor são necessários certos dispositivos de


segurança para se evitar a perda do campo magnético no motor.

A variação de velocidade nesses motores quando sem carga é apenas de


+/- 10%. Por esta razão os motores shunt são considerados como motores de
velocidade constante.

As principais partes de um motor C.C. estão ilustradas abaixo e explicados


na sequência:

Vista em corte de uma máquina de corrente contínua

Fonte: Pinto (2011, p. 75).

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40

 Sistema de Campo ou Polos de Excitação: parte do motor que fornece o


fluxo magnético necessário para criar o torque. Têm a finalidade de gerar o
fluxo magnético. São constituídos de condutores enrolados sobre núcleos de
chapas de aço laminadas cujas extremidades possuem um formato que se
ajusta a armadura e são chamadas de sapatas polares.

 Carcaça: é a estrutura suporte do conjunto, também tem a finalidade de


conduzir o fluxo magnético, que é gerado pelos polos de excitação.

 Interpolos ou Polos de Comutação: as correntes que fluem no enrolamento


da armadura criam forças magnomotrizes cujos fluxos magnéticos tendem a
se opor à ação do campo principal, alterando e produzindo centelhas nas
escovas. Para evitar esta ação indesejável da armadura (conhecida como
reação da armadura) são utilizados interpolos ou polos comutadores, que são
bobinas de poucas espiras de fio grosso, enroladas com núcleos laminados
estreitos dispostos entre os polos principais da máquina que são ligados em
série com a armadura. Nas máquinas grandes há normalmente tantos
interpolos quanto são os polos principais e nas máquinas pequenas quase
sempre usa-se a metade.

 Polos de Compensação: é um enrolamento distribuído na periferia da sapata


polar e percorrido pela corrente de armadura. Sua finalidade é também
compensar a reação de armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e
não somente na região transversal. Evita o aparecimento de faíscas
provocadas por uma diferença de potencial entre as espiras devido a
distribuição não uniforme da indução no entreferro.

 Armadura: parte do motor que conduz a corrente que interage com o fluxo de
campo para criar torque.

 Escovas: parte do circuito através do qual a corrente elétrica é alimentada


para a armadura através da fonte de alimentação. Escovas são feitas de
grafite ou metais preciosos. Um motor C.C. tem um ou mais pares de
escovas.

 Comutador: é a parte que está em contato com as escovas. A corrente é


distribuída apropriadamente nas bobinas da armadura por meio das escovas
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e comutador. É o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento


do rotor e é constituído de lâminas de cobre isoladas uma das outras por
meio de lâminas de mica (PINTO, 2011).

b) Motores de Corrente Alternada:

São aqueles acionados através de uma fonte de corrente alternada e


utilizados na maioria das aplicações industriais.

Há vários tipos de motores elétricos empregados em instalações industriais.


No entanto, por sua maior aplicação nesta área, devido à simplicidade de
construção, vida útil longa, custo reduzido de compra e manutenção, vamos tratar
mais especificamente dos motores elétricos assíncronos de indução.

b.1) Motores trifásicos:

São aqueles alimentados por um sistema trifásico a três fios, em que as


tensões estão defasadas de 120º elétricos. Representam a grande maioria dos
motores empregados nas instalações industriais.

Mais adiante falaremos desses motores em detalhes.

b.2)Motores síncronos:

Os motores síncronos, comparativamente aos motores de indução e de rotor


bobinado, são de pequena utilização em instalações industriais.

Os motores síncronos funcionam através da aplicação de uma tensão


alternada nos terminais do estator, excitando o campo rotórico por meio de uma
fonte de corrente contínua que pode ser diretamente obtida de uma rede de CC, de
um conjunto retificador, de uma excitatriz diretamente acoplada no eixo do motor,
comumente chamada de dínamo, ou de um grupo motor-gerador. A excitação do
campo é feita geralmente através de anéis coletores acoplados ao eixo do motor.

b.3) Motores monofásicos de indução:

Os motores monofásicos são, relativamente aos motores trifásicos, de


pequeno uso em instalações industriais. São construídos normalmente para
pequenas potências (até 15 cv, em geral).

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Os motores monofásicos são providos de um segundo enrolamento


colocado no estator e defasado de 90° elétricos do enrolamento principal, e que tem
a finalidade de tornar rotativo o campo estatórico monofásico. Isto é o que permite a
partida do motor monofásico.

O torque de partida é produzido pelo defasamento de 90° entre as correntes


do circuito principal e do circuito
de partida. Para obter esta
defasagem, liga-se ao circuito
de partida um condensador, de
acordo com o esquema ao lado:

Tipo força centrífuga

O campo rotativo assim produzido orienta o sentido de rotação do motor.

A fim de que o circuito de partida não fique ligado desnecessariamente após


o acionamento do motor, um dispositivo automático desliga o enrolamento de
partida, passando o motor a funcionar normalmente em regime monofásico. Esse
dispositivo pode ser acionado por um sistema de força centrífuga.

A bobina que liga o circuito de partida é desenergizada pelo decréscimo do


valor da corrente no circuito principal após o motor entrar em regime normal de
funcionamento.

A ilustração a seguir fornece o detalhe de ligação desse dispositivo


automático. O condensador de partida é do tipo eletrolítico que tem a característica
de funcionar somente quando solicitado por tensões ou polaridade estabelecida. É
montado, normalmente, sobre a carcaça do estator através de um suporte que
também tem a finalidade de protegê-lo mecanicamente.

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Tipo decréscimo da corrente

Os motores monofásicos podem ser do tipo indução ou síncrono, cujas


características básicas são idênticas às que foram estabelecidas para os motores
trifásicos correspondentes.

Na tabela abaixo temos as características básicas dos motores elétricos


monofásicos.

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 207).

b.4)Motores tipo universal:

São aqueles capazes de operar tanto em corrente contínua como em


corrente alternada. São amplamente utilizados em aparelhos eletrodomésticos, tais
como enceradeiras, liquidificadores, batedeiras, etc. São constituídos de uma bobina
de campo em série com a bobina da armadura, e de uma bobina de compensação

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que pode estar ligada em série ou em paralelo com a bobina de campo, cuja
compensação é denominada respectivamente de condutiva ou indutiva (MAMEDE
FILHO, 2012).

Segundo Pinto (2011), essas condições de operar em CC e CA,


apresentando aproximadamente a mesma velocidade e resposta devem ser
encontradas quando tensão contínua e tensão alternada são aproximadamente
iguais em valores eficazes e médios e a frequência da tensão alternada não
ultrapassar 60 ciclos por segundo.

A operação em corrente contínua é idêntica ao de um motor CC série. O


princípio de desenvolvimento de torque pode ser obtido referindo-se à figura abaixo
onde mostra um motor série de dois polos.

Motor em série de dois polos

O motor também irá funcionar se uma corrente alternada é aplicada. A


corrente no circuito da armadura inverte 120 vezes por segundo (para 60 ciclos),
mas a excitação de campo e o fluxo do estator também invertem 120 vezes por
segundo, e estas reversões acontecem em fase com a corrente de armadura. Em
corrente alternada, o torque varia instantaneamente 120 vezes por segundo, mas o
torque desenvolvido é sempre unidirecional.

Contudo, segundo Pinto (2011), há alguns efeitos presentes na operação AC


que não estão presentes na CC, a saber:

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a) Construção de estator laminado – devido ao fato de que o fluxo do estator


é alternado, é necessário usar uma estrutura laminada para reduzir as perdas
histeréticas.

b) Tensão reativa – em um circuito CC, a corrente é limitada pela resistência.


Em um circuito AC, a corrente é limitada pela impedância e não somente pela
resistência ôhmica. A impedância é composta de duas componentes, resistência e
reatância. A reatância está presente no circuito AC quando um circuito magnético é
criado pelo fluxo de corrente no circuito elétrico. Esta tensão de reatância, o qual
está presente durante a operação AC, mas não durante a CC, absorve uma
quantidade de tensão de linha, reduzindo a tensão aplicada à armadura, de modo
que a velocidade do motor, para uma dada corrente, tende a ser menor em AC do
que em CC. Em outras palavras, a tensão efetiva na armadura, para uma dada
corrente é menor na operação AC do que na CC.

c) Efeito da saturação – a tensão reativa tende a fazer a velocidade em AC


ser menor que em CC. Há outro efeito o qual dá uma tendência oposta. Este efeito é
simplesmente de que uma dada raiz quadrada de valor médio de corrente alternada
irá produzir menos fluxo alternado efetivo do que na corrente contínua de mesmo
valor devido ao efeito de saturação do ferro. Em correntes baixas e altas
velocidades, a tensão reativa não é tão importante.

d) Comutação e vida útil das escovas – a comutação em corrente alternada


é substancialmente mais fraca do que em corrente contínua e a duração é também
menor. A principal razão para uma fraca comutação em corrente alternada é devido
a tensão induzida nas bobinas curto-circuitadas submetendo-se a comutação pela
ação transformadora do campo principal alternado.

Voltando a falar dos motores trifásicos, a figura abaixo mostra os seus


principais componentes.

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Os motores de indução são constituídos de duas partes básicas: o estator e


o rotor.

O estator é formado por três elementos:

i) Carcaça: constituída de uma estrutura de construção robusta, fabricada


em ferro fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com superfície
aletada e que tem como principal função suportar todas as partes fixas e móveis do
motor.

ii) Núcleo de chapas: constituído de chapas magnéticas adequadamente


fixadas ao estator.

iii) Enrolamentos: dimensionados em material condutor isolado, dispostos


sobre o núcleo e ligados à rede de energia elétrica de alimentação.

O rotor também é constituído de quatro elementos básicos, a saber:

i) Eixo: responsável pela transmissão da potência mecânica gerada pelo


motor.

ii) Núcleo de chapas: constituído de chapas magnéticas adequadamente


fixadas sobre o eixo.

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iii) Barras e anéis de curto-circuito (motor de gaiola): constituído de alumínio


injetado sobrepressão.

iv) Enrolamentos (motor com rotor bobinado): constituídos de material


condutor e dispostos sobre o núcleo.

Outros componentes dos motores trifásicos:

 Ventilador – responsável pela remoção do calor acumulado na carcaça;

 tampa defletora – componente mecânico provido de aberturas instaladas na


parte traseira do motor sobre o ventilador;

 terminais – conectores metálicos que recebem os condutores de alimentação


do motor;

 rolamentos – componentes mecânicos sobre os quais está fixado o eixo;

 tampa – componente metálico de fechamento lateral;

 caixa de ligação – local onde estão fixados os terminais de ligação do motor.

As correntes rotóricas são geradas eletromagneticamente pelo estator, único


elemento do motor ligado à linha de alimentação (MAMEDE FILHO, 2012).

O comportamento de um motor elétrico de indução relativo ao rotor é


comparado ao secundário de um transformador.

O rotor pode ser constituído de duas maneiras: rotor bobinado e rotor em


gaiola.

 Rotor bobinado:

Constituído de bobinas, cujos terminais são ligados a anéis coletores fixados


ao eixo do motor e isolados deste.

São de emprego frequente nos projetos industriais, principalmente quando


se necessita de controle adequado à movimentação de carga, ou se deseja acionar
uma determinada carga através de reostato de partida.

Estes motores são construídos com o rotor envolvido por um conjunto de


bobinas normalmente interligadas, em configuração estrela, com os terminais
conectados a três anéis, presos mecanicamente ao eixo do motor, porém isolados

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eletricamente, e ligados através de escovas condutoras a uma resistência trifásica


provida de cursor rotativo. Assim, as resistências são colocadas em série com o
circuito do enrolamento do rotor, e a quantidade utilizada depende do número de
estágios de partida adotado, que, por sua vez, é dimensionado em função
exclusivamente do valor da máxima corrente admissível para acionamento da carga.

A seguir temos dois esquemas, o primeiro da ligação dos anéis acoplados


ao reostato de partida, com a barra de curto-circuito medianamente inserida e o
segundo, a ligação de um motor com reostato de partida ajustado para acionamento
em três tempos.

Motor de rotor bobinado

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Reostato de partida

De acordo com a ilustração do reostato, pode-se observar que, quando é


acionado o contator geral C1 ligado aos terminais 1-2-3, o motor parte sob o efeito
das duas resistências inseridas em cada bobina rotórica. Após um certo período de
tempo, previamente ajustado, o contator C3 curto-circuita o primeiro grupo de
resistência do reostato, o que equivale ao segundo estágio. Decorrido outro
determinado período de tempo, o contator C2 opera mantendo em curto-circuito o
último grupo de resistências do reostato, o que equivale ao terceiro estágio. Nesta
condição, o motor entra em regime normal de funcionamento.

Os motores de anéis são particularmente empregados na frenagem elétrica,


controlando adequadamente a movimentação de cargas verticais, em baixas
velocidades. Para isso, usa um sistema combinado de frenagem sobressíncrona ou
subsíncrona com inversão das fases de alimentação. Na etapa de levantamento, o
motor é acionado com a ligação normal; e tanto a força necessária para vencer a
carga resistente, quanto a velocidade de levantamento são ajustadas pela inserção
ou retirada dos resistores do circuito do rotor. Para o abaixamento da carga, basta
inverter duas fases de alimentação, e o motor comporta-se como gerador, em
regime sobressíncrono, fornecendo energia à rede de alimentação, girando,
portanto, no sentido contrário ao funcionamento anterior.

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São empregados no acionamento de guindastes, correias transportadoras,


compressores a pistão, etc.

 Rotor em gaiola

O rotor em gaiola é constituído de um conjunto de barras não isoladas e


interligadas através de anéis condutores curto-circuitados e tem grande aplicação
industrial.

O motor de indução opera normalmente a uma velocidade constante,


variando ligeiramente com a aplicação da carga mecânica no eixo.

O funcionamento de um motor de indução baseia-se no princípio da


formação de campo magnético rotativo produzido no estator pela passagem da
corrente alternada em suas bobinas, cujo fluxo, por efeito de sua variação, se
desloca em volta do rotor, gerando neste, correntes induzidas que tendem a se opor
ao campo rotativo, sendo, no entanto, arrastado por este.

O rotor em nenhuma hipótese atinge a velocidade do campo rotativo, pois,


do contrário, não haveria geração de correntes induzidas, eliminando-se o fenômeno
magnético rotórico responsável pelo trabalho mecânico do rotor (MAMEDE FILHO,
2012).

Quando o motor está girando sem a presença de carga mecânica no eixo,


comumente chamado motor a vazio, o rotor desenvolve uma velocidade angular de
valor praticamente igual à velocidade síncrona do campo girante do estator.
Adicionando-se carga mecânica ao eixo, o rotor diminui a sua velocidade. A
diferença existente entre a velocidade síncrona e a do rotor é denominada
escorregamento, que representa a fração de rotação que perde o rotor a cada
rotação do campo rotórico. O escorregamento, em termos percentuais, é dado pela
Equação:

onde:

W s = velocidade síncrona
W = velocidade angular do rotor

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Voltando agora aos motores síncronos, é importante entender que a corrente


absorvida pelo circuito estatório é função da corrente de excitação para uma
determinada carga acionada pelo motor. Quando o motor está girando a vazio, a
corrente do estator é praticamente igual à corrente de magnetização. Se for
acoplada ao motor uma carga mecânica, a corrente absorvida pelo estator
aumentará, estabelecendo um conjugado motor suficiente para vencer o conjugado
resistente.

Quando a corrente de excitação é de valor reduzido, isto é, o motor está


subexcitado, a força eletromotriz induzida no circuito estatórico é pequena, fazendo
com que o estator absorva da rede alimentação uma determinada potência reativa
necessária à formação de seu campo magnético e cuja corrente está atrasada em
relação à tensão da rede. Se a corrente de excitação for aumentada gradativamente,
mantendo-se a grandeza da carga e, consequentemente, elevando-se o valor da
força eletromotriz no estator, deve-se chegar num determinado instante em que a
corrente estatórica, até então atrasada, fica em fase com a tensão da rede
significando um fator de potência unitário. Se este procedimento continuar, isto é, se
a corrente de excitação for aumentada ainda mais, a corrente estatórica se adiantará
em relação à tensão, caracterizando a sobre-excitação do motor síncrono, fazendo
com que este passe a fornecer potência reativa à rede, trabalhando com um fator de
potência capacitativo.

Esse é o princípio básico da correção do fator de potência de uma


instalação, utilizando o motor síncrono em alternativa a banco de capacitores
(MAMEDE FILHO, 2012).

A utilização de motores síncronos acionando determinados tipos de carga


mecânica para correção do fator de potência de uma instalação industrial requer
cuidados adicionais com respeito às flutuações no torque, devido à natureza da
própria carga. Também, motores síncronos, de potência inferior a 50 cv, não são
adequados à correção do fator de potência, em virtude da sensibilidade de perda de
sincronismo quando da ocorrência de flutuações de tensão na rede de alimentação.

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Os motores síncronos apresentam dificuldades operacionais práticas, pois


necessitam de fonte de excitação, requerendo manutenção constante e muitas
vezes dispendiosa.

Uma das desvantagens de utilização do motor síncrono está na partida, pois


é necessário que se leve o mesmo a uma velocidade suficientemente próxima da
velocidade síncrona, a fim de que ele possa entrar em sincronismo com o campo
girante.

Para essa finalidade são empregados dentre outros recursos, a utilização de


um motor de corrente contínua acoplado ao eixo do motor síncrono e/ou a utilização
de enrolamento de compensação.

Através da aplicação deste último método, o comportamento do motor


síncrono durante a partida é semelhante ao do motor de indução.

Durante a partida do motor síncrono, dotado de enrolamentos de


compensação também conhecidos como enrolamentos amortecedores, o
enrolamento de campo de corrente contínua deve ser curto-circuitado, enquanto se
aplica a tensão da rede nos terminais do estator até levar o motor a vazio à condição
de sincronismo, semelhantemente a um motor de indução. A seguir, desfaz-se a
ligação de curto-circuito do enrolamento de campo e aplica-se nele uma corrente
contínua, ajustando-se adequadamente à finalidade de utilização a que se propõe
(MAMEDE FILHO, 2012).

Construtivamente, os enrolamentos amortecedores podem ser do tipo gaiola


de esquilo ou do tipo rotor bobinado. Neste último caso, o motor síncrono utiliza
cinco anéis coletores, ilustrados abaixo, e em três desses anéis se acoplam as
resistências externas do reostato de partida, enquanto os outros dois são utilizados
para a excitação do campo rotórico.

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Motor síncrono

Fonte: Mamede Filho (2012, p. 206).

À semelhança do motor de indução, à medida que se reduz a resistência do


circuito de amortecimento, o motor se aproxima da velocidade síncrona até que se
aplica no enrolamento de campo uma tensão em corrente contínua, fazendo o motor
entrar em sincronismo com o campo girante.

6.2 Motores assíncronos trifásicos com rotor em gaiola

Os motores de indução trifásicos, com rotor em gaiola, são usados na


maioria das instalações industriais principalmente em máquinas não suscetíveis a
variações de velocidade.

Para obtenção de velocidade constante, devem-se usar motores síncronos,


normalmente construídos para potências elevadas, devido a seu alto custo relativo,
quando fabricados em potências menores.

Nestes motores, as principais características que devemos conhecer envolve


a potência, tensão, corrente e frequência nominal, fator de potência e de serviços,
perdas ôhmicas, expectativa de vida útil, classes de isolamento, elevação de
temperatura, ventilação, graus de proteção, regime de funcionamento, os tipos de
ligação e suas formas construtivas dentre outras.

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Em se tratando da dimensão dos motores, no Brasil segue-se a norma NBR


15623:2008 que substituiu a NBR 5432, que está de acordo com a normalização da
International Electrotechnical Comission – IEC-72.

Esta norma toma com base as dimensões de montagem de máquinas


elétricas e atribuem letras designando determinadas distâncias mostradas na
ilustração abaixo:

H – é a altura do plano da base ao centro da ponta do eixo.

C – é a distância do centro do furo dos pés do lado da ponta do eixo ao plano de


encosto da ponto do eixo. Esta dimensão está associada ao valor H.

B – é a dimensão axial da distância entre centros dos furos dos pés. A cada
dimensão de H podem ser associadas várias dimensões B, o que permite
reconhecer motores mais longos e mais curtos.

A – é a dimensão entre os centros dos furos dos pés no sentido frontal.

D – diâmetro do eixo do motor.

E – dimensão externa do eixo do motor.

As normas padronizam as dimensões dos motores usando a simbologia


dada pelas letras acima. Assim, utilizando-se uma tabela dimensional de motores,
pode-se identificar que o motor designado por 160M (ABNT) tem H=160mm;
A=254mm; B=210mm; C=108mm; K= 15mm; D=42mm e E=110mm.

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6.3 Alternador – geradores síncronos

Uma das máquinas CA mais comum é o gerador síncrono, ou alternador.


Nessa máquina, o enrolamento do campo fica no rotor e a conexão é feita por meio
de escovas, dispostas de modo similar ao das máquinas CA.

O campo do rotor é obtido por meio de uma corrente contínua fornecida pelo
enrolamento do rotor, ou por ímãs permanentes. O rotor então é conectado a uma
fonte de energia mecânica e gira numa velocidade que será considerada constante
para simplificar a análise.

As figuras abaixo mostram uma máquina síncrona trifásica de dois polos e


um alternador trifásico de quatro polos, cujos polos do rotor são gerados por meio de
um enrolamento numa configuração com polo saliente e os polos do estator são
resultados do enrolamento embutido no estator conforme o arranjo simplificado
mostrado na figura, onde cada par a/a', b/b', e assim por diante, contribui para a
geração dos polos magnéticos, como segue.

Máquina síncrona de dois polos

Máquina com polo saliente Máquina com rotor cilíndrico


Fonte: Rizzoni (2013, p. 684).

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Alternador trifásico de quatro polos

Fonte: Rizzoni (2013, p. 684).

O grupo a/a', b/b', c/c' produz um fluxo distribuído senoidalmente


correspondente a um dos pares de polos, enquanto o grupo -a/-a', -b/-b', -c/-c'
contribui para o outro par de polo. As conexões das bobinas que compõem os
enrolamentos também são mostradas na figura acima. Note que as bobinas formam
um ipsilon (chamado também de estrela). A distribuição resultante do fluxo é tal que
o fluxo completa dois ciclos senoidais em torno da circunferência do entreferro. Note
também que cada braço da conexão estrela foi dividido em duas bobinas, enroladas
em diferentes posições, conforme o diagrama do estator na figura do alternador
trifásico de quatro polos. Pode-se imaginar então configurações análogas com maior
número de polos, obtidas do mesmo modo, isto é, dividindo cada braço da conexão
estrela em mais enrolamentos.

O arranjo mostrado na ilustração exige que outra distinção seja feita entre
graus mecânicos θm e graus elétricos θe. No alternador de quatro polos, o fluxo verá
dois ciclos completos durante uma volta do rotor, portanto a tensão gerada nas
bobinas oscilará também com o dobro da frequência de velocidade.

Em geral, os graus elétricos (ou radianos) são relacionados com os graus


mecânicos pela expressão:

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onde p é o número de polos. De fato, a tensão numa bobina da máquina


descreve um ciclo cada vez que um par de polos passa por ela. Portanto, a
frequência da tensão gerada pelo gerador síncrono é:

onde n é a velocidade mecânica em volta por minuto. Alternativamente, se a


velocidade for expressa em radianos por segundo, temos:

onde ωm é a velocidade mecânica de velocidade em radianos por segundo.


O número de polos usado num gerador síncrono é determinado então por dois
fatores: a frequência desejada para a gerada (por exemplo, 60 Hz, se o gerador for
usado para produzir uma potência CA) e a velocidade de rotação do motor primário.
Sobre esta última, existe uma diferença significativa, por exemplo, entre a
velocidade de rotação de um gerador com turbina a vapor e um gerador
hidroelétrico, sendo a primeira muito maior.

Uma aplicação comum do alternador pode ser vista num sistema de carga
de bateria, no qual, no entanto, a tensão CA gerada é retificada para fornecer a
corrente contínua necessária para a carga da bateria (RIZZONI, 2013).

6.4 Noções básicas de transmissão e conversão de movimento

Daremos uma atenção, mesmo que breve e teórica, a uma parte importante
nos sistemas de acionamentos elétricos que é a caracterização dos elementos
mecânicos responsáveis pela conversão e transmissão de movimento, pois as suas
características de funcionamento têm efeito direto na definição do controle dos
motores elétricos.

Dentre itens ou características de funcionamento de algumas cargas


mecânicas comuns nos sistemas de acionamento elétrico, temos a potência e o
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volume de inércia e como elementos básicos de transmissão e conversão,


engrenagens, polias, correias, a transmissão continuamente variável e parafusos de
potência.

a) Potência: a capacidade de uma máquina é expressa pela quantidade de


energia que ela fornece ou transforma em um dado intervalo de tempo. Esta taxa no
tempo com a qual a energia W é fornecida ou transformada recebe o nome de
potência. No sentido mais restrito, potência mecânica é definida como a taxa relativa
ao tempo na qual o trabalho é realizado, isto é:

P = dW/dt.

Quando um objeto rígido gira em torno de um eixo fixo, graças a ação de


uma força externa Fm, as suas partículas sofrem o deslocamento angular
infinitesimal dθ, o que resulta no correspondente comprimento infinitesimal ds = rdθ,
na qual r é a distância da partícula ao eixo de rotação.

Ao se considerar a rotação no intervalo de tempo infinitesimal dt, o trabalho


realizado pelo componente tangencial Ft da força Fm é

Ao se empregar as definições de torque e de potência instantânea, tem-se

que é o análogo rotacional de P = Fv.

b) Volante de inércia: a determinação da energia cinética de discos sólidos


girando em torno de seu eixo de sustentação é importante em acionamentos, pois
eles podem ser utilizados como elementos armazenadores de energia. Assim sendo,
podem manter constante ou permitir pequenas variações na velocidade de
máquinas, ao ceder ou absorver energia, a despeito de variações nas potências de
entrada ou de saída.

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Volante de inércia, então, é o termo empregado para esse elemento


mecânico. Para sistemas conservativos, o trabalho realizado pelo torque para levar
um objeto em movimento de rotação da posição θA à posição θB é:

o que significa dizer que o disco absorveu a energia W disco = -T(θA - θB).
Alternativamente, a mesma variação é determinada em função das velocidades
angulares inicial ωA e final ωB, ao se combinar a equação:

com a equação, obtém-se

que integrada resulta na energia cinética do objeto em rotação

Se o sistema não é conservativo esta equação torna-se

na qual W perdas designa a energia que o disco toma e não é transformada em


energia útil.

Grandes quantidades de energia são armazenadas mesmo em baixas


velocidades, com o emprego de volantes. Por exemplo, um volante de inércia 250 kg
x m2, que gira com velocidade de 1 rotação por segundo, armazena:

½ x 250 x (1 x 2π)2 = 4.934,8 J.

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As máquinas de estamparia e prensas são exemplos típicos de máquinas


que se utilizam de volantes (BIM, 2012).

Quanto aos elementos básicos de transmissão e conversão, é importante


ressaltar que quando o movimento de rotação do eixo de um motor deve acionar
uma carga distante, há a necessidade de transmitir o movimento. Se o movimento
da carga é de translação, a conversão do movimento de rotação para o de
translação deverá ser efetuada também.

Engrenagens, polias, correntes de rolo, correias são componentes de


mecanismos, cuja função é transmitir movimento e/ou potência de um eixo para
outro. O parafuso de rosca sem fim, cremalheira e pinhão e biela-manivela são
elementos capazes de transmitir e de converter movimento (BIM, 2012).

a) Engrenagens:

Geralmente, as engrenagens são utilizadas para a transmissão de


movimento quando as distâncias entre eixos não são grandes e se a fonte primária
de potência tem velocidade diferente da exigida pela carga, assim, utiliza-se a
combinação de várias engrenagens para realizar a apropriada variação da
velocidade. Por exemplo, a combinação de três engrenagens de raios diferentes
permite alterar a velocidade sem, contudo, alterar o sentido de rotação, como
ilustrado abaixo.

Conjunto de três engrenagens

Se não ocorre o deslizamento, os pontos de contato das engrenagens têm a


mesma velocidade linear e, assim sendo, a relação entre as velocidades angulares
de duas engrenagens é diretamente proporcional à relação entre os respectivos
deslocamentos angulares B e inversamente proporcional aos respectivos números
de dentes N e diâmetro D.

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A conversão e transmissão de movimento podem ser realizadas com a


combinação de engrenagens circulares e cremalheiras como também por
mecanismos do tipo biela-manivela, como mostrado abaixo.

Biela-manivela

A eficiência típica da transmissão por engrenagens é aproximadamente


98% (BIM, 2012).

b) Polias:

Também denominadas roldanas, as polias são rodas móveis providas de


uma adequada canaleta em torno de sua circunferência que propicia o encaixe
interno de um cabo flexível ou de uma correia que a contorna parcialmente. Quando
estão envolvidos valores altos de potência e se utilizam cabos, as polias possuem
várias ranhuras, as quais têm a função de aumentar o seu atrito com o cabo e
também direcionar o cabo.

As polias podem ter ou não movimento de translação; no primeiro caso são


chamadas de polias fixas e no segundo de polias móveis. Nas fixas, um suporte
estacionário é fixado aos mancais dos eixos; nas móveis, uma das extremidades do
cabo de tração é fixada em um suporte estacionário e a outra extremidade é
tensionada pela ação da força motriz Fm, deslocando, simultaneamente, conjunto
polia e carga. A relação entre os esforços presentes no cabo de uma polia depende
do fato dela ser fixa ou móvel.

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Nas polias fixas, pelo fato de o eixo de sustentação não se deslocar, a


velocidade da carga na direção do cabo é igual à velocidade do cabo e, portanto, o
deslocamento H da carga na direção do cabo é igual ao deslocamento h do cabo,
isto é:

h=H (polia fixa)

Para uma polia fixa de rendimento η, com o objetivo de se transmitir a força


Fm ao lado do cabo preso à carga, é necessário aplicar a força Fm/η no outro lado do
cabo.

No caso ideal (eficiência de η = 100%), a força aplicada é igual à exigida e


diz-se que a vantagem mecânica da polia é unitária (vm = 1). A eficiência típica das
polias é aproximadamente 98%.

O emprego da condição de equilíbrio de forças para a polia móvel de cabos


não paralelos – inclinação θ em relação à linha vertical, resulta em

2 Fm cosθ= W

ou, de forma alternativa,

Fm = W / 2cos θ (polia móvel, cabos não paralelos)

ou seja, para deslocar a carga de peso W é necessário aplicar a força W / 2


cos θ que geralmente é menor que a força peso. Em outras palavras, diz-se que a
vantagem mecânica da polia móvel é

vm = 2cos θ (polia móvel, cabos não paralelos)

Na polia móvel o deslocamento da carga é igual ao deslocamento vertical da


polia. O trabalho necessário para realizar o deslocamento H da carga é igual ao
trabalho realizado pela força de tração Fm na direção do ramo do cabo que passa
pela polia fixa. Então, para o deslocamento h desse ramo, tem-se:

EH=Fmh

que combinada à equação (polia móvel, cabo não paralelo) resulta na


relação

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h = (2 cos θ) H (polia móvel, cabos não paralelos)

Portanto, para se deslocar a carga de uma distância H, o ramo de tração da


polia móvel deve ser deslocado de 2 H cos θ. Se os ramos são paralelos, o ângulo θ
será nulo, o que torna vm = 2 e, consequentemente, a velocidade do cabo é o dobro
da velocidade de carga, isto é, Vcabo = 2vc, pois os deslocamentos se dão no mesmo
intervalo de tempo.

As relações básicas do arranjo em série de N polias móveis com ramos


paralelos são:

Fm = W /2N e h = 2NH

Geralmente as polias móveis são usadas em associação múltiplas com as


fixas, em que duas polias móveis estão associadas a uma fixa.

O nome dado a este tipo de arranjo é talha e é muito utilizado em


guindastes. Existem também versões mais compactas e robustas, nas quais as
polias fixas e móveis são montadas em blocos únicos.

Um tipo especial de arranjo de polias fixas com polias móveis é a talha


diferencial, composta por duas polias fixas, de raios desiguais e montadas em um
mesmo eixo, e por uma polia móvel, na qual a carga é presa (BIM, 2012).

c) Correias:

As correias são utilizadas quando as distâncias entre eixos são


suficientemente grandes para impedirem a utilização de engrenagens e podem ter
perfis planos, dentados e trapezoidais – conhecidas como correias em V.

As correias dentadas, também conhecidas por correias sincronizadoras,


combinam a operação silenciosa das correias com a vantagem do não deslizamento
das engrenagens; as correias podem ainda ser utilizadas como elementos
transportadores de carga e, por este motivo, recebem o nome de correia
transportadora. A transmissão de movimento pode também ser feita por correntes de
rolos. A eficiência típica da transmissão por correias é aproximadamente 0,97.

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A aplicação de correias exige, entre outros aspectos, o conhecimento da


razão entre as forças de tensão dos dois ramos da correia, para que se possa evitar
o deslizamento entre a correia e a polia. Se F1, F1m são as tensões no ramo da carga
do cabo, e F2, F2m são as tensões no ramo de retorno do cabo. Ao se empregar as
condições de equilíbrio estático para as polias conduzida e motora, pode-se mostrar
que a relação entre estas forças de tensão, na condição de deslizamento iminente –
nesse caso utiliza-se ωae não ωad é:

Polia condutora

Polia motora

βc e βm são, respectivamente, os ângulos de contato entre a correia e as


polias conduzida e motora, dados em radianos, e θ é o ângulo interno entre as faces
laterais da correia em V, cujos valores máximos típicos estão por volta de 40°.

Se o coeficiente entre as forças de tensão for maior do aquele definido pelo


conjunto de equações acima, ocorre o deslizamento entre a correia e a polia.

Se a correia em V é trocada por correia plana, a relação permitida entre as


forças de tensão é determinada pela relação:

A análise dessas equações mostra que para duas polias ligadas pela mesma
correia e com o mesmo atrito, o deslizamento ocorre primeiramente naquela que
tiver o menor ângulo de contato, pois tem o menor quociente entre as forças de
tensão.

Se a correia desliza, o coeficiente de atrito estático µae deverá ser


substituído pelo dinâmico µad. É importante salientar que essas fórmulas são válidas

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para velocidade constante ou nula da correia, pois são obtidas a partir da condição
de equilíbrio.

Muitas vezes, polias auxiliares – também conhecidas por polias tensoras –


são utilizadas com o objetivo de aumentar o ângulo de contato entre a correia e as
polias principais.

d) Transmissão continuamente variável (TCV)

A variação da relação de transmissão nos sistemas de engrenagens é em


degraus, o que pode provocar trancos indesejáveis no movimento. Outras
desvantagens associadas a esses sistemas são as relações de transmissão fixas e
predeterminadas.

Uma das alternativas de obtenção de uma transmissão continuamente


variável é o emprego de duas polias cônicas estendíveis, fixadas cada uma a eixos
diferentes e conectadas entre si por uma correia em V, em que a polia 1 está
configurada no seu diâmetro mínimo e a polia 2 no seu diâmetro máximo.

Cada polia tem uma face livre que deslocada axialmente, no sentido de se
afastar ou de se aproximar da face fixa, altera o diâmetro de rotação e, portanto,
altera o diâmetro de acomodação da correia. Os deslocamentos das faces livres
devem ocorrer simultaneamente, pois a correia tem comprimento constante. As
correias podem ser de metal ou de borracha.

Isoladamente, as transmissões continuamente variáveis (TCV) têm


eficiências menores que as transmissões automáticas e manuais; mas, por terem
alta flexibilidade na variação da relação de transmissão para um conjunto único de
polias – o que significa “um número ilimitado” de relações – permitem ajustar a
transmissão para que a fonte geradora de movimento trabalhe no seu ponto ótimo
de eficiência, sem prejuízo no acionamento da carga (BIM, 2012).

É o caso, por exemplo, do motor de combustão dos automóveis, que para


cada valor de potência transmitida tem um ponto de operação torque-velocidade
correspondente à eficiência ótima. Assim sendo, é possível funcionar nesse ponto
ótimo – o que significa torque e velocidade constantes – e atender as solicitações da
carga, simplesmente modificando-se a relação de transmissão. Graças à evolução

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tecnológica no mecanismo de deslocamento das polias, no material utilizado na


correia, nos sensores e nos sistemas providos com microprocessadores, o uso de
TCV tem crescido em diversos setores industriais, sendo comercialmente utilizadas
em alguns carros de passeio. A TCV é conhecida desde 1886, quando dois
engenheiros alemães, Daimler e Benz, a inventaram para serem utilizadas
especificamente em automóveis (BIM, 2012).

e) Parafusos de potência:

Quando um parafuso é girado, com a porca mantida imóvel, ele se desloca


na direção axial, e, assim sendo, pode ser empregado para mover cargas; o nome
dado ao parafuso, quando ele tem esta função, é parafuso de potência. São os
casos, por exemplo, de algumas prensas e do macaco mecânico.

Por sua vez, se é permitida apenas a translação da porca na direção axial, a


rotação do parafuso – impedido de se deslocar axialmente – pode ser utilizado para
converter rotação em movimento linear, e, nesse caso, o parafuso é denominado
fuso ou rosca sem fim.

Os fusos podem ter múltiplas entradas (múltiplas roscas) e, em geral, têm


rosca quadrangular ou triangular, embora a quadrangular seja a mais adotada por
causa de sua maior eficiência (BIM, 2012).

Longe de esgotar o assunto, esperamos que tenham compreendido a


importância e as relações próximas entre eletricidade e mecânica enquanto
disciplinas básicas e complementares de grande aplicabilidade prática no cotidiano
do Engenheiro Eletricista.

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REFERÊNCIAS

REFERÊNCIAS BÁSICAS

BIM, Edson. Máquinas elétricas e acionamento. 2 ed. Rio de Janeiro: Campus:


Elsevier, 2012.

JORDÃO, Rubens Guedes. Máquinas síncronas. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC/GEN,


2013.

MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 8 ed. Rio de Janeiro: LTC,
2012.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
AQUINO, Claudio Vara de. Apostila de eletromagnetismo I e circuitos magnéticos
lineares e não lineares. Bauru (SP): UNESP, Departamento de Engenharia Elétrica,
2012. Disponível em:
.fe .unesp. r dee docentes aquino eletromag ... cap .pdf

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15623:2008. Máquina


elétrica gigante – dimensões e potências nominais. Disponível em:
http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=53183

ASSUNÇÃO, José Tarcísio. Conversão de energia – circuitos magnéticos. (2000).


Disponível em:
http://www.ppgel.net.br/nepomuceno/ensino/eletromagnetismo/CirMag.pdf

BARBI, Ivo. Introdução a teoria de conversão eletromecânica de energia. Disponível


em: http://www.ivobarbi.com/PDF/livros/cap1.pdf

E-FISICA. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Magnetismo - Propriedades gerais dos


ímãs (2007). Disponível em: http://efisica.if.usp.br/eletricidade/basico/imas/

FERREIRA, Danton Diego. Departamento de Engenharia. Capítulo 3 – circuitos


magnéticos. Lavras: UFLA, 2012.

FITZGERALD, A. E., KINGSLEY JUNIOR, Charles; UMANS, Sthepen D. Máquinas


Elétricas, 6 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.

GIACOMIN, João C. Princípio de Circuitos Elétricos. Lavras: UFLA, s.d. Disponível


em: http://docente.ifrn.edu.br/alexandrorocha/eletrotecnica/circuitos-
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