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Aula 02

Legislação Especial p/ AGEPEN-CE (Agente Penitenciário) Com videoaulas

Professores: Marcos Girão, Paulo Guimarães


LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

AULA 02
LEI FEDERAL N. 8.072/90 (CRIMES HEDIONDOS). LEI
FEDERAL N. 9.455/97 (DEFINE OS CRIMES DE TORTURA E Dç
OUTRAS PROVIDæNCIAS). LEI FEDERAL N¼ 7.210/84 (LEI DE
EXECU‚ÌO PENAL). LEI ESTADUAL N. 12.567/96. (INSTITUI
PORTE DE ARMA DE DEFESA PARA AGENTES PENITENCIçRIOS DO
ESTADO DO CEARç E Dç OUTRAS PROVIDæNCIAS).

Sum‡rio
Sum‡rio ................................................................................................. 1!
1 - Considera•›es Iniciais ......................................................................... 2!
2 - Crimes Hediondos (Lei n. 8.072/90) ...................................................... 2!
3 - Lei Federal n. 9.455/97 (define os crimes de tortura e d‡ outras provid•ncias)
............................................................................................................. 7!
4 - Lei Federal N¼ 7.210/84 (Lei de Execu•‹o Penal) ...................................14!
5 - Lei Estadual n. 12.567/96 (institui porte de arma de defesa para agentes
penitenci‡rios do estado do cear‡ e d‡ outras provid•ncias) .........................39!
6 - Quest›es ..........................................................................................41!
6.1 - Quest›es sem Coment‡rios ...........................................................41!
6.2 Ð Gabarito .....................................................................................53!
6.3 - Quest›es Comentadas ..................................................................54!
7 - Resumo da Aula ................................................................................76!
8 - Considera•›es Finais ..........................................................................81!

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AULA 02 - LEI FEDERAL N. 8.072/90 (CRIMES


HEDIONDOS). LEI FEDERAL N. 9.455/97
(DEFINE OS CRIMES DE TORTURA E Dç OUTRAS
PROVIDæNCIAS). LEI FEDERAL N. 7.210/84
(LEI DE EXECU‚ÌO PENAL). LEI ESTADUAL N.
12.567/96. (INSTITUI PORTE DE ARMA DE
DEFESA PARA AGENTES PENITENCIçRIOS DO
ESTADO DO CEARç E Dç OUTRAS
PROVIDæNCIAS).
1 - Considera•›es Iniciais
Ol‡, futuro agente penitenci‡rio!
Nossa miss‹o de hoje Ž estudar tr•s leis diferentes, que tratam de temas
variados, mas que n‹o trazem nada de muito complexo. Vamos l‡!?
Bons estudos!

2 - Crimes Hediondos (Lei n. 8.072/90)


Um crime Ž qualificado como hediondo porque Ž considerado muito grave,
repugnante, aviltante. O legislador entendeu que esses crimes merecem uma
maior reprova•‹o por parte do Estado.
Os crimes hediondos est‹o no topo da pir‰mide da desvalora•‹o axiol—gica
criminal. S‹o os crimes que causam mais avers‹o ˆ sociedade.
A Constitui•‹o da Repœblica menciona os crimes hediondos no art. 5¼, XLIII.
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XLIII - a lei considerar‡ crimes inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia a


pr‡tica da tortura, o tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e
os que, podendo evit‡-los, se omitirem;

A pr‡tica de tortura, o tr‡fico de drogas e o terrorismo s‹o mencionados


especificamente pela Constitui•‹o. Esses s‹o considerados crimes equiparados
a hediondos. Axiologicamente, n‹o h‡ nenhuma diferen•a entre eles, mas Lei
n¼ 8.072/1990, bem como a pr—pria Constitui•‹o, mencionam esses crimes
separadamente, de forma que n‹o fazem parte do conjunto dos crimes
hediondos, apesar de terem muitas vezes o mesmo tratamento.
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Os crimes hediondos e os crimes equiparados a hediondos s‹o inafian•‡veis e


insuscet’veis de gra•a ou anistia. A Lei dos Crimes Hediondos menciona
ainda, em seu art, 2¼, a impossibilidade de concess‹o de indulto:

Art. 2¼ Os crimes hediondos, a pr‡tica da tortura, o tr‡fico il’cito de entorpecentes e


drogas afins e o terrorismo s‹o insuscet’veis de:
I - anistia, gra•a e indulto;
II - fian•a.

A gra•a, o indulto e a anistia s‹o formas de extin•‹o da punibilidade.


Anistia Ž o ato do Poder Legislativo por meio do qual se extinguem as
consequ•ncias de um fato que em tese seria pun’vel e, como resultado, qualquer
processo sobre ele. ƒ uma medida ordinariamente adotada para pacifica•‹o dos
esp’ritos ap—s motins ou revolu•›es.
A gra•a, diferentemente, Ž concedida a pessoa determinada, enquanto o indulto
tem car‡ter coletivo. Ambos, porŽm, somente podem ser concedidos por ato do
Presidente da Repœblica, sendo poss’vel a delega•‹o dessa compet•ncia a
Ministro de Estado, ao Advogado-Geral da Uni‹o ou ao Procurador-Geral da
Repœblica.
A reda•‹o original do inciso II do art. 2¼ vedava tambŽm a concess‹o de
liberdade provis—ria nos casos de crimes hediondos e equiparados. Voc• pode
notar, entretanto, que a Constitui•‹o n‹o fez qualquer men•‹o ˆ restri•‹o da
liberdade do acusado por tais crimes.
Pelo contr‡rio, o teor do art. 5¼, LXVI, Ž no sentido de que ÒninguŽm deve ser
levado ˆ pris‹o ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provis—ria, com
ou sem fian•aÓ. Foi por essa raz‹o que o dispositivo foi alterado em 2007, e hoje
os crimes hediondos e equiparados s‹o inafian•‡veis, mas o acusado apenas
pode ter sua liberdade restringida cautelarmente quando houver decis‹o judicial
fundamentada, e apenas nos casos previstos em lei (art. 312 do CPP).

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Mas quais s‹o os crimes hediondos?

Art. 1o S‹o considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei


no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - C—digo Penal, consumados ou tentados:
I - homic’dio (art. 121), quando praticado em atividade t’pica de grupo de exterm’nio,
ainda que cometido por um s— agente, e homic’dio qualificado (art. 121, ¤ 2o, incisos I, II,
III, IV, V, VI e VII);
I-A - les‹o corporal dolosa de natureza grav’ssima (art. 129, ¤ 2o) e les‹o corporal
seguida de morte (art. 129, ¤ 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constitui•‹o Federal, integrantes do sistema prisional e da For•a
Nacional de Seguran•a Pœblica, no exerc’cio da fun•‹o ou em decorr•ncia dela, ou contra
seu c™njuge, companheiro ou parente consangu’neo atŽ terceiro grau, em raz‹o dessa
condi•‹o;
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II - latroc’nio (art. 157, ¤ 3o, in fine);


III - extors‹o qualificada pela morte (art. 158, ¤ 2o);
IV - extors‹o mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e ¤¤ lo, 2o e 3o);
V - estupro (art. 213, caput e ¤¤ 1o e 2o);
VI - estupro de vulner‡vel (art. 217-A, caput e ¤¤ 1o, 2o, 3o e 4o);
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, ¤ 1o).
VII-A Ð (VETADO)
VII-B - falsifica•‹o, corrup•‹o, adultera•‹o ou altera•‹o de produto destinado a fins
terap•uticos ou medicinais (art. 273, caput e ¤ 1o, ¤ 1o-A e ¤ 1o-B, com a reda•‹o dada
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).
VIII - favorecimento da prostitui•‹o ou de outra forma de explora•‹o sexual de crian•a
ou adolescente ou de vulner‡vel (art. 218-B, caput, e ¤¤ 1¼ e 2¼).
Par‡grafo œnico. Considera-se tambŽm hediondo o crime de genoc’dio previsto nos arts. 1o,
2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado.

Antes da altera•‹o sofrida pelos incisos V e VI em 2009, havia uma grande


discuss‹o doutrin‡ria acerca da inclus‹o ou n‹o do estupro (e atentado violento
ao pudor) em suas formas qualificadas no rol dos crimes hediondos, pois os
dispositivos mencionados apenas tratavam do caput dos artigos correspondentes
do C—digo Penal. Hoje voc• pode notar que os dispositivos tratam do caput e dos
par‡grafos do art. 213.

CRIMES EQUIPARADOS A
CRIMES HEDIONDOS
HEDIONDOS

Homic’dio por grupo de


exterm’nio, e homic’dio qualificado

les‹o corporal dolosa de 80191568791

natureza grav’ssima e les‹o


corporal seguida de morte,
quando praticadas contra Tortura

autoridade ou agente das For•as


Armadas e pol’cias.

Latroc’nio

Extors‹o qualificada pela morte


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Extors‹o mediante sequestro e na


forma qualificada

Tr‡fico de Drogas
Estupro simples e de vulner‡vel

Epidemia com resultado morte

Falsifica•‹o, corrup•‹o,
adultera•‹o ou altera•‹o de
produto destinado a fins
terap•uticos ou medicinais

Genoc’dio Terrorismo

Favorecimento da prostitui•‹o ou de
outra forma de explora•‹o sexual
de crian•a ou adolescente ou de
vulner‡vel.

J‡ houve muita controvŽrsia na Doutrina acerca da possibilidade de progress‹o


de regime do condenado por crime hediondo. Com as altera•›es legislativas que
sofreram os par‡grafos do art. 2¼, a discuss‹o foi sepultada de uma vez por
todas.

¤ 1o A pena por crime previsto neste artigo ser‡ cumprida inicialmente em regime
fechado. 80191568791

o
¤ 2 A progress‹o de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo,
dar-se-‡ ap—s o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for prim‡rio,
e de 3/5 (tr•s quintos), se reincidente.

ƒ interessante tambŽm saber que o juiz deve decidir fundamentadamente se


o rŽu poder‡ apelar em liberdade, caso haja condena•‹o.
A reda•‹o anterior do ¤1¼ era de que a pena seria cumprida integralmente em
regime fechado.
O ¤1¼ foi recentemente declarado inconstitucional pelo STF, em sede de controle
difuso, no julgamento do HC 111840. Abaixo transcrevo trecho da ementa do
julgado.
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Ordem concedida t‹o somente para remover o —bice constante do ¤ 1¼ do art. 2¼ da Lei n¼
8.072/90, com a reda•‹o dada pela Lei n¼ 11.464/07, o qual determina que Ò[a] pena por
crime previsto neste artigo ser‡ cumprida inicialmente em regime fechadoÒ. Declara•‹o
incidental de inconstitucionalidade, com efeito ex nunc, da obrigatoriedade de fixa•‹o do
regime fechado para in’cio do cumprimento de pena decorrente da condena•‹o por crime
hediondo ou equiparado (HC 111840).

Recomendo que voc• tome bastante cuidado ao responder uma eventual quest‹o
de prova sobre esse tema, pois a banca pode ainda n‹o ter incorporado a nova
Jurisprud•ncia. Cuidado tambŽm com express›es que fa•am men•‹o diretamente
ˆ lei. Essas s‹o as tais Òquest›es blindadasÓ.

ƒ poss’vel a progress‹o de regime do condenado por crime


hediondo, sendo poss’vel quando se der o cumprimento de 2/5
da pena (apenado prim‡rio), ou de 3/5 (reincidente). A Lei dos
Crimes Hediondos determina que a pena deve ser cumprida inicialmente em
regime fechado. Todavia, o STF j‡ declarou este dispositivo inconstitucional em
sede de controle difuso.

Art. 8¼ Ser‡ de tr•s a seis anos de reclus‹o a pena prevista no art. 288 do C—digo Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, pr‡tica da tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e
drogas afins ou terrorismo.

O art. 288 do C—digo Penal diz respeito ao crime de associa•‹o criminosa.


Quando a associa•‹o criminosa tiver por objeto a pr‡tica de crimes hediondos
ou equiparados a hediondos, haver‡ aumento de pena: a pena cominada pelo
CP Ž de reclus‹o de 1 a 3 anos, enquanto, neste caso, ser‡ de reclus‹o de 3 a
6 anos.

Par‡grafo œnico. O participante e o associado que denunciar ˆ autoridade o bando ou


quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, ter‡ a pena reduzida de um a dois
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ter•os.

O par‡grafo œnico traz mais uma hip—tese de dela•‹o premiada, aqui chamada
de trai•‹o benŽfica. ƒ importante que voc• compreenda que, quanto a crimes
hediondos, a dela•‹o premiada somente se aplica quando houver associa•‹o
criminosa, formada especificamente para o fim de cometer crimes hediondos ou
equiparados.
Caso um participante da associa•‹o criminosa denuncie o grupo ˆs autoridades,
levando ao seu desmantelamento, sua pena ser‡ reduzida de 1 a 2 ter•os.
Um aspecto encarado pela Doutrina Ž o que diz respeito ˆ prova do
desmantelamento da associa•‹o criminosa. Obviamente Ž muito dif’cil fazer essa
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comprova•‹o, e nada impede que, mesmo que todos os componentes sejam


presos, eles voltem a reunir-se no futuro para a pr‡tica dos mesmos crimes. O
Poder Judici‡rio deve, portanto, encarar com parcim™nia o dispositivo legal.

DELA‚ÌO PREMIADA NOS CRIMES HEDIONDOS

TRAI‚ÌO BENƒFICA

- Apenas quando houver associa•‹o criminosa formada


especificamente para a pr‡tica de crimes hediondos ou equiparados
a hediondos;
- O participante ou associado da associa•‹o criminosa ou bando
precisa denunci‡-la ˆs autoridades, possibilitando seu
desmantelamento;
- A pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os.

3 - Lei Federal n. 9.455/97 (define os crimes de


tortura e d‡ outras provid•ncias)
A Lei dos Crimes de Tortura Ž pequena, mas muito importante. A Constitui•‹o
Federal traz como princ’pio o repœdio ˆ tortura e ˆs penas degradantes,
desumanas e cruŽis. Vejamos o que diz a nossa Constitui•‹o sobre o assunto.

Art. 5¡, III - ninguŽm ser‡ submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
[...]
XLIII - a lei considerar‡ crimes inafian•‡veis e insuscet’veis de gra•a ou anistia a
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pr‡tica da tortura , o tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os


definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evit‡-los, se omitirem.

A tortura, portanto, Ž um crime inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou


anistia. ATEN‚ÌO! O crime de tortura n‹o Ž imprescrit’vel! Essa caracter’stica
Ž aplic‡vel apenas aos crimes de racismo e ˆs a•›es de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o estado democr‡tico.
J‡ houve decis‹o do STF no sentido de negar tambŽm a aplica•‹o do indulto a
condenado por crime de tortura.
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A Constitui•‹o determina que o crime de tortura Ž


inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou anistia, mas
n‹o Ž imprescrit’vel.

O STF tambŽm j‡ decidiu que o condenado por crime de tortura tambŽm n‹o
pode ser beneficiado com indulto.
A defini•‹o de tortura deve ser buscada na Conven•‹o Internacional contra a
Tortura e Outras Penas ou Tratamentos CruŽis, Desumanos e Degradantes,
aprovada pelas Na•›es Unidas em 1984 e ratificada e promulgada pelo Brasil em
1991.

O termo tortura designa qualquer ato pelo qual dores ou sofrimentos agudos, f’sicos ou
mentais, s‹o infligidos intencionalmente a uma pessoa a fim de obter, dela ou de uma terceira
pessoa, informa•›es ou confiss›es; de castig‡-la por ato que ela ou uma terceira pessoa tenha
cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar ou coagir esta pessoa ou outras
pessoas; ou por qualquer motivo baseado em discrimina•‹o de qualquer natureza, quando
tais dores ou sofrimentos s‹o infligidos por um funcion‡rios pœblico ou outra pessoa
no exerc’cio de fun•›es pœblicas, ou por sua instiga•‹o, ou com o seu consentimento ou
aquiesc•ncia.

Podemos ver, portanto, que a tortura n‹o resume ˆ imposi•‹o de dor f’sica, mas
tambŽm est‡ relacionada ao sofrimento mental e emocional. Essa agonia
mental muitas vezes Ž chamada de tortura limpa, pois n‹o deixa marcas
percept’veis facilmente.
Antes da Lei n¡ 9.455/1997 n‹o havia qualquer defini•‹o legal acerca do crime
de tortura. O termo era mencionado em algumas leis, mas de forma genŽrica e
esparsa, de modo que a Doutrina nunca aceitou que houvesse a tipifica•‹o do
crime de tortura antes da referida lei.
A Lei da Tortura Ž muito criticada pela imprecis‹o na tipifica•‹o do crimes. A lei
foi votada ˆs pressas e sem muita discuss‹o no Poder Legislativo, sob o impacto
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emocional no que aconteceu na Favela Naval, em Diadema.


Esse caso se refere a uma sŽrie de reportagens investigativas conduzidas em
1997 acerca de condutas praticadas por policiais militares na Favela Naval. Esses
policiais foram filmados extorquindo dinheiro, humilhando, espancando e
executando pessoas numa blitz.
O fervor das discuss›es ent‹o levou ˆ apresenta•‹o de um projeto de lei que foi
rapidamente aprovado pelo Poder Legislativo, sem as discuss›es que seriam
necess‡rias ˆ elabora•‹o de uma lei tecnicamente bem feita.
Esse Ž o pano da fundo da hist—ria, mas isso obviamente n‹o interessa para a
nossa prova, n‹o Ž mesmo!? Vamos ao que realmente interessa, que Ž a an‡lise
do texto legal.
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Art. 1¼ Constitui crime de tortura:


I - constranger alguŽm com emprego de viol•ncia ou grave amea•a, causando-lhe
sofrimento f’sico ou mental:
a) com o fim de obter informa•‹o, declara•‹o ou confiss‹o da v’tima ou de terceira pessoa;
b) para provocar a•‹o ou omiss‹o de natureza criminosa;
c) em raz‹o de discrimina•‹o racial ou religiosa;
II - submeter alguŽm, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de viol•ncia
ou grave amea•a, a intenso sofrimento f’sico ou mental, como forma de aplicar castigo
pessoal ou medida de car‡ter preventivo.
Pena - reclus‹o, de dois a oito anos.

A tortura, em qualquer de suas modalidades, Ž crime material, pois s— ha


consuma•‹o com o pr—prio resultado: o sofrimento da v’tima. Pela mesma raz‹o,
podemos dizer que Ž poss’vel a tentativa e a desist•ncia volunt‡ria.
AlŽm disso, n‹o se admite o arrependimento eficaz e nem o
arrependimento posterior. O crime de tortura Ž de a•‹o penal pœblica
incondicionada.

CRIME DE TORTURA
CARACTERêSTICAS COMUNS A TODAS AS MODALIDADES

ƒ um crime material

ƒ poss’vel a tentativa e a desist•ncia volunt‡ria

N‹o se admite arrependimento eficaz e nem arrependimento posterior

A•‹o penal pœblica incondicionada

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Pelo texto do art. 1¡, podemos concluir que h‡ diferentes modalidades de


tortura, a depender da inten•‹o do agente criminoso. Vejamos quais s‹o essas
modalidades, de acordo com a pr—pria lei e a Doutrina.

MODALIDADES DE TORTURA

Infligida com a finalidade de obter


TORTURA-PROVA ou TORTURA informa•‹o, declara•‹o ou
PERSECUTîRIA confiss‹o da v’tima ou de terceira
pessoa (inciso I, al’nea ÒaÓ).
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TORTURA PARA A PRçTICA DE Infligida para provocar a•‹o ou


CRIME ou TORTURA-CRIME omiss‹o de natureza criminosa.

TORTURA DISCRIMINATîRIA ou Infligida em raz‹o de


TORTURA-RACISMO discrimina•‹o racial ou religiosa

Infligida como forma de aplicar


TORTURA-CASTIGO castigo pessoal ou medida de
car‡ter preventivo.

Marquei de cor diferente a TORTURA-CASTIGO para que voc• memorize uma


caracter’stica diferente. O inciso II do art. 1¡ tipifica a conduta daquele que inflige
sofrimento a pessoa que esteja sob sua guarda, poder ou autoridade, com
finalidade de castigar.
Podemos concluir, portanto que a TORTURA-CASTIGO Ž um crime pr—prio,
pois somente pode ser praticado por quem tenha o dever de guarda ou exer•a
poder ou autoridade sobre a v’tima. Ao mesmo tempo exige-se tambŽm uma
condi•‹o especial do sujeito passivo, que precisa estar sob a autoridade do
torturador.
O exemplo de TORTURA-CASTIGO mais comum Ž o do agente penitenci‡rio que
tortura presos, ou do pai que tortura os pr—prios filhos.
As demais modalidades de tortura s‹o crimes comuns, pois n‹o se exige
nenhuma qualidade especial do agente ou da v’tima.

¤ 1¼ Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de


seguran•a a sofrimento f’sico ou mental, por intermŽdio da pr‡tica de ato n‹o previsto em
lei ou n‹o resultante de medida legal.

Esta Ž a TORTURA DA PRESO OU DE PESSOA SUJEITA A MEDIDA DE


SEGURAN‚A. A tipifica•‹o espec’fica de crime cometido contra essas pessoas
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refor•a o que determina a Lei do Abuso de Autoridade e a pr—pria Constitui•‹o


Federal, que assegura Òaos presos o respeito ˆ integridade f’sica e moralÓ.
Perceba que esta conduta Ž a œnica que n‹o exige dolo espec’fico do agente.
Basta que a pessoa presa ou sujeita a medida de seguran•a seja submetida a
sofrimento, n‹o sendo exigida nenhuma finalidade especial por parte do
torturador.

¤ 2¼ Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evit‡-las
ou apur‡-las, incorre na pena de deten•‹o de um a quatro anos.
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Esta Ž a OMISSÌO PERANTE A TORTURA. J‡ sabemos que, de acordo com o


pr—prio C—digo Penal, a omiss‹o s— Ž penalmente relevante Òquando o omitente
devia e podia agir para evitar o resultadoÓ.
A Doutrina critica duramente este dispositivo, pois ele apenas criminaliza a
omiss‹o daquele que tinha o dever de agir para evitar a tortura, e n‹o inclui
aquele que, apesar de n‹o ter o dever, tinha a possibilidade de impedir o ato de
tortura e n‹o o fez.

Apenas responde por OMISSÌO PERANTE A TORTURA


aquele que tinha o dever de agir para evitar o ato de tortura
e n‹o o faz.

¤ 3¼ Se resulta les‹o corporal de natureza grave ou grav’ssima, a pena Ž de reclus‹o


de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclus‹o Ž de oito a dezesseis anos.

Estas s‹o as hip—teses de TORTURA QUALIFICADA. Apenas chamo sua aten•‹o


para as qualificadoras, que s‹o o resultado les‹o corporal grave ou grav’ssima,
ou morte. A les‹o corporal leve n‹o Ž qualificadora do crime de tortura.

A les‹o corporal leve n‹o Ž qualificadora do crime de


tortura. A TORTURA QUALIFICADA somente ocorre quando
houver como resultado les‹o corporal grave ou
grav’ssima ou, ainda, o resultado morte.

Para esclarecer as quest›es acerca da natureza da les‹o corporal, Ž interessante


que voc• relembre o teor do art. 129 do C—digo Penal, que trata do tema. As
hip—teses de les‹o corporal grave est‹o previstas no ¤1¡, enquanto o ¤2¡ traz os
casos de les‹o corporal grav’ssima.

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CP, Art. 129.


[...]
¤ 1¼ Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupa•›es habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou fun•‹o;
IV - acelera•‹o de parto:
[...]
¤ 2¡ Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incur‡vel;
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III - perda ou inutiliza•‹o do membro, sentido ou fun•‹o;


IV - deformidade permanente;
V - aborto:

Agora voltaremos ˆ Lei n¡ 9.455/1997 para analisar as causas de aumento de


pena para o crime de tortura.

¤ 4¼ Aumenta-se a pena de um sexto atŽ um ter•o:


I - se o crime Ž cometido por agente pœblico;
II Ð se o crime Ž cometido contra crian•a, gestante, portador de defici•ncia,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III - se o crime Ž cometido mediante sequestro.

A defini•‹o de agente pœblico deve ser tomada de forma ampla, nos termos do
C—digo Penal, que estabelece que, para efeito penais, deve ser considerado
funcion‡rio pœblico Òaquele que, embora transitoriamente ou sem remunera•‹o,
exerce cargo, emprego ou fun•‹o pœblicaÓ.
Voc• j‡ sabe que, nos casos em que a condi•‹o de agente pœblico Ž elementar
do crime, n‹o pode se aplicada esta agravante. N‹o faria sentido, por exemplo,
aplicar agravante ˆ TORTURA-CASTIGO infligida por agente penitenci‡rio contra
presos, pois, se o agente n‹o fosse funcion‡rio pœblico, n‹o poderia haver o
crime.
Segundo o Estatuto da Crian•a e do Adolescente, s‹o consideradas crian•as as
pessoas que tenham menos de 12 anos, enquanto adolescentes s‹o aqueles
que t•m mais de 12 e menos de 18.
Por fim, a agravante relacionada ao sequestro Ž aplic‡vel quando a v’tima Ž
sequestrada e, durante o sequestro, o agente comete crime de tortura. Caso o
agente cerceie a liberdade da v’tima com a finalidade œnica de infligir a tortura,
n‹o h‡ que se falar em sequestro.
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¤ 5¼ A condena•‹o acarretar‡ a perda do cargo, fun•‹o ou emprego pœblico e a


interdi•‹o para seu exerc’cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.

Este Ž um efeito extrapenal administrativo da condena•‹o. Caso o agente


do crime de tortura seja funcion‡rio pœblico, perder‡ seu cargo, fun•‹o ou
emprego e ficar‡ interditado para seu exerc’cio pelo per’odo equivalente ao dobro
da pena.
O STF e o STJ j‡ decidiram que esse efeito decore automaticamente da
condena•‹o.
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¤ 7¼ O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hip—tese do ¤ 2¼, iniciar‡ o
cumprimento da pena em regime fechado.

Para responder as quest›es de prova com precis‹o, Ž importante conhecer, ao


menos em parte, o conteœdo da Lei n¡ 8.072/1990, que trata dos crimes
hediondos e equiparados, entre eles a tortura.
A mencionada lei estabelecia o cumprimento das penas relativas aos crimes
hediondos e equiparados em regime integralmente fechado. Quando a Lei de
Tortura foi promulgada, considerou-se que houve derroga•‹o parcial do
dispositivo da Lei dos Crimes Hediondos.
Em 2007 a Lei dos Crimes Hediondos foi alterada, e hoje todos os crimes
hediondos e equiparados devem ter suas penas cumpridas inicialmente em
regime fechado, mas Ž poss’vel a progress‹o de regime.
A pol•mica, porŽm, n‹o acabou. O STJ tem afirmado, em julgados recentes, que
n‹o Ž obrigat—rio que o condenado por crime de tortura inicie o
cumprimento da pena em regime fechado. Esse entendimento decorre do
posicionamento do STF relacionado aos crimes hediondos e equiparados, e entre
os equiparados est‡ o crime de tortura.

DIREITO PENAL. REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DE PENA NO CRIME DE


TORTURA.
N‹o Ž obrigat—rio que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento da
pena no regime prisional fechado. Disp›e o art. 1¼, ¤ 7¼, da Lei 9.455/1997 Ð lei que
define os crimes de tortura e d‡ outras provid•ncias Ð que ÒO condenado por crime previsto
nesta Lei, salvo a hip—tese do ¤ 2¼, iniciar‡ o cumprimento da pena em regime fechadoÓ.
Entretanto, cumpre ressaltar que o Plen‡rio do STF, ao julgar o HC 111.840-ES (DJe
17.12.2013), afastou a obrigatoriedade do regime inicial fechado para os condenados por
crimes hediondos e equiparados, devendo-se observar, para a fixa•‹o do regime inicial de
cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP. Assim, por ser
equiparado a crime hediondo, nos termos do art. 2¼, caput e ¤ 1¼, da Lei 8.072/1990, Ž
evidente que essa interpreta•‹o tambŽm deve ser aplicada ao crime de tortura, sendo o
caso de se desconsiderar a regra disposta no art. 1¼, ¤ 7¼, da Lei 9.455/1997, que possui
a mesma disposi•‹o da norma declarada inconstitucional. Cabe esclarecer que, ao adotar
essa posi•‹o, n‹o se est‡ a violar a Sœmula Vinculante n.¼ 10, do STF, que assim disp›e:
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"Viola a cl‡usula de reserva de plen‡rio (CF, art. 97) a decis‹o de —rg‹o fracion‡rio de
tribunal que, embora n‹o declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do poder pœblico, afasta sua incid•ncia, no todo ou em parte". De fato, o
entendimento adotado vai ao encontro daquele proferido pelo Plen‡rio do STF, tornando-se
desnecess‡rio submeter tal quest‹o ao îrg‹o Especial desta Corte, nos termos do art. 481,
par‡grafo œnico, do CPC: "Os —rg‹os fracion‡rios dos tribunais n‹o submeter‹o ao plen‡rio,
ou ao —rg‹o especial, a argui•‹o de inconstitucionalidade, quando j‡ houver pronunciamento
destes ou do plen‡rio do Supremo Tribunal Federal sobre a quest‹o". Portanto, seguindo a
orienta•‹o adotada pela Suprema Corte, deve-se utilizar, para a fixa•‹o do regime inicial
de cumprimento de pena, o disposto no art. 33 c/c o art. 59, ambos do CP e as Sœmulas
440 do STJ e 719 do STF. Confiram-se, a prop—sito, os mencionados verbetes sumulares:
"Fixada a pena-base no m’nimo legal, Ž vedado o estabelecimento de regime prisional mais
gravoso do que o cab’vel em raz‹o da san•‹o imposta, com base apenas na gravidade
abstrata do delito." (Sœmula 440 do STJ) e "A imposi•‹o do regime de cumprimento mais
severo do que a pena aplicada permitir exige motiva•‹o id™nea." (Sœmula 719 do STF).
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Precedente citado: REsp 1.299.787-PR, Quinta Turma, DJe 3/2/2014. HC 286.925-RR,


Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 13/5/2014.

Art. 2¼ O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime n‹o tenha sido cometido em
territ—rio nacional, sendo a v’tima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdi•‹o brasileira.

Em algumas situa•›es, a Lei de Tortura pode ser aplicada mesmo fora do


territ—rio nacional:
- Quando a v’tima do crime for brasileira;
- Quando o agente se encontre em local em que a lei brasileira seja, em geral,
aplic‡vel.

Encerramos aqui nosso estudo dos crimes de tortura.

4 - Lei Federal N¼ 7.210/84 (Lei de Execu•‹o Penal)


A Lei de Execu•‹o Penal (LEP) Ž considerada por diversos estudiosos uma das
mais avan•adas do mundo em termos humanit‡rios, apesar de, na pr‡tica, n‹o
ser integralmente aplicada.
A partir de agora, estudaremos de forma objetiva os dispositivos mais
importantes da lei.

Art. 1¼ A execu•‹o penal tem por objetivo efetivar as disposi•›es de senten•a ou decis‹o
criminal e proporcionar condi•›es para a harm™nica integra•‹o social do condenado e do
internado.

A execu•‹o Ž a fase do processo penal em que o Estado aplica a puni•‹o ao


agente criminoso. A execu•‹o penal n‹o deixa de ser um processo jurisdicional,
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apesar de estar vinculado ˆ atividade administrativa, responsabilidade prec’pua


do Poder Executivo. Trata-se, portanto, de atividade desenvolvida
simultaneamente nos planos judicial e administrativo.
Segundo a Exposi•‹o de Motivos da LEP, o Direito de Execu•‹o Penal Ž o Òramo
aut™nomo do Direito Pœblico que se ocupa da efetiva•‹o da pena aplicada,
orientando-se por princ’pios pr—prios, porŽm intimamente ligado ao Direito Penal
e ao Direito Processual PenalÓ.
A execu•‹o penal se d‡ a partir do momento em que h‡ senten•a penal
condenat—ria transitada em julgado, impondo pena privativa de liberdade,
restritiva de direitos ou multa, bem como senten•a absolut—ria impr—pria, que
imponha medida de seguran•a.
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ƒ poss’vel ainda que a pena privativa de liberdade seja executada


provisoriamente em car‡ter excepcional, quando for medida benŽfica ao
condenado, mesmo que n‹o tenha ocorrido o tr‰nsito em julgado da senten•a.

Art. 2¼ A jurisdi•‹o penal dos Ju’zes ou Tribunais da Justi•a ordin‡ria, em todo o


Territ—rio Nacional, ser‡ exercida, no processo de execu•‹o, na conformidade desta Lei e
do C—digo de Processo Penal.
Par‡grafo œnico. Esta Lei aplicar-se-‡ igualmente ao preso provis—rio e ao condenado pela
Justi•a Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito ˆ jurisdi•‹o ordin‡ria.

Em regra, a execu•‹o penal Ž compet•ncia da Justi•a Comum, no ‰mbito


estadual. Existem situa•›es, contudo, em que o cumprimento da pena se dar‡
em estabelecimento penal federal de seguran•a m‡xima. Estudaremos essa
hip—tese mais adiante.
O C—digo de Processo Penal Ž aplic‡vel de forma subsidi‡ria na execu•‹o penal,
apenas diante da omiss‹o da LEP.
Conforme entendimento do STF, a execu•‹o de pena privativa de liberdade antes
do tr‰nsito em julgado da senten•a condenat—ria viola o princ’pio da n‹o
culpabilidade. A pris‹o cautelar do rŽu pode ser decretada apenas quando
atendidos os requisitos previstos no art. 312 do CPP.
Caso a condena•‹o tenha sido decidida pelos ramos da Justi•a Especializada
(Justi•a Eleitoral, Justi•a Militar), a execu•‹o da senten•a caber‡ ˆ Justi•a
Comum estadual, desde que os presos estejam em estabelecimentos penais
estaduais, devendo ser aplicada a LEP.

Art. 3¼ Ao condenado e ao internado ser‹o assegurados todos os direitos n‹o atingidos pela
senten•a ou pela lei.
Par‡grafo œnico. N‹o haver‡ qualquer distin•‹o de natureza racial, social, religiosa ou
pol’tica.

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Aqui cabe um coment‡rio interessante acerca dos direitos pol’ticos. A senten•a


penal condenat—ria atinge uma sŽrie de direitos constitucionais. A liberdade de
locomo•‹o, obviamente, Ž cerceada, mas junto com ela tambŽm outros direitos,
a exemplo dos direitos pol’ticos. Os condenados, portanto, n‹o podem votar ou
candidatar-se a cargos eletivos.
Cabe a voc• lembrar, contudo, que as pessoas presas em raz‹o de decis›es
cautelares n‹o foram condenadas, e por isso n‹o t•m seus direitos pol’ticos
suspensos. O TSE, inclusive, j‡ determinou a instala•‹o de Se•›es Eleitorais em
estabelecimentos penais e unidades de interna•‹o de adolescentes, a fim de que
essas pessoas possam exercer seu direito a voto.
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Os condenados, em geral, t•m seus direitos pol’ticos


suspensos, mas n‹o os presos cautelarmente. Por essa raz‹o, o
TSE j‡ determinou a instala•‹o de Se•›es Eleitorais em
estabelecimentos penais e unidades de interna•‹o de adolescentes, a fim de que
essas pessoas possam exercer seu direito a voto.

Art. 5¼ Os condenados ser‹o classificados, segundo os seus antecedentes e


personalidade, para orientar a individualiza•‹o da execu•‹o penal.
Art. 6o A classifica•‹o ser‡ feita por Comiss‹o TŽcnica de Classifica•‹o que elaborar‡ o
programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso
provis—rio.

Esse dispositivo atende o princ’pio da individualiza•‹o da pena, positivado pelo


art. 5¼, XLVI, da Constitui•‹o Federal.

XLVI - a lei regular‡ a individualiza•‹o da pena e adotar‡, entre outras, as seguintes:


a) priva•‹o ou restri•‹o da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) presta•‹o social alternativa;
e) suspens‹o ou interdi•‹o de direitos;

A Comiss‹o TŽcnica de Classifica•‹o deve elaborar um programa, a fim de


orientar o cumprimento da pena para cada preso. O art. 6¼ foi alterado pela Lei
n¼ 10.792/2003, de forma que a comiss‹o n‹o acompanha mais a execu•‹o, e
nem prop›e mais ˆ autoridade judicial as progress›es e regress›es de regime e
as convers›es.
H‡ uma comiss‹o em cada estabelecimento prisional para tratar dos condenados
a pena privativa de liberdade. Essa comiss‹o Ž presidida pelo Diretor do
estabelecimento, e composta por no m’nimo 2 dois chefes de servi•o, 1
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psiquiatra, 1 psic—logo e 1 assistente social.


Nos demais casos (pena n‹o privativa de liberdade) a Comiss‹o atuar‡ junto ao
Ju’zo da Execu•‹o e ser‡ integrada por fiscais do servi•o social.

Com as altera•›es promovidas pela Lei n¼ 10.792/2003,


a Comiss‹o TŽcnica de Classifica•‹o n‹o acompanha
mais a execu•‹o, e nem prop›e mais ˆ autoridade judicial
as progress›es e regress›es de regime e as convers›es.

Para cumprir suas atribui•›es, a comiss‹o poder‡, alŽm de examinar o


condenado, entrevistar pessoas, requisitar dados e informa•›es sobre o
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condenado de reparti•›es ou estabelecimentos privados, bem como realizar


outras dilig•ncias e exames necess‡rios.

Art. 8¼ O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado,


ser‡ submetido a exame criminol—gico para a obten•‹o dos elementos necess‡rios a uma
adequada classifica•‹o e com vistas ˆ individualiza•‹o da execu•‹o.
Par‡grafo œnico. Ao exame de que trata este artigo poder‡ ser submetido o condenado
ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.

A LEP exige exame criminol—gico para fins de classifica•‹o do condenado a


pena privativa de liberdade em regime fechado. O exame Ž facultativo para o
condenado em regime semi-aberto.

Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com viol•ncia de


natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da
Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, ser‹o submetidos, obrigatoriamente, ˆ
identifica•‹o do perfil genŽtico, mediante extra•‹o de DNA - ‡cido desoxirribonucleico, por
tŽcnica adequada e indolor.
¤ 1o A identifica•‹o do perfil genŽtico ser‡ armazenada em banco de dados sigiloso,
conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.
¤ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poder‡ requerer ao juiz competente, no
caso de inquŽrito instaurado, o acesso ao banco de dados de identifica•‹o de perfil genŽtico.

Acredito fortemente na cobran•a desse dispositivo na sua prova, simplesmente


porque ele foi inclu’do na LEP por for•a da Lei n¼ 12.654/2012. Como as bancas
adoram cobrar novidades, recomendo que voc• preste muita aten•‹o a ele.
AlŽm do exame criminol—gico, obrigat—rio para os condenados a pena privativa
de liberdade em regime fechado, Ž obrigat—ria tambŽm a coleta de dados do perfil
genŽtico do condenado por crime doloso praticado com viol•ncia grave
contra a pessoa, ou por crime hediondo.
Esse perfil genŽtico ser‡ armazenado em banco de dados sigiloso, aos qual
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somente ter‡ acesso a autoridade policial (federal ou estadual) que fizer


requerimento ao ju’za competente, e apenas quando houver inquŽrito policial
instaurado.

AlŽm do exame criminol—gico, obrigat—rio para os


condenados a pena privativa de liberdade em regime
fechado, Ž obrigat—ria tambŽm a coleta de dados do perfil
genŽtico do condenado por crime doloso praticado com viol•ncia grave
contra a pessoa, ou por crime hediondo.

Art. 10. A assist•ncia ao preso e ao internado Ž dever do Estado, objetivando prevenir


o crime e orientar o retorno ˆ conviv•ncia em sociedade.
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Par‡grafo œnico. A assist•ncia estende-se ao egresso.


Art. 11. A assist•ncia ser‡:
I - material;
II - ˆ saœde;
III - jur’dica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.

A preven•‹o do crime passa por diversos aspectos, entre eles a assist•ncia ao


preso, ao internado e ao egresso. Essa assist•ncia consiste em a•›es
positivas, por parte do Estado, para facilitar a reintegra•‹o do preso ˆ sociedade.
A assist•ncia material ao preso e ao internado consistir‡ no fornecimento de
alimenta•‹o, vestu‡rio e instala•›es higi•nicas. A assist•ncia ˆ saœde
compreender‡ atendimento mŽdico, farmac•utico e odontol—gico, especialmente
tratando-se de mulheres, incluindo prŽ-natal e p—s-parto, estendida a assist•ncia
ao recŽm-nascido.
A assist•ncia jur’dica deve ser prestada pela Defensoria Pœblica e Ž destinada
aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
A assist•ncia educacional compreender‡ a instru•‹o escolar e a forma•‹o
profissional do preso e do internado, sendo obrigat—rio o ensino de 1¼ grau, hoje
conhecido como Ensino Fundamental. Cada estabelecimento deve ter uma
biblioteca, e Ž poss’vel a assinatura de conv•nios com entidades que desejem
instalar escolas ou oferecer cursos especializados em estabelecimentos penais.
A assist•ncia social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepar‡-
los para o retorno ˆ liberdade. A assist•ncia religiosa, com liberdade de culto,
deve ser prestada aos presos e aos internados, permitindo sua a participa•‹o nos
servi•os organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
instru•‹o religiosa, sendo obrigat—rio que cada estabelecimento disponha de local
apropriado para cultos religiosos. 80191568791

A assist•ncia ao egresso (liberado definitiva ou condicionalmente) pode incluir


a concess‹o de alojamento e alimenta•‹o pelo per’odo de 2 meses, bem como
orienta•‹o e apoio na reintegra•‹o ˆ vida em sociedade, devendo a assist•ncia
social com ele colaborar para encontrar trabalho.

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condi•‹o de dignidade humana,
ter‡ finalidade educativa e produtiva.
¤ 1¼ Aplicam-se ˆ organiza•‹o e aos mŽtodos de trabalho as precau•›es relativas ˆ
seguran•a e ˆ higiene.
¤ 2¼ O trabalho do preso n‹o est‡ sujeito ao regime da Consolida•‹o das Leis do Trabalho.
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A execu•‹o do trabalho determinado constitui dever do condenado, estabelecido


pela pr—pria LEP, e sua recusa Ž considerada falta grave. O trabalho, entretanto,
n‹o pode, por si s—, representar puni•‹o, pois a pena de trabalhos for•ados Ž
vedada pela Constitui•‹o Federal.
A execu•‹o de trabalhos, entretanto, s— Ž obrigat—ria para o condenado.
O preso provis—rio pode trabalhar tambŽm se desejar, e isso poder ser
interessante, principalmente por causa das facilidades para progress‹o de regime
e remi•‹o da pena.
Seguindo os mesmos princ’pios, a LEP determina que o trabalho executado pelo
preso dever‡ ser remunerado, mediante prŽvia tabela, n‹o podendo ser inferior
a 3/4 do sal‡rio m’nimo. ƒ interessante saber tambŽm que essa obrigatoriedade
de remunera•‹o n‹o abrange a presta•‹o de servi•os ˆ comunidade.
Os valores, entretanto, n‹o v‹o para o Òbolso do presoÓ. Vejamos o que os
par‡grafos do art. 29 determinam sobre o assunto.

¤ 1¡ O produto da remunera•‹o pelo trabalho dever‡ atender:


a) ˆ indeniza•‹o dos danos causados pelo crime, desde que determinados judicialmente
e n‹o reparados por outros meios;
b) ˆ assist•ncia ˆ fam’lia;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manuten•‹o do
condenado, em propor•‹o a ser fixada e sem preju’zo da destina•‹o prevista nas letras
anteriores.
¤ 2¼ Ressalvadas outras aplica•›es legais, ser‡ depositada a parte restante para
constitui•‹o do pecœlio, em Caderneta de Poupan•a, que ser‡ entregue ao condenado
quando posto em liberdade.

Perceba que a remunera•‹o do preso j‡ tem destina•‹o certa, e nem o que sobra
deve ir diretamente para o preso, mas sim para a constitui•‹o de pecœlio
(reserva financeira) em Caderneta de Poupan•a, a qual ele s— ter‡ acesso quando
estiver em liberdade. 80191568791

O trabalho do preso deve ser, em regra, remunerado (exceto a


presta•‹o de servi•os ˆ comunidade). A remunera•‹o ser‡
destinada para:
a) Indeniza•‹o dos danos causados pelo crime;
b) Assist•ncia ˆ fam’lia;
c) Despesas pessoais;
d) Ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manuten•‹o do
condenado.
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Se depois disso tudo ainda sobrarem valores, ser‹o destinados ˆ constitui•‹o


do pecœlio, em Caderneta de Poupan•a, que ser‡ entregue ao condenado
quando posto em liberdade.

Art. 32. Na atribui•‹o do trabalho dever‹o ser levadas em conta a habilita•‹o, a condi•‹o
pessoal e as necessidades futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas
pelo mercado.
¤ 1¼ Dever‡ ser limitado, tanto quanto poss’vel, o artesanato sem express‹o econ™mica,
salvo nas regi›es de turismo.
¤ 2¼ Os maiores de 60 (sessenta) anos poder‹o solicitar ocupa•‹o adequada ˆ sua idade.
¤ 3¼ Os doentes ou deficientes f’sicos somente exercer‹o atividades apropriadas ao seu
estado.

Na atribui•‹o do trabalho ao preso devem ser observados os critŽrios da


habilita•‹o, da condi•‹o pessoal e necessidades futuras do preso, bem
como das oportunidades do mercado de trabalho. Isso significa que o trabalho
deve ter um prop—sito para alŽm do cumprimento da pena, relacionado ˆ
readapta•‹o do preso ˆ sociedade.
Salvo naquelas regi›es em que a atividade econ™mica seja fortemente ligada ao
turismo, deve-se evitar o artesanato sem valor comercial, pois considera-se que
essa atividade n‹o trar‡ grandes benef’cios ao preso do ponto de vista da
reinser•‹o no mercado de trabalho.
O legislador se preocupou, ainda, com o trabalho dos idosos (maiores de 60
anos), doentes e deficientes f’sicos, que dever‡ ser adaptado ˆs suas condi•›es.

Art. 33. A jornada normal de trabalho n‹o ser‡ inferior a 6 (seis) nem superior a 8 (oito)
horas, com descanso nos domingos e feriados.
Par‡grafo œnico. Poder‡ ser atribu’do hor‡rio especial de trabalho aos presos designados
para os servi•os de conserva•‹o e manuten•‹o do estabelecimento penal.

Os presos n‹o est‹o submetidos ao regime de trabalho da CLT, e por isso a LEP
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estabelece limites de hor‡rios. Em regra, a jornada de trabalho n‹o deve ser


inferior a 6h e nem superior a 8h.
Os servi•os de conserva•‹o e manuten•‹o do estabelecimento prisional podem
ser realizados com atribui•‹o de hor‡rio especial. Se houver condenados que
tenham a atribui•‹o de realizar a manuten•‹o corretiva do encanamento, por
exemplo, estes devem estar dispon’veis para resolver problemas no momento
em que eles surgirem.

Art. 36. O trabalho externo ser‡ admiss’vel para os presos em regime fechado
somente em servi•o ou obras pœblicas realizadas por —rg‹os da Administra•‹o
Direta ou Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga
e em favor da disciplina.
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¤ 1¼ O limite m‡ximo do nœmero de presos ser‡ de 10% (dez por cento) do total de
empregados na obra.
¤ 2¼ Caber‡ ao —rg‹o da administra•‹o, ˆ entidade ou ˆ empresa empreiteira a
remunera•‹o desse trabalho.
¤ 3¼ A presta•‹o de trabalho ˆ entidade privada depende do consentimento expresso do
preso.
Art. 37. A presta•‹o de trabalho externo, a ser autorizada pela dire•‹o do estabelecimento,
depender‡ de aptid‹o, disciplina e responsabilidade, alŽm do cumprimento m’nimo de 1/6
(um sexto) da pena.
Par‡grafo œnico. Revogar-se-‡ a autoriza•‹o de trabalho externo ao preso que vier a
praticar fato definido como crime, for punido por falta grave, ou tiver comportamento
contr‡rio aos requisitos estabelecidos neste artigo.

Pela pr—pria natureza do regime fechado de cumprimento da pena, n—s j‡


sabemos que n‹o deve haver, em regra, trabalho externo. A LEP, contudo, abre
uma exce•‹o, admitindo sua realiza•‹o em servi•os ou obras pœblicas, desde
que adotadas as cautelas contra fugas e mantida a disciplina. Para tanto, do total
de trabalhadores na obra, no m‡ximo 10% (dez por cento) podem ser presos.
O trabalho externo Ž autorizado pela dire•‹o do estabelecimento, n‹o sendo
necess‡ria autoriza•‹o judicial. O preso dever‡ ter cumprido pelo menos 1/6
da pena e demonstrar aptid‹o, disciplina e responsabilidade.
A progress‹o do preso para o regime semi-aberto n‹o autoriza, por si s—, o
trabalho externo. Essa autoriza•‹o deve ser concedida pela dire•‹o do
estabelecimento mediante pedido espec’fico.
O benef’cio ser‡ revogado se o preso praticar crime (n‹o se exigindo processo
nem condena•‹o), bem como se for punido por falta grave ou se apresentar
comportamento incompat’vel.

Art. 40 - Imp›e-se a todas as autoridades o respeito ˆ integridade f’sica e moral dos


condenados e dos presos provis—rios.

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Um dos fatores que rende elogios da Doutrina ˆ LEP Ž o esfor•o do legislador


para assegurar a dignidade da pessoa humana. O Estado Ž respons‡vel pela
integridade f’sica e moral dos presos, podendo haver inclusive responsabiliza•‹o
pela omiss‹o de seus agentes.
Os direitos do preso s‹o previstos em rol exemplificativo pelo art. 41 da LEP.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:


I - alimenta•‹o suficiente e vestu‡rio;
II - atribui•‹o de trabalho e sua remunera•‹o;
III - Previd•ncia Social;
IV - constitui•‹o de pecœlio;
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V - proporcionalidade na distribui•‹o do tempo para o trabalho, o descanso e a recrea•‹o;


VI - exerc’cio das atividades profissionais, intelectuais, art’sticas e desportivas anteriores,
desde que compat’veis com a execu•‹o da pena;
VII - assist•ncia material, ˆ saœde, jur’dica, educacional, social e religiosa;
VIII - prote•‹o contra qualquer forma de sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do c™njuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto ˆs exig•ncias da individualiza•‹o da pena;
XIII - audi•ncia especial com o diretor do estabelecimento;
XIV - representa•‹o e peti•‹o a qualquer autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio de correspond•ncia escrita, da leitura e de
outros meios de informa•‹o que n‹o comprometam a moral e os bons costumes.
XVI Ð atestado de pena a cumprir, emitido anualmente, sob pena da responsabilidade da
autoridade judici‡ria competente.
Par‡grafo œnico. Os direitos previstos nos incisos V, X e XV poder‹o ser suspensos ou
restringidos mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

Quero chamar sua aten•‹o para o par‡grafo œnico, que permite a suspens‹o ou
restri•‹o, por ato motivado do diretor do estabelecimento, dos seguintes
direitos: ˆ proporcionalidade na distribui•‹o do tempo; ao recebimento de visitas;
e ao contato com o mundo exterior por meio da correspond•ncia, leitura e de
outros meios de informa•‹o.
A suspens‹o desses direitos tem natureza de san•‹o disciplinar, e consta no rol
do art. 53.
O preso provis—rio e o submetido a medida de seguran•a tambŽm devem ter
assegurados esses direitos, sendo inclusive poss’vel ˆ fam’lia do internado ou
submetido a tratamento ambulatorial a contrata•‹o de mŽdico de sua confian•a
para acompanhar o tratamento.
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Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves, mŽdias e graves. A legisla•‹o


local especificar‡ as leves e mŽdias, bem assim as respectivas san•›es.
Par‡grafo œnico. Pune-se a tentativa com a san•‹o correspondente ˆ falta consumada.

N‹o pode haver falta nem san•‹o disciplinar sem expressa e anterior previs‹o
nas normas disciplinares, que ser‹o dadas a conhecer ao condenado no in’cio da
execu•‹o da pena. As san•›es obviamente n‹o poder‹o colocar em risco a
integridade f’sica e moral do condenado.
A LEP classifica as faltas em leves, mŽdias e graves, deixando a especifica•‹o
das duas primeiras espŽcies sob atribui•‹o do legislador local. J‡ as faltas graves
s‹o tipificadas pela pr—pria LEP em rol taxativo, n‹o cabendo amplia•‹o por
outro ato normativo.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

Por expressa determina•‹o legal, pune-se a falta disciplinar tentada ou


consumada com a mesma san•‹o, n‹o se aplicando a redu•‹o de pena da qual
disp›e o C—digo Penal.

Art. 50. Comete falta grave o condenado ˆ pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de ofender a integridade f’sica de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condi•›es impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telef™nico, de r‡dio ou similar, que
permita a comunica•‹o com outros presos ou com o ambiente externo.
Par‡grafo œnico. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao preso provis—rio.

Esse dispositivo traz rol taxativo de faltas graves, ao qual deve ser
acrescentada a falta grave prevista no art. 52: pr‡tica de fato previsto como
crime doloso.
O inciso VII foi inclu’do na LEP pela Lei n¼ 11.466/2007. Por essa raz‹o, Ž vedada
a aplica•‹o retroativa do dispositivo e, portanto, somente pode ser penalizado o
preso que detenha aparelho telef™nico, r‡dio ou similar a partir da entrada em
vigor da referida altera•‹o.
Perceba que este dispositivo se aplica ao condenado a pena privativa de
liberdade e ao preso provis—rio. As faltas graves cometidas pelo condenado a
pena restritiva de direitos s‹o tipificadas no art. 51.

Art. 51. Comete falta grave o condenado ˆ pena restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restri•‹o imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da obriga•‹o imposta;
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III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.

O art. 39, II e V traz dois importantes deveres do condenado que, se


descumpridos, configuram falta grave: obedi•ncia ao servidor e respeito a
qualquer pessoa com quem deva relacionar-se; e execu•‹o do trabalho, das
tarefas e das ordens recebidas.

Art. 53. Constituem san•›es disciplinares:


I - advert•ncia verbal;
II - repreens‹o;
III - suspens‹o ou restri•‹o de direitos (artigo 41, par‡grafo œnico);
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IV - isolamento na pr—pria cela, ou em local adequado, nos estabelecimentos que possuam


alojamento coletivo, observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
V - inclus‹o no regime disciplinar diferenciado.

A suspens‹o ou restri•‹o de direitos mencionada pelo inciso III diz respeito ˆ


possibilidade prevista pelo art. 41, e pode ocorrer, assim como todas as san•›es
previstas nos incisos I a IV, mediante ato motivado do diretor do
estabelecimento. O isolamento de que trata o inciso IV, a restri•‹o ou
suspens‹o de direitos n‹o poder‹o exceder o per’odo de 30 dias.
Entre as san•›es, quero chamar sua aten•‹o para o Regime Disciplinar
Diferenciado, cujos detalhes s‹o trazidos pelo art. 52.

Art. 52. A pr‡tica de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando
ocasione subvers‹o da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso provis—rio, ou
condenado, sem preju’zo da san•‹o penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
seguintes caracter’sticas:
I - dura•‹o m‡xima de trezentos e sessenta dias, sem preju’zo de repeti•‹o da san•‹o
por nova falta grave de mesma espŽcie, atŽ o limite de um sexto da pena aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crian•as, com dura•‹o de duas
horas;
IV - o preso ter‡ direito ˆ sa’da da cela por 2 horas di‡rias para banho de sol.

AlŽm de criar uma outra falta grave, o art. 52 autoriza a administra•‹o


penitenci‡ria a sujeitar o preso ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
N‹o vou entrar em maiores detalhes acerca do RDD, mas Ž importante que voc•
saiba que ele somente pode ser aplicado diante de fato tipificado como crime
doloso, quando for subvertida a ordem ou a disciplina do estabelecimento.
N‹o basta, portanto, que tenha sido praticado fato t’pico, mas tambŽm que ele
seja grave, de forma que possa servir de Òmal exemploÓ para os demais presos.
Outra possibilidade autorizada pela LEP Ž a inclus‹o no RDD do preso provis—rio
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ou condenado que apresente alto risco para a ordem e a seguran•a do


estabelecimento penal ou da sociedade.
O RDD n‹o corresponde ao trancamento do preso em solit‡ria, como n—s
costumamos ver nos filmes. Ali‡s, a cela escura Ž expressamente proibida pela
LEP. O recolhimento deve dar-se em cela individual, com direito ao recebimento
de visitas semanais de duas pessoas, com dura•‹o de duas horas. AlŽm disso,
o preso ter‡ direito a banho de sol de 2h por dia.
A inclus‹o do preso no RDD deve ocorrer mediante requerimento circunstanciado
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra autoridade administrativa.
Ap—s a manifesta•‹o do membro do MinistŽrio Pœblico e da defesa, o juiz decidir‡
sobre o assunto em 15 dias.
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ƒ poss’vel que o preso que comete falta seja isolado por atŽ 10 dias mediante
ato da autoridade administrativa competente. A inclus‹o do preso no RDD,
entretanto, depender‡ de despacho do juiz.

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO


Aplic‡vel ao preso que pratica fato previsto como crime doloso, quando
ocasione subvers‹o da ordem ou disciplina internas ou ao preso provis—rio
ou condenado que apresente alto risco para a ordem e a seguran•a do
estabelecimento penal ou da sociedade.
Dura•‹o m‡xima de 360 dias, sem preju’zo de repeti•‹o da
san•‹o por nova falta grave de mesma espŽcie, atŽ o limite de um
sexto da pena aplicada

CARACTERêSTICAS Cela individual


Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crian•as, com
dura•‹o de duas horas

Sa’da da cela por 2 horas di‡rias para banho de sol

Art. 57. Na aplica•‹o das san•›es disciplinares, levar-se-‹o em conta a natureza, os


motivos, as circunst‰ncias e as consequ•ncias do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu
tempo de pris‹o.
[...]
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, dever‡ ser instaurado o procedimento para sua
apura•‹o, conforme regulamento, assegurado o direito de defesa.
Par‡grafo œnico. A decis‹o ser‡ motivada.

Deve ser observado amplamente o princ’pio do contradit—rio, com a presen•a


do advogado ou do defensor pœblico designado. Nesta situa•‹o n‹o Ž aplic‡vel a
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Sœmula Vinculante n¼ do STF, segundo a qual a Òfalta de defesa tŽcnica por


advogado no processo administrativo disciplinar n‹o ofende a constitui•‹oÓ.
Por outro lado, n‹o Ž necess‡ria a instaura•‹o de um procedimento
administrativo disciplinar formal, sendo poss’vel a aplica•‹o da medida punitiva
em audi•ncia de justifica•‹o.
O STJ j‡ decidiu em mais de uma ocasi‹o que, por aus•ncia de previs‹o legal,
em caso de pr‡tica de falta grave, n‹o h‡ a interrup•‹o do lapso necess‡rio para
a obten•‹o de benef’cios da execu•‹o penal, tais como a progress‹o de regime e
o livramento condicional (vide HC 109.121/SP, HC 174.617/RS).
O STF tambŽm j‡ decidiu que a fuga do preso n‹o interrompe o cumprimento da
pena privativa de liberdade, e nem autoriza o rein’cio da contagem do per’odo de
pris‹o, em caso de unifica•‹o de penas (vide Informativo n¼ 479).
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Quanto ˆ prescri•‹o da para aplica•‹o da san•‹o administrativa, os Tribunais


Superiores j‡ firmaram entendimento no sentido de que, diante do sil•ncio da
LEP, deve ser aplicado o art. 109, VI do C—digo Penal, considerando-se o menor
tempo previsto (3 anos).
A respeito da possibilidade da transfer•ncia de presos para
estabelecimentos penais federais de seguran•a m‡xima, o assunto Ž
tratado pela Lei n¼ 11.671/2008, e regulamentado pelo Decreto n¡ 6.877/2009.
Trata-se de medida excepcional, de car‡ter tempor‡rio. Em regra, a medida deve
ser adotada por prazo n‹o superior a 360 dias, renov‡vel mediante decis‹o
motivada do ju’zo de origem. Podem ser transferidos para os estabelecimentos
prisionais federais tanto os presos condenados quanto os provis—rios.

Art. 55. As recompensas t•m em vista o bom comportamento reconhecido em favor do


condenado, de sua colabora•‹o com a disciplina e de sua dedica•‹o ao trabalho.
Art. 56. S‹o recompensas:
I - o elogio;
II - a concess‹o de regalias.
Par‡grafo œnico. A legisla•‹o local e os regulamentos estabelecer‹o a natureza e a forma
de concess‹o de regalias.

O legislador falhou em n‹o trazer maiores detalhes acerca das regalias. Estas n‹o
podem ser constituir privilŽgios exagerados ou discrimina•‹o, e podem ser
concedidas tanto aos presos em regime fechado como semiaberto.

Art. 65. A execu•‹o penal competir‡ ao Juiz indicado na lei local de organiza•‹o judici‡ria
e, na sua aus•ncia, ao da senten•a.

O STJ se pronunciou, no julgamento do CC 112.113/SC, no sentido de que a


compet•ncia para execu•‹o da pena cabe ao ju’zo do local da condena•‹o.
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Art. 71. O Departamento Penitenci‡rio Nacional, subordinado ao MinistŽrio da


Justi•a, Ž —rg‹o executivo da Pol’tica Penitenci‡ria Nacional e de apoio administrativo e
financeiro do Conselho Nacional de Pol’tica Criminal e Penitenci‡ria.
Art. 72. S‹o atribui•›es do Departamento Penitenci‡rio Nacional:
I - acompanhar a fiel aplica•‹o das normas de execu•‹o penal em todo o Territ—rio Nacional;
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos e servi•os penais;
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na implementa•‹o dos princ’pios e
regras estabelecidos nesta Lei;
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante conv•nios, na implanta•‹o de
estabelecimentos e servi•os penais;
V - colaborar com as Unidades Federativas para a realiza•‹o de cursos de forma•‹o de
pessoal penitenci‡rio e de ensino profissionalizante do condenado e do internado.
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VI - estabelecer, mediante conv•nios com as unidades federativas, o cadastro nacional das


vagas existentes em estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de penas
privativas de liberdade aplicadas pela justi•a de outra unidade federativa, em especial para
presos sujeitos a regime disciplinar.
Par‡grafo œnico. Incumbem tambŽm ao Departamento a coordena•‹o e supervis‹o dos
estabelecimentos penais e de internamento federais.

O Depen Ž um —rg‹o que comp›e a estrutura do MinistŽrio da Justi•a. Ele


planeja e coordena a pol’tica penitenci‡ria nacional, e tem uma importante
atua•‹o especialmente na colabora•‹o com as unidades federativas para
capacita•‹o e assist•ncia tŽcnica.
Entre as atribui•›es mencionadas pela LEP, chamo sua aten•‹o para o inciso VI,
que trata o cadastro nacional das vagas do sistema prisional. Por meio desse
cadastro Ž poss’vel que os Estados tenham conhecimento da exist•ncia de vagas
em unidades prisionais de outras localidades. Os condenados de um local,
portanto, podem ser remanejados para outro, quando houver vaga, mediante
conv•nio.

Art. 84. O preso provis—rio ficar‡ separado do condenado por senten•a transitada em
julgado.
¤ 1¡ O preso prim‡rio cumprir‡ pena em se•‹o distinta daquela reservada para os
reincidentes.
¤ 2¡ O preso que, ao tempo do fato, era funcion‡rio da Administra•‹o da Justi•a
Criminal ficar‡ em depend•ncia separada.

Perceba que esse dispositivo determina que seja criada uma sŽrie de
segmenta•›es nas unidades prisionais. Primeiramente, o preso provis—rio, que
tem sua liberdade restringida em sede cautelar, n‹o deve dividir o mesmo espa•o
com aqueles cuja culpabilidade j‡ foi chancelada pelo Poder Judici‡rio por meio
de senten•a condenat—ria.
Algumas pessoas t•m direito a pris‹o cautelar especial, separada dos demais
presos. ƒ o caso, por exemplo, dos advogados. Tal benef’cio somente persiste
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enquanto a pris‹o tiver natureza cautelar. Uma vez condenado, ele ser‡ enviado
para o mesmo local dos demais.
A separa•‹o entre o preso prim‡rio e o reincidente tem o cond‹o de afastar os
Òcriminosos profissionaisÓ daqueles que t•m uma maior chance de
ressocializa•‹o.
J‡ a separa•‹o do funcion‡rio da Administra•‹o da Justi•a Criminal tem o cond‹o
de assegurar sua integridade f’sica.

Art. 85. O estabelecimento penal dever‡ ter lota•‹o compat’vel com a sua estrutura e
finalidade.
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Par‡grafo œnico. O Conselho Nacional de Pol’tica Criminal e Penitenci‡ria determinar‡ o


limite m‡ximo de capacidade do estabelecimento, atendendo a sua natureza e
peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela Justi•a de uma Unidade Federativa
podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou da Uni‹o.
¤ 1o A Uni‹o Federal poder‡ construir estabelecimento penal em local distante da
condena•‹o para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da
seguran•a pœblica ou do pr—prio condenado.
¤ 2¡ Conforme a natureza do estabelecimento, nele poder‹o trabalhar os liberados ou
egressos que se dediquem a obras pœblicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
¤ 3o Caber‡ ao juiz competente, a requerimento da autoridade administrativa definir o
estabelecimento prisional adequado para abrigar o preso provis—rio ou condenado, em
aten•‹o ao regime e aos requisitos estabelecidos.

O tema da lota•‹o dos estabelecimentos prisionais Ž um dos maiores


desafios enfrentados no sistema prisional hoje. Essa determina•‹o da LEP
certamente n‹o Ž cumprida na atualidade, e as condi•›es de v‡rios pres’dios e
penitenci‡rias pelo pa’s s‹o muito graves.
Nada impede que as penas aplicadas em um local sejam cumpridas em outro,
por quest›es de seguran•a, de estrutura, ou simplesmente porque h‡ vagas em
outro local e n‹o no local da condena•‹o. Voc• deve lembrar, por exemplo, das
inœmeras transfer•ncias de um traficante muito conhecido que foi preso em 2002.
Atualmente a Uni‹o conta com 4 estabelecimentos prisionais em funcionamento,
nas cidades de Porto Velho (RO), Mossor— (RN), Campo Grande (MS) e
Catanduvas (PR). H‡ planos para constru•‹o de outro em Bras’lia.

Art. 87. A penitenci‡ria destina-se ao condenado ˆ pena de reclus‹o, em regime


fechado.
Par‡grafo œnico. A Uni‹o Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Territ—rios poder‹o
construir Penitenci‡rias destinadas, exclusivamente, aos presos provis—rios e condenados
que estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar diferenciado, nos termos do
art. 52 desta Lei.
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O cumprimento da pena de reclus‹o em regime fechado deve se dar em


penitenci‡ria, mas nada impede que os Estados, o Distrito Federal e os
Territ—rios construam estabelecimentos exclusivos para os presos provis—rios e
aos presos que estejam cumprindo RDD.

A penitenci‡ria destina-se ao condenado ˆ pena de reclus‹o,


em regime fechado.

A LEP traz a seguir uma sŽrie de requisitos para as instala•›es da penitenci‡ria.


Esses requisitos definitivamente n‹o s‹o cumpridos, mas voc• precisa conhec•-
los.
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Art. 88. O condenado ser‡ alojado em cela individual que conter‡ dormit—rio, aparelho
sanit‡rio e lavat—rio.
Par‡grafo œnico. S‹o requisitos b‡sicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorr•ncia dos fatores de aera•‹o, insola•‹o e
condicionamento tŽrmico adequado ˆ exist•ncia humana;
b) ‡rea m’nima de 6,00m2 (seis metros quadrados).
Art. 89. AlŽm dos requisitos referidos no art. 88, a penitenci‡ria de mulheres ser‡
dotada de se•‹o para gestante e parturiente e de creche para abrigar crian•as maiores
de 6 (seis) meses e menores de 7 (sete) anos, com a finalidade de assistir a crian•a
desamparada cuja respons‡vel estiver presa.
Par‡grafo œnico. S‹o requisitos b‡sicos da se•‹o e da creche referidas neste artigo:
I Ð atendimento por pessoal qualificado, de acordo com as diretrizes adotadas pela
legisla•‹o educacional e em unidades aut™nomas; e
II Ð hor‡rio de funcionamento que garanta a melhor assist•ncia ˆ crian•a e ˆ sua
respons‡vel.

AlŽm dos detalhes acerca das instala•›es das celas e das penitenci‡rias
femininas, a LEP traz ainda a determina•‹o de que a penitenci‡ria masculina
seja constru’da fora dos centros urbanos, mas n‹o t‹o longe que prejudique a
visita•‹o.
O cumprimento da pena em regime semi-aberto deve ocorrer em col™nia
agr’cola, industrial ou similar. Nesse caso, o alojamento pode ocorrer em
compartimento coletivo, desde que os presos sejam selecionados
adequadamente e que a capacidade m‡xima seja limitada de forma a n‹o
prejudicar a individualiza•‹o da pena.
A pena privativa de liberdade em regime aberto e a pena de limita•‹o de fim
de semana devem ser cumpridas em casa de albergado. O prŽdio deve estar
localizado em centro urbano e contar com local para cursos e palestras. AlŽm
disso, n‹o pode haver obst‡culos que impe•am a fuga.
Para atender os inimput‡veis e semi-imput‡veis deve haver Hospital de
Cust—dia e Tratamento Psiqui‡trico, e para que haja interna•‹o Ž obrigat—rio
o exame psiqui‡trico. O tratamento ambulatorial pode ser realizado no mesmo
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estabelecimento ou em outro local com depend•ncia mŽdica adequada.


J‡ a cadeia pœblica deve existir em todas as comarcas, e destina-se ao
recolhimento de presos provis—rios, devendo ser instalada pr—xima de centro
urbano, de forma a resguardar o interesse da Administra•‹o da Justi•a Criminal
e a perman•ncia do preso em local pr—ximo ao seu meio social e familiar.

Art. 105. Transitando em julgado a senten•a que aplicar pena privativa de liberdade, se o
rŽu estiver ou vier a ser preso, o Juiz ordenar‡ a expedi•‹o de guia de recolhimento para
a execu•‹o.
Art. 106. A guia de recolhimento, extra’da pelo escriv‹o, que a rubricar‡ em todas as folhas
e a assinar‡ com o Juiz, ser‡ remetida ˆ autoridade administrativa incumbida da execu•‹o
e conter‡:
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I - o nome do condenado;
II - a sua qualifica•‹o civil e o nœmero do registro geral no —rg‹o oficial de identifica•‹o;
III - o inteiro teor da denœncia e da senten•a condenat—ria, bem como certid‹o do tr‰nsito
em julgado;
IV - a informa•‹o sobre os antecedentes e o grau de instru•‹o;
V - a data da termina•‹o da pena;
VI - outras pe•as do processo reputadas indispens‡veis ao adequado tratamento
penitenci‡rio.

A guia de recolhimento Ž expedida ap—s o tr‰nsito em julgado, tendo como


destinat‡rio o ju’zo da execu•‹o. NinguŽm pode ser preso para cumprimento de
pena privativa de liberdade sem a expedi•‹o da guia.
Por meio desse documento, o ju’zo da execu•‹o Ž informado de que a senten•a
transitou em julgado e que o rŽu, agora sentenciado, deve come•ar cumprir a
reprimenda imposta ele pelo Estado. Se houver alguma altera•‹o quanto ao in’cio
da execu•‹o ou ao tempo de dura•‹o da pena, a guia deve ser alterada.
Nada impede a execu•‹o provis—ria da pena, mediante expedi•‹o de guia, desde
que o rŽu j‡ esteja preso cautelarmente. Os recursos especial ou extraordin‡rio,
por exemplo, n‹o t•m efeito suspensivo, e por isso n‹o impedem a execu•‹o
provis—ria da pena.
O marco inicial da compet•ncia do ju’zo da execu•‹o Ž a pris‹o do condenado,
se assim dispuser a senten•a. Se houver suspens‹o condicional da pena, esse
marco inicial dever‡ ser a audi•ncia admonit—ria.
A guia ent‹o deve ser enviada ˆ autoridade administrativa respons‡vel pela
execu•‹o, com ci•ncia do MinistŽrio Pœblico.

Art. 110. O Juiz, na senten•a, estabelecer‡ o regime no qual o condenado iniciar‡ o


cumprimento da pena privativa de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus
par‡grafos do C—digo Penal.
Art. 111. Quando houver condena•‹o por mais de um crime, no mesmo processo ou
em processos distintos, a determina•‹o do regime de cumprimento ser‡ feita pelo resultado
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da soma ou unifica•‹o das penas, observada, quando for o caso, a detra•‹o ou remi•‹o.
Par‡grafo œnico. Sobrevindo condena•‹o no curso da execu•‹o, somar-se-‡ a pena ao
restante da que est‡ sendo cumprida, para determina•‹o do regime.

A omiss‹o do ju’zo da condena•‹o acerca do regime inicial de cumprimento da


pena importa em nulidade da decis‹o, pois esta Ž uma garantia relacionada ˆ
individualiza•‹o da pena.
Quando houver condena•‹o em concurso de crimes, o regime inicial ser‡ fixado
de acordo coma pena unificada, n‹o se considerando as penas cada um dos
crimes. O per’odo em que o condenado esteve preso provisoriamente deve ser
descontado, bem como o per’odo remido por meio do trabalho ou estudo.
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Em caso de ser condenada a pessoa que j‡ esteja cumprindo pena, ser‡ feita
nova unifica•‹o. A nova pena deve ser somada ao restante da pena que j‡ est‡
sendo cumprida.

Art. 112. A pena privativa de liberdade ser‡ executada em forma progressiva com a
transfer•ncia para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso
tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcer‡rio, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as
normas que vedam a progress‹o.
¤ 1o A decis‹o ser‡ sempre motivada e precedida de manifesta•‹o do MinistŽrio Pœblico e
do defensor.
¤ 2o Id•ntico procedimento ser‡ adotado na concess‹o de livramento condicional, indulto e
comuta•‹o de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.

A progress‹o de regime Ž direito do condenado a partir do momento em que


tenha cumprido os requisitos legais: cumprimento de 1/6 da pena no regime
anterior e bom comportamento carcer‡rio. O c‡lculo do tempo para nova
progress‹o deve considerar apenas o tempo que ainda falta para que a pena seja
cumprida. O novo per’odo, portanto, n‹o ser‡ de 1/6 do total da pena.
A Sœmula n¼ 715 do STF determina que o tempo da pena unificada n‹o deve
servir de base de c‡lculo para a progress‹o de regime.

SòMULA N¼ 715 DO STF


Pena Unificada - Limite de Trinta anos de Cumprimento - Considera•‹o para a
Concess‹o de Outros Benef’cios
A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo
art. 75 do C—digo Penal, n‹o Ž considerada para a concess‹o de outros benef’cios, como o
livramento condicional ou regime mais favor‡vel de execu•‹o.

A compet•ncia para decidir acerca da progress‹o Ž do ju’zo da execu•‹o, com


oitiva do MinistŽrio Pœblico e do advogado do preso.
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Muito j‡ se discutiu acerca da progress‹o de regime do preso provis—rio. Caso


haja o tr‰nsito em julgado da condena•‹o, a progress‹o de regime ser‡ calculada
com base na pena aplicada. Entretanto, se ainda for cab’vel recurso da acusa•‹o,
o STF j‡ se manifestou no sentido de que o c‡lculo deve considerar o m‡ximo da
pena cominada em abstrato, que corresponder‡ ˆ situa•‹o mais gravosa poss’vel
(vide HC 90893/SP Ð Informativo n¼ 470).

Art. 114. Somente poder‡ ingressar no regime aberto o condenado que:


I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de faz•-lo imediatamente;
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido,
fundados ind’cios de que ir‡ ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade,
ao novo regime.
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Par‡grafo œnico. Poder‹o ser dispensadas do trabalho as pessoas referidas no artigo 117
desta Lei.

Para a progress‹o do regime semi-aberto para o regime aberto, h‡ outros


requisitos, alŽm dos que vimos no dispositivo anterior. O condenado precisa
comprovar que est‡ trabalhando ou que o far‡ imediatamente, alŽm demonstrar
aptid‹o para um regime de autodisciplina e senso de responsabilidade.
Por raz›es humanit‡rias, o legislador dispensa das obriga•›es acima as pessoas
referidas no artigo 117, da LEP: condenado maior de setenta anos ou acometido
de doen•a grave e condenada gestante ou com filho menor ou deficiente f’sico
ou mental. Essas pessoas podem ser recolhidas em resid•ncia particular,
sendo poss’vel inclusive a fiscaliza•‹o eletr™nica.
O juiz pode estabelecer outras condi•›es, devendo determinar
obrigatoriamente as seguintes: fixa•‹o de hor‡rios para sair e voltar,
perman•ncia no local designado nos dias de repouso e de folga, permanecer na
cidade, comparecer a ju’zo para relatar suas atividades. Essas condi•›es podem
ser modificadas de of’cio, a requerimento do MP, da autoridade administrativa ou
do pr—prio condenado.

Art. 118. A execu•‹o da pena privativa de liberdade ficar‡ sujeita ˆ forma regressiva,
com a transfer•ncia para qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta grave;
II - sofrer condena•‹o, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em
execu•‹o, torne incab’vel o regime (artigo 111).
¤ 1¡ O condenado ser‡ transferido do regime aberto se, alŽm das hip—teses referidas nos
incisos anteriores, frustrar os fins da execu•‹o ou n‹o pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta.
¤ 2¡ Nas hip—teses do inciso I e do par‡grafo anterior, dever‡ ser ouvido previamente o
condenado.

Este Ž o outro lado da moeda. Trata-se das situa•›es que ensejam a regress‹o
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de regime. Em regra, n‹o pode haver o que os doutrinadores chamam de


Òregress‹o per saltumÓ, ou seja, regress‹o do regime aberto para o fechado em
raz‹o de uma œnica infra•‹o. Entretanto, h‡ uma exce•‹o: a condena•‹o
superveniente, quando o tempo da pena resultante da unifica•‹o justifique o
regime fechado (inciso II).
No caso da pr‡tica de fato tipificado como crime doloso ou falta grave, n‹o
Ž necess‡rio que haja condena•‹o. Assim j‡ se posicionou o STF (HC 78.503; HC
93.782).

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os


presos provis—rios poder‹o obter permiss‹o para sair do estabelecimento, mediante escolta,
quando ocorrer um dos seguintes fatos:
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Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

I - falecimento ou doen•a grave do c™njuge, companheira, ascendente,


descendente ou irm‹o;
II - necessidade de tratamento mŽdico (par‡grafo œnico do artigo 14).
Par‡grafo œnico. A permiss‹o de sa’da ser‡ concedida pelo diretor do estabelecimento
onde se encontra o preso.
Art. 121. A perman•ncia do preso fora do estabelecimento ter‡ a dura•‹o necess‡ria ˆ
finalidade da sa’da.

Perceba que o art. 120 n‹o determina prazo para a autoriza•‹o de sa’da, e que
esta deve ocorrer com o acompanhamento de escolta. TambŽm n‹o h‡
necessidade de autoriza•‹o do ju’zo da execu•‹o.
Quanto ˆ hip—tese de tratamento mŽdico, a sa’da somente deve ser autorizada
em casos extremos, quando n‹o for poss’vel o tratamento nas depend•ncias do
estabelecimento prisional.

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em regime semi-aberto poder‹o obter
autoriza•‹o para sa’da tempor‡ria do estabelecimento, sem vigil‰ncia direta, nos seguintes
casos:
I - visita ˆ fam’lia;
II - frequ•ncia a curso supletivo profissionalizante, bem como de instru•‹o do 2¼
grau ou superior, na Comarca do Ju’zo da Execu•‹o;
III - participa•‹o em atividades que concorram para o retorno ao conv’vio social.
Par‡grafo œnico. A aus•ncia de vigil‰ncia direta n‹o impede a utiliza•‹o de equipamento
de monitora•‹o eletr™nica pelo condenado, quando assim determinar o juiz da execu•‹o.

Essas hip—teses de sa’da tempor‡ria dizem respeito apenas aos condenados que
cumprem pena no regime semi-aberto. Nesses casos n‹o Ž necess‡ria a
escolta, o que n‹o faria sentido, pois estamos tratando de presos que j‡ t•m o
h‡bito de retornar ao estabelecimento diariamente. Entretanto, Ž poss’vel o
monitoramento eletr™nico, se assim determinar o ju’zo da execu•‹o.
O prazo m‡ximo dessa sa’da Ž de 7 dias, podendo ser renovado por mais 4 vezes
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durante o ano. AlŽm disso, Ž necess‡rio cumprir os requisitos do art. 123.

Art. 123. A autoriza•‹o ser‡ concedida por ato motivado do Juiz da execu•‹o, ouvidos o
MinistŽrio Pœblico e a administra•‹o penitenci‡ria e depender‡ da satisfa•‹o dos seguintes
requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento m’nimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for prim‡rio, e 1/4
(um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benef’cio com os objetivos da pena.
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Art. 124. A autoriza•‹o ser‡ concedida por prazo n‹o superior a 7 (sete) dias, podendo
ser renovada por mais 4 (quatro) vezes durante o ano.
¤ 1o Ao conceder a sa’da tempor‡ria, o juiz impor‡ ao benefici‡rio as seguintes condi•›es,
entre outras que entender compat’veis com as circunst‰ncias do caso e a situa•‹o pessoal
do condenado:
I - fornecimento do endere•o onde reside a fam’lia a ser visitada ou onde poder‡ ser
encontrado durante o gozo do benef’cio;
II - recolhimento ˆ resid•ncia visitada, no per’odo noturno;
III - proibi•‹o de frequentar bares, casas noturnas e estabelecimentos cong•neres.
¤ 2o Quando se tratar de frequ•ncia a curso profissionalizante, de instru•‹o de ensino
mŽdio ou superior, o tempo de sa’da ser‡ o necess‡rio para o cumprimento das atividades
discentes.
¤ 3o Nos demais casos, as autoriza•›es de sa’da somente poder‹o ser concedidas com
prazo m’nimo de 45 (quarenta e cinco) dias de intervalo entre uma e outra.

Perceba que aqui tambŽm h‡ condi•›es que devem ser fixadas obrigatoriamente
pelo juiz, que tambŽm poder‡ estabelecer outras que entender compat’veis com
as circunst‰ncias do caso e a situa•‹o pessoal do condenado.
O benef’cio ser‡ automaticamente revogado quando o condenado praticar fato
definido como crime doloso, for punido por falta grave, desobedecer as condi•›es
impostas ou revelar baixo grau de aproveitamento no curso. O direito ˆ sa’da
tempor‡ria poder‡ ser recuperado em caso de absolvi•‹o no processo penal, de
cancelamento da puni•‹o disciplinar ou da demonstra•‹o do merecimento do
condenado.

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poder‡
remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo de execu•‹o da pena.
¤ 1o A contagem de tempo referida no caput ser‡ feita ˆ raz‹o de:
I - 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequ•ncia escolar - atividade de ensino
fundamental, mŽdio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalifica•‹o
profissional - divididas, no m’nimo, em 3 (tr•s) dias;
II - 1 (um) dia de pena a cada 3 (tr•s) dias de trabalho.
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O conhecimento desse dispositivo Ž muito importante para sua prova. Lembre-


se que aqui estamos tratando da REMI‚ÌO (com ‚!) na pena.
A remi•‹o da pena em raz‹o do trabalho sempre existiu na LEP, mas a
possibilidade de remi•‹o pelo estudo foi inclu’da por meio da Lei n¼ 12.433/2011.
Por isso acredito que haja maior possibilidade de cobran•as desses dispositivos
na sua prova, pois se tratam de uma novidade.

¤ 2o As atividades de estudo a que se refere o ¤ 1o deste artigo poder‹o ser desenvolvidas


de forma presencial ou por metodologia de ensino a dist‰ncia e dever‹o ser certificadas
pelas autoridades educacionais competentes dos cursos frequentados.
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¤ 3o Para fins de cumula•‹o dos casos de remi•‹o, as horas di‡rias de trabalho e de estudo
ser‹o definidas de forma a se compatibilizarem.
¤ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos
continuar‡ a beneficiar-se com a remi•‹o.
¤ 5o O tempo a remir em fun•‹o das horas de estudo ser‡ acrescido de 1/3 (um ter•o) no
caso de conclus‹o do ensino fundamental, mŽdio ou superior durante o cumprimento da
pena, desde que certificada pelo —rg‹o competente do sistema de educa•‹o.
¤ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto ou semiaberto e o que usufrui
liberdade condicional poder‹o remir, pela frequ•ncia a curso de ensino regular ou de
educa•‹o profissional, parte do tempo de execu•‹o da pena ou do per’odo de prova,
observado o disposto no inciso I do ¤ 1o deste artigo.
¤ 7o O disposto neste artigo aplica-se ˆs hip—teses de pris‹o cautelar.
¤ 8o A remi•‹o ser‡ declarada pelo juiz da execu•‹o, ouvidos o MinistŽrio Pœblico e a
defesa.

REMI‚ÌO DA PENA NA LEP


Podem remir a pena condenados que cumpram pena em regime
aberto ou semiaberto e presos provis—rios.
TRABALHO ESTUDO
1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho 1 dia de pena a cada 12 horas de frequ•ncia
escolar - atividade de ensino fundamental,
mŽdio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalifica•‹o
profissional - divididas, no m’nimo, em 3
dias

As atividades poder‹o ocorrer de forma


presencial ou a dist‰ncia

O tempo a remir ser‡ acrescido de 1/3no


caso de conclus‹o do ensino fundamental,
mŽdio ou superior durante o cumprimento
da pena

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O condenado que cumpre pena em regime
aberto ou semiaberto e o que est‡ em
liberdade condicional poder‹o remir
parte do tempo restante pela frequ•ncia a
curso de ensino regular ou de educa•‹o
profissional

O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos


continuar‡ a beneficiar-se com a remi•‹o.

Em caso de falta grave, o juiz poder‡ revogar atŽ 1/3 do tempo remido,
recome•ando a contagem a partir da data da infra•‹o disciplinar. Os Tribunais
Superiores entendem que o trabalho ou estudo gera apenas expectativa de
direito ˆ remi•‹o da pena.
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Art. 131. O livramento condicional poder‡ ser concedido pelo Juiz da execu•‹o,
presentes os requisitos do artigo 83, incisos e par‡grafo œnico, do C—digo Penal, ouvidos o
MinistŽrio Pœblico e Conselho Penitenci‡rio.

Vamos relembrar quais s‹o os requisitos presentes no C—digo Penal para a


concess‹o do livramento condicional?

Art. 83 - O juiz poder‡ conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa


de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
I - cumprida mais de um ter•o da pena se o condenado n‹o for reincidente em crime
doloso e tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfat—rio durante a execu•‹o da pena, bom
desempenho no trabalho que lhe foi atribu’do e aptid‹o para prover ˆ pr—pria subsist•ncia
mediante trabalho honesto;
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de faz•-lo, o dano causado pela infra•‹o;
V - cumprido mais de dois ter•os da pena, nos casos de condena•‹o por crime
hediondo, pr‡tica da tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, e
terrorismo, se o apenado n‹o for reincidente espec’fico em crimes dessa natureza.
Par‡grafo œnico - Para o condenado por crime doloso, cometido com viol•ncia ou grave
amea•a ˆ pessoa, a concess‹o do livramento ficar‡ tambŽm subordinada ˆ constata•‹o de
condi•›es pessoais que fa•am presumir que o liberado n‹o voltar‡ a delinqŸir.

O livramento condicional Ž a œltima etapa na progress‹o de regime. N‹o se


trata propriamente de um regime de cumprimento da pena, pois n‹o h‡ restri•‹o
ˆ liberdade. O livrado, entretanto, precisa submeter-se a certas condi•›es.

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificar‡ as condi•›es a que fica subordinado o
livramento.
¤ 1¡ Ser‹o sempre impostas ao liberado condicional as obriga•›es seguintes:
a) obter ocupa•‹o l’cita, dentro de prazo razo‡vel se for apto para o trabalho;
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b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupa•‹o;


c) n‹o mudar do territ—rio da comarca do Ju’zo da execu•‹o, sem prŽvia autoriza•‹o deste.
¤ 2¡ Poder‹o ainda ser impostas ao liberado condicional, entre outras obriga•›es, as
seguintes:
a) n‹o mudar de resid•ncia sem comunica•‹o ao Juiz e ˆ autoridade incumbida da
observa•‹o cautelar e de prote•‹o;
b) recolher-se ˆ habita•‹o em hora fixada;
c) n‹o freqŸentar determinados lugares.
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Mais uma vez h‡ condi•›es obrigat—rias, e o juiz est‡ livre para impor outras que
considerar necess‡rias. O rol do ¤1¼ Ž obrigat—rio, enquanto o do ¤2¼ Ž
exemplificativo e facultativo.

Art. 140. A revoga•‹o do livramento condicional dar-se-‡ nas hip—teses previstas nos
artigos 86 e 87 do C—digo Penal.
Par‡grafo œnico. Mantido o livramento condicional, na hip—tese da revoga•‹o facultativa,
o Juiz dever‡ advertir o liberado ou agravar as condi•›es.

A revoga•‹o do livramento condicional Ž obrigat—ria quando o liberado Ž


condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido na vig•ncia do
livramento ou em per’odo anterior. Ser‡ facultativa quando o liberado deixar de
cumprir qualquer das obriga•›es a ele impostas, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contraven•‹o, a pena n‹o privativa de liberdade.

Art. 146-A. (VETADO).


Art. 146-B. O juiz poder‡ definir a fiscaliza•‹o por meio da monitora•‹o eletr™nica
quando:
I - (VETADO);
II - autorizar a sa’da tempor‡ria no regime semiaberto;
III - (VETADO);
IV - determinar a pris‹o domiciliar;
V - (VETADO);
Par‡grafo œnico. (VETADO).
Art. 146-C. O condenado ser‡ instru’do acerca dos cuidados que dever‡ adotar com o
equipamento eletr™nico e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor respons‡vel pela monitora•‹o eletr™nica, responder aos seus
contatos e cumprir suas orienta•›es;
II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o
dispositivo de monitora•‹o eletr™nica ou de permitir que outrem o fa•a;
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III - (VETADO);
Par‡grafo œnico. A viola•‹o comprovada dos deveres previstos neste artigo poder‡
acarretar, a critŽrio do juiz da execu•‹o, ouvidos o MinistŽrio Pœblico e a defesa:
I - a regress‹o do regime;
II - a revoga•‹o da autoriza•‹o de sa’da tempor‡ria;
III - (VETADO);
IV - (VETADO);
V - (VETADO);
VI - a revoga•‹o da pris‹o domiciliar;
VII - advert•ncia, por escrito, para todos os casos em que o juiz da execu•‹o decida n‹o
aplicar alguma das medidas previstas nos incisos de I a VI deste par‡grafo.
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Art. 146-D. A monitora•‹o eletr™nica poder‡ ser revogada:


I - quando se tornar desnecess‡ria ou inadequada;
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que estiver sujeito durante a sua
vig•ncia ou cometer falta grave.

A monitora•‹o eletr™nica Ž uma novidade, inserida na LEP pela Lei n¼


12.258/2010, que permite ao juiz da execu•‹o estabelecer esse tipo de
fiscaliza•‹o na concess‹o de sa’da tempor‡ria no regime semiaberto e na
pris‹o domiciliar. O tema foi regulamentado por meio do Decreto
n¼7.627/2011.
O monitorado dever‡ ser instru’do detalhadamente acerca de suas obriga•›es e
dos cuidados que deve tomar com o dispositivo eletr™nico. O descumprimento
desses deveres acarretar‡ advert•ncia, revoga•‹o da sa’da tempor‡ria,
revoga•‹o da pris‹o domiciliar ou, ainda, a regress‹o de regime.

Art. 147. Transitada em julgado a senten•a que aplicou a pena restritiva de direitos, o
Juiz da execu•‹o, de of’cio ou a requerimento do MinistŽrio Pœblico, promover‡ a execu•‹o,
podendo, para tanto, requisitar, quando necess‡rio, a colabora•‹o de entidades pœblicas ou
solicit‡-la a particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execu•‹o, poder‡ o Juiz, motivadamente, alterar, a forma
de cumprimento das penas de presta•‹o de servi•os ˆ comunidade e de limita•‹o de fim de
semana, ajustando-as ˆs condi•›es pessoais do condenado e ˆs caracter’sticas do
estabelecimento, da entidade ou do programa comunit‡rio ou estatal.

A pena restritiva de direitos Ž aut™noma e substituir‡ a privativa de liberdade


diante dos seguintes requisitos:
a) A pena privativa de liberdade aplicada n‹o for superior a quatro anos e o crime
n‹o for cometido com viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa ou, qualquer que seja
a pena aplicada, se o crime for culposo;
b) O rŽu n‹o for reincidente em crime doloso;
c) A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
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condenado, bem como os motivos e as circunst‰ncias indicarem que essa


substitui•‹o seja suficiente.
As penas restritivas de direitos podem ser de presta•‹o de servi•os ˆ
comunidade, limita•‹o de fim de semana, e interdi•‹o tempor‡ria de
direitos.

Art. 156. O Juiz poder‡ suspender, pelo per’odo de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, a execu•‹o
da pena privativa de liberdade, n‹o superior a 2 (dois) anos, na forma prevista nos artigos
77 a 82 do C—digo Penal.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na senten•a que aplicar pena privativa de liberdade, na
situa•‹o determinada no artigo anterior, dever‡ pronunciar-se, motivadamente, sobre a
suspens‹o condicional, quer a conceda, quer a denegue.
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Estes dispositivos tratam do ÒsursisÓ, ou seja, da suspens‹o condicional da


pena. Essa medida tem por finalidade evitar que seja privada de sua liberdade a
pessoa que cometeu crime considerado de menor potencial ofensivo, cuja pena
privativa de liberdade seja de atŽ 2 anos.
A pr—pria LEP determina que o juiz ou tribunal dever‡ pronunciar-se
motivadamente sobre a suspens‹o condicional da pena na senten•a que
aplicar pena privativa de liberdade.

Art. 158. Concedida a suspens‹o, o Juiz especificar‡ as condi•›es a que fica sujeito o
condenado, pelo prazo fixado, come•ando este a correr da audi•ncia prevista no artigo 160
desta Lei.

Quando o sursis for concedido por Tribunal, caber‡ a este estabelecer as


condi•›es, que poder‹o ser modificadas ao longo do per’odo de suspens‹o, a
pedido do MinistŽrio Pœblico ou do Conselho Penitenci‡rio, ouvido o condenado.

5 - Lei Estadual n. 12.567/96 (institui porte de arma


de defesa para agentes penitenci‡rios do estado do
cear‡ e d‡ outras provid•ncias)
Esta lei estadual confere aos agentes penitenci‡rios o direito ao uso de arma de
fogo, que obviamente deve submeter-se ˆs normas constitucionais e ˆ legisla•‹o
federal acerca do assunto. Esta lei estadual, porŽm, traz algumas limita•›es ao
exerc’cio desse direito.

Art. 1o - Fica permitido aos ocupantes do cargo/fun•‹o de Agente Penitenci‡rio o uso de


arma de fogo, com observ‰ncia dos princ’pios constitucionais em vigor, para sua defesa e
de terceiros na forma abaixo estabelecida:
I - No deslocamento resid•ncia/trabalho e deste para o domic’lio do servidor.
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II - Quando do deslocamento em efetivo exerc’cio na escolta de presos de uma para outra


unidade penitenci‡ria, hospitais ou outros determinado pela dire•‹o do Pres’dio ou
Coordenadoria do Sistema Penal - COSIPE.
III - Quando acompanhar o preso a sua resid•ncia, nos termos do Inciso I do Art. 120 da
Lei n. 7.210 de 11 de julho de 1984.

Vemos, portanto, que o porte de arma pelos agentes penitenci‡rios est‡ restrito
a tr•s situa•›es:
a) Deslocamento do agente entre sua resid•ncia e o trabalho;
b) No deslocamento e escolta de presos entre uma unidade penitenci‡ria e outra,
ou a outros locais; e
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c) Quando acompanhar o preso ˆ sua resid•ncia (quando ocorrer falecimento ou


doen•a grave do c™njuge, companheira, ascendente, descendente ou irm‹o,
conforme previs‹o da Lei de Execu•‹o Penal).
Tome muito cuidado aqui, pois a lei pro’be o uso de armas pelos agentes
penitenci‡rios no interior das unidades penitenci‡rias.

O porte de arma pelos agentes penitenci‡rios est‡


restrito a tr•s situa•›es:
a) Deslocamento do agente entre sua resid•ncia e o trabalho;
b) No deslocamento e escolta de presos entre uma unidade penitenci‡ria e outra,
ou a outros locais; e
c) Quando acompanhar o preso ˆ sua resid•ncia (quando ocorrer falecimento ou
doen•a grave do c™njuge, companheira, ascendente, descendente ou irm‹o,
conforme previs‹o da Lei de Execu•‹o Penal).
A lei pro’be o uso de armas pelos agentes penitenci‡rios no interior das unidades
penitenci‡rias.

Art. 2o - As CŽdulas de Identifica•‹o dos servidores dever‹o constar impresso no texto:


"PERMISSÌO PARA PORTAR ARMAS".

As cŽdulas de identifica•‹o aqui mencionadas s‹o aquelas de identidade


funcional, por meio das quais s‹o identificados os agentes penitenci‡rios do
Estado do Cear‡. Neste documento deve constar a informa•‹o acerca da
permiss‹o para portar armas.
AlŽm disso, a lei determina que a Secretaria de Justi•a dever‡ providenciar junto
ˆ Secretaria da Seguran•a Pœblica (por meio da Academia de Pol’cia Civil),
treinamento sobre armamento e tiro. Esse treinamento ser‡ requisito para
habilita•‹o dos Agentes Penitenci‡rios que portarem armas.
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o
Art. 4 - As atividades desempenhadas pelos ocupantes de cargo/fun•‹o de Agente
Penitenci‡rio s‹o consideradas de permanente risco de vida e de saœde.
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6 - Quest›es
6.1 - Quest›es sem Coment‡rios
Quest‹o 01 Ð TJ-SE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe
Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplica•‹o de penas.
Considere que um indiv’duo tenha sido condenado por crime hediondo.
Nesse caso, para que possa requerer progress‹o de regime de pena, esse
indiv’duo deve cumprir dois quintos da pena que lhe foi imputada, se for
prim‡rio, e tr•s quintos dessa pena, se for reincidente.

Quest‹o 02 Ð TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada)
ƒ permitida a progress‹o de regime em crimes hediondos, sendo necess‡rio,
para isso, que o ju’zo da execu•‹o avalie se o condenado preenche os
requisitos objetivos e subjetivos do benef’cio, podendo determinar, ainda, a
realiza•‹o de exame criminol—gico.

Quest‹o 03 Ð TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada)
ƒ admitido o indulto, gra•a e anistia a agente que praticou crime de natureza
hedionda.

Quest‹o 04 Ð TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada)
Os crimes de extors‹o mediante sequestro e sequestro s‹o equiparados ao
hediondo.

Quest‹o 05 Ð PC-BA Ð Delegado de Pol’cia Ð 2013 Ð Cespe


O indiv’duo penalmente imput‡vel condenado ˆ pena privativa de liberdade
de vinte e tr•s anos de reclus‹o pela pr‡tica do crime de extors‹o seguido
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de morte poder‡ ser beneficiado, no decorrer da execu•‹o da pena, pela


progress‹o de regime ap—s o cumprimento de dois quintos da pena, se for
rŽu prim‡rio, ou de tr•s quintos, se reincidente.

Quest‹o 06 Ð CNJ Ð Analista Judici‡rio Ð 2013 Ð Cespe


Recentemente, ocorreu a inclus‹o do crime de corrup•‹o ativa no rol dos
delitos hediondos, fato que, entre outros efeitos, tornou esse crime
inafian•‡vel e determinou que o in’cio do cumprimento da pena ocorra em
regime fechado.

Quest‹o 07 Ð TJ-ES Ð Analista Judici‡rio Ð 2011 Ð Cespe


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.
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Maura praticou crime de extors‹o, mediante sequestro, em 27/3/2008, e,


denunciada, regularmente processada e condenada, iniciou o cumprimento
de sua pena em regime fechado. Nessa situa•‹o hipotŽtica, ap—s o
cumprimento de um sexto da pena em regime fechado, Maura ter‡ direito ˆ
progress‹o de regime, de fechado para semiaberto.

Quest‹o 08 Ð DPE-PI Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada)
A nova figura t’pica denominada estupro de vulner‡vel n‹o foi inclu’da no rol
de delitos hediondos, fato que tem gerado v‡rias cr’ticas por parte da
doutrina mais autorizada.

Quest‹o 09 Ð TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe


O crime de homic’dio Ž considerado hediondo quando praticado em atividade
t’pica de grupo de exterm’nio, ainda que cometido por um s— agente, e
quando for qualificado.

Quest‹o 10 Ð AL-MT Ð Procurador Ð 2013 Ð FGV


Avalie os tipos de crimes listados a seguir.
I. Extors‹o mediante sequestro;
II. Estupro;
III. Qualquer homic’dio, simples ou qualificado, desde que doloso;
IV. Falsifica•‹o, corrup•‹o, adultera•‹o ou altera•‹o de produto destinado a
fins terap•uticos ou medicinais.
De acordo com a Lei n. 8.072/90, s‹o considerados crimes hediondos:
a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, III e IV, somente. 80191568791

e) II, III e IV, somente.

Quest‹o 11 Ð TRF 5» Regi‹o Ð Analista Judici‡rio Ð 2012 Ð FCC


S‹o crimes hediondos pr—prios, assim definidos pela Lei no 8.072/1990,
dentre outros,
a) estupro de vulner‡vel, epidemia com resultado morte e adultera•‹o de
produto destinado a fim terap•utico.
b) extors‹o mediante sequestro, desastre ferrovi‡rio e inc•ndio, desde que
seguidos de morte.
c) terrorismo, estupro, atentado violento ao pudor e racismo.
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d) homic’dio, latroc’nio, extors‹o mediante sequestro e tr‡fico il’cito de


drogas.
e) atentado contra meio de transporte aŽreo, concuss‹o e homic’dio
qualificado.

QUESTÌO 12 - DEPEN Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2015 Ð Cespe.


SITUA‚ÌO HIPOTƒTICA: Um servidor pœblico federal, no exerc’cio de
atividade carcer‡ria, colocou em perigo a saœde f’sica de preso em virtude
de excesso na imposi•‹o da disciplina, com a mera inten•‹o de aplicar
medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situa•‹o, o referido agente responder‡ pelo crime de
tortura.

QUESTÌO 13 - DPU Ð Defensor Pœblico Federal Ð 2015 Ð Cespe.


Caracteriza uma das espŽcies do crime de tortura a conduta consistente em,
com emprego de grave amea•a, constranger outrem em raz‹o de
discrimina•‹o racial, causando-lhe sofrimento mental.

QUESTÌO 14 - SEAP-DF Ð Agente de Atividades Penitenci‡rias


Ð 2015 Ð Universa.
A condena•‹o por crime de tortura acarretar‡ a perda do cargo, da fun•‹o
ou do emprego pœblico e a interdi•‹o, para seu exerc’cio, pelo triplo do prazo
da pena aplicada.

QUESTÌO 15 - PC-CE Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2015 Ð VUNESP.


O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um sexto atŽ
um ter•o se for praticado
a) ininterruptamente, por per’odo superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas
c) por motivos pol’ticos. 80191568791

d) contra mulher
e) por agente pœblico.

QUESTÌO 16 - DPE-RS Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð FCC.


Sobre a Lei n¼ 9.455/97 (Crimes de Tortura), Ž correto afirmar que
a) se a v’tima da tortura for crian•a, a Lei n¼ 9.455/97 deve ser afastada
para incid•ncia do tipo penal espec’fico de tortura previsto no Estatuto da
Crian•a e do Adolescente (art. 233 do ECA).
b) h‡ previs‹o legal de crime por omiss‹o.
c) Ž invi‡vel a suspens‹o condicional do processo para qualquer das
modalidades t’picas previstas na lei.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

d) o regramento imp›e, para todos os tipos penais que prev•, que o


condenado inicie o cumprimento da pena em regime fechado.
e) h‡ veda•‹o expressa, no corpo da lei, de aplica•‹o do sursis para os
condenados por tortura.

QUESTÌO 17 - DPE-PB Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð FCC.


Com rela•‹o ˆ tortura, cabe afirmar:
a) Genericamente trata-se de crime pr—prio.
b) N‹o est‡ tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade
puramente discriminat—ria.
c) Na vers‹o especificamente omissiva, trata-se de crime comum.
d) Trata-se de crime insuscet’vel de gra•a, porŽm n‹o de anistia.
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no
estrangeiro.

QUESTÌO 18 - DEPEN Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2013 Ð Cespe.


Joaquim, agente penitenci‡rio federal, foi condenado, definitivamente, a
uma pena de tr•s anos de reclus‹o, por crime disposto na Lei n.¼
9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficar‡ impedido de exercer
a referida fun•‹o pelo prazo de seis anos.

QUESTÌO 19 - DEPEN Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2013 Ð Cespe.


Um agente penitenci‡rio federal determinou que JosŽ, preso sob sua
cust—dia, permanecesse de pŽ por dez horas ininterruptas, sem que pudesse
beber ‡gua ou alimentar-se, como forma de castigo, j‡ que JosŽ havia
cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa situa•‹o, esse
agente cometeu crime de tortura, ainda que n‹o tenha utilizado de viol•ncia
ou grave amea•a contra JosŽ.

QUESTÌO 20 - PRF Ð Agente Ð 2013 Ð Cespe.


80191568791

Para que um cidad‹o seja processado e julgado por crime de tortura, Ž


prescind’vel que esse crime deixe vest’gios de ordem f’sica.

QUESTÌO 21 - PC-BA Ð Delegado de Pol’cia Ð 2013 Ð Cespe.


Determinado policial militar efetuou a pris‹o em flagrante de Luciano e o
conduziu ˆ delegacia de pol’cia. L‡, com o objetivo de fazer Luciano
confessar a pr‡tica dos atos que ensejaram sua pris‹o, o policial respons‡vel
por seu interrogat—rio cobriu sua cabe•a com um saco pl‡stico e amarrou-o
no seu pesco•o, asfixiando-o. Como Luciano n‹o confessou, o policial deixou-
o trancado na sala de interrogat—rio durante v‡rias horas, pendurado de
cabe•a para baixo, no escuro, per’odo em que lhe dizia que, se ele n‹o
confessasse, seria morto. O delegado de pol’cia, ciente do que ocorria na
sala de interrogat—rio, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento f’sico e


mental.
Considerando a situa•‹o hipotŽtica acima e o disposto na Lei Federal
n.¼ 9.455/1997, julgue os itens subsequentes.
Para a comprova•‹o da materialidade da conduta do policial, Ž
imprescind’vel a realiza•‹o de exame de corpo de delito que confirme as
agress›es sofridas por Luciano.

QUESTÌO 22 - MPU Ð TŽcnico Ð 2010 Ð Cespe.


O crime de tortura Ž inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou anistia.

QUESTÌO 23 - MPU Ð TŽcnico Ð 2010 Ð Cespe.


ƒ considerado crime de tortura submeter alguŽm, com emprego de viol•ncia
ou grave amea•a, a intenso sofrimento f’sico ou mental, como forma de
aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de car‡ter preventivo.

QUESTÌO 24 - TJ-RO Ð Analista Judici‡rio Ð 2012 Ð Cespe


(adaptada).
A perda da fun•‹o pœblica e a interdi•‹o de seu exerc’cio pelo dobro do prazo
da condena•‹o decorrente da pr‡tica de crime de tortura previsto em lei
especial s‹o de imposi•‹o facultativa do julgador, tratando-se de efeito
genŽrico da condena•‹o.

QUESTÌO 25 - TJ-AC Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2012 Ð Cespe.


Suponha que Jo‹o, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta
Sebasti‹o, com emprego de viol•ncia, a cont’nuo e intenso sofrimento f’sico,
provocando-lhe les‹o corporal de natureza grav’ssima. Nessa situa•‹o, Jo‹o
dever‡ responder pelo crime de tortura e, se condenado, dever‡ cumprir a
pena em regime inicial fechado.

QUESTÌO 26 - DPF Ð Agende da Pol’cia Federal Ð 2012 Ð Cespe.


80191568791

O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas


depend•ncias do distrito policial, um acusado de tr‡fico de drogas a
confessar a pr‡tica do crime perder‡ automaticamente o seu cargo, sendo
desnecess‡rio, nessa situa•‹o, que o juiz sentenciante motive a perda do
cargo.

QUESTÌO 27 - DPU Ð Defensor Pœblico Ð 2007 Ð Cespe.


N‹o se estende ao crime de tortura a admissibilidade de progress‹o no
regime de execu•‹o da pena aplicada aos demais crimes hediondos.
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QUESTÌO 28 - PC-RN Ð Escriv‹o de Pol’cia Civil Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada).
Um delegado da pol’cia civil que perceba que um dos custodiados do distrito
onde Ž chefe est‡ sendo fisicamente torturado pelos colegas de cela,
permanecendo indiferente ao fato, n‹o ser‡ responsabilizado criminalmente,
pois os delitos previstos na Lei n.¼ 9.455/1997 n‹o podem ser praticados
por omiss‹o.

QUESTÌO 29 - PC-RN Ð Escriv‹o de Pol’cia Civil Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada).
Se um membro da Defensoria Pœblica do Estado do Rio Grande do Norte,
integrante da Comiss‹o Nacional de Direitos Humanos, for passar uma
temporada de trabalho no Haiti Ñ pa’s que n‹o pune o crime de tortura Ñ e
l‡ for v’tima de tortura, n‹o haver‡ como aplicar a Lei n.¼ 9.455/1997.

QUESTÌO 30 - PC-ES Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2011 Ð Cespe.


Excetuando-se o caso em que o agente se omite diante das condutas
configuradoras dos crimes de tortura, quando tinha o dever de evit‡-las ou
apur‡-las, iniciar‡ o agente condenado pela pr‡tica do crime de tortura o
cumprimento da pena em regime fechado.

QUESTÌO 31 - PC-ES Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2011 Ð Cespe.


No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de seguran•a
Ž submetida a sofrimento f’sico ou mental, por intermŽdio da pr‡tica de ato
n‹o previsto em lei ou n‹o resultante de medida legal, n‹o Ž exigido, para
seu aperfei•oamento, especial fim de agir por parte do agente, bastando,
portanto, para a configura•‹o do crime, o dolo de praticar a conduta descrita
no tipo objetivo.

QUESTÌO 32 - PC-ES Ð Delegado de Pol’cia Ð 2011 Ð Cespe.


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica. Rui, que Ž policial militar, mediante
viol•ncia e grave amea•a, infligiu intenso sofrimento f’sico e mental a um
80191568791

civil, utilizando para isso as instala•›es do quartel de sua corpora•‹o. A


inten•‹o do policial era obter a confiss‹o da v’tima em rela•‹o a um suposto
caso extraconjugal havido com sua esposa.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta de Rui, independentemente de sua
condi•‹o de militar e de o fato ter ocorrido em ‡rea militar, caracteriza o
crime de tortura na forma tipificada em lei espec’fica.

QUESTÌO 33 - MPE-RR Ð Promotor de Justi•a Ð 2008 Ð Cespe.


Daniel, delegado de pol’cia, estava em sua sala, quando percebeu a chegada
dos agentes de pol’cia Irineu e Osvaldo, acompanhados por uma pessoa que
havia sido detida, sob a acusa•‹o de porte de arma e de entorpecentes. O
delegado permaneceu em sua sala, elaborando um relat—rio, antes de lavrar
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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o auto de pris‹o em flagrante. Durante esse per’odo, ouviu ru’dos de tapas,


bem como de gritos, vindos da sala onde se encontravam os agentes e a
pessoa detida, percebendo que os agentes determinavam ao detido que ele
confessasse quem era o verdadeiro propriet‡rio da droga. Quando foi lavrar
a pris‹o em flagrante, o delegado notou que o detido apresentava equimoses
avermelhadas no rosto, tendo declinado que havia guardado a droga para
um conhecido traficante da regi‹o. O delegado, contudo, mesmo
constatando as les›es, resolveu nada fazer em rela•‹o aos seus agentes,
uma vez que os considerava excelentes policiais. Nessa situa•‹o, o delegado
praticou o crime de tortura, de forma que, sendo proferida senten•a
condenat—ria, ocorrer‡, automaticamente, a perda do cargo.

QUESTÌO 34 - STJ Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


O condenado pela pr‡tica de crime de tortura, por expressa previs‹o legal,
n‹o poder‡ ser beneficiado por livramento condicional, se for reincidente
espec’fico em crimes dessa natureza.

QUESTÌO 35 - DPF Ð Delegado de Pol’cia Federal Ð 2009 Ð


Cespe.
A pr‡tica do crime de tortura torna-se at’pica se ocorrer em raz‹o de
discrimina•‹o religiosa, pois, sendo laico o Estado, este n‹o pode se imiscuir
em assuntos religiosos dos cidad‹os.

QUESTÌO 36 - PC-PE - Agente de Pol’cia Ð 2016 Ð Cespe.


Rui e Jair s‹o policiais militares e realizam constantemente abordagens de
adolescentes e homens jovens nos espa•os pœblicos, para verifica•‹o de
ocorr•ncias de situa•›es de uso e tr‡fico de drogas e de porte de armas. Em
uma das abordagens realizadas, eles encontraram JosŽ, conhecido por
efetuar pequenos furtos, e, durante a abordagem, verificaram que JosŽ
portava um celular caro. Jair come•ou a questionar a quem pertencia o
celular e, ˆ medida que JosŽ negava que o celular lhe pertencia, alegando
n‹o saber como havia ido parar em sua mochila, come•ou a receber
empurr›es do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no ch‹o e
80191568791

come•ou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como
n‹o respondeu de forma alguma a quem pertencia o celular, JosŽ foi
colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram
rodando por horas com ele, com o intuito de descobrirem a origem do
celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente
levando-o para a delegacia no dia seguinte.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, ˆ luz das leis que tratam dos crimes de tortura e
de abuso de autoridade e dos crimes hediondos,
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime
de les‹o corporal.
b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e les‹o
corporal.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminui•‹o


de pena.
d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo.
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poder‹o ser soltos
mediante o pagamento de fian•a.

QUESTÌO 37 - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto Ð 2016 -


VUNESP
Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica: Jo‹o, agente pœblico, foi
processado e, ao final, condenado ˆ pena de reclus‹o, por dezenove anos,
iniciada em regime fechado, pela pr‡tica do crime de tortura, com resultado
morte, contra Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997,
essa condena•‹o acarretar‡ a perda do cargo, fun•‹o ou emprego pœblico
a) e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
b) e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo triplo do prazo da pena aplicada.
c) e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo tempo da pena aplicada.
d) desde que o juiz proceda ˆ fundamenta•‹o espec’fica.
e) como efeito necess‡rio, mas n‹o autom‡tico.
QUESTÌO 38 - DPE-MA Ð Defensor Pœblico Ð 2015 Ð FCC.
O sentenciado que trabalhou e estudou durante a execu•‹o da pena no
regime semiaberto ter‡ o tempo remido computado como pena cumprida na
raz‹o de um dia de pena a cada tr•s dias trabalhados e
a) 3 dias de pena a cada 16 horas de frequ•ncia escolar calculados do total
da pena.
b) um dia de pena a cada 12 horas de frequ•ncia escolar calculados do total
da pena.
c) um dia de pena a cada 12 horas de frequ•ncia escolar calculados para
todos os benef’cios da execu•‹o penal.
80191568791

d) um dia de pena a cada 16 horas de frequ•ncia escolar calculados do total


da pena.
e) um dia de pena a cada 16 horas de frequ•ncia escolar calculados para
todos os benef’cios da execu•‹o penal.
QUESTÌO 39 - DPE-MA Ð Defensor Pœblico Ð 2015 Ð FCC.
A autonomia da execu•‹o penal implica a compreens‹o de que
a) o t’tulo executivo delimita o alcance e os limites da execu•‹o em processo
em que n‹o h‡ altera•‹o f‡tica.
b) h‡ uma fei•‹o jurisdicional da execu•‹o da pena e plenitude das garantias
constitucionais penais e processuais penais.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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c) h‡ um car‡ter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplica•‹o


mitigada das regras constitucionais.
d) os incidentes de execu•‹o s‹o impulsionados somente pela defesa
tŽcnica.
e) h‡ distin•‹o das atividades da administra•‹o penitenci‡ria e da fun•‹o
jurisdicional ressalvado o procedimento administrativo que apura falta.
QUESTÌO 40 - Depen Ð TŽcnico de Enfermagem Ð 2015 Ð
Cespe.
No ‰mbito da assist•ncia educacional, Ž garantido o acesso ˆ instru•‹o
escolar e ˆ forma•‹o profissional ao preso, a quem Ž facultado cursar o
ensino fundamental ou realizar curso de aperfei•oamento profissionalizante.
QUESTÌO 41 - DPE-CE Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð FCC.
Em rela•‹o ˆ execu•‹o penal, de acordo com entendimento sumulado dos
Tribunais Superiores, Ž correto afirmar que
a) Ž de dez dias o prazo para interposi•‹o de agravo contra decis‹o do Juiz
da Execu•‹o Penal.
b) a frequ•ncia a curso de ensino formal Ž causa de remi•‹o de parte do
tempo de execu•‹o de pena apenas sob regime aberto.
c) em respeito ˆ garantia da presun•‹o de inoc•ncia, n‹o se admite a
progress‹o de regime de cumprimento da pena antes do tr‰nsito em julgado
da senten•a condenat—ria.
d) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de
cumprimento, determinado pelo artigo 75 do C—digo Penal, n‹o Ž
considerada para a concess‹o de outros benef’cios, como o livramento
condicional ou regime mais favor‡vel de execu•‹o.
e) n‹o foi recebida pela ordem constitucional vigente a possibilidade de
revoga•‹o de atŽ um ter•o do tempo remido em raz‹o de falta grave.
QUESTÌO 42 - DPE-MS Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð VUNESP.
80191568791

Com rela•‹o ˆ Lei de Execu•‹o Penal, Ž correto afirmar que:


a) o regime disciplinar diferenciado previsto no art. 52 da Lei de Execu•‹o
Penal Ž aplic‡vel somente aos presos condenados em cumprimento de pena
privativa de liberdade.
b) s‹o san•›es disciplinares: a advert•ncia verbal, repreens‹o, censura,
suspens‹o ou restri•‹o de direitos e inclus‹o no regime disciplinar
diferenciado.
c) cabem apenas ao juiz da execu•‹o penal e ao ministŽrio pœblico a
obrigatoriedade de visitas aos estabelecimentos prisionais.
d) ao condenado em regime fechado Ž assegurado o direito de cela individual
contendo dormit—rio, lavat—rio e aparelho sanit‡rio, contendo ‡rea m’nima
de 6 m² e ambiente salubre.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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QUESTÌO 43 - PC-SP Ð Delegado de Pol’cia Ð 2014 Ð VUNESP.


ÒXÓ, prim‡rio e de bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento,
pena de vinte anos de reclus‹o em regime fechado, pela pr‡tica do crime de
latroc’nio. AtŽ o momento, ÒXÓ cumpriu quatorze anos do total da pena.
Nesse caso, a resposta correta para a pergunta Ð ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o
de algum benef’cio? Ð Ž:
a) ÒXÓ tem direito ao livramento condicional.
b) ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o da liberdade provis—ria.
c) ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o do sursis.
d) ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o da suspens‹o condicional da pena.
e) ÒXÓ n‹o faz jus a nenhum benef’cio por ter praticado crime hediondo.
QUESTÌO 44 - TJ-ES Ð Analista Judici‡rio Ð 2011 Ð Cespe.
Salvo o regime disciplinar diferenciado, as san•›es de suspens‹o, isolamento
e restri•‹o de direitos n‹o poder‹o ser superiores a trinta dias.
QUESTÌO 45 - DPE-BA Ð Defensor Pœblico Ð 2010 Ð Cespe.
A pr‡tica de falta grave interrompe a contagem do lapso temporal para a
comuta•‹o da pena, por imperativo expresso na lei de execu•‹o penal.
QUESTÌO 46 - DPE-BA Ð Defensor Pœblico Ð 2010 Ð Cespe.
O monitoramento eletr™nico destina-se a sentenciados que, em regime
semiaberto, estejam em gozo do benef’cio de sa’das tempor‡rias, ou que
estejam cumprindo pris‹o domiciliar, de acordo com as circunst‰ncias do
caso submetido ˆ aprecia•‹o do ju’zo da execu•‹o.
QUESTÌO 47 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
Ao condenado ˆ pena privativa de liberdade Ž facultativa a atividade laboral,
respeitadas suas aptid›es, sua capacidade e sua necessidade.
QUESTÌO 48 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
80191568791

Cespe.
O condenado por crime pol’tico est‡ desobrigado ao trabalho.
QUESTÌO 49 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
A tentativa de fuga do estabelecimento prisional Ž classificada como falta
disciplinar grave, punida com a san•‹o correspondente ˆ falta consumada.
QUESTÌO 50 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
O poder disciplinar s— pode ser exercido pelo juiz da execu•‹o penal.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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QUESTÌO 51 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð


Cespe.
A pr‡tica de ato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando
ocasiona subvers‹o da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar
diferenciado, com direito ˆ sa’da da cela por duas horas di‡rias para banho
de sol.
QUESTÌO 52 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto podem
obter autoriza•‹o para sa’da tempor‡ria do estabelecimento prisional, nos
casos de falecimento de c™njuge, companheira, ascendente, descendente ou
irm‹o, sendo dispensada, conforme o caso, a vigil‰ncia direta.
QUESTÌO 53 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de
direitos deve ser submetido a exame criminol—gico a fim de que sejam
obtidos os elementos necess‡rios ˆ adequada classifica•‹o e individualiza•‹o
da execu•‹o.
QUESTÌO 54 - PC-RN Ð Delegado de Pol’cia Ð 2009 Ð Cespe
(adaptada).
A presta•‹o de trabalho externo, a ser autorizada pela dire•‹o do
estabelecimento penal, depender‡ de aptid‹o, disciplina e responsabilidade,
alŽm do cumprimento m’nimo de dois ter•os da pena.
QUESTÌO 55 - PC-RN Ð Delegado de Pol’cia Ð 2009 Ð Cespe
(adaptada).
Para o preso provis—rio, o trabalho Ž obrigat—rio e s— poder‡ ser executado
no interior do estabelecimento.

QUESTÌO 56 (inŽdita). 80191568791

Sobre a disciplina do porte de arma de fogo previsto aos agentes


penitenci‡rios na Lei 12.567, analise as assertivas abaixo:
I - No deslocamento resid•ncia/trabalho e deste para o domic’lio do servidor
II - Quando do deslocamento em efetivo exerc’cio na escolta de presos de
uma para outra unidade penitenci‡ria, hospitais ou outros determinado pela
dire•‹o do Pres’dio ou Coordenadoria do Sistema Penal - COSIPE.
III - Quando acompanhar o preso a sua resid•ncia, nos termos do Inciso I
do Art. 120 da Lei N¼ 7.210 de 11 de julho de 1984.
IV - Nos hor‡rios de folga
ƒ permitido o porte nas seguintes situa•›es:
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

a) I, II, IV
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II e III
e) I e IV

QUESTÌO 57 (inŽdita).
As atividades desempenhadas pelos ocupantes de cargo/fun•‹o de Agente
Penitenci‡rio, de acordo com Lei 12.567, s‹o consideradas:
a) De permanente risco de vida e de saœde.
b) De permanente risco, apenas
c) De permanente risco de saœde
d) Atividades penosas
e) De risco de vida tempor‡rio

QUESTÌO 58 (inŽdita).
Sobre as CŽdulas de identifica•‹o dos Agentes, conforme a Lei n.
12.567/1996, podemos afirmar que devem constar delas o seguinte dizer:
a) PERMISSÌO PARA POSSUIR ARMAS
b) PERMISSÌO PARA PORTAR ARMAS
c) PERMISSÌO PARA PORTAR E POSSUIR ARMAS
d) LICEN‚A PARA PORTAR ARMAS
e) LICEN‚A PARA POSSUIR ARMAS

QUESTÌO 59 (inŽdita).
O treinamento e a habilita•‹o dos Agentes Penitenci‡rios para portar armas
ser‡ feito junto ˆ: 80191568791

a) Secretaria da Seguran•a Pœblica, atravŽs da Academia de Pol’cia Militar


b) Secretaria de Justi•a, atravŽs da Academia de Agentes Penitenci‡rios
c) Secretaria da Seguran•a Pœblica, atravŽs da Academia de Pol’cia Civil
d) Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos, atravŽs da Academia de
Policia Civil
e) Secretaria de Justi•a, atravŽs da Academia de Policia Civil
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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6.2 Ð Gabarito
1. C 21. E 41. D

2. C 22. C 42. D

3. E 23. C 43. A

4. E 24. E 44. C

5. C 25. E 45. E

6. E 26. C 46. C

7. E 27. E 47. E

8. E 28. E 48. C

9. E 29. E 49. C

10. C 30. C 50. E

11. A 31. C 51. C

12. E 32. C 52. E

13. C 33. C 53. E

14. E 34. C 54. E

15. E 35. E 55. E

16. B 36. A 56. D


80191568791

17. E 37. A 57. A

18. C 38. C 58. B

19. C 39. B 59. C

20. C 40. E
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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6.3 - Quest›es Comentadas


Quest‹o 01 Ð TJ-SE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe
Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplica•‹o de penas.
Considere que um indiv’duo tenha sido condenado por crime hediondo.
Nesse caso, para que possa requerer progress‹o de regime de pena, esse
indiv’duo deve cumprir dois quintos da pena que lhe foi imputada, se for
prim‡rio, e tr•s quintos dessa pena, se for reincidente.

Coment‡rios
A assertiva est‡ de acordo com o art. 2¼, ¤2¼ da Lei n¼ 8.072/1990: A progress‹o
de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-‡
ap—s o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for prim‡rio, e
de 3/5 (tr•s quintos), se reincidente.
GABARITO: C

Quest‹o 02 Ð TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada)
ƒ permitida a progress‹o de regime em crimes hediondos, sendo necess‡rio,
para isso, que o ju’zo da execu•‹o avalie se o condenado preenche os
requisitos objetivos e subjetivos do benef’cio, podendo determinar, ainda, a
realiza•‹o de exame criminol—gico.

Coment‡rios
Hoje a progress‹o de regime no cumprimento de pena pro crime hediondo Ž
permitida, exatamente nesses termos.
GABARITO: C

Quest‹o 03 Ð TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada)
80191568791

ƒ admitido o indulto, gra•a e anistia a agente que praticou crime de natureza


hedionda.

Coment‡rios
Os crimes hediondos, a pr‡tica da tortura, o tr‡fico il’cito de entorpecentes e
drogas afins e o terrorismo s‹o insuscet’veis de anistia, gra•a e indulto.
GABARITO: E

Quest‹o 04 Ð TJ-CE Ð Analista Judici‡rio Ð 2014 Ð Cespe


(adaptada)
Os crimes de extors‹o mediante sequestro e sequestro s‹o equiparados ao
hediondo.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

Coment‡rios
Extors‹o mediante sequestro Ž crime hediondo, e n‹o equiparado.
GABARITO: E

Quest‹o 05 Ð PC-BA Ð Delegado de Pol’cia Ð 2013 Ð Cespe


O indiv’duo penalmente imput‡vel condenado ˆ pena privativa de liberdade
de vinte e tr•s anos de reclus‹o pela pr‡tica do crime de extors‹o seguido
de morte poder‡ ser beneficiado, no decorrer da execu•‹o da pena, pela
progress‹o de regime ap—s o cumprimento de dois quintos da pena, se for
rŽu prim‡rio, ou de tr•s quintos, se reincidente.

Coment‡rios
O crime de extors‹o qualificado pela morte consta na lista dos crimes hediondos.
ƒ importante que voc• tenha bem claro na sua mente que Ž poss’vel a progress‹o
de regime do condenado por crime hediondo. O cumprimento da pena se dar‡
incialmente em regime fechado, mas a progress‹o pode ocorrer quando se der o
cumprimento de 2/5 da pena (apenado prim‡rio), ou de 3/5 (reincidente).
GABARITO: C

Quest‹o 06 Ð CNJ Ð Analista Judici‡rio Ð 2013 Ð Cespe


Recentemente, ocorreu a inclus‹o do crime de corrup•‹o ativa no rol dos
delitos hediondos, fato que, entre outros efeitos, tornou esse crime
inafian•‡vel e determinou que o in’cio do cumprimento da pena ocorra em
regime fechado.

Coment‡rios
Atualmente tramita na C‰mara um projeto de lei nesse sentido, mas hoje a
corrup•‹o n‹o consta na lista da Lei dos Crimes Hediondos.
GABARITO: E

Quest‹o 07 Ð TJ-ES Ð Analista Judici‡rio Ð 2011 Ð Cespe


80191568791

Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica.


Maura praticou crime de extors‹o, mediante sequestro, em 27/3/2008, e,
denunciada, regularmente processada e condenada, iniciou o cumprimento
de sua pena em regime fechado. Nessa situa•‹o hipotŽtica, ap—s o
cumprimento de um sexto da pena em regime fechado, Maura ter‡ direito ˆ
progress‹o de regime, de fechado para semiaberto.

Coment‡rios
Em 2007 a reda•‹o da Lei de Crimes Hediondos foi alterada, e agora faz men•‹o
ˆ possibilidade de progress‹o de regime quando cumpridos 2/5 da pena
(condenado prim‡rio) ou 3/5 da pena (reincidente). Esta lei Ž especial em rela•‹o
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Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

ao C—digo de Processo Penal, que estabelece a regra de progress‹o com 1/6 da


pena cumprida.
GABARITO: E

Quest‹o 08 Ð DPE-PI Ð Defensor Pœblico Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada)
A nova figura t’pica denominada estupro de vulner‡vel n‹o foi inclu’da no rol
de delitos hediondos, fato que tem gerado v‡rias cr’ticas por parte da
doutrina mais autorizada.

Coment‡rios
A Lei n¼ 12.015/2009 incluiu no rol dos crimes hediondos a figura do estupro de
vulner‡vel, ao tempo em que sepultou a discuss‹o sobre a inclus‹o ou n‹o do
estupro simples na lista de crimes hediondos. Hoje qualquer estupro Ž
considerado crime hediondo.
GABARITO: E

Quest‹o 09 Ð TJDFT Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe


O crime de homic’dio Ž considerado hediondo quando praticado em atividade
t’pica de grupo de exterm’nio, ainda que cometido por um s— agente, e
quando for qualificado.

Coment‡rios
Para n‹o haver perigo de voc• n‹o lembrar da lista dos crimes hediondos, vou
repeti-la aqui, ok?

CRIMES HEDIONDOS CRIMES EQUIPARADOS A


HEDIONDOS

80191568791

Homic’dio por grupo de


exterm’nio, e homic’dio qualificado

Tortura
Latroc’nio

Extors‹o qualificada pela morte

Extors‹o mediante sequestro e na


Tr‡fico de Drogas
forma qualificada
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Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

Estupro simples e de vulner‡vel

Epidemia com resultado morte

Falsifica•‹o, corrup•‹o,
adultera•‹o ou altera•‹o de
produto destinado a fins
terap•uticos ou medicinais

Genoc’dio Terrorismo

Favorecimento da prostitui•‹o ou de
outra forma de explora•‹o sexual
de crian•a ou adolescente ou de
vulner‡vel.

GABARITO: E

Quest‹o 10 Ð AL-MT Ð Procurador Ð 2013 Ð FGV


Avalie os tipos de crimes listados a seguir.
I. Extors‹o mediante sequestro;
II. Estupro;
III. Qualquer homic’dio, simples ou qualificado, desde que doloso;
IV. Falsifica•‹o, corrup•‹o, adultera•‹o ou altera•‹o de produto destinado a
fins terap•uticos ou medicinais.
De acordo com a Lei n. 8.072/90, s‹o considerados crimes hediondos:
80191568791

a) I e II, somente.
b) I e III, somente.
c) I, II e IV, somente.
d) I, III e IV, somente.
e) II, III e IV, somente.

Coment‡rios
O œnico item errado Ž o III, n‹o Ž mesmo?
GABARITO: C
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Quest‹o 11 Ð TRF 5» Regi‹o Ð Analista Judici‡rio Ð 2012 Ð FCC


S‹o crimes hediondos pr—prios, assim definidos pela Lei no 8.072/1990,
dentre outros,
a) estupro de vulner‡vel, epidemia com resultado morte e adultera•‹o de
produto destinado a fim terap•utico.
b) extors‹o mediante sequestro, desastre ferrovi‡rio e inc•ndio, desde que
seguidos de morte.
c) terrorismo, estupro, atentado violento ao pudor e racismo.
d) homic’dio, latroc’nio, extors‹o mediante sequestro e tr‡fico il’cito de
drogas.
e) atentado contra meio de transporte aŽreo, concuss‹o e homic’dio
qualificado.

Coment‡rios
A œnica alternativa que corresponde ˆ nossa lista Ž a letra A, n‹o Ž mesmo?
Cuidado para n‹o confundir os crimes hediondos com os equiparados!
GABARITO: A

QUESTÌO 12 - DEPEN Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2015 Ð Cespe.


SITUA‚ÌO HIPOTƒTICA: Um servidor pœblico federal, no exerc’cio de
atividade carcer‡ria, colocou em perigo a saœde f’sica de preso em virtude
de excesso na imposi•‹o da disciplina, com a mera inten•‹o de aplicar
medida educativa, sem lhe causar sofrimento.
ASSERTIVA: Nessa situa•‹o, o referido agente responder‡ pelo crime de
tortura.

Coment‡rios
Neste caso n‹o podemos dizer que houve tortura, pois n‹o houve dolo e nem
sofrimento. Na realidade o caso trazido pela quest‹o Ž de crime de maus tratos,
tipificado no art. 136 do C—digo Penal.
80191568791

GABARITO: E

QUESTÌO 13 - DPU Ð Defensor Pœblico Federal Ð 2015 Ð Cespe.


Caracteriza uma das espŽcies do crime de tortura a conduta consistente em,
com emprego de grave amea•a, constranger outrem em raz‹o de
discrimina•‹o racial, causando-lhe sofrimento mental.

Coment‡rios
Perfeito! Este Ž um bom exemplo de tortura fundada em discrimina•‹o racial ou
religiosa. Perceba que aparece o elemento do sofrimento, neste caso mental,
infligido mediante grave amea•a, com o componente discriminat—rio.
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GABARITO: C

QUESTÌO 14 - SEAP-DF Ð Agente de Atividades Penitenci‡rias


Ð 2015 Ð Universa.
A condena•‹o por crime de tortura acarretar‡ a perda do cargo, da fun•‹o
ou do emprego pœblico e a interdi•‹o, para seu exerc’cio, pelo triplo do prazo
da pena aplicada.

Coment‡rios
Opa! Olha a pegadinha!!! Na realidade a interdi•‹o deve perdurar pelo dobro do
prazo da pena, e n‹o pelo triplo!
GABARITO: E

QUESTÌO 15 - PC-CE Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2015 Ð VUNESP.


O crime de tortura (Lei no 9.455/97) tem pena aumentada de um sexto atŽ
um ter•o se for praticado
a) ininterruptamente, por per’odo superior a 24 h.
b) em concurso de pessoas
c) por motivos pol’ticos.
d) contra mulher
e) por agente pœblico.

Coment‡rios
Aumenta-se a pena de um sexto atŽ um ter•o nas seguintes circunst‰ncias:
I - se o crime Ž cometido por agente pœblico;
II - se o crime Ž cometido contra crian•a, gestante, portador de defici•ncia,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;
III - se o crime Ž cometido mediante sequestro.
GABARITO: E

QUESTÌO 16 - DPE-RS Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð FCC.


80191568791

Sobre a Lei n¼ 9.455/97 (Crimes de Tortura), Ž correto afirmar que


a) se a v’tima da tortura for crian•a, a Lei n¼ 9.455/97 deve ser afastada
para incid•ncia do tipo penal espec’fico de tortura previsto no Estatuto da
Crian•a e do Adolescente (art. 233 do ECA).
b) h‡ previs‹o legal de crime por omiss‹o.
c) Ž invi‡vel a suspens‹o condicional do processo para qualquer das
modalidades t’picas previstas na lei.
d) o regramento imp›e, para todos os tipos penais que prev•, que o
condenado inicie o cumprimento da pena em regime fechado.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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e) h‡ veda•‹o expressa, no corpo da lei, de aplica•‹o do sursis para os


condenados por tortura.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque o tipo penal do ECA que tratava de tortura
contra crian•a ou adolescente foi revogado pela Lei de Tortura. Hoje a tortura
praticada contra crian•a, gestante, portador de defici•ncia, adolescente ou maior
de 60 anos sujeita o infrator a aumento de pena de um sexto atŽ um ter•o. A
alternativa B est‡ correta, pois a lei traz a previs‹o da tortura por omiss‹o em
seu art. 1o, ¤2o. As alternativas C e E est‹o incorretas porque na tortura por
omiss‹o cabe a suspens‹o condicional do processo, uma vez que a pena deste
delito Ž de 1 a 4 anos de deten•‹o. A alternativa D est‡ incorreta porque o STF
j‡ afastou a obrigatoriedade do regime inicial fechado.
GABARITO: B

QUESTÌO 17 - DPE-PB Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð FCC.


Com rela•‹o ˆ tortura, cabe afirmar:
a) Genericamente trata-se de crime pr—prio.
b) N‹o est‡ tipificada distintamente a conduta cometida com finalidade
puramente discriminat—ria.
c) Na vers‹o especificamente omissiva, trata-se de crime comum.
d) Trata-se de crime insuscet’vel de gra•a, porŽm n‹o de anistia.
e) Pode ser aplicada a lei brasileira ao crime praticado por brasileiro no
estrangeiro.

Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque, apesar de o crime ser considerado comum
na maior parte das suas modalidades, o art. 1o, II traz uma modalidade pr—pria
do crime de tortura, assim como a tortura por omiss‹o. Isso tambŽm torna a
alternativa C incorreta. A alternativa B est‡ incorreta por causa da previs‹o da
tortura racismo (art. 1o, I, ÒcÓ). A alternativa D est‡ incorreta porque a tortura Ž
80191568791

crime inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a e anistia, nos termos da Constitui•‹o


Federal.
GABARITO: E

QUESTÌO 18 - DEPEN Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2013 Ð Cespe.


Joaquim, agente penitenci‡rio federal, foi condenado, definitivamente, a
uma pena de tr•s anos de reclus‹o, por crime disposto na Lei n.¼
9.455/1997. Nos termos da referida lei, Joaquim ficar‡ impedido de exercer
a referida fun•‹o pelo prazo de seis anos.
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Coment‡rios
A condena•‹o por crime de tortura acarreta a perda do cargo, fun•‹o ou emprego
pœblico e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo dobro do prazo da pena aplicada,
nos termos do art. 1o, ¤5o da Lei no 9.455/1997.
GABARITO: C

QUESTÌO 19 - DEPEN Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2013 Ð Cespe.


Um agente penitenci‡rio federal determinou que JosŽ, preso sob sua
cust—dia, permanecesse de pŽ por dez horas ininterruptas, sem que pudesse
beber ‡gua ou alimentar-se, como forma de castigo, j‡ que JosŽ havia
cometido, comprovadamente, grave falta disciplinar. Nessa situa•‹o, esse
agente cometeu crime de tortura, ainda que n‹o tenha utilizado de viol•ncia
ou grave amea•a contra JosŽ.

Coment‡rios
Para responder corretamente a quest‹o voc• precisa conhecer o conteœdo do ¤1o
do art. 1o da Lei de Tortura: ÒNa mesma pena incorre quem submete pessoa
presa ou sujeita a medida de seguran•a a sofrimento f’sico ou mental, por
intermŽdio da pr‡tica de ato n‹o previsto em lei ou n‹o resultante de medida
legalÓ.
GABARITO: C

QUESTÌO 20 - PRF Ð Agente Ð 2013 Ð Cespe.


Para que um cidad‹o seja processado e julgado por crime de tortura, Ž
prescind’vel que esse crime deixe vest’gios de ordem f’sica.

Coment‡rios
A palavra Òprescind’velÓ significa Òdispens‡velÓ. A assertiva, portanto, est‡
dizendo que n‹o Ž necess‡rio que o crime de tortura deixe vest’gios de ordem
f’sica. Nada impede que a prova do crime seja produzida de outras maneiras.
GABARITO: C
80191568791

QUESTÌO 21 - PC-BA Ð Delegado de Pol’cia Ð 2013 Ð Cespe.


Determinado policial militar efetuou a pris‹o em flagrante de Luciano e o
conduziu ˆ delegacia de pol’cia. L‡, com o objetivo de fazer Luciano
confessar a pr‡tica dos atos que ensejaram sua pris‹o, o policial respons‡vel
por seu interrogat—rio cobriu sua cabe•a com um saco pl‡stico e amarrou-o
no seu pesco•o, asfixiando-o. Como Luciano n‹o confessou, o policial deixou-
o trancado na sala de interrogat—rio durante v‡rias horas, pendurado de
cabe•a para baixo, no escuro, per’odo em que lhe dizia que, se ele n‹o
confessasse, seria morto. O delegado de pol’cia, ciente do que ocorria na
sala de interrogat—rio, manteve-se inerte. Em depoimento posterior, Luciano
afirmou que a conduta do policial lhe provocara intenso sofrimento f’sico e
mental.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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Considerando a situa•‹o hipotŽtica acima e o disposto na Lei Federal


n.¼ 9.455/1997, julgue os itens subsequentes.
Para a comprova•‹o da materialidade da conduta do policial, Ž
imprescind’vel a realiza•‹o de exame de corpo de delito que confirme as
agress›es sofridas por Luciano.

Coment‡rios
A Lei da Tortura n‹o menciona em nenhum de seus dispositivos a necessidade
de exame de corpo de delito para que se comprove que houve o crime. No
exemplo dado na quest‹o houve inclusive tortura de natureza mental/emocional.
GABARITO: E

QUESTÌO 22 - MPU Ð TŽcnico Ð 2010 Ð Cespe.


O crime de tortura Ž inafian•‡vel e insuscet’vel de gra•a ou anistia.

Coment‡rios
Esta Ž a letra da Constitui•‹o Federal, em seu art. 5¼, XLIII. O STF j‡ decidiu que
o indulto tambŽm n‹o Ž aplic‡vel no caso de crime de tortura. Lembre-se tambŽm
de que o crime de tortura n‹o Ž imprescrit’vel!
GABARITO: C

QUESTÌO 23 - MPU Ð TŽcnico Ð 2010 Ð Cespe.


ƒ considerado crime de tortura submeter alguŽm, com emprego de viol•ncia
ou grave amea•a, a intenso sofrimento f’sico ou mental, como forma de
aplicar-lhe castigo pessoal ou medida de car‡ter preventivo.

Coment‡rios
Esta Ž a Tortura-Castigo. Lembre-se de que esta modalidade Ž crime pr—prio,
pois somente pode ser praticado por quem tenha o dever de guarda ou exer•a
poder ou autoridade sobre a v’tima. Ao mesmo tempo exige-se tambŽm uma
condi•‹o especial do sujeito passivo, que precisa estar sob a autoridade do
80191568791

torturador.
GABARITO: C

QUESTÌO 24 - TJ-RO Ð Analista Judici‡rio Ð 2012 Ð Cespe


(adaptada).
A perda da fun•‹o pœblica e a interdi•‹o de seu exerc’cio pelo dobro do prazo
da condena•‹o decorrente da pr‡tica de crime de tortura previsto em lei
especial s‹o de imposi•‹o facultativa do julgador, tratando-se de efeito
genŽrico da condena•‹o.
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Coment‡rios
A perda da fun•‹o pœblica e a interdi•‹o de seu exerc’cio s‹o imediatas e
obrigat—rias, nos termos do ¤5¡ do art. 1¡ da Lei n¡ 9.455/1997.
GABARITO: E

QUESTÌO 25 - TJ-AC Ð TŽcnico Judici‡rio Ð 2012 Ð Cespe.


Suponha que Jo‹o, penalmente capaz, movido por sadismo, submeta
Sebasti‹o, com emprego de viol•ncia, a cont’nuo e intenso sofrimento f’sico,
provocando-lhe les‹o corporal de natureza grav’ssima. Nessa situa•‹o, Jo‹o
dever‡ responder pelo crime de tortura e, se condenado, dever‡ cumprir a
pena em regime inicial fechado.

Coment‡rios
O crime de tortura exige um elemento subjetivo espec’fico: Òobter informa•‹o,
declara•‹o ou confiss‹o da v’tima ou de terceira pessoaÓ; Òprovocar a•‹o ou
omiss‹o de natureza criminosaÓ; Òpor motivo de discrimina•‹o racial ou
religiosaÓ. O agente que inflige sofrimento em outra pessoa por sadismo n‹o
comete crime de tortura, mas sim de les‹o corporal ou, a depender do caso, de
homic’dio tentado.
GABARITO: E

QUESTÌO 26 - DPF Ð Agende da Pol’cia Federal Ð 2012 Ð Cespe.


O policial condenado por induzir, por meio de tortura praticada nas
depend•ncias do distrito policial, um acusado de tr‡fico de drogas a
confessar a pr‡tica do crime perder‡ automaticamente o seu cargo, sendo
desnecess‡rio, nessa situa•‹o, que o juiz sentenciante motive a perda do
cargo.

Coment‡rios
A perda do cargo, emprego ou fun•‹o pœblica Ž efeito extrapenal administrativo
da condena•‹o, e n‹o precisa ser declarado pelo juiz.
80191568791

GABARITO: C

QUESTÌO 27 - DPU Ð Defensor Pœblico Ð 2007 Ð Cespe.


N‹o se estende ao crime de tortura a admissibilidade de progress‹o no
regime de execu•‹o da pena aplicada aos demais crimes hediondos.

Coment‡rios
Para responder as quest›es de prova com precis‹o, Ž importante conhecer, ao
menos em parte, o conteœdo da Lei n¡ 8.072/1990, que trata dos crimes
hediondos e equiparados, entre eles a tortura. Essa lei estabelecia o cumprimento
das penas relativas aos crimes hediondos e equiparados em regime integralmente
fechado. Quando a Lei de Tortura foi promulgada, considerou-se que houve
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derroga•‹o parcial do dispositivo da Lei dos Crimes Hediondos. Em 2007 a Lei


dos Crimes Hediondos foi alterada, e hoje todos os crimes hediondos e
equiparados devem ter suas penas cumpridas inicialmente em regime fechado,
mas Ž poss’vel a progress‹o de regime.
GABARITO: E

QUESTÌO 28 - PC-RN Ð Escriv‹o de Pol’cia Civil Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada).
Um delegado da pol’cia civil que perceba que um dos custodiados do distrito
onde Ž chefe est‡ sendo fisicamente torturado pelos colegas de cela,
permanecendo indiferente ao fato, n‹o ser‡ responsabilizado criminalmente,
pois os delitos previstos na Lei n.¼ 9.455/1997 n‹o podem ser praticados
por omiss‹o.

Coment‡rios
O crime de tortura conta com uma modalidade omissiva, prevista no ¤2¡ do art.
1¡. Entretanto, apenas Ž criminalizada a omiss‹o daquele que tinha o dever de
agir para evitar ou apurar a ocorr•ncia de atos de tortura.
¤ 2¼ Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evit‡-las
ou apur‡-las, incorre na pena de deten•‹o de um a quatro anos.

GABARITO: E

QUESTÌO 29 - PC-RN Ð Escriv‹o de Pol’cia Civil Ð 2009 Ð Cespe


(adaptada).
Se um membro da Defensoria Pœblica do Estado do Rio Grande do Norte,
integrante da Comiss‹o Nacional de Direitos Humanos, for passar uma
temporada de trabalho no Haiti Ñ pa’s que n‹o pune o crime de tortura Ñ e
l‡ for v’tima de tortura, n‹o haver‡ como aplicar a Lei n.¼ 9.455/1997.

Coment‡rios
O art. 2¡ da Lei da Tortura determina que ela se aplica ainda quando o crime n‹o
tenha sido cometido em territ—rio nacional, sendo a v’tima brasileira ou
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encontrando-se o agente em local sob jurisdi•‹o brasileira.


GABARITO: E

QUESTÌO 30 - PC-ES Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2011 Ð Cespe.


Excetuando-se o caso em que o agente se omite diante das condutas
configuradoras dos crimes de tortura, quando tinha o dever de evit‡-las ou
apur‡-las, iniciar‡ o agente condenado pela pr‡tica do crime de tortura o
cumprimento da pena em regime fechado.
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Coment‡rios
J‡ deu para perceber quais s‹o os assuntos preferidos do Cespe no que se refere
ˆ Lei de Tortura, n‹o Ž mesmo? A assertiva est‡ correta em fun•‹o do teor do
¤7¡ do art. 1¡. Lembre-se da exce•‹o!
GABARITO: C

QUESTÌO 31 - PC-ES Ð Escriv‹o de Pol’cia Ð 2011 Ð Cespe.


No crime de tortura em que a pessoa presa ou sujeita a medida de seguran•a
Ž submetida a sofrimento f’sico ou mental, por intermŽdio da pr‡tica de ato
n‹o previsto em lei ou n‹o resultante de medida legal, n‹o Ž exigido, para
seu aperfei•oamento, especial fim de agir por parte do agente, bastando,
portanto, para a configura•‹o do crime, o dolo de praticar a conduta descrita
no tipo objetivo.

Coment‡rios
A conduta do ¤1¡ do art. 1¡ Ž a œnica que n‹o exige dolo espec’fico por parte do
agente do crime de tortura.
¤ 1¼ Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de seguran•a
a sofrimento f’sico ou mental, por intermŽdio da pr‡tica de ato n‹o previsto em lei ou n‹o
resultante de medida legal.

GABARITO: C

QUESTÌO 32 - PC-ES Ð Delegado de Pol’cia Ð 2011 Ð Cespe.


Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica. Rui, que Ž policial militar, mediante
viol•ncia e grave amea•a, infligiu intenso sofrimento f’sico e mental a um
civil, utilizando para isso as instala•›es do quartel de sua corpora•‹o. A
inten•‹o do policial era obter a confiss‹o da v’tima em rela•‹o a um suposto
caso extraconjugal havido com sua esposa.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, a conduta de Rui, independentemente de sua
condi•‹o de militar e de o fato ter ocorrido em ‡rea militar, caracteriza o
crime de tortura na forma tipificada em lei espec’fica.
80191568791

Coment‡rios
Aqui estamos diante da Tortura-Prova ou Tortura Persecut—ria: a tortura foi
infligida com a finalidade de obter informa•‹o, declara•‹o ou confiss‹o da v’tima.
GABARITO: C

QUESTÌO 33 - MPE-RR Ð Promotor de Justi•a Ð 2008 Ð Cespe.


Daniel, delegado de pol’cia, estava em sua sala, quando percebeu a chegada
dos agentes de pol’cia Irineu e Osvaldo, acompanhados por uma pessoa que
havia sido detida, sob a acusa•‹o de porte de arma e de entorpecentes. O
delegado permaneceu em sua sala, elaborando um relat—rio, antes de lavrar
o auto de pris‹o em flagrante. Durante esse per’odo, ouviu ru’dos de tapas,
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bem como de gritos, vindos da sala onde se encontravam os agentes e a


pessoa detida, percebendo que os agentes determinavam ao detido que ele
confessasse quem era o verdadeiro propriet‡rio da droga. Quando foi lavrar
a pris‹o em flagrante, o delegado notou que o detido apresentava equimoses
avermelhadas no rosto, tendo declinado que havia guardado a droga para
um conhecido traficante da regi‹o. O delegado, contudo, mesmo
constatando as les›es, resolveu nada fazer em rela•‹o aos seus agentes,
uma vez que os considerava excelentes policiais. Nessa situa•‹o, o delegado
praticou o crime de tortura, de forma que, sendo proferida senten•a
condenat—ria, ocorrer‡, automaticamente, a perda do cargo.

Coment‡rios
Nesta hip—tese foi praticada a tortura em sua modalidade omissiva. Lembre-se
de que este crime apenas pode ser praticado por aquele que tinha o dever de
evitar ou apurar o ato de tortura e n‹o o fez.
GABARITO: C

QUESTÌO 34 - STJ Ð Analista Judici‡rio Ð 2008 Ð Cespe.


O condenado pela pr‡tica de crime de tortura, por expressa previs‹o legal,
n‹o poder‡ ser beneficiado por livramento condicional, se for reincidente
espec’fico em crimes dessa natureza.

Coment‡rios
Esta quest‹o n‹o diz respeito ˆ Lei da Tortura, mas achei interessante coloca-la
aqui. O livramento condicional n‹o pode ser concedido nesse caso em fun•‹o do
art. 83 do C—digo Penal:
Art. 83 - O juiz poder‡ conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de
liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que
[...]
V - cumprido mais de dois ter•os da pena, nos casos de condena•‹o por crime hediondo,
pr‡tica da tortura, tr‡fico il’cito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o
apenado n‹o for reincidente espec’fico em crimes dessa natureza.
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GABARITO: C

QUESTÌO 35 - DPF Ð Delegado de Pol’cia Federal Ð 2009 Ð


Cespe.
A pr‡tica do crime de tortura torna-se at’pica se ocorrer em raz‹o de
discrimina•‹o religiosa, pois, sendo laico o Estado, este n‹o pode se imiscuir
em assuntos religiosos dos cidad‹os.

Coment‡rios
Esta modalidade Ž chamada de Tortura Discriminat—ria ou Tortura-Racismo, e Ž
praticada em raz‹o de discrimina•‹o religiosa ou racial.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

GABARITO: E

QUESTÌO 36 - PC-PE - Agente de Pol’cia Ð 2016 Ð Cespe.


Rui e Jair s‹o policiais militares e realizam constantemente abordagens de
adolescentes e homens jovens nos espa•os pœblicos, para verifica•‹o de
ocorr•ncias de situa•›es de uso e tr‡fico de drogas e de porte de armas. Em
uma das abordagens realizadas, eles encontraram JosŽ, conhecido por
efetuar pequenos furtos, e, durante a abordagem, verificaram que JosŽ
portava um celular caro. Jair come•ou a questionar a quem pertencia o
celular e, ˆ medida que JosŽ negava que o celular lhe pertencia, alegando
n‹o saber como havia ido parar em sua mochila, come•ou a receber
empurr›es do policial e, persistindo na negativa, foi derrubado no ch‹o e
come•ou a ser pisoteado, tendo a arma de Rui direcionada para si. Como
n‹o respondeu de forma alguma a quem pertencia o celular, JosŽ foi
colocado na viatura depois de apanhar bastante, e os policiais ficaram
rodando por horas com ele, com o intuito de descobrirem a origem do
celular, mantendo-o preso na viatura durante toda uma noite, somente
levando-o para a delegacia no dia seguinte.
Nessa situa•‹o hipotŽtica, ˆ luz das leis que tratam dos crimes de tortura e
de abuso de autoridade e dos crimes hediondos,
a) os policiais cometeram o crime de tortura, que, no caso, absorveu o crime
de les‹o corporal.
b) os policiais cometeram somente crime de abuso de autoridade e les‹o
corporal.
c) o fato de Rui e Jair serem policiais militares configura causa de diminui•‹o
de pena.
d) os policiais cometeram o tipo penal denominado tortura-castigo.
e) caso venham a ser presos cautelarmente, Rui e Jair poder‹o ser soltos
mediante o pagamento de fian•a.

Coment‡rios 80191568791

Diante da situa•‹o descrita na quest‹o, os policiais militares cometeram o crime


de tortura-prova. Como se trata de um crime mais espec’fico, a tortura absorve
a les‹o corporal e nossa reposta, portanto, Ž a alternativa A. O fato de Rui e Jair
serem policiais militares configura causa de aumento de pena, e n‹o de
diminui•‹o. Diante de uma eventual pris‹o cautelar, Rui e Jair n‹o podem ser
soltos mediante o pagamento de fian•a. O crime de tortura Ž inafian•‡vel!

GABARITO: A

QUESTÌO 37 - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto Ð 2016 -


VUNESP
Considere a seguinte situa•‹o hipotŽtica: Jo‹o, agente pœblico, foi
processado e, ao final, condenado ˆ pena de reclus‹o, por dezenove anos,
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iniciada em regime fechado, pela pr‡tica do crime de tortura, com resultado


morte, contra Raimundo. Nos termos da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997,
essa condena•‹o acarretar‡ a perda do cargo, fun•‹o ou emprego pœblico
a) e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo dobro do prazo da pena aplicada.
b) e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo triplo do prazo da pena aplicada.
c) e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo tempo da pena aplicada.
d) desde que o juiz proceda ˆ fundamenta•‹o espec’fica.
e) como efeito necess‡rio, mas n‹o autom‡tico.

Coment‡rios
Segundo o ¤5¼ do art. 1¼, a condena•‹o pelo crime de tortura acarretar‡ a perda
do cargo, fun•‹o ou emprego pœblico e a interdi•‹o para seu exerc’cio pelo dobro
do prazo da pena aplicada.
GABARITO: A
QUESTÌO 38 - DPE-MA Ð Defensor Pœblico Ð 2015 Ð FCC.
O sentenciado que trabalhou e estudou durante a execu•‹o da pena no
regime semiaberto ter‡ o tempo remido computado como pena cumprida na
raz‹o de um dia de pena a cada tr•s dias trabalhados e
a) 3 dias de pena a cada 16 horas de frequ•ncia escolar calculados do total
da pena.
b) um dia de pena a cada 12 horas de frequ•ncia escolar calculados do total
da pena.
c) um dia de pena a cada 12 horas de frequ•ncia escolar calculados para
todos os benef’cios da execu•‹o penal.
d) um dia de pena a cada 16 horas de frequ•ncia escolar calculados do total
da pena.
e) um dia de pena a cada 16 horas de frequ•ncia escolar calculados para
todos os benef’cios da execu•‹o penal.
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Coment‡rios
Para responder corretamente ˆ quest‹o voc• teria que conhecer o art. 126, I da
LEP, segundo o qual a contagem de tempo nesse caso ser‡ feita ˆ raz‹o de 1 dia
de pena a cada 12 horas de frequ•ncia escolar - atividade de ensino fundamental,
mŽdio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalifica•‹o
profissional - divididas, no m’nimo, em 3 dias.
GABARITO: C
QUESTÌO 39 - DPE-MA Ð Defensor Pœblico Ð 2015 Ð FCC.
A autonomia da execu•‹o penal implica a compreens‹o de que
a) o t’tulo executivo delimita o alcance e os limites da execu•‹o em processo
em que n‹o h‡ altera•‹o f‡tica.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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b) h‡ uma fei•‹o jurisdicional da execu•‹o da pena e plenitude das garantias


constitucionais penais e processuais penais.
c) h‡ um car‡ter misto de regras administrativas e jurisdicionais e aplica•‹o
mitigada das regras constitucionais.
d) os incidentes de execu•‹o s‹o impulsionados somente pela defesa
tŽcnica.
e) h‡ distin•‹o das atividades da administra•‹o penitenci‡ria e da fun•‹o
jurisdicional ressalvado o procedimento administrativo que apura falta.
Coment‡rios
Aqui temos uma quest‹o de car‡ter conceitual, mas bastante interessante para
nos ajudar a entendermos a natureza jur’dica da execu•‹o penal. A execu•‹o Ž
aut™noma, no sentido de que trata-se de um procedimento pr—prio, conduzido
por magistrado que, em regra, Ž diferente que proferiu a decis‹o condenat—ria.
Apesar de alguns atos administrativos fazerem parte da atua•‹o do magistrado,
sua interven•‹o na execu•‹o da pena Ž essencialmente jurisdicional.
GABARITO: B
QUESTÌO 40 - Depen Ð TŽcnico de Enfermagem Ð 2015 Ð
Cespe.
No ‰mbito da assist•ncia educacional, Ž garantido o acesso ˆ instru•‹o
escolar e ˆ forma•‹o profissional ao preso, a quem Ž facultado cursar o
ensino fundamental ou realizar curso de aperfei•oamento profissionalizante.
Coment‡rios
Segundo os arts. 17 e 18 da LEP, A assist•ncia educacional compreender‡ a
instru•‹o escolar e a forma•‹o profissional do preso e do internado, mas o ensino
de 1¼ grau (hoje chamado de ensino fundamental) Ž obrigat—rio.
GABARITO: E
QUESTÌO 41 - DPE-CE Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð FCC.
Em rela•‹o ˆ execu•‹o penal, de acordo com entendimento sumulado dos
80191568791

Tribunais Superiores, Ž correto afirmar que


a) Ž de dez dias o prazo para interposi•‹o de agravo contra decis‹o do Juiz
da Execu•‹o Penal.
b) a frequ•ncia a curso de ensino formal Ž causa de remi•‹o de parte do
tempo de execu•‹o de pena apenas sob regime aberto.
c) em respeito ˆ garantia da presun•‹o de inoc•ncia, n‹o se admite a
progress‹o de regime de cumprimento da pena antes do tr‰nsito em julgado
da senten•a condenat—ria.
d) a pena unificada para atender ao limite de 30 (trinta) anos de
cumprimento, determinado pelo artigo 75 do C—digo Penal, n‹o Ž
considerada para a concess‹o de outros benef’cios, como o livramento
condicional ou regime mais favor‡vel de execu•‹o.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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e) n‹o foi recebida pela ordem constitucional vigente a possibilidade de


revoga•‹o de atŽ um ter•o do tempo remido em raz‹o de falta grave.
Coment‡rios
A œnica alternativa correta aqui Ž a letra D, pois a unifica•‹o da pena n‹o Ž
considerada para fins de c‡lculo de tempo para concess‹o de outros benef’cios,
nos termos da Sœmula n¼ 715 do STF.
GABARITO: D
QUESTÌO 42 - DPE-MS Ð Defensor Pœblico Ð 2014 Ð VUNESP.
Com rela•‹o ˆ Lei de Execu•‹o Penal, Ž correto afirmar que:
a) o regime disciplinar diferenciado previsto no art. 52 da Lei de Execu•‹o
Penal Ž aplic‡vel somente aos presos condenados em cumprimento de pena
privativa de liberdade.
b) s‹o san•›es disciplinares: a advert•ncia verbal, repreens‹o, censura,
suspens‹o ou restri•‹o de direitos e inclus‹o no regime disciplinar
diferenciado.
c) cabem apenas ao juiz da execu•‹o penal e ao ministŽrio pœblico a
obrigatoriedade de visitas aos estabelecimentos prisionais.
d) ao condenado em regime fechado Ž assegurado o direito de cela individual
contendo dormit—rio, lavat—rio e aparelho sanit‡rio, contendo ‡rea m’nima
de 6 m² e ambiente salubre.
Coment‡rios
A alternativa A est‡ incorreta porque o regime disciplinar diferenciado tambŽm
poder‡ abrigar presos provis—rios ou condenados, nacionais ou estrangeiros, que
apresentem alto risco para a ordem e a seguran•a do estabelecimento penal ou
da sociedade (art. 52, ¤1¼). A alternativa B est‡ incorreta porque censura n‹o Ž
san•‹o disciplinar. AlŽm disso, falou tambŽm mencionar o isolamento na pr—pria
cela. A alternativa C est‡ incorreta porque h‡ outros agentes pœblicos que
tambŽm t•m o dever de visitar estabelecimentos penais, a exemplo do Conselho
da Comunidade (art. 81, I) e da Defensoria Pœblica (art. 81-B, V).
80191568791

GABARITO: D
QUESTÌO 43 - PC-SP Ð Delegado de Pol’cia Ð 2014 Ð VUNESP.
ÒXÓ, prim‡rio e de bons antecedentes, cumpre, com bom comportamento,
pena de vinte anos de reclus‹o em regime fechado, pela pr‡tica do crime de
latroc’nio. AtŽ o momento, ÒXÓ cumpriu quatorze anos do total da pena.
Nesse caso, a resposta correta para a pergunta Ð ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o
de algum benef’cio? Ð Ž:
a) ÒXÓ tem direito ao livramento condicional.
b) ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o da liberdade provis—ria.
c) ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o do sursis.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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d) ÒXÓ tem direito ˆ concess‹o da suspens‹o condicional da pena.


e) ÒXÓ n‹o faz jus a nenhum benef’cio por ter praticado crime hediondo.
Coment‡rios
Se o condenado por crime hediondo cumpriu dois ter•os da pena, ter‡ direito ao
livramento condicional, nos termos do art. 83.
GABARITO: A
QUESTÌO 44 - TJ-ES Ð Analista Judici‡rio Ð 2011 Ð Cespe.
Salvo o regime disciplinar diferenciado, as san•›es de suspens‹o, isolamento
e restri•‹o de direitos n‹o poder‹o ser superiores a trinta dias.
Coment‡rios
Estes s‹o os termos quase exatos do art. 58 da LEP.
Art. 58. O isolamento, a suspens‹o e a restri•‹o de direitos n‹o poder‹o exceder a trinta
dias, ressalvada a hip—tese do regime disciplinar diferenciado.

GABARITO: C
QUESTÌO 45 - DPE-BA Ð Defensor Pœblico Ð 2010 Ð Cespe.
A pr‡tica de falta grave interrompe a contagem do lapso temporal para a
comuta•‹o da pena, por imperativo expresso na lei de execu•‹o penal.
Coment‡rios
Acredito que a inten•‹o da banca tenha sido confundir o candidato com rela•‹o
ao teor do art. 127 da LEP, que permite ao juiz revogar atŽ 1/3 do tempo remido,
recome•ando a contagem a partir da infra•‹o disciplinar.
GABARITO: E
QUESTÌO 46 - DPE-BA Ð Defensor Pœblico Ð 2010 Ð Cespe.
O monitoramento eletr™nico destina-se a sentenciados que, em regime
semiaberto, estejam em gozo do benef’cio de sa’das tempor‡rias, ou que
estejam cumprindo pris‹o domiciliar, de acordo com as circunst‰ncias do
caso submetido ˆ aprecia•‹o do ju’zo da execu•‹o.
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Coment‡rios
A reda•‹o original da Lei n¡ 12.258/2010 trazia outras hip—teses, mas somente
essas duas n‹o foram vetadas. A monitora•‹o eletr™nica pode ser usada para
fiscalizar a sa’da tempor‡ria no regime semiaberto, bem como a pris‹o domiciliar.
GABARITO: C
QUESTÌO 47 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
Ao condenado ˆ pena privativa de liberdade Ž facultativa a atividade laboral,
respeitadas suas aptid›es, sua capacidade e sua necessidade.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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Coment‡rios
A LEP obriga expressamente o preso a trabalhar, na medida de suas aptid›es e
capacidade. Para o preso provis—rio, contudo, o trabalho n‹o Ž obrigat—rio e s—
poder‡ ser executado no interior do estabelecimento.
GABARITO: E
QUESTÌO 48 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
O condenado por crime pol’tico est‡ desobrigado ao trabalho.
Coment‡rios
A LEP tem disposi•‹o expressa nesse sentido (art. 200).
GABARITO: C
QUESTÌO 49 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
A tentativa de fuga do estabelecimento prisional Ž classificada como falta
disciplinar grave, punida com a san•‹o correspondente ˆ falta consumada.
Coment‡rios
Lembre-se de que, no que tange ˆs infra•›es disciplinares, a tentativa deve ser
sempre punida com a pena prevista para a falta consumada. A fuga est‡ prevista
no art. 50, II, da LEP.
GABARITO: C
QUESTÌO 50 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
O poder disciplinar s— pode ser exercido pelo juiz da execu•‹o penal.
Coment‡rios
O art. 47 da LEP determina expressamente que o poder disciplinar Ž exercido
pelo diretor do estabelecimento prisional.
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GABARITO: E
QUESTÌO 51 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
A pr‡tica de ato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando
ocasiona subvers‹o da ordem, sujeita o condenado ao regime disciplinar
diferenciado, com direito ˆ sa’da da cela por duas horas di‡rias para banho
de sol.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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Coment‡rios
Uma assertiva bastante direta, mas que cobra conhecimento de alguns
dispositivos da LEP que dizem respeito ao RDD. Vamos relembrar?
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO
Aplic‡vel ao preso que pratica fato previsto como crime doloso, quando
ocasione subvers‹o da ordem ou disciplina internas ou ao preso provis—rio
ou condenado que apresente alto risco para a ordem e a seguran•a do
estabelecimento penal ou da sociedade.
Dura•‹o m‡xima de 360 dias, sem preju’zo de repeti•‹o da
san•‹o por nova falta grave de mesma espŽcie, atŽ o limite de um
sexto da pena aplicada

CARACTERêSTICAS Cela individual


Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crian•as, com
dura•‹o de duas horas

Sa’da da cela por 2 horas di‡rias para banho de sol

GABARITO: C
QUESTÌO 52 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto podem
obter autoriza•‹o para sa’da tempor‡ria do estabelecimento prisional, nos
casos de falecimento de c™njuge, companheira, ascendente, descendente ou
irm‹o, sendo dispensada, conforme o caso, a vigil‰ncia direta.
Coment‡rios
O art. 120 da LEP autoriza os condenados que cumprem pena em regime fechado
ou semiaberto e os presos provis—rios a sair do estabelecimento, mediante
permiss‹o do diretor do estabelecimento, no caso de falecimento ou doen•a grave
do c™njuge, companheiro, ascendente, descendente, ou irm‹o. TambŽm Ž
poss’vel a sa’da para tratamento mŽdico. Em todos os casos a sa’da s— Ž poss’vel
com o acompanhamento de escolta, e a’ est‡ o erro da assertiva.
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GABARITO: E
QUESTÌO 53 - SEJUS-ES Ð Agente Penitenci‡rio Ð 2009 Ð
Cespe.
O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de
direitos deve ser submetido a exame criminol—gico a fim de que sejam
obtidos os elementos necess‡rios ˆ adequada classifica•‹o e individualiza•‹o
da execu•‹o.
Coment‡rios
Opa! S— existe a exig•ncia de exame criminol—gico para o condenado a pena
privativa de liberdade em regime fechado!
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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GABARITO: E
QUESTÌO 54 - PC-RN Ð Delegado de Pol’cia Ð 2009 Ð Cespe
(adaptada).
A presta•‹o de trabalho externo, a ser autorizada pela dire•‹o do
estabelecimento penal, depender‡ de aptid‹o, disciplina e responsabilidade,
alŽm do cumprimento m’nimo de dois ter•os da pena.
Coment‡rios
A presta•‹o de trabalho Ž externo j‡ se torna poss’vel quando o condenado
cumprir 1/6, e n‹o 2/3 da pena.
GABARITO: E
QUESTÌO 55 - PC-RN Ð Delegado de Pol’cia Ð 2009 Ð Cespe
(adaptada).
Para o preso provis—rio, o trabalho Ž obrigat—rio e s— poder‡ ser executado
no interior do estabelecimento.
Coment‡rios
O erro da assertiva est‡ em afirmar que o trabalho Ž obrigat—rio para o preso
provis—rio. Essa obrigatoriedade atinge apenas os condenados.
GABARITO: E

QUESTÌO 56 (inŽdita).
Sobre a disciplina do porte de arma de fogo previsto aos agentes
penitenci‡rios na Lei 12.567, analise as assertivas abaixo:
I - No deslocamento resid•ncia/trabalho e deste para o domic’lio do servidor
II - Quando do deslocamento em efetivo exerc’cio na escolta de presos de
uma para outra unidade penitenci‡ria, hospitais ou outros determinado pela
dire•‹o do Pres’dio ou Coordenadoria do Sistema Penal - COSIPE.
III - Quando acompanhar o preso a sua resid•ncia, nos termos do Inciso I
do Art. 120 da Lei N¼ 7.210 de 11 de julho de 1984.
80191568791

IV - Nos hor‡rios de folga


ƒ permitido o porte nas seguintes situa•›es:
a) I, II, IV
b) II, III e IV
c) I, III e IV
d) I, II e III
e) I e IV
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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Coment‡rios
Lembre-se de que a Lei n. 12.567/1996 autoriza o poete de arma de fogo pelos
agentes prisionais apenas em algumas situa•›es espec’ficas, e entre elas n‹o se
encontra a folga do servi•o.
GABARITO: D

QUESTÌO 57 (inŽdita).
As atividades desempenhadas pelos ocupantes de cargo/fun•‹o de Agente
Penitenci‡rio, de acordo com Lei 12.567, s‹o consideradas:
a) De permanente risco de vida e de saœde.
b) De permanente risco, apenas
c) De permanente risco de saœde
d) Atividades penosas
e) De risco de vida tempor‡rio

Coment‡rios
Nos termos do art. 4o da Lei n. 12.567/1996, as atividades desempenhadas pelos
ocupantes de cargo/fun•‹o de Agente Penitenci‡rio s‹o consideradas de
permanente risco de vida e de saœde.
GABARITO: A

QUESTÌO 58 (inŽdita).
Sobre as CŽdulas de identifica•‹o dos Agentes, conforme a Lei n.
12.567/1996, podemos afirmar que devem constar delas o seguinte dizer:
a) PERMISSÌO PARA POSSUIR ARMAS
b) PERMISSÌO PARA PORTAR ARMAS
c) PERMISSÌO PARA PORTAR E POSSUIR ARMAS
d) LICEN‚A PARA PORTAR ARMAS 80191568791

e) LICEN‚A PARA POSSUIR ARMAS

Coment‡rios
De acordo com o art. 2o, nas cŽdulas de identifica•‹o dos agentes prisionais deve
constar a seguinte express‹o: ÒPERMISSÌO PARA PORTAR ARMASÓ.
GABARITO: B

QUESTÌO 59 (inŽdita).
O treinamento e a habilita•‹o dos Agentes Penitenci‡rios para portar armas
ser‡ feito junto ˆ:
a) Secretaria da Seguran•a Pœblica, atravŽs da Academia de Pol’cia Militar
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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b) Secretaria de Justi•a, atravŽs da Academia de Agentes Penitenci‡rios


c) Secretaria da Seguran•a Pœblica, atravŽs da Academia de Pol’cia Civil
d) Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos, atravŽs da Academia de
Policia Civil
e) Secretaria de Justi•a, atravŽs da Academia de Policia Civil

Coment‡rios
O treinamento dos agentes penitenci‡rios no que se refere ao pote de armas cabe
ˆ Pol’cia Civil. Isso Ž feito, na pr‡tica, pela Academia de Pol’cia Civil, que Ž
vinculada ˆ Secretaria de Seguran•a Pœblica.
GABARITO: C

7 - Resumo da Aula
Para finalizar o estudo da matŽria, trazemos um resumo dos
principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa
sugest‹o Ž a de que esse resumo seja estudado sempre
previamente ao in’cio da aula seguinte, como forma de
ÒrefrescarÓ a mem—ria. AlŽm disso, segundo a organiza•‹o de
estudos de voc•s, a cada ciclo de estudos Ž fundamental
retomar esses resumos.

CRIMES EQUIPARADOS A
CRIMES HEDIONDOS
HEDIONDOS

Homic’dio por grupo de


exterm’nio, e homic’dio qualificado
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les‹o corporal dolosa de


natureza grav’ssima e les‹o
corporal seguida de morte, Tortura
quando praticadas contra
autoridade ou agente das For•as
Armadas e pol’cias.

Latroc’nio
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
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Extors‹o qualificada pela morte

Extors‹o mediante sequestro e na


forma qualificada
Tr‡fico de Drogas
Estupro simples e de vulner‡vel

Epidemia com resultado morte

Falsifica•‹o, corrup•‹o,
adultera•‹o ou altera•‹o de
produto destinado a fins
terap•uticos ou medicinais

Genoc’dio Terrorismo

Favorecimento da prostitui•‹o ou de
outra forma de explora•‹o sexual
de crian•a ou adolescente ou de
vulner‡vel.

ƒ poss’vel a progress‹o de regime do condenado por crime hediondo, sendo


poss’vel quando se der o cumprimento de 2/5 da pena (apenado prim‡rio), ou de
3/5 (reincidente).
A Lei dos Crimes Hediondos determina que a pena deve ser cumprida
inicialmente em regime fechado. Todavia, o STF j‡ declarou este dispositivo
80191568791

constitucional em sede de controle difuso.

DELA‚ÌO PREMIADA NOS CRIMES HEDIONDOS

TRAI‚ÌO BENƒFICA

- Apenas quando houver associa•‹o criminosa formado


especificamente para a pr‡tica de crimes hediondos ou equiparados
a hediondos;
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

- O participante ou associado da associa•‹o criminosa precisa


denunci‡-la ˆs autoridades, possibilitando seu desmantelamento;
- A pena ser‡ reduzida de um a dois ter•os.

A Constitui•‹o determina que o crime de tortura Ž inafian•‡vel e insuscet’vel


de gra•a ou anistia, mas n‹o Ž imprescrit’vel.
O STF tambŽm j‡ decidiu que o condenado por crime de tortura tambŽm n‹o
pode ser beneficiado com indulto.

CRIME DE TORTURA
CARACTERêSTICAS COMUNS A TODAS AS MODALIDADES

ƒ um crime material

ƒ poss’vel a tentativa e a desist•ncia volunt‡ria

N‹o se admite arrependimento eficaz e nem arrependimento posterior

A•‹o penal pœblica incondicionada

MODALIDADES DE TORTURA
Infligida com a finalidade de obter
TORTURA-PROVA ou TORTURA informa•‹o, declara•‹o ou
PERSECUTîRIA confiss‹o da v’tima ou de terceira
pessoa (inciso I, al’nea ÒaÓ).
TORTURA PARA A PRçTICA DE Infligida para provocar a•‹o ou
CRIME ou TORTURA-CRIME omiss‹o de natureza criminosa.
TORTURA DISCRIMINATîRIA ou Infligida em raz‹o de
TORTURA-RACISMO discrimina•‹o racial ou religiosa
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Infligida como forma de aplicar


TORTURA-CASTIGO castigo pessoal ou medida de
car‡ter preventivo.

Apenas responde por OMISSÌO PERANTE A TORTURA aquele que tinha o


dever de agir para evitar o ato de tortura e n‹o o faz.

A les‹o corporal leve n‹o Ž qualificadora do crime de tortura. A TORTURA


QUALIFICADA somente ocorre quando houver como resultado les‹o corporal
grave ou grav’ssima ou, ainda, o resultado morte.
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
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Os condenados, em geral, t•m seus direitos pol’ticos suspensos, mas n‹o os


presos cautelarmente. Por essa raz‹o, o TSE j‡ determinou a instala•‹o de
Se•›es Eleitorais em estabelecimentos penais e unidades de interna•‹o de
adolescentes, a fim de que essas pessoas possam exercer seu direito a voto.

Com as altera•›es promovidas pela Lei n¼ 10.792/2003, a Comiss‹o TŽcnica


de Classifica•‹o n‹o acompanha mais a execu•‹o, e nem prop›e mais ˆ
autoridade judicial as progress›es e regress›es de regime e as convers›es.

AlŽm do exame criminol—gico, obrigat—rio para os condenados a pena privativa


de liberdade em regime fechado, Ž obrigat—ria tambŽm a coleta de dados do perfil
genŽtico do condenado por crime doloso praticado com viol•ncia grave
contra a pessoa, ou por crime hediondo.

O trabalho do preso deve ser, em regra, remunerado (exceto a presta•‹o de


servi•os ˆ comunidade). A remunera•‹o ser‡ destinada para:
a) Indeniza•‹o dos danos causados pelo crime;
b) Assist•ncia ˆ fam’lia;
c) Despesas pessoais;
d) Ressarcimento ao Estado das despesas realizadas com a manuten•‹o do
condenado.
Se depois disso tudo ainda sobrarem valores, ser‹o destinados ˆ constitui•‹o
do pecœlio, em Caderneta de Poupan•a, que ser‡ entregue ao condenado
quando posto em liberdade.

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO


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Aplic‡vel ao preso que pratica fato previsto como crime doloso, quando
ocasione subvers‹o da ordem ou disciplina internas ou ao preso provis—rio
ou condenado que apresente alto risco para a ordem e a seguran•a do
estabelecimento penal ou da sociedade.

Dura•‹o m‡xima de 360 dias, sem preju’zo de repeti•‹o da


san•‹o por nova falta grave de mesma espŽcie, atŽ o limite de um
sexto da pena aplicada

CARACTERêSTICAS Cela individual

Visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crian•as, com


dura•‹o de duas horas
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

Sa’da da cela por 2 horas di‡rias para banho de sol

A penitenci‡ria destina-se ao condenado ˆ pena de reclus‹o, em regime


fechado.

REMI‚ÌO DA PENA NA LEP

Podem remir a pena condenados que cumpram pena em regime


aberto ou semiaberto e presos provis—rios.

TRABALHO ESTUDO

1 dia de pena a cada 3 dias de trabalho 1 dia de pena a cada 12 horas de frequ•ncia
escolar - atividade de ensino fundamental,
mŽdio, inclusive profissionalizante, ou
superior, ou ainda de requalifica•‹o
profissional - divididas, no m’nimo, em 3
dias

As atividades poder‹o ocorrer de forma


presencial ou a dist‰ncia

O tempo a remir ser‡ acrescido de 1/3no


caso de conclus‹o do ensino fundamental,
mŽdio ou superior durante o cumprimento
da pena

O condenado que cumpre pena em regime


aberto ou semiaberto e o que est‡ em
liberdade condicional poder‹o remir
parte do tempo restante pela frequ•ncia a
curso de ensino regular ou de educa•‹o
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profissional

O preso impossibilitado, por acidente, de prosseguir no trabalho ou nos estudos


continuar‡ a beneficiar-se com a remi•‹o.

O porte de arma pelos agentes penitenci‡rios est‡ restrito a tr•s situa•›es:


a) Deslocamento do agente entre sua resid•ncia e o trabalho;
b) No deslocamento e escolta de presos entre uma unidade penitenci‡ria e outra,
ou a outros locais; e
c) Quando acompanhar o preso ˆ sua resid•ncia (quando ocorrer falecimento ou
doen•a grave do c™njuge, companheira, ascendente, descendente ou irm‹o,
conforme previs‹o da Lei de Execu•‹o Penal).
LEGISLA‚ÌO ESPECIAL - AGEPEN-CE
Teoria e Quest›es
Aula 02 Ð Prof. Paulo Guimar‹es

A lei pro’be o uso de armas pelos agentes penitenci‡rios no interior das unidades
penitenci‡rias.

8 - Considera•›es Finais
Chegamos ao final da nossa aula de hoje! Espero que voc• esteja gostando do
nosso curso. Se ficar alguma dœvida n‹o deixe de me procurar, ok!? J

Grande abra•o!

Paulo Guimar‹es
professorpauloguimaraes@gmail.com

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