Você está na página 1de 6

3

1. Introdução

A pesquisa versará sobre a Organização Internacional denominada de Organização dos


Estados Americanos (OEA), como se deu sua formação, quais são seus Estados membros e
sobre sua Carta.

1.1. História

A Organização dos Estados Americanos (OEA) é o organismo regional mais antiga do


mundo. A Primeira Conferência Internacional Americana, realizada em Washington, D.C, de
outubro de 1889 a abril de 1890, marcou o início ao “Sistema Interamericano”; criou-se também
a União Internacional das Repúblicas Americanas (OEA, 2017).

A OEA somente seria fundada em 1948 com a assinatura, em Bogotá, Colômbia da Carta
da OEA, que entrou em vigor em dezembro de 1951. A Carta da OEA foi emendada quatro
vezes:

 Pelo Protocolo de Buenos Aires, assinado em 1967 e que entrou em vigor em


fevereiro de 1970;
 Pelo Protocolo de Cartagena das Índias, assinado em 1985 e que entrou em vigor
em 1988;
 Pelo Protocolo de Manágua, assinado em 1993 e que entrou em vigor em janeiro
de 1996;
 Pelo Protocolo de Washington, assinado em 1992 e que entrou em vigor em
setembro de 1997 (OEA, 2017).

A OEA foi criada para que seus Estados membros obtenham como está expresso no
artigo 1° da Carta da OEA:

“uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua
colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”
(OEA, 2017).

Para atingir seus objetivos, a OEA possui quatro pilares: a democracia, os direitos
humanos, a segurança e o desenvolvimento (OEA, 2017).

2. Estados Membros

Atualmente, trinta e cinco países independentes do continente americano ratificaram a


Carta da OEA e são membros da organização:

 Antígua e  Colômbia  Guiana


Barbuda
 Argentina  Costa Rica  Haiti
4

 Bahamas  Cuba 1
 Honduras
(Commonwealth das)
 Barbados  Dominica  Jamaica
(Commonwealth da)
 Belize  El Salvador  México
 Bolívia  Equador  Nicarágua
 Brasil  Estados Unidos  Panamá
da América
 Canadá  Grenada  Paraguai
 Chile  Guatemala  Peru
(1) Em 3 de junho de 2009, os Ministros de Relações Exteriores das Américas adaptaram a Resolução AG/RES.2438 (XXXIX-
O/09), que determina que a Resolução de 1962, a qual excluiu o Governo de Cuba de sua participação no sistema interamericano,
cessa seu efeito na Organização dos Estados Americanos (OEA). A resolução de 2009 declara que a participação da República de
Cuba na OEA será o resultado de um processo de diálogo iniciado na solicitação do Governo de Cuba, e de acordo com as práticas,
propósitos e princípios da OEA.

3. Propósitos da carta da OEA

A carta da OEA possui 8 propósitos que estão expressos no artigo 2° da Carta da OEA:

a) Garantir a paz e a segurança continentais;


b) Promover e consolidar a democracia representativa, respeitado o princípio da não-
intervenção;
c) Prevenir as possíveis causas de dificuldades e assegurar a solução pacífica das
controvérsias que surjam entre seus membros;
d) Organizar a ação solidária destes em caso de agressão;
e) Procurar a solução dos problemas políticos, jurídicos e econômicos que surgirem
entre os Estados membros;
f) Promover, por meio da ação cooperativa, seu desenvolvimento econômico, social e
cultural;
g) Erradicar a pobreza crítica, que constitui um obstáculo ao pleno desenvolvimento
democrático dos povos do Hemisfério; e
h) Alcançar uma efetiva limitação de armamentos convencionais que permita dedicar a
maior soma de recursos ao desenvolvimento econômico-social dos Estados membros.

4. Princípios da Carta da OEA

A carta da OEA apresenta seus princípios no artigo 3°:


a) O direito internacional é a norma de conduta dos Estados em suas relações
recíprocas;
b) A ordem internacional é constituída essencialmente pelo respeito à personalidade,
soberania e independência dos Estados e pelo cumprimento fiel das obrigações
emanadas dos tratados e de outras fontes do direito internacional;
c) A boa-fé deve reger as relações dos Estados entre si;
d) A solidariedade dos Estados americanos e os altos fins a que ela visa requerem a
organização política dos mesmos, com base no exercício efetivo da democracia
representativa;
e) Todo Estado tem o direito de escolher, sem ingerências externas, seu sistema político,
econômico e social, bem como de organizar-se da maneira que mais lhe convenha, e tem
o dever de não intervir nos assuntos de outro Estado. Sujeitos ao acima disposto, os
Estados americanos cooperarão amplamente entre si, independentemente da natureza de
seus sistemas políticos, econômicos e sociais;
5

f) A eliminação da pobreza crítica é parte essencial da promoção e consolidação da


democracia representativa e constitui responsabilidade comum e compartilhada dos
Estados americanos;
g) Os Estados americanos condenam a guerra de agressão: a vitória não dá direitos;
h) A agressão a um Estado americano constitui uma agressão a todos os demais Estados
americanos;
i) As controvérsias de caráter internacional, que surgirem entre dois ou mais Estados
americanos, deverão ser resolvidas por meio de processos pacíficos;
j) A justiça e a segurança sociais são bases de uma paz duradoura;
k) A cooperação econômica é essencial para o bem-estar e para a prosperidade comuns
dos povos do Continente;
l) Os Estados americanos proclamam os direitos fundamentais da pessoa humana, sem
fazer distinção de raça, nacionalidade, credo ou sexo;
m) A unidade espiritual do Continente baseia-se no respeito à personalidade cultural dos
países americanos e exige a sua estreita colaboração para as altas finalidades da cultura
humana;
n) A educação dos povos deve orientar-se para a justiça, a liberdade e a paz.

5. O que é necessário para ser membro da OEA e quando ocorre suspensão de um membro

Considerando-se o arts 4°, 5°, 6°, 7°, 8° e 9° da Carta da OEA; um país para ser membro
da OEA:

a) O país deve estar localizado no continente americano e ratificar a Carta da OEA;


b) Uma entidade política que nasça da união dos Estados membros e ratifique a Carta da
OEA, fará com que os Estados que existiam antes da união deixem de ser membro da
Organização;
c) O pedido para ser membro da Organização deverá ser feito por nota dirigida ao
Secretário-Geral, nesta nota deve estar expresso que o país está disposto a assinar e
ratificar a Carta da Organização, anuindo que aceita todas as obrigações inerentes à
condição de membro;
d) O Conselho Permanente da Organização recomendará a Assembleia Geral, e esta
determinará se é procedente autorizar o Secretário-Geral a permitir que o Estado
solicitante assine a Carta e a aceitar o depósito do respectivo instrumento de ratificação;
tanto no Conselho Permanente da Organização, quanto na Assembleia Geral requererão
o voto afirmativo de dois terços dos Estados membros, atualmente, é necessário ter
vinte quatro votos.
e) Mas, há outra condição expressa pelo artigo 8°, está condição suficiente é:
“A condição de membro da Organização estará restringida aos Estados independentes
do Continente que, em 10 de dezembro de 1985, forem membros das Nações Unidas e
aos territórios não-autônomos mencionados no documento OEA/Ser.P, AG/doc.1939/85,
de 5 de novembro de 1985, quando alcançarem a sua independência.” (OEA, 2017)

Um país membro signatário da Carta da OEA, que tenha o seu governo democraticamente
constituído seja deposto pela força poderá “ser suspenso do exercício do direito de participação
nas sessões da Assembléia Geral, da Reunião de Consulta, dos Conselhos da Organização e das
Conferências Especializadas, bem como das comissões, grupos de trabalho e demais órgãos que
tenham sido criados”; mas para que tal procedimento ocorra e deixe de ocorrer é necessária à
6

anuência de dois terços dos membros da Assembleia Geral; no entanto, mesmo suspenso o país
membro deverá continuar cumprindo suas obrigações com a Organização (OEA, 2017).

Entre as obrigações pode-se citar a segurança coletiva (arts. 28 e 29 da Carta da OEA);


nestes artigos os países estão comprometidos entre si a se defenderam conjuntamente, portanto,
uma agressão a um país membro é uma agressão contra todos os países membros, que poderá
gerar uma resposta de legítima defesa coletiva (OEA, 2017).

6. Dos Órgãos da OEA

Os órgãos que compõem a OEA estão dispostos no artigo 53 da Carta da Organização,


que são:

a) Da Assembleia Geral;
b) Da Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores;
c) Dos Conselhos;
d) Da Comissão Jurídica Interamericana;
e) Da Comissão Interamericana de Direitos Humanos;
f) Da Secretaria-geral;
g) Das Conferências Especializadas;
h) Dos Organismos Especializados.
i) Órgãos subsidiários, organismos e outras entidades que forem necessárias.

A Assembleia Geral é órgão supremo da OEA (Art. 54). Algumas de suas atribuições são:
decidir a ação e a política gerais da Organização, adotar as normas gerais que irão dirigir o
funcionamento da Secretaria-Geral, aprovar o orçamento-programa da Organização etc. Todos
os membros têm direito de pertencer a Assembleia Geral e terão direito a um voto (OEA, 2017).

Outro órgão da OEA é a Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores que
como está expresso no artigo 61 da Carta da Organização deverá:
“ser convocada a fim de considerar problemas de natureza urgente e de interesse
comum para os Estados americanos, e para servir de Órgão de Consulta.”

A Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores poderá ser solicitada a
convocação ao Conselho Permanente da Organização por qualquer país membro, mas Conselho
decidirá por maioria absoluta de votos se a reunião é oportuna (OEA, 2017).

Existem ainda os Conselhos, basicamente, só existem dois: Conselho Permanente da


Organização e o Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral. O primeiro é composto
por um representante de cada Estado membro na categoria de embaixador, neste conselho
haverá o presidente e o vice-presidente que não poderão exercer suas funções por mais de seis
7

meses, esses cargos serão exercidos sucessivamente pelos representantes, na ordem alfabética
dos nomes em espanhol de seus respectivos países; entre as atribuições desse conselho está
execução das decisões da Assembleia Geral ou da Reunião de Consulta dos Ministros das
Relações Exteriores, velar pela observância das normas que regulam o funcionamento da
Secretaria-Geral, etc. Enquanto, o segundo conselho, o Conselho Interamericano de
Desenvolvimento Integral, será composto por um representante titular no nível ministerial ou
seu equivalente, de cada Estado membro, suas atribuições estão expressas no art. 95 da Carta da
OEA:
“a) Formular e recomendar à Assembléia Geral o plano estratégico que articule as
políticas, os programas e as medidas de ação em matéria de cooperação para o
desenvolvimento integral, no marco da política geral e das prioridades definidas pela
Assembléia Geral;
b) Formular diretrizes para a elaboração do orçamento programa de cooperação técnica,
bem como para as demais atividades do Conselho;
c) Promover, coordenar e encomendar a execução de programas e projetos de
desenvolvimento aos órgãos subsidiários e organismos correspondentes, com base nas
prioridade determinadas pelos Estados membros, em áreas tais como:
1) Desenvolvimento econômico e social, inclusive o comércio, o turismo, a integração e
o meio ambiente;
2) Melhoramento e extensão da educação a todos os níveis, e a promoção da pesquisa
cietífica e tecnológica, por meio da cooperação técnica, bem como do apoio às
atividades da área cultural; e
3) Fortalecimento da consciência cívica dos povos americanos, como um dos
fundamentos da prática efetiva da democracia e a do respeito aos direitos e deveres da
pessoa humana.
Para este fim, contará com mecanismos de participação setorial e com apoio dos órgãos
subsidiários e organismos previstos na Carta e outros dispositivos da Assembléia Geral;
d) Estabelecer relações de cooperação com os órgãos correspondentes das Nações
Unidas e outras entidades nacionais e internacionais, especialmente no que diz repeito a
coordenação dos programas interamericanos de assistência técnica;
e) Avaliar periodicamente as entidades de cooperação para o desenvolvimento integral,
no que tange ao seu desmpenho na implementação das políticas, programas e projetos,
em termos de seu impacto, eficácia, eficiência, aplicação de recursos e da qualidade,
entre outros, dos serviços de cooperação técnica prestados e informar à Assembléia
Geral.” (OEA, 2017).

Outros órgãos de suma importância para o OEA é a Comissão Jurídica Interamericana e a


Comissão Interamericana de Direitos Humanos; o primeiro tem sua finalidade expressa no
artigo 99 da Carta da Organização, onde indica que terá finalidade de servir como corpo
consultivo da Organização em assuntos jurídicos; enquanto, o segundo terá a função de
promover o respeito e a defesa dos direitos e servir como órgão consultivo da Organização nesta
matéria (OEA, 2017).

A Secretaria-Geral é o órgão central e permanente da OEA, como está expresso no artigo


107 da Carta da OEA; seus trabalhos serão dirigidos pelo Secretário-Geral, este ou seu
representante poderão participar de todas as reuniões da Organização, tendo direito a palavra,
mas sem voto (OEA, 2017).

7. Denúncia de um país membro


8

Qualquer país membro pode denunciar a Carta da OEA, como está expresso no artigo
143; está deverá ser feita por escrito à Secretaria-Geral, que deverá comunicar a todos os outros
Estados membros as notificações da denúncia. Depois de transcorridos dois anos a partir da data
em que a Secretaria-Geral receber uma notificação de denúncia, a Carta cessará seus efeitos
sobre o Estado denunciante e este ficará desligado da Organização, depois de ter cumprindo
todas as suas obrigações advindas da Carta da OEA (OEA, 2017).

8. Conclusões

A OEA é uma organização extremamente atuante no cenário regional americano, e preza


pela a democracia, os direitos humanos, a segurança e o desenvolvimento. Possuindo diversos
países membros está empenhada nas soluções pacíficas entre seus países membros, na defesa
dos direitos humanos, pela defesa coletiva de seus Estados membros, etc.

Possuindo uma estrutura extremamente complexa devido à multiplicidade de assuntos


que trata é de suma importância para o continente americano.

9. Bibliografia

OEA. CARTA DA ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS. Disponível em: <


https://www.oas.org/dil/port/tratados_A-41_Carta_da_Organiza
%C3%A7%C3%A3o_dos_Estados_Americanos.pdf > Acessado em: 06 de setembro de 2017.

OEA. Disponível em: < http://www.oas.org/pt/sobre/quem_somos.asp > Acessado em: 06 de setembro de


2017.

OEA. Disponível em: < http://www.oas.org/pt/estados_membros/default.asp > Acessado em: 06 de


setembro de 2017.

Você também pode gostar