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Bhagavan: Não é possível ninguém fazer alguma coisa oposta ao que Deus determina, ele que tem a

habilidade de fazer todas as coisas. Portanto, ficar em silêncio aos pés de Deus, tendo abandonado todas
as ansiedades da mente perversa, imperfeita e enganadora, é o melhor.

Iswara, o Deus pessoal, o criador supremo do universo, realmente existe. Mas isso é verdade apenas do
ponto de vista relativo daqueles que não realizaram a Verdade, aquelas pessoas que acreditam na
realidade das almas individuais. Do ponto de vista absoluto, o sábio não pode aceitar nenhuma outra
existência além do Ser impessoal, uno e sem forma.

Iswara é imanente em cada pessoa e cada objeto do universo. A totalidade de todas as coisas e todos os
seres constitui Deus. Há uma força da qual uma pequena fração tornou-se todo este universo, e o
restante está em reserva. Esse poder reservado e esse poder manifesto na forma do mundo, juntos
constituem Iswara.

Deus assume qualquer forma imaginada pelo devoto através de pensamento repetido em meditação
prolongada. Embora, assim ele assuma nomes infindáveis, apenas a real consciência sem forma é Deus.

No que diz respeito à sua localização, Deus não reside em nenhum outro lugar além do Coração. É
devido à ilusão criada pelo ego, a ideia "eu sou o corpo", que o reino de Deus é concebido como estando
em outra parte. Esteja certo que o Coração é o reino de Deus.

Saiba que você é a resplandecente luz perfeita, que não apenas torna a existência do reino de Deus
possível, mas que também permite que ele seja visto como um maravilhoso céu. Apenas saber disso é
Jnana. Portanto, o reino de Deus está dentro de você. O espaço ilimitado do turiyatita (além dos quatro
estados - o Ser), que brilha repentinamente, em todo seu resplendor, dentro do Coração de um
aspirante altamente maduro durante o estado de completa absorção da mente, como se fosse uma
experiência nova e anteriormente desconhecida, é o raramente atingido reino de Deus (Siva-Loka), que
brilha através da luz do Ser.

Bhagavan: O ser individual que identifica a sua existência com a da vida no corpo físico como "Eu" é
chamado de ego. O Ser (self), que é pura consciência, não tem sentido de ego a esse respeito. Nem
pode o corpo físico, que é inerte em si, ter esse sentido de ego. Entre os dois, ou seja, entre o Ser ou a
pura consciência e o inerte corpo físico, surge misteriosamente o sentido de ego ou a noção de "eu", o
híbrido que não é nenhum deles, e isso floresce como um ser humano. Este ego ou ser humano está na
raiz de tudo o que é inútil e indesejável na vida. Portanto, é para ser destruído por qualquer meio
possível, então Aquilo que sempre está sozinho permanece resplandecente. Isso é a Libertação ou a
Iluminação ou a auto-realização.

Ele é infinito e é Consciência. A consciência é o Ser de que todas as pessoas estão conscientes. Ninguém
nunca está longe do Ser e, portanto, todos são de fato auto-realizados, apenas - e esse é o grande
mistério - as pessoas não sabem disso e querem realizar o Ser. A realização consiste apenas em acabar
com a falsa ideia de que a pessoa não é realizada. Não é nada de novo a ser adquirido. Ela já deve
existir, ou não seria eterna, e apenas pelo o que é eterno vale a pena lutar.

Uma vez que a falsa noção "Eu sou o corpo" ou "eu não sou realizado" foi retirada, a Suprema
Consciência ou o Ser permanece sozinho, e em seu estado atual de conhecimento as pessoas chamam
isso de "Realização". Mas a verdade é que a Realização é eterna e já existe, aqui e agora.

A consciência é puro conhecimento. A mente surge dela e é composta de pensamentos. A essência da


mente é apenas ciência ou consciência. No entanto, quando o ego a anuvia, ela funciona como
raciocínio, pensar ou perceber. A mente universal, não sendo limitada pelo ego, não tem nada fora de si
própria e, portanto, está apenas ciente. Isso é o que a Bíblia entende por "Eu sou o que sou".

A mente dominada pelo ego tem a sua força drenada e é demasiadamente fraca para resistir aos
pensamentos angustiantes. A mente sem o ego é feliz, como vemos no sono profundo, sem sonhos. É
evidente, portanto, que a felicidade e o sofrimento são apenas modos da mente.

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