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TRABALHO DE SISTÊMICA
Vitória da Conquista – BA
2016
ADRIEL AQUILA S. BRITO
FELIPE MUNIZ DA SILVA
GABRIELLE DE A. DIAS
HERBERT VICTOR L. MEIRA
IARA CASTRO DA S. SOUZA
LETÍCIA OLIVEIRA FREITAS
TRABALHO DE SISTÊMICA
Vitória da Conquista – BA
2016
Introdução
A abordagem sistêmica é uma proposta de trabalho voltado para as pessoas,
para as relações e os complexos sistemas humanos, visto que o sujeito é sempre
referido por um sistema e a matriz de sua identificação é a família. (Miranda, 2014)
Família é definida como um grupo de pessoas unidas por convicções ou
interesses ou provindas de um mesmo lugar (INFOPÉDIA, 2010). A abordagem
sistêmica entende que toda família possui aspectos que todas as outras também
possuem (universalidade), e que dispõe de particularidades ao mesmo tempo
(singularidade).
A terapia centrada na família foi fundada na década de 50 mas só
reconhecida oficialmente nos anos 70. É uma terapia muito jovem e desde o seu
consentimento recebeu inúmeros e notáveis contribuições para o seu
desenvolvimento. (ANDOLFI, 2002).
Não há um único teórico que seja considerado como o fundador da teoria
sistêmica, mas sim várias contribuições que ao longo do tempo foram sendo
exploradas e desenvolvidas para a formação desta. Sendo assim, a abordagem
fundamenta-se na noção de que os comportamentos de uma pessoa necessitam de
uma análise no contexto familiar. (Bruscagin, p.41)
Teóricos como Batenson e seu projeto sobre a esquizofrenia, a homeostase
familiar de Jackson, juntamente com os trabalhos desenvolvidos por Watzlawick, e
bem como o próprio Murray Bowen e dentre outros colaboradores foram peças
essenciais na formação do pensamento sistêmico e na consolidação da psicoterapia
familiar (ANDOLFI, 2002).
Dentre as contribuições que a terapia familiar recebeu, Murray Bowen
destacou-se pelo seu trabalho conduzindo estudos no Instituto nacional de saúde
mental onde pesquisava a respeito da esquizofrenia, percebeu famílias agindo em
padrões previsíveis, também notou que ansiedade, no sentido Boweniano da
palavra, era transmitida de pessoa a pessoa e entre as gerações. .(
GOODTHERAPY, 2015)
Ele foi um dos pioneiros a trabalhar com famílias no contexto terapêutico, já
que se entendia que para resolver um problema era trabalhar com mais de uma
geração familiar em terapia, já que a família é a fonte primaria da personalidade e
emoções básicas. Bowen acreditava que a esquizofrenia é desenvolvida após anos
de mau-funcionamento familiar, em que cada geração os problemas de
funcionamento aumentava até que uma criança desenvolvia os sintomas, após anos
e com o crescimento de sua pesquisa, ele desenvolveu a teoria dos sistemas
familiares.( GOODTHERAPY, 2015)
Partindo do pressuposto atual da complexidade, intersubjetividade e instabilidade, a
teoria sistêmica se vale por dedicar-se a compreender o funcionamento de cada
família, revendo conceitos de atuação dos papéis que cada um exerce dentro do
contexto, como resolvem os conflitos, além de mergulhar nas crenças, universos e
rotina. (Vasconcellos, p.101-102)
O presente trabalho tem como foco, sobre o olhar da perspectiva sistêmica, a
apresentação de um caso clínico familiar, relacionando-o com alguns conceitos da
abordagem, bem como trazendo a tona explicações e delineamentos para uma
melhor compreensão dessa aplicação.
Origem do desenvolvimento do caso abordado:
Análise:
Para a análise sistêmica baseada no caso, é importante esclarecer que
Monyca é a mãe, Pedro é o primogênito, Sara é a irmã do meio e Marcos é o caçula
e narrador-personagem.
A análise será fragmentada em tópicos e por personagem.
Monyca
Durante a juventude monyca foi rebelde enquanto morava com sua família de
origem. O desejo pela independência vinha pela vontade de sair daquele sistema
estabelecido, pois as brigas constantes desequilíbrio já haviam desgastado as
relações.
O corte motivo veio pela própria decisão de Monyca, pois a qualquer custo ela
queria se distanciar, e foi então que se casou. Até hoje o corte permanece, pois as
relações entre Monyca e seu pai ainda são conflituosas e acabam se evitando.
No período antes do casamento Monyca era uma típica rebelde (uma falsa
diferenciação), pois aparentava independência e não queria seguir o que é imposto
para ela, contrariando tudo aquilo que era esperado. Logo após construir outro
sistema se torna atacante dentro da família nuclear devido culpabilizar os outros
pelos seus próprios problemas e sempre se fazendo de vítima.
Pedro
Pedro teve um corte emotivo ao se distanciar da sua mãe para viajar com
avó, este corte se deu de modo gradual e inconsciente, e a avó passou a ser sua
figura materna.
Podemos perceber que não houve uma diferenciação significativa no self de Pedro,
pois o mesmo pertence mais ao sistema que se diferencia repetindo o
comportamento da mãe em relação ao avô (rebelde), além de ter filhos antes do
casamento.
Pedro pode ser considerado como rebelde, pois aparenta uma certa distância e
também independência, mas como a independência real é muito ameaçadora, ele
permanece próximo e age com a rebeldia discordando de tudo o que é imposto para
ele.
Sara
Sara pode ser considerada em primeiro momento como suficientemente
diferenciada, pois toma uma posição que ela permite afirmar que é responsável pelo
que pensa, acredita e faz, sem atribuir os outros as suas próprias crenças. Assume
a responsabilidade da própria felicidade e do próprio bem-estar, e não considera os
outros responsáveis ou culpados pela própria infelicidade e seus insucessos.
Tal fase se comprova quando Sara muda para o Rio de Janeiro e decidi morar
sozinha, assumindo todas as despesas bem como suas atitudes. Com isso, acaba
se afastando da sua família, o que pode ser considerado um corte motivo, pois se
manifesta com uma negação da intensidade do apego emotivo não resolvido com a
relação aos próprios genitores. Nessa situação a pessoa se comporta de forma para
aparentar ser mais autônoma daquilo que realmente, e alcança o distanciamento
emotivo tanto por meio de mecanismos internos quanto interpondo uma efetiva
distância física. Trata-se em suma de uma ruptura traumática daqueles processos
de pertencimento tão essenciais para a construção da própria identidade.
Sara sofre por um corte motivo e tem extrema necessidade de proximidade
emotiva, mas é alérgico a ela; e sai de casa iludindo-se de conquistar a
independência, mas na verdade quanto mais tiver sido radical corte com genitores
mais previsível que ela repita o mesmo modelo nas relações futuras. Esse fato se dá
como comprovação quando não relato é dito que quando os pais de Marcelo
brigavam jogando objetos uns aos outros e Sara reproduz esse mesmo
comportamento quando briga com sua namorada tempos depois.
Marcos
Pela alta ansiedade, Marcos lida com as demandas através do abandono, ele
simplesmente se fechava quando percebia que seus pais iriam brigar; fugia do
ambiente de briga indo para casa de sua avó, ou seja, se caracteriza como desertor.
Aqueles que fogem geralmente o fazem porque se sentem imponentes e fracos,
Marcos tinha receio de se envolver ou tomar alguma posição por medo da rejeição.
Pelo sistema possui um alto grau de ansiedade, faz com que o selfie de Marcos não
se mature, o levando a uma necessidade de pertencimento enorme - deixando com
que os outros têm influência sobre a sua própria identidade.
Triângulos
O triângulo descreve o equilíbrio dinâmico de um sistema de três pessoas.
Todo sistema pode aparecer triângulos, e precisam deles para funcionar, apesar que
não devem ser mantidos ao longo do tempo. A maior influência na atividade de um
triângulo é a ansiedade. Quando esta é baixa, o relacionamento entre duas pessoas
pode ser calmo e confortável. Contudo, quando uma relação é perturbada por forças
emocionais dentro e fora dela, geralmente não permanece completamente
confortável por muito tempo. Podemos perceber que o nível de ansiedade nessa
família é alto e as pessoas ficam mais reativas entre si dificultando a manutenção da
harmonia no sistema. Um exemplo de triângulo visto é quando Monyca brigava com
a sua filha por ela gostar de futebol e esta acabava recorrendo ao pai com quem tem
mais uma boa relação e consequentemente triangulava, transmitindo dessa forma o
conflito entre a mãe e a filha para a mãe e o pai. Outro tipo de triangulação
comumente na família é quando os pais discutiam entre si e iam atrás de Marcos
para poder escutar e mesmo ele não assumindo nenhuma posição favorável ao pai
ou a mãe por medo da rejeição, ele era convidado a triangular e sua posição era de
se tornar um condescendente, ou seja, de mostrar que não se importa com os
conflitos em que era inserido.
Identidades Horizontais
Considerações Finais:
Como resolução, o caminho mais adequado a ser tomado nessa família seria
a construção de um genograma; o genograma pode ser utilizado como instrumento
em Terapia Familiar Sistêmica como forma de reter informações da construção
desse sistema. Nele pode conter retratos gráficos que representam a história e o
padrão familiar, que ajudam a identificar a estrutura básica, o funcionamento e os
relacionamentos da família, e, assim consequentemente, acaba mostrando fatores
estressantes. Seria importante em primeiro momento porquê como visto no caso,
Sara reproduz comportamentos “herdados “em sua criação com sua mãe. Esses
comportamentos podem estar sendo reproduzidos até mesmo de forma
inconsciente, então, essa seria uma maneira para que a mesma pudesse “rever” e
entender tais comportamentos para que se for da sua vontade, poder muda-los.
Além disso, Sara e também o seu irmão Pedro sofreram cortes emotivos, o
genograma também seria importante nesse aspecto, pois, segundo Bowen, em uma
experiência própria, a construção do genograma faz com que recuperemos essas
relações emotivas com o núcleo familiar de origem, além de aumentar o grau de
diferenciamento do self.
Os comportamentos reprodutivos de Sara, pode ser explicado pelo corte
emotivo, pois, quanto maior a ruptura, maior a possibilidade dela repetir esse modelo
em novas relações.
Seria importante também essa construção do genograma, por não analisar somente
eventos isolados, e sim, todas as partes do sistema, já que todas elas se afetam.
Além do mais, Bowen afirma que para compreender processos de tensões na família
nucelar, o caminho mais correto a se percorrer seria a investigação do estudo da
família de origem, pois, até mesmo a dificuldade da capacidade de diferenciação de
alguns membros pertencentes a esses sistemas podem estar sendo passadas de
uma geração para outra.
Apesar de todos os ditos neste trabalho, Bowen falava para o terapeuta
sistêmico fosse cuidadoso nas aplicações das técnicas, pois, a compreensão do
funcionamento familiar é mais importante de que qualquer instrumental técnico.
Referências:
Foram realizadas reuniões e cada data marcada para reunião se tinha uma
proposta para a construção da pesquisa, onde em todas as datas marcadas para a
realização do exercício todos os membros se mantiveram presentes e cumpriram
com efetividade as ações atribuídas de uma maneira correta e dentro do prazo
proposto pela equipe.
A primeira reunião foi no dia 21 de outubro de 2016, com o propósito de
divisão de tarefas para cada membro. A segunda reunião foi no dia 27 de outubro de
2016, onde os pesquisadores ficaram de trazer o caso no qual seria realizado o
trabalho, onde ficou decidido que cada membro do grupo faria uma analise
individual, para um melhor entendimento do conteúdo ministrado.
A terceira reunião aconteceu no dia 01 de novembro de 2016, os
programadores ficaram de trazer propostas para a apresentação do trabalho. A
quarta reunião aconteceu no dia 10 de novembro de 2016, foi uma reunião com a
finalidade de um debate sobre a analise de cada membro.
A quinta reunião foi no dia 12 de novembro de 2016, para reunir todas às
analises, e formatar as ultimas pendências de como seria a apresentação. A sexta
reunião aconteceu no dia 17 novembro de 2016 para uma ultima discussão, e um
ensaio como preparação para o dia da apresentação.