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FICHA TÉCNICA

O QUE SÃO OS MARSUPIAIS?


Os marsupiais representam um dos três principais
ORGANIZADORES:
Guia de Mamíferos
grupos atuais de mamíferos, junto aos
monotremados (ornitorrincos e equidnas) e
Cintia Corsini Fernandes¹ & Victor Hugo Colombi²
¹ Instituto Nacional da Mata Atlântica - INMA
Não Voadores do
placentários ou eutérios. A bolsa ou marsúpio é
uma característica marcante desse grupo e está
² Universidade Federal do Espírito Santo - UFES Instituto Nacional da
presente em muitas espécies, mas nos marsupiais
sul-americanos, ocorre apenas nas espécies de
FOTOS CEDIDAS:
Cintia Corsini, Fernando Farias, Humberto
Mata Atlântica
maior porte, e por vezes, se desenvolve apenas no
Yamaguti, Jaderson Lopes de Souza, Leonardo
período reprodutivo.

Foto: Cintia Corsini


Merçon, Marco Sena, Renan Betzel, Victor Colombi
Marsupiais atualmente ocorrem apenas nas
e Yuri Leite​​.
Américas, Austrália e ilhas próximas.
No Brasil, os representantes recentes são PRINCIPAIS ​REFERÊNCIAS UTILIZADAS:
classificados em apenas uma ordem, Bonvicino, C. R.; Oliveira J. A.; D'Andrea P. S. 2008.
Didelphimorphia, e uma família, Didelphidae. No Guia dos Roedores do Brasil, com chaves para
país são registradas 56 espécies e esse número gêneros baseadas em caracteres externos. Rio
tende a aumentar à medida que novos estudos de Janeiro: Centro Pan-Americano de Febre
forem feitos. Aftosa - OPAS/OMS. 120 p.
Cáceres, N. C. Os Marsupiais do Brasil, Biologia,
Ecologia e Conservação. 2013. 2. edição. 530p.
ISBN: 978-85-7613-410-7.
Glossário 1
Don E. Wilson & DeeAnn M. Reeder (eds). 2005.
• Anuros = animais anfíbios que não possuem Mammal Species of the World. A Taxonomic
cauda como rãs, sapos e pererecas; and Geographic Reference (3 ed), Johns
• Espécie endêmica = espécie animal ou vegetal Hopkins University Press, 142 p.
que ocorre somente em uma determinada Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio). Disponível em:
Este guia tem o objetivo de colaborar
área ou região geográfica;
• Espécie onívora = animais que obtêm o http://www.icmbio.gov.br/portal/ com a conservação dos mamíferos
alimento de animais e vegetais; Patton, J. L; Pardiñas, U.F.J. & D’Élia G. Mammals não voadores encontrados na área de
• Glândulas paracloacais = glândulas localizadas of South America. Volume 2. 2015.
dos Reis N. R. et al. Mamíferos do Brasil. 2011. 2 parque de 77.000 m² do Instituto
perto do ânus (cloaca).
edição. 439p. Londrina. Nacional da Mata Atlântica através da
• Hábitos crepusculares = atividades mais
desenvolvidas durante o amanhecer e INFORMAÇÕES: popularização científica, estimulando
anoitecer; Instituto Nacional da Mata Atlântica as pessoas a valorizar a biodiversidade
• Hábito semifossorial = modo de vida sob o Av. José Ruschi, n°4 - Santa Teresa - ES
solo ou sob folhiço; Site: http://inma.gov.br/ da Mata Atlântica.
• Pelagem lanosa = pelos compridos e crespos, Telefone: +55 27 3259-1182
semelhantes aos da lã. Horário de funcionamento:
terça a domingo das 08:00 às 17:00 horas.
Guia de Mamíferos Não Voadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (parte 1)
Caluromys philander Gracilinanus microtarsus Monodelphis americana
Foto: Jaderson Lopes

Foto: Humberto Yamaguti


Foto: Yuri Leite
(Linnaeus, 1758) (Wagner, 1842) (Müller, 1776)
Cuíca-lanosa Cuíca Cuíca de listras
Ordem: Didelphimorphia Ordem: Didelphimorphia Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelphidae Família: Didelphidae Família: Didelphidae

A cuíca-lanosa é um marsupial pequeno, que pesa A cuíca é um animal pequeno, pesando entre 15 e 35g.
entre 140-390 g e as fêmeas tem a metade do tamanho É caracterizado pelo seu tamanho pequeno entre os
Noturna, frequentemente vive nas árvores, mas
dos machos. Solitária e noturna, forma casal somente didelfídeos, chegando até 12cm de comprimento.
também pode se locomover pelo solo. É insetívora-
na época reprodutiva e a fêmea tem uma breve Diferentemente das outras cuícas, as espécies de
onívora, mas predominantemente insetívora. O
gestação de 24 dias e passa 4 meses cuidando dos Monodelphis não apresentam máscara facial e M.
ambiente é um forte determinante regional do tipo de
filhotes, que são no máximo 3. Ótima escaladora de americana possui três listras escuras, iniciando-se entre
estratégia reprodutiva. Tem mais filhotes que
árvores, possui um cauda preênsil que é maior que o as orelhas. Apresenta hábito semifossorial, alimenta-se
marsupiais maiores devido ao seu metabolismo mais
tamanho do seu corpo. Quando está em perigo, pode principalmente de insetos e pequenos vertebrados
elevado, que é inversamente relacionado ao seu
fingir-se de morta durante horas. É uma espécie (roedores, lagartos e anuros), frutos e carniça. Tem
tamanho corporal e área de vida. A reprodução é
onívora que se alimenta principalmente de frutos, número elevado de embriões no útero, variando de 2 a
condicionada ao período das chuvas na região, embora
néctar, pequenos invertebrados e vertebrados. Habita 16. Ocorre do Pará até Santa Catarina, com registro
o ciclo possa ser variável, tendo até 9 filhotes. Ocorre,
as florestas da Venezuela, Brasil, Trinidad e Tobago, também para a região central em Goiás.
predominantemente, na Mata Atlântica, desde a Bahia
Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. até o Rio Grande do Sul.
Didelphis aurita Marmosops incanus Marmosa (Micoureus)

Foto: Renan Betzel


Foto: Marco Sena

Foto: Victor Colombi

(Wied-Neuwied, 1826) (Lund, 1840) paraguayanus


Gambá-de-orelha-preta Cuíca cinzenta magra (Tate, 1931)
Ordem: Didelphimorphia Ordem: Didelphimorphia Guaiquica-cinza
Família: Didelphidae Família: Didelphidae Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelphidae
Animal de pequeno porte, de vida semi-arborícola e de Como o próprio nome já diz, possui coloração dorsal Possui uma larga faixa de pelos escurecidos ao redor
hábitos crepusculares ou noturnos. É importante na castanha-acinzentada e o ventre branco. Pequeno, dos olhos, pelagem dorsal longa, lanosa, de coloração
dispersão de diversas espécies de plantas, além de se pode ter de 24 a 43 cm de comprimento total. É marrom-acinzentada. É noturna, solitária e por ser
alimentar de pequenos vertebrados e invertebrados. arborícola, constrói ninhos nas árvores, o que lhe essencialmente arborícola, sua cauda é preênsil, com
Possui um par de glândulas secretoras paracloacais confere maior proteção contra predadores terrestres. É pelagem corporal cobrindo os 3cm iniciais. Não possui
(abaixo da pele, ao lado da parede cloacal), cuja uma espécie onívora, se alimenta principalmente de marsúpio e de modo geral, o período reprodutivo se
secreção é de odor bem desagradável. Tais glândulas frutos, néctar, pequenos invertebrados e vertebrados. estende desde o final da estação seca até o final da
são utilizadas quando o animal está incitado pelo Seu período reprodutivo se estende desde o final da estação úmida, tendo entre 6 a 11 filhotes. Sua dieta é
manuseio, luta, acuado ou por outro estímulo, ou seja, estação seca até o final da estação úmida. Com composta principalmente por invertebrados e frutos.
desempenham papel na defesa. O início da reprodução distribuição ampla, é endêmica da Mata Atlântica e Ocorre do sul da Bahia até o norte do Rio Grande do
frequentemente é em julho. Ocorre em áreas ocorre desde o estado do Paraná até a Bahia, com Sul, na Mata Atlântica, com alguns registros para o
florestadas, desde a costa leste no estado da Paraíba registros ainda para o interior de Minas Gerais. Cerrado, estendendo-se de leste a sul no Paraguai.
até o Rio Grande do Sul, além do leste do Paraguai.
FICHA TÉCNICA
ORDENS CINGULATA E PILOSA:
Os mamíferos das ordens Cingulata e Pilosa são
ORGANIZADORES:
Guia de Mamíferos
caracterizados pela presença de articulações
adicionais entre as vértebras lombares. Cintia Corsini Fernandes¹ & Victor Hugo Colombi²
¹ Instituto Nacional da Mata Atlântica - INMA
Não Voadores do
Na ordem Cingulata, estão incluídos os mamíferos
possuidores de carapaça, os tatus, que utilizam essa
estrutura para defesa contra predadores e proteção
² Universidade Federal do Espírito Santo - UFES Instituto Nacional da
contra danos causados pela vegetação. São 21
espécies conhecidas dentre de uma única família,
FOTOS CEDIDAS:
Cintia Corsini, Fernando Farias, Humberto
Mata Atlântica
das quais 11 ocorrem no Brasil. Yamaguti, Jaderson Lopes de Souza, Leonardo

Foto: Cintia Corsini


Na ordem Pilosa, estão incluídos mamíferos que Merçon, Marco Sena, Renan Betzel, Victor Colombi
possuem pela pelagem densa e presença de dentes e Yuri Leite​​.
pouco desenvolvidos ou sua total ausência, que são
os tamanduás e as preguiças. Esta ordem possui 4 PRINCIPAIS ​REFERÊNCIAS UTILIZADAS:
famílias e 10 espécies, com 8 delas ocorrendo no Bonvicino, C. R.; Oliveira J. A.; D'Andrea P. S. 2008.
Brasil. Guia dos Roedores do Brasil, com chaves para
gêneros baseadas em caracteres externos. Rio
ORDEM PRIMATES: de Janeiro: Centro Pan-Americano de Febre
É um grupo de mamíferos que compreende os Aftosa - OPAS/OMS. 120 p.
popularmente chamados de macacos, símios, Cáceres, N. C. Os Marsupiais do Brasil, Biologia,
lêmures e os seres humanos. Primatas são Ecologia e Conservação. 2013. 2. edição. 530p.
ISBN: 978-85-7613-410-7.
caracterizados por possuírem grande cérebros se
Don E. Wilson & DeeAnn M. Reeder (eds). 2005.
comparados aos outros mamíferos, uma maior Mammal Species of the World. A Taxonomic
acurácia no sentido da visão em detrimento do and Geographic Reference (3 ed), Johns
olfato, com olhos voltados para a frente no crânio. Hopkins University Press, 142 p.
Possuem, geralmente, cinco dedos nas mãos e pés, Instituto Chico Mendes de Conservação da
com unhas e não garras. Muitos possuem polegar Biodiversidade (ICMBio). Disponível em:
Este guia tem o objetivo de colaborar
opositor, uma característica diagnóstica dos http://www.icmbio.gov.br/portal/ com a conservação dos mamíferos
primatas, embora não seja limitada a essa ordem. Patton, J. L; Pardiñas, U.F.J. & D’Élia G. Mammals
of South America. Volume 2. 2015.
não voadores encontrados na área de
ORDEM CARNIVORA: dos Reis N. R. et al. Mamíferos do Brasil. 2011. 2 parque de 77.000 m² do Instituto
Os carnívoros constituem uma ordem de animais edição. 439p. Londrina. Nacional da Mata Atlântica através da
mamíferos placentários, encontrados em quase todo
o mundo. Suas características comuns são a INFORMAÇÕES: popularização científica, estimulando
presença de pés com quatro ou cinco dedos com Instituto Nacional da Mata Atlântica as pessoas a valorizar a biodiversidade
garras, dentes adaptados para cortar, com a Av. José Ruschi, n°4 - Santa Teresa - ES
Site: http://inma.gov.br/ da Mata Atlântica.
presença de caninos fortes, cônicos e pontiagudos,
adaptados para capturar e mastigar a carne de Telefone: +55 27 3259-1182
Horário de funcionamento:
outros animais. Até o momento foram descritos 126
terça a domingo das 08:00 às 17:00 horas.
gêneros e 286 espécies.
Guia de Mamíferos Não Voadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (parte 2)
Dasypus novemcinctus Callithrix geoffroyi Galictis cuja

Foto: Leonardo Merçon


Foto: Cintia Corsini
Foto: Cintia Corsini

(Linnaeus, 1758) (É. Geoffroy in Humboldt, (Molina, 1782)


Tatu-galinha 1812) Furão-pequeno
Ordem: Cingulata Sagui-da-cara-branca Ordem: Carnivora
Família: Dasypodidae Ordem: Primates Família: Mustelidae
Família: Callitrichidae
Ativo, principalmente durante o dia, pode ser visto em
Segunda maior espécie do gênero, tem hábito
Macaco de pequeno porte, pesa aproximadamente casal ou em pequenos grupos. As ninhadas variam de 2
crepuscular e noturno, contudo, também é visto
350g. Arborícolas e diurno, vive em grupos e a fêmea a 5 filhotes, que desenvolvem-se rapidamente.
durante o dia e consegue nadar. Alimenta-se de
tem, geralmente, gêmeos. A dieta é baseada no Extremamente ágil e rápido, tem grande capacidade
invertebrados, mas pode consumir vegetais, pequenos
consumo de frutos, seiva, insetos, ovos e pequenos para escalar e nadar. Carnívoro, alimenta-se de
vertebrados, ovos e carniça. Quando se reproduz,
vertebrados. A espécie é endêmica da Mata Atlântica, pequenos mamíferos, aves, ovos, répteis, anfíbios e
somente um óvulo é fecundado e nascem
encontrada nos estados do Espírito Santo (norte da insetos. Habita florestas, plantações, manguezais e
quadrigêmeos do mesmo sexo. Ocorre em todo o
Bacia do Rio Doce), sul da Bahia e áreas adjacentes de ambientes antropizados, vivendo sob troncos de
território brasileiro e possui a maior distribuição
Minas Gerias. Apesar da grande capacidade de árvores, pedras ou em tocas que podem cavar. No
geográfica entre os cingulados: desde o sul dos EUA
adaptação a alterações no ambiente, sofre impacto Brasil, pode ser encontrado nos estados do RJ, ES, SP,
atravessando a América Central indo até o noroeste da
com a fragmentação do habitat, além de estar PR, RS, MG, GO, AL, CE, MG, MS, MA, PB, PE e SC. As
Argentina e Uruguai. As principais ameaças à espécie
suscetível à ação de caçadores para ser utilizado como principais ameaças à espécie são atropelamentos, caça,
são incêndios, desmatamento, caça e atropelamentos.
animais de estimação. desmatamento e incêndios.

Bradypus variegatus Callicebus personatus Lontra longicaudis


Foto: Cintia Corsini
Foto: Leonardo Merçon

Foto: Leonardo Merçon


(Schinz, 1825) (É. Geoffroy, 1812) (Olfers, 1818)
Preguiça comum Guigó ou Sauá Lontra
Ordem: Pilosa Ordem: Primates Ordem: Carnivora
Família: Bradypodidae Família: Pitheciidae Família: Mustelidae

Tem a pelagem longa, grossa e ondulada, com Primata de médio porte, mede entre 27 e 45 cm e Carnívora semiaquática, apresenta pelagem curta e
coloração variando em tons de marrom e manchas chega a pesar 1,5kg. Arborícola e diurno, vive em densa, de coloração marrom. Os pés possuem
esbranquiçadas. Mede cerca de 50cm podendo chegar grupos familiares que utilizam vocalizações de longo membranas entre os dedos, as orelhas e as narinas
a 1m. Possui 3 dedos unidos em cada pata e unhas alcance para definir os limites territoriais. A fêmea tem podem ser fechadas e a cauda é musculosa e flexível
compridas, características da espécie. Não é tão lenta um filhote por ano e todo o grupo ajuda a criá-lo. A para o mergulho. Tanto noturna quanto diurna, é
como se imagina, sendo boa nadadora. Arborícola, dieta é predominantemente composta por frutos, além geralmente solitária e vive em águas claras, onde se
alimenta-se principalmente de folhas, ramos e brotos de folhas, flores, brotos, pequenos invertebrados e alimenta principalmente de crustáceos e peixes, além
de várias plantas como a embaúba, figueira e ingazeira. ovos. Endêmico da Mata Atlântica, ocorre do Espírito de anfíbios, mamíferos, insetos e aves. Ocorre desde o
A fêmea tem um filhote por gestação. É amplamente Santo ao leste de Minas Gerais. Observações realizadas México por toda América Central e do Sul até o norte
distribuída na América do Sul e Central. No Brasil, a nos últimos anos sugerem que esta espécie tem se da Argentina. No Brasil, pode ser encontrada em quase
população está diminuindo devido à degradação e tornado cada vez mais rara e de difícil observação e todo o país, onde tenha disponibilidade de água doce.
fragmentação dos habitats, atropelamentos, quedas, vem sofrendo redução populacional em decorrência da O declínio populacional deve-se à poluição e
eletrocussão e caça. perda e fragmentação de hábitat. degradação das margens dos rios e lagoas e à caça.
FICHA TÉCNICA
O QUE SÃO OS ROEDORES?
Os roedores são da ordem Rodentia, que é a ORGANIZADORES:
Guia de Mamíferos
ordem de mamíferos com maior número de
espécies viventes, compreendendo mais de 2000
Cintia Corsini Fernandes¹ & Victor Hugo Colombi²
¹ Instituto Nacional da Mata Atlântica - INMA
Não Voadores do
espécies, representando aproximadamente 42%
da biodiversidade de mamíferos conhecida. Eles
² Universidade Federal do Espírito Santo - UFES Instituto Nacional da
são encontrados em grande número em todos os
continentes, exceto na Antártida.
FOTOS CEDIDAS:
Cintia Corsini, Fernando Farias, Humberto
Mata Atlântica
As espécies vivem em uma variedade de Yamaguti, Jaderson Lopes de Souza, Leonardo

Foto: Cintia Corsini


ambientes, podendo ser arbóreas, fossoriais Merçon, Marco Sena, Renan Betzel, Victor Colombi
(escavação) ou semiaquáticas. Alguns roedores e Yuri Leite​​.
conhecidos são os ratos, esquilos, cães de
pradaria, porcos-espinhos, castores, hamsters e PRINCIPAIS ​REFERÊNCIAS UTILIZADAS:
capivaras. Bonvicino, C. R.; Oliveira J. A.; D'Andrea P. S. 2008.
São caracterizados pela presença de um único par Guia dos Roedores do Brasil, com chaves para
de incisivos bastante desenvolvidos, tanto na gêneros baseadas em caracteres externos. Rio
maxila, quando na mandíbula. Entre os incisivos e de Janeiro: Centro Pan-Americano de Febre
os dentes da bochecha existe um grande espaço Aftosa - OPAS/OMS. 120 p.
Cáceres, N. C. Os Marsupiais do Brasil, Biologia,
sem dentes, chamado de diastema, que ocorre na Ecologia e Conservação. 2013. 2. edição. 530p.
maioria das espécies. Nenhum dos seus dentes ISBN: 978-85-7613-410-7.
tem raízes, por isso, todos crescem continuamente Don E. Wilson & DeeAnn M. Reeder (eds). 2005.
ao longo da vida do animal. Mammal Species of the World. A Taxonomic
Geralmente tem os sentidos do olfato, audição e and Geographic Reference (3 ed), Johns
visão bem desenvolvidos. As espécies noturnas Hopkins University Press, 142 p.
muitas vezes têm olhos ampliados e alguns são Instituto Chico Mendes de Conservação da Este guia tem o objetivo de colaborar
sensíveis à luz ultravioleta. Muitas espécies tem Biodiversidade (ICMBio). Disponível em:
bigodes longos, sensíveis ao toque. http://www.icmbio.gov.br/portal/ com a conservação dos mamíferos
Patton, J. L; Pardiñas, U.F.J. & D’Élia G. Mammals não voadores encontrados na área de
of South America. Volume 2. 2015.
dos Reis N. R. et al. Mamíferos do Brasil. 2011. 2 parque de 77.000 m² do Instituto
Glossário 2 edição. 439p. Londrina.
• Cauda preênsil = rabo que tem a capacidade
Nacional da Mata Atlântica através da
de se prender ou agarrar à alguma coisa; INFORMAÇÕES: popularização científica, estimulando
• Coloração dorsal = cor apresentada na parte Instituto Nacional da Mata Atlântica as pessoas a valorizar a biodiversidade
do dorso ou "costas"; Av. José Ruschi, n°4 - Santa Teresa - ES
• Espécie arborícola = animais cuja vida se dá Site: http://inma.gov.br/ da Mata Atlântica.
principalmente nas árvores; Telefone: +55 27 3259-1182
Horário de funcionamento:
terça a domingo das 08:00 às 17:00 horas.
Guia de Mamíferos Não Voadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica (parte 3)
Nectomys squamipes Coendou spinosus Kannabateomys

Foto: Fernando Farias


Foto: Leonardo Merçon

Foto: Leonardo Merçon


(Brants, 1827) (F. Cuvier, 1823) amblyonyx
Rato-d’água Ouriço-cacheiro (Wagner, 1845)
Ordem: Rodentia Ordem: Rodentia Rato-da-taquara
Família: Cricetidae Família: Erethizontidae Ordem: Rodentia
Família: Echimyidae
O rato-d’água possui uma cauda maior que o corpo, Possui pelos dorsais recobrindo os espinhos, de cor Roedor arborícola de médio porte, depende de bambus
sua pelagem é castanha-escura no dorso e ventre bege, castanho-escuro e ponta bege, amarela ou ou taquaras como abrigo e se alimenta exclusivamente
esbranquiçado. Possui membranas entre os dedos, e laranja. Quando ameaçado encolhe o corpo e eriça os de folhas e brotos dessas plantas. Devido a esses
como o próprio nome sugere, tem hábito semi- espinhos para se defender. A região ventral não possui fatores, possui baixa taxa de reprodução. Pode pesar
aquático, por isso vive em áreas restritas a cursos espinhos. Mede de 50 a 90cm e pesa até 2kg. As patas até 570g e vive sozinho ou em pares. Ocorre na costa e
d’água. Se alimenta de peixes, fungos, frutos, sementes são curtas, com 4 dedos e unhas grandes e curvas. A regiões de montanhas da Mata Atlântica brasileira até
e invertebrados. Se reproduz de duas a três vezes por cauda é comprida e preênsil. Solitário e de hábito o Uruguai, Argentina e Paraguai. A Estação Biológica de
ano, tendo de um a três filhotes. Ocorre de noturno e crepuscular, quase nunca desce ao chão e a Santa Lúcia, em Santa Teresa, é um dos poucos locais
Pernambuco ao Rio Grande do Sul, em partes de Minas água é retirada de seus alimentos (frutas, brotos e que atualmente se tem registro dessa espécie, onde
Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Argentina e leste do folhas). Ocorre no Brasil, Argentina, Paraguai e ocupa bambuzais exóticos. Devido à perturbações
Paraguai. Uruguai. As ameaças à espécie são a destruição e ambientais, ou seja, a destruição do seu hábitat
fragmentação do hábitat e atropelamentos, por ser um natural, está criticamente ameaçada de extinção.
animal lento.

Cuniculus paca Akodon cursor Guerlinguetus ingrami


Foto: Yuri Leite

Foto: Leonardo Merçon


(Linnaeus, 1766) (Winge, 1887) (Thomas, 1901)
Paca Rato-do-chão Caxinguelê ou esquilo
Ordem: Rodentia Ordem: Rodentia Ordem: Rodentia
Família: Cuniculidae Família: Cricetidae Família: Sciuridae

Apresenta uma pelagem dura com variações de Roedor pequeno e terrestre, de pequeno porte. Possui Apresenta uma coloração marrom, com o ventre mais
coloração do vermelho ao cinza-escuro, sempre com orelhas grandes, dorso com pelagem castanho claro ao claro e listras mais escura na fronte e sobre os olhos.
manchas brancas na lateral do corpo. Pesa entre 6 a escuro. Noturno, vive em galerias sob o folhiço. É Sua cauda, que é mantida alta sobre as costas com a
12kg. Possui 4 dedos nas patas dianteiras e 5 nas insetívoro-onívoro, sendo que invertebrados e ponta curvada para trás, é maior do que o corpo.
traseiras, com unhas afiadas. Desgasta seus grandes sementes também fazem parte da sua dieta. Tem, em Diurno, tem hábitos terrestres e arborícolas, sendo um
dentes incisivos roendo troncos, pois nunca param de média, de três a oito filhotes. As fêmeas são mais ótimo escalador. Habita ocos de árvores e touceiras de
crescer. Noturna, se alimenta de frutas, folhas, territorialistas que os machos e a área de vida dos plantas, onde come frutos, sementes, folhas, flores,
sementes e raízes. Ocorre em matas tropicais na machos é maior do que a das fêmeas na época fungos e insetos. Dispersor de sementes, costuma
América do Sul, preferencialmente perto de lagos, rios reprodutiva. Ocorre na costa leste do Brasil, da Paraíba enterrá-las e desta forma, ajuda na recuperação de
ou riachos. Há locais onde não são mais encontradas, ao Paraná, e leste de Minas Gerais. ambientes degradados. Ocorre na porção leste do
pois a população da espécie está reduzindo Brasil, desde o sul da Bahia até o Rio Grande do Sul. A
drasticamente devido à caça. principal ameaça à espécie é o crescimento urbano
desordenado e a devastação das matas nativas.

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