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Vinculação e Estilos Parentais PDF
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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
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Aos meus pais e às minhas irmãs…
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Agradecimentos
meu crescimento pessoal. O término desta etapa resulta não apenas de um esforço e
modo direto ou indireto privaram comigo. Desta feita, não posso deixar de mencionar aqueles
Doutora Catarina Pinheiro Mota, não apenas pela orientação exímia a nível científico, mas
também por toda a disponibilidade, dedicação e apoio. Pela presença constante, pelos
a fazer mais e melhor. Pela exigência, rigor e persistência decretada que incitaram a procura
ensino e ao corpo docente do Mestrado em Psicologia Clínica que contribuiu com os seus
saberes para a minha formação e para a implementação de uma atuação pautada pela
competência e rigor.
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À Dr.ª Marisa Borges pelo profissionalismo, pela sincera amizade e pela total
disponibilidade que sempre revelou para comigo. Pela força, apoio e compreensão empática
André, ao Gil e à Tânia pelas experiências partilhadas e por terem contribuído para o meu
académica.
À Fátima companheira inicial deste percurso e à Filipa descoberta nesta reta final,
pela troca de ideias, pelo carinho e pela motivação nos momentos de significativo desgaste.
Acima de tudo pela amizade, pela energia e alegria que me contagiou, por terem sido o meu
por todos os ensinamentos. Ressalto, particularmente, a minha gratidão ao meu pai pelo seu
rigor e perfeccionismo; à minha mãe pelo seu amor e apoio incondicionais; à minha irmã
Fátima pela sua inteligência e perspicácia; à minha irmã Carla pela sua jovialidade e
inocência; à minha avó Maria pela sua “escola da vida” e ao meu avô Vitorino que esteja
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Índice
Introdução ................................................................................................................................ 1
Resumo ...................................................................................................................................... 7
Abstract ..................................................................................................................................... 8
Método ................................................................................................................................... 14
Participantes ............................................................................................................. 14
Instrumentos ............................................................................................................. 14
Procedimento ............................................................................................................ 17
Resultados .............................................................................................................................. 19
Discussão ................................................................................................................................. 26
Referências ............................................................................................................................. 34
Resumo ................................................................................................................................... 41
Abstract .................................................................................................................................. 42
Papel da vinculação aos pais e das competências sociais na ideação suicida dos
adolescentes .......................................................................................................................... 45
Método ................................................................................................................................... 48
Participantes ............................................................................................................. 48
Instrumentos ............................................................................................................. 48
Procedimento ............................................................................................................ 50
Resultados .............................................................................................................................. 52
função da idade e sexo dos participantes e idade das respetivas figuras parentais .............. 53
Papel preditor da vinculação aos pais e das competências sociais na ideação suicida
.............................................................................................................................................. 56
Discussão ................................................................................................................................. 57
Referências ............................................................................................................................. 67
ANEXOS ................................................................................................................................. 79
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Introdução
De acordo com uma perspetiva ecológica, a família constitui uma fonte de
& Katon, 2009). Um ponto de vista mais holístico permite perceber que a qualidade das
(Ainsworth, 1969).
defende que os estilos parentais, ao definir a natureza afetiva e relacional da díade pais-filhos,
adolescente. Para a autora, o estilo parental veicula a disponibilidade afetiva face à criança
evidenciadas pelos pais perante os seus filhos (Baumrind, 1996). Assim a qualidade dos laços
desenvolvimento afetivo dos jovens (Baumrind, 1991; Bowlby, 1969), na medida em que
contribuem para a aquisição de competências sociais e para uma gestão adaptativa dos
sugerindo-se que os jovens que mantêm vinculações seguras e uma interação democrática
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com as figuras parentais se revelam mais autónomos e reportam uma maior responsabilidade
social e assertividade (e.g., Bennett & Hay, 2007; Faria, 2008). Cabe ressaltar que as
através da manifestação coerente de afetos, desejos, crenças e/ou atitudes (Elliott & Busse,
1991; Gresham, 1986). A sua aquisição congruente parece revelar-se importante, uma vez
que a interação e a aceitação social estabelecem uma necessidade básica da espécie humana.
Nesta medida, o estudo da dinâmica familiar e processos inerentes à vinculação e aos estilos
conhecimento mais profundo das vivencias emocionais e riscos inerentes aos adolescentes.
Desta feita, são vários os autores que sugerem a adolescência enquanto uma etapa
instabilidade emocional que se pode associar a uma maior vulnerabilidade face ao risco (e.g.,
severidade e heterogeneidade crescente (e.g., Araújo, Vieira, & Coutinho, 2010). Assim, a
ideação suicida definindo-se pela presença de ideias e planos sobre o término da própria vida,
como tentativa de alívio de uma angústia mediante o atentado ao próprio corpo, constitui um
pessoas por ano, a nível mundial. Os relatórios mais recentes da Sociedade Portuguesa de
significativamente tendo praticamente duplicado do ano de 2000 para 2011 (9.6 por 100.000
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habitantes). A expressividade destes dados é preocupante mas agudiza-se, ainda mais pelo
sociocultural que lhe é associado. Desta feita, urge a necessidade da implementação de novos
analisar o papel das relações de vinculação, dos estilos parentais e das competências sociais
estudo pretende analisar o efeito dos estilos parentais na ideação suicida controlando o papel
mediador da qualidade da vinculação aos pais. O segundo estudo, por sua vez, pretende testar
o papel protetor das competências sociais e da vinculação aos pais na ideação suicida, sendo
ainda controladas variáveis pessoais dos jovens como o sexo e a idade. Sob um ponto de vista
estilos parentais enquanto fontes de proteção face à ideação suicida dos adolescentes. Neste
ainda, que o protocolo de avaliação que foi construído para a elaboração dos estudos
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Estudo empírico I
pais
to parents
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Resumo
situações de maior vulnerabilidade face ao risco. O presente estudo procura analisar o papel
testar o papel mediador da vinculação aos pais na associação entre o estilo parental
democrático e a ideação suicida. A amostra foi constituída por 604 indivíduos, com idades
entre os 15 e os 18 anos de idade. Para a recolha dos dados, recorreu-se ao Styles &
Questionário de Ideação Suicida. Os resultados apontam para uma predição negativa dos
vinculação aos pais na associação entre o estilo parental democrático e a ideação suicida. Os
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Abstract
According to the World Health Organization suicide affects about one million people
a year establishing the second cause of death in adolescence. Although the nature / dynamics
of the relationship between parents and children has modifications during adolescence, the
styles, may be protective factors for adolescents in situations of higher vulnerability to risk.
This study seeks to analyze the role of parenting styles in the development of suicidal
ideation in adolescents as well as test the mediational role of attachment to parents in the
association between democratic parenting style and suicidal ideation. The sample consisted of
604 individuals, aged between 15 and 18 years old. For data collection, we used the Styles &
parenting style relatively to suicidal ideation, confirming the mediator role of attachment to
parents in the association between democratic parenting style and suicidal ideation. The
results will be analyzed according to the attachment theory considering the importance of
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Papel das relações primordiais no desenvolvimento infanto-juvenil
maturação emocional, a partir da qual emerge um sentido interno de segurança pessoal que
predispõe e capacita a criança para a exploração de si, dos outros e do mundo, num clima de
segurança. Assim sendo, o laço emocional que se estabelece na díade cuidador-criança detém
uma função de sobrevivência e proteção, de tal modo que a qualidade desse vínculo pode
inseguras, realçando que as mesmas podem predizer a qualidade das relações interpessoais
desenvolvidas pelo indivíduo no decurso da sua vida. A evidência empírica sugere que uma
criança que mantém uma ligação segura com as suas figuras de referência sente-se valorizada
desenvolvimento psicoafetivo mais equilibrado. Por sua vez, uma criança com uma ligação
pautada pela ansiedade de separação e a inibição tende a avaliar o mundo como um local
perigoso pela carência de proteção, conforto e apoio emocional, tornando-se mais vulnerável
face ao risco (e.g., Meier, Carr, Currier, & Neimeyer, 2013; Wedekind et al., 2013).
desenvolvimento da criança ser pautado pela disposição para criar laços emocionais, a
natureza e dinâmica de tais ligações afetivas depende do ambiente parental a que a criança se
encontra exposta. Desta forma, Roelofs, Meesters, Huurne, Bamelis, e Muris (2006)
acrescentam que a qualidade dos estilos parentais implementados na infância pode contribuir
filhos – tom de voz e linguagem corporal – e, também, as práticas parentais (Baumrind, 1991;
1996). Denote-se que estas últimas encerram estratégias específicas com o propósito de
Contrariamente, o estilo parental utilizado veicula uma disposição afetiva face à criança que
reflete o sentimento dos pais para com aos filhos. Desta forma, pode contribuir para a
No decurso dos anos 60, Baumrind (1991) desenvolveu uma abordagem tipológica
que integra três estilos parentais: o democrático que é definido como o mais equilibrado, e o
enquanto que o estilo autoritário se define pela obediência, ordem, autoridade, ausência de
as crianças são livres de tomarem as suas próprias decisões crescendo com a ausência de uma
base segura de apoio e suporte que as direcione quando necessário (e.g., Baumrind, 1991;
1996).
detêm maior capacidade para suportar vivências e sentimentos negativos (e.g., Morris, Silk,
Steinberg, Myers, & Robinson, 2007; Silva, Morgado, & Maroco, 2012) enquanto que os
condições clínicas como depressão, que se podem associar a condutas autodestrutivas (e.g.,
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Fotti, Katz, Affi, Candidate, & Cox, 2006; Lizardi et al., 2011). Importa, contudo, realçar que
esta última situação não é linear, tornando-se mais frequente mediante a carência de afeto e a
presença de um vínculo inseguro com as figuras significativas (Simões, 2011). Pelo exposto,
depreende-se que o estudo dos processos inerentes à vinculação parental, assim como, aos
estilos parentais pode ser relevante no que concerne à compreensão das condutas
Papel da vinculação aos pais na associação entre os estilos parentais e a ideação suicida
na adolescência
paradigmas infantis (desidealização das figuras parentais) que são inevitáveis ao próprio
demarcada por alterações biológicas e ambientais perante as quais o indivíduo enfrenta uma
certa instabilidade psíquica que o pode tornar mais vulnerável. Alguns adolescentes são
nomeadamente ideação suicida, como meio de suprimir a intensidade dos seus conflitos
psíquicos. Denote-se que ideação suicida pode ser definida pelo polo de “menor severidade”
e\ou desejos, dados a conhecer pela pessoa, quanto ao término da sua vida.
violência autodirigida se torna mais evidente constituindo, mesmo, a segunda causa de morte
nesta faixa etária a nível mundial. Para Marcelli e Braconnier (1989) a ideação suicida, na
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adolescência surge não raras vezes, como uma forma de “fuga para a frente” no sentido de
“escape”, mediante o atentado ao próprio corpo, de uma situação sentida como insuportável.
ligações inseguras no seio familiar evidenciam níveis mais elevados de ideação suicida (e.g.,
DiFilippo & Overholser, 2000). Os autores referem que a instabilidade patente na fase inicial
despoletar uma desadaptação psicossocial que, por sua vez, aumenta o risco de patologia que
Nesta medida, salienta-se que a teoria da vinculação tem sido proposta como um
significativas com outras variáveis que possam produzir uma maior vulnerabilidade face ao
risco de ideações suicidas (Adam, 1994). De acordo com Bowlby (1988) a segurança no seio
o indivíduo constrói uma imagem positiva de si e dos outros. Por seu turno, os indivíduos que
conceção de si como não merecedor de amor e dos outros como pouco competentes e
sensíveis para suprimir as suas necessidades. Face a isto, poderão autocompreender-se como
deficiente, o que pode diminuir a sua capacidade de utilizar habilidades eficazes de gestão
dos conflitos (e.g., Brás & Cruz, 2008; Gonçalves, Freitas, & Sequeira, 2011).
Apesar disto, DiFilippo e Overholser (2000) realçam que a convivência com alguns
fatores de proteção pode direcionar o desenvolvimento do indivíduo para uma trajetória mais
resiliente. Neste sentido, Jakobsen, Horwood, e Fergusson (2012) destacam que embora a
natureza da relação entre pais e filhos seja redefinida na adolescência, a qualidade da ligação
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afetiva às figuras parentais nesse período constitui um importante fator protetor face às
psicoafetivo pautado pela ausência de problemas significativos (e.g., Doyle, Lawford, &
Objetivos e hipóteses
O presente estudo tem como principal objetivo analisar o papel dos estilos parentais e da
vinculação aos pais. Objetiva-se, igualmente, analisar as diferenças dos estilos parentais, da
fim, pretende-se analisar em que medida a qualidade da vinculação aos pais pode exercer um
Espera-se, também, que os estilos parentais, a vinculação aos pais e a ideação suicida
apresentem diferenças significativas face à idade e sexo. Aguarda-se, ainda, que os estilos
permissivo predigam positivamente a ideação suicida. Por último, espera-se que a vinculação
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aos pais exerça um papel mediador na associação entre o estilo parental democrático e a
ideação suicida.
Método
Participantes
entre os 15 e os 18 anos (M = 15.99, DP = 0.97), dos quais 274 (45.4%) são do sexo
masculino e 330 (54.6%) são do sexo feminino. No que se refere ao ano de escolaridade, 224
(37.1%) adolescentes frequenta o 10º ano, 255 (42.2%) o 11º ano, 110 (18.2%) o 12º ano,
43.59, DP = 5.25).
Instrumentos
que permitiu obter informações relativas à idade, sexo e escolaridade dos participantes e,
Costa (2001) foi utilizado para a avaliar as representações da vinculação que os adolescentes
têm face às figuras parentais. Este questionário na sua forma revista é composto por 30
questões distribuídas por três dimensões: a Qualidade do laço emocional (QLE, 10 itens) –
“Tenho confiança que a minha relação com os meus pais se vai manter no tempo” –; a
Ansiedade de separação (AS, 10 itens) – “É fundamental para mim que os meus pais
itens) – “Os meus pais estão sempre a interferir em assuntos que só têm a ver comigo”. Para
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cada item, existem seis opções de resposta realizadas para o pai e mãe separadamente,
apresentadas numa escala tipo Likert que varia entre 1 (Discordo Totalmente) e 6 (Concordo
.83 para o pai e .77 para a mãe, relativamente à totalidade do instrumento. No que concerne
às dimensões analisadas verificaram-se os valores de alpha: IEI = .79 / .79, QLE = .93 / .88,
(SRMR = .07 / .05, CFI = .97 / .97, RMSEA = .07 / .07, χ2 (21) = 140.57, p = .001 / χ2 (24) =
90.04, p = .001) quer na sua versão para o pai e para a mãe respetivamente.
população portuguesa por Nunes e Mota (2013) a partir da versão original de Robinson,
Mandleco, Olsen, e Hart (1996) foi utilizado com o objetivo de avaliar a perceção que os
adolescentes apresentam perante os estilos parentais das figuras cuidadoras. Trata-se de uma
escala de autorrelato composta por um total de 32 itens que estabelecem uma versão para a
“Pai” e outra para o “Mãe” nas quais as respostas se apresentam numa escala tipo Likert que
apresenta-se segundo três dimensões, na medida em que avalia os estilos parentais propostos
coerção física, hostilidade verbal e punição; e o Estilo Permissivo (EP) é constituído apenas
por uma subescala, a indulgência. Ainda que esta seja a organização basilar do instrumento,
numa só, pelo que sob o ponto de vista semântico e estrutural obtiveram-se índices de
ajustamento mais adequados. Destaca-se, ainda, que através das análises confirmatórias de 1ª
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ordem, se constatou que a dimensão hostilidade verbal não se encontra ajustada face ao
construto originalmente estabelecido pelo autor, pelo que, se optou por não analisar esta
uma com 5 itens, sendo elas: Apoio e afeto “Os meus pais são sensíveis aos meus sentimentos
e necessidades”; Regulação “Os meus pais realçam os motivos das regras que
conta os meus desejos antes de me pedirem que faça algo”. Relativamente ao Estilo
Autoritário apenas foi analisada uma dimensão constituída por 8 itens, a Coerção física e
punição “Os meus pais castigam-me fisicamente como forma de me disciplinar”, enquanto
que no Estilo Permissivo foi analisada a dimensão da Indulgência que é constituída por 5
itens “Os meus pais cedem quando faço birra”. A análise de consistência interna demonstrou
valores de alpha de Cronbach de .86 para o pai e .81 para a mãe relativamente à totalidade do
seguintes valores de alpha Cronbach: ED apoio e afecto = .85 / .82, ED regulação = .82 / .77,
punição = .77 / .08, EP indulgência = .65/ .65, para o pai e para a mãe respetivamente. Por
(SRMR = .07 / .07, CFI = .95 / .92, RMSEA = .07 / .08, / χ2(80) = 308.29, p = .001, χ2 (79) =
384.37, p = .001 / χ2(80) = 308.29, p = .001) para o pai e para a mãe respetivamente.
Suicide Ideation Questionnaire, desenvolvido por Reynolds (1988) foi utilizado para avaliar a
constituído por 30 itens – “Pensei que seria melhor não estar vivo” –, cujas respostas são
apresentadas numa escala tipo Likert que oscila entre 1 (Nunca) e 7 (Sempre). Os estudos
os modelos (SRMR = .03, CFI = .95, RMSEA = .02, χ2 (35) = 445.22, p = .001).
Procedimento
Secundário da região norte de Portugal. Cabe ressaltar que, em cada instituição, foi realizada
uma reunião com os Diretores do Conselho Executivo, a quem foram solicitadas as devidas
de forma sucinta, realizou uma série de instruções standard onde foram explicitados os
Novembro e Dezembro de 2013, em 4 escolas secundárias nas turmas do 10º ao 12º ano, bem
como de forma aleatória na população em geral da região norte do país. De realçar, ainda,
que foi realizada uma reflexão falada com adolescentes entre os 15 e 18 anos de idade, que
medições foi realizado num único momento do tempo não existindo, portanto, um
seguimento temporal dos indivíduos. O método de estudo baseia-se, ainda, num paradigma
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ético e deontológico onde as questões de privacidade, confidencialidade e anonimato foram
asseguradas (Freixo, 2011). O tratamento dos dados foi realizado com o programa estatístico
SPSS – Statistical Package for Social Sciences –, na sua versão 20.0 para o sistema Windows.
estatísticas que fornecem informação acerca da distribuição dos dados: teste de Kolmogorov-
paramétricos. Na sequência dos objetivos propostos foram levadas a cabo análises de acordo
com modelos de equações estruturais (SEM, recorrendo ao programa EQS 6.1.). Foi testada a
estrutura original dos instrumentos utilizados, de acordo com os modelos teóricos propostos,
análises estatísticas nas quais foram considerados valores de significância de p < .05 para a
padrão das variáveis em estudo, assim como a análises de variância multivariada. Testou-se,
ainda, a presença de um efeito mediador da variável vinculação aos pais na associação entre
as variáveis estilo parental democrático e ideação suicida, através do Teste de Sobel. O Teste
dependente, assim como, o contributo da variável mediadora na relação inicial. Por outras
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Resultados
.31, p < .001) (r = -.25, p < .001) e uma correlação positiva e significativa de magnitude
moderada com a inibição da exploração e individualidade (r = .26, p < .001) (r = .28, p <
magnitude entre fraca a moderada com o apoio e afeto, regulação e cedência de autonomia
e participação democrática (r = -.09, até r = -.27) face ao pai e à mãe. A ideação suicida
com a coerção física e punição e a indulgência (r = .11, até r = .28) face ao pai e mãe.
pai e as dimensões dos estilos parentais adotados pelo pai, os resultados apontam para a
democrática (r = .58, até r = .66) e no sentido negativo com magnitude fraca com a coerção
física e punição (r = -.19, p < .001). Por sua vez, a dimensão ansiedade de separação ao pai
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apresenta correlações significativas no sentido positivo e de magnitude entre fraca a
magnitude entre fraca a moderada com o apoio e afeto, a regulação e com a cedência de
e as dimensões dos estilos parentais adotados pela figura materna, os resultados apontam,
democrática (r = .46, até r = .65) e no sentido negativo e de magnitude fraca com a coerção
física e punição e indulgência (r = -.12, até r = -.27). Por sua vez, a dimensão ansiedade de
entre fraca a moderada no sentido negativo com o apoio e afeto, a regulação e com a
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Tabela 1.
Correlação entre variáveis, média e desvio-padrão (N=604)
Variáveis 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
Estilos parentais: Pai
1. Apoio e afeto -
2. Regulação .72** -
15. Qualidade do laço emocional .52** .43** .48** -.20** -.12** .65** .46** .58** -.27** -.12** -.38** .62** .44 -.42** -
Ideação Suicida -.27** -.27** -.27** .23** .11** -.21** -.091* -.22** .28** .18** .26** -.31** -.06 .28** -.25** -.03 -
M 3.51 3.38 3.39 1.63 2.01 3.82 3.55 3.53 1.71 2.15 2.94 5.21 3.98 5.41 4.11 5.41 1.80
DP 1.04 .97 .976 .59 .75 .92 .89 .90 .67 .79 .90 .92 .92 .67 .87 .67 1.05
* p < .05 ; ** p < .01
Variância da vinculação aos pais, dos estilos parentais e da ideação suicida em função
No que respeita à idade foram estabelecidos dois grupos (dos 15 aos 16 anos; e dos
17 aos 18 anos) para se proceder às análises diferenciais, sendo que os resultados indicam a
570) = .52, p = .840, ƞ2 = .23 e à mãe F(1, 580) = .56, p = .644, ƞ2 = .17. As análises
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multivariadas apontam, também, para a ausência de diferenças estatisticamente significativas
da idade face aos estilos parentais quer seja a nível do pai F(5, 567) = .87, p = .502, ƞ2 = .31
quer seja a nível da mãe F(5, 583) = 1.60, p = .157, ƞ2 = .56. Resultados similares foram
paterna F(3, 570) = 11.68, p = .054, ƞ2 = .99, e para a presença de diferenças estatisticamente
significativas com na qualidade da vinculação com a figura materna F(3, 580) = 10.94, p =.001,
ƞ2 = .99. A partir das análises univariadas foi possível verificar que esta diferenciação ocorre
na escala da ansiedade de separação face à mãe F(1, 421) = 23.38, p = .001, η2 = .99, na qual o
sexo feminino evidencia níveis mais elevados comparativamente com o sexo masculino.
estatisticamente significativas do sexo face ao estilo parental do pai F(3, 570) = 11.68, p =
.001, η2 = .99 e da mãe F(5, 583) = 5.79, p = .001, η2 = .99. As análises univariadas, indicam
que as diferenças ocorrem nas escalas regulação F(1, 571) = 10.27, p = .002, η2 = .83, cedência
de autonomia e participação democrática F(1, 571) = 4.40, p = .036, η2 = .55, coerção física
e punição F(1, 571) = 17.31, p = .001, η2=.99 e indulgência F(1, 571) = 5.46, p = .020, η2 = .65
face ao pai, nas quais o sexo masculino evidencia uma perceção mais elevada de regulação,
observar diferenças nas escalas regulação F(1, 468) = 4.43, p = .036, η2 = .56 e coerção física e
punição F(1, 259) = 2.68, p = .014, η2 = .69 no que se refere à figura materna, sendo o sexo
masculino quem apresenta uma perceção mais elevada de regulação e coerção física e
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Relativamente às análises diferenciais da ideação suicida face à variável sexo, os
= .001, η2 = .90, sendo o sexo feminino a evidenciar níveis mais elevados de ideação suicida
Tabela 2. Análise diferencial da vinculação aos pais, estilos parentais e ideação suicida em função do
sexo.
Direção das
Sexo M±DP IC95%
diferenças
Vinculação à mãe
1 – Feminino 4.28±.05 [4.18, 4.37]
Ansiedade de separação 1>2
2 – Masculino 3.93±.05 [3.82, 4.03]
Estilos parentais pai
1 – Feminino 3.26±.06 [3.15, 3.37]
Regulação 1<2
2 – Masculino 3.52±.06 [3.41, 3.64]
Cedência de autonomia e 1 – Feminino 3.32±.06 [3.21, 3.43]
1<2
participação democrática 2 – Masculino 3.49±.06 [3.37, 3.61]
1 – Feminino 1.53±.03 [1.47, 1.60]
Coerção física e punição 1<2
2 – Masculino 1.73±.04 [1.66, 1.80]
1 – Feminino 1.95±.04 [1.86, 2.03]
Indulgência 1<2
2 – Masculino 2.10±.05 [2.00, 1.19]
Estilos parentais mãe
1 – Feminino 3.48±.05 [3.38, 3.58]
Regulação 1<2
2 – Masculino 3.63±.06 [3.53, 3.74]
1 – Feminino 1.66±.04 [1.58, 1.72]
Coerção física e punição 1<2
2 – Masculino 1.79±.04 [1.71, 1.87]
1 – Feminino 1.93±.06 [1.81, 2.04]
Ideação suicida 1>2
2 – Masculino 1.65±.06 [1.53, 1.77]
aos pais
relativamente à figura paterna (β = -.29). A análise do papel mediador da vinculação aos pais
foi realizada tendo em conta todas as dimensões que definem o estilo parental democrático
quer da vinculação aos pais (qualidade do laço emocional, ansiedade de separação e inibição
23
Foi calculado o efeito mediador da variável qualidade da vinculação aos pais com
pai (β = .79), assim como se observa um efeito negativo da vinculação ao pai na ideação
passo do teste de Sobel, observa-se que o efeito direto inicial do estilo parental democrático
da figura paterna sobre a ideação suicida (β = -.29) perde significância (β = -.01) denotando-
se assim uma mediação total da vinculação ao pai (Sobel test z = -7.11, SE = .08 , p = .001, β
= -.19 (Tabela 3). No que respeita aos índices de ajustamento do modelo final, estes
encontram-se adequados (χ2(23) = 121.29, p = .001, Ratio = 5.27, CFI = .98, SRMR = .06,
Tabela 3.
Passos do teste de Sobel do modelo de mediação
Passos do Teste de Sobel B SE β P
Estilo parental e vinculação da figura paterna
1º Passo – Estilo democrático – Ideação suicida -.27 .04 -.29 p<.001
2º Passo – Estilo democrático – Vinculação ao pai .73 .03 .79 p<.001
3º Passo – Vinculação ao pai – Ideação suicida -.29 .04 .31 p<.001
4º Passo – Estilos democrático – Vinculação ao pai –
-.17 .08 -.19 p<.001
Ideação suicida – Efeito de Mediação
Z = -7.11, SE = .08, p < .001, β = -.19
24
Qualidade do Inibição da exploração Ansiedade de
laço emocional da individualidade separação
-0.44* -
0.90 * 0 0.55* 0
0.44*
.90* .55*
Vinculação ao pai
-.19*
0 -0.23* -
Apoio e afeto * 0.84* Ideação suicida 1
0.93
* 0
.93* 0.23* 0.92
* Estilo
0.81 Ideação *
Regulação democrático -.01 0.95
.92* Ideação
0 suicida 2
Pai Suicida
0.87* .95*
0.93* 0.87*
Cedência de 0 Ideação suicida 3
autonomia e .
participação .87* *
democrática Efeito da mediação -.19 (χ2(23) = 121.29, p = .001;
Figura1. Modelo representativo do efeito mediador da vinculação ao pai na associação entre o estilo
democrático adotado pela figura paterna e a ideação suicida.
sobre a ideação suicida (β = -.23). Constatou-se ainda que ao estilo parental da figura
materna prediz positivamente a vinculação à mãe (β = .79), assim como se observa um efeito
vinculação à figura materna na equação final, constata-se que o efeito direto inicial do estilo
denotando-se, tal como para o pai, uma mediação total (Sobel test z = -7.04, SE = .09, p =
.001, β = -.17 (Tabela 4). Os índices de ajustamento encontram-se adequados (χ2(23)= 103.32,
p = .001, Ratio = 4.49, CFI = .98, SRMR = .06, RMSEA = .08) (Figura 2).
25
Tabela 4.
Passos do teste se Sobel para o modelo de mediação.
Passos do Teste de Sobel B SE β P
Estilo democrático e vinculação da figura materna
1º Passo – Estilo democrático – Ideação suicida -.25 .05 -.23 p<.001
2º Passo – Estilo democrático – Vinculação à mãe .60 .03 .79 p<.001
3º Passo – Vinculação à mãe – Ideação suicida -.30 .05 ..24 p<.001
4º Passo – Estilo democrático – Vinculação à mãe
-.17 .09 .-.17 p<.001
– Ideação suicida – Efeito de Mediação
Z = -7.04, SE = .09, p < .001, β = -.17
-0.51* -
0.89 *
0 0.62* 0
Figura 2. Modelo representativo do efeito mediador da vinculação à mãe na associação entre o estilo
democrático adotado pela figura materna e a ideação suicida.
Discussão
O presente estudo assumiu como principal objetivo testar o papel dos estilos parentais
mediador da vinculação aos pais na associação entre o estilo democrático e a ideação suicida.
Os resultados alcançados apontaram que a qualidade do laço emocional aos pais se associa
a ideação suicida. Deste modo parece que adoção de condutas democráticas no seio familiar
condutas pautadas pela rigidez e punição e fraca responsividade afetiva parece associar-se ao
compreende que os indivíduos que mantêm laços emocionais com as figuras parentais
pautados pela rigidez e carência afetiva edificam um modelo dos outros como seres
omnipotentes, o que se expressa na sua necessidade de aceitação e aprovação por parte dos
(Adam, 1994). Estes resultados validam assunções empíricas prévias que sugerem que o
2011) e que filhos de pais autoritários e indulgentes revelam uma maior predisposição a
ideação suicida (e.g., Iglesias & Romero, 2009). O estudo de Brás e Cruz (2008) sugere que a
significativas da idade na vinculação aos pais. Deste modo, sugere-se que a ligação afetiva
adolescência apesar da crescente importância que o grupo de pares assume para o indivíduo
27
nesta fase da vida. De acordo com Fleming (2005) a estabilidade observada na vinculação aos
pais pode ser explicada pelo facto de esta não ser redefinida nem reestruturada durante a
adolescência, mas antes por se manifestar e expressar de uma forma distinta. Estes resultados
corroboram a investigação longitudinal desenvolvida por Doyle et al. (2009) que apurou uma
variabilidades significativas face à idade. Estes resultados são escassos na literatura, pelo que
se considera que a homogeneidade das experiências tidas pelos adolescentes pode ter
contribuído para uma perceção mais equitativa acerca dos estilos parentais. Segundo a
literatura, os jovens na fase inicial da adolescência tendem a sentir um suporte e apoio afetivo
mais consistente por parte das figuras parentais (e.g., Meeus, Iedema, Maassen, & Engels,
2005). Assim seria de esperar que o aumento da idade contribuísse para a perceção de menor
apoio afetivo a nível parental. Porém, também é sabido que a adolescência é caracterizada por
inúmeras aquisições, perante as quais o indivíduo vai desenvolvendo uma maior maturidade
cognitiva e emocional e redefinindo a importância das relações com os pais e com os pares,
(Marcelli & Braconnier, 1989). Apesar disto, Azevedo (2012) na sua investigação com uma
amostra de 136 adolescentes, também, verificou que a perceção que os adolescentes têm face
idade. Tal como comentado anteriormente, julga-se que os dados encontrados, no presente
estudo, podem ser explicados pela proximidade etária existente entre os grupos e,
pessoal. Assim, para este autor a fase inicial da adolescência constitui um período de maior
evidência empírica que sugere que os adolescentes mais jovens evidenciam índices superiores
vinculação aos pais, sendo o sexo feminino a evidenciar níveis mais elevados de ansiedade
de separação face à mãe comparativamente com o sexo masculino. Desta feita, sugere-se que
adolescência se caracterizam por inúmeras descontinuidades, facto que pode fomentar índices
variabilidade apenas face à figura materna pode ser justificada pelo facto de a interação com
dos papéis parentais, existe a tendência de se preferir uma figura principal na procura de
segurança e conforto, na qual a mãe assume primazia (e.g., Monteiro, Veríssimo, Vaughn,
Santos, & Fernandes, 2008). Conclusões similares são descritas no estudo de Matos e Costa
(2006) que apurou numa amostra de 82 adolescentes que o sexo feminino denotava índices
companheirismo e interação lúdica mantida com o grupo de pares (e.g., Mayseless, 2005).
função do sexo, nos quais o sexo masculino apresentou uma perceção mais elevada de
Desta forma, sugere-se que o sexo masculino perceciona um menor investimento parental
quando comparado com o sexo feminino. De acordo com Muris, Meesters, Merckelbach, e
29
Hülsenbeck (2000) na adolescência o sexo masculino tende a ser menos sensível ao estilo
parental do que o sexo feminino, uma vez que este último detém um formato de socialização
pautado, principalmente pelos aspetos da dinâmica relacional, o que poderá fomentar uma
maior perceção dos estilos parentais. Alguns estudos, por sua vez, apuraram que o sexo
masculino se mostra mais suscetível à influência parental e, assim, mais atento aos estilos
parentais (e.g., Hutz & Bardagir, 2006) enquanto que outras investigações sugerem a
aos estilos parentais (e.g., Costa, Teixeira, & Gomes, 2000). Atendendo a esta controvérsia
forma mais consistente para a perceção que os mesmos têm acerca dos estilos parentais do
função do sexo, nas quais o sexo feminino, comparativamente com o sexo masculino,
evidencia maiores níveis de ideação suicida. Discutindo este resultado, julga-se que o sexo
feminino evidencia uma estrutura psíquica mais vulnerável face ao risco evidenciando um
(1989) que apontam o sexo feminino como mais suscetível a desenvolver problemas de
vivência pautada pelo vazio afetivo, desvalorização pessoal, desesperança face ao futuro e
término da própria vida. Conclusões similares são descritas em diversos estudos, nos quais o
sexo feminino tende a manifestar mais ideação suicida, enquanto que o sexo masculino
evidencia uma maior propensão para o suicídio consumado (e.g., Borges & Werlang, 2006).
30
Por último, e de encontro aos objetivos propostos, os resultados sugerem a
no presente estudo, o seu papel mediador na associação entre o estilo parental democrático
pelo que a predição dos estilos parentais face à ideação suicida é realizada através da
vinculação aos pais. Estes resultados parecem fornecer uma importante evidência empírica,
na medida em que os adolescentes que percecionam não ser educados dentro de um estilo
parental democrático, mas que consideram manter uma relação segura com as figuras
parentais, são capazes de ativar estratégias de resolução mais adaptativas não equacionando a
possibilita uma representação interna mais positiva de si como merecedora de amor, conforto
e apoio afetivo e dos outros como responsivos e capazes de lhe prestar auxílio, fomentando
uma maior capacidade de adaptação face ao risco. Neste sentido, julga-se que a capacidade
psicológico e para a compreensão da ideação suicida que parece suceder da rutura indesejada
que a presença de uma base segura, percebida pelo adolescente, predispõem o indivíduo a
solicitar auxílio de forma mais consistente não equacionando condutas desajustadas face às
dificuldades (Bowlby, 1969). Por sua vez, Jakobsen et al. (2012) sugerem que o
aceitação, segurança e confiança que contribuem para uma adequada maturação emocional,
integração social e autonomia pessoal. Esta questão parece ser consistente com os dados
31
alcançados no presente estudo, visto que a vinculação aos pais constitui um fator protetor
pautadas pelo apoio e afeto e pela regulação e controlo adequados como um fator
Ainda consistentemente com os resultados obtidos, Brás e Cruz (2008) apuraram que
a vinculação aos pais exerce um papel mediador na associação entre acontecimentos de vida
pais como veículo para a ativação de estratégias mais adaptativas pautadas pela ausência de
ideação suicida.
concretização do presente estudo, assim como, elencar algumas limitações e pistas futuras.
Desta forma, pode realçar-se que o presente estudo permitiu conhecer as repercussões
aguarda-se que os resultados obtidos e as conclusões formuladas possam contribuir para uma
parentais de forma a completar a análise quantitativa e a perspetiva dos jovens, assim como
33
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38
Estudo empírico II
Papel protetor da vinculação aos pais e das competências sociais na ideação suicida de
adolescentes
Protective role of the attachment to parents and social skills in suicidal ideation
in adolescents
39
40
Resumo
essencial sob o ponto de vista do desenvolvimento afetivo dos jovens, podendo contribuir
para a aquisição de competências sociais necessárias para que os indivíduos sejam capazes de
ideação suicida. A amostra foi constituída por 604 indivíduos, com idades entre os 15 e os 18
anos de idade. Para a recolha dos dados, recorreu-se ao Questionário de Vinculação ao Pai e
assertividade face à ideação suicida, assim como, para a predição positiva da inibição da
forma como os jovens desenvolvem competências sociais e estão mais capazes de resolver e
41
Abstract
The quality of the emotional bond established between parents and children is an
essential factor from the point of view of the emotional development of young people,
contributing to the acquisition of social skills necessary for individuals to be able to face and
transition implies important biopsychosocial changes. Faced with these changes some teens
they become more vulnerable through the lack of resources evidencing simultaneously a
higher risk of suicidal ideation. The sample comprised 604 individuals, aged between 15 and
18 years old. For data collection, we resorted to the Questionnaire Attachment to the Father
and Mother, the Social Skills Questionnaire and the Suicidal Ideation Questionnaire. The
results suggest a negative prediction of the quality of emotional attachment to the father and
assertiveness in relation to suicidal ideation, as well as for the positive prediction inhibiting
the exploration of individuality of the mother in respect to suicide ideation. The results will
be discussed based on of attachment theory assuming the relevance of the significant figures
of affection in how young people develop social skills and are more are able to unresolved
42
Vinculação aos pais e competências sociais
(1969) e Bowlby (1969), a espécie humana não detém as competências necessárias para
sobreviver sozinha aquando do seu nascimento. Assim, desde os primeiros tempos de vida, o
das relações interpessoais posteriores (e.g., Bowlby, 1969). Segundo a evidência empírica,
uma criança que mantém um elo emocional forte e intenso com as figuras cuidadoras
desenvolve uma conceção mais favorável de si e dos outros, em função dos cuidados que lhe
são transmitidos (e.g., Meier, Carr, Currier, & Neimeyer, 2013). Como tal, pode evidenciar
uma crescente maturidade emocional e, assim, uma estrutura psíquica mais capaz para
enfrentar às vicissitudes. Contrariamente, uma criança com relações inseguras tende a avaliar
o mundo como um local perigoso mediante a representação de si como incapaz para enfrentar
os problemas, e dos outros como pouco competentes para satisfazer as suas necessidades.
A maioria das investigações, realizadas neste âmbito, sugere que a qualidade do laço
ausência de patologia emocional (e.g., Bosmans, Braet, & Vlierberghe, 2010; Meier et al.,
2013). De acordo com Bennett e Hay (2007) esta situação ocorre pelo contributo que as
43
modelo internos mais positivos, assim como, pela preponderância que as mesmas podem
principal base social da criança podendo contribuir para o desenvolvimento das suas
interações que a criança estabelece com os pais ou cuidadores. Desta feita, as figuras
& Busse, 1991; Gresham, 1986). Como tal compreendem as diferentes classes de
para lidar com as mais variadas situações interpessoais. Desta feita, sugere-se que
interpessoais positivas que, por sua vez, podem atuar como um fator protetor face ao risco
durante adolescência (Gresham, 1986). Alguns estudos realizados neste âmbito sugerem que
vinculação segura, sendo que estes últimos se revelaram mais confiantes, empáticos,
assertivos, sociáveis, cientes das suas capacidades e com mais competências de liderança
44
Face a estes dados, sugere-se que a qualidade da vinculação aos pais pode contribuir
Papel da vinculação aos pais e das competências sociais na ideação suicida dos
adolescentes
psicossocial. Esta fase do desenvolvimento pode, desta forma, ser compreendida como um
diversas situações críticas. Denote-se que tais situações podem constituir “simples” crises
(Macedo, 2010).
estabelecer uma tentativa de resposta aos problemas existenciais característicos desta fase de
vida. Por sua vez, a articulação persistente e continuada de tais cognições afigura a “rutura”
este nível, as cognições suicidas tornam-se patológicas definindo uma tentativa de alívio do
defina apenas pela presença de ideias e/ou desejos de culminar com a própria vida, como
Braconnier, 1989).
encaradas como uma alternativa consistente numa situação de maior stresse e desequilíbrio
emocional (e.g., Borges & Werlang, 2006). Porém, é de salientar que esta solução torna-se
45
mais frequente mediante a presença de relações inseguras com os pais e os pares (Marcelli &
Buzdugan, 2008). O estudo realizado por Lessard e Moretti (1998) com uma amostra de 116
adolescentes com idades entre 10 aos 17 anos sugere que a presença de dificuldades na
estabelece um fator de risco para o comportamento suicida, dado que pode representar
indivíduo vai formulando representações mentais de si e do mundo, a partir das quais passa a
dos outros como sendo suficientemente competentes para satisfazer as suas necessidades
físicas e emocionais. Assim, sugere-se que as relações seguras com as figuras significativas
de afeto estabelecem fatores protetores face às adversidades, pelo que o adolescente poderá
e/ou equacionar os pais como um apoio e suporte consistente (Bowlby, 1988; Holmes, 1993;
sociais pode, também, atuar como um fator protetor na adolescência face ao despoletar de
problemas de externalização e passagens ao ato (e.g., Botvin & Griffin, 2004). Elliott e Busse
(1991) apontam que a aquisição congruente de competências sociais faculta uma maior
aceitação pelos pares e uma melhor qualidade de vida. A investigação desenvolvida por Peter
et al. (2008), com uma amostra de 1032 adolescentes com idades entre os 12 aos 15 anos,
46
indica que os participantes que reportam competências sociais deficitárias apresentam índices
Pelo exposto, sugere-se que a presença de uma base segura e a aquisição congruente
psicológico (Adam, 1994; Borges & Werlang, 2006). Como tal, torna-se premente aprofundar
Objetivos e hipóteses
O presente estudo tem como principal objetivo analisar o papel da vinculação aos pais e
analisar as diferenças da vinculação aos pais, das competências sociais e da ideação suicida
em função das dimensões sociodemográficas da amostra: idade, sexo e idade das figuras
parentais. Pretende-se, ainda, testar a predição da ideação suicida por parte de variáveis como
suicida seja predito negativamente pelas competências sociais e pela vinculação aos pais.
Método
Participantes
entre os 15 e os 18 anos (M = 15.99; DP = 0.97), sendo que 274 (45.4%) são do sexo
masculino e 330 (54.6%) são do sexo feminino. Relativamente à idade das figuras parentais,
Instrumentos
que permitiu obter informações relativas à idade, sexo e idade das figuras parentais.
Costa (2001) foi utilizado para a avaliar as representações da vinculação que os adolescentes
têm face às figuras parentais. Este questionário na sua forma revista é composto por 30
questões distribuídas por três dimensões: a Qualidade do laço emocional (QLE, 10 itens) –
“Tenho confiança que a minha relação com os meus pais se vai manter no tempo” –; a
Ansiedade de separação (AS, 10 itens) – “É fundamental para mim que os meus pais
itens) – “Os meus pais estão sempre a interferir em assuntos que só têm a ver comigo”. Para
cada item, existem seis opções de resposta realizadas para o pai e mãe separadamente,
apresentadas numa escala tipo Likert que varia entre 1 (Discordo Totalmente) e 6 (Concordo
48
Totalmente). A análise de consistência interna demonstrou valores de alpha de Cronbach de
.83 para o pai e .77 para a mãe relativamente à totalidade do instrumento. No que concerne às
várias dimensões analisadas verificaram-se os seguintes valores de alpha: IEI = .79 /.79, QLE
= .93 / .88, AS = .82 / .79, para o pai e mãe respetivamente. As análises fatoriais
modelos (SRMR = .07 / .05, CFI = .97 / .97, RMSEA = .07 /. 07, χ2 (21) = 140.57, p = .001 /
χ2(24) = 90.04, p = .001) quer na sua versão para o pai e para a mãe respetivamente.
O Social Skills Questionnaire (Gresham & Elliott, 1990) traduzido e adaptado para a
população portuguesa por Mota, Matos, e Lemos (2011) foi utilizado para avaliar as
por 39 itens cujas respostas são realizadas de acordo com a frequência do comportamento
avaliada numa escala de três pontos que varia entre “nunca” e “muitas vezes”. Este
facilidade, 9 itens); empatia (Digo coisas agradáveis aos outros quando eles fazem alguma
coisa bem, 10 itens), autocontrolo (Ignoro os outros quando eles me gozam ou insultam, 10
itens); e cooperação (Ouço os adultos quando eles estão a falar comigo, 10 itens), sendo que
na presente investigação apenas foram analisadas as primeiras três dimensões, uma vez que
instrumento. No que concerne a cada dimensão observaram-se valores de alpha de .66 para a
Suicide Ideation Questionnaire, desenvolvido por Reynolds (1991) foi utilizado para avaliar a
escala tipo Likert que oscila entre 1 (Nunca) e 7 (Sempre). Os estudos psicométricos
modelos (SRMR =.03, CFI = .95, RMSEA = .02, χ2(35) = 445.22, p = .001).
Procedimento
Secundário da região norte de Portugal. Cabe ressaltar que, em cada instituição, foi realizada
uma reunião com os Diretores do Conselho Executivo, a quem foram solicitadas as devidas
de forma sucinta, realizou uma série de instruções standard onde foram explicitados os
Novembro e Dezembro de 2013, em 4 escolas secundárias nas turmas do 10º ao 12º ano, bem
como de forma aleatória na população em geral da região norte do país. De realçar, ainda,
que foi realizada uma reflexão falada com adolescentes entre os 15 e 18 anos de idade, que
50
Estratégias de análise de dados
medições foi realizado num único momento do tempo não existindo, portanto, um
seguimento temporal dos indivíduos. O método de estudo baseia-se, ainda, num paradigma
Statistical Package for Social Sciences –, na sua versão 20.0 para o sistema Windows. No
No sentido de responder aos objetivos delineados para esta investigação foi realizado um
conjunto de análises estatísticas nas quais foram considerados valores de significância de p <
.05 para a interpretação dos dados. Destaca-se o recurso a análises correlacionais, médias e
a estrutura original dos instrumentos utilizados, assim como, os seus modelos teóricos
a presença de um efeito preditor entre as variáveis em estudo, sendo que para tal se recorreu
51
Resultados
sociais (r = - .09, até r = -.22) e uma correlação positiva e significativa de magnitude baixa
com a ideação suicida (r = .26, p < .001). Por sua vez, a dimensão qualidade do laço
com as competências sociais (r = .17, até r = .29) e no sentido negativo com a ideação
suicida (r = -.31, p < .001). Relativamente à ansiedade de separação, esta denota uma
negativo e com magnitude baixa com as competências sociais (r = -.08, até r = -.25) e no
sentido positivo com a ideação suicida (r = .28, p < .001). Por seu turno, a dimensão da
magnitude entre baixa a moderada com as competências sociais (r = .16, até r = .34) e no
sentido negativo com a ideação suicida (r = -.25, p < .001). Por último, a dimensão
sentido negativo com magnitude baixa (r = -.05, até r = -.22) (Tabela 1).
Vinculação ao pai
1. Inibição da exploração e individualidade -
2. Qualidade do laço emocional -.35** -
3. Ansiedade de separação -.04 .65** -
Vinculação à mãe
4. Inibição da exploração e individualidade .85** -.33** -04 -
função da idade e sexo dos participantes e idade das respetivas figuras parentais
No que respeita à idade, importa salientar que foram estabelecidos dois grupos (dos
15aos 16 anos; e dos 17 aos 18 anos) para se proceder às análises diferenciais. Os resultados
vinculação à figura paterna F(3, 570) = .52, p = .840, ƞ2 = .23 e à figura materna F(1, 580) = .56, p
= .644, ƞ2 = .17 face à idade. A ausência de diferenças significativas foi, igualmente, apurada
53
relativamente às competências sociais F(3, 581) = 1.59, p = .190, ƞ2 = .42 e à ideação suicida
estatisticamente significativas do sexo face à vinculação com a figura paterna F(3, 570) =
11.68, p =.054, ƞ2 = .99 e a figura materna F(3, 580) = 10.95, p =.001, ƞ2 = .99. A partir das
análises univariadas foi possível verificar que esta diferenciação ocorre na escala da
ansiedade de separação face à figura paterna F(1, 487) = 6.75, p = .010, η2= .73 e à figura
materna F(1, 421) = 23.38, p = .001, η2 = .99, na qual o sexo feminino evidencia níveis mais
sociais F(3, 581) = 70.40, p = .001, η2= .99 face à variável sexo. As análises univariadas,
indicam que tais diferenças ocorrem nas escalas assertividade F(1, 583) = 77.11, p = .001, η2 =
.99 e empatia F(1, 583) = 34.46, p = .001, η2 = .99, nas quais o sexo feminino apresenta valores
mais elevados comparativamente com o sexo masculino, tal como se pode observar na tabela
= .001, η2 = .02, sendo o sexo feminino quem evidencia níveis mais elevados de ideação
Tabela 2. Análise diferencial da vinculação aos pais, competências sociais e ideação suicida em
função do sexo.
Sexo M±DP IC95% Direção das diferenças
Vinculação ao pai
1 –Feminino 4.07±.05 [3.97, 4.17]
Ansiedade de separação 1>2
2 –Masculino 3.87±.06 [3.76, 3.99]
Vinculação à mãe
1 –Feminino 4.28±.05 [4.18, 4.37]
Ansiedade de separação 1>2
2 –Masculino 3.93±.05 [3.82, 4.03]
Competências sociais
1 – Feminino 1.14±.02 [1.11, 1.17]
Assertividade 1>2
2 – Masculino 1.36±.02 [1.32, 1.39]
1 – Feminino 1.69±.02 [1.66, 1.72]
Empatia 1>2
2 – Masculino 1.59±.02 [1.55, 1.64]
1 – Feminino 1.93±.06 [1.81, 2.04]
Ideação Suicida 1>2
2 – Masculino 1.65±.06 [1.53, 1.77]
54
Relativamente à análise das diferenças das variáveis em estudo face à idade da figura
paterna, importa referir que esta variável foi categorizada em dois grupos, nomeadamente
dos 32 aos 45 anos e dos 46 aos 61 anos. Os resultados sugerem a presença de diferenças
estatisticamente significativas face à qualidade da vinculação com a figura paterna F(2. 956) =
2.95, p = .032, η2 = .70. As análises univariadas revelam que esta diferenciação ocorre nas
escalas qualidade do laço emocional F(1, 567) = 5.06, p = .025, η2 = .69 e ansiedade de
separação F(1, 567) = 5.15, p = .024, η2 = .62, sendo os adolescentes cujas figuras paternas tem
emocional e uma maior ansiedade de separação, tal como se pode constatar na tabela 3. Os
exploração da individualidade F(1, 567) = 4.09, p = .044, η2 = .52, na qual os indivíduos cujas
figuras paternas tem idades incluídas entre os 46 e os 61 anos revelam uma maior perceção de
figuras paternas têm idades entre os 32 e os 45 anos. Através das análises multivariadas pode,
idade da figura paterna face às competências sociais F(3, 564) = 1.14, p = .332, η2 = .31 e à
Tabela 3. Análise diferencial da vinculação aos pais, competências sociais e ideação suicida em
função da idade da figura paterna.
Idade grupos_figura paterna Direção das
M±DP IC95%
(27 aos 45; 46 aos 61) diferenças
Vinculação ao pai
1 – 27 aos 45 5.30±05 [5.11, 5.40]
Qualidade do laço emocional 1>2
2 – 46 aos 61 5.13±06 [5.09, 5.23]
1 – 27 aos 45 4.06±.05 [3.95, 4.16]
Ansiedade de Separação 1>2
2 – 46 aos 61 3.88±.06 [3.77, 3.99]
Inibição da exploração da 1 – 27 aos 45 2.86±.05 [2.76, 2.96]
2>1
individualidade 2 – 46 aos 61 3.01±.05 [2.90, 3.11]
referir que, para se proceder à análise, esta variável foi categorizada em dois grupos,
nomeadamente dos 31 aos 45 anos e dos 46 aos 60 anos. Os resultados sugerem a ausência de
55
diferenças estatisticamente significativas face à qualidade da vinculação à figura materna
F(3, 579) = .311, p = .812, η2 = .01, às competências sociais F(3, 578) = .78, p = .504, η2 = .21 e à
Papel preditor da vinculação aos pais e das competências sociais na ideação suicida
realização de análises de regressão múltipla hierárquica, nas quais se utilizou como variável
dependente a ideação suicida. Note-se que na possibilidade de se obter resultados mais fiáveis
analisar qual dos sexos (0- masculino; 1- feminino) e idades (0- 15 aos 16 anos; 1- 17 aos 18
F(1, 532) = 7.41, p = .810, explica 1% da variância total (R2 = .01) e contribuiu individualmente
com 1 % da variância para o modelo (R2change = .01). No que se refere ao bloco 2, a idade
(dummy) contribui significativamente para a variância do modelo F(2, 531) = 3.74, p = .024, e
explica 1% da variância total (R2 = .01) não apresentando um contributo individual para a
significativa F(8, 525) = 12.99, p = .001 e explica 17% da variância total (R2 = .17),
56
apresentando um contributo individual de 11% (R2change = .11). Por último, o bloco 5, a
vinculação à mãe contribui significativamente para o modelo F(11, 522) = 10.24, p =.001 e
explica 18% da variância total (R2 = .18), apresentando um contributo individual de 1% para
dos blocos, constata-se que três apresentam uma contribuição significativa (p < .05) enquanto
preditoras da ideação suicida, cuja sua apresentação será efetuada por ordem de importância:
4).
Discussão
O presente estudo assumiu como principal objetivo testar o papel da vinculação aos
resultados alcançados apontaram que a qualidade do laço emocional aos pais se associa
57
negativamente com a ideação suicida, enquanto que a inibição da exploração e da
a ideação suicida. Por sua vez, ansiedade de separação associa-se positivamente com a
empatia e o autocontrolo. Desta forma, sugere-se que a qualidade do laço emocional com as
sociais e a uma menor predisposição para a ideação suicida, na medida em que, estes fatores
fornecem uma maior segurança ao adolescente para explorar o seu meio social e enfrentar as
Freitas, Del Prette, e Del Prette (2006) que compreendem as figuras cuidadoras como o
modelo social das crianças. Uma criança que mantém relações pautadas pelo suporte e amor
assertividade, empatia e autocontrolo (Parke & Buriel, 2008) e uma menor propensão para a
ideação suicida (DiFillipo & Oversholder, 2000). Segundo a investigação desenvolvida por
Faria (2008) com uma amostra de 331 jovens, os laços emocionais seguros e um adequado
empatia, assertividade, autocontrolo e responsabilidade social. Brás e Cruz (2008), por seu
turno, apuraram que ligações afetivas pautadas pela carência afetiva, desvalorização e
competências sociais propicia uma maior capacidade de expressão emocional por parte do
adolescente, perante a qual este se torna mais capaz de solicitar auxílio face às adversidades,
(e.g., Doyle, Lawford, & Markiewicz, 2009; Mota & Matos, 2010). Estes resultados são
consistentes com o estudo de Peter et al. (2008) que apurou que a presença de competências
significativas na vinculação aos pais face à idade. Desta feita, sugere-se que apesar de a
vinculação aos pais se manifestar de forma distinta na adolescência, a ligação afetiva com as
conclusões são consistentes com a prespetiva de Fleming (2005), que postula que a
vinculação aos pais na adolescência não desaparece nem é redefinida, apenas assume uma
importância distinta para o adolescente pela primazia atribuída ao grupo de pares. Ressalta-
se, ainda, que estes resultados são consistentes com a evidência empírica que indica que a
vinculação aos pais não assume discrepâncias em função da idade ao longo da adolescência
variabilidades significativas face à idade. Estes dados são escassos na literatura pelo que,
julgamos que a proximidade etária existente entre os participantes em estudo contribuiu para
para um nivelamento das competências sociais. De acordo com Cecconello e Koller (2000)
com a avançar da idade os adolescentes vão contactando como novos contextos detendo
59
inúmeras experiencias interpessoais que constituem uma importante fonte de aprendizagem
de competências sociais. Desta forma, seria de esperar diferenças nas competências sociais
em função da idade, na medida em que, os adolescentes mais jovens têm menos experiências
enfrentar e superar os diversos contextos sociais. Estas conceções são consistentes com
estudos prévios que apuraram que os indivíduos na fase final da adolescência denotam
No que diz respeito, à ideação suicida não foram encontradas diferenças em função
condutas evidenciadas pelos adolescentes face aos problemas. Na conceção de Matos (2011)
perdendo a intensidade com o avançar da idade. Como tal, para este autor os adolescentes
mais jovens enfrentam uma maior instabilidade emocional, o que pode contribuir para um
diversos estudos, os adolescentes mais velhos detêm uma maior maturidade afetiva pelas
experiências vividas, evidenciando uma menor propensão para as cognições sobre o término
ao sexo, tendo-se verificado que o sexo feminino evidencia níveis mais elevados de ansiedade
de separação face à mãe, do que o sexo masculino. Desta forma, sugere-se que o sexo
maior propensão para experienciar ansiedade de separação face à mãe. Ao mesmo tempo,
julgamos que a presença de variabilidades apenas face à figura materna resulta do facto desta
60
constituir a principal figura de vinculação. Segundo a literatura a figura materna constitui a
principal referência de vinculação para a criança podendo surgir como a base segura do
adolescente que faculta uma maior segurança na resolução das dificuldades (e.g., Holmes,
ressaltar que os resultados observados vão ao encontro de outras investigações que apuraram
que o sexo feminino evidenciava uma maior ansiedade de separação face à mãe
em função do sexo, nas quais os indivíduos do sexo feminino, quando comparados com os do
adequados socialmente, procurando pautar os seus contactos sociais pela expressão assertiva
dos seus pensamentos, sentimentos e fantasias, assim como, pela compreensão empática do
seu interlocutor. Tal como havíamos comentado anteriormente, o sexo feminino denota uma
2000). As mesmas conclusões são descritas no estudo de Bandeira et al. (2006), que apurou
diferenças nas competências sociais em função do sexo, com primazia para o sexo feminino
função do sexo. Como tal, constatou-se que o sexo feminino evidencia níveis mais elevados
de ideação suicida, do que os indivíduos do sexo oposto. Estes resultados seriam de esperar,
na medida em que o sexo feminino denota uma maior propensão para problemas de
anteriores que apuraram que o sexo feminino evidencia uma maior propensão para
experienciar cognições suicidas no decurso da adolescência (e.g., Borges & Werlang, 2006).
diferenças significativas. Constatou-se que os adolescentes com os pais mais jovens [27;45]
revelam uma maior qualidade do laço emocional e uma maior ansiedade de separação,
enquanto que os jovens com os pais mais velhos [46;65] denotam uma maior inibição da
exploração da individualidade. Desta forma, sugere-se que uma maior proximidade etária
entre o adolescente e a figura paterna pode contribuir para a perceção de uma maior
intenso. Contrariamente, uma elevada discrepância etária na díade pai-filho pode fomentar
divergências ao nível dos valores e perspetivas que, por sua vez, podem favorecer o
questão, julgamos que a existência de uma maior similitude de interesses, desejos, ambições e
empática na interação parental parece ser importante para a qualidade do laço emocional
estabelecido na díade pai-adolescente pelo papel muito próximo que a figura paterna assume
face ao grupo de pares. Estas conceções parecem ir ao encontro da teoria da vinculação que
associada à perceção que o adolescente tem acerca dos cuidados prestados pelo pai
(Ainsworth, 1969; Bowlby, 1969). Apesar disto, realça-se que não foram encontrados estudos
em função da idade da figura materna. Assim, parece que a qualidade da ligação afetiva
62
estabelecida na díade mãe-criança decorre mais da capacidade de esta estabelecer uma base
Ainda que o sentimento de compreensão e aceitação parental possa contribuir para uma
relação mais próxima, o ser humano detém a necessidade de estabelecer ligações de grande
do pai e da mãe parece-nos decorrer do papel distinto que cada um assume na interação
familiar. Denote-se que os participantes do presente estudo são adolescentes pelo que o
associado às tradições e costumes de uma época, na qual a figura materna assumia o papel de
sustentabilidade económica da família. Assim, inerente a esta dinâmica familiar pode estar o
estabelecimento de uma ligação mais próxima e intensa na díade mãe-filho e, portanto mais
contemporânea dos papeis parentais, o ser humano tem a tendência de selecionar uma figura
principal de vinculação, atribuindo uma maior primazia à figura materna neste processo. À
semelhança do referido anteriormente, também para a figura materna não foram encontrados
idade do pai e da mãe. Nesta medida, sugere-se que a qualidade dos cuidados prestados
propriamente a idade dos pais. Ainda que estes dados não sejam reportados pela evidência
63
empírica, julgamos que o contributo da interação com os pais para a execução de um
Por último e de encontro aos objetivos propostos, verificou-se que a ideação suicida é
predita negativamente pela qualidade do laço emocional face ao pai. Nesta medida, parece
que a ligação afetiva estabelecida na díade pai-adolescente estabelece um fator protetor face
de Bowlby (1969) que realça que quando as relações primordiais significativas são
psicológicos. O mesmo autor justifica o seu ponto de vista pelo facto de os vínculos
procura de apoio, conforto e segurança, ingredientes que considera que podem concorrer para
encontro da evidência empírica que sugere a presença de uma associação negativa entre a
qualidade do laço emocional com o pai e o desenvolvimento de ideação suicida (e.g., Brás &
Cruz, 2008).
estabelece um fator protetor face ao risco durante a adolescência. Deste modo, julgamos que
internalização. Estes resultados seriam de esperar, na medida em que a literatura sugere que a
64
presença de competências sociais, que possibilitem relações afetivas assertivas contribui para
uma trajetória desenvolvimental mais resiliente (e.g., Elliott & Busse, 1991; Peter et al.,
2008). De acordo com Marcelli e Braconnier (1989) a expressão emocional deficitária pode
constitui um importante preditor de ideação suicida. Os mesmos autores defendem, assim que
capacidade de análise e resolução dos problemas, considerando-a como uma importante fonte
individualidade face à figura materna prediz positivamente a ideação suicida. Desta feita,
depreende-se que a qualidade da ligação afetiva à mãe assume importância distinta face ao
pautada por cuidados menos responsivos por parte da figura materna parece constituir um
importante preditor face à ideação suicida. Neste sentido, julgamos que as relações pautadas
pela inibição com a figura materna predizem as condutas autodestrutivas mediante o seu
consistentes com a literatura que sugere que a saúde mental se encontra associada a uma
relação íntima, calorosa e duradoura na díade mãe-criança, sugerindo que muitos distúrbios
pela dependência, inibição e ausência de suporte (e.g., Bowlby, 1969). De acordo com
ideação suicida.
uma maior consciencialização, acerca da problemática da ideação suicida, assim como, para a
suicida, que se pode associar ao enviesamento de resultados pela atribuição de respostas por
desejabilidade social. Ressalta-se, também a subjetividade inerente aos resultados, uma vez
que, estes foram recolhidos sob a forma de questionários de autorrelato. A par disto, salienta-
relações de causa-efeito, assim como, estudar uma amostra representativa da população geral.
entrevistas aos adolescentes e às figuras parentais de forma a obter dados mais objetivos e
66
Referências
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Rockhill, C., M., Stoep, A., V., McCauley, E., & Katon, W. (2009). Social competence and
social support as mediators between comorbid depressive and conduct problems and
553.
70
Considerações finais
que alude aos principais resultados alcançados, sendo também, descritas as limitações
futuras.
incluem, como forma de exteriorização de uma angústia psíquica. Deste modo, com a
também, enfatizar o contributo positivo das figuras parentais para a aquisição congruente de
competências sociais que, por sua vez, podem atuar como fontes de proteção face ao risco.
grande medida as hipóteses previamente delineadas. De um modo geral, observou-se que uma
contacto com sentimentos de valorização pessoal, integração social e de confiança nas suas
demonstram uma maior ansiedade de separação face à mãe, comparativamente com o sexo
71
masculino. É de sublinhar que, apesar de o sexo feminino denotar uma maior facilidade ao
nível de uma expressão emocional empática e assertiva, também parecem aduzir uma maior
que seria esperado, patentearam uma maior sensibilidade e atenção face aos estilos parentais
feminino.
Foi também, observado que jovens com pais entre os 27 e os 45 anos apresentam
maior qualidade do laço emocional e uma maior ansiedade de separação, enquanto que os
jovens com os pais mais velhos [46 - 65] denotam uma maior inibição da exploração da
individualidade. Percebe-se que pais mais jovens poderão ter interesses, sonhos e ideais mais
próximos aos do adolescente o que, por sua vez, pode fomentar sentimentos de compreensão,
materna não contribui para a qualidade do laço afetivo desenvolvido entre mãe e filho, pelo
que se considera, que tal ligação tende a ser estável ao longo do desenvolvimento dos jovens.
Ainda que a recente configuração familiar defenda a presença de uma maior similitude das
qualidade da ligação afetiva estabelecida com a figura materna detém uma preponderância
psicoafetivo do adolescente.
decurso da adolescência. Por outro lado, a ligação pautada pela inibição da exploração e da
vez que, prediz positivamente a ideação suicida. Tal como discutido anteriormente, percebe-
72
se que a qualidade da ligação afetiva estabelecida com a mãe assume importância distinta,
verificou-se que uma vivência pautada por uma expressão emocional congruente e assertiva
constitui uma fonte de proteção face à ideação suicida, na medida em que faculta o
positivo para o desenvolvimento de uma ligação segura com as figuras parentais. Constatou-
se, também, que a presença de estilos parentais democráticos e a qualidade do laço emocional
observou-se que os jovens que não percecionam os estilos parentais como sendo
democráticos mas, que ao mesmo tempo, denotam ligações seguras com as figuras parentais
evidenciam uma maior capacidade para gerir as vicissitudes que experienciam de uma forma
mais salutar. Percebe-se, assim, o papel de relevo que a qualidade da vinculação aos pais
medida, considera-se que a qualidade das ligações afetivas estabelecidas com os cuidadores
constitui um fator essencial para uma compreensão mais ampla da ideação suicida.
alcançadas com a concretização dos estudos apresentados, assim como, refletir sobre as suas
limitações de forma a delinear eventuais pistas para investigações futuras. Deste modo,
ressalta-se que ao longo deste trabalho foi possível conhecer o impacto negativo que as
ligações inseguras com os pais e a adoção de condutas parentais não democráticas podem
Pelo exposto, espera-se que as conclusões elencadas possam contribuir para uma
Apesar disto, algumas limitações estão patentes nas investigações apresentadas, que
não deixam de ser próprias do cariz transversal dos estudos. Deste modo, destaca-se a
no risco de resposta por desejabilidade social. Ressalta-se, ainda a recolha de dados mediante
professores e ao grupo de pares, bem como, analisar outras variáveis relacionais como a
qualidade da ligação à fratria, a escolaridade dos participantes e a idade e estado civil das
figuras parentais. Por último poderia ser relevante avaliar o impacto de diferentes estratégias
75
76
Referências gerais
Araújo, L., C., Vieira, K., F., & Coutinho, M., P. (2010). Ideação suicida na adolescência: um
Bennett, K., S., & Hay, D., A. (2007). The role of family in the development of social skills
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77
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Lizardi, D., Grunebaum, M., F., Burke, A., Stanley, B., Mann, J., J., Harkavy-Friedman, J., &
Macedo, M., M., K. (2010). Adolescência e psicanálise. Interseções possíveis. Porto Alegre:
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Alegre: Masson.
Organização Mundial de Saúde (2012). Public health action for the prevention of suicide.
Rockhill, C., M., Stoep, A., V., McCauley, E., Katon, W. (2009). Social competence and
social support as mediators between comorbid depressive and conduct problems and
553.
de 2014.
78
ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS
Tabela 2. Análise diferencial da vinculação aos pais, estilos parentais e ideação suicida em função
do sexo …………………………………………………………………………………………… 23
Tabela 3. Passos do Teste de Sobel para o Modelo de Mediação (Pai) ..………...…..…………. ..24
Tabela 2. Análise diferencial da vinculação aos pais, competências sociais e ideação suicida em
Tabela 3. Análise diferencial da vinculação aos pais, competências sociais e ideação suicida em
79
ANEXOS
ANEXO 1
(QVPM_Pai)
(QVPM_Mãe)
ANEXO 2
ANEXO 3
ANEXO 4
80
ANEXO 1
χ2 (21) = 140.57, p = .001, SRMR = .07, CFI = .97, RMSEA = .07
(QVPM_Pai)
χ2 (24) = 90.04, p = .001, SRMR = .05, CFI = .97, RMSEA = .07
Mãe (QVPM_Mãe)
χ2 (80) = 308.29, p = .001, SRMR = .07, CFI = .95, RMSEA = .07
familiares. Leia atentamente cada uma das frases e assinale com uma cruz (X) as respostas
que melhor exprimem o modo como se sente com cada um dos seus pais. Responda em
colunas separadas para o pai e para a mãe, tendo em conta as seis alternativas que se seguem:
Pai Mãe
1. Os meus pais estão sempre a interferir em assuntos que só
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
têm a ver comigo.
2. Tenho confiança que a minha relação com os meus pais se
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
vai manter no tempo.
3. É fundamental para mim que os meus pais concordem
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
com aquilo que eu penso.
4. Os meus pais impõem a maneira deles de ver as coisas. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
5. Apesar das minhas divergências com os meus pais, eles
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
são únicos para mim.
6. Penso constantemente que não posso viver sem os meus
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
pais.
7. Os meus pais desencorajam-me quando quero
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
experimentar uma coisa nova.
8. Os meus pais conhecem-me bem. 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
9. Só consigo enfrentar situações novas se os meus pais
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
estiverem comigo.
10. Não vale muito a pena discutirmos, porque nem eu nem os
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
meus pais damos o braço a torcer.
11. Confio nos meus pais para me apoiarem em momentos
1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6
difíceis da minha vida.
(Robinson, Mandleco, Olsen, & Hart, 2001; Tradução de Nunes & Mota, 2013)
as
As seguintes afirmações medem com que frequência e de que modo os seus pais
atuam consigo. Leia atentamente cada uma das frases e assinale com uma cruz (X) as
Este questionário descreve muitas coisas que alunos da sua idade podem fazer. Por
favor, leia cada frase e pense em si. Indique com que frequência tem o comportamento
descrito.
Este aluno inicia conversas com os colegas muitas vezes, e iniciar conversas com os colegas é importante para si. Este
aluno mantém a sua mesa de trabalho limpa e arrumada às vezes, mas uma mesa de trabalho limpa e arrumada não é
importante para si.
responda a todas as questões. Se tiveres dúvidas pode perguntar. Não existem respostas certas
nem erradas, apenas interessa o que acha em relação a quantas vezes, faz estas coisas e à
Às Muitas Não é É
Nunca Indispensável
vezes vezes importante importante
com um círculo, a resposta que melhor expressa o seu sentimento nos últimos 6 meses.
Quase
Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Quase sempre Sempre
nunca
1 2 3 4 5 6 7
1. Identificação Pessoal
2. Identificação Familiar
Quase Quase
Nunca Às vezes Frequentemente Sempre
nunca sempre
1. Desiludido 1 2 3 4 5 6
2. Desanimado 1 2 3 4 5 6
3. Triste 1 2 3 4 5 6
4. Sozinho 1 2 3 4 5 6
5. Com medo súbito 1 2 3 4 5 6
6. Nervoso ou tenso 1 2 3 4 5 6
7. Com sentimento de pânico 1 2 3 4 5 6
8. Aflito 1 2 3 4 5 6
4. Relação com os pares
4.3 Na maioria das vezes, prefiro iniciar\manter o contacto com os meus amigos:
Cara a cara
Internet
Telemóvel
Outros ___________________________________
É muito importante
É bastante importante
É razoavelmente importante
É pouco importante
Não é importante
ANEXO 4
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Alto Douro a realizar pela aluna Filipa Nunes com o projeto que se intitula “Vinculação e
estilos parentais: Papel das competências sociais na ideação suicida de adolescentes”, venho
por este meio colocar à consideração de V.a Exa a possibilidade de serem administrados
serão confidenciais e anónimos, não sendo assim necessário proceder à identificação dos
participantes. A recolha e o tratamento dos dados ficarão a cargo da mestranda Filipa Nunes,
que efetuará os contactos com a instituição, necessários a uma boa administração dos
mesmos.
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(Profa. Doutora Catarina Pinheiro Mota)
Responsável pela orientação do mestrado
Vila Real, 2013
Caro(a) jovem
Alto Douro e pretendo realizar o projeto de investigação, com vista à obtenção do grau de
A base de investigação deste projeto tem como objetivo estudar a associação entre a
Esta escola foi selecionada para fazer parte da amostra, por isso pedimos-lhe
da sua família servem apenas para descrever a amostra de adolescentes em geral, permitindo-
Pedimos-lhe que leia os questionários com atenção e responda de forma sincera dando
a sua opinião face às questões apresentadas. Recorde-se que o objetivo não é verificar se as
respostas estão corretas ou erradas, apenas importa verificar o que pensa ou sente.
colaboração.
(Filipa Nunes)