ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES TECNOLOGIAS E DESPORTO

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Vencedor
do Prémio
Gazeta de
Imprensa
Regional
2019/20

Esta edição do jornal ‘Melhor Escola’ faz parte integrante da edição nº 1096, de 22 de abril de 2023, do jornal O Gaiense
O conteúdo deste suplemento é de total responsabilidade da escola

Há uma nova Pandemia?

Grande Reportagem:
18,4% da população sofre de
uma doença mental
P. 4 e 5

Fercopor
Antiga Coats & Clarks
P. 6 e 7

Conceição Caldeira
O rosto do sucesso
P. 8 e 9

Fabiana Oliveira 12º TAE

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2 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO EDITORIAL

Ser Feliz...
Cada vez mais a Educação passa por formar volta um planeta doente, uma população empobrecida
um aluno “mais completo”, nos conteúdos programá- e um mundo muito instável, não sabendo como vai ser
ticos dados nas componentes tecnológica e sociocul- o seu futuro.
tural, mas também na sua essência, nos seus valores, Deste modo, estando a felicidade e a Saúde
atitudes, formas de ver o Mundo e o “outro”. mental intimamente ligados, a EPAD Gaia está em-
Na EPAD Gaia cremos que a Educação pode penhada em construir uma escola onde os alunos se
ter um impacto muito significativo na felicidade e, por sintam bem, seguros, integrados, acolhidos, incluídos
essa razão, priorizamos um ensino de qualidade num projeto que tem como prioridade a qualidade de
aliado a uma componente mais prática onde são ad- ensino e a felicidade de toda a comunidade educativa,
quiridas ferramentas que contribuem para a formação melhorando a sensação de bem-estar e a qualidade
de um indivíduo mais empático, autónomo, proativo, de vida de todos e de cada um, tendo como lema ser
que sabe trabalhar em equipa, mas que à saída da mais que uma Escola, ser uma Família.
escolaridade obrigatória tenha construído um perfil de
uma melhor pessoa, melhor cidadão e de um melhor
profissional.
Clara Lopes O tema da saúde mental abordado neste
projeto "A Melhor Escola", promovido pelo jornal
Diretora Pedagógica da O Gaiense, é um assunto/problemática que conside-
EPAD Gaia ramos de grande relevância.
Em pleno século XXI, após dois anos de pan-
demia, deparamo-nos com uma guerra sem fim à
vista, mas também com uma crise financeira que está
a afetar o mundo, por isso, acreditamos que ser ado-
lescente não tem sido deveras fácil. Considerando a
adolescência, uma época da vida que deveria ser
apenas para perseguir os seus sonhos, têm à sua

Uma escola DE e PARA os alunos

Reflexão — Professores EPAD Gaia
Temos pena mas somos os melhores... Somos os melhores porque trabalhamos em equipa e prova disso
mesmo é a consolidação desta escola profissional que, em apenas seis
Somos os melhores porque ouvimos os nossos alunos e todos os anos cresceu exponencialmente, apresentando resultados de excelência.
dias trabalhamos em prol da sua melhoria, não só profissional mas também
pessoal. Somos os melhores porque aqui, para além de professores somos
felizes no nosso trabalho. Para além da paixão e propósito da nossa pro-
Somos os melhores porque primamos pela afetividade, damos um fissão, aqui conseguimos atuar com uma grande diversidade de alunos e
abraço quando precisam e fazemos questão de estar presentes nos bons todos os dias fazemos a diferença.
momentos e principalmente nos menos bons.
Somos os melhores porque damos a mão em qualquer momento
e fazemos questão de ajudar não só dentro da sala de aula, mas também Somos os melhores porque somos uma família!
fora da mesma.
Somos os melhores porque fazemos a diferença com os nossos
alunos e procuramos a excelência em tudo o que lhes propomos fazer.
OPINIÃO ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
A Pandemia não Acabou !!
Opinião
A pandemia acabou!
Eis a frase mais ansiada nos últimos, quase, três anos.
Mas será que não estamos “obrigados” até por este mesmo pe-
ríodo, a assistir a uma nova pandemia?
Na adolescência, a fase da vida dos nossos discentes, tão pro-
pícia à descoberta, assistimos a uma construção da personalidade to-
talmente diferente de há uma década.
Como docente, das áreas de Saúde Infantil e Psicopatologia
Geral, observo uma dificuldade no gosto pela aquisição de conheci-
mento. Não na totalidade, mas a existente é perfeita para se perceber
que cada vez mais é preciso uma melhor adequação do ato de lecionar,
com a nova pandemia instalada! E é muito mais difícil lidar com esta
constatação pela minha experiência como Enfermeira Especialista em
Saúde Mental e Psiquiatria.
A analogia que posso fazer entre uma saúde mental débil e a
crescente (incapacidade em lidar com a frustração do dia-a-dia) depen-
dência das redes sociais/telemóvel é real!
Há necessidade de explorar esta nova tendência. Há uma re-
petição de comportamentos modelo? Estarão também as relações fami-
liares diretas comprometidas pelo uso do telemóvel? Será a crescente
evolução da sociedade centrada numa falsa individualidade? “Eu sou su-
ficientemente bom sozinho. O mundo que gire em torno do meu ego! Se
houver algo a dizer, escreva uma curta mensagem ou envie um pequeno
áudio. Nem consigo conceber que poderia falar/estar sem o meu guarda-
costas digital.”
O que este vício poderá querer colmatar? Superficialidade nas
relações? Inclusivé nos ambientes familiares? Nas relações entre pares?
Estará a sociedade “a roubar” tempo à comunicação? Ou estará o digi-
tal a influenciar a nossa capacidade de discernir? Se tenho uma pessoa
na “nossa” roda de amigos porque terei mais facilidade em enviar uma
mensagem escrita/áudio do que falar olhos nos olhos?
Estamos, assim, perante um retrocesso na capacidade relacio-
nal? Será assim tão difícil expor-se ao outro? Será possível ser exposta
Ficha Técnica
Coordenação: Adriana Marques e Mariana Cintra
Colaboradores: Beatriz Martins, Cláudia Ferreira, Filipa
Pereira, Fabiana Oliveira, Fabiana Ribeiro, Fátima Passeira,
Gil Carvalho, Inês Lopes, Inês Oliveira, Joana Barbosa, Joana
Couto, Joana Vara, Pedro Fonseca, Pedro Monteiro, Pedro
Moreira, Renato Martins, Sofia Silva.
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 3
tanta vulnerabilidade numa conversa frente a frente? Ou estamos com di-
ficuldades relacionais e o confronto será um inflamar de egos?
Retomando a experiência em meio escolar, estaremos ade-
quados às novas especificidades dos adolescentes? Porque será difícil
conseguir atenção e concentração por um curto período, nem que seja
por 15 a 20 minutos, sem o guarda-costas digital? Será tempo suficiente
para nos escapar um storie insignificante? Ou será tempo suficiente para
perceber que o mundo, com fracas (oportunidades) perspetivas de em-
prego, está cheio de desafios de Tik-Tokers à espera do like com possí-
vel retorno mísero financeiro? Para quê tentar uma curta concentração
quando me revejo nas influencers que ganham a vida a publicitar uma
vida fantasiada e patrocinada? Esses mesmos que padecem de uma
saúde mental inflamada, mas igualmente débil. Essa vida, sim, será o
sonho ambicionado quando acabar o fardo de estar numa escola colo-
cado das 8 horas da manhã às 16 horas da tarde, diariamente…
Portanto, ressalta de novo a ideia convicta que a pandemia não
acabou! Inicia-se, sim, uma nova batalha. Inglória, em perspetiva futura,
mas com a necessidade de recurso às melhores “armas”.
Falo, deste modo caríssimos, da epidemia da débil saúde men-
tal dos nossos jovens adolescentes, o futuro da sociedade.
Assim, é necessário ter olhos e ações postas no futuro, mas
com necessidade de maior atenção e sucesso…mas a contar já desde
o dia de ontem!
Cátia Afonso
Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria;
Docente na EPAD Gaia de Psicopatologia e Saúde Infantil
4 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
A nova Pandemia: Saúde Mental
Quando falamos em saúde men-
tal, deparamo-nos com muitas ques-
tões. Será que é algo tão
preocupante e que mereça a nossa
atenção? Quem é que pode ser afe-
tado? O que de facto é uma doença
mental? Em conversa com o psi-
quiatra Jorge Mota, (esteve na uni-
dade de Eletroconvulsoterapia do
Hospital de Magalhães Lemos, EPE;
é atualmente vice-presidente da So-
ciedade Portuguesa de ECT) “o que
define a existência de doença men-
tal é o facto de a pessoa doente per-
der a sua capacidade de funcionar
como gostaria, tanto pessoalmente
como em sociedade”. Mas para
18,4% da população
sofre de doença mental
além disso, para se estabelecer a
doença mental é necessário ocor-
rerem alterações a nível do funcio-
namento cerebral suficientemente
graves para que a doença mental
surja.
Hoje em dia, cada vez mais pes-
soas têm um problema mental (de
acordo com o relatório Health at a
Glance 2018, 18,4% da população
portuguesa sofre de doença men-
tal), com isso também crescem os
tabus.
A comunidade e a doença
Segundo Jorge Mota, “há socie-
dades onde é perfeitamente normal
e aceitável que as pessoas façam
tratamento para as suas patologias,
sem serem discriminadas, por isso,
em Portugal já se caminhou muito
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
nesse sentido, mas ainda estamos
longe de uma sociedade sem pre-
conceito.” Quando falamos em
doenças perigosas temos de fazer
distinção entre dois aspetos funda-
mentais: O primeiro é a relação do
que o doente “perigoso” tem com a
comunidade; como é que ele pode
perder a capacidade de controlar as
suas ações, embora não o faça de
forma maldosa ou voluntária. O se-
gundo aspeto é o perigo de con-
trair a doença, para isso é
necessário compreender que algu-
mas doenças mentais mais graves
já fazem parte da própria pessoa,
passada geneticamente pelos pro-
genitores.
Origem do problema
Esporadicamente, o que deter-
mina se a pessoa vai ficar doente,
ou o quão doente fica, depende de
fatores externos, como por exem-
plo, as relações que têm com a fa-
mília, um evento que tenha sido
muito marcante negativamente, ou
o consumo de substâncias que afe-
tam o funcionamento do cérebro.
Por isso, podemos definir que “as
doenças mais preocupantes serão
as chamadas “psicoses”, em que o
doente perde a ligação à realidade
e, por isso, perde a capacidade de
entender o que se passa à sua volta
, perde ainda a capacidade de rea-
gir de forma adequada e/ou ainda
perde a sua capacidade crítica, não
percebendo que está doente ou não
entende as consequências do que
faz.” Consideram-se também peri-
gosas ou preocupantes as patolo-
gias menos graves, mas que por
estarem ligadas a consumos de
drogas ou afetarem idades mais jo-
vens, irão ter consequências ao
GRANDE REPORTAGEM
longo dos anos na vida das pes-
soas. “O fator mais preocupante
que os jovens de hoje em dia não
têm noção do quão prejudicial para
o seu futuro/vida adulta é o con-
sumo de substâncias ligadas à can-
nabis”. Estes componentes são
suficientes para provocar falhas no
mecanismo de desenvolvimento no
cérebro dos jovens ao ponto de
poder desenvolver esquizofrenia.
“Algumas características dos con-
sumidores de cannabis, em que o
jovem se torna apático e deixa de
investir na sua educação, na sua
vida, na sua relação, acabando sem
emprego ou a realizar tarefas indi-
Consideram-se também
perigosas ou preocupantes
as patologias
ligadas a consumos
de drogas
Inês Oliveira, Fátima Passeira
e Joana Vara
ferenciadas em empregos difíceis
ou instáveis. “
A mente humana ajuda-nos a in-
teragir com o meio em que esta-
mos e com as pessoas que nos
rodeiam. O maior problema é que
essa aprendizagem modifica o
nosso relacionamento, criando
assim um ciclo vicioso do qual o
jovem poderá ter dificuldade em li-
bertar-se. Por vezes, o que ajuda o
jovem a sair é a existência de algum
mecanismo de compensação sau-
dável (eg. desporto, amigos, fami-
liares) que permitem que o este
encontre algum equilíbrio; mas tam-
bém existe o risco de procurar me-
canismos de compensação que se
tornem nocivos, como o uso de
substâncias psicoativas (eg. drogas
recreativas).
Sinais de alerta
Quais são os sinais que os jo-
vens devem ter em alerta para uma
patologia mental? Quando o jovem
sentir a necessidade de se distan-
ciar das pessoas que lhe faziam
bem e feliz, quando não estiver
contente com o rumo da sua vida
nem saber como e o porquê desse
rumo, quando ele procurar com-
pensar o seu sofrimento de formas
não aceitáveis ou quando come-
çar a sentir experiências psicoló-
gicas que não fazem sentido e
podem parecer absurdas (achar
que ele é o alvo de comentários
alheios, ver coisas que não exis-
tem, ou perceber a existência de
coisas fantásticas que antes des-
conheciam), é conveniente procu-
rar a opinião de alguém que
perceba do assunto, e que ajude o
jovem a entender se o que se está
a passar é normal ou não.
GRANDE REPORTAGEM ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 5

Por outro lado, impõe-se outra
questão, relacionada com os sinais
que devem alertar os pais e meios
de apoio relativamente ao compor-
tamento dos jovens. Assim, existem
muitos comportamentos preocu-
pantes que não significam, obriga-
toriamente, doença mental. Um
jovem tem o direito a fazer esco-
lhas, mesmo que sejam erradas,
portanto, esta questão vai além da
doença mental.
Dito isto, podemos afirmar que
qualquer mudança súbita e/ou ines-
perada no comportamento habitual
Um doente mental,
muitas vezes, não é
capaz de perceber que
está doente
de um jovem, deve ser motivo de
atenção. Por vezes, trata-se de
uma situação banal, ou pode ter um
bom motivo (eg. estar apaixonado).
Mas, se por instinto se sentir que o
jovem está perturbado, convém
pelo menos, criar condições para
que este fale do seu problema se,
de facto, ele existir. Um simples pro-
blema psicológico pode resolver-se
sem tratamento, não obstante, para
se desenvolver numa doença men-
tal podem ocorrer vários cenários:
ou não se trata apenas de um sim-
ples problema psicológico (e sim o
primeiro sintoma de um início de
doença mais grave) ou é o resul-
tado de tantas mais coisas para que
a doença mental surja, que é dis-
cutível concluir-se se a doença se
deve ao simples problema psico-
lógico, ou a todos os outros
eventos. Importa desmistificar
determinados preconceitos e en-
tender que todos nós temos pro-
blemas psicológicos, simples ou
não, e que faz parte da nossa na-
tureza humana termos sentimen-
tos e sofrermos.
Tratamento da doença mental
Um doente mental, muitas
vezes, não é capaz de perceber que
está doente. Um psicótico acredita
nos seus delírios (falsos juízos). Um
deprimido acha que é culpado pela
sua tristeza. Mesmo tomando cons-
ciência de que estão a padecer de
uma doença, podem não o querer
aceitar, podem ter receio ou ver-
gonha que as outras pessoas sai-
bam. Procurar ajuda médica,
revela-se fundamental, mas ape-
nas ocorre se a pessoa escolher
tomar essa decisão ou for obrigada.
Contudo, se a pessoa perceber
que está doente, aceitar a doença
e fizer o tratamento, não só atinge
a capacidade de recuperar o con-
trolo da sua vida, como pode apren-
der a reconhecer os sintomas mais
graves da sua doença, aprender a
controlar alguns deles e reconhe-
cer quando deve procurar ajuda.
Muitas pessoas tentam arranjar
uma outra forma de contornar a
doença com a chamada Medicina
Alternativa. Não existe medicina al-
ternativa que prove qualquer van-
tagem complementar em relação à
medicina. Quanto muito, poderá
exercer um efeito de sugestão, o
chamado “efeito placebo” (que con-
siste em enganar a mente do pa-
ciente, ou seja, quando uma
substância ou procedimento produz
uma melhoria ou cura do problema,
não apresentando nenhuma inte-
ração com o seu organismo. Um
exemplo desse efeito é a água com
açúcar servir de calmante).
Novos Métodos de tratamento
Contudo, nem tudo precisa ser
tratado com medicação. As pes-
soas são todas diferentes, e mesmo
as doenças e a forma como se ma-
nifestam, são diferentes. Existe
uma larga percentagem de pessoas
que não respondem a medicamen-
tos tradicionais. É nesta área que
o Doutor Jorge Mota desenvolve a
sua atividade, na chamada “Psi-
quiatria de Intervenção”, que usa
formas de tratamento não-medica-
mentosos, ou formas diferentes de
administração de terapêutica. É
possível, hoje, tratar doentes apli-
cando correntes elétricas (sob
anestesia) induzindo uma convul-
são breve e terapêutica – a cha-
mada eletroconvulsivoterapia.
Usada tradicionalmente em última
linha, pode ser uma opção precoce
de tratamento em doentes que
assim o pretendam. Também é pos-
sível tratar depressão, ansiedade,
perturbação obsessiva-compul-
siva, ou mesmo dependência ta-
bágica, aplicando campos
magnéticos em zonas específicas
do cérebro. Este novo tratamento,
a Estimulação Magnética Trans-
craniana, é inócuo, indolor, e rápido
a atuar, e será uma esperança no
futuro da Psiquiatria. E existe claro
a possibilidade de ajudar o doente
com uma abordagem psicotera-
pêutica, em que técnicos especia-
lizados em formas de entrevista
desenvolvem uma relação tera-
pêutica com o doente falando com
ele e ajudando-o a entender a sua
doença e a desenvolver técnicas
para a combater e controlar. Basi-
camente, convém que se entenda
que há muitas formas de combater
a doença mental, que não passam
apenas pela medicação.

foi criada uma nova plataforma para a saúde mental?

www.desabafa.pt é a plataforma que te ajuda a conhecer
pessoas, a falarem sobre problemas idênticos, que possam
estar a passar pela mesma situação, sendo a ideia
ajudarem-se mutuamente. Na plataforma poderás encontrar
testemunhos, frases motivacionais e dicas de especialistas
para te ajudarem a ultrapassar o que estejas a sentir.
6 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO REPORTAGEM

Um mundo dentro
O espaço da antiga Coats&Clarks é agora um parque empresarial na N222 com mais de 35 empresas

Bimby

Local para workshops,

demonstrações e apoio comercial

Winprovit

Esta empresa tem dois armazéns no

parque empresarial. É uma empresa
que tem vindo a crescer e a sua área
de negócio é a criação e desenvolvi-
mento na área de sourcing, manuten-
ção e desenvolvimento de Tecnologias
de Informação

Em 2014 o grupo Fercopor fun- tornando as instalações mais ren-

dou para além do anunciado “cora-
ção da empresa”, também a casa de
muitas companhias. Desde a sua
criação até hoje, muitas foram as ins-
tituições que por ali passaram. Em-
presas especialistas em tecnologias
da informação, escolas, ginásios e
até mesmo parques infantis dão vida
às ruas do parque empresarial.
Neste momento, as instalações con-
tabilizam mais de 35 empresas que
todos os dias laboram neste local.
A criação deste parque empresarial
deve-se, essencialmente, à perfeita
conjugação entre o património ar-
quitetónico e a localização do es-
paço. O investimento foi feito num
local onde existia uma empresa cen-
tenária que teve o cuidado de man-
ter o seu património, tornando-se
assim apetecível para a criação de
um parque empresarial.
Para albergar tantas empresas
foram feitas pequenas adaptações
táveis e sustentáveis para as em-
presas ali implantadas.
Neste momento falta remodelar
algumas infraestruturas para que
possam aumentar a lista de arren-
datários. Na agenda do dia está
também a remodelação da mobili-
dade e arranjos exteriores.
No futuro existem dois edifícios
a necessitar de reabilitação para
que possam rapidamente albergar
mais empresas.
Em conversa com o administra-
dor do grupo, percebeu-se o grande
impacto da antiga empresa - refere
que após a inauguração receberam ceber mais empresas, mas posi- Por se tratar da manutenção nas
várias visitas de famílias e pessoas cionam-se no fornecimento de ser- ruas interiores, poderá causar al-
que trabalharam durante muitos viços e menos na produção. guns constrangimentos no acesso
anos neste local e queriam ver e co- normal a alguns locais. Esta inter-
nhecer as alterações efetuadas. Para os próximos tempos, a ad-
venção tem a duração prevista de
ministração começará uma remo-
um ano.
Tendencialmente, o parque em- delação da mobilidade dentro do
presarial está disponível para re- parque, a iniciar no final do ano.
REPORTAGEM ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 7

do Parque Fercopor Adriana Marques e Mariana Cintra

Jazzy Dance Studios

Está neste momento em reformulação e

abrirá portas a partir do mês de maio.
É uma academia de dança que conta
já com cinco estúdios por todo o país.

Feijão Verde

Local ideal para as festas de aniversá-

rio das crianças, conta também com o
Natura Park que proporciona uma visita
em família em contacto com os ani-
mais, natureza e arborismo.

EPAD Gaia
A nossa escola está localizada neste
parque empresarial desde 2019.

Total Padel

FVR Com a exploração de um restaurante,

o verdadeiro negócio são os quatro
Representantes e distribuidores
campos de Padel, que recebe por dia
exclusivos das marcas Versum,
até 150 praticantes da modalidade.
Fauvert a nível nacional. Estão
no parque empresarial desde a
sua criação.
8 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
EPAD Gaia: do nascimento ao sucesso
Beatriz Martins, Fabiana Ribeiro
e Filipa Pereira
Como surgiu a EPAD?
A EPAD foi a primeira escola a sur-
gir ligada a uma universidade, com
isso tentámos reunir sinergias em
redor de um projeto que se queria
de sucesso.
O facto de surgir ligada a uma insti-
tuição de ensino superior ia ao en-
contro do que sempre defendi, ao
longo da minha carreira no Ministé-
rio da Educação, e que o nosso povo,
na sua enorme sabedoria tão bem
traduz quando diz “aprender até mor-
rer”. Este é um ditado que nos faz
pensar e nos impulsiona a organi-
zarmos a nossa vida, ao longo da
mesma. Voltando à pergunta inicial,
surgiu da necessidade que eu senti
quando constantemente ouvia nos
fóruns europeus em que represen-
tei Portugal e em que sistematica-
mente se referiam ao nosso país,
como um país com baixas taxas de
qualificações. Assim, achei que com
o projeto EPAD poderia contribuir
para ajudar a ultrapassar esse défice
e alcancei o desígnio nacional que
é o de elevar o nível de qualificação
do nosso tecido empresarial. Foi
neste contexto que surgiu a EPAD
com o objetivo bem definido de pro-
porcionar aos nossos jovens a pos-
sibilidade de, a par da obtenção do
certificado do ensino secundário, po-
derem igualmente apostar na sua
qualificação profissional.
Porquê criar uma escola em Vila
Nova de Gaia?
A ideia de criar uma escola nesta
bela cidade partiu da sugestão de
amigos que tenho em Vila Nova de
Gaia. Pelo facto também de, na al-
tura pertencer ao conselho de ad-
ministração do ISLA Gaia, do qual
a EPAD era acionista. Desta forma,
permitiu-me conhecer melhor a ci-
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO GRANDE ENTREVISTA
Maria da Conceição Caldeira é a fun-
dadora e diretora executiva do grupo
EPAD. Foi deputada da Assembleia
da República e desempenhou vários
cargos como coordenadora distrital de
educação de adultos e do centro de
área educativa. Ocupou o cargo de
chefe de Gabinete do Secretário de
Estado da Administração Educativa,
bem como de Presidente da Comis-
são Instaladora da Direção Geral de
Formação Vocacional.
dade, as suas necessidades e pelo cação do norte. Por teimosia ou pre- qual os gaienses se reveem e se or-
facto de as escolas existentes não conceito, tentou inviabilizar o projeto gulham.
terem na sua oferta formativa cur- EPAD em Vila Nova de Gaia. Feliz- Como caracteriza a EPAD Gaia?
sos de dupla certificação. mente que “uma andorinha não faz Para caracterizar a EPAD Gaia,
Qual o motivo para ter apostado a Primavera”, tivemos o privilégio de acho que não encontro melhores
numa escola profissional? na altura termos como Secretário de frases do que as que os alunos cos-
Foram os motivos que eu já indiquei, Estado da Educação, o Professor tumam dizer: “A EPAD é mais que
a necessidade de contribuir para o Doutor João Costa, hoje Ministro da uma escola, é uma família e que en-
desígnio nacional que era a qualifi- Educação, que acreditou no nosso contramos na EPAD um agradável
cação do capital humano. Para que projeto. Tivemos igualmente o apoio mundo novo”. Penso que isto tra-
os jovens, numa entrevista de tra- da Câmara Municipal de Gaia e, em duz bem o que é a EPAD e o cunho
balho não se limitassem a dizer - eu especial, do seu presidente, Profes- que quisemos incutir a este projeto.
tenho o 12º . Os alunos que saem sor Doutor Eduardo Vítor Rodrigues. Queremos que os alunos se sintam
desta escola sabem muito bem dizer Quais as conquistas de que mais bem, que os alunos sejam felizes,
o que sabem fazer. se orgulha? que os professores sejam felizes,
Quais foram os maiores obstácu- É, efetivamente, ter tornado a EPAD que os funcionários sejam felizes
los para poder avançar com o pro- Gaia um projeto com sucesso no na EPAD Gaia.
jeto da EPAD Gaia?
O maior obstáculo surgiu de quem
tinha obrigação de olhar para o fu-
“Uma das conquistas que mais me orgulho é efetiva-
turo de ensino profissional no país
mente ter tornado a EPAD Gaia um projeto com
e, em especial em Gaia, a pessoa
que em 2017 desempenhava fun-
sucesso no qual os gaienses se reveem e se orgulham.”
ções de delegado regional de edu-
GRANDE ENTREVISTA ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 9

O que falta fazer na EPAD Gaia? ser atualizado para ir ao encontro

Falta fazer tanta coisa! O objetivo pro-
posto para o início do projeto já foi al-
cançado, ou seja, quando iniciámos
a EPAD Gaia a meta era alcançar 15
turmas em funcionamento em 2024.
A verdade é que estamos em 2023 e
temos, atualmente, seis cursos em
funcionamento e já ultrapassámos a
barreira das 15 turmas. O próximo
objetivo a que nos propomos é a can-
didatura feita ao programa Erasmus+,
possibilitando aos nossos alunos e
professores contactar com outros paí-
ses, outras realidades, abrindo-lhes
os horizontes e levando o mais longe
possível o nome EPAD Gaia.
Com um projeto de sucesso, há
intenções de expandir o grupo
EPAD?
O projeto EPAD é um sucesso já re-
conhecido por outros municípios, in-
clusivamente existindo convites para
alargar este projeto a outros conce-
lhos limítrofes.
Desejos futuros para a escola?
Continuo a desejar que os objetivos
que nos propusemos de início se
mantenham, continuamos a querer
que os alunos se sintam bem nesta
escola, continuamos a querer que
os alunos possam ir para o mercado
de trabalho se assim o entenderem,
porque vão com uma qualificação
nível quatro europeu, mas também
espero que os alunos que saiam da
EPAD façam o seu percurso de en-
Na EPAD Gaia somos efetivamente uma Família.
sino superior, e hoje vocês sabem
que um aluno do ensino superior que
vá do ensino profissional está em
igualdade de circunstância com um
aluno que vá da via de ensino do
científico humanísticos. Resumindo,
porque somos efetivamente uma fa-
mília exigente, mas compreensiva,
que está sempre pronta a ajudar e
onde nenhum aluno fica para trás.
Porquê escolher a EPAD Gaia
para estudar? E que conselhos
daria aos nossos futuros alunos?
O primeiro conselho que eu dou aos
alunos para virem para esta escola
é porque tem professores, formado-
res, funcionários e uma diretora pe-
dagógica excecional e que todos os
dias esta comunidade trabalha para
que os alunos tenham sucesso, para
que nenhum aluno fique para trás,
isso é uma garantia que a EPAD dá
a quem se vem inscrever. Aos nos-
sos alunos desejo que reflitam no sig-
nificado da frase escrita na entrada
da escola “ A Educação é o teu Fu-
turo, não a abandones”. Desejo
igualmente que sejam pessoas com
valores, princípios porque se não
forem boas pessoas, nunca serão
bons profissionais.
Quais acha que são os maiores
desafios da educação neste mo-
mento ?
Neste momento, é muito difícil fazer
uma previsão sobre os desafios da
educação que hoje nos debatemos.
A complexidade a nível de proble-
mas tanto de natureza sócio eco-
nómica, diversidade cultural e
valores é imensa, mas mesmo
assim, arrisco dizer que um dos
grandes desafios da educação é ser
inclusiva evitando a exclusão social
e escolar. Que se promova uma cul-
tura profissional mais colaborativa
e reflexiva de modo a responder
adequadamente à diversidade dos
alunos. Uma educação de e para
todos, que não deixe ninguém pra
trás.
Acredita que o ensino profissio-
nal representa a mudança no en-
sino português e acredita que
ainda existe preconceito relativa-
mente ao ensino profissional?
Eu acho que tendo em conta o su-
cesso que os alunos do ensino pro-
fissional vão apresentando quer a
nível académico e profissional tem
vindo a contribuir para diluir esse tipo
de preconceitos. Se questionarmos
o mercado de trabalho, qual o perfil
de alunos que procurar para integrar
os seus quadros, a resposta é sem-
pre do ensino profissional.
Considera que o plano curricular
dos cursos profissionais deveria
das necessidades dos jovens e do
mercado de trabalho?
Sim, isso considero fundamental.
Muitas vezes sentimos que nós pró-
prios, como escola devemos atuali-
zar as nossas competências,
equipamentos, materiais e conteú-
dos constantemente para que con-
sigamos proporcionar aos nossos
alunos não só um ensino de exce-
lência mas também na vanguarda
do que procura do mercado de tra-
balho. Por outro lado, a Agência Na-
cional para a Qualificação e o Ensino
Profissional tem a responsabilidade
e deve preocupar-se em atualizar de
forma constante os conteúdos pro-
gramáticos de forma a dar resposta
à procura e evolução do mercado.
Tentamos ainda assim dentro da li-
berdade que temos, irmos mais
além do que nos é pedido para po-
dermos dar resposta ao pedido
pelos empregadores. Esperamos
que seja dada uma maior autonomia
à escola para que, mesmo os con-
teúdos mais regionais possam ser
adaptados tendo em conta o meio
em que a escola está inserida. Os
professores fazem isto, mas for-
malmente era muito positivo que
fosse reconhecido esse poder,
sendo que as escolas não podem
correr o risco de estagnar.
Acredita que os jovens saem pre-
parados para entrar no mercado
de trabalho depois de frequentar
o ensino profissional?
Eu falo pelo nosso projeto mas acre-
dito que sim, acredito que indepen-
dentemente das áreas que
escolheram, estão aptos a entrar no
mercado de trabalho e levam uma
ferramenta que é imprescindível -
uma dupla certificação, nível 4. Os
alunos vão bem preparados para in-
gressar o mercado de trabalho, no
imediato ou mais tarde, no caso de
continuarem a sua formação no en-
sino superior. O que é importante su-
blinhar é que tem nas vossas mãos
um leque de oportunidades, que de
outra maneira não teriam.
10 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
Por onde Andas?
Bruna Teixeira
Ex-aluna do curso Técnico
de Ação Educativa
O que mais te marcou na pas-
sagem pela EPAD GAIA?
Uma das coisas que mais me
marcou na passagem pela
EPAD Gaia foi sem dúvida a re-
lação com todos os professo-
res e pessoal não docente.
Existe uma cooperação e en-
treajuda entre toda a gente e
isso acaba por ser vantajoso
para todos nós, principalmente
enquanto alunos.
Após teres concluído o en-
sino secundário, frequen-
taste algum curso superior?
Após concluir o ensino secun-
dário, candidatei-me ao ensino
superior através das provas es-
peciais para alunos de curso
profissional. Neste momento
estou no segundo ano da Li-
cenciatura de Educação Básica
na Escola Superior de Educa-
ção do Porto.
De que forma é que a passa-
gem pela EPAD GAIA in-
fluenciou a tua vida?
A minha passagem pela EPAD
teve um grande impacto na
minha vida, quer a nível pessoal,
quer a nível profissional. Foi
nesta escola que aumentei a
minha capacidade de coopera-
ção e que desenvolvi as minhas
capacidades de expressão.
Na tua opinião, o curso que
frequentaste foi importante e
decisivo para a tua vida pro-
fissional e pessoal?
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
Sem dúvida, uma vez que me
deu ferramentas essenciais
para lidar com diversas situa-
ções. Graças a este curso, tive
a oportunidade de estagiar pro-
fissionalmente com grupos de
crianças, o que a nível profis-
sional é bastante benéfico para
mim. Outra das coisas que me
ajudou muito foi a exigência por
parte de todos os professores,
porque graças a isso, sinto-me
com uma preparação maior
para a exigência que nos im-
põem no ensino superior.
Que conselhos darias a um
futuro aluno da EPAD GAIA?
Se pudesse dar um conselho a
todos os futuros alunos desta
escola, é que aproveitem cada
momento e para não acharem
que as coisas são impossíveis
de fazer. Tudo é uma questão
de dedicação e gestão de
tempo. E outro conselho é que
se apoiem uns aos outros, por-
que com cooperação tudo se
torna mais fácil!
Se pudesses voltar ao início
farias tudo da mesma ma-
neira ou alteravas alguma
coisa no teu percurso es-
colar?
Em relação ao meu percurso es-
colar, se pudesse voltar ao iní-
cio, teria ido logo para o ensino
profissional em vez de ter estado
a frequentar um ano do curso
de Ciências e Tecnologias.
Pedro Barbosa
Ex-aluno do curso Técnico de
Apoio à Gestão Desportiva
Qual foi a razão/ motivo para
ter escolhido a EPAD GAIA
para frequentar o ensino se-
cundário?
Após procurar cursos que esta-
vam dentro do ramo que eu que-
ria, a EPAD Gaia foi a escola que
mais se destacou com um exce-
lente leque de opções e isso des-
pertou a minha atenção. Optei
por escolher o Curso Técnico de
Apoio à Gestão Desportiva, pois
a variedade de saídas profissio-
nais que me poderia oferecer,
deu-me a possibilidade de ir apri-
morando a minha decisão de
qual percurso seguir após a con-
clusão do curso.
O que mais te marcou na pas-
sagem pela EPAD GAIA?
Algo que me marcou foram as
atividades realizadas, as aulas
práticas, pois criaram sempre
uma interação muito positiva
entre colegas e amigos, bem
como com os professores. A
aposta contínua na preparação
dos alunos para o futuro profis-
sional, foi uma das vantagens
que considero mais importantes
ao longo do meu percurso na es-
cola. Outro momento que me
marcou muito, foi a realização da
prova de aptidão profissional
que me permitiu desenvolver o
meu sentido de gestão, criativi-
dade, conhecimento e respon-
sabilidade, mais uma vez sobre
o mundo profissional. A apre-
VOZ DOS ALUNOS
sentação final foi um momento
único e diferenciado que ficará
para a vida.
Após teres concluído o ensino
secundário, frequentaste algum
curso superior?
Sim, estou de momento a fre-
quentar o curso de marketing no
ISCAP. Esta opção foi desen-
volvida ao longo do curso, nas
variadas disciplinas direciona-
das para o marketing, que desde
cedo me despertou interesse,
bem como os trabalhos desen-
volvidos que me fizeram ganhar
muita experiência.
Se pudesses mudar alguma
coisa na EPAD GAIA, o que
mudarias?
No que diz respeito à escola em
si, não mudaria praticamente
nada. A melhoria que considero
excelente para a escola, seria a
possibilidade de melhores aces-
sos de transporte até à mesma.
Se pudesses voltar ao início
farias tudo da mesma maneira
ou alteravas alguma coisa no
teu percurso escolar?
Não alteraria nada no meu per-
curso até agora, pois penso
terem sido as escolhas mais
acertadas, também devido à
minha personalidade, onde todas
as minhas decisões são muito
ponderadas. Claro que não seria
o único caminho a seguir, no en-
tanto, estou bastante contente
com as minhas escolhas.
VOZ DOS ALUNOS ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 11

Por onde Andas?

Miguel Ferreira Homero Sousa

Ex-aluno do curso Técnico Ex-aluno do curso Técnico de
de Desporto Comunicação e Serviço Digital

Qual foi a razão/ motivo para
ter escolhido a EPAD GAIA
para frequentar o ensino se-
cundário?
Como senti bastantes dificul-
dades de adaptação ao ensino
científico humanístico, resolvi
procurar uma escola com um
ensino mais prático. Sempre
tive interesse pela área do des-
porto, então procurei escolas
profissionais que lecionam a
área de desporto, em Vila Nova
de Gaia e encontrei a EPAD
Gaia.
Após teres concluído o en-
sino secundário, frequen-
taste algum curso superior?
se sim, na área de formação?
e qual curso?
Após a minha saída da EPAD,
ingressei na faculdade, neste
caso, no IPMAIA (Instituto Po-
litécnico da Maia), na Licencia-
tura em Educação Física e
Desporto.
De que forma é que a passa-
gem pela EPAD GAIA in-
fluenciou a tua vida?
A EPAD marcou de uma forma
muito decisiva a minha vida,
porque me abriu horizontes, no
sentido em que me ajudou a
perceber a importância de fre-
quentar o ensino superior.
Considero que toda a envol-
vência da escola foi muito útil,
para ter tomado esta decisão
acertada.
Na tua opinião, o curso que
frequentaste foi importante e
decisivo para a tua vida pro-
fissional e pessoal?
Sendo um curso muito voca-
cionado para a área do des-
porto, assim que entrei no
ensino superior tive a clara sen-
sação que estava em vantagem
relativamente aos meus cole-
gas provenientes dos cursos
científico humanísticos. O
curso de Técnico de Desporto
da EPAD, possui no seu plano
curricular várias matérias que
nos capacitam para enfrentar
as exigências do ensino uni-
versitário, pois percebi que a
maior parte das matérias lecio-
nadas no primeiro ano da fa-
culdade, já me eram familiares,
porque já tinham sido aborda-
das no ensino secundário.
Se pudesses voltar ao início
farias tudo da mesma ma-
neira ou alteravas alguma
coisa no teu percurso esco-
lar?
Provavelmente teria dedicado
mais tempo de estudo. No en-
tanto, no início do meu percurso
escolar na EPAD, fiquei en-
cantado com as atividades que
a escola proporcionou aos alu-
nos e descorei as minhas clas-
sificações. Penso que este é o
meu maior arrependimento e
conselho para os futuros alunos
da EPAD.
Qual foi a razão/ motivo para
ter escolhido a EPAD GAIA
para frequentar o ensino se-
cundário?
Na altura vários amigos meus
falaram bem da escola e como
tinha o curso que eu queria, Co-
municação e Serviço Digital,
inscrevi-me.
O que mais te marcou na pas-
sagem pela EPAD GAIA?
As pessoas que conheci, nesta
escola. Os professores são in-
críveis, os funcionários tam-
bém. Claro que não posso
deixar de referir os meus cole-
gas e amigos que fiz ao longo
dos três anos.
Após teres concluído o en-
sino secundário, frequen-
taste algum curso superior?
Sim, estou neste momento a
frequentar um CTeSP de Mar-
keting Digital no IPMaia.
Se pudesses mudar alguma
coisa na EPAD GAIA, o que
mudarias?
Relativamente à componente
pedagógica, não mudaria nada,
apenas acrescentaria mais es-
paço. São cada vez mais os alu-
nos na escola e era necessário
reforçar as instalações para po-
dermos ter mais espaço.
Se pudesses voltar ao início
farias tudo da mesma ma-
neira ou alteravas alguma
coisa no teu percurso esco-
lar?
Por um lado mudaria e gostava
de ter estado mais atento e
aproveitado mais as aulas. De
resto, não alteraria nada pois se
fosse diferente não tinha neste
momento a vida que tenho
agora. Só tenho a agradecer à
EPAD Gaia por me ter propor-
cionado um ensino de exce-
lência e incentivar a procurar o
melhor de mim, todos os dias.
Que conselhos darias a um
futuro aluno da EPAD GAIA?
Vão às aulas e aproveitem por-
que para além da experiência
profissional que nos dá o está-
gio, depois de entrar na facul-
dade vi que as aulas me
prepararam bem para o ensino
superior.
De que forma é que a passa-
gem pela EPAD GAIA in-
fluenciou a tua vida?
Como tudo houve altos e bai-
xos mas gostei, foi uma expe-
riência incrível. Nestes três
anos a escola proporcionou
momentos e ensinamentos que
levo para o resto da minha vida.
Se não fosse a escola talvez
não tivesse prosseguido estu-
dos. Encontrei a minha voca-
ção e hoje sou muito feliz com
o que faço.
Joana Barbosa, Joana Couto,
Joana Vara, Pedro Monteiro,
Pedro Moreira e Renato Martins
12 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO NOTÍCIAS

Dia da Consciencialização
do Stress

No âmbito da disciplina de GSD e da

UFCD Gestão do Stress Profissional,
os alunos do 2.º ano do Curso de Co-
municação e Serviço Digital organi-
zaram uma atividade para toda a
comunidade escolar. O principal ob-
jetivo era relaxar, por isso, através de
movimentos rítmicos os alunos alivia-
Dia da Alimentação Saudável ram o seu stress. Para terminar, foi dis-
tribuído um copo de chá e uma fatia
No dia 14 de outubro de 2022, a turma de bolo a todos os participantes.
do 2º ano do curso de Técnico de Ação
Educativa, teve a oportunidade de co-
locar em prática algumas das com-
petências adquiridas no módulo
“planificação de atividades pedagógi-
cas e gestão do tempo”. Através da
observação direta das rotinas da co-
munidade escolar, fez o registo de al-
gumas evidências e procurou
planificar uma atividade que fosse ao
encontro dos interesses ou necessi-
dades dos nossos alunos. Desta
forma, a turma preparou e presenteou
todos os alunos com uma taça de sa- Seminário sobre Saúde
lada de fruta nos intervalos letivos, de
Mental no Desporto
forma a sensibilizar e a promover há-
bitos de alimentação mais saudável.
No dia 17 de fevereiro todos os alu-
nos do Curso Técnico de Apoio à Ges-
tão Desportiva assistiram a um
pequeno seminário orientado pelo ca-
noísta Artur Pereira. A sessão focou
não só a componente de alto rendi-
mento desportivo, como a manuten-
ção da saúde mental dos desportistas.
A saúde mental é o tema retratado
este ano pelo projeto Parlamento dos
Jovens.

Conferência - A Dualidade
das Redes Sociais

A Conferência "A Dualidade das

Redes Sociais" foi realizada no âmbito
da Prova de Aptidão Profissional dos
alunos Iva Matos e Rui Santos, fina-
listas do Curso de Comunicação e
Serviço Digital, orientados pela Coor-
denadora do Curso, Mariana Cintra.
O painel foi composto pelo Inspetor-
chefe Ricardo Vieira da Polícia Judi-
ciária, Ângela Baptista - Psicóloga da
EPAD Gaia, Francisco Espinhaço -
Advogado e Diogo Barrigana - Criador Fátima Passeira, Joana Couto,
de conteúdo digital. Mariana Cintra, e Pedro Moreira
AMBIENTE ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 13

Mobilidade
Sustentabilidade
Mais Gaia para todos
Estes são os objetivos principais da Câmara de Gaia para revolucionar o modelo de transportes existente atualmente. Em de-
clarações à EPAD Gaia, o Vice-Presidente, Patrocínio Azevedo refere que a partir de setembro Vila Nova de Gaia terá um ope-
rador único nos transportes públicos que circulam por todas as vilas e freguesias do concelho.

O plano é só um aproximar cada vez mais a ci-
dade e os munícipes de Vila Nova de Gaia de
todos os pontos estratégicos da área metropo-
litana. Pelas palavras do Vice-Presidente, Pa-
trocínio Azevedo “definimos como prioridade
para a cidade, a mobilidade”, sendo esta um fator
decisivo no desenvolvimento da cidade aliada
à sustentabilidade que dá total prioridade à uti-
lização dos transportes públicos, em detrimento
do transporte individual. Assim, a nova imagem
da mobilidade da cidade de Vila Nova de Gaia
é assente na articulação entre todos os meios
públicos de transporte pressupondo a intermo-
dalidade ligando todos por um passe único.
Desta forma, o projeto foi dividido em várias
fases que vão entregar à população a possibili-
dade de se deslocarem cada vez mais rápido
dentro da cidade. Para isso está previsto a in-
trodução da Rede Metro Bus, aumento da linha
de metro e, mais tarde a introdução da linha de
alta velocidade e melhoria da linha do Norte.
Em conversa, o Vice-presidente referiu que a
partir de setembro, a concessão de todos os
transportes estará exclusivamente alocada à
UNIR e a consulta de horários e linhas será feita
através de uma aplicação mobile, trazendo
assim para a mão dos munícipes a possibili-
dade de planear o seu transporte.
Com esta obra o concelho de Gaia pretende
melhorar a acessibilidade à rede de alta capa-
cidade, garantindo uma operacionalidade com-
petente aos transportes públicos e uma maior
capacidade de circulação, com recurso a cri-
térios urbanísticos e de ocupação marginal que
permitem criar imagens identitárias e evitar si-
tuação de conflito por excesso de pressão no
estacionamento, cargas e descargas, bem
como recurso de sistemas tecnológicos de ges-
tão de tráfego.

Fases do projeto Modelo Frequência Investimento Características

- 1ª Fase - Av. Da
republica e Arco do
Sardão
Previsão conclusão:
Junho 2023
- 2ª Fase - Arcos do
Sardão - Avintes
- 3ª Fase - Avintes -
Lever
Funcionamento
- Modelo circular, vai
e vem
- Inicia na estação de
metro D. João II
- Todos os dias de 10
em 10 minutos nas
horas de circulação
maior
- 3,6 milhões de euros - Autocarros elétricos
sem IVA ou a gás natural
- Acessibilidades para
deficientes;
- Geolocalização das
viaturas através de APP
- Integração com andante
- Ar Condicionado
- Televisão
- Wifi

Planta do Percurso Metro Empresarial Fercopor, Salvador

Bus a partir de Junho 2023
A partir do mês de junho, o
Metro Bus iniciará a sua ativi-
dade entre a estação de Metro
D. João II e os Arcos do Sar-
dão. O plano prevê a existên-
cia de 10 paragens distribuídas
pelos locais com mais neces-
sidade e afluência.
Importa destacar algumas para-
gens previstas como o Parque
Caetano e Parque da Lavandeira.
Com este novo meio de trans-
porte na cidade está previsto
chegar a cada vez mais pes-
soas com soluções viáveis, rá-
pidas e cómodas de mobilidade
para todos os munícipes.
O Metro Bus poderá ser acom-
panhado pelos seus utilizadores
através de uma aplicação móbile.
Inês Oliveira e Mariana Cintra
14 O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023
ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO JUVENTUDE

“Com jovens, por jovens e para jovens”

Palavras do vereador da Juventude, Elísio Pinto, que trabalha todos os dias para promover e melhorar a vida dos
jovens do município de Vila Nova de Gaia.

O gabinete da juventude pre-
tende dar resposta ao futuro
desafiador dos jovens. O muni-
cípio de Gaia pretende unir es-
forços para criar condições e
oportunidades de qualidade de
vida pessoal e profissional dos
seus jovens. É importante que
estes tenham conhecimento
das medidas de apoio que o
município implementou. Por
isso, é importante destacar que
o município de Gaia foi o único
no país e na Europa que apre-
sentou os resultados do plano
municipal para a juventude,
onde os jovens reconheceram
o que foi feito e o que falta fazer.
Assim, o município vai iniciar
um novo ciclo onde se vai dar
voz aos jovens e às suas preo-
cupações inerentes ao plano
municipal da juventude 2.0 (al-
terações climáticas; habitação;
emprego; saúde mental; remu-
neração). O objetivo será cons-
truir a Casa da Juventude de
Gaia nova e única, localizada
na zona da Lavandeira, em Oli-
veira do Douro. O espaço terá,
para além de novas e maiores
instalações, locais inteiramente
pensados e implementados
pelos jovens, envolvendo e
dando-lhes voz.
O vereador Elísio Pinto referiu
que é um objetivo de médio/
longo prazo a criação de insta-
lações para uma universidade
pública no município de Gaia,
assim como a criação de uma
residência universitária no
local. A ideia está ainda numa
fase embrionária por parte do
Presidente da Câmara de Gaia,
que sabe perfeitamente onde
chegar com este projeto no fu-
turo e potenciar ainda mais Vila
Nova de Gaia. Se este projeto
se concretizar, trará muitas van-
tagens para um município de-
dicado aos jovens, mas
também para as escolas de for-
mação como a EPAD Gaia.
Gil Carvalho

A EPAD Gaia é a única escola no concelho

de Vila Nova de Gaia que tem o Curso
Profissional de Juventude na sua oferta
formativa?
LAZER ESCOLA PROFISSIONAL DE ARTES,
TECNOLOGIAS E DESPORTO
O GAIENSE
22 DE ABRIL DE 2023 15

Sofia Silva

A Bárbara tem 24 amêndoas brancas, 40 amêndoas azuis e 48 amêndoas cor-de-rosa.

Pretende distribuí-las pelo número máximo de pratinhos, sem que sobre nenhuma, da
seguinte forma:
• Todos os pratinhos têm amêndoas das três cores;
• O número de amêndoas de cada cor é igual em todos os pratinhos;

R : 8 pratinhos

Aprender Matemática a brincar é a proposta desta rúbrica.

Este jogo, permite desenvolver a imaginação, o vocabulá-
rio, bem como evidência a importância do número irracio-
nal que os alunos aprendem desde pequeninos e os
acompanha pela vida estudantil.
Aceita o desafio, perde a preguiça e vamos lá ser criativos.
Que pergunta estará representada em cada figura?
R : Piano; piolho; piranha

Cantinho da Poesia

Carolina Beatriz Ângelo Sabíamos que o não era garantido

E que o sucesso nunca foi prometido
Beatriz Ângelo Mas alcançámos a vitória
Mulher que nos fez impulsionar E a Beatriz Ângelo ficou para a História
Mulher que lutou pelo nosso direito de votar
Mulher que nos fez acreditar Não podemos esquecer quem nos fez enaltecer
Quem nos fez erguer
Ninguém pensou que as mulheres iriam conseguir Mesmo que hoje ela não possa ver
Até Beatriz Ângelo surgir As mulheres continuam a agradecer.
Bem que a tentaram reprimir
Mas a sua voz fez-se ouvir Mulher sufragista e ativista
Mulher nunca antes vista
Médica e mulher de família Em 1911, século XX
A lutar pelos seus direitos Assim surpreendeu aquela Assembleia Constituinte
Não podemos esquecer os seus feitos
Lia Ferreira,
Aqueles que hoje são os nossos direitos
aluna do Curso de Técnico de Apoio Psicossocial
 16
Última ESCOLA PROFISSIONAL
22 DE ABRIL DE 2023
DE ARTES,
Vencedor
do Prémio

TECNOLOGIAS
Gazeta de
Imprensa
Regional
2019/20 E DESPORTO