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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CURSO DE PEDAGOGIA/PARFOR

RAIMUNDA DO SOCORRO GARCIA PALHETA

JOGOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

BELÉM
2017
2

RAIMUNDA DO SOCORRO GARCIA PALHETA

JOGOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial para
obtenção de grau de Licenciatura em
Pedagogia pela Universidade Rural da
Amazônia no PARFOR.
Orientador: Prof. Msc. Roberto de
Mendonça França Junior.

BELÉM
2017
3

RAIMUNDA DO SOCORRO GARCIA PALHETA

JOGOS E BRINCADEIRAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO


FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em


Pedagogia da Universidade Federal Rural da Amazônia UFRA / PARFOR,
como requisito para obtenção do Grau de Licenciada em Pedagogia. À
Comissão Examinadora da Universidade Federal Rural da Amazônia pelo
PARFOR, sob orientação do Prof. Msc. Roberto de Mendonça França Junior.
.
BANCA EXAMINADORA

1.____________________________________________
Orientador: Roberto de Mendonça França Junior
Universidade Federal Rural da Amazônia - PARFOR

2.____________________________________________
Membro:
Universidade Federal Rural da Amazônia - PARFOR

3.___________________________________________
Membro:
Universidade Federal Rural da Amazônia - PARFOR

Julgado em_______ de _________de2017


Conceito:__________________
4

Dedico este projeto primeiramente a Deus por ter me dado força e sabedoria
para superar todas as dificuldades, a minha família pelo amor incondicional,
pelos meus amigos que sempre me incentivaram, e também aos meus alunos
que me fizeram buscar essa formação para transmitir a eles os conhecimentos
adquiridos, contribuindo de forma satisfatória para sua formação social e
individual.
5

AGRADECIMENTOS

Ao meu Deus por ter me proporcionado a oportunidade de está concluindo o


Curso de Pedagogia e ter me dado também condições para chegar até aqui.

Aos meus pais, marido, filho, irmã e irmão pelo apoio, amor, compreensão,
incentivo que a mim nunca foi dispensando.

A esta Universidade, seu corpo docente, direção e administração que nos deu
a oportunidade de hoje está alcançando uma perspectiva superior, em especial
ao Coordenador do Parfor, Pólo Belém Fabrício Rebello, que sempre esteve à
frente para nos ajudar e nos apoiar de forma significativa sempre com muito
respeito e paciência para com todos.

Ao Orientador Roberto França, pelo suporte dado, mesmo no pouco tempo que
lhe coube, mas que com sabedoria, paciência e compreensão conseguiu
transmitir segurança para que eu executasse meu trabalho de forma tranqüila e
certa de que conseguiria chegar ao meu objetivo. Muito obrigado!

Aos amigos, que direta ou indiretamente fizeram parte da minha história


durante esses anos, o meu muito obrigado.
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“Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos
sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar,
com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem.”
(Carlos Drummond de Andrade).
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RESUMO

Nos dias atuais, percebemos com mais frequência que os alunos não
apresentam resultados relevantes na sua aprendizagem, por não ter tido base
para o desenvolvimento dessa aprendizagem de forma significativa,
especialmente em dominar os conteúdos e os conceitos trabalhados em sala
de aula. A presente pesquisa é importante pela diversidade de dificuldades
apresentadas pelos professores na prática dos jogos e brincadeiras no Ensino
Fundamental. Diante do exposto, questionamos: Como trabalhar os jogos e
brincadeiras e ter resultados significativos para o desenvolvimento da
aprendizagem das crianças dos anos iniciais? Para responder estas
indagações, esta pesquisa é de suma importância principalmente porque o
processo de aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental precisa ser
compreendido com mais seriedade, pois nesse processo alguns problemas
começam a surgir tanto pelo aluno quanto pelo professor. Nossa intenção
concerne em demonstrar como os jogos e brincadeiras podem levar a
resultados significativos para o desenvolvimento da aprendizagem para isso,
procurou-se seguir as seguintes etapas: Primeiramente a escolha do tema:
considerando os fatores internos e externos, onde a escolha deveria nos trazer
conhecimentos e experiências, e que nos proporcionasse motivação para
outros estudos na área; teria que possuir importância teórica e prática, levando
à prática de ações mais eficientes; deveria ser adequado à realidade cultural da
instituição escolar. Considerou-se que a utilização dos jogos e das brincadeiras
no âmbito da educação se faz indispensável, pois, motivam, fazendo com que
a criança se interesse pelas atividades á ela proposta, oportunizando ao
professor aprimoramento e reconstrução junto com a criança do seu
conhecimento, contribuindo para um ensino e aprendizagem de conteúdos e
conceitos. A criança necessita das brincadeiras, dos jogos e da diversão, pois é
por meio destas atividades que ela desenvolve a leitura de mundo.

Palavras-chave: ludicidade, educação, brincadeira, ressignificação.


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ABSTRACT

Nowadays, we have noticed that students do not present relevant results in their learning
because they do not have the basis for the development of this learning in a significant way,
especially in mastering the contents and concepts worked in the classroom. The present
research is important for the diversity of difficulties presented by the teachers in the practice of
games and games in Elementary School. In view of the above, we asked: How to work games
and games and have significant results for the development of learning of children in the early
years? To answer these questions, this research mainly because the learning process in the
initial grades of elementary education needs to be understood more seriously, by this process
some problems begin to arise both by the student and by the teacher. Our intention is to
demonstrate how games and games can lead to significant results for the development of
learning for this, we sought to follow as follows: Knowledge and experience, and that would
provide us with motivation for other studies in the area; They possess theory and practice,
leading to the practice of more efficient actions; It should be appropriate to the cultural reality of
the school institution. Considerations about the subject and the jokes in the field of education
becomes indispensable, therefore, to motivate, to make the child to be interested in its activities,
to improve and to improve its knowledge, Contributing to a teaching and learning of contents
and concepts. The child needs the games, the games and the fun, it is through activities that
develop a world reading.

Key-words: playfulness, education, play, resignification.


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SUMÁRIO

1. Introdução................................................................................................ 10

2. Práticas Lúdicas........................................................................................ 14

2.1 Algumas considerações sobre as práticas lúdicas................................... 14

2.2 A sociedade a sua visão a respeito da criança......................................... 17

2.3 A introdução do brincar nas escolas......................................................... 19

2.4. Definição de jogo, brinquedo e brincadeira.............................................. 19

2.5 Definições gerais de jogo, brinquedo e brincadeira.................................. 20

2.6 Para que brincar?..................................................................................... 20

3. O lúdico como ferramenta no processo ensino-aprendizado................... 23

4. Fundamentação Teórica....................................................................... 26

5. Resultado e discussão.......................................................................... 29

5. Considerações finais.............................................................................. 36

Referencias.............................................................................................. 38
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1. INTRODUÇÃO

Os jogos e brincadeiras são um convite excitante à diversão, à alegria, à


exploração do que há de melhor na criança e, por que não, ao aprendizado?
Qual criança se negaria a tudo isso, a ser ela mesma? Ao brincarem, as
crianças são naturalmente ativas e verdadeiras, se entregam ao momento
durante a aula, e, em quase todo seu decorrer. No entanto ao atrelar tais
práticas ligadas a questões relacionadas à educação, a configuração mude de
foco, pois, as brincadeiras são aliadas a regras, orientações, construções de
significados.
A presente pesquisa é importante pela diversidade de dificuldades
apresentadas pelos professores na prática dos jogos e brincadeiras no Ensino
Fundamental, principalmente porque há professores que não acreditam que
essa prática possa propiciar um desenvolvimento significativo da aprendizagem
nas diversas áreas de conhecimento.
Nesse sentindo, a questão-problema que se coloca é a seguinte: Como
trabalhar os jogos e brincadeiras e ter resultados significativos para o
desenvolvimento da aprendizagem das crianças dos anos iniciais?
Entendemos que essa pesquisa se justifica no atual momento escolar,
tendo em vista a necessidade de progresso na melhoria da qualidade de
ensino ofertado a essas crianças tendo os jogos e as brincadeiras como
instrumento facilitador para melhores resultados no desenvolvimento do ensino
aprendizagem.
Nessa perspectiva, algumas questões nortearam a pesquisa: As
dificuldades enfrentadas pelos professores em incluir os jogos e brincadeiras
nos seus planos de aula, levando em consideração a falta de estrutura,
recursos, materiais didáticos, apoio por parte da maioria do corpo docente.
Ressaltando os desencontros que encontramos entre os jogos e as
brincadeiras e educação escolar, observando que com a ampliação do Ensino
Fundamental para nove anos, surge uma grande preocupação com o
tratamento, o espaço e o tempo que serão dedicados as práticas dos jogos e
das brincadeiras das crianças, em particular, as de 06 anos, que devido a essa
ampliação, agora cursam o 1º ano. Mas do que nunca, devemos dar
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prioridades aos direitos dessas crianças em continuarem aprendendo de forma


significativa, porém com diversão.
Justifica-se esta pesquisa principalmente porque o processo de
aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental precisa ser
compreendido com mais seriedade, pois nesse processo alguns problemas
começam a surgir tanto pelo aluno quanto pelo professor.
Os objetivos do projeto estão centrados em: Demonstrar como os jogos
e brincadeiras podem levar a resultados significativos para o desenvolvimento
da aprendizagem em diversas áreas do conhecimento nos anos do Ensino
Fundamental além de buscar jogos e brincadeiras recomendados para o ensino
nas áreas: português e matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental
que promovem melhor aprendizado dos alunos.
Para fins metodológicos, a pesquisa desenvolvida caracterizou-se por
sua natureza básica, por tratar-se de um tipo de estudo realizado de forma
sistemática o qual foi motivado pela necessidade de se perceber a pesquisa
como sendo de fato uma ação intelectual, que se preocupa com o
desenvolvimento, o processamento e a busca do conhecimento pela busca de
conhecer e apreender os assuntos tratados na pesquisa de forma científica.
Segundo Ferrari (1982), este tipo de pesquisa a qual nos referimos,
procura aprimorar o próprio conhecimento, buscando a contribuição, o
entendimento e a explicação dos fenômenos. Na pesquisa básica os
pesquisadores buscam entender novas teorias para melhorar os resultados de
pesquisas. Para Minayo (2002) esta metodologia de investigação “permite
articular conceitos e sistematizar a produção de uma determinada área de
conhecimento” visando, portanto “criar novas questões num processo de
incorporação e superação daquilo que já se encontra produzido”.
A pesquisa básica objetiva contribuir para a melhoria qualitativa da
ciência a partir da geração de novos conhecimentos e de novos resultados e
análises de pesquisas.
Esta pesquisa possui ainda caráter de estudo bibliográfico, por tratar-se
de uma pesquisa elaborada a partir de material que já fora publicado,
especificamente feita a partir da análise de livros, artigos além de trabalhos
disponibilizados na internet. Este processo foi de fundamental importância,
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pois, percebeu-se a pouca e restrita quantidade de materiais impressos


publicados sobre a temática relacionada à ludicidade.
Segundo Gil (2007, p. 60) a sistematização deste processo de pesquisa
englobou a escolha do tema seguida de levantamento bibliográfico, formulação
da situação problema, busca das fontes bibliográficas para fundamentar o
trabalho, leitura do material, resumos, resenhas e fichamento, organização
lógica do assunto e redação do texto.

“Um tipo de pesquisa que se constitui numa técnica valiosa de


abordagem de dados qualitativos, seja complementando as
informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos
novos de um tema ou problema”. (LUDKE; ANDRÉ, 1986).

A pesquisa é "um procedimento reflexivo, sistemático, controlado e


crítico, que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis, em
qualquer campo de conhecimento". (LAKATOS e MARCONI, 1983, p.44).
Atendendo a metodologia do estudo científico, procurou-se seguir as
seguintes etapas: Primeiramente a escolha do tema: considerando os fatores
internos e externos, onde a escolha deveria nos trazer conhecimentos e
experiências, e que nos proporcionasse motivação para outros estudos na
área; teria que possuir importância teórica e prática, levando à prática de ações
mais eficientes; deveria ser adequado à realidade cultural da instituição
escolar.
Pesquisar segundo Gil (2002) é "o procedimento racional e sistemático
que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são
propostos.", partindo deste conceito este estudo teve por finalidade realizar
uma pesquisa exploratória, analítica com abordagem qualitativa.
Para Gil (2002, p. 41) a pesquisa exploratória "proporciona maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-los mais explícito ou a
construir hipóteses", desta forma, pode-se dizer que a pesquisa exploratória, no
nosso caso específico, teve como objetivo aprimorar as idéias ou a descoberta
de intuições relacionadas à prática da ludicidade no contexto escolar.
Por fim, considerou-se que os jogos e as brincadeiras contribuem
efetivamente para a construção do intelecto desde que sejam utilizados em
procedimentos lúdicos, capazes de proporcionar prazer e com a orientação do
professor, sempre cumprindo as fases de desenvolvimento mental da criança.
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Por fim, considerou-se que a utilização dos jogos e das brincadeiras no


âmbito da educação se faz indispensável, pois, motivam, fazendo com que a
criança se interesse pelas atividades á ela proposta, oportunizando ao
professor aprimoramento e reconstrução junto com a criança do seu
conhecimento, contribuindo para um ensino e aprendizagem de conteúdos e
conceitos. A criança necessita das brincadeiras, dos jogos e da diversão, pois é
por meio destas atividades que ela desenvolve a leitura de mundo.
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2. Práticas Lúdicas
2.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE AS PRÁTICAS LÚDICAS.

Atualmente percebemos com mais frequência que os alunos não


apresentam resultados relevantes na sua aprendizagem, por não ter tido base
para o desenvolvimento dessa aprendizagem de forma significativa,
especialmente em dominar os conteúdos e os conceitos trabalhados em sala
de aula.
Acreditamos que os Jogos e as brincadeiras incidem em um maravilhoso
instrumento para o professor trabalhar esses conteúdos em sala de aula de
forma mais compreensíveis para os alunos.
Dentro desta perspectiva, é possível perceber que tanto a aprendizagem
quanto o desenvolvimento humano tem construção e influências de uma
situação histórica, social e cultural.
A forma como é feita a abordagem desse acontecimento faz com que
sejam trazidas algumas influências na compreensão dos resultados de
pesquisas. Portanto, faz-se necessário, priorizar a discussão referente às
várias concepções que existem sobre a significação dos termos e dos
conceitos do brinquedo, da brincadeira e do jogo.
A palavra brincadeira, no vocábulo português, significa a ação lúdica
infantil e se caracteriza pelos verbos brincar e jogar, porém o brincar indica
uma atividade lúdica não estruturada e jogar, uma atividade que se baseia em
regras.
Silva (2003) assegura que os verbos brincar e jogar, em português, não
tem definição tão extensa quanto os seus correspondentes em inglês e francês.
A autora também afirma que, no cotidiano da língua portuguesa, os verbos
brincar e jogar pode apresentar outros significados, porém, sua definição
central vai está relacionada à prática lúdica infantil. Ainda na língua portuguesa,
é percebida a ausência de discriminação no uso do termo brincar e jogar.
Embora o termo jogar apareça diferente do brincar, devido às regras que
os jogos exigem, ao utilizar essas ferramentas, muitas vezes podemos nos
confundir. Nos dias de hoje, é possível observar claramente a diferença entre
jogo e brinquedo e entre brincadeira e brinquedo. No entanto, tanto jogo quanto
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a brincadeira, podem ser sinônimos de divertimento. Notemos os significados


desses termos no dicionário Larousse:

"Jogo = Ação de jogar; folguedo, brinco, divertimento". Adotam-se


alguns exemplos: "jogo de futebol; Jogos Olímpicos; jogo de damas;
jogos de azar; jogo de palavras; jogo de empurra". "Brinquedo =
objeto destinado a divertir uma criança". "Brincadeira = ação de
brincar, divertimento. / Gracejo, zombaria. / Festinha entre amigos ou
parentes. / Qualquer coisa que se faz por imprudência ou leviandade
e que custa mais do que se esperava: aquela brincadeira custou-me
caro". (LAROUSE, 1982)

Como podemos observar tentar definir o que é brincadeira não é uma


tarefa fácil, pois o que podemos considerar como brincar, em determinados
momentos, pode não o ser em outros. Porém mesmo com estas controvérsias,
não temos mais como ignorar os jogos e brincadeiras no processo pedagógico,
pois, ele garante um ambiente mais motivador e coeso. Ao evitar que as
crianças participem desses ambientes, estamos ignorando de forma automática
seus conhecimentos, ao entrar na escola a criança já leva consigo muitas
experiências que foram adquiridas através das práticas com os jogos e as
brincadeiras e vale ressaltar que são amparadas por diversos autores que
acreditam no potencial pedagógico dessa técnica.
A utilização dos jogos e das brincadeiras como recursos pedagógicos
promove o aprendizado do aluno fazendo com que eles se interessem pelas
aulas, pois o jogo instiga o raciocínio lógico. Santos (1999, p. 49), diz que, “por
meio de jogos e brincadeiras, a criança se relaciona com o outro e aprende a
ganhar e perder, a respeitar a ordem na fila, a aceitar as frustrações, e a
expressar as suas emoções”.
Neste sentido, é possível perceber a importância do brincar na
construção de uma e aprendizagem com melhores resultados, considerando
que qualquer atividade que cause uma experiência positiva, que diverte e dar
prazer, merece todo o nosso reconhecimento. É possível acreditar e
oportunizar ao educando momentos prazerosos com a utilização dos jogos e
brincadeiras, proporcionando experiências capazes de contribuir para o
convívio social na escola e na sociedade deste educando.
Para Burgos (1997), brincar é a atividade principal da criança, e é
brincando que ela tem a oportunidade de interagir com o mundo a sua volta,
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podendo expressar seus valores, suas maneiras de pensar e agir. O jogo e a


brincadeira, além de educar, contentam uma necessidade natural da criança.
A prática em trabalhar por um longo tempo nos anos iniciais do Ensino
Fundamental nos sustenta ao afirmar que a utilização de jogos e brincadeiras
são métodos onde o aluno aprende brincando, pois, ao mesmo tempo em que
trabalha conteúdos interdisciplinares, trabalha-se também de certa forma os
aspectos físico, social e mental.
Como sabemos o brincar se caracteriza essencialmente pela invenção,
logo é preciso reinventar nossas formas de atuar na escola para garantir que o
tempo e espaço da brincadeira deixem de ser vistos apenas como “recreio” e
ganhem legitimidade dentro da sala de aula.
No entanto, apesar de tantos estudos voltados para a importância de
aprender com jogos e brincadeiras é comum ouvir de certos professores
desconhecimentos sobre a importância desta prática nos anos iniciais do
Ensino Fundamental.

É necessário apontar para o papel do professor garantia e


enriquecimento da brincadeira como atividade social do universo
infantil. As atividades lúdicas precisam ocupar um lugar especial na
educação. Entendo que o professor é figura essencial para que isso
aconteça, criando os espaços, oferecendo os materiais adequados e
participando de momentos lúdicos. Agindo dessa maneira, o
professor estará disponibilizando às crianças uma forma de assimilar
a cultura e modos de vida adultos, de forma criativa, prazerosa e
sempre participativa (MALUF, p. 31, 2009).

Quando a criança brinca, ela vivencia a realidade por meio de suas


fantasias, experimenta situações do mundo adulto de forma divertida e sem as
consequências das decisões tomadas na vida real, fazendo com que ela reflita
sobre problemas do cotidiano adulto vividos nesse instante e busque resolvê-
los segundo seus interesses e experiências já vivenciadas.
Neste sentido, considerando que a prática de jogos e brincadeiras nos
anos iniciais também pode propiciar uma dinamização das aulas e tornar o
processo ensino aprendizagem mais prazeroso e eficaz é que proponho a
realização deste estudo com os seguintes objetivos:
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2.2 A SOCIEDADE A SUA VISÃO A RESPEITO DA CRIANÇA

[...] O jogo é fato mais antigo que a cultura, pois está, mesmo em
suas definições menos rigorosas, pressupõe a sociedade humana;
mas, os animais não esperam que os homens os iniciassem nas vida
lúdica. É nos possível afirmar com segurança que a civilização
humana não acrescentou característica essencial alguma a idéia
geral de jogo. Os animais brincam tal como oshomens (HUIZINGA,
2005, p. 03).

Antes de entrarmos no assunto sobre jogos e brincadeiras nos anos


iniciais do ensino fundamental vamos falar um pouco sobre como a criança era
vista pela sociedade e como o lúdico foi introduzido no ambiente escolar.
A respeito da criança Ariès (1981), diz que a infância só foi reconhecida a
partir do século XIII e se tornou mais evidente no final do século XVI e durante
todo o século XVII, porém, foi no século XVIII que essa fase passou a ser
aceita como processo real da vida da criança. Com isso, a idéia de que a
criança, nessa fase, era um adulto em miniatura vai sendo desfeita.
A partir de então, adultos e crianças passam á ser fases bem distintas da
vida do ser humano com características próprias como seres sociais com
atitudes e papéis bem definidos na sociedade.
Agora a criança passa a ter destaque na família moderna do século XVI.
Tudo agora gira em torno dela tornando-se o centro das atenções. Com isso há
um aumento exagerado no carinho, na atenção e no cuidado que lhes são
dados.
A família, a partir de então, passa a ser responsável pela educação da
criança juntamente com a escola, agora a criança é reconhecida como alguém
que não pode mais ser tratado como um adulto em miniatura, que precisa
aprender a agir como tal, através de uma vida envolvida no mundo adulto de
forma participativa e aprender as responsabilidades dessa fase, ou seja, tendo
um contato direto com situações próprias da vida adulta, por outro ela deixa de
conviver com experiências e ensinamentos que são mais ricas e fáceis de
aprender com o meio adulto, com esse mundo cheio de possibilidades e que
são tão importantes para sua vida futura.
Não podendo mais conviver com o mundo dos adultos, a criança passa
aos cuidados de um regime escolar que assume a responsabilidade de
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prepará-la para seu retorno à vida social e, por tanto, racional, que esse meio
lhe oferecia. A criança, a partir de então, tem que conviver exclusivamente com
a família e com a escola em um regime, chamado por Ariès (1981), de
quarentena que era o período de preparação da criança para que pudesse
voltar para o convívio com os adultos.
Nesse regime o mais importante não era o espontâneo da criança, sua
natureza divertida e alegre, mas a obediência, transformar a criança em um ser
disciplinado, pronto para seguir as regras determinadas pelos adultos.
De acordo com Oliveira (2006 a), a escola tinha, agora, a missão de livrar
a criança de seu estado infantil substituindo-o pela razão. Esta razão seria a
solução para os problemas de condutas apresentadas por muitas crianças no
decorrer de suas vidas.
Para Bacha (2002), as pequenas escolas cristãs da época viam as
crianças como um ser possuído pelo mal e que precisavam ser libertadas para,
então, serem dotadas de razão. Segundo ele, as escolas modernas viam a
razão como a única forma pela qual a infância, que, de acordo com elas, era
vista como diabólica, poderia ser extraída dessa fase da vida deixando-o livre
de toda a maldade.
Ainda Segundo Bacha (2002, p.107), a escola estava deixando de
aproveitar uma inocência pouca explorada para isolá-la do mundo. Esse
isolamento era a forma encontrada pela escola de evitar que a criança tivesse
contato com os males do mundo adulto podendo, com isso, observá-las e
perder sua inocência tornando-se má.
Surge agora um novo modelo de escola, preocupada não somente com a
preparação da criança para assumir o convívio com os adultos, obediente e
disciplinado, mas também voltada para a formação de crianças investigadoras,
com a formação da cognição, do conhecimento formal, ou seja, de tudo aquilo
que a sociedade espera de um indivíduo.
A partir de então, a escola começa a oferecer um ensino diferenciado
levando-se em consideração as etapas, as fases do ser em formação com
métodos específicos para cada uma delas – infância e juventude.
Oliveira (2006) destaca que a partir do século XV a educação passa a
atender os alunos de acordo com sua faixa-etária a partir de suas habilidades
cognitivas.
19

Gradativamente a escola vai se tornando uma forte aliada da sociedade


na formação da criança e do jovem, de acordo com as normas e as regras por
elas estabelecidas.

2.3 A INTRODUÇÃO DO BRINCAR NAS ESCOLAS

Com reconhecimento da fase da infância na criança e suas


particularidades, o jogo começa a ser introduzido na sala de aula.
No entanto, durante o século XVI, esse lúdico ainda é muito ligado ao que
está sendo descoberto da criança, ou seja, o que se acredita que o jogo
representa no processo ensino-aprendizado ainda não é concreto. A partir
desse século iniciam-se as buscas para se comprovar os benefícios que os
jogos e as brincadeiras podem oferecer ao aprendizado da criança
(KISHIMOTO, 1992; ACHWARTZ, 1998).
Porém, é no século XVIII que essa relação entre o lúdico e o aprendizado
da criança fica mais forte (BROUGERE, 2003). No entanto as escolas ainda
acreditam que as brincadeiras são tão diabólicas quanto às crianças que as
brincam, já que essas brincadeiras são próprias da infância e, por tanto, são
vistas com o mesmo olhar que essas crianças nessa fase da vida (BACHA,
2002).
Essa atribuição negativa dada à criança, de um ser do mal, se dá pela
associação do pecado original que, segundo a igreja, a criança traz consigo
desde sua concepção.

2.4 DEFINIÇÃO DE JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA

É comum confundirmos jogo e brincadeira. Isso acontece por causa da


relação intima que existe entre elas. A diferenciação entre jogo e brincadeira se
dá de acordo com o objetivo a eles empregado ou da visão que seus
praticantes têm no momento de sua realização. Por isso, iniciaremos o estudo
deste assunto fazendo uma diferenciação entre jogo, brinquedo e brincadeira,
ressaltando que essa diferenciação é apenas para se ter noção clara de suas
diferenças, mas que, durante sua prática, isso é irrelevante, pois o que importa
mesmo para seus praticantes é o que lhes é proporcionado durante sua
20

realização e, por tanto, seja na escola ou em qualquer outro lugar onde estes
sejam livres ou de cunho pedagógico, essa diferenciação não é importante.
Antes, porém, devemos ressaltar que Kishimoto, em seu livro “Jogo,
brinquedo, brincadeira e Educação” (Editora Saraiva, 2001/2010), deixa claro
que esses conceitos variam de cultura para cultura. Como cita a casa da
boneca que, em algumas culturas, como de certos povos indígenas, são
usadas como objeto de adoração representando um de seus deuses, e, que
em outras culturas, nas mãos de uma criança pode se tornar um brinquedo,
como por exemplo, ser sua filinha.

2.5 DEFINIÇÕES GERAIS DE JOGO, BRINQUEDO E BRINCADEIRA.

Segundo Kishimoto (2001/2010), o jogo refere-se à combinação entre


elementos utilizados nesse jogo e todo um sistema de regras que gerenciam
seu funcionamento.
Ainda, segundo a autora, o brinquedo é todos os elementos contidos em
uma brincadeira.
Já a brincadeira, para a mesma autora, é toda a atividade ou ação,
próprias da criança, que não segue regras específicas podendo sofrer
modificações de acordo com os interesses de seus integrantes.
Seguindo esse pensamento podemos deduzir que um jogo pode se tornar
uma brincadeira e vice e versa, bastando, para isso, que haja a presença ou
ausência de todo um sistema de regras que os direcionam.

2.6 PARA QUE BRINCAR?

A partir daqui usaremos os dois termos, brinquedo e brincadeira, com o


mesmo sentido, onde ambos têm a mesma finalidade, seja onde for que é
divertir e buscar o desenvolvimento social e individual da criança.
O brincar, é muito mais que apenas diversão ou passa tempo, ele
também ensina, socializa, integra, forma personalidade, caráter, desenvolve
habilidades e pode dizer como e quem é cada um de seus integrantes.
O brincar, próprio da criança, revela quem é e como vive por tanto, deve
ter espaço garantido nas escolas, dentro e fora de sala de aula, como uma
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ferramenta a mais para se saber um pouco mais sobre cada uma delas (MEC,
2006b, pp.11-12).
Para Kishimoto ao brincar a criança revela suas tendências como pessoa,
como ser social, expõe o que há em seu interior, o que ela tem e o que pode se
tornar:
[...] É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou
más. A sua vocação, suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela
traz latente no seu eu em formação torna-se visível pelo jogo e pelos
brinquedos, que ela executa. (KISHIMOTO, 1993, P. 106).

Brincar é uma das melhores formas de uma criança se descobrir no


mundo, mas para tanto é preciso que elas tenham acesso a brincadeiras que
lhes permitam essa descoberta e não há lugar melhor que a escola para
propiciar isso, já que o professor pode, e precisa orientá-la direcionando-a de
forma que esta desenvolva o seu eu social e individual de maneira divertida e
prazerosa sem que haja choques de interesses entre a criança e os adultos.

O brincar possibilita a ela entender o funcionamento da realidade da vida


adulta em que está inserida através do ensaio da vida real manipulando, de
acordo com seus interesses, a brincadeira, o que lhe permite construir e
entender seu conhecimento de regras e seu funcionamento (Vygotsky, 1991).
Essa construção ocorre graças à interação entre a criança e as regras
contidas em cada jogo, associando-as às regras estabelecidas pelo convívio
social.
Para Vygotsky (1991), a imitação, a regra e a imaginação são inerentes a
qualquer que seja a brincadeira. Essas características ajudam na formação da
identidade social e individual da criança.
Durante o brincar, a criança tem a possibilidade de exprimir sua vida em
família, suas necessidades pessoais dentro dos grupos em que ela participa,
mostrando o que elas são e o que podem vir a ser no futuro.
Como já foi dito, o jogo dá possibilidades para que a criança entenda a
estrutura, o funcionamento e a finalidade das regras de convívio dentro de cada
espaço social ao qual tem contato (MEC,2004b, p.19, grifo nosso), pois é nele
que a criança constrói seu conhecimento de regras de convívio, descobre o
que acontece quando essas regras, contidas e acordadas entre seus
participantes e já existentes na brincadeira, são quebradas, quais conflitos são
22

gerados a partir disso e como resolvê-las, quais regras atendem aos interesses
de todos e quais atendem aos seus através da comparação e da
experimentação de forma prática sem, com tudo, gerar grandes prejuízos. Por
tanto a escola deve e precisa se tornar um espaço onde o brincar esteja
presente em seu currículo como mais uma ferramenta tanto para se conhecer
um pouco mais a respeito das crianças que ali estão quanto para se possibilitar
que ela vivencie experiências construtivas de sua vida social e individual de
forma prática.
Um brincar menos pedagógico, ou seja, menos controlado e mais livre,
mesmo que ainda com objetivo voltado ao aprendizado, pode contribuir para
um desenvolvimento mais amplo e mais rápido por permitir, a criança que
brinca manipular o jogo de acordo com suas necessidades a partir de situações
espontâneas que apareçam durante o brincar, próprios do jogo e de seus
jogadores. Porém, apesar de o jogo ser livre, pode e deve-se ter a participação
do professor. Sua presença deixa o jogo ainda mais solto e divertido, faz com
que a criança tenha uma segurança e liberte-se, perdendo, assim, o medo de
brincar, como afirma Fortuna (2011), em um artigo publicado na Revista Pátio.

O professor pode utilizar as brincadeiras com vários objetivos, e todos


voltados para a vida da criança. O brincar é mais que pura diversão, não é,
apenas, uma forma de socializar as crianças envolvidas, oferecem mais que
isso:

[...] Os jogos podem fornecer oportunidades paraexplorarem vários


aspectos da vida. [...]. É através do jogo que ela constrói grande parte
de seu conhecimento, a criança ultrapassa seus próprios limites,
adquirindo uma participação ativa em sua aprendizagem (FIDELIS,
2005, p. 24).
23

3. O LÚDICO COMO FERRAMENTA NO PROCESSO ENSINO-


APRENDIZADO

A brincadeira está presente em quase todos os lugares, e na escola não é


diferente, seja ela livre, nos grupos de amigos durante o recreio, ou dirigida
pelo professor, dentro ou fora de sala de aula.
Ao brincar o professor pode perceber as diferenças entre cada criança,
bem como o que lhes são comuns entre si, tornando possível trabalhá-las de
forma individual, tanto naquilo que é própria de cada uma quanto naquilo que
lhes são semelhantes coletivamente, o que se precisa melhorar ou reforçar.
O lúdico permite ao educador desenvolver no aluno um sujeito social ativo
que contribua para a melhoria da sociedade, assim como ajudar em seu
processo cognitivo possibilitando-lhe uma vida futura com qualidade em vários
aspectos da mesma.
Para que o lúdico seja ainda mais eficaz no processo de alfabetização é
necessário que o educador planeje a brincadeira e a antecipe, promovendo
situações que façam a criança colocar em jogo tudo aquilo que ela sabe sobre
a brincadeira, sobre suas regras, sobre suas próprias limitações e,
principalmente, sobre suas habilidades, necessárias àquela brincadeira, sem
deixar que a brincadeira se torne mecânica, deixe de ser livre tornando-se
chata. Ao fazer isso o educador permite que a criança confronte tudo o que ela
tem e o que sabe com novos saberes e habilidades, regras a serem seguidas
ao mesmo tempo em que socializa suas experiências, habilidades, dificuldades
e emoções, construa e reconstrua seus saberes.

Brincando e jogando, a criança aplica seus esquemas mentais à


realidade que a cerca, apreendendo-o e assimilando-o. Brincando e
jogando, a criança produz suas vivencias, transforma o real de acordo
com seus desejos e interesses. Por isso, pode-se dizer que, através
do brinquedo e do jogo, a criança expressa, assimila e constrói sua
realidade. (RIZZI; HAYDT, 2001, P. 15).

Seu corpo e sua linguagem oral são os principais canais de expressão de


suas emoções que suas necessidades e dificuldades se mostram – raiva,
euforia, angústia, isolamento, falta de liderança, de estratégias, de aceitação da
derrota, de articulação, de aceitação de críticas... E aprender a lidar com essas
situações faz parte do jogo, do brincar.
24

A escrita também é uma forma de expressão de tudo que o lúdico


oferece, mas só pode haver escrita convencional se existir a leitura e Vygotsky
(1991,9. 134) concorda com Montessori quando afirma que o jardim de infância
é o lugar adequado para essa aquisição.
Quando uma criança brinca, ela vivencia a realidade através de suas
fantasias, experimenta situações do mundo adulto de forma divertida e sem as
consequências das decisões tomadas na vida real, fazendo com que ela reflita
sobre problemas do cotidiano adulto vividos nesse instante e busque resolvê-
los segundo seus interesses e experiências já vivenciadas. Nesse sentido, tão
importante quanto à relação entre as crianças durante o brincar, é a relação da
criança com o professor em cada brincadeira, pois ao longo do jogo o professor
resolverá conflitos que surgirão durante seu desenvolvimento que poderão ser
seguidos por elas quando em situação semelhante ao brincarem sem a
presença de alguém que possa mediar esses conflitos, como afirmado a seguir:
[...] Assim como a interação criança-criança na brincadeira é
fundamental, também é importante a interação da criança com o
educador. A presença do educador é agregadora e estimulante.
Brincando junto, o educador infantil mostra como se brinca, não só
porque assim demonstra as regras, mas também porque sugere
modos de resolução de problemas e atitudes alternativas em relação
aos momentos de tensão. (FORTUNA, 2011a, p. 10).

Como afirma Santos (2000), a brincadeira está presente em todas as


fases da vida do ser humano. Sua prática contribui em todos os aspectos do
desenvolvimento da criança, indo do intelectual ao social. Fica mais fácil
aprender brincando, pois brincando ela tem como muito já se foi dito, a
possibilidade de recriar o que já existe resolvendo problemas que
constantemente aparecem durante o jogo, demonstrar sua capacidade de
resolução e de criatividade, o que devem ser constantemente estimulados.
Ao brincar a criança exercita sua criativa através da sua imaginação. O
jogo lhe possibilita aguçar essa imaginação através da liberdade que há na
brincadeira, mesmo que planejada e intencionada sem, desde que, não deixe
de ser divertida. Logo, ambos os acontecimentos apresentam transparência
mútua. Winnicott (1971, p.163) demonstra a ligação direta entre o jogo e a
criatividade. A criatividade é inerente ao jogo e ao desejo do brincante que, por
tanto, ativa as faculdades intelectuais do seu praticante, como afirma Braz
(1997).
25

Podemos perceber que o jogo é o largo caminho para se desenvolver a


criatividade de maneira divertida e envolvente, de construir autonomia e
segurança e o professor precisa fazer parte disso, como sugere Alves (apud
GADOTTI, 1993).
A escola, segundo Alencar (1995, p. 85), não pode se limitar a criar
meros reprodutores daquilo que ela transmite, mas incentivar o
desenvolvimento da criatividade e, por consequência, sujeitos construtores de
conhecimento, sujeitos capazes de resolver problemas de seu cotidiano.
[...] Vivemos um momento em que, mais do que nunca, fazer uso do
nosso potencial criador. (...) Na medida em que a escola contribui
para formar no aluno o pensamento crítico e criador e se preocupar
não apenas com a capacidade do aluno reproduzir informações, mas
também de produzir conhecimento, ela estará dando sua parcela de
contribuição para que ultrapassemos alguns dos problemas com os
quais convivemos no momento e par que nos habilitemos a enfrentar,
de forma mais adequada, problemas futuros. (ALENCAR, 1995).

Como já vimos, não há nada melhor do que aprender brincando. Mas


para que esse aprendizado seja atraente e não se desgaste ele não pode ser
previsível e deve se reconstruir constantemente através da liberdade que este
jogar permite aos participantes. E são as crianças quem devem reconstruir e
reorganizar o jogo, pois, são elas os grandes jogadores (Marcelino, 1990).
Cabe ao professor a orientação durante essa reconstrução sem, porém,
direcionar a brincadeira (CHRISTIE, 1982).
26

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Os jogos e as brincadeiras sempre estiveram presentes na educação de


nossos alunos, em todas as épocas, entre os povos e estudiosos, sendo de
grande importância no desenvolvimento do ser humano em todas as etapas de
ensino até mesmo na sociedade. Os jogos e brinquedos sempre estiveram
presentes no ser humano desde a antiguidade, mas nos dias de hoje a visão
sobre o lúdico é diferente.
Segundo reportagem da Revista Presença Pedagógica (1998), há
pesquisadores que defendem o lúdico, ou seja, brincadeiras, poesias, histórias,
músicas, jogos..., como mediadores no processo de ensino-aprendizagem,
sendo ele um elemento catalisador. Para estes, a adoção de uma postura
lúdica associada a objetivos instrucionais serve para desenvolver
comportamentos que propiciem a formação de estruturas cognitivas,
psicomotoras e afetivas, capazes de dar suporte e embasamento aos
conhecimentos formais, além de estimular habilidades para o aprendizado e
criar espaço para a construção das atitudes necessárias ao pleno exercício da
cidadania.
Kishimoto (2005) indica ainda a relevância de brinquedos e brincadeiras
como indispensáveis para a criação de situações imaginárias, e revela que o
imaginário só se desenvolve quando se dispõe de experiências que se
reorganizam. Segundo ela a criança, por meio da brincadeira, reproduz o
discurso externo e o internaliza, construindo seu próprio pensamento. Ao
brincar, ela movimenta-se em busca de parceria e na exploração de objetos,
comunica-se com seus pares, se expressa por meio de múltiplas linguagens,
descobre regras e toma dimensões que são importantes no aprendizado dos
conhecimentos escolares.
Essa alternativa pedagógica não deve ser abandonada pelos
professores dos anos iniciais e nem devem acontecer de forma separada,
como veremos na afirmação seguir.

Prazer e alegria não se dissociam jamais. O "brincar" é


incontestavelmente uma fonte inesgotável desses dois elementos. O
jogo o brinquedo e a brincadeira sempre estiveram presentes na vida
do homem, dos mais remotos tempos até os dias de hoje, nas mais
variadas manifestações (bélicas, filosóficas, educacionais). O jogo
pressupõe uma regra, o brinquedo é o objeto manipulável e a
27

brincadeira nada mais é que o ato de brincar com o jogo. O jogo pode
existir por meio do brinquedo, se os brincantes lhe impuserem regras.
Percebe-se, pois, que o jogo, brinquedo e brincadeira têm conceitos
distintos, todavia estão imbricados; e o lúdico abarca todos eles.
(MIRANDA, 2001 p. 12)

Segundo Macedo (1992, p. 1380), do ponto de vista afetivo, os jogos de


regras também abarcam em um universo relacional que supõe muitos desafios,
tais como:

[ ...] competir com um adversário ou vencer um objetivo; regular o


ciúme, a inveja a frustração; adiar o prazer imediato, já que urge
cuidar dos meios que nos conduzem a ele; submeter-se a uma
experiência de relação objetal, de natureza complementar, já que o
outro faz parte da situação; subordinar-se a regras que limitam nossa
conduta; enfim, entregar-se a um outro, abrindo-se para o
imprevisível disso, para nosso terror ou êxtase. (MACEDO1992, p.
1380)

Chateau (1987, p. 100-1) é outro autor que valoriza o jogo, destacando a


importância da observação de diferentes manifestações do ponto de vista
afetivo, social, motor e moral. Para este:

No jogo, a criança mostra, aliás, sua inteligência, enfim. Todo


pedagogo digno desse nome há muito esta atento a essas múltiplas
indicações dadas pela maneira de jogar/brincar. (CHATEAU, 1987).

Diante disto, a escola precisa se dar conta da importância dos jogos e


das brincadeiras lúdicas na vida de uma criança, que por meio desta estratégia
as crianças têm oportunidades de crescerem e se adaptarem ao mundo
coletivo. Os jogos e as brincadeiras devem ser considerados como parte
integrante da vida do homem, não somente no aspecto de divertimento ou
como forma de descarregar tensões, mas também, como forma de penetrar no
âmbito da realidade, inclusive na realidade social.
Os jogos e brincadeiras estão presentes em nossas vidas desde os
primeiros meses de nosso nascimento e acompanham a humanidade desde
antes mesmo dos primeiros registros delas feitos pelo homem.
Essa atividade que tanto diverte vem sofrendo modificações no espaço
tempo em diferentes culturas. Tanto como jogo ou como brincadeira tem
espaço garantido de crianças e adultos, seja na rua, nas praças ou em espaços
criados exclusivamente para isso. Essas atividades têm feito com que crianças
e adultos se soltem e libertem o que está dentro de si, revelando quem são e
28

como são além de mostrar os benefícios que elas nos trazem com a sua
prática. Nas escolas atuais ganham um sentido todo especial, por serem vistos
como atividades que podem e devem ser utilizados como ferramenta de apoio
ao professor para o desenvolvimento sócio cultural e individual da criança, que
devem ser vistas como mais do que uma mera diversão ou distração, ou ainda,
puro passa tempo. Os jogos e as brincadeiras vêm auxiliando vários
profissionais no direcionamento da construção do ser individual e social da
criança e muitos são os pesquisadores que ao longo do tempo vem se
empenhando em demonstrar isso, além do quanto essa ferramenta pode ajudar
na construção de um indivíduo mais feliz, bem sucedido e realizado. Porém, a
visão que muitos tinham da criança atrasou essa visão e retardou sua
utilização em sala de aula.
Mas de que forma os jogos e brincadeiras podem contribuir para o
desenvolvimento da criança, como eles podem ser utilizados para se garantir
isso e qual o papel do professor e da escola nesse processo? Tentaremos,
com esse trabalho, responder a essas perguntas e contribuir com os que
buscam respostas nesse sentido, para que percebam no jogo e na brincadeira
um grande aliado nesse processo.
29

5. RESULTADO E DISCUSSÃO

Agora que sabemos como a brincadeira pode contribuir para o


desenvolvimento do ser social e individual da criança, estimulando a
criatividade e a autonomia na resolução de problemas do cotidiano pelo contato
direto com situações-problema que o brincar lhes oferece, de forma prática,
cabe, agora, ao professor assumir seu papel de mediador entre diversão e
aprendizado.
Em primeiro lugar, não se pode fazer aquilo que não se gosta, por tanto,
o professor precisa, acima de tudo, sentir gosto pela brincadeira, porém, como
se gostar de algo que não se experimenta de forma intensa e sem a entrega de
forma intima? Em segundo lugar, o professor precisa conhecer o jogo na
prática para se estabelecer uma relação de troca com os alunos. O contato da
criança com adulto durante o jogo estabelece uma relação de confiança e
proximidade entre eles.
Se aproveitando desse fato, o professor deve assumir o papel de mediar
no desenvolvimento dos alunos. Isso acontece de forma mais significativa
quando é estimulada a troca de experiências entre os envolvidos no jogo. Ao
fazer isso o professor estará permitindo que a criança aprenda coisas novas a
partir do que ela já possui gerando novos conhecimentos, entre o primeiro e o
segundo está o que Vygotsky chama de Zona de Desenvolvimento Proximal
(ZDP), ou seja, a possibilidade a ela de agregar ao que já domina - nível de
desenvolvimento real – habilidades capazes de lhe permitir resolver problemas
com autonomia. Nesse percurso, entre o que ela já possui e o que ela pode
construir- nível de desenvolvimento potencial - a criança constrói aprendizado.
Por tanto, não basta o professor olhar para o que a criança já sabe, é
necessário que este oportunize o novo aprendizado, e um jogo bem planejado
é fundamental para isso.
Além de Vygotsky outros teóricos também contribuíram para que o lúdico
pudesse ser utilizado na educação dentro do processo de ensino e
aprendizagem. Destacamos: Rousseau e Pestalozzi, no século XVIII; Dewey,
no século XIX; e no século XX, Montessori e Piaget.
Segundo a teoria de Vygotsky o indivíduo se desenvolve a partir das
trocas estabelecidas nas relações diretas ou indiretas com outras pessoas,
30

essa relação, quando significativa, interfere na relação de aprendizagem da


criança permitindo que as funções psicológicas superiores se desenvolvam no
ser humano.
Ainda de acordo com Vygotsky (1998), o jogo pode se tornar uma
excelente ferramenta de auxílio no aprendizado se for utilizado de forma
significativa tornando-se, com isso, item importante para esse
desenvolvimento, uma vez que os jogos, diferentemente das brincadeiras, que
possuem regras, tem o poder de despertar uma zona de desenvolvimento
proximal (ZDP), ocasionando desafios e estímulos para a realização satisfatória
de atividades que utilizam estas práticas aplicadas a diversos fins. O autor
afirma ainda que a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) é entendida pelo
trajeto do que já se tem domínio até chegar a um nível de amadurecimento
real, sendo denominado pelo próprio Vygotsky de zona de desenvolvimento
real (ZDR) entendido como a “capacidade do ser humano realizar tarefas
independentes”.
Ao fazer uso de práticas lúdicas visando à aprendizagem o educador
estará mediando o aprendizado e o conhecimento dos alunos que, partindo da
ZDP, pode seguramente absorver o conhecimento, ocasionando mudanças em
sua estrutura de cognição.
Outro autor que contribui a este assunto é Jean Piaget (1975) que
conferiu ao jogo um papel essencial para o desenvolvimento infantil; o
pesquisador acredita que quando joga as crianças assimilam, transformam e
ressignificam a realidade. Piaget propõe uma subdivisão na classificação dos
jogos, divididos estes por faixa etária, da seguinte forma:
Primeira etapa - para crianças de zero a dois anos de idade que
ele chama de período sensório-motor, as crianças repetem
situações simplesmente por prazer;
Segunda etapa - para crianças de dois a sete anos que ele chama
de período pré-operatório em que as crianças não fazem o
exercício mental, mas sim a representação do ocorrido;
Terceira etapa - para crianças cima dos sete anos, que ele chama
de período operatório em que os jogos são de regras. São a união
dos outros dois jogos, explorando, neste caso, a coletividade para
o ato de jogar, sendo importante a cooperação entre as crianças.
31

A utilização de práticas lúdicas na educação possui ainda, além da


intenção de desenvolver o aprendizado de forma mais significativas e atrativas
para o educando, possui a intenção de resgate histórico-cultural, pois, ao
brincar pode se instigar momentos de reconhecimento do seu histórico familiar
fazendo indagações sobre como, o que e quais brincadeiras seus familiares
brincavam quando eram crianças, valorizando assim, sua cultura regional.
Sabe-se que os tipos de conhecimento são: o popular, o cientifico, o
cultural e o religioso, e esses conhecimentos precisam ser valorizados, porém,
como algo comum para todas as pessoas. O universo da criança, independente
de suas origens ilusórias, a ludicidade permeia sua infância, diferente do
mundo dos adultos, que tem características, realistas, dualistas, sérias em
demasia.
Estando o professor à frente das atividades lúdicas conseguirá, de certo,
mediar estas questões em diferentes faixas-etárias na relação criança-adulto,
onde a escola não as pode tratar como algo que deva ser controlado, mas o
contrário precisa acontecer. A respeito das orientações de professores quanto
ao brincar defendido por algumas instituições, Seber afirma que:
Há também instituições que defendem as brincadeiras, achando que
as crianças aprendem muito no decorrer dessas atividades. No
entanto os professores são orientados no sentido de estabelecer os
temas das brincadeiras, os papéis que os integrantes dos grupos
devem assumir como brincar, o que dizer e assim por diante (SEBER,
1995, p.52).

Para esse autor o lúdico desperta a espontaneidade da criança, o desejo


natural de se dispor ao jogo. Ela se entrega totalmente a ação sem nenhuma
objeção, ao contrário, se empenha como sempre tem feito durante sua vida em
todas as suas fases e isso já seria motivo bastante para que o professor
estimulasse o brincar na escola, como citado a seguir.

A criança se empenha durante o brincar da mesma maneira que se


esforça para aprender a andar, a falar, a se desinibir, a comer. Esse
esforço é tão intenso que, às vezes, ela fica concentrada na atividade
e em escuta quando alguém a chama. Essa mobilização presente nas
condutas, lúdicas, por si só, deveria servir-nos como indicativo a
respeito da importância que elas tem para as próprias crianças.
(SEBER, 1995, p.53).

Os jogos e as brincadeiras são formas da criança executar experiências,


criando situações que domine a realidade prática, adquirindo habilidade.
32

Segundo Teles (1999) brincar se coloca num patamar importantíssimo para a


felicidade e realização da criança, no presente e no futuro. Brincando ela
explora o mundo, constrói o seu saber, aprende a respeitar o outro, desenvolve
o sentimento de grupo, ativa a imaginação e se realiza.

Teles (1999) ainda acrescenta que criança que não brinca e que
desenvolve muito cedo a noção do “peso” da vida, não tem condições de se
desenvolver da maneira sadia e que de alguma forma, este vazio irá
manifestar-se em sua personalidade adulta. Se não se tornar completamente
neurótica, percebe-se, em seu comportamento, traços neuróticos e até
psicóticos e, muitas vezes, esta pessoa carregará sempre a vida como se esta
fosse uma provocação, um sacrifício, um dever a ser cumprido. Dificilmente
conseguirá soltar-se, ser feliz com as pequenas coisas e sentir um prazer
genuíno.
De acordo com Teles (1999) a brincadeira, o jogo e o humor colocam o
indivíduo em estado criativo. Entretanto a brincadeira que estimula a
criatividade só pode florescer num ambiente de liberdade e flexibilidade
psicológicas, de busca de prazer, de auto-realização, deve-se concluir que o
desenvolvimento daquela encontra-se profundamente vinculado aos objetivos
educacionais e o professor precisa proporcionar ajustes na sala para atender a
essa exigência. Para Rego e Teles:
O brinquedo não só possibilita o desenvolvimento de processos
psíquicos, por parte da criança, como também serve como
instrumento para conhecer o mundo físico (e seus usos sociais) e,
finalmente, entender os diferentes modos de comportamento humano
(os papéis que se desempenham, como se relacionam e os hábitos
culturais...). Para que as brincadeiras infantis tenham lugar garantido
no cotidiano das instituições educativas é fundamental a atuação do
educador. È importante que as crianças tenham espaço para brincar,
assim como opções de mexer no mobiliário; que possam, por
exemplo, montar casinhas, cabanas, tendas de circo, etc. O tempo
que as crianças têm à disposição para brincar também deve ser
considerado: é importante dar tempo suficiente para que as
brincadeiras surjam se desenvolvam e se encerrem. (REGO citado
por TELES, 1999, p.16)

A comunidade escolar frequentemente reduz as brincadeiras


espontâneas e felizes nas crianças, ao contrário disso deveriam dar liberdade e
estímulo a esse brincar que é tão importante para o desenvolvimento saudável
e feliz da criança.
33

A relação dos jogos e das brincadeiras com a educação faz com que se
tenham várias investigações sobre seu propósito. Por exemplo, se o jogo pode
ou não ser considerado um material pedagógico. A interpretação que se tem
em relação ao jogo e a brincadeira são de que eles podem ser somente o ato
de brincar ou jogar espontaneamente sem objetivo nenhum, ou com o
propósito de alcançar objetivos e ajudar na formação do indivíduo, pois:

Se brinquedos são sempre suportes de brincadeiras, sua utilização


deveria criar momentos lúdicos de livre exploração, nos quais
prevalece a incerteza do ato e não se buscam resultados. Porém, se
os mesmos objetos servem como auxiliar da ação docente, buscam
resultados em relação à aprendizagem de conceito e noções ou
mesmo, ao desenvolvimento de algumas habilidades. Nesse caso, o
objeto conhecido como brinquedo não realiza sua função lúdica,
deixa de ser brinquedo para tornar-se material pedagógico. Um
mesmo objeto pode adquiri dois sentidos conforme o contexto em que
se utiliza: brinquedo ou material pedagógico. (KISHIMOTO (1998, p.
14).

Controlar demais o jogo ou a brincadeira torna-o somente pedagógico,


perdendo seu real sentido, se o mesmo for livre demais deixa de se aproveitar
o potencial que estes têm na educação e perde-se, com isso, a oportunidade
de um desenvolvimento significativo e divertido, porém, se os dois forem
trabalhados de forma associada à riqueza do aproveitamento é imensurável,
pois teremos um aprendizado real acompanhado de um prazer contagiante e
convidativo. Brinquedo e material pedagógico, como acima citado por
Kishimoto, devem e precisam assumir esses dois papéis, o de divertir
educando e o de educar divertindo.

Através dos jogos e das brincadeiras é possível que o professor consiga


diagnosticar as inteligências adquiridas na escola, quanta as inteligências que
a criança apresenta de forma espontânea, pois podemos considerar essas
inteligências como participantes da tradição infantil.
É importante que o professor tenha o jogo e a brincadeira como
metodologias capazes de ensinar as crianças, consentindo a elas o diálogo
entre si, suas várias possibilidades de refletir, propiciando o entendimento á ela
e aos outros brincantes que também estão participando dessa atividade.
Os jogos e as brincadeiras possibilitam criar diferentes situações da
realidade, algumas delas inseridas em outros ambientes fora dos da escola.
Porém, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, as brincadeiras que
34

constantemente surgem de forma espontânea entre os alunos durante as aulas


são duramente reprovadas pelos professores como afirma Sommerharder e
Alves (2011, p.53 apud Emerique, 2003).
...é comum observarmos professores chamando a atenção das
crianças para pararem brincar com frases do tipo: “Olhe a sua idade...
você não é mais criança!”, “agora é hora de estudar e não de brincar”.

Muitos educadores têm resistido ao lúdico, no entanto tantos são os


autores que, em suas pesquisas, demonstram o lúdico como elo entre prazer e
desenvolvimento do brincante nos aspectos cognitivos e sociais, e a esse
respeito Vasconcelos (2006) destaca a visão do educador para “o brincar”
como sendo uma forma de distração da criança enquanto as horas se passam.
Como esclarecem Alves e Sommerhalder (2011, p. 54) o brincar e o
estudar, ainda nos dias atuais, acontecem em momentos distintos onde existe
hora certa para se brincar da Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Os
autores ainda ressaltam que Oliveira (2006b) observa a impossibilidade
coexistente entre o aprender e o prazer proporcionado pelo lúdico durante a
infância.
Fica evidente que o papel do educador mediador não está sendo
assumido pelo autor dessa ação e nem incentivado pela instituição que deveria
promover isso.
O professor deve se oferecer como cúmplice da criança no prazer de
brincar, deve ser espontânea no se divertir e aproveitar de forma a explorar o
brincar para tornar suas aulas bem atrativas, como propõe Winnicott (1975).
Ao citar Frobel, Brougère (2003, p. 70) destaca que, para este autor, tão
ou mais importante quanto o brinquedo é a ação de brincar, pois ele consegue
desenvolver o cognitivo da criança que brinca o que não seria possível só com
o brinquedo, pois, para que haja aprendizado, é necessário que o brinquedo
seja acompanhado de ação, que é o brincar. Portanto, se o brinquedo for
utilizado de forma adequada poderá promover o aprendizado.
O jogar com outra pessoa que esteja disposta a se divertir oferece a
criança maior possibilidade de aprendizado. O professor pode ser esse outro
brincante, como sugere Winnicott (1975). O professor deve se envolver na
brincadeira, fazer parte do jogo, isso permite explorar o que se precisa
aprender. Porém, para que o objetivo seja alcançado o professor precisa
35

planejar cada etapa sem com tudo, interferir no jogo de forma que isso
comprometa o brincar espontâneo, o que implicaria em um brincar mecânico
sem qualquer satisfação e resultados relevantes. É necessário planejar as
etapas de maneira que se possam antecipar algumas situações comuns a cada
uma das brincadeiras, intervindo de maneira que ela siga naturalmente. A
flexibilidade do planejamento deve estar ligada a dinâmica que o brincar
oferece como verificaremos a seguir. A esse respeito Esteban afirma que:
O cotidiano da sala de aula é tempo/espaço de imprevisibilidade.
O professor frequentemente se encontra diante de situações comuns
que alteram a dinâmica da sala de aula, interferindo no processo
ensino/aprendizagem. O planejado vai sendo atravessado pelos fatos
que se impõe ao previsto, criando novas demandas, novas
possibilidades, novos obstáculos, fazendo com que o preestabelecido
precise ser constantemente revisto e reorganizado (ESTEBAN, 2001,
p. 172)

O professor não pode esquecer que o jogo precisa de planejamento. É


necessário que se tenha noção de tempo, o que será preciso, aos envolvidos e
quais as intervenções poderão ser necessárias, que situações problemas serão
apresentadas para que os objetivos sejam alcançados.
Com foco no aprendizado, o professor, antes de tudo, precisa conhecer
o jogo, desde as regras a tudo que ele pode oferecer para o desenvolvimento
do aluno, como abaixo:

Nesse sentido, planejar uma situação pedagógica com o jogo envolve


conhecê-lo muito bem, par além do domínio das regras, como
também conhecer suas potencialidades pedagógicas. (MEC, SEB, P.
14, 2014)

Jogar pedagogicamente implica muito mais que apenas escolher o jogo


ideal e os objetivos a serem alcançados, exige, também, uma série de
situações a serem consideradas e que devem ser conhecidas e planejadas.
Planejar bem o jogo para se promover o desenvolvimento pleno da criança é
fundamental para se alcançar esses objetivos, por tanto, brincar com as
crianças de forma mais livre sem grandes exigências é uma maneira de se
conhecer as possibilidades que o local, o jogo e as brincantes oferecem e, com
isso, se possa planejar considerando as intervenções a serem feitas para que
haja desenvolvimento das crianças.
36

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho trouxe a oportunidade de pesquisar sobre a importância


dos jogos e das brincadeiras nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A
temática é bastante complexa e tem sido estudado por diferentes autores como
Piaget e Kishimoto, porém foi possível perceber que há uma importante relação
entre os jogos e brincadeiras com a educação, pois essas ferramentas são
capazes de fazer com que a criança demonstre seus conhecimentos de tal
maneira que quem a repara brincar ou jogar pode compreender a maneira de
como ela vê o mundo. Produzir esses conhecimentos através da brincadeira é
indispensável para que os profissionais que estejam envolvidos com essa
educação, seja capaz de incentivar esse comportamento, propiciando um
ambiente em que os jogos e as brincadeiras sejam feito de modo a favorecer
seu aprendizado.
É importante que os docentes queiram modernizar suas atividades,
tendo nos jogos e nas brincadeiras o aliado constante, propiciando as crianças
uma alternativa de desenvolver com maior eficácia as suas competências
sociais, físicas e intelectuais com mais prazer e participação, uma vez que os
jogos e as brincadeiras contribuem para o processo de ensino e aprendizagem
de forma considerável. Para que toda a etapa da concepção do conhecimento
aconteça, é essencial a instigação através dos jogos e brincadeiras, uma vez
que a criança sente entusiasmo ao brincar. Através deles é que a criança
começa a conhecer a si mesma e as participações de cada indivíduo na
sociedade.
Os jogos e as brincadeiras contribuem efetivamente para a construção
do intelecto desde que sejam utilizados em procedimentos lúdicos, capazes de
proporcionar prazer e com a orientação do professor, sempre cumprindo as
fases de desenvolvimento mental da criança. As diversas probabilidades de
autoconhecimento que os jogos e as brincadeiras possibilitam, contribuem para
que a criança se torne mais autoconfiante, segura, consciente de sua
capacidade e de suas restrições. Esses conhecimentos serão levados para a
sua vida, pela delícia e pelo contentamento que foi propiciado ao espírito e ao
corpo de forma significativa.
37

A utilização dos jogos e das brincadeiras no âmbito da educação faz-se


indispensáveis, pois motivam, fazendo com que a criança se interesse pelas
atividades á ela proposta, oportunizando ao professor aprimoramento e
reconstrução junto com a criança do seu conhecimento, contribuindo para um
ensino e aprendizagem de conteúdos e conceitos. A criança necessita das
brincadeiras, dos jogos e da diversão, pois é por meio destas atividades que
ela desenvolve a leitura de mundo.
Portanto, consideremos a relevância em utilizar os jogos e as
brincadeiras nos anos iniciais do Ensino Fundamental, dando ênfase a
estimulação e participação da criança nas dinâmicas sugeridas pelo docente. É
nesse ínterim que as práticas dessas ações fazem com que a criança sinta-se
motivada a integrar-se para explorar sua inteligência e sua capacidade de
criatividade possibilitando á ela a superação das dificuldades impostas para
aquele determinado momento.
Portanto, o professor que vê nos jogos e nas brincadeiras possibilidades
favoráveis ao desenvolvimento cognitivo, está proporcionando á essa criança
competências humanas como a comunicação, percepção emoção entre outras.
Vale ressaltar que é através destas atividades que tanto o adulto quanto a
criança, desenvolvem ainda suas inteligências em cooperar e interar,
possibilitando conhecer melhor um ao outro.
No entanto é necessário destacar que a formação do professor que atua
nos anos iniciais do Ensino Fundamental deve possibilitá-lo a reflexão sobre
suas metodologias, tornando-o flexível a qualquer tempo, oportunizando ainda
conhecer-se como pessoa, como ser humano provido de obrigações, dispondo
de completa consciência da relevância ao aplicar os jogos e as brincadeiras no
âmbito educacional.
Consideramos, dessa forma, a importância em utilizar como ferramenta
no processo de ensino e aprendizagem os jogos e as brincadeiras em sala de
aula no que diz respeito ao desenvolvimento das habilidades de forma afetiva,
prazerosa, emocionante, observando que as chances do sucesso escolar serão
máximas. Para que cheguemos a esse resultado é necessário que o professor
conheça e tenha formação teórica em suas práticas educativas.
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