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FORTALEZA-CE
2022
CAROLINE DA SILVA SANTIAGO
FORTALEZA-CE
2022
CAROLINE DA SILVA SANTIAGO
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof. Me. Francisco Claidemir Queiroz dos Santos
______________________________________________________
Prof. Me. Cleison Luis Rabelo
Diretor do Curso - Faculdade PLUS
______________________________________________________
Prof.ª Esp. Ana Karolina Matos de Freitas
Coordenadora do Curso - Faculdade Plus
FORTALEZA-CEARÁ
2022
Este trabalho de pesquisa é
inteiramente dedicado aos meus pais,
que são os dois maiores
incentivadores das realizações dos
meus sonhos. Muito obrigada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, esteve ao meu lado e me deu força, ânimo e crença para
não desistir e continuar lutando por este meu sonho e objetivo de vida. A Ele eu devo minha
gratidão.
A minha filha Gabriely Santiago Souza, minha razão de viver. Agradeço por ter sido
minha fortaleza durante esse percurso de aprendizagem.
Aos meus pais, Maria Orineide da Silva Santiago e Luís Erivaldo Santiago. A vocês eu
deixo uma palavra gigante de agradecimento. Hoje sou uma pessoa realizada e feliz, porque não
estive só nesta longa caminhada. Vocês foram o meu apoio.
Aos meus irmãos, Luís Henrique da Silva Santiago e Francisco Erivan da Silva Santiago,
que me incentivaram nos momentos difíceis e pelas palavras de carinho.
Ao meu orientador Prof. Me. Francisco Claidemir Queiroz dos Santos, pelas orientações
ao longo do desenvolvimento da pesquisa.
Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização
desta pesquisa.
“Ao brincar, a criança assume papéis e
aceita as regras próprias da
brincadeira executando,
imaginariamente tarefas para as quais
ainda não está apta ou não sente como
agradáveis na realidade.”
Lev Vygotsky.
RESUMO
Playfulness is of singular importance at school and, when used in the teaching and learning process, it
enhances this process by making students establish a relationship between games and play and the
construction of knowledge, especially in the early years of elementary school, which is the object of
analysis of this study. The problem of this study is based on the following problem: What is the
importance of games and play in the teaching and learning of children during the literacy process, in the
two initial years at elementary school Paulo Sarasate? Thus, the research objectives were built to analyze
the importance of games and play in the teaching and learning of children during the literacy process, in
the two initial years at elementary school Paulo Sarasate. Specifically, it intends to know how playfulness
can be worked with teachers in the daily context of the school and educational activities; to understand the
main playful methodologies used by teachers in the 1st and 2nd years of elementary school and to
understand the contribution of games and play to the social and intellectual growth of children in the
literacy process. As for the methodology, this is a descriptive study with a qualitative approach, carried
out at the elementary school Paulo Sarasate, located in the district of Laranjeiras, 8 km from the city
where the research was conducted. The sample consisted of two teachers, one from the 1st and another
from the 2nd year, as well as the students from these classes who were in class on the day the research was
carried out. To analyze the research data, a questionnaire was given to the educators of the sample. In
addition to the questionnaire given to the teachers, two games were applied to the literacy process in each
class. It is considered that the playful activities are important to enable a greater integration of students
during the activity, allow the development of competitiveness among students during the game - which
can be worked on by teachers to become something healthy among students, and contribute to the
correlation of the game with the teaching and learning process.
Figura 01: Pátio interno da EEF. Paulo Sarasate em Laranjeiras, Banabuiú-Ce .............. 27
Figura 02: Pátio coberto (área interna) da EEF. Paulo Sarasate em Laranjeiras,
Banabuiú-Ce. ........................................................................................................... 28
Figura 03: Biblioteca da EEF. Paulo Sarasate em Laranjeiras, Banabuiú-Ce. ................... 29
Figura 04: Ligue a palavra com a família silábica do C ........................................................ 36
Figura 05: Complete as palavras usando as vogais ................................................................. 37
Figura 06: 4 imagens e 1 palavra para a palavra BARULHO .............................................. 39
Figura 07: Palavras cruzadas contendo a família silábica do C ............................................ 40
Figura 08: Alunos da turma de 1º da EEF. Paulo Sarasate ................................................... 41
Figura 09: Alunos da turma de 2º Ano da EEF. Paulo Sarasate, realizando atividade
lúdica ......................................................................................................................... 42
Figura 10: Alunos da turma de 2º Ano da EEF. Paulo Sarasate, durante atividade lúdica. 42
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 15
2.1 LUDICIDADE E EDUCAÇÃO ................................................................................ 15
2.1.1 Conceito de Ludicidade ........................................................................................... 16
2.1.2 Jogos, Brincadeiras e a Alfabetização .................................................................... 18
2.2 LUDICIDADE COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ...................................... 20
2.2.1 A importância do Lúdico na Escola ....................................................................... 22
2.3 O JOGO PEDAGÓGICO E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR ............................. 23
3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 25
3.1 TIPOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................... 25
3.2 ÁREA DA PESQUISA .............................................................................................. 26
3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................................... 29
3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DOS DADOS ................................................... 30
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 32
4.1 RESULTADO DA COLETA A PARTIR DOS QUESTIONÁRIOS ....................... 32
4.2 RESULTADO DA COLETA A PARTIR DA APLICAÇÃO DOS JOGOS
LÚDICOS .................................................................................................................. 35
4.2.1 Jogos de Alfabetização para o 1º Ano .................................................................... 35
4.2.2 Jogos de Alfabetização para o 2º Ano .................................................................... 38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 43
REFERENCIAS ....................................................................................................... 45
APÊNDICES ............................................................................................................. 47
11
1 INTRODUÇÃO
ambiente escolar, mas é preciso conhecer o porquê de serem tão necessários ao processo de
ensino e aprendizagem na alfabetização.
Assim, a presente pesquisa assenta-se sobre a temática da Ludicidade e como objeto
de estudo realiza uma abordagem sobre os jogos e brincadeiras, aqui pensados na perspectiva do
processo de alfabetização. Na construção da mesma sentiu-se a necessidade de buscar fontes que
tratem sobre o papel que os jogos e as brincadeiras desempenham na fase da alfabetização. E
desta forma, surge a seguinte problemática: Qual a importância dos jogos e brincadeiras aplicadas
no ensino e na aprendizagem das crianças durante o processo de alfabetização, nos dois anos
iniciais na Escola de Ensino Fundamental Paulo Sarasate, em Banabuiú-CE?
Diante dessa problemática, outras questões tornam-se relevantes, a saber:
Como a ludicidade pode ser trabalhar junto aos docentes no contexto diário da escola e
das atividades educacionais?
Quais as principais metodologias lúdicas utilizadas pelos professores do 1º e 2º anos do
Ensino Fundamental?
Qual a contribuição dos jogos e brincadeiras para o crescimento social e intelectual das
crianças em processo de alfabetização?
Diante das questões levantadas, constata-se a argumentação dessas a partir das
seguintes hipóteses:
A brincadeira constitui um incentivo ao desenvolvimento de novas habilidades e á busca
de novas explicações, pois, para as crianças, é sempre mais agradável trabalhar sobre
situações imaginárias e hipotéticas, seguindo determinadas regras;
Os jogos e brincadeiras na são fontes de felicidade e prazer que se fundamentam no
exercício da liberdade e, por isso, representam a conquista de quem pode sonhar, sentir,
decidir, arquitetar, aventurar e agir, com energia para superar os desafios da brincadeira,
recriando o tempo, o lugar e os objetos;
Brincar é colocar a imaginação em ação. O bom jogo não é aquele que a criança pode
dominar corretamente, o importante é que a criança possa jogar de maneira lógica e
desafiadora e que o jogo proporcione um contexto estimulador para suas atividades
mentais e amplie sua capacidade de cooperação e libertação;
Por meio dos jogos, pode se criar uma série de situações que envolvam equilíbrio e outros
desafios corporais para crianças com uso de objetos, de obstáculos e alvos. Combinados
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico dessa pesquisa está dividido em três partes principais: a primeira
aborda a Ludicidade e sua relação com a Educação, onde buscou-se entender, inicialmente, o
conceito de ludicidade e em seguida, a relação entre os jogos e brincadeiras com o processo de
alfabetização; na segunda parte do referencial teórico a ludicidade é abordada enquanto
ferramenta pedagógico, portanto voltada ao ensino e à aprendizagem, compreendendo a
importância do lúdico na Escola e; por fim, faz-se uma análise relacional entre o jogo pedagógico
e a formação dos professores, afim de entender como tal formação é necessária para o trabalho
nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Negrine (2000) afirma que a capacidade lúdica está diretamente relacionada à pré-
história da vida humana. Acredita ser, antes de tudo, um estado de espírito e um saber que
progressivamente vai se instalando na conduta do ser devido ao seu modo de vida.
O lúdico refere-se a uma dimensão humana que evoca os sentimentos de liberdade e
espontaneidade de ação. Abrange atividades despretensiosas, descontraídas e desobrigadas de
toda e qualquer espécie de intencionalidade ou vontade alheia.
Uma curiosidade que merece atenção aqui é o fato da palavra ludicidade, embora
bastante utilizada no contexto da educação, não existir no dicionário da língua portuguesa. Nem
tampouco em outras línguas, como inglês, francês, alemão, espanhol ou italiano (HUIZINGA,
2008; LOPES, 2005). Ademais, não se dispõe, até agora, de outra palavra que possa apresentar os
diversos significados atribuídos à ludicidade. Assim, como a palavra ludicidade não está presente
em muitos idiomas, buscamos em Brougère (2003) e Huizinga (2008) a discussão sobre os
múltiplos significados da palavra “jogo”, associando-a ao conceito de ludicidade. Também
realizamos tal análise em função da origem semântica da ludicidade, que vem do latim LUDUS,
que significa jogo, exercício ou imitação.
De acordo como Brougère (2003, p. 09) “A própria ideia que se tem de jogo varia de
acordo com autores e épocas, a maneira como é utilizado e as razões dessa utilização são
igualmente diferentes”, já para Huizinga (2008, p. 41), “ludus abrange os jogos infantis, a
recreação, as competições, as representações litúrgicas e teatrais e os jogos de azar”. Cabe
observar, portanto, que o seu significado extrapola as ações da criança, incluindo também as
ações dos adultos e os efeitos resultantes dessas ações.
A palavra ludicidade tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer “jogo”.
Se achasse confinada a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogo, ao brincar,
ao movimento espontâneo, mas passou a ser reconhecido como traço essencialmente
psicofisiológico, ou seja, uma necessidade básica da personalidade do corpo e da mente no
comportamento humano, as implicações das necessidades lúdicas extrapolaram as demarcações
do brincar espontâneo de modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. O
lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana, trabalhando com a cultura
corporal, movimento e expressão. (ALMEIDA, 2006).
17
Conceituar ou definir “Jogos’’ e “Brincadeiras” não é tão fácil como parece e nem tão
difícil como se possa imaginar”. Segundo o dicionário Aurélio jogos significam – brinquedo,
folguedo, divertimento partida esportiva; e brincadeiras – divertimento gracejo.
Os jogos e brincadeiras existiram em todas as sociedades e nos mais diversos
períodos históricos, constituindo-se como atividades fundamentais para a vida de qualquer ser
humano. Portanto, o momento de brincar, tão “sagrado” às crianças, deve ser sempre respeitado e
visualizado com muita seriedade dentro ou fora do ambiente escolar. Os jogos e as brincadeiras
possibilitam as crianças vários benefícios indispensáveis á saúde física e ao desenvolvimento
emocional e intelectual. São momentos de interação do concreto e do abstrato, onde crianças
desenvolvem melhor o pensamento real e seguem seguras as evoluções da inteligência.
Assim, para Kishimoto (2002, p. 23) “Se as crianças são vistas como seres sociais a
aprendizagem infantil far-se-á de modo espontâneo, por meio do jogo, nas situações do cotidiano,
isto é, tarefas simples como preparar alimentos, lanche, representações de peças familiares,
brincar de faz-de-conta, adivinhações, etc.”.
Segundo Antunes toda criança passa por intenso processo de desenvolvimento
corporal e mental. Para o referido autor,
Desse modo compreende-se que a criança passa por um processo de evolução desde
seu nascimento, por isso, precisa ser estimulada para que possa desenvolver suas capacidades
físicas e intelectuais. E, por meio dos jogos e brincadeiras, pode ocorrer o processo de
assimilação e apreensão do conhecimento.
19
Nesse sentido, Vygotsky citado em Dallabona e Mendes (2004, p. 109) “[...] atribui
relevante papel ao ato de brincar na constituição do pensamento infantil. É brincando, jogando,
que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e
entrar em uma relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos.”.
De acordo com o autor, toda criança que brinca vive uma meninice afortunada, além
de ter um amadurecimento muito mais tranquilo físico e emocional. Com certeza, segundo o
estudioso, ultrapassará com mais facilidade as dificuldades existentes no seu cotidiano. Mas, se
for privada de brincar, poderá ter grandes problemas que resultem em traumas intensos da
ausência desta vivência.
As brincadeiras e os jogos durante o século XX passaram por mudanças
significativas, como: a redução do espaço físico, por consequência do crescimento dos centros
urbanos e da falta de segurança; a diminuição do tempo disponível à estimulação lúdica; a
expansão da indústria que passou a oferecer brinquedos mais atraentes e vinculados ao
consumismo, influenciados pela propaganda e mídia televisiva (FRIEDMANN, 2006).
A ludicidade acompanha a vida de todas as pessoas, desde o nascimento até a velhice.
As ações lúdicas, por meio dos jogos e brincadeiras, são essenciais para a descoberta de um
mundo existente no imaginário e na realidade de cada pessoa, possibilitando uma vivência única,
exclusiva e inédita, o que favorece o desenvolvimento humano daqueles que brincam. (SILVA;
PINES JUNIOR; 2013).
Para Macedo (2005) aponta cinco qualidades fundamentais da dimensão lúdica. São
elas: ter prazer funcional, ser desafiadora, criar possibilidades criativas, possuir dimensão
simbólica e expressar de modo construtivo e relacional. Em linhas gerais, o jogo é a ação
contemplada pelo coletivo, por suas regras e identidades – recorrência, conflito e tradição. Com
tantas variáveis é comum que os participantes, no início do jogo, estejam na fase de entendimento
e compreensão das mesmas. Depois de certo tempo de prática, o jogo começa a fluir com mais
espontaneidade e naturalidade.
É com a prática dos jogos e das brincadeiras que as crianças ampliam seus
conhecimentos sobre si, sobre os outros e sobre o mundo que está ao seu redor. Desenvolvem as
múltiplas linguagens, exploram e manipulam objetos, organizam seus pensamentos, descobrem e
agem com as regras, assumem papel de líderes e se socializam com outras crianças (SILVA;
GONÇALVES, 2010).
20
É pertinente, afirmar que a educação do ser humano vai muito além da transmissão de
conhecimentos. E sim, a busca de apreensão dos mesmos numa perspectiva relevante ao seu
aprimoramento intelectual, no qual a mesma dever ser dinâmica e constante, sob a reflexão de
suas ações, como os afirma Almeida: “A ação de buscar e de apropriar-se dos conhecimentos
para transformar exige dos alunos esforços, participação, indagação, criação, reflexão,
socialização com prazer, relações essas que constituem a essência psicológica da educação
lúdica”. (2003, p. 29).
O lúdico pode trazer à aula um momento de felicidade, seja qual for a etapa de nossas
vidas, acrescentando leveza à rotina escolar e fazendo com que o aluno registre melhor os
ensinamentos que lhe chegam, de forma mais significativa.
Na educação infantil, é importante que o professor possua o perfil para a prática de
uma pedagogia relacional, servindo como mediador ao conhecimento, fazendo a interação do
aluno com o meio, servindo de base para a aprendizagem. Acredita-se que aprender é construção,
ação e tomada de consciência.
Nos primeiros anos escolares é muito importante deixar claro que cada sujeito é
único, com diferentes construções lógicas e significações. Para Baquero (2000) é neste momento,
em que o aluno entra no estágio das operações concretas, que o lúdico aliado ao conhecimento é
de fundamental importância, o autor enfatiza que,
[...] no processo de educação também cabe ao mestre um papel ativo: o de cortar, talhar
e esculpir os elementos do meio, combiná-los pelos mais variados modos para que eles
realizem a tarefa de que ele, mestre, necessita. Deste modo, o processo educativo já se
torna trilateralmente ativo: é ativo o aluno, é ativo o mestre, é ativo o meio criado entre
eles. (BAQUERO, 2000. p. 27).
21
Os anos passam e os alunos crescem. Quando chegam ao quinto ano, por volta dos
dez ou onze anos, em plena fase da pré-adolescência, a ludicidade também deve passar por uma
transformação. Não basta mais cantar, dançar, jogar apenas. As aulas lúdicas devem ser
direcionadas para as necessidades dos alunos, buscando a proximidade entre a escola e o meio em
que o aprendente vive.
Neste período de descobertas múltiplas, é importante que o professor esteja atento ao
que acontece em sala de aula e busque interagir de forma positiva e conciliadora, através de
atividades que transmitam o conteúdo e promovam a socialização. Principalmente porque o
lúdico, o brincar, fica mais perigoso nesta idade, já que os jovens passam a ter habilidades
motoras mais desenvolvidas e o “brincar impetuoso” passa a fazer parte das aulas, dos recreios,
dos pátios... Eles buscam testar o corpo muitas vezes, o tempo todo.
22
[...] trazer o jogo para dentro da escola, é uma possibilidade, de pensar na educação
numa perspectiva criadora, autônoma, consciente. Através do jogo, não somente abre-se
uma porta para o mundo social e para a cultura infantil, como se encontra uma rica
possibilidade de incentivar o seu desenvolvimento. A utilização do lúdico nas escolas
faz com que haja uma valorização das relações sociais, possibilitando aquisição de
valores já esquecidos, novos conhecimentos, desenvolvendo a criatividade, com
valorização cultural.
23
Almeida (2003, p.23) diz que “o grande educador faz do jogo uma arte um admirável
instrumento para promover a educação para as crianças.” Pois muitas vezes antes de irem para as
escolas as crianças utilizam os brinquedos e jogos sem sentido algum, porém quando elas vão
para a escola, através do professor elas aprendem que jogos possuem significados e aprendem
que são fontes de conhecimento.
Brincar juntos reforça laços afetivos. É uma maneira de manifestar nosso amor à criança.
Todas as crianças gostam de brincar com os professores, pais, irmãos, e avós. A
participação do adulto na brincadeira com a criança eleva o nível de interesse pelo
enriquecimento que proporciona, pode também contribuir para o esclarecimento de
dúvidas referentes as regras das brincadeiras. A criança sente-se ao mesmo tempo
prestigiada e desafiada quando o parceiro da brincadeira é um adulto. Este, por sua vez
pode levar a criança a fazer descobertas e a viver experiências que tornam o brincar mais
estimulante e mais rico em aprendizado. (2003, p.17).
3 MATERIAIS E MÉTODOS
No dia 21 de janeiro de 1961 foi inaugurada, a instituição tinha como nome Escola de 1º
Grau Paulo Saraste. Seu objetivo era atender toda região circo-vizinha. Inicialmente
funcionava com toda a clientela voltada para o atendimento de Alfabetização a 4ª série.
Tomavam frente e faziam parte do quadro de Professores: Maria Sá Nobre (Diretora),
Ilda Sá Nobre, Emília Sá Nobre, Raimunda Lopes Machado. Pertencente à Quixadá no
dado momento histórico o projeto da implantação dessa escola foi aprovado pelo
prefeito José da Páscoa. Quando se deu a implantação, a escola era anexa de Quixadá, o
nível educacional era realmente produtivo. Existia uma direção competente e
comprometida com o trabalho escolar. Depois veio a implante de salas em multisseriadas
que fez com que houvesse distribuição de salas em cada região e contribuiu
intensamente para a falta de aprendizagem nesse núcleo. Mas após 20 anos depois do
ensino multisseriado veio a nucleação – reforma educacional ocorrida em 1998 (já
pertencente ao município de Banabuiú) promovida pelo governo federal, tendo como
apoio a criação do FUNDEF. Dá-se, então, os primeiros requisitos de mudança de
ensino. Com a nucleação acabou as turmas de multisseriado. E as regiões vizinhas
vieram a ser atendida na escola. Depois de mais de vinte cinco anos foi criada uma nova
direção escolar, tendo como diretora a professora Imaculada Conceição da Silveira que
passou um período de dois anos.
A escola passou por outras direções, (mas partir de 2009 criou-se um Núcleo Gestor
que é composto por Diretor, Coordenação Pedagógica e Secretária Escolar, correspondendo a
quatro anos de mandato). Nesse período surgiu a necessidade de ampliação do prédio, pois só
havia três salas de aula e não dava para atender o público desejado. Em 2005, na Administração
do Prefeito Antônio Sales, foi construída mais duas salas de aulas e uma biblioteca. A instituição
sempre vem tendo à frente uma direção competente e comprometida e professores qualificados,
que mostram a cada ano um trabalho bastante proveitoso.
27
No ano de 2007, o que não se esperava aconteceu: o prédio público em que a escola
funcionava não existia legalmente. Isso foi descoberto porque a direção da escola procurou
informações para poder realizar o processo de Credenciamento essa unidade escolar. Não foi
encontrado nenhum documento que comprovasse que o prédio existia.
De acordo com Pereira (2018, p. 28):
Figura 02: Pátio coberto (área interna) da EEF. Paulo Sarasate em Laranjeiras, Banabuiú-Ce.
Uma das grandes conquistas foi à reforma e ampliação do prédio escolar que
aconteceu nesse ano de 2011. Tendo a frente o Secretário de Educação Alexandre Lucas e
Prefeito Veridiano Sales. A reforma foi concluída em agosto do ano de 2015, onde foi feita a
reforma geral do prédio que já existia e a ampliação com: laboratório de informática (com
Internet), refeitório, novos banheiros e uma sala para os professores. Atualmente, a escola possui
uma boa estrutura para ter uma educação de qualidade e tem como missão oferecer um ensino de
qualidade, garantindo a aprendizagem dos alunos, a participação ativa da comunidade escolar e a
constante excelência nos serviços prestados. (PEREIRA, 2018).
A escola recebe alunos das localidades de Laranjeiras, Penha, São Gonçalo,
Taperinha, Brasibel, Belo Horizonte E São João. A escola atende alunos filhos de pedreiro e
servente, comerciante autônomos, policiais militares, agricultor em maior número, pescador,
domestica, artesãs, vaqueiros, professoras, motoristas, boias frias, cozinheira. Atualmente só
funciona durante os turnos matutinos e vespertinos, mas entre os anos de 2006 e 2007 e também
no ano 2009, funcionou no turno noturno atendendo a modalidade EJA e a Educação Solidária.
(PPP, 2021).
29
A escola hoje atende a um total de 160 alunos. Nas etapas da Educação Infantil com
um total 29, no Ensino Fundamental I e II com 128 alunos, esses dados são do ano de 2020. O
contingente de professores é em torno de aproximadamente 20 professores. Já os coordenadores e
equipe pedagógica são um total três profissionais. Os de funcionários são no total de 11
funcionários (incluindo vigia, auxiliar administrativo, auxiliar de serviços gerais, merendeira e
responsável por bibliotecária). (PPP, 2021).
Neste ano de 2022 a escola possui um núcleo gestor composto pela diretora Eliana
Lopes e a coordenadora pedagógica Rejane Régio. Funciona uma turma de cada ano da Educação
Infantil (Creche e Pré-Escola) ao Ensino Fundamental I (1º, 2º, 3º, 4º e 5º Anos) e Ensino
Fundamental II (6º, 7º, 8º e 9º Anos).
composta por duas professoras, sendo um de 1º Ano e outra de 2º Ano, bem como os alunos e
alunas das referidas turmas que estiverem na aula no dia da aplicação da pesquisa, sendo esse o
fato de exclusão da mesma.
Para análise dos dados da pesquisa foi realizado um questionário para aplicação aos
educadores da amostra (Apêndice B). Por que o questionário é mais eficaz nas coletas de dados e
designar informações de acordo com as pesquisas presentes. Com perguntas mistas e perguntas
abertas e fechadas.
Trata-se de uma pesquisa simples com perguntas mistas – ou seja, contendo questões
abertas e fechadas, que estabeleça uma relação com clareza. Que as informações possam
identificar diretamente as necessidades de cada indivíduo entrevistado.
Foram analisados os questionários com questões abertas e fechadas, depois desse
procedimento procuramos o núcleo gestor da instituição, para solicitar-nos uma autorização de
realização da pesquisa. Sempre visando perguntas que esteja de acordo com o título trabalhado.
Para as duas professoras apresentou-se um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice A).
O ponto de partida foi à pesquisa bibliográfica que serviu de fonte para a pesquisa de
campo e envolveram os autores, Almeida (2003) e Friedmann (2006), dentre outros que
contribuirão para fundamentação teórica.
Para analise dos dados da pesquisa descritiva e qualitativa foi realizado um
questionário para o desenvolvimento das pesquisas. Por que o questionário é mais eficaz nas
coletas de dados e designar informações de acordo com as pesquisas presentes. Com perguntas
mistas e perguntas abertas e fechadas, que foi aplicado às professoras das turmas de 1º e 2º anos
da referida escola, a motivação da pesquisa é a relação da ludicidade com o processo de
alfabetização desenvolvido nas referidas turmas.
A pesquisa foi realizada no período do primeiro semestre de 2022, na terceira semana
do mês de março.
31
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na análise dos dados dos questionários foi realizado uma divisão em duas partes
principais: a primeira considerou os dados sobre os depoentes e a segunda as categorias de
análises – tais categorias foram criadas a partir dos objetivos específicos dessa pesquisa,
conforme demonstra o quadro 01, abaixo:
A maneira como uma criança brinca ou desenha reflete sua forma de pensar e sentir, nos
mostrando como está se organizando frente à realidade, construindo sua história de vida,
conseguindo interagir com as pessoas e situações de modo original, significativo,
prazeroso ou não. A ação da criança reflete sua estruturação mental, o nível de seu
desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional. Mais um espaço psicopedagógico que
pode ser expandido principalmente na Psicopedagogia Institucional é a brinquedoteca,
pois na Psicopedagogia Clínica este espaço já é praticamente garantido, tendo em vista
sua eficácia.
34
Quanto a terceira (e última) categoria coletou-se dados sobre a contribuição dos jogos
e brincadeiras para o crescimento social e intelectual das crianças em processo de alfabetização,
os depoentes acreditam parcialmente, que a criança consegue interagir plenamente com outras
crianças durante o desenvolvimento das brincadeiras lúdicas durante a aula.
Assim, os depoentes acreditam que o educador permite que a criança explore diversos
materiais enquanto brincam, acreditam também que as brincadeiras e jogos tornam a aula mais
dinâmica e prazerosa para o aluno e que a atividade de brincar e jogar trás desenvolvimento
mental e motor para os alunos do 1ª ano/2º ano no ensino fundamental.
Os jogos e brincadeiras auxiliam a criança no processo de pensar, imaginar, criar e se
relacionar com os demais. “A brincadeira é atividade física ou mental que se faz de maneira
espontânea e que proporciona prazer a quem a executa”. (QUEIROZ, 2003, p.158). No momento
em que ela brinca a aprendizagem acontece, porque a “aprendizagem é construção do
conhecimento”. (QUEIROZ, 2003 p.22).
35
A coleta de dados a partir dos jogos ocorreu com a aplicação de 04 jogos lúdicos,
sendo dois em cada turma – 1º e 2º anos, tais jogos buscaram contemplar ações lúdicas voltadas
ao processo de alfabetização nas referidas turmas.
Fonte: https://guiadoprofessor.com/atividade-com-a-letra-inicial/
a aprendizagem percebeu-se como sendo REGULAR, o mesmo foi assinalado quanto o grau de
satisfação dos alunos durante a aplicação da atividade.
Em relação às considerações e observações realizadas sobre a atividade, denota-se
que, os alunos interagiram com a atividade ao máximo e buscavam sempre a resolução de modo
coletivo, respondendo sempre em voz alta. A turma é bem pequena, com apenas 07 alunos o que,
em certo grau, possibilita uma melhor explicação e explanação da atividade por parte do
professor.
Assim, na análise do instrumental referente a aplicação da segunda atividade lúdica
(Formando silabas) propõe-se a seguinte atividade, conforme a figura 02, abaixo:
Fonte: https://guiadoprofessor.com/atividade-com-a-letra-inicial/
38
Fonte: https://4fotos1palavra.info/7-letras/
Fonte: https://www.liveworksheets.com/gf284277mq
Após a aplicação as atividades em sala, as duas turmas foram convidadas o para uma
fotografia, os mesmos atenderam prontamente ao pedido da autora e o resultado foi essa imagem
abaixo:
Figura 09: Alunos da turma de 2º Ano da EEF. Paulo Sarasate, realizando atividade lúdica.
Figura 10: Alunos da turma de 2º Ano da EEF. Paulo Sarasate, durante atividade lúdica.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, P. N. de. Educação lúdica: Prazer de estudar. Técnicas e jogos pedagógicos. 10ª.
ed. São Paulo: Loyola, 2003.
BAQUERO, Ricardo. Vygotsky e a aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal do Jogo. 2ª. ed. São Paulo: Ícone, 2007.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HUIZINGA, Johan. Natureza e Significado do Jogo. In: _____. Homo ludens: O jogo como
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faz. 7ª ed. São Paulo: edições Loyola, 2006.
APÊNDICES
FACULDADE PLUS
CATEGORIAS DE ANÁLISES
1. DADOS SOBRE COMO A LUDICIDADE PODE SER TRABALHADA JUNTO AOS
DOCENTES NO CONTEXTO DIÁRIO DA ESCOLA E DAS ATIVIDADES
EDUCACIONAIS:
1.1 VOCÊ ACREDITA QUE A LUDICIDADE É IMPORTANTE PARA O
DESENVOLVIMENTO DOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) PARCIALMENTE
1.2 EM QUE ASPECTOS A LUDICIDADE É IMPORTANTE PARA AUXILIAR NO
PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM?
( ) DESENVOLVIMENTO MOTOR ( ) LINGUAGEM
( ) DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO ( ) ESPACIALIDADE
( ) COMUNICAÇÃO ( ) MEMÓRIA
( ) OUTROS: _____________________
49
( ) SIM
( ) NÃO
( ) PARCIALMENTE
3.3 AS BRINCADEIRAS E JOGOS TORNA-SE UMA AULA MAIS DINÂMICA E
PRAZEROSA PARA O ALUNO?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) PARCIALMENTE
3.4 A ATIVIDADE DE BRINCAR, JOGAR TRÁS DESENVOLVIMENTO MENTAL E
MOTOR PARA OS ALUNOS DO 1ª ANO/2º ANO NO ENSINO FUNDAMENTAL?
( ) SIM
( ) NÃO
( ) PARCIALMENTE
51