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FAEP – FACULDADE DE EDUCAÇÃO PAULISTANA

CURSO DE PEDAGOGIA -2 LICENCIATURA

ANDREZA JUSTINO DE SOUZA

REFORÇO ESCOLAR:
A IMPORTÂNCIA DO REFORÇO ESCOLAR

SÃO PAULO
2021

FACULDADE DE EDUCAÇÃO PAULISTANA – Rua Cordeiro da Silva, 165 – Parada de Taipas – São Paulo/SP
Andreza Justino de Souza

REFORÇO ESCOLAR:
A IMPORTÂNCIA DO REFORÇO ESCOLAR

Artigo apresentado à F a c u l d a d e d e E d u c a ç ã o P a u l i s t a n a ,
como requisito parcial para a obtenção do título de
Graduado em Pedagogia para Graduados e para Magistério.

São Paulo
2021
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Resumo

A escola, na sua essência, não há todas ferramentas para suporte com alunos
com dificuldades de aprendizagem e há a situação pandêmica em nosso país,
pais ou responsáveis com dificuldades em auxilio educacional para com
suas crianças.

Com isso, e com objetivo de progresso na aprendizagem dos alunos,


professores selecionam crianças para participarem de programas voltados
ao desenvolvimento educacional. Para isso, proporciona aos alunos
selecionados “Aulas de Reforço Escolar”, voltadas às séries iniciais, para
que as crianças consigam atingir os objetivos dentro da sala de aula e
possam acompanhar a turma onde estão inseridas. Através de uma parceria
com professores de reforço da cidade de São Paulo, localizadas no Bairro
de Jardim Rodrigo município de São Paulo, foi possível proporcionar à
escola o Reforço Escolar para Séries Iniciais, onde, por intermédio de pais e
professores, foram selecionados alunos que necessitam de atenção especial
para se desenvolverem em assuntos como a alfabetização e também
letramento, para que os mesmos, participando do projeto, consigam
melhorar seu desempenho em sala de aula. Então esse artigo tem objetivo
enfatizar a importância das aulas de reforço escolar no auxílio de alunos
com dificuldade na aprendizagem e de acompanhamento em sala de aula,
demonstrando como isso contribui para que se tornem cidadãos ativos,
críticos e com desenvolvimento intelectual para o futuro.

Palavras chaves: Educação. Aprendizagem. Alunos. Reforço.


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1. INTRODUÇÃO

O reforço escolar nas séries iniciais tem aumentado gradativamente


nos últimos meses no Brasil, os pais ou responsáveis vão à procura de um
apoio maior das crianças com dificuldades na aprendizagem ou por um
auxílio escolar por falta de aulas presenciais por conta da situação
pandêmica no mundo.

Pesquisas embasadas na perspectiva da deficiência cultural


atribuíram o fracasso na alfabetização às condições de vida, deficiências
culturais e linguísticas das crianças. Segundo Soares (1987, p. 20), o mito
do déficit linguístico e cultural das crianças pobres baseia-se na suposição
de que "as crianças das camadas populares chegam à escola com uma
linguagem deficiente, que as impede de obter sucesso nas atividades e
aprendizagem".

Há professores formados e especializados neste tipo de


desenvolvimento construtivista e também dinâmico. Ideias de Emília
Ferreiro e Ana Teberosky (1999) sobre a Psicogênese da Língua Escrita
transformaram de maneira revolucionária as concepções sobre alfabetização
no Brasil.

Este artigo apresenta a dificuldade do aluno que não está na mesma


fase desenvolvimento de seus colegas em sala de aula, e a importância do
reforço escolar nas séries iniciais.

A elaboração deste artigo foi realizada a partir de entrevistas fechadas,


e acompanhamento de alunos em aulas de reforço, que complementaram o
estudo para representar a realidade de alunos inseridos em escolas públicas
ou não. O objetivo dessa pesquisa é demonstrar que através de conteúdos
apresentados percebe-se a importância do acompanhamento do reforço
escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem e a sua real
importância para o futuro intelecto do mesmo.
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2. Realidade

Com a atual situação no mundo, e com atrasos da vacina no Brasil.

Há alunos não presenciais em sala de aula, e também há dificuldade do


processo de elaboração de atividades com alunos e professores por conta do
contato físico.

Uma simulação feita com dados do Brasil estima que os alunos dos Anos Finais do Ensino
Fundamental deixarão de aprender o equivalente a 1,8 ponto na escala Saeb em Língua
Portuguesa e 1,5 ponto em Matemática, em um cenário otimista. Já no cenário pessimista, a
perda de aprendizagem será de 9,5 pontos em Língua Portuguesa e 7,9 em Matemática. No
Ensino Médio, a estimativa é que, no cenário otimista, os alunos deixarão de aprender o
equivalente a 1,3 ponto em Língua Portuguesa e 1 ponto em Matemática. No cenário
pessimista, a perda de aprendizagem seria de 6,3 pontos em Língua Portuguesa e 5,1 pontos
em Matemática. No cenário pessimista, o aprendizado não realizado em 2020 seria superior
à evolução de proficiência do Saeb observada nos últimos quatro anos, tanto em
Matemática como em Língua Portuguesa. Em outras palavras, a perda de aprendizagem
poderá ser equivalente a quatro anos de aprendizagem. O fechamento das escolas em
função da pandemia de Covid-19 poderá levar a uma perda de aprendizagem de até 72%
(cenário pessimista) de um ano típico tanto nos Anos Finais do Ensino Fundamental como
no Ensino Médio (Souza et al., 2020).

O estudo também estima os diferentes impactos em Estados e regiões do País, mostrando


que as desigualdades educacionais serão ampliadas. Pesquisa feita por Neri e Osório (2020)
calcula a redução do tempo dedicado aos estudos no Brasil durante a pandemia. Os
pesquisadores analisaram o tempo médio dedicado à escola por estudantes brasileiros, em
agosto de 2020, a partir dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad) Covid-19. O tempo médio dedicado aos estudos foi de 2,20 horas por dia para os
estudantes de 6 a 9 anos, de 2,48 para os de 10 a 14 anos e de 1,96 hora para os de 15 a 19
anos, uma redução média de 1,8, 1,52 e 2,04 horas, respectivamente, considerando a carga
horária mínima obrigatória de quatro horas, estabelecida na legislação.
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Entre os estudantes de 6 a 15 anos, o tempo diário dedicado à escola por aqueles da classe A e B é de 3,19 horas,
enquanto os das classes C, D e E é de 2,37, 2,18 e 2,04 horas, respectivamente. Apenas 2,9% dos alunos mais
ricos entre 6 e 15 anos não receberam qualquer atividade, enquanto esse percentual chega a 21,1% entre os
alunos mais pobres. Na média geral, 13,5% dos estudantes de 6 a 15 anos não receberam materiais de
professores e gestores educacionais. Os autores concluem que as desigualdades de oportunidades e de resultados
educacionais aumentará durante a pandemia, tanto dentro de cada região como entre regiões, ampliando as
desigualdades regionais. As principais consequências são a perda de crescimento e de equidade no
desenvolvimento de capital humano, com efeitos negativos para o País no longo prazo (Neri & Osório).

Gráfico. População de 4 a 17 anos fora da escola, Brasil, Fonte: IBGE.2019 Pnad

Com esses dados, o desafio do professor de reforço é ter criatividade para


que haja interesse do aluno pelo conteúdo não aprendido em sala de aula e
transformar a proposta do reforço escolar em algo inovador e eficiente,
capaz de proporcionar a troca de conhecimento e vivências daqueles que ali
participarem.

A aposta é com lucidade e trabalho em equipe entre os alunos, tomando


todas as medidas de prevenção necessárias conta a Covid19.
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3. METODOLOGIA

A proposta de reforço escolar foi elaborada com orientações dos professores solicitantes. Foi
estabelecida uma rotina de atividades em conjunto com professores solicitantes e professora
de reforço para serem desenvolvidas, no qual explicita o anexo abaixo:

Disciplinas Matemática Língua Portuguesa Ortografia ProduçãoTextual

Materiais  Jogos  Livros de  Caderno  Caderno


contos
 Folhetos  Livros  Livros
 Jogos
 Sementes,  Atividades  Atividades
canudos ,  Atividades impressas Impressas
tampas de Impressas
garrafas.  Roda da
 Roda da Conversa
Conversa

Pode-se dizer que nessas aulas o aluno é estimulado a desenvolver capacidades de: raciocínio
lógico, argumentação, comunicação, e solução de problemas, através do uso de jogos
pedagógicos e outros recursos como tampas, sementes, canudos, e folhetos de supermercado
dentre outros. Com a intenção de trazer a matemática para o ambiente diário dos alunos e,
deste modo, leva-lo a explorar e investigar a matemática a partir de seus momentos diários e
corriqueiros do dia a dia. E o uso de recursos como tampas, sementes, lápis etc. ajuda a
trabalhar com o concreto.

No que diz respeito ao letramento e alfabetização as atividades foram divididas em três (03)
partes, sendo elas: leitura , ortografia e produção textual. Contudo, com ênfase maior foi dada
principalmente à leitura, inclusive foi organizado a “hora da leitura” para motivar ainda mais
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essa prática. Todos os dias os alunos são estimulados a ler algo proposto por eles mesmos,
como leitura de livros, jornais, revistas ou folhetos de supermercados.

As vezes um aluno sendo auxiliado por outros com menos dificuldades. Também há estimulo
para que alunos levem livros para suas casas e retornem com comentários críticos sobre a
leitura lida fora do contexto de aula.

Finalizando a oportunidade do letramento com as releituras de textos nos livros didáticos


fornecidos pelo Estado ou Prefeitura do Estado de São Paulo, e com os jogos pedagógicos e
brincadeiras sempre objetivando a leitura e escrita, jogos esses como:

Stop Falado, Soletrando , Silabário entre outros.

Jogos assim que tem o objetivo a participação, curiosidade do aluno e competição entre eles
para quem acertar mais palavras corretas. Possibilitando assim maior interesse na língua
escrita e também falada.

Bossa (2011, p.155), diz que “o jogo é uma via de acesso ao saber”.

Então nada mais justo do que adotar bons jogos de alfabetização para aliar ludicidade e aprendizagem. Sobre
jogos de alfabetização: Embora todo jogo seja educativo em seu sentido mais amplo, existem alguns que são
especialmente concebidos para cumprirem uma finalidade didática. Os jogos de alfabetização se incluem nessa
categoria, pois, além de terem um sentido lúdico e propiciarem diversão, são intencionalmente preparados para
promover a aprendizagem do sistema de escrita alfabética. Os jogos de alfabetização podem favorecer tanto a
compreensão da natureza e do funcionamento do Sistema de Escrita Alfabética quanto a consolidação do
processo de alfabetização (ALBUQUERQUE E BUNZEN 2015, p.58-59).

Os detalhes foram estrategicamente pontuados para fugir do comum, e o aluno não tivesse a
visão equivocada de que o aprendizado não é apetecioso aprendizagem, o cuidado de não
formalização da lição de casa e dos exercícios repetitivos, mostrar que é possível realizar
diferentes formas de aprendizagem.

Abaixo segue algumas fotos liberadas pelos pais para ilustrar um pouco sobre essas atividades
desenvolvidas:
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Foto 1 Alunos: Fabrício e Fernando alunos fazendo o alfabeto coletivo.

Foto 2: Alunas Milena e Maísa brincando de silabário.

Foto 3: Alunos Maísa e Kevin brincam de “Pega Varetas”


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Foto 4: Alunos Maisa e Kevin fazendo leitura coletiva de folhetos de supermercado.

Foto 5: Alunos Maísa e Kevin “Hora da Leiturinha”


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Gráfico 1

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As aulas de reforço tiveram início em novembro de 2020, sem o término de aulas online.

As aulas de reforço ainda prosseguem com o mesmo objetivo de espaldar alunos com
dificuldades no aprendizado público ou não.

Pais e professores vem os progressos eficazes com as atividades informais, que tiveram o
objetivo alcançado de alunos iniciados no programa como “pré-silábicos” para alfabéticos.

E alunos que ainda não estão alfabetizados, estão sendo trabalhados outros tipos de métodos
em conjunto com pais e professores.

Atividades com jogos, foi facilmente aceita pelos alunos e alguns tiveram estranheza no
início fazendo comparações com a escola formal.

Porem logo se adaptam as atividades proporcionadas e solicitando aos pais ou responsáveis


mais dias da semana para aulas em questões.

Também há de salientar dois pontos positivos nestas aulas são: encontros esporádicos com
outras crianças da mesma idade. Já que muitas dessas crianças não tem contato com seus
colegas há mais de um ano. E a autoconfiança que alguns tiveram na timidez, pela exclusão
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que tinham em salas de aula. Hoje em dia falam sobre o seu fim de semana com a professora e
com outros alunos sem a professora solicitar.

O que se deve também frisar que alguns alunos saíram mais motivados, e fazendo suas
leituras não só de modo automático porém fazendo interpretação de outros tipos de textos.

Porém por inúmeros motivos, inclusive financeiros ou desinteresse entre esses houveram
desistências de alguns pais ou responsáveis durante o processo de pesquisa escolar, e
informações que se obteve é que infelizmente esses alunos não tem acesso nem mesmo as
aulas virtuais propiciadas pelo Estado e Prefeitura de São Paulo.

O olhar que se tem sobre isso é o imenso desperdício do tempo inapto que essas crianças estão
perdendo, e quanto tempo para recuperar essas aulas perdidas.

Enfim, o reforço escolar sem dúvidas torna-se eficaz e atrativo para os alunos e
responsáveis pois os relatos de satisfação em estudar, e pagar por esse auxilio não faltam.
Assim, entendesse que vale a pena continuar investindo nessa nova proposta de reforço
escolar. A desistência de alguns alunos dessas atividades apesar de ser um ponto negativo,
não atrapalhou os resultados desejados por todos.

REFERÊNCIAS

MORAIS. Artur Gomes de Morais. Sistema de escrita Alfabética. São Paulo: Editora
Melhoramentos, 2012. (Como eu ensino).

Acesso: https://todospelaeducacao.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2021/02/2o-
Relatorio-Anual-de-Acompanhamento-do-Educacao-Ja_final.pdf

Acessohttps://www.fundaj.gov.br/images/stories/epepe/V_EPEPE/EIXO_7/
JoaneSantosdoNascimento-CO07.pdf

https://aventuradeconstruir.org.br/8936/?
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https://www.futura.org.br/impactos-da-pandemia-na-educacao/
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