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CURRÍCULO E INTERDISCIPLINARIDADE

A INTERDISCIPLINARIDADE NA INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS DO


ENSINO MÉDIO

Johnattan Wilams C. de Andrade1; Juciana Castro da Cruz2; Juliana Castro da Cruz3;


Michael Jonhata da Silva Xavier4; Natalina Lubarino Rodrigues5;

Subprojeto Interdisciplinar IF SERTÃO-PE, campus Petrolina - jucykkastro@bol.com.br

INTRODUÇÃO

Este trabalho relata as práticas do Subprojeto Interdisciplinar de educação


inclusiva, acerca das possibilidades de expressão dos alunos surdos no âmbito
escolar, ressaltando a importância da Língua Brasileira de Sinais/LIBRAS. Com ênfase
na qualidade do atendimento destes alunos, urgem novas metodologias, posturas e
comportamento diante do ensino tradicional na sala de aula. No interesse de conhecer
como acontece a inclusão de alunos deficientes em salas de aula de ensino regular,
surge a reflexão sobre quais são os principais problemas que os alunos surdos
enfrentam no seu cotidiano escolar. O presente trabalho tem por objetivo produzir
ferramentas didáticas para uso em sala de atendimento especializado/AEE,
proporcionando uma visão interdisciplinar através de metodologias práticas, com uso
de jogos lúdicos e experimentos. Sabendo da carência de profissionais capacitados
com o conhecimento de LIBRAS, fomos motivados a desenvolver esse projeto para os
alunos surdos na Escola Padre Emanoel de Paiva Netto, na cidade de Petrolina-PE.

REFERENCIAL TEÓRICO1

Segundo Bortoleto; Rodrigues e Palamin (2002/2003), a inclusão do surdo na


escola deve garantir sua permanência no sistema educacional regular com igualdade
de oportunidades, bem como, ensino de qualidade. Sabendo das dificuldades
encontradas na educação de nosso país, percebemos que ainda assim, a comunidade
surda a cada dia esta conseguindo conquistar o seu espaço na sociedade. A partir

*Carlos André Gomes Lima – Coordenador de Área do Subprojeto Interdisciplinar:


dedaglima@gmail.com
*Delza Cristina Guedes Amorim - Coordenador de Área do Subprojeto Interdisciplinar:
delzapibid@gmail.com
*Kátia dos Santos Portella – Supervisora da Escola: kportellinha@gmail.com
dessa análise decidiu-se produzir jogos lúdicos e experimentos que envolvessem a
interdisciplinaridade, ou seja, o ponto de vista de várias disciplinas, tais como a
Química, Física, Computação, Música, entre outras.
Neste sentido, segundo BRASIL (1999, p. 89) A interdisciplinaridade não dilui
as disciplinas, ao contrário, mantém sua individualidade. Mas integra as disciplinas a
partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade
e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos,
comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados. Com
o foco na interdisciplinaridade o AEE pode ser um espaço de construção e
consolidação do conhecimento dos alunos surdos.

MATERIAIS E MÉTODOS

Por intermédio do Programa de Iniciação à Docência (PIBID), bolsistas de


diferentes áreas do saber acompanharam o atendimento aos alunos na sala de AEE
no período de maio a agosto de 2015. Após as observações foram identificadas
algumas dificuldades cotidianas enfrentadas pelos mesmos. Durante o período da
intervenção foi possível observar que os alunos possuíam muita dificuldade nas
disciplinas de exatas, e buscavam na sala de recurso aulas de reforço para melhor
entendimento dessas disciplinas. Tendo isso em mente, preparamos algumas
atividades que favorecessem aos alunos autonomia no momento que lhes fossem
propostos alguns problemas com as disciplinas em questões, todo esse processo foi
realizado com o auxílio de um intérprete que transmitia nossas informações aos alunos
surdos. Na continuidade, realizamos a produção dos experimentos complementares:
Iniciamos com experimento sobre a Produção de CO2 (MEDEIROS,2015). Para o
mesmo precisou-se de 5 garrafas pet, 5 bolas de assopro, 1 vidro de vinagre pequeno,
uma caixinha de bicarbonato de sódio, um copo de medidas e um funil (Ver figura 1).

Figura 1
Após a realização dos experimentos será proposto aos alunos um momento de
revisão dos conteúdos abordados de uma forma bem descontraída e divertida, com o
uso de jogos lúdicos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme observações, os resultados demonstram que os alunos surdos


tiveram uma participação mais ativa na sala de AEE que na sala regular. Com a
intervenção realizada por meio da interdisciplinaridade, ficou notória a contribuição
desta abordagem no processo de ensino/aprendizagem dos alunos surdos,
proporcionando aos mesmos uma melhor compreensão das relações que existem
entre as disciplinas, assim instigando-os a reconhecerem o sentido das mesmas, além
de assegurar a oportunidade de expandirem esses conhecimentos. No período de
observações notou-se que os alunos buscavam a sala de recurso como um reforço
para entendimento dos conteúdos, com isso percebemos que as atividades
desenvolvidas na sala AEE não estavam sendo realizadas de forma complementar.

CONSIDERAÇÕE FINAIS

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos alunos surdos e o corpo docente da


escola, ainda existe um esforço por ambas as partes para se alcançar uma educação
de qualidade, focalizada no processo de ensino/aprendizagem inclusiva, buscando
discutir novas ações interdisciplinares para uma melhor disseminação da cultura surda
no âmbito escolar.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

*BORTOLETO, R.H.; RODRIGUES, O.M.P.R.; PALAMIN, M.E.G. A inclusão escolar


enquanto prática na vida acadêmica de portadores de deficiência auditiva. Revista
Espaço. Rio de Janeiro, v.18/19, p.45-50, 2002-2003. In: S586i SILVA, Marisa Cristina
da.. A INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NO ENSINO REGULAR NA PERSPECTIVA
DE PROFESSORES DE CLASSES INCLUSIVAS: Recife. PE: FSH – Faculdade
Santa Helena. 2009. p.12. Disponível em <
http://www.educacao.pe.gov.br/portal/upload/galeria/750/monografia_marisa_c_silva.p
df > Último acesso em 20 de set. 2015
*BRAZIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Ministério da
Educação. Brasília, 1999.
*MEDEIROS, Rebeca V.B; RESENDE, Rodrigo R.; MAIA, Saulo R.R. LABORATÓRIO
EM SALA DE AULA: Produzindo CO2. Edição Avulsa (Alô, Escolas!) Vol. 2, N. 12, 02
de Junho de 2015. Disponível em < http://www.institutonanocell.org.br/laboratorio-em-
sala-de-aula-produzindo-co2/> Último acesso em 20 de set. 2015

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