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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

IZAÍRIA BARATA DA SILVA


JANETE DA CUNHA RIBEIRO

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO ACOMPANHAMENTO


ESCOLAR DOS FILHOS: Pais presentes, escolas eficientes.

BELÉM
2017
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IZAÍRIA BARATA DA SILVA


JANETE DA CUNHA RIBEIRO

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO ACOMPANHAMENTO


ESCOLAR DOS FILHOS: Pais presentes, escolas eficientes.

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao


Curso de Licenciatura em Pedagogia/ PARFOR, da
Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus
Belém, como requisito de obtenção de conclusão de
curso, orientado pelo professor Me. Roberto de
Mendonça França Junior.

BELÉM
2017
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Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em


Pedagogia da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para a
obtenção de grau de Licenciado Pleno em Pedagogia.

Banca Examinadora:

1. _______________________________________
Prof.Me. Roberto de Mendonça França Junior. (Orientador)
PROF/UFRA

2. _______________________________________
Prof. Me. - Membro
PROF/UFRA

3._______________________________________
Prof. Me. - Membro
PROF/UFRA

JULGADO EM:_____/_____/_____

CONCEITO:__________________
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DEDICATÓRIA JANETE RIBEIRO

Dedico este trabalho ao meu pai e a minha mãe pelo amor transmitido e
incentivo. Aos meus três filhos e a você meu grande amigo.

Amo vocês.

DEDICATÓRIA IZAÍRIA DA SILVA

Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus, autor da minha vida e meu tudo. Aos
meus pais pela educação recebida. Aos meus irmãos pelo apoio e incentivo. Ao meu
amado esposo Antônio Galdino pelo carinho, paciência e compreensão. E a todos
que de uma forma direta e indireta contribuíram para a concretização deste trabalho.
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AGRADECIMENTOS JANETE RIBEIRO

Começo agradecendo a Deus por ter me mantido de pé até o presente


momento, fazendo com que mesmo nas dificuldades e adversidades encontradas
nesta trajetória, dando-me força e coragem para concluir essa pesquisa alcançando
vitória e vencendo todos os obstáculos que foram surgindo durante esse processo
até ao final.

A minha família, que mesmo ausente de certa forma, sempre considerei ao


meu lado numa sintonia positiva do qual considero minha força. Tudo que construir
hoje, agradeço a meu pai e minha mãe que souberam dividir, somar e acrescentar
uma educação excelente, mesmo não tendo tudo para me dá por não terem uma
boa situação financeira e somente com amor, carinho e atenção, acreditaram no
meu potencial.

Aos meus filhos que muitas das vezes deixei de dar um pouco de atenção,
mas, mesmo assim, me entenderam, choramos juntos e suportando a minha
ausência foram capazes de acreditar na minha capacidade como mãe, aluna e
professora. Vocês são a razão do meu viver, meu porto seguro.

A minha companheira de conclusão de curso desta pesquisa, não poderia


deixar de agradecer essa amigona que sempre me acompanhou de perto e que
muitas vezes vivenciou algumas situações da minha vida e com alegria soube me dá
palavras que me fortaleciam. Iza você foi e será para sempre minha amiga, amiga
para todas horas. Amiga para sorrir, chorar, fazer resumos e resumos até dá tudo
certo, tomar café e almoçar juntas, fomos pontuais em tudo. Te amo amiga! Te
agradeço por tudo.

Ao meu amigo oculto, que me incentivou e fez com que eu tomasse essa
iniciativa correndo atrás do meu sonho e hoje tenho minha meta e objetivo
alcançado por ele. Te amo amigo, você sempre fará parte da história da minha vida.

Não poderia deixar de agradecer ao nosso orientador do TCC professor


Roberto França que muito foi paciente e sutil em nos ajudar tirando algumas dúvidas
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AGRADECIMENTOS IZAÍRIA DA SILVA

Primeiramente agradeço a Deus, por me conceder sabedoria e força para


alcançar esta grande conquista, aos meus pais por acreditarem em mim, aos meus
irmãos pela ajuda recebida, ao meu esposo pelo incentivo, a minha amiga e
companheira Janete, que foi incansável juntamente comigo para a realização deste
trabalho, aos meus amigos da turma, que compartilharam muitos momentos
inesquecíveis de aprendizagem. Aos meus professores da educação básica ao
ensino superior, e em especial ao meu orientador Roberto França pelas orientações,
apoio e palavras de incentivo, você foi muito importante para a realização deste
trabalho. Meus agradecimentos a todos vocês.
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RESUMO

Sendo a participação dos pais a principal no processo de construção da


personalidade, eles precisam compreender o seu papel no processo de ensino
aprendizagem e os benefícios que a sua participação trás no desempenho escolar
de seus filhos. Jjustifica-se este trabalho pela necessidade em se compreender qual
a importância da parceria entre a família e a escola; a valorização desde o início da
vida escolar da criança, e o papel dos pais em se interessar desde cedo sobre o
desenvolvimento e comportamento da criança, e junto com a escola buscar soluções
para o melhoramento nesse processo, para que muitos problemas sejam resolvidos
a tempo. O objetivo geral consistiu-se em refletir sobre a importância da participação
dos pais no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Para fins metodológicos,
optou-se por uma pesquisa bibliográfica, básica, com viés exploratório. Percebe-se
então que se essas duas instituições entrarem em parceria e assumirem a sua
responsabilidade, teremos uma sociedade melhor, pessoas melhores, a família e a
escola serão mais respeitadas, valorizadas, e elogiadas por formarem cidadãos de
bem que contribuam de forma direta e indireta para a transformação de um mundo
melhor, e de uma sociedade mais justa e igualitária para todos.

Palavras-chave: Família; Escola; Participação; Interação.


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ABSTRACT

Being the participation of parents the main in the process of personality


construction, they need to understand their role in the process of teaching learning
and the benefits that their participation brings in the school performance of their
children, this work is justified by the need to understand Importance of the
partnership between the family and the school needs, the appreciation from the
beginning of the school life of the child and the role of the parents in becoming
interested in early on the development and behavior of the child, and together with
the school seek solutions for the Improvement in this process so that many problems
are resolved in time. The general objective was to reflect on the importance of
parental participation in the teaching-learning process of students in Elementary
School. For methodological purposes, we opted for a basic bibliographical research
with exploratory bias. It is noticed that if these two institutions enter into partnership
and assume their responsibility, we will have a better society, better people, the
family and the school will be More respected, valued, and praised for forming good
citizens who contribute directly and indirectly to the transformation of a better world
and a more just and egalitarian society for all.

Key-words: Family, School, Participation, Interaction


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SUMÁRIO

1. Introdução................................................................................................ p. 09

2. Conceito família....................................................................................... p. 13

2.1 Famílias antigas e famílias atuais............................................................ p. 20

3. Fundamentação Teórica......................................................................... p. 22

4. Metodologia.......................................................................................... p. 27

5. Resultados e discussão........................................................................... p. 28

6. Considerações finais............................................................................... p. 35

7. Referencias.............................................................................................. p. 36
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INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão tem como objetivo principal compreender
a importância da participação dos pais no desenvolvimento escolar da criança,
sendo a família a base da sociedade, a primeira escola da criança, lugar onde são
ensinados os primeiros valores sociais religiosos e culturais. Mas observa-se que
para essa educação ser completa, a família precisa do apoio da escola assim como
a escola necessitada do apoio da família para realizar seu papel no
desenvolvimento do educando, preparando-o para a vida social e profissional, em
que o mesmo possa se tornar cidadão crítico e participativo como agente de
transformação na sociedade, cientes de seus direitos deveres. Porém, para que isso
ocorra, é necessário que haja a junção dessas duas instituições, sendo ambas as
principais responsáveis pela formação sócio/política/cultural de todo indivíduo.
No entanto é possível perceber que a cada dia que passa está havendo
uma grande distância entre as duas. E esse afastamento tem prejudicado bastante o
desenvolvimento dos alunos e levado muitos ao desinteresse pela vida
escolar. Nessa situação a escola culpa a família pela imparcialidade em relação a
aprendizagem dos alunos, e a família responsabiliza a escola pelo fracasso dos
filhos. Nessa situação a mais prejudicada é a criança.
Segundo Chalita (2011, p.30) “ a família é o alicerce da vida de uma pessoa.
É o espaço privilegiado de formação de todo indivíduo, e quando esse alicerce é
bem estruturado, não há risco de cair”. Com isso é possível compreender que a
estrutura familiar é a base de toda a vida do ser humano, que a participação dos
pais nessa construção é de fundamental importância, e mesmo que seja necessário
fazer alguns reparos, não correrá o risco de desabar por estar bem edificada.
A problemática que norteou a pesquisa nasceu a partir das leituras de Tiba
(2007), onde questiona-se: Qual o papel da família na escola? A escola precisa da
parceria da família na educação da criança?
Sabendo a família e a escola de fundamental importância para a formal
formaçãosão as principais instituições para o desenvolvimento do indivíduo. Mas, a
cada dia que passa está havendo um afastamento da família em relação a escola e
a vida escolar de seus filhos.
O autor afirma ainda que muitos pais em decorrência das suas profissões
passam o dia no trabalho, chegam em casa tarde e cansados, sem disposição para
manter um bom contato com seus filhos e justificam com isso a sua ausência nesse
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processo.
Os alunos que não encontram nenhum acompanhamento familiar apresentam
grande desinteresse pelos estudos, comportamento agressivo, não conseguem
obter sucesso na vida escolar e nem se desenvolver socialmente. (GOMIDE, 2011,
p. 56).
Justifica-se esta pesquisa pela necessidade de dar importância na
participação dos pais no desempenho escolar dos filhos atualmente tem se
mostrado de grande relevância, principalmente nas séries iniciais que se mostram
bons resultados na participação efetiva de alguns pais na vida escolar dos filhos ao
contribuir ou até mesmo, tirar um tempo para ouvir as lamentações que trazem da
escola, por alguma razão tirar dúvidas e até mesmo comentários sobre uma história
que ouviu. Observa-se que essas atitudes já fazem grande diferença em seus
desempenhos, aumentando a autoconfiança.
Observa-se que em determinadas comunidades escolares, aparecem
vários tipos de pais. Encontra-se, o pai atento e preocupado, que frequenta sempre
a escola, aceita ir sempre as reuniões de pais e mestres, muitas vezes contribui nas
atividades da escola; oferecendo sugestões e apoio.
Porém, encontram-se àqueles que vão à escola se for convidado ou que
deixa de ir à reunião porque trabalha e não encontram tempo por isso, acabam não
participando de nenhuma atividade, porque pensam que esse momento é uma perda
de tempo.
Percebe-se, que os alunos cujos pais encontram-se presente na vida escolar
dos filhos, são os que conseguem se desenvolver mais na vida; escolar, familiar e
social. Contudo, obtêm-se sucesso nos estudos além de cooperar de forma
satisfatória para a transformação de suas realidades.
Nessa linhagem observam-se, muitos desses indivíduos vão gerar filhos que
também vão ter o privilégio de ter pais presentes, e, com certeza vão ter sucesso,
tanto na vida escolar como profissional. No entanto, alunos cujos pais não
acompanham o processo escolar dos filhos observam-se enumeras dificuldades de
aprendizagem, se interessando cada vez menos pela vida escolar. Não
apresentando interesse algum em prosseguir nos estudos.
Porém, verifica-se que em consequência disto, esses alunos crescem sem
objetivo de vida. Onde se observa que muitos, não conseguem obter sucesso
profissional levando-se por caminhos errados. Esses problemas poderiam ser
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evitados se houvesse uma maior atenção dos pais, se os mesmos fossem mais
presentes no dia-a-dia da vida escolar de seus filhos.
Observa-se também, que essas ausências deixam lacunas profundas, que
acabam comprometendo tanto o presente, como o futuro dessas crianças. São
lacunas que será difícil ser preenchida. Nesse contexto entende-se que só os pais
poderão desempenhar essa função, pois a eles competem essas responsabilidades
de ensinar valores éticos, de conduzir e formar o caráter dos filhos.
A família é o lugar indispensável para a garantia e sobrevivência e da
proteção integral dos filhos e demais membros, independente do arranjo
familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os
aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e
bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na
educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os
valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de
solidariedade. É também em seu interior se constrói as marcas entre as
gerações e são observados valores culturais. (KALOUSTIAN,1988, p.22)

Pode-se dizer que a família não é apenas o berço da cultura e a base para
um futuro melhor, mas compreendendo-se como centro da vida social. Sabendo-se
que a educação bem-sucedida em uma criança num ambiente familiar poderá servir
como apoio ao seu comportamento produtivo quando adulto.

O que não pode ser negado é a família, tanto no nível das relações sociais,
nas quais ela se insere, quanto no nível emocional dos seus membros. É na
família mediadora entre indivíduo e sociedade, que aprendemos a perceber
o mundo e nos situarmos nele. É a formação da primeira identidade social.
Esta é o primeiro “nós” a quem aprendemos a nos referir. (REIS, 1998,
p.99)

Entende-se que a família é à base que permite a construção de uma


formação completa do indivíduo em que perpassa a construção do caráter e
personalidade. Isso gera resultado direto na educação das crianças. Nota-se, que
uma grande parcela de pais não percebe que tanto a educação formal quanto a não
formal, precisa da responsabilidade deles. Faz-se pensar na importância, da
participação dos mesmos, de forma ativa na atividade desenvolvida dentro da
escola. Sabendo-se que é nela que seus filhos terão que passar uma parte de
sua vida. Pois a participação nesse processo será indispensável tanto para vida
educacional quanto social do indivíduo.
Nesta direção, serão abordadas as funções da escola no processo
educacional da criança, bem como algumas propostas para que a escola e a família
iniciem juntas, principalmente no que condiz como devem acontecer as
reuniões escolares.
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Compreendendo a importância da escolar ter uma postura democrática


participativa, acredita-se que uma das possibilidades para a solução para indagação
é atrair a família para a escola, por meio de ferramentas comunicativas
que realmente sejam efetivas e que sirvam somente de informação para coletivizar
conhecimentos, onde ambos possam comparar, construir e reformular
seus instrumentos de ensino conseguindo com isto, gerar qualidade nas relações
familiar e escolar.
Tal informação faz-se notar que são primordiais para que se possa
entender que cabe a família, independentemente de suas obrigações profissionais,
algumas ações formativas, não somente voltada para construções de valores, mas
outras práticas essenciais para formação da criança. Diante deste problema
questiona-se: o que poderá ser feito para que família e escola possam caminhar
juntas no processo de ensino e aprendizagem do educando? Posteriormente,
abordam-se as funções da escola no processo educacional da criança, bem como
algumas propostas para que a escola e família iniciem juntas, principalmente no que
condiz ao preparo das reuniões escolares.
Ao ponderar a necessidade de uma postura democrática participativa por
parte da escola, acredita-se que a solução para tal embate seja atrair a família para
a escola, através de instrumentos comunicativos que realmente sejam efetivos, que
sirvam somente de informação para coletivizar conhecimentos, onde ambos possam
comparar, construir e reformular seus métodos de ensino conseguindo com isto,
efetivar suas funções de educadores.
A escola deve buscar parceria com as famílias através de palestras,
confraternizações, onde os pais, alunos, professores e toda comunidade escolar
deve manter uma interação com atividades reflexivas, num objetivo de estreitar o
relacionamento tanto família escola, como também fazer com que os pais e filhos se
interajam nas relações afetivas. Além de envolver toda equipe escolar planejadas
para destacar que a integração dos esforços das famílias e da escola, onde deve-se
ser a base para mudança no processo constante de educar os filhos.
Pois, a educação não cabe apenas aos profissionais, mas sim, a toda
sociedade, principalmente à família que deve ser a mais interessada interessada na
educação dos filhos. Observa-se nessa instancia, que a escola precisa ser
cuidadosamente planejada, organizada e implementada, para informar aos pais
sobre a vida escolar de seus filhos. Nota-se também, que quando os pais
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participam da educação de seus filhos eles se se desenvolvem mais, obtendo um


bom desempenho tanto em comportamento como na aprendizagem, com o apoio da
família, sentindo-se motivados, seguros, estimulados com desejo de aprender.

2. CONCEITO DE FAMÍLIA

O conceito de família hoje se tornou de deveras extenso. Mães e pais


solteiros, além das uniões homo afetivas, são constantemente enquadrados nesse
conceito na atualidade. Da mesma forma, algumas comarcas de juízes já
reconheceram oficialmente, contudo, a concepção desse termo por muitos é aceita
como casal somente a união de homem e mulher. Portanto, é notável que a
sociedade, em sua totalidade, ainda tem pouco reconhecimento sobre o referido
assunto. Esse fato justifica a necessidade de se discutir sobre nossas concepções
do termo família e adaptação para o contexto social atual.

A família do ponto de vista do indivíduo e da cultura, é um grupo tão


importante que, na sua ausência, dizemos que a criança ou o adolescente
precisa de uma família substituta ou devem ser obrigados em uma
instituição que cumpra suas funções maternas e paternas, isto é, as funções
de cuidados para a posterior participação na coletividade (BOCK, 2004,
p.249).

Dessa forma explica-se que a importância da formação dos responsáveis pela


criança transpassa a necessidade de mantimento da família tradicional. Qualquer
pessoa capaz de criar um filho é livre para fazê-lo, independentemente de sua
condição sexual ou do parceiro com quem dividirá sua responsabilidade. No entanto,
as concepções atuais de família acabam por ir contra os pensamentos que
dizem respeito ao conceito de família tradicional. A valorização excessiva do
tradicionalismo nega os novos preceitos que vem sendo construídos na sociedade
atual. Mas, com a permanencia do conceito tradicional de família pai/mãe/filhos,
barra a disseminação dessas novas ideias.

Porém, algumas instituições religiosas com sua grandiosa influência nos


dias atuais, acabam por se mostrar como uma grande atuante nas perpetuações de
tais parâmetros. Toda família é fundamental na formação do indivíduo e na
integração social. O seu conceito vem sendo reconsiderado em virtude do
surgimento das novas famílias. Contudo, esse aspecto costuma ser alavancado
como ponto principal.
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Também devem ser levados em consideração os métodos de ensino que, por


sua vez, devem ser adaptados a este novo contexto social. Afinal, o indivíduo
responsável pela educação de uma criança não deve valer-se apenas de ética e
afetividade. A cor da sua pele, condição sexual ou qualquer outro preconceito se
mostra grandemente relevante. Toda criança; adolescente e jovens tem direito a
ser criado e educado no seio de uma família, em um ambiente seguro e afetivo.
Essa afirmação revela o desejo da maneira da maioria das pessoas quando o
assunto é família.
Essa afirmação revela o quanto a família é importante para a criança, sendo
está o patrimônio mais precioso para maioria das pessoas que desejam esse bem
precioso cultivando-o sempre. Porém para Sulter (2007), a família é um conjunto de
pessoas que se unem pelo desejo de estar junta, e constroem suas culturas entre si.
Pois é no aspecto da constituição familiar que o desenvolvimento cresce, mantendo
assim a socialização dos indivíduos.
Levando-se em consideração, que a criança a partir do seu desenvolvimento
aprende o tempo todo com o meio em que vive, ainda através dos diversos
interesses que a vida lhes proporciona cabendo a família determinar desde cedo o
que seus filhos serão no futuro. Sabendo-se que famílias constituem constituição
marcadas pela diversidade, associada ás diferentes contexto social, numa realidade
marcada pelas condições socioeconômica em função do pertencimento de camadas
homogêneas e heterogêneas e sua estrutura marcada pelas adversidades de
classe.
É de uma diversidade cultural que está vinculada a heterogeneidade, que
mediado pelo processo socializador, produz diferentes estilos de vida, diversidades
essas que gerou mudança dos tempos antigos para os dias atuais, fazendo-se
notório esses acontecimentos. Hoje em dia, observar-se que, algumas famílias
encontram-se modernizadas adaptadas e organizadas, no modo de pensarem e
agirem sem se portar com que os outros pensam.
É a propícia dos apostes afetivos, e sobretudo, materiais necessários ao
desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes, como afirma KALOUSTIAN
(1988, p.22).
Além disto, a ideia de família patrimonial e imperialista, prova disso estar no fato de
que família era constituída unicamente pelo casamento, união entre o homem e a mulher.
Pois, até pouco tempo atrás, o seio familiar era patriarca, com domínio exclusivo do
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marido sobre a mulher, que parecia um ser criado para cuidar do lar. Porém, com as
mudanças de alguns fatores, observa-se, que essas atitudes foram se modificando com o
passar dos anos, e hoje nota-se que as mulheres aos poucos foram ganhando espaço na
sociedade, e com isso também alguns benefícios protegidos por lei que as ampara
garantindo assim, sua liberdade até mesmo para o seu fortalecimento econômico.
De fato, a família era constituída unicamente pelo casamento, não havia em que se
falar por nenhum outro meio de constituição familiar, como a união estável. Por outro lado,
pouco se falava em divórcio, era inadmissível, uma vez que a felicidade dos membros não
estava em discussão e sim suas obrigações em satisfazer os interesses econômico que
muito influenciavam no casamento.
Por outro lado, tal modelo, a família é vista como uma instituição. Em que a
felicidade e a liberdade de seus membros são um ideal secundário, onde valorizam
o fortalecimento econômico/patrimonial da instituição familiar. Ora, tal manifesto se
dava pela ideia que família era tida como patriarcal atualmente, uma forma arcaica
e, de certo modo repudiada na atualidade. Contudo, os direitos e deveres se deu
pela evolução a que passou a sociedade ao lutar pela igualdade entre os
indivíduos e pela valorização da dignidade da pessoa humana, conquista estas que
se encontra estabelecidas.
Hoje em dia, no nosso mais alto regulamento jurídico que é a Constituição
Federal de 1988. Tem garantido poderio e influência dessas conquistas sociais na
elaboração dos novos conceitos de família, sendo, inclusive, este o motivo de tal
conceito se mutável ao longo do tempo. Tal mudança se faz necessário pelo simples
princípio da dignidade da pessoa humana, uma vez que hoje há um universo onde
as pessoas se reinventam partindo dos direitos comuns, onde hoje ninguém vive
obrigado com ninguém. Sendo cada indivíduo responsável por suas escolhas,
possuindo o livre arbítrio e não há mais que falar em uma família patrimonializada,
uma vez que a via que cria os laços familiares é subjetiva e depende do elemento
volitivo das partes. Portanto, observa-se que o conceito de família vem tomando
espaço consideravelmente, mas ainda é possívelencontrar um conceito antigo de
família na sociedade atual.
Afinal, nota-se que a maioria das famílias são compostas por indivíduos, cada
qual com a sua maneira única de pensar. Porém, em um sentido não generalizado,
percebendo-se que o ideal de família evoluiu juntamente com a sociedade, evolução
esta que para muitos se constitui como transformação, mas para outros, rejeição.
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Uma vez que, como já dito, o conceito e a ideia de família são voláteis e está em
constante evolução.
Décadas atrás, havia uma grande distância entre a família e a escola. Mas
devidos às mudanças que começaram a acontecer na sociedade. Uma passou a
valorizar mais o trabalho da outra e houve uma necessidade de aproximação em
benefício do educando. Mas percebe-se que essa aproximação ainda não é
consistente, pois ainda há em alguns lugares, principalmente em áreas de crase
médica baixa família, uma distância muito grande das famílias em relação a
educação dos filhos.

Muitos pais se queixam de terem que trabalhar, que saem cedo e só


chegam à noite em casa e que não encontram tempo de ir à escola saber como os
seus filhos estão. Observa-se que ainda não conhecem a lei 2322/15, do deputado
Ricardo Izar (PSD-SP) a qual afirma que: “Os pais ou responsáveis legais também
serão dispensados do trabalho, sem prejuízo do salário, por até oito horas por
semestre para comparecer às reuniões de acompanhamento pedagógico dos filhos
ou dependentes legais na escola.
E a escola por sua vez, precisa buscar meios de aproximar mais os pais da escola,
e criar meios de incentivar e ajudar as crianças no processo de ensino e
aprendizagem. Sendo a infância a principal fase da vida, é nela que serão formados
valores que resultarão em grande benefício para toda vida.
E quando esses valores não são trabalhados na infância, trazem grandes
prejuízos tanto para a vida escolar como social do indivíduo. Se essa importância
em relação à educação da criança não for trabalhada desde cedo na infância, eles
vão crescer sem compreender o valor da educação para a sua formação, ou é
quando compreender será muitas vezes tarde demais. Por isso é de suma
importância que seja trabalhado desde cedo na criança, esse senso de
responsabilidade em relação aos seus estudos, quanto mais cedo for dado à devida
importância para a educação escolar, mais benefícios essa educação trará para os
mesmos.
Por isso, é possível perceber a grande necessidade de orientar tanto a escola
como a família a respeito da importância e os benefícios que essa ligação trará para
a vida familiar, social e educacional da criança. Pois, as duas exercem uma
influência muito grande sobre a criança. Este artigo será desenvolvido com o
objetivo de, analisar em conjunto com a teoria: Qual a importância da participação
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dos pais no processo ensino e aprendizagem dos seus filhos? Quais os motivos que
levam os pais a se ausentarem da escola de seus filhos? Investigar as técnicas
usadas para aproximar os pais da escola de seus filhos e compreender a
importância da relação entre pais e professores no processo educacional dos
alunos.
Compreende-se que família é a primeira a fazer parte do desenvolvimento
da criança. É nela que são construídos conhecimentos voltados para o convívio em
sociedade, ela é a primeira a serem responsáveis pelos hábitos, costumes e
interação da criança com o meio em que vive. Sabe-se que em todas as classes
sociais e por diversos fatores, as crianças estão indo cada vez mais cedo para a
escola, e com isso a família passa para a escola toda a responsabilidade de
educação tanto formal como informal da criança.
Entende-se que depois da família é na escola que as crianças ficam
diariamente um tempo de suas vidas e as expectativas em relação ao seu
desempenho escolar aumentam, sendo estimuladas para assumir maior importância
nas relações sociais e familiares.
A família tem o mais relevante papel no processo educativo, iniciando no lar.
As primeiras lições de convívio, de higiene, de valores, de palavras e de conceitos
que ganham significado. Os primeiros olhares, as primeiras vozes a acompanhar e
dar sentido ao que os filhos aprendem e apreendem. Os pais são os primeiros
educadores, os tutores por natureza. (CHALITA, 2014, p.10).
Por isso, é de fundamental importância que a escola crie meios de orientar
os pais a respeito das suas responsabilidades em relação à vida educacional da
criança, devido muitos pais ainda não compreender o seu devido papel na vida
escolar dos filhos, cabe à escola e função de orientá-los a respeito disso. Segundo
Tiba (2007, p.185) apesar de não ser de competência da escola essa função de
orientar os pais acerca da educação dos filhos, ela deve ajudar os pais a superar
dificuldades domésticas com os mesmos.
E a escola precisa também ter um olhar mais abrangente em relação as
dificuldades encontradas nos seus educandos e invés de levar o problema para os
pais que na maioria das vezes não sabem o que fazer, chamá-los para que junto
com a escola posam buscar soluções para resolver os problemas com os alunos
envolvidos. Por isso é necessário da interação e participação dos pais em relação à
vida escolar dos filhos, pois com a ajuda da escola conseguirão resolver problemas
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que talvez não seria possível resolver sozinhos. De acordo com os autores (BOOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2001.p 443) os processos que envolvem os valores são
parecidos com os processos educativos da criança, e isto deve ser levado em
consideração.
Portanto, observa-se que a família-escola necessitam de uma parceria
constante e é urgente que desenvolvam juntas esse conjunto de interação em todo
processo educativo, de forma harmoniosa e provedora em todos os aspectos físicos,
moral e afetivo que é a base por onde se inicia o alicerce para a vida futura do
indivíduo. Para isso, faz necessário de imediato uma mudança de atitude na
organização das escolas e das famílias, para que se possam estabelecer meios de
atuação interligada. Sendo a escola e a família as duas instituições indissociáveis
que necessitam propor condições de diálogo e interação entre si.
Segundo Tiba, para que haja uma participação sólida dos pais na vida
escolar dos filhos e seja um fato real do cotidiano e não apenas uma situação que se
dá eventualmente.
O interesse e participação familiar são fundamentais. A escola necessita
saber que é uma instituição que completa a família, e que ambas precisam
ser um lugar agradável e afetivo para os filhos/alunos. Os pais e a escola
devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno. (TIBA,
1996, p.140).

Uma comunicação entre família-escola resulta em primeiro lugar, traduzir


respeito, valorização, confiança, participação, e com isso, atender as necessidades
básicas da criança. Sendo que com a participação dos pais em conjunto com a
escola auxiliando no processo educacional, as crianças tendem a ganhar mais
confiança. A partir de um constante diálogo escola e família aumenta a possibilidade
de conhecer e saber as dificuldades e os conhecimentos que ela tem. Nesse
sentido, a família que propicia curiosidade em seus filhos desde pequeno, valoriza
atitudes e criando situações para que eles estabeleçam relações e desenvolvam
pensamentos críticos e reflexivos de seus filhos.
Mas devido ao ingresso da mulher no mercado de trabalho, muita coisa
mudou devida sua ocupação social, muitas dessas mulheres acabam deixando de
lado o seu papel de mãe. Isso não deveria ocorrer, pois de acordo com Tiba( 2007,
p. 47). A mulher começou a trabalhar, porém, não deixou de ser mãe, a
responsabilidade com os filhos continua a mesma. E isso acaba deixando grandes
lacunas na vida tanto escolar como social da criança, sendo esta a face mais
19

importante na vida de todo ser humano, pois são na infância que serão construídos
valores que as crianças irão levar para o resto da vida.
Mas percebe-se, que a maioria dos pais não está ciente dessa
responsabilidade. Hoje em dia essa distância dos pais em relação à vida dos seus
filhos, tem acarretado grandes consequências, tanto para as famílias como para a
sociedade, resultando em filhos crescendo sem regras e sem limites. Sendo possível
observar que na maioria das famílias em que os pais são presentes e participativos,
há poucos casos de filhos com comportamentos ante sociais. Pelo contrário os filhos
dessas famílias, em que os pais se importam com seu desenvolvimento são os que
mais conseguem se desenvolver socialmente. Como afirma a autora (GOMIDE,
2011, p.58):
Segundo Tiba (2007, p.51): diz que “quanto mais à criança for educada, a
partir de seus primeiros passos, maior será a eficiência da educação”. Atualmente
são vários os problemas encontrados nas escolas em relação ao mau
comportamento dos alunos, o desrespeito em relação às regras estabelecidas na
mesma, e o desinteresse pela vida escolar. Essa falta de valores que é de
competência da família tem gerado muitos prejuízos na vida tanto educacional como
social da criança.
De acordo com a (LDB, 1998, P.13): Art.2º

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de


liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996).

No entanto, é possível analisar que a educação é de responsabilidade em


primeiro lugar da família, sendo ela a principal responsável pela formação total do
indivíduo, e pelo grande poder de influência que ela exerce sobre a criança.
De acordo com Chalita (2014, p.11) é no seio familiar que as primeiras
aprendizagens acontecem, as primeiras aulas sobre a boa convivência, as regras do
respeito social, é o lugar onde se aprenderá a conviver em sociedade como cidadão,
com os pais, seus primeiros mestres. Mas devidas as grandes mudanças que vem
ocorrendo na sociedade, em relação à globalização, as transformações da economia
capitalista, a expansão da escolaridade e ao ingressa da mulher no mercado de
trabalho, são uns dos motivos que tem levado o ingresso da criança cada vez mais
cedo na escola.
20

Para Turner e West (1998) o termo família não se limita mais só aquela que é
formada pelo pai, pela mãe, pelos filhos, devido ao aumento do número de divórcio,
o declínio em relação ao casamento, outros tipos de culturas que estão surgindo e
outras razão, foram os motivos que abriram as portas para que houvessem diversos
tipos de famílias. De acordo com Minuchin (1990) o termo família vem do latim “
famulus” que quer dizer escravos domésticos. Esse termo surgiu em Roma para
nomear um novo grupo de pessoas, que surgiram dentro das tribos latinas. Nesse
período de tempo, as famílias eram comandadas por um único chefe (Idade Média).
Mas com o decorrer dos tempos, as pessoas ligadas a esses grupos
começaram a criar vínculos matrimoniais. Dessa união eram consideradas também
as famílias paternas, maternas e os frutos das futuras gerações dessa união.
(MINUCHIM, 1990).
Trost (1995), afirma que a família começa a partir da união de um casal, ou
até mesmo quando uma criança nasce e é criada por um dos pais. O mesmo ainda
afirma que o conceito de família pode ser definido também por casais que se unem
através de casamentos religiosos, civis, ou mesmo casais que passam a morar
juntos tanto heterossexuais ou homossexuais. Para Petzold (1996) para se formar
uma família, não é necessariamente necessária à participação de filhos, ou seja,
mesmo casais que não tem filhos podem ser considerados uma família. Com isso é
possível compreender que família é um grupo social com diversos tipos de
características, seja cultural, religioso, etc.
Para Goldani (1993, p.78). “ À família é todo o conjunto de no máximo cinco
pessoas, que vivessem em domicílios”. Mas com o passar do tempo, as crianças
começaram a ir mais cedo apara a escola.

2.1 FAMÍLIAS ANTIGAS E FAMÍLIAS ATUAIS

A família passou por muitas transformações ao longo do tempo. Antes o


conceito de família formada pelo pai, pela mãe e pelos filhos, mas devido a
mudanças que ocorreram na sociedade esse conceito foi de abrangendo e com isso
foram surgindo outros tipos de famílias e aceito pela legislação e garantida a sua
proteção e respeito. Devido a essas mudanças ocorridas na sociedade o conceito de
família não se baseia mais em uma visão apenas de reprodução, mas sim de
valorização e respeito à afetividade humana. Na Carta Magna de 1988, estão
21

instituídas as famílias o direito que regulamenta a família como base da sociedade.


Não priorizando mais o patrimônio e sim as pessoas envolvidas.
O termo família tem suas raízes na educação romana, onde a mesma era
constituída por um grupo de pessoas, comandadas por um único chefe. Esta era
também conhecida como família patriarcal, que se reuniam e realizavam o culto com
objetivos políticos e econômicos. Como a Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988, ou Constituição Federal do Brasil de 1988, que é a atual Carta
Magna do País.
Sobre a autoria do papel famílias, que como anota Rui Barbosa era
sacerdote, o senhor e o magistrado estavam, portanto, os membros da
primitiva família romana (esposa, filhos, escravos), sobre os quais o pater
exercia os poderes espiritual e temporal, à época unificados. No exercício
do poder temporal, o pater jugava os próprios membros da família, sobre os
quais tinha o poder de vida e morte (jus vidaeetnicis), agindo em tais
ocasiões, como verdadeiros magistrados. Como sacerdote submetia o pater
os membros da família à religião que elegia. (BRASIL, 1988).

Com o objetivo de estruturar a família, o direito romano regia a família por


meio de costumes sem a atuação do poder judiciário. Com isso a estrutura familiar
era constituída pelo casamento, e só havia família se houvesse casamento. A partir
do cristianismo a igreja católica passou a administrar as regras acerca do
casamento.
22

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É necessário considerar que um dos fatores mais importantes para o sucesso


na vida escolar da criança está ligado a participação e interação dos pais na vida
escolar. Segundo Nogueira (1998) a participação dos pais na escola dos filhos tem
influenciado de modo produtivo e afetivo o desempenho escolar dos mesmos
observa-se com isso que a família precisa se esforçar para ser presente em todos os
momentos da vida dos filhos. Observa-se que essa presença além de envolver o
comprometimento e a colaboração.
Exige também a permanente atenção não só na aprendizagem cognitiva,
mas também nas dificuldades comportamentais dos educandos. E está sempre
preparada para intervir da melhor forma possível, visando o bem dos mesmos,
sendo a família o porto seguro e o espaço indispensável para a garantia da
sobrevivência e da proteção integral de toda criança, independente da estrutura que
apresenta. (KALOUSTIAN, 1998)
De acordo com Tiba (2007, p.29) “é preciso muito amor para não desistir de
educar”. Com isso verifica-se que para a concretização desta grande tarefa é
necessário muita paciência e persistência, sabendo que apesar do trabalho haverá
uma recompensa. Kaloustian (1998) ressalta que se deve levar a criança e os jovens
a compreenderem que direito vem acompanhado de deveres, que para ser
respeitado é necessário primeiro respeitarem, que essa é a regra da sociedade.
Compreende-se com isso que educar não é uma tarefa fácil quando se trata
de educar, não existe formulas ou receitas prontas, assim como não se encontram
em nenhum lugar, soluções milagrosas para toda essa problemática. É possível
perceber que o que esteja causando toda esta situação ainda, mais difícil seja o fato
da sociedade moderna está vivendo um momento de profundas mudanças,
extremamente significativas.
Segundo Freire (2000, p.30) “A mudança é uma constatação natural da
cultura e da história”. O que ocorre é que as etapas, nas culturas em que as
mudanças ocorrem de maneiras aceleradas é o que se verifica hoje.
O mesmo ressalta que o mundo hoje está num período em que as tecnologias
estão mais avançadas e com elas as nossas crianças, acompanham essa
modernidade com uma aceleração tão rápida. Se os educadores e os pais, não
acompanharem de perto essas mudanças ficaram para trás, esse também é um
23

problema que afeta a escola, pois muitas dessas transformações vão se tornando
difíceis de serem aceitas ou compreendidas dentro das mudanças da sociedade.
Ambas tentam encontrar caminhos em meio a esse emaranhado de escolhas que
são os novos contextos sociais, econômicos e culturais que se filtram na sociedade.
Recomendo o que foram iniciados acima, os pais que não tem condições
emocionais de garantir sua parcela de responsabilidade, se culpam pelo mau
rendimento escolar dos filhos, ou algum transtorno de conduta do filho, farão de tudo
para encontrar argumentos e pensar fatos, com o objetivo de responsabilizar os
professores que reprovam os seus filhos, ou toda a escola pelo fracasso dos filhos.

Assim observa-se que em muitos casos a escola e seus professores


acabam sendo sistematicamente desautorizada quanto à tentativa de
educar, procurar estabelecer limites e responsabilidades, ou seja,
estabelecer um acordo na forma de como irão educar suas crianças e
adolescentes. (ZIMMERMANN, 2003, p.14).

Observa-se que muitos dos conflitos hoje em sala de aula dificilmente serão
superados sem a ajuda dos pais. Para isso ocorrer é indispensável que a família
realmente participe da vida escolar dos seus filhos.
Pais e mães devem comparecer a escola não apenas para a entrega das
avaliações, ou quando a situação já se encontrar fora do controle. A presença e o
envolvimento dos pais no ambiente escolar devem ser permanentes e acima de
tudo, a formação para que a criança e o jovem possam se sentir amparada, acolhida
e amada tanto pela família com o pela escola. E do mesmo modo deve-se lutar para
que os pais e a escola estejam em completa harmonia em suas atividades diárias, já
que seus objetivos são os mesmos de educar e preparar o educando para atuar de
forma positiva na sociedade em que vive. De acordo com a autora:

A significativa participação dos pais na vida escolar de seus filhos tem sido
observada e levada em consideração em pesquisas e estudos como um dos
indicadores mais significativos na determinação da qualidade do ensino,
levando a conclusão que aprendem mais os alunos cujos pais participam
mais da vida da escola. (LUCK, 2010, p. 86).

Sabendo-se que a família, é um espaço de orientação, construção do caráter


do indivíduo afim de promover juntamente com escola uma parceria, a fim de
contribuir no desenvolvimento integral da criança. Sendo assim, costumam-se dizer
que a família sempre será o elo onde fortifica o ser humano a observar valores
24

culturais, religiosos, deveres, responsabilidades, compromisso para fortalecer as


estruturas pessoais.
Nesta direção, Chalita (2011, p.120) destaca que: “a responsabilidade de
educar não é apenas da escola, é de toda a sociedade, a começar pela família”.
Dessa forma pode-se constatar que a participação da família na escola é de fato
importante para o desenvolvimento educacional, social e emocional da criança.
Por outro lado, justifica-se pelo estudo de Vasconcellos (1989), que cada vez
mais os alunos vêm para escola com menos limites trabalhados pela família, ainda
para Parolim (2007, p.14): “Sabendo-se que a família está precisando da parceria
das escolas, que ela sozinha não dá conta da educação dos filhos.”
Levando-se em conta que pais e educadores são responsáveis pela formação
social, cultural, afetiva e cognitiva do indivíduo, sendo importante frisar e reconhecer
que o papel assumido por cada um refletirá em ações desenvolvidas pelas mesmas.
Dentro dessa constatação, Vygotsky (1989) compreende o desenvolvimento
num processo dialético em que “através das interações estabelecidas com parceiros,
que cada pessoa adulta ou criança desempenham papel ativo”. Entende-se que o
ser humano constitui-se através das relações com o meio social. Por essa razão a
pesquisa no que se refere a forma de abordagem, apresenta uma investigação de
cunho qualitativo na perspectiva de detalhar a importância dos pais na vida escolar
dos filhos e do relacionamento existente entre pais e filhos, escola e família.
Nesse sentido busca-se aqui analisar de que forma se dá a participação dos
pais na escola de seus filhos e de qual maneira a escola pode atrair a atenção dos
pais para obter devidos resultados positivos da participação no ato educativo. A
caracterização dos sujeitos participantes deste trabalho teve como importante
ferramenta no desenvolvimento da pesquisa, para tanto foram tomados como fontes
de informações os procedimentos e instrumentos como; a biblioteca, leituras de
artigos e livros, além de alguns pressupostos teóricos como Vygotsky, Vasconcellos,
Tiba, Melo, Chalita Piaget e tantos outros que fortificam a pesquisa realizada sobre
família e escola dentro do contexto pesquisado.
Compreendendo-se desta maneira, sendo indispensável que se tenha uma
relação harmoniosa numa esfera de atribuições coerentes no que diz respeito o
processo educativo dos alunos. Costa (2002) confirma esse pensamento na
perspectiva que “o conhecimento é socialmente construído a partir de espaços e
25

trocas, de reflexão, em que as realidades de cada sujeito são transformadas,


colaborando para o desenvolvimento pessoal e social”.
Diante de tudo, considera-se o aluno como sujeito capaz de se realizar na sua
aprendizagem, tendo este, bom resultado com a interação que realiza com o outro,
por meio do ambiente em que está inserido. Entendendo-se o seu papel como
participante ativo do processo de ensino-aprendizagem. A família por sua vez tem o
papel de fornecer informações formais, pois daí sabe-se que é na família que
nascem as primeiras manifestações de aprendizagem das crianças.
Considerando o alicerce fundamental onde vão ser inseridos diversos
conhecimento como a linguagem e expressão, sua estrutura e cultura, formando
assim um conjunto de saberes que vão codificar, mas tarde esse aprendizado. A
partir de suas expressões e relatos a criança expressa suas às experiências do
ambiente familiar e nas relações sociais vivenciadas. Para Vygotsky “a criança inicia
seu aprendizado antes de chegar a escola, vai introduzindo elementos novos no seu
desenvolvimento”. A criança aprende através do diálogo, observação e imitação.

Dialogar requer além possibilitar que os pais falem sobre o seu


conhecimento, também. É o olho no olho, estar junto, inteiro: querer saber
como o filho estar indo, suas conquistas, temores, expectativas de vida,
visão de mundo e preocupações. (VASCONCELOS, 1989, p. 123).

Partindo desses pressupostos, o desenvolvimento e a aprendizagem estão


interligados desde o nascimento, com o meio físico ou social que influenciam no
cognitivo das crianças e chegam à escola com uma vasta informação adquiridos.
Segundo Vygotsky (1989), ”A aprendizagem tem um papel fundamental para o
desenvolvimento do saber, do conhecimento “
Com isso o professor se torna como porta-voz de outros conhecimentos que
ao ser inserido nos conteúdos o papel do professor é torna-se como mediador, que
articula, orienta e organiza todo o processo de formação do aluno, assumindo a
postura numa parceria onde junto com o aluno encontra-se em constantes
aprendizagens. Porém, sabe-se que a escola tem o papel fundamental na formação
dos conceitos científicos proporcionando à criança o conhecimento sistemático de
algo que não está associado à sua vivência direta. A partir da teoria histórico-
cultural, destaca-se que:
[...] aprendemos que o papel da educação é garantir a criação de aptidões
que são inicialmente externas aos indivíduos e que estão dadas como
possibilidade nos objetivos materiais e intelectuais da cultura. Para garantir
26

a criança de aptidões nas novas gerações, é necessário que as condições


de vida e educacionais possibilitem o acesso dos indivíduos das novas
gerações a cultura historicamente acumulada. (MELO, 2001, p.14).

Com tudo, ressalta o pressuposto de Vygotsky que ao relacionar a família e a


escola como o centro de aprendizagem, onde são construídas as relações com os
outros que se dá desde o momento que se nasce. Entende-se, a necessidade de
admitir-se que família não é uma companhia limitada, ou uma empresa para ser
administrada como agente ativo ou passivo. A partir desse contexto da importância
dos pais na vida escolar dos filhos e do relacionamento existente entre pais e filhos,
escola e família foi realizado um estudo com a intenção de levantar possibilidade de
afirmar a importância da participação dos pais no acompanhamento escolar dos
seus filhos.
Levando-se em conta também a participação da integração escola-família no
processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança para educação de
qualidade. Tendo como uma breve leitura bibliográfica, do qual se constatou que a
relação escola e família são dois grupos imprescindível. Sabendo-se que a família,
encontra-se como espaço de orientação, construção da identidade do indivíduo e
promove juntamente com escola uma parceria, a fim de contribuir no
desenvolvimento integral da criança. Sendo assim, costuma-se dizer que família
sempre será o ventre onde ser humano observa valores culturais, religiosos,
deveres, responsabilidades, compromisso para fortalecer as estruturas pessoais.
[...] os comportamentos das crianças num ambiente escolar e em casa é, na
verdade, uma reação a atitudes de seus pais. Uma criança por exemplo,
que em sala de aula não consegue ficar parada, mostrando-se nervosa,
brigona e agressiva com seus colegas, pode ser resultado de uma relação
conflituosa com a família. Este fenômeno tão comum leva a criança a pedir
ajuda, demonstrando isso de várias maneiras, inclusive chamando atenção
para si no ambiente escolar. (WEIL, 1884, P.47).

Por essa linhagem, percebe-se que a escola fica diante de vários problemas
educacionais causados pela quebra das regras estabelecidas revelados com o não
cumprimentos das regras de condutas e a falta de limites nas relações interpessoais
dos alunos sendo isso considerados como a responsabilidade da família, e esta
nutre uma expectativa de que a escola forneça as crianças ensinamentos
considerados muitas vezes equivocados.
27

4. METODOLOGIA

Para realização deste trabalho primeiramente deu-se o embasamento teórico


que a partir de levantamento realizado por fichamento envolvendo diversos arquivos
riquíssimos nas informações pré-selecionados, sobre o tema escolhido. Iniciou-se
esta pesquisa de natureza básica, aonde vêm apresentar algumas relevâncias sobre
a participação e a importância do bom relacionamento entre família e escola no
desenvolvimento do ensino-aprendizagem dos filhos/alunos, que através de estudos
procurou-se entender essa realidade em busca de orientações teóricas que venha
fortalecer a relação entre ambas diminuindo assim, o distanciamento que se observa
entre essas duas instituições.
Para o fortalecimento do trabalho, encontram-se diversas pesquisas, teses,
artigos e estudos realizados no sentido de trazer a frente esse discursão que
possibilita mostrar o quanto é importante a busca de novas perspectivas na relação
família escola, no intuito de tornar positiva essa interação, no que diz respeito efetivo
desempenho escolar das crianças. Segundo Nogueira (1990) explica que a
participação dos pais na vida escolar dos seus filhos, pode influenciar, de modo
efetivo, o desenvolvimento escolar dos mesmos.
Frente à reflexão acerca do tema desenvolvido, este capítulo tem como
objetivo exploratório onde contempla-se grandes informações e a partir desse
relacionamento, também o conhecimento com intuito de aprofunda-se melhor. A
partir desse contexto, foi realizado um estudo com a intenção de levantar
possibilidade de afirmar a importância da participação dos pais no acompanhamento
escolar dos seus filhos, levando-se em conta também a participação da integração
escola-família no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança para
educação de qualidade.
No entanto o trabalho procede-se em pesquisa bibliográfica do qual se
constatou que a relação escola e família são dois grupos considerados
imprescindíveis.
Quanto ao procedimento da coleta de dados: Buscou-se uma série de
documentação indireta de pesquisa bibliográfica como; leitura por diversos livros,
artigos, pesquisa da internet para fazer-se valer os dados levantado com intuito de
afirmar o que se tinha apurado desde o momento em que nasceu o desejo de
encontrar fatos relevantes sobre a importância da participação dos pais no
28

acompanhamento escolar dos filhos. Dessa feita encontraram-se várias atribuições


que só veio servir como tomada de decisão para essa pesquisa, onde se encontrou
neste contexto; o aluno como sujeito da aprendizagem a família e escola.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Percebe-se nas leituras que embasam este trabalho que, no passado essa
estruturada familiar era bem diferente, o pai era o responsável por sustentar a casa,
e a mãe tinha a função de cuidar e educar os filhos. Mas com o passar do tempo
muita coisa mudou. A mãe também começou a trabalhar e a educação e criação dos
filhos passaram a ser de responsabilidade de outras pessoas como: professores,
babás e avós. De acordo com Chalita (p.10, 2014): “a família tem a mais relevante
responsabilidade no desenvolvimento tanto social como educacional da criança”. É
na escola que o aprendizado começa, é lá que serão realizadas as primeiras lições
da boa convivência, é onde serão adquiridos valores, respeito, ética, lições de
higiene e saúde e apreendidas às primeiras palavras. O autor afirma ainda que: “os
pais são os primeiros educadores, os tutores por natureza”. (p, 11)
Como afirma o autor:
O mundo mudou. Existem casais experimentando novos arranjos familiares.
Mas a velha divisão de papéis insiste em se manter: o pai continua mais
trabalhando que educando seus filhos, como já comentamos, e a mãe
começou também a trabalhar, porém continua com a responsabilidade de
educar seus filhos. (TIBA, 2007, P.46).

O grande problema é que essa ausência tem feito muita falta na vida tanto
social como educacional da criança, sendo esse o motivo de muitos adolescentes
entrarem cada vez mais cedo para as drogas e para a vida do crime. Quando os
pais deixam de educar adequadamente seus filhos, a própria sociedade se
encarrega, mas em geral com orientações equivocadas. Sendo esse um dos
maiores problemas gerador da sociedade, muitos jovens estão entrando cada vez
mais cedo no mundo do crime, e muitos desses pais não compreenderem ainda que
a sua função é de grande importância para a sociedade, eles culpam, os
governantes por não criarem projetos para os jovens, culpam a escola quando seus
filhos são reprovados no final do ano, menos a sim mesmo.
E quando abrem os olhos, muitas vezes é tarde demais. Sem falar de certos
tipos de pais que tentam corrigir sua ausência dando aos filhos tudo o que querem,
sem exigir regras, e deixando o filho fazer o que querem sem compreender que essa
29

atitude trará sérios problemas para os filhos. Por outro, lado existem também
aqueles pais que já são muito rígidos e distantes dos filhos, exigindo das mesmas
regras difíceis de serem cumpridas, onde nem eles mesmo conseguem obedece-las
cobram dos filhos o que eles não ensinam e nem mesmo fazem.
Um exemplo disso é de pais que chamam palavrões em casa, mas não
querem que os filhos chamem no ambiente escolar, pais que brigam e faltam com
respeito com o cônjuge, mas exigem respeito dos filhos em casa na escola. De
acordo com Chalita (2014, p.12) “ o pais devem ensinar os filhos desce cedo a
serem amáveis e corrigi-los quando faltar gentileza e educação logo nos primeiros
ensaios de convivência como: diga (obrigado, desculpas, por favor, agradeça dívida
com seu irmão, ofereça) ”.
Observa-se que os grandes problemas sociais existentes em relação às
famílias, é que hoje em dia os pais não estão se preparando para essa grande
missão que é de educar, de preparar os filhos para a vida, de ensiná-los a serem
cidadãos de bem, atuante na sociedade. É notável que a felicidade dos filhos
dependa dos pais, sendo eles os primeiros responsáveis pela sua formação, os
mesmos são espelho para eles, maus percebe-se que está havendo uma inversão
de valores em relação a essa educação:

[...] os pais sofrem de felicidade egoísta, está educando os filhos a também


ser egoísta. E no futuro serão atingidos pelo que ensinaram. Imaginemos
esses pais senis, começando a necessitar de cuidados. Os filhos abrirão
mão se sua felicidade egoísta para cuidar deles? É bem notável que os pais
terminem num asilo. ( TIBA, 2007, p.80).

E essa informação pode ser encontrada em vários ligares: jornais, televisão,


internet, livros, igrejas, escolas, eles só precisam dá a devida importância e
educação Tiba (2007, P.58).
E a escola como a formadora de conhecimentos precisa usar todas as
suas estratégias para trazer esses pais para a escola e criar meios de aproximá-los
da vida escolar dos filhos. Mas para isto é necessário que ocorra uma mudança no
planejamento escolar, usar as reuniões, não apenas para falar dos comportamentos
dos alunos e das regras da escola, mas usar esses momentos tão preciosos com os
pais para orientá-los acerta de como ajudar seus filhos na vida escolar, e buscar
conquistar a amizade do mesmo.
Com isso as reuniões passaram a ter mais sentido para eles, serão mais
dinâmicas e atrativas, e passaram a ver a escola com outros olhos, e irão
30

compreender a importância da sua participação na vida escolar e até mesmo na vida


social da criança. Se a escola fizer isso, todos serão beneficiados. A escola pela
transformação que ocorrerá na vida dos alunos, em relação a aprendizagem e ao
comportamento do mesmo. A família pelo sucesso dos filhos na vida escolar e
principalmente a criança que será a mais beneficiada, pois perceberá o valor que
tem tanto para a família com para a escola.
Esta pesquisa apresenta algumas relevâncias sobre a participação e a
importância do bom relacionamento entre família e escola no desenvolvimento do
ensino-aprendizagem dos filhos/alunos. Pois de acordo com Tba (2007, p.187): ” A
parceria entre a família e a escola deve ser estabelecida desde o princípio”. Através
de estudos, baseados em teóricos procurou-se compreender essa realidade em
busca de orientações teóricas que venha fortalecer a relação entre ambas
diminuindo assim, o distanciamento que se observa entre essas duas instituições.
Justifica-se esta importância dos pais no desempenho escolar dos filhos,
uma vez que atualmente tem se mostrado de grande relevância, principalmente nas
séries iniciais que se mostram bons resultados na participação efetiva de alguns pais
na vida escolar dos filhos ao contribuir ou até mesmo, tirar um tempo para ouvir as
lamentações que trazem da escola, por alguma razão tirar dúvidas e até mesmo
comentários sobre uma história que ouviu. Observa-se que essas atitudes já fazem
grande diferença em seus desempenhos, assim, na autoestima.
No entanto, percebe-se que em determinadas comunidades escolares,
aparecem vários tipos de pais. Encontra-se, o pai atento e preocupado, que
frequenta sempre a escola, aceita ir sempre as reuniões de pais e mestres, muitas
das vezes contribuem nas atividades da escola; oferecendo sugestões e apoio.
Porém, encontram-se àqueles que vão à escola se for convidado ou que deixa de ir
à reunião porque trabalha e não encontram tempo acaba não participando de
nenhuma atividade, porque pensa ser uma perda de tempo.
Percebe-se, que os alunos cujos pais são mais frequentes na vida escolar dos
filhos, são os que tem maior possibilidades de se desenvolver mais na vida; escolar,
familiar e social. Segundo Gomide (2011, p.62). “O investimento que vocês fizerem,
lhe dando amor, atenção, os tornaram pessoas sadias e capazes de escolher
corretamente”. Com isso compreende-se a importância da relação que deve existir
entre pais e filhos, e a cooperação satisfatória para a transformação de suas
31

realidades. É possível perceber o qual é necessária essa aproximação entre pais e


filhos.
Se houver essa relação desce cedo, os pais desenvolveram no filho uma
confiança que os mesmos se tornarão seus melhores amigos, mais para que isso
velha ocorrer é necessário que os pais participem desde cedo da vida também
educacional como social da criança. Como afirma a autora GOMIDE, 2011, p.66).
[...] acompanhar de forma positiva o crescimento e desenvolvimento de uma criança
ou adolescente é lhe mostrar real interesse, tanto por suas atividades, como por
seus sentimentos”.
Demonstrando em pequenos gestos e atitudes o quanto eles são
importantes, falar, mas também saber ouvir sem criticar, mas sempre orientar. Se
ouvir essa ligação, esses filhos no futuro vão gerar filhos que também vão ter o
privilégio de ter pais presentes, e, com certeza vão ter sucesso, tanto na vida escolar
como profissional. No entanto, observa-se que alunos, cujos pais não acompanham
o processo escolar dos filhos, observam-se enumeras dificuldades de
aprendizagem, se interessando cada vez menos pela vida escolar. Verifica-se que
em consequência disto, esses alunos crescem sem objetivo de vida. Onde se
observa que muitos, não conseguem obter sucesso profissional trilhando outros
caminhos. Esses problemas poderiam ser evitados se houvesse uma maior atenção
dos pais, se os mesmos fossem mais presentes no dia-a-dia da vida escolar de seus
filhos.
Observa-se também, que essas ausências deixam lacunas profundas, que
acabam comprometendo tanto o presente, como o futuro dessas crianças como
lacunas que não poderá ser preenchida por ninguém. Nesse contexto entende-se
que só os pais poderão desempenhar essa função, pois a eles compete essa
responsabilidade de ensinar valores éticos, de conduzir e formar o caráter dos filhos.
A família é o lugar indispensável para a garantia e sobrevivência e da
proteção integral dos filhos e demais membros, independente do arranjo
familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os
aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e
bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na
educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os
valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de
solidariedade. É também em seu interior se constrói as marcas entre as
gerações e são observados valores culturais. (KALOUSTIAN,1988, p.22)

Pode-se dizer que a família não é apenas o berço da cultura e a base para
um futuro melhor, mas compreendendo-se como centro da vida social. Sabendo-se
32

que a educação bem-sucedida em uma criança num ambiente familiar poderá servir
como apoio ao seu comportamento produtivo quando adulto. Entende-se que a
família, sendo a base para uma formação completa do indivíduo, tem seu papel
decisivo na formação de sua identidade. Deve ter participação direta na educação
das crianças. Nota-se, que a maioria dos pais esquece que a educação tanto formal
como não formal, precisará da responsabilidade deles. Faz-se pensar na
importância, da participação dos mesmos, de forma ativa na atividade desenvolvida
dentro da escola.

O que não pode ser negado é a família, tanto no nível das relações sociais,
nas quais ela se insere, quanto no nível emocional dos seus membros. É na
família mediadora entre indivíduo e sociedade, que aprendemos a perceber
o mundo e nos situarmos nele. É a formação da primeira identidade social.
Esta é o primeiro “nós” a quem aprendemos a nos referir. (REIS, 1998,
p.99).

A partir desses contextos de relacionamento existente entre pais e filhos,


escola e família foram realizadas um estudo com a intenção de levantar
possibilidade de afirmar a importância da participação dos pais no acompanhamento
escolar dos seus filhos, levando-se em conta também a participação da integração
escola-família no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança para
educação de qualidade. Tendo como uma breve leitura bibliográfica, do qual se
constatou que a relação escola e família são dois grupos imprescindível.
Compreende se que a família é um espaço de orientação, construção da
identidade do indivíduo e promove juntamente com escola uma parceria, afim de
contribuir no desenvolvimento completo da criança. Entende-se, a necessidade de
admitir-se que família não uma companhia limitada, ou uma sociedade anônima para
ser administrada como ativo ou passivo. Sendo assim costuma-se dizer que família
sempre será o ventre onde ser humano observa valores culturais, religiosos,
deveres, responsabilidades, compromisso para fortalecer das estruturas pessoais.
Como é citado abaixo:
[...] os comportamentos das crianças num ambiente escolar e em casa é, na
verdade, uma reação a atitudes de seus pais. Uma criança por exemplo,
que em sala de aula não consegue ficar parada, mostrando-se nervosa,
brigona e agressiva com seus colegas, pode ser resultado de uma relação
conflituosa com a família. Este fenômeno tão comum leva a criança a pedir
ajuda, demonstrando isso de várias maneiras, inclusive chamando atenção
para si no ambiente escolar. (WEIL,1884, p.47).
33

Percebe-se que a escola se vê diante de vários problemas educacionais


agregados à desordem, aos desrespeitos, as regras de condutas e a falta de limites
com seus alunos que considera, responsabilidade da família, e esta nutre uma
expectativa de que a escola forneça as crianças alguns ensinamentos, muitas vezes
equivocadas.
Afinal, os indivíduos responsáveis pela educação de uma criança devem
valer-se apenas de ética e afetividade. A cor da sua pele, condição sexual ou
qualquer outro preconceito se mostra grandemente relevante. Toda criança;
adolescente e jovens tem direito a ser criado e educado no seio de uma família, em
um ambiente seguro e afetivo. Essa afirmação revela o desejo da maneira da
maioria das pessoas quando o assunto é família. Segundo Bock afirma que:
A família do ponto de vista do indivíduo e da cultura, é um grupo tão
importante que na sua ausência, dizemos que a criança ou o adolescente
precisa de uma família. Substituta ou devem ser obrigados em uma
instituição que compra suas funções maternas e paternas, isto é, as funções
de cuidados para a posterior participação na coletividade (BOCK, 2004,
P.249).

.
Mas de qual família estamos falando? A concepção que temos de família hoje
não é a mesma de tempos atrás. Uma vez que estamos em constante movimento
social e jurídico sobre o tema, onde o conceito do que vem a ser família está sendo
ampliado. Antigamente o modelo familiar predominante era o patriarca, patrimonial e
matrimonial. Tal modelo tinha a figura do “chefe de família”, era o líder, o centro do
grupo familiar e responsável pela tomada das decisões. Esse líder familiar era tido
como o provedor e suas decisões deveriam ser seguidas por todos. Além disto, a
ideia de família patrimonial e imperialista. Isso prova que o fato de que a união entre
pessoas não se dava pela afeição entre as mesmas, mas sim pelas escolhas
realizada pelos patriarcas, com o interesse de aumentar domínio político e o
patrimônio de suas famílias. Em tal modelo, muitas vezes os noivos nem sequer se
conheciam, mas eram obrigados a contrair núpcias para honrar o bom nome da
família e contribuir para seu fortalecimento econômico.
A felicidade e a liberdade de seus membros ficavam em segundo plano,
sendo, no entanto, o primeiro objetivo, o fortalecimento econômico/patrimonial da
instituição familiar. Dessa forma está claro que tal ideia de família hoje não é mais
concebida, mas uma forma, uma forma arcaica e, de certo modo repudiada na
atualidade. As mudanças na concepção de família se deu pelo desenvolvimento em
34

que passou a sociedade, ao lutar pela igualdade entre os indivíduos e pela


valorização da dignidade da pessoa humana, conquista estas que se encontra
estabelecidas hoje em nosso mais alto regulamento jurídico, a constituição de
Federal de 1988.
Portanto, é errôneo não reconhecer a influência das conquistas sociais na
elaboração do conceito de família, sendo, inclusive, este o motivo de tal conceito se
mutável ao longo do tempo. Tal mudança ocorreu pelo princípio da dignidade da
pessoa humana, uma vez que hoje há uma proteção maior a pessoa, a sua
felicidade e a seus direitos individuais. Não há mais que se falar em obrigação
matrimonial, hoje as pessoas podem se divorciar de forma imediata caso queiram.
Inclusive, sem o consentimento do outro cônjuge ou da família, não há, mas a
figura do chefe de família, sendo cada indivíduo responsável por suas escolhas,
possuindo o livre arbítrio e não há mais que falar em uma família patrimonializada,
uma vez que a via que cria as relações familiares é subjetiva e depende do elemento
volitivo das partes. Portanto, estudos tem mostrados que a família já avançou
consideravelmente, mas, ainda há resquícios de um conceito antigo de família na
sociedade atual, afinal, não se trata de um conceito universal.
Sendo a família composta por indivíduos, cada qual com a sua maneira única
de pensar. Porém, em um contexto generalizado, percebe se que o ideal de família
mudou juntamente com a sociedade, mudança esta que ainda não se findou, uma
vez que, como já dito, o conceito e a ideia de famílias ao volátil e está em constante
evolução.
35

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com os resultados alcançados desta pesquisa, foi possível observar o quanto


a participação dos pais é importante, para o desenvolvimento educacional,
emocional, familiar e social da criança. Pois quando os pais valorizam essa
educação, o próprio educando começa a perceber o quanto ela é útil para o seu
desenvolvimento cognitivo. Mas para que isto ocorra é necessária à interação entre
a escola e a família. Quanto mais cedo começar essa participação melhor será para
a vida escolar do aluno. Mas o grande problema que ainda existe em nossa
sociedade é que, a maioria dos pais ainda não tem estão cientes que este
acompanhamento deve ser realizado tanto no ambiente escolar, quanto no ambiente
familiar.
Em decorrência disto, a escola torna-se um instrumento fundamental para
equilibrar as dificuldades, pois desenvolve a função de formadora do conhecimento
para o crescimento humano, e fortalece as bases da sociedade através do
envolvimento escola-família-sociedade. A escola por ser a mais interessada nessa
questão, e por ter uma gama de conhecimentos em seu currículo, que a maioria dos
pais não possuem, deve dar o primeiro passo e criar estratégias com o objetivo de
aproximar esses pais tanto da escola como da vida escolar dos seus filhos.
Se a instituição escolar começar a priorizar essa interação desde o primeiro
contato da criança com a escola, todos serão beneficiados: A família pela
participação, a escola pela interação e o aluno pela valorização. Nesse sentido as
duas instituições poderão concretizar valores para que a sociedade atual não se
transforme em uma geração de cidadãos deficientes da essência humana e sim
democráticos e participativos.
36

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