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PEDAGOGIA

SILMARA DA COSTA LEÃO

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE


APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PORTEL - PARÁ
2023
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SILMARA LEÃO

O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE


APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Unopar,


como requisito para a obtenção do título de Licenciatura
em Pedagogia.

Orientador: Jonas Lobato dos Santos

PORTEL - PARÁ
2023
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O LÚDICO COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DE


APRENDIZAGEM NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito para obtenção do título de licenciado em
Pedagogia pela Faculdade Unopar do Campus Portel.

Orientador: Jonas Lobato dos Santos

Banca examinadora:

_____________________________________________________
Orientadora: Profa. Dra.
Instituição: Faculdade Unopar

_____________________________________________________
Membro da banca:
Instituição

_____________________________________________________
Membro da banca:

Portel (PA) em ____/_____/_______

PORTEL-PARÁ
2023
6

Eduquem as crianças para que não seja


necessário punir os adultos.

Pitágoras.
7

Dedico este trabalho a toda minha família,


pois sem o seu apoio e incentivo, tudo seria
mais difícil. Agradeço ao meu Pai e minha
Mãe que me apoiaram, sempre, cada um da
sua maneira, com muito carinho e amor. À
minha irmã, Cíntia, pelas horas de incentivo
e pelas vezes que, ao sucumbir, elevou a
mim todo seu incentivo e apoio. Dedico a
vocês que acreditaram que eu seria capaz
de iniciar e terminar mais uma etapa na
minha vida, e que acreditam que eu serei
alguém nesta vida, e não apenas mais um.
8

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus, pelo dom da vida, pela fé e perseverança para vencer


os obstáculos, por ter me dado forças para a construção deste trabalho, pela
oportunidade de viver, pela força, saúde e sabedoria concedida a cada dia que
iluminou meus pensamentos e ideias
Aos meus pais, pela orientação, pelo esforço dedicado em todos estes
anos, pelas horas de incentivo e paciência e por participarem comigo nesta
conquista. Pelos olhares de admiração e cuidados durante toda a minha vida.
Agradeço o amor incondicional dedicado, sempre.
Aos meus irmãos, por proporcionarem momentos essenciais de alegria e
afeto. Por todos os momentos de aprendizado, pelo constante estímulo em todas
as fases da realização desta pesquisa e por todo o crescimento pessoal e
profissional que me proporcionaram.
Sou grata à minha orientadora, pessoa iluminada, professora pelo qual
pretendo me espelhar, que compartilhou comigo seus saberes e sempre esteve
disposta a me ajudar. Que despertou e motivou em mim o interesse pelo tema,
pela competência e sensibilidade com que orientou esse trabalho e,
principalmente, pela amizade e compreensão nos momentos difíceis que surgiram
em minha vida durante o decorrer desse trabalho. Na construção e orientação,
pela sua disponibilidade, interesse e receptividade com que me recebeu e pela
prestabilidade com que me ajudou.
Enfim, sou grata a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para
realização deste trabalho. Não existem palavras para expressar toda a gratidão e
homenagem a todas as pessoas citadas, mas as palavras e agradecimentos não
poderão substituir o tempo presente, assim cada momento vivido ficará em minha
lembrança acompanhado de muitas saudades.
E finalmente ao curso de Pedagogia que me proporcionou um grande
conhecimento e inúmeros momentos de troca de experiências e vivencias. A
todos, meu Muito Obrigado de coração, pois só cheguei até aqui porque vocês
também acreditaram em mim.
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LEÃO, Silmara. O lúdico como instrumento facilitador de aprendizagem nos


anos iniciais do ensino fundamental. 44 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Pedagogia) – Universidade Norte do Paraná, 2023.

RESUMO

Esta pesquisa tem o intuito de evidenciar a ludicidade como uma ferramenta


facilitadora de aprendizagem nos anos iniciais da educação fundamental, tendo
como objetivos específicos analisar a importância de trabalhar o lúdico, assim como
evidenciar a contribuição do lúdico para o desenvolvimento das crianças nas
distintas áreas de aprendizagem, além de analisar o processo de ensino-
aprendizagem através do lúdico. É sabido que muitas crianças sentem dificuldades
em assimilar os conteúdos programáticos em sala de aula. A partir dessa
consideração, o problema de investigação que orienta a pesquisa sintetiza-se nas
seguintes questões: Qual a importância de trabalhar o lúdico? De que forma as
atividades lúdicas contribuem no processo de ensino-aprendizagem na educação
fundamental? Quais as dificuldades em implantar o lúdico como recurso pedagógico
no contexto escolar? Para este trabalho foi desenvolvido um trabalho de cunho
bibliográfico. Adotou-se o método analítico para a análise dos dados dentro de uma
abordagem qualitativa. Os dados coletados evidenciaram a importância e a
necessidade de se desenvolver o ensino-aprendizagem nos alunos através de
atividades lúdicas, levando-se à confirmação que as brincadeiras devem fazer parte
do processo de alfabetização, e inseridas no projeto político pedagógico das
escolas, como parte do currículo. Chega-se à conclusão que o lúdico pode contribuir
no processo de formação proporcionando uma alfabetização prazerosa e
significativa, além de comprovar que a brincadeira é um instrumento importante para
o professor mediar o processo de construção da aprendizagem de uma forma mais
dinâmica e atraente, possibilitando que ocorram saltos qualitativos no processo de
ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Lúdico. Aprendizagem. Educação Fundamental.


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LEÃO, Silmara. O lúdico como instrumento facilitador de aprendizagem nos


anos iniciais do ensino fundamental. 44 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Pedagogia) – Universidade Norte do Paraná, 2023.

ABSTRACT

This research aims to highlight playfulness as a facilitating tool for learning in the
early years of fundamental education, with the specific objectives of analyzing the
importance of working with playfulness, as well as highlighting the contribution of
playfulness to the development of children in different areas of learning, in addition to
analyzing the teaching-learning process through play. It is known that many children
have difficulties in assimilating the syllabus in the classroom. Based on this
consideration, the research problem that guides the research is summarized in the
following questions: What is the importance of working with the ludic? How do
recreational activities contribute to the teaching-learning process in early childhood
education? What are the difficulties in implementing the ludic as a pedagogical
resource in the school context? For this work, a bibliographic work was developed.
The analytical method was adopted for data analysis within a qualitative approach.
The collected data evidenced the importance and the need to develop teaching-
learning in students through playful activities, leading to the confirmation that games
should be part of the literacy process, and inserted in the political pedagogical project
of schools, as part of of the curriculum. It is concluded that the ludic can contribute to
the training process by providing a pleasant and meaningful literacy, in addition to
proving that play is an important instrument for the teacher to mediate the process of
building learning in a more dynamic and attractive way, enabling that qualitative
leaps occur in the teaching-learning process.

Keywords: Playful. Learning. Elementary Education.


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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................12
2. JUSTIFICATIVA..........................................................................................14
3. PROBLEMÁTICA........................................................................................16
4. OBJETIVOS................................................................................................19
4.1 OBJETIVO GERAL.....................................................................................19
4.2 ESPECÍFICOS............................................................................................19
5 REFERENCIAL TEÓRICO.........................................................................20
5.1 O LÚDICO NO BRASIL..............................................................................21
5.2 A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL.......22
5.3. O LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO........................................24
6. METODOLOGIA........................................................................................31
6.1. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA.............................................................31
7. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................32
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................42
9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................44

ANEXOS
12

1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho discute a importância do lúdico no ensino-aprendizagem
de crianças que estão iniciando uma vida estudantil, descobrindo por meios de
brincadeiras e jogos o conhecimento e o raciocínio lógico perante os conteúdos
desenvolvidos dentro da sala de aula.
A escolha pela temática se justifica pela compreensão de como as atividades
lúdicas podem contribuir no processo de ensino- aprendizagem de alunos do ensino
fundamental. Desta forma, a escola deve facilitar a aprendizagem utilizando-se de
atividades lúdicas que criem um ambiente para favorecer o processo de aquisição
de autonomia de aprendizagem. Para tanto, o saber escolar deve ser valorizado
socialmente e a aquisição do conhecimento deve ser um processo dinâmico e
criativo feito através de jogos.
Na década de 90, documentos como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB
9394/96) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (2001) resgataram em
seus textos a importância de se trabalhar com o lúdico em sala de aula. Dessa forma
inúmeros profissionais passaram a incluir em seus trabalhos o uso de jogos e
brincadeiras com vistas a atingir uma aprendizagem que fosse realmente
significativa.
O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real.
Por meio das descobertas e da criatividade, o aluno pode se expressar, analisar,
criticar e transformar a realidade. Se bem aplicada e compreendida, a educação
lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação
crítica do educando, quer para redefinir valores e para melhorar o relacionamento
das pessoas na sociedade.
Na escola, o aluno permanece durante muitas horas em carteiras escolares
nada adequadas, em salas pouco confortáveis, sem possibilidades de mover-se
livremente. Pela necessidade de submeter-se à disciplina escolar, muitas vezes o
aluno apresenta uma certa resistência em ir à escola. O fato não está apenas no
total desagrado pelo ambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por não encontrar
espaço para as suas atividades preferidas. Com a utilização desse recurso
pedagógico, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos em atividades de
leitura, escrita, matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os
13

recursos no momento oportuno, uma vez que os alunos desenvolvam seu raciocínio
e construam seus conhecimentos de forma descontraída.
É sabido que muitos alunos sentem dificuldades em assimilar os conteúdos
programáticos em sala de aula. Desta feita, o problema de investigação que orienta
a pesquisa sintetiza-se nas seguintes questões: De que forma as atividades lúdicas
contribuem no processo de ensino-aprendizagem nos anos iniciais da educação
fundamental?
Questiona-se, também: Quais as dificuldades em implantar o lúdico como
recurso pedagógico no contexto escolar?
O lúdico é acessível para todas as idades e ensino, podendo variar a respeito
das complexidades de cada etapa escolar, podendo ser um pilar na construção da
aprendizagem. Além de, trazer vantagens que possibilitam ao estudante as diversas
estratégias para alcançar a vitória, e consequentemente contribuir para o
desenvolvimento do raciocínio lógico, possibilitando a compreensão imediata de
determinados problemas matemáticos ao longo da vida estudantil.
Desse modo, o inciso IV do artigo 16 da Lei 8.069/90, que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), destaca que toda criança tem o direito
a brincar e divertir-se, e tal direito fundamental deve ser assegurado pela família,
sociedade e Estado (BRASIL, 2005a). Portanto, a utilização do lúdico como
ferramenta didática dentro da sala de aula e essencial para a construção do saber,
pois apresenta-se como uma ferramenta de ensino para o desempenho e
desenvolvimento integral dos alunos. Os jogos e brincadeiras na escola trazem
benefícios a todos os alunos proporcionando momentos únicos de alegria, diversão
comprometimento com o aprender e responsabilidade, possibilitando, assim, que
ocorram saltos qualitativos no processo de ensino-aprendizagem.
Na intenção de ampliar conhecimentos e estudos sobre o lúdico na educação
e no processo de aprendizagem foi utilizada como metodologia a pesquisa
bibliográfica e documental com uma abordagem qualitativa.
O estudo contribuirá para reflexões acerca da utilização do lúdico, além de
aprofundar os conhecimentos acerca da importância do lúdico no desenvolvimento
da criança, bem como será válida para a sociedade, para a academia e o setor
educacional, no sentido de orientar a importância de trabalhar o lúdico nas salas de
aula do ensino fundamental, já que é uma prática pedagógica muito utilizada, haja
vista que estudos já demonstraram que tal prática é um elemento importante para o
14

desenvolvimento do conhecimento. Assim sendo, o estudo possibilita repensar os


métodos utilizados para se trabalhar as práticas pedagógicas na perspectiva de ter
melhores resultados no processo ensino e aprendizagem.
No intuito de alcançar o objetivo proposto, o trabalho está organizado em
seções. Inicialmente introduz o assunto e a contextualização sobre o tema. Em
seguida, apresenta a justificativa e a problematização, bem como os objetivos geral
e específicos. Logo após apresenta a fundamentação teórica que dará sustentação
à pesquisa, mediante pesquisa bibliográfica, onde se fará uma abordagem sobre a
ludicidade, conforme o ponto de vista de alguns teóricos, concepção de ludicidade,
brincar como recurso pedagógico, o papel do jogo educativo e a educação e a
importância do lúdico na construção do conhecimento. O próximo item destina-se à
fundamentação da metodologia adotada para desenvolver a pesquisa, e a forma de
aplicação do questionário, bem como a pesquisa de campo. Em seguida, é
apresentada a análise e discussão dos resultados obtidos. E finalmente, na última
secção, faz-se as considerações finais, segundo o olhar da pesquisadora, a partir
dos resultados obtidos na pesquisa, apresentando os pontos significativos da
mesma.

2. JUSTIFICATIVA
Este trabalho começou a ser esboçado a partir das seguintes indagações: De
que forma as atividades lúdicas contribuem no processo de ensino-aprendizagem na
educação fundamental? Quais as dificuldades em implantar o lúdico como recurso
pedagógico no contexto escolar? Qual a importância de se trabalhar o lúdico?
Desse modo, justifica-se no sentido de evidenciar a importância que se tem
de trabalhar o lúdico nas salas de aula nas séries iniciais, já que é uma prática
pedagógica que é pouco utilizada depois que a criança sai da educação infantil, visto
que estudos já demonstram que tal prática é um elemento importante para o
desenvolvimento do conhecimento.
Assim sendo, o estudo possibilita repensar os métodos utilizados para se
trabalhar as práticas pedagógicas na perspectiva de ter melhores resultados no
processo ensino e aprendizagem.
A escola deve aproveitar todas as manifestações de alegria na criança e
canalizá-la emocionalmente através de atividades lúdicas educativas. Tais atividades
15

quando bem direcionadas trazem grandes benefícios que proporcionam saúde


física, mental, social e intelectual a criança e ao adolescente, até mesmo no adulto.
Tais questões poderão ser contempladas na elaboração deste trabalho, que
certamente encontrará um novo caminho para orientar as práticas pedagógicas
utilizadas pelos professores das séries iniciais, com fins unicamente de auxiliar as
práticas docentes.
Esta pesquisa justifica-se pelo desejo de aprofundar conhecimentos acerca
da importância do lúdico no desenvolvimento da criança. O tema desta pesquisa
será de grande importância e contribuirá para a vida acadêmica e profissional, pois o
acesso a muitas teorias e o envolvimento com professores, ampliarão os
conhecimentos a esse respeito.
O lúdico como promotor da aprendizagem e do desenvolvimento, passa a
ser considerado nas práticas escolares como importante aliado para o ensino, já que
colocar o aluno diante de situações lúdicas pode ser uma boa estratégia para
aproximá-lo dos conteúdos culturais a serem veiculados na escola. (KISHIMOTO
2002, p. 13).
Na década de 90, documentos como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB
9394/96) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (2001) resgataram em
seus textos a importância de se trabalhar com o lúdico em sala de aula.
Dessa forma inúmeros profissionais passaram a incluir em seus trabalhos o
uso de jogos e brincadeiras com vistas a atingir uma aprendizagem que fosse
realmente significativa.
As técnicas lúdicas fazem com que a criança aprenda com prazer, alegria e
entretenimento, sendo relevante ressaltar que a educação lúdica está distante da
concepção ingênua de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial.
Portanto, é de primordial importância a utilização das brincadeiras e dos
jogos no processo pedagógico, pois os conteúdos podem ser ensinados por
intermédio de atividades predominantemente lúdicas.
Ainda existem muitas escolas que funcionam no sistema tradicional de
ensino, fazendo com que seja limitada a ação educativa do educando, e acaba
deixando de incluir no planejamento educacional, jogos e brincadeiras.
Observa-se que o jogo e brincadeira, têm sido realizados como mera
atividade que preenche o tempo dos educandos, sendo desenvolvidos sem objetivos
definidos e sem propósito educacional. Para que isso não aconteça é preciso levar o
16

educador repensar as suas práticas educacionais utilizando jogos e brincadeiras


para que o ensino e aprendizagem sejam significativos aos educandos.
Sendo assim faz-se necessário perguntar: Qual a importância de se
implantar o lúdico como recurso pedagógico para educar crianças com dificuldades
de aprendizagem? Qual a importância de trabalhar o lúdico? Quais as dificuldades
para trabalhar a ludicidade no contexto escolar? As atividades lúdicas estão
presentes no planejamento da escola?
Desse modo, esta pesquisa é válida para a sociedade a e o setor
educacional, no sentido de orientar a importância que tem de trabalhar o lúdico nas
salas de aula, já que é uma prática pedagógica que é pouco utilizada depois que a
criança sai da educação infantil, visto que estudos já demonstram que tal prática é
um elemento importante para o desenvolvimento do conhecimento. Assim sendo, o
estudo possibilita repensar os métodos utilizados para se trabalhar as práticas
pedagógicas na perspectiva de ter melhores resultados no processo ensino e
aprendizagem.

3. PROBLEMATIZAÇÃO
É sabido que muitos alunos sentem dificuldades em assimilar os conteúdos
programáticos em sala de aula. Assim, a feitura deste artigo partiu da necessidade
de se investigar a importância dos jogos lúdicos para educandos com dificuldades
de aprendizagem no ensino fundamental.
A partir dessas considerações, o problema de investigação que orienta a
pesquisa sintetiza-se na seguinte questão: De que forma as atividades lúdicas
contribuem no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil? Questiona-
se, também: Quais as dificuldades em implantar o lúdico como recurso pedagógico
no contexto escolar? Qual a importância de trabalhar o lúdico?
Na escola, o aluno permanece durante muitas horas em carteiras escolares
nada adequadas, em salas pouco confortáveis, sem possibilidades de mover-se
livremente. Pela necessidade de submeter-se à disciplina escolar, muitas vezes a
criança apresenta uma certa resistência em ir à escola. O fato não está apenas no
total desagrado pelo ambiente ou pela nova forma de vida e, sim, por não encontrar
espaço para as suas atividades preferidas. Com a utilização desse recurso
pedagógico, o professor poderá utilizar-se, por exemplo, de jogos em atividades de
leitura, escrita, matemática e outros conteúdos, devendo, no entanto, saber usar os
17

recursos no momento oportuno, uma vez que as crianças desenvolvam seu


raciocínio e construam seus conhecimentos de forma descontraída.
O lúdico é acessível para todas as idades e ensino, podendo variar a respeito
das complexidades de cada etapa escolar, podendo ser um pilar na construção da
aprendizagem. Além de, trazer vantagens que possibilitam ao estudante as diversas
estratégias para alcançar a vitória, e consequentemente contribuir para o
desenvolvimento do raciocínio lógico, possibilitando a compreensão imediata de
determinados problemas matemáticos ao longo da vida estudantil.
Desse modo, o inciso IV do artigo 16 da Lei 8.069/90, que dispõe sobre o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), destaca que toda criança tem o direito
a brincar e divertir-se, e tal direito fundamental deve ser assegurado pela família,
sociedade e Estado. (BRASIL, 2005a)
Portanto, a utilização do lúdico como ferramenta didática dentro da sala de
aula e essencial para a construção do saber, pois se apresenta como uma
ferramenta de ensino para o desempenho e desenvolvimento integral dos alunos. Os
jogos e brincadeiras na escola trazem benefícios a todas as crianças
proporcionando momentos únicos de alegria, diversão comprometimento com o
aprender e responsabilidade, possibilitando, assim, que ocorram saltos qualitativos
no processo de ensino-aprendizagem.
Quando o aluno não consegue assimilar os conteúdos programáticos
repassados pela escola, possivelmente será reprovado nesta disciplina, ou então, se
aprovado, no ano seguinte encontrará as mesmas dificuldades em utilizar os
saberes “adquiridos”, não tendo desfrutado do conhecimento de suma importância.
Outro fator importante para ampliar o desenvolvimento no processo de ensino e
aprendizagem está vinculado ao educador, onde ciente de que não conseguiu atingir
os resultados esperados, e encontrando dificuldades de repassar satisfatoriamente
seu método de estudo, é importante buscar outros métodos de ensino.
Portanto, é fundamental compreender que existem novos recursos e
alternativas pedagógicas para o ensino e aprendizagem, estimulando a
concentração, a atenção, o raciocínio lógico e a socialização do individuo. “Para que
possamos entender o papel que o lúdico exerce na aprendizagem, é importante que
conheçamos as mudanças ocorridas no conceito de aprendizagem e em seguida
conhecer a relação que há entre eles” (LUZ, 2010, p. 16).
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O lúdico na aprendizagem precisa ser desenvolvido de forma adequada em


diferente faixa etária, onde o mesmo ajuda a melhorar os déficits de atenção,
estimula o raciocínio lógico, abrangendo a socialização dos alunos na vida escolar e
o interesse positivo pelas atividades em sala de aula. Partindo dessa observação,
justifica-se a realização do presente trabalho.
Com o anseio de um ensino que estimulasse o aluno para que reelaborasse
com o próprio pensamento as informações recebidas, mudou-se a
concepção sobre material pedagógico e o jogo passou a ser visto como uma
ferramenta de aprendizagem. Entretanto não foi apenas o jogo que ganhou
espaço na aprendizagem, mas o lúdico em geral (LUZ, 2010, p. 16 e 17).

Segundo Mendes e Silva (Lambari D’Oeste, 2011), “as atividades lúdicas


precisam fazer-se presente como recurso didático no processo educacional,
principalmente nos anos iniciais do ensino fundamental, pois é imprescindível para
um bom desenvolvimento do trabalho pedagógico efetivado pelo educador”. O
desenvolvimento por meio do lúdico apresenta uma vasta contribuição da
aprendizagem, apresentando experimentos que fazem com que os alunos discutam
a respeito dos mais variados temas que produzem conhecimento, fazendo com que
a memoria melhore com mais exatidão.

O educador deve priorizar o ato de encorajar a criança a pensar


autonomamente em todos os tipos de situação. Cabe a ele buscar formas
didáticas diferenciadas para ensinar, que estimulem as formas de
pensamento das crianças, fazendo com que elas pensem por si. Não
apenas limitando a um mesmo raciocínio, mas propiciando atividades
diferenciadas para estimular a mente da criança, que está em pleno
desenvolvimento, para que a criança sinta o desejo de pensar logicamente
(MENDES; SILVA, 2011, Lambari D’Oeste).

O papel do professor nesse momento em que os jogos se tornam essenciais


para o desenvolvimento da criança, é proporcionar materiais lúdicos que forneça os
efeitos necessários na construção do processo de socialização com a vida escolar.
“A motivação através dos sentidos imprime significados importantes na construção
do conhecimento. Este, primeiro intuitivo, tem sua formalização mais intensa no
ambiente escolar, e o educador é o principal agente (co) responsável nessa
efetivação” (LONDERO, 2020, p. 14).

Cabe ao professor estar inovando na sua maneira de ensinar a prática


lúdica pode ser uma maneira de estimular, o desenvolvimento mental, pois
faz com o aluno se torne mais interessados em aprender, ou mesmo acaba
estudando mais sem perceber, pois através dessa prática aprender e
ensinar se torna mais divertido, faz da construção do conhecimento uma
forma mais prazerosa de se aprender e desenvolver a mente o intelecto da
criança (MENDES; SILVA, 2011, Lambari D’Oeste).
19

O educador precisa disponibilizar as mais variadas brincadeiras, materiais ou


jogos, onde a própria criança decida o papel que deseja assumir nas devidas
modalidades educativas, que possa também escolher com quem irá brincar e qual
objeto deseja usar. “Há muitos jogos comuns que despertam o raciocínio lógico nas
crianças como o dominó, xadrez, quebra-cabeça, tangran e muitos outros” (LUZ,
2010, p, 36).
Na maioria das vezes o aluno não consegue atingir a aprendizagem que
gostaria, considerando a disciplina complexa demais e acaba criando uma ideia
negativa da mesma, considerando uma barreira no momento da compreensão da
matéria de ensino. Mas com o uso correto dos jogos, os alunos se mostram mais
confiantes e se sentem mais motivados a driblar seus medos, criando uma imagem
positiva da disciplina de matemática.
No jogo, o aluno tem a possibilidade de se autocorrigir, e demostrar que pode
sempre melhorar. Em resumo, Luz (2010) afirma que é preciso que a criança
entenda o valor de compartilhar experiências com outro individuo, onde essa troca
de informação faça com que devidos momentos enriquecem seu conhecimento,
percebendo que essa estratégia é uma tática necessária para o seu
desenvolvimento.

4. OBJETIVOS
4.1. GERAL
Evidenciar a ludicidade como uma ferramenta facilitadora de aprendizagem
nos anos iniciais da educação fundamental.

4.2. ESPECÍFICOS
 Analisar a importância de trabalhar o lúdico;
 Evidenciar a contribuição do lúdico para o desenvolvimento das crianças nas
distintas áreas de aprendizagem;
 Analisar o processo de ensino-aprendizagem através do lúdico.
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5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1. O LÚDICO NO BRASIL
Pinto (2003) afirma que a educação no Brasil sempre foi muito influenciada
pelas figuras e pelos movimentos que lideravam na Europa e ressalta que tivemos e
temos muitos profissionais da Educação e de outras áreas que podemos chamar de
renovadores. Temos figuras admiráveis que, apesar da educação e da infância, em
nosso país, não serem prioridades, trabalham e lutam pela humanização e pela
otimização da educação e saúde da criança.
Segundo Kishimoto, em Recife, no ano de 1929, José Ribeiro Escobar,
Diretor de Instrução, aderiu ao movimento da Escola Nova e implantou as salas-
ambiente, utilizando jogos, brinquedos, materiais montessorianos, dentro e fora das
salas de aula. Mandou construir “Playgrounds” nas praças e parques com balanços,
gangorras, barras e campos de jogos. Escobar implantou o primeiro Espaço Lúdico,
que ele denominou de “sala de passa tempo”, anexa a uma escola de ensino
fundamental.
Outro passo importante no que diz respeito ao lúdico no Brasil foram as
creches, que segundo Pinto (2003),
As primeiras creches instaladas em São Paulo no início da República, como
as de Anália Franco, confundem-se com os asilos infantis, para atender
crianças órfãs. Anália Franco (1856-1919) foi a primeira educadora a utilizar
termos como creche e escolas maternais para denominar suas instituições
destinas à infância.
As crianças antes não eram tratadas como crianças, e sim como adultos em
miniaturas. As creches e escolas que foram criadas não ofereciam um local com
atrativos infantis e as mesmas eram colocadas lá por falta de opção dos pais por
não terem com quem deixar os filhos enquanto trabalhavam.
Voltando aos renovadores da educação no Brasil, ainda em São Paulo,
Florestan Fernandes, em 1947, demonstra, em estudo realizado em bairros como
Bom Retiro, Lapa, Bela Vista, Brás e Pinheiros, como brincadeiras tradicionais
infantis penetram no cotidiano das crianças.
No final da década de 70, o Instituto de Psicologia da USP abre espaço para
pesquisa na área da psicologia do brinquedo, sob a responsabilidade de Nelson
Rosamilha e Edda Bomtempo.
Esse processo de valorização do brinquedo foi crescendo e, na década de 80,
atingiu escolas, universidades e, em 1981, a professora Nylse Cunha criou a
21

Brinquedoteca Indianápolis, a primeira no Brasil.


A partir da iniciativa da professora Doutora Tizuco Kishimoto muitas outras
brinquedotecas foram sendo criadas por todo o país. Indústrias e fábricas diversas
que tinham mães trabalhando em seus quadros também aderiram à brinquedoteca
em suas creches por entenderem que assim as mães funcionárias ficariam mais
tranquilas sabendo que seus filhos estariam em local adequado que atende suas
necessidades infantis: brincar.
No Brasil, tem-se observado uma preocupação crescente com a educação
infantil. Isso pode ser identificado em vários níveis, dentre os quais se inclui o
legislativo. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB
(Brasil, 1996), a educação infantil passa a ser parte da educação básica,
constituindo sua primeira etapa. Ela deve ser oferecida em creches e pré-escolas,
com a finalidade de promover o desenvolvimento integral da criança até cinco anos
de idade. Esta mesma lei defende o pluralismo das ideias e das concepções
pedagógicas, a fim de garantir de garantir excelência na educação.
Entre os fundamentos norteadores da educação infantil, essa resolução inclui
a ludicidade e a criatividade. Já nos Referenciais Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil – RCNEI (Brasil, 1998) há uma preocupação em sensibilizar os
educadores para a importância do brincar tanto em situações formais quanto em
informais. Neles, brincadeira é definida como a linguagem infantil que vincula o
simbólico e a realidade imediata da criança.
No Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Brasil, 1990) é explicitado o
direito ao lazer, a diversão e a serviços que respeitem a condição peculiar da criança
e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Verifica-se, com base nestes
documentos, que de fato há uma preocupação legítima em promover melhores
condições de desenvolvimento por meio da educação. Nesse contexto, Moyles
(2002) e Pereira (2002) enfatizam que a inserção do brincar pode constituir-se em
um elemento importante para o ensino nas instituições educativas. Isso porque o
brincar é um dos principais processos e uma das atividades mais presentes na
infância, em que são construídas as capacidades e as potencialidades da criança.
Kishimoto (2005), diz que no contexto infantil de brincadeira, modelos e
formas de brinquedos trazidos e perpetrados por crianças portuguesas, negras e
índias. Sabe-se que o Brasil sendo um país originário da miscigenação de povos,
predominante dos portugueses, negros e índios, herdou muito da cultura produzida
22

por esta mistura e não seria com certeza diferente o caso das brincadeiras infantis.
O folclore português foi passado de geração em geração por meio da oralidade,
sendo conhecido das lendas contos e superstições, objeto de estudo nas escolas e
nas brincadeiras infantis.

5.2. A RELEVÂNCIA DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL


Sem dúvida o brincar é um importante recurso pedagógico se for bem
explorado pelo professor junto à turma. Muitos são os jogos que podem ser incluídos
dentro do contexto escolar com o proposito de auxiliar o trabalho do professor nas
disciplinas escolares. No decorrer desta pesquisa podemos perceber que em todas
as matérias do currículo da para usar o lúdico como recuso pedagógico, basta que o
professor se disponha a tirar um tempinho para construir tais recursos, um exemplo
disso é o jogo de bingo que pode ser usado a partir da educação infantil quando as
crianças começam a ter contato com a leitura, pois através do bingo elas podem
conhecer as letras, os números, as palavras entres outras utilidades que podem ter
o um jogo de bingo. E esse é um recurso que o custo é muito baixo e pode ser
utilizado em mais de uma disciplina e de formas diferentes, vai depender da
criatividade do professor.
O professor, ao assumir o potencial que tem o jogo na educação, será o
responsável pela arrumação do espaço do físico-cultural. Nesta
organização, ele não pode suprimir a criança, mas deve criar um espaço
para sua decisão, valorizando ao máximo as possibilidades do jogo sem a
intervenção adulta. (KISHIMOTO, 2005, pg.13)
Assim sendo o aluno tem total liberdade para explorar no máximo o
brinquedo. O que não pode acontecer é de o professor entregar o brinquedo ao
aluno e deixa-lo agir sozinho, como se ele por ser criança tenha a obrigação de
saber brincar e descobrir por si mesmo as regras de um jogo. Isso não pode
acontecer se a intenção do brinquedo é o de auxiliar nas atividades pedagógicas de
sala de aula, portanto o professor deve a todo momento estar atento ao material
utilizado junto a criança. Este deve ser adequado a sua idade dos alunos assim
como deve respeitar também as suas inteligências.
Muitos dos conteúdos ministrados em salas de aulas as crianças aprendem
só por aprender, pois não sabem em que momento essa aprendizagem vai ser
necessário utilizar em sua vida, acreditamos com isso que a criança tenha interesse
pelo conteúdo ministrado em sala de aula torna-se necessário que que o professor
use recursos como jogos, brinquedos e brincadeiras tornando assim a disciplina mas
23

atraente para a criança, pois o que ficou evidente para nos é que tais recursos são
utilizados apenas na semana das crianças, por se tratar de uma data especial. Seria
muito importante que ludicidade não se limite apenas a uma semana como recurso
pedagógico, e sim que ela esteja presente em todo o ano letivo e que não se limite
apenas a educação infantil mas que ela se estenda por todo o período escolar da
criança que seria da educação infantil ao ensino fundamental.
De acordo com Freire (1997, p. 44):
Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para facilitar
o desenvolvimento da criança. Isso contribuiria para reforçar a ideia de que
a escola, na primeira infância, deve considerar as estruturas corporais e
intelectuais de que dispõem as crianças, utilizando o jogo simbólico e as
demais atividades motoras próprias da criança nesse período.
É importante observar que no brincar as crianças tornam-se agentes de sua
experiência social, estabelecem diálogos, organizam com autonomia suas ações e
interações, construindo regras de convivência social e de participação nos jogos e
brincadeiras.
Os conteúdos veiculados durantes as brincadeiras infantis bem como os
temas de brincadeiras, os materiais para brincar, as oportunidades para as
interações sociais e o tempo disponível são todos fatores que dependem
basicamente do currículo proposto pela escola. (KISHIMOTO, 2005, p. 39).
O brincar em situações educacionais, proporciona não só no meio real de
aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes
aprendam sobre as crianças sobre as crianças e suas necessidades. No contexto
escolar isso significa professores capazes de compreender onde as crianças estão
em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que por sua vez, da aos
educadores o ponto de partida para promover novas aprendizagens nos domínios
cognitivos e afetivos, das crianças de ensino infantil e fundamental.
O brincar “aberto”, aquele que poderemos chamar de verdadeira situação
de brincar, apresenta uma esfera de possibilidades para a criança,
satisfazendo suas necessidades de aprendizagem e tornando mais clara
sua aprendizagem explícita. Parte da tarefa do professor é proporcionar
situações de brincar livre e dirigido que tentem atender as necessidades de
aprendizagem das crianças e, neste papel, o professor poderia ser chamado
de um iniciador e mediador da aprendizagem (MOYLES, 2002, p. 37)
Infelizmente ainda há muitas escolas que tratam a criança da Educação
Infantil como adulto em miniatura. Não valorizam a fantasia e as atividades motoras
próprias dessa etapa da vida que é a infância. A ideia de ludicidade nessas escolas
está intimamente ligada à instrumentalização apenas, pois o processo ensino-
aprendizagem baseado numa metodologia tradicional contribui para o
desenvolvimento da “consciência bancária”.
24

O educador consciente de seu compromisso social e que trabalha numa


escola cuja concepção de ensino priorizada é a emancipatória, planejará situações
lúdicas em que a criança vivenciará experiências de construção e reconstrução de
saberes existentes no seu mundo real, além de significativas interações sociais.
Desse modo, a criança aprende brincando, de forma prazerosa. Pode-se dizer que o
lúdico, na sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino,
possibilitando momentos de problematização e reflexão crítica do conhecimento.

5.3. O LÚDICO COMO RECURSO PEDAGÓGICO


Lúdico vem do latim ludus que, de acordo com Huizinga: “abrange os jogos
infantis, a recreação, as competições, as representações litúrgicas e teatrais, e os
jogos de azar” (HUIZINGA, 2004, p. 41).
Luckesi (2004) afirma que a atividade lúdica é aquela que propicia à pessoa
que a vive, uma sensação de liberdade, um estado de plenitude e de entrega total
para essa vivência. “O que a ludicidade traz de novo é o fato de que o ser humano,
quando age ludicamente, vivencia uma experiência plena. [...] Não há divisão”
(LUCKESI, 2006, p. 2).
Santos (2008, p. 57) afirma que “a palavra lúdico significa brincar. Nesse
brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras, e é relativo também à
conduta daquele que joga, que brinca e que se diverte.”
Nos últimos anos, os currículos de pré-escolas e dos primeiros anos
escolares tem dado maior importância em exercícios formais de aprendizagens e
memorização. No entanto, psicólogos e educadores que estudaram o brincar das
crianças encontraram vestígios que comprovam que oportunidades espontâneas de
brincar para crianças de idade pré-escolar até a puberdade, não são apenas
divertidas como também colaboram para o ganho de vocabulário, aumento de
habilidades mentais e sociais, indicação de pensamento criativo, capacidade de
tolerar atrasos e de reprimir agressão desmotivada. O Referencial Curricular
Nacional para Ensino Fundamental (BRASIL, 1998) afirma que por meio dos jogos
as crianças não apenas vivenciam situações que se repetem, mas aprendem a lidar
com símbolos e a pensar por analogia (jogo simbólico): os significados das coisas
passam a ser imaginadas por elas. Ao criarem essas analogias, tornam-se
produtoras de linguagem, criadoras de convenções, capacitando-se para se
25

submeterem a regras e dar explicações. (...) A participação em jogo de grupo


também representam uma conquista cognitiva, emocional, moral e social para a
criança e um estimulo para o desenvolvimento do seu raciocínio lógico.
O brincar também tem a função da dramatização de situações e de conflitos,
por meio da brincadeira a criança coloca para fora suas emoções, frustrações
transferindo tudo que está sentindo no momento da brincadeira e tudo que está
guardado em seu interior. Geralmente é por meio das brincadeiras que descobrimos
se a criança está passando por algum tipo de problema. Com a atividade lúdica a
criança aprende com prazer e a aula se torna cada vez mais cativante e assim a
participação dos alunos é muito mais ativa. Brougére diz que “o mundo do tempo
livre das crianças, especialmente de seus jogos é cheio de sentido e significações, e
é simbólico”. A criança ao brincar transfere toda sua emoção para a vida real.
(BROUGÉRE, 1998, pg. 138)
Infelizmente só conseguimos visualizar essa situação na pré-escola, pois
quando as crianças entram no Ensino Fundamental, os professores se prendem a
cartilha, a lousa, ou seja, a cumprir conteúdos esquecendo que o aluno está em fase
de transição do mundo fantástico da pré-escola para o mundo das letras que para
alguns se torna um pesadelo, mas não podemos deixar de salientar que há
professores que levam a brincadeira para a sala de aula e assim obtém mais êxito
na aprendizagem de seus alunos por tornarem a aula atrativa prendendo assim
atenção dos alunos e ganhando a interação entre eles. De acordo com Dohme (...)
nos dias de hoje, a sociedade moderna valoriza a criatividade, a iniciativa e o senso
crítico, e a escola precisa preparar seus alunos de forma a despertar esses
potenciais. Daí a cresceste importância do uso do lúdico no processo educacional,
que instiga à participação, à critica, a busca da novidade e da ousadia, sem
desprezar a importância do respeito e da cooperação entre os elementos de um
grupo, porque a disciplina e a obediência fazem parte de qualquer jogo. (DOHME, p.
13, 2008).
A atividade lúdica proporciona uma maior interação entre os alunos há
sempre uma troca de experiência, com isso sala de aula mais disciplinada, mais
concentrada e estimulada para aprender cada vez mais. Podem-se encontrar várias
vantagens na atividade lúdica em sala de aula, como: a mudança de comportamento
das crianças; agressividade; interação entre elas; melhor aprendizado e
participação. Além disso, mexemos com a imaginação da criança, pois há muitas
26

crianças que só encontram a alegria na sala de aula. Como diz Shada, o jogo não
pode ser visto, apenas, como divertimento ou brincadeira para desgastar energia,
pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. (in
KISHIMOTO, pg. 95, 2008)
Com a ludicidade podemos observar uma aula bem mais rica em
aprendizagem por parte dos alunos, transformando assim a sala de aula em um
ambiente gostoso de ser trabalhado. Essas atividades proporcionam nos alunos uma
maior confiança, um ambiente mais alegre e um envolvimento maior por parte dos
alunos, até mesmo aquele aluno mais quieto e tímido entram no clima da brincadeira
e acabam aprendendo a socializar-se com os amiguinhos.
Apesar de muitos ainda pensarem que o jogo não tem uma lógica e não
passa de uma brincadeira de criança, é um grande aliado para trabalhar o
desenvolvimento pessoal (autodescoberta, autonomia e autoestima) e o cooperativo
(convívio, cooperação e habilidade de liderar e de ser liderado). Com isso podemos
trabalhar diversos jogos para atrair e ganhar a atenção dos alunos desde jogos
tradicionais, no qual só é preciso um giz para fazer uma amarelinha no chão da sala,
como um jogo mais abrangente que será preciso outros materiais. Por este motivo é
preciso criar uma brinquedoteca por ser um espaço de brinquedo, tornar-se aos
olhos da criança como uma fábrica dos sonhos, um local, no qual as crianças viajam
e se transportam para um mundo da fantasia, que mexem com a imaginação e os
desejos mais íntimos. Como ressalta Santos “A brinquedoteca escolar, além de ser
o espaço da criança, deve ser um espaço de experiência, estudo e disseminação de
novas ideias sobre o lúdico, de tal forma que contagie todo o professores da escola.
As experiências que mais se destacam, têm provado que a pedagogia do prazer e o
educador lúdico tem as chaves do construtivismo” (SANTOS, 2000. P. 59).
O que falta em nossa educação professores mais ousados e menos voltados
para o passado, que saibam aproveitar os novos recursos que estão ao nosso
alcance para ajudar na alfabetização dos alunos e se for uma brinquedoteca, por
que não aderir e se divertir junto com os alunos. Dohme afirma que o jogo é um
importante aliado para o educador conhecer as suas crianças e jovens. Durante os
jogos, o educador pode observar atentamente a atuação de cada um deles com os
colegas, poderá perceber as suas qualidades e defeitos, como se relacionam com
os demais, se têm valores, como lealdade, bondade e cortesia, pois o calor e o
envolvimento que o jogo provoca fazem com que as crianças (e os adultos também)
27

tenham uma tendência maior em mostrar o seu verdadeiro caráter, o que é mais
difícil acontecer na vida cotidiana. (DOHME, 2008, pg.23)
O jogo pode ser um auxílio se for utilizado com um objetivo bem definido e
claro, ou seja, terá que transmitir um conhecimento para a formação do individuo.
Como diz Dohme “o jogo pode ser o condutor de um determinado conteúdo. Através
de sua aplicação, pode-se despertar a motivação para determinado aspecto de uma
disciplina que se irá abordar ou mesmo avaliar o entendimento de determinado
conteúdo, sem contar que existem conhecimentos possíveis de serem transmitidos
através de jogos alegres e ativos.” (DOHME, 2008 pg. 22)
O brincar é um importante recurso pedagógico se for bem explorado pelo
professor junto à turma. Muitos são os jogos que podem ser incluídos dentro do
contexto escolar com o proposito de auxiliar o trabalho do professor nas disciplinas
escolares. No decorrer desta pesquisa podemos perceber que em todas as matérias
do currículo da para usar o lúdico como recuso pedagógico, basta que o professor
se disponha a tirar um tempinho para construir tais recurso, um exemplo disso é o
jogo de bingo que pode ser usado a partir da educação infantil quando as crianças
começam a ter contato com a leitura, pois através do bingo elas podem conhecer as
letras, os números, as palavras entres outras utilidades que podem ter o um jogo de
bingo. E esse é um recurso que o custo é muito baixo e pode ser utilizado em mais
de uma disciplina e de formas diferentes, vai depender da criatividade do professor.
O professor, ao assumir o potencial que tem o jogo na educação, será o
responsável pela arrumação do espaço do físico-cultural. Nesta
organização, ele não pode suprimir a criança, mas deve criar um espaço
para sua decisão, valorizando ao máximo as possibilidades do jogo sem a
intervenção adulta. (KISHIMOTO, pg.13)
Assim sendo o aluno tem total liberdade para explorar no máximo o
brinquedo. O que não pode acontecer é de o professor entregar o brinquedo ao
aluno e deixa-lo agir sozinho, como se ele por ser criança tenha a obrigação de
saber brincar e descobrir por si mesmo as regras de um jogo. Isso não pode
acontecer se a intenção do brinquedo é o de auxiliar nas atividades pedagógicas de
sala de aula, portanto o professor deve a todo o momento estar atento ao material
utilizado junto a criança. Este deve ser adequado a sua idade dos alunos assim
como deve respeitar também as suas inteligências.
Muitos dos conteúdos ministrados em salas de aulas as crianças aprendem
só por aprender, pois não sabem em que momento essa aprendizagem vai ser
necessário utilizar em sua vida, acreditamos com isso que a criança tenha interesse
28

pelo conteúdo ministrado em sala de aula torna-se necessário que que o professor
use recursos como jogos, brinquedos e brincadeiras tornando assim a disciplina mas
atraente para a criança, pois o que ficou evidente para nos é que tais recursos são
utilizados apenas na semana das crianças, por se tratar de uma data especial. Seria
muito importante que ludicidade não se limite apenas a uma semana como recurso
pedagógico, e sim que ela esteja presente em todo o ano letivo e que se estenda por
todo o período escolar da criança que seria da educação infantil ao ensino
fundamental.
De acordo com Freire (1997, p. 44):
Compreender a atividade infantil capacita o professor a intervir para facilitar
o desenvolvimento da criança. Isso contribuiria para reforçar a ideia de que
a escola, na primeira infância, deve considerar as estruturas corporais e
intelectuais de que dispõem as crianças, utilizando o jogo simbólico e as
demais atividades motoras próprias da criança nesse período.
É importante observar que no brincar as crianças tornam-se agentes de sua
experiência social, estabelecem diálogos, organizam com autonomia suas ações e
interações, construindo regras de convivência social e de participação nos jogos e
brincadeiras.
Ao planejar atividades lúdicas, é fundamental ter como ponto de partida a
realidade, os interesses e as necessidades da criança que faz parte da Educação
Infantil. Nessa perspectiva, Kishimoto afirma que é necessário que o educador se
conscientize de que ao desenvolver o conteúdo programático, por intermédio do ato
de brincar, não significa que está ocorrendo um descaso ou desleixo com a
aprendizagem do conteúdo formal e sim uma adaptação do lúdico ao conteúdo, mas
de maneira nenhuma vai haver uma negligencia do professor em descumprir com o
programa educacional, ele só vai melhorar sua metodologia de ensino para ter mas
eficácia na aprendizagem.
Os conteúdos veiculados durantes as brincadeiras infantis bem como os
temas de brincadeiras, os materiais para brincar, as oportunidades para as
interações sociais e o tempo disponível são todos fatores que dependem
basicamente do currículo proposto pela escola. (KISHIMOTO, 2005, p. 39).
O brincar em situações educacionais, proporciona não só no meio real de
aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes
aprendam sobre as crianças sobre as crianças e suas necessidades. No contexto
escolar isso significa professores capazes de compreender onde as crianças estão
em sua aprendizagem e desenvolvimento geral, o que por sua vez, da aos
educadores o ponto de partida para promover novas aprendizagens nos domínios
29

cognitivos e afetivos, das crianças de ensino infantil e fundamental.


Infelizmente ainda há muitas escolas que tratam a criança da Educação
Infantil como adulto em miniatura. Não valorizam a fantasia e as atividades motoras
próprias dessa etapa da vida que é a infância. A ideia de ludicidade nessas escolas
está intimamente ligada à instrumentalização apenas, pois o processo ensino-
aprendizagem baseado numa metodologia tradicional contribui para o
desenvolvimento da “consciência bancária”, assim denominada por Paulo Freire
(1983, p. 38) que consiste em:
O educando recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um
depósito do educador. Educa-se para arquivar o que se deposita. Mas o
curioso é que o arquivado é o próprio homem, que perde assim seu poder
de criar, se faz menos homem, é uma peça.
O educador consciente de seu compromisso social e que trabalha numa
escola cuja concepção de ensino priorizada é a emancipatória, planejará situações
lúdicas em que a criança vivenciará experiências de construção e reconstrução de
saberes existentes no seu mundo real, além de significativas interações sociais.
Desse modo, a criança aprende brincando, de forma prazerosa. Pode-se dizer que o
lúdico, na sua essência, faz toda diferença no planejamento de ensino,
possibilitando momentos de problematização e reflexão crítica do conhecimento.
O brincar também tem a função da dramatização de situações e de conflitos,
por meio da brincadeira a criança coloca para fora suas emoções, frustrações
transferindo tudo que está sentindo no momento da brincadeira e tudo que está
guardado em seu interior. Geralmente é por meio das brincadeiras que descobrimos
se a criança está passando por algum tipo de problema. Com a atividade lúdica a
criança aprende com prazer e a aula se torna cada vez mais cativante e assim a
participação dos alunos é muito mais ativa. Brougére diz que “o mundo do tempo
livre das crianças, especialmente de seus jogos é cheio de sentido e significações, e
é simbólico”. A criança ao brincar transfere toda sua emoção para a vida real.
(BROUGÉRE, 1998, pg. 138)
Infelizmente só conseguimos visualizar essa situação na pré-escola, pois
quando as crianças entram no Ensino Fundamental, os professores se prendem a
cartilha, a lousa, ou seja, a cumprir conteúdos esquecendo que o aluno está em fase
de transição do mundo fantástico da pré-escola para o mundo das letras que para
alguns se torna um pesadelo, mas não podemos deixar de salientar que há
professores que levam a brincadeira para a sala de aula e assim obtém mais êxito
30

na aprendizagem de seus alunos por tornarem a aula atrativa prendendo assim


atenção dos alunos e ganhando a interação entre eles. De acordo com Dohme (...)
nos dias de hoje, a sociedade moderna valoriza a criatividade, a iniciativa e o senso
crítico, e a escola precisa preparar seus alunos de forma a despertar esses
potenciais. Daí a cresceste importância do uso do lúdico no processo educacional,
que instiga à participação, à critica, a busca da novidade e da ousadia, sem
desprezar a importância do respeito e da cooperação entre os elementos de um
grupo, porque a disciplina e a obediência fazem parte de qualquer jogo. (DOHME, p.
13, 2008).
A atividade lúdica proporciona uma maior interação entre os alunos há
sempre uma troca de experiência, com isso sala de aula mais disciplinada, mais
concentrada e estimulada para aprender cada vez mais. Podem-se encontrar várias
vantagens na atividade lúdica em sala de aula, como: a mudança de comportamento
das crianças; agressividade; interação entre elas; melhor aprendizado e
participação. Além disso, mexemos com a imaginação da criança, pois há muitas
crianças que só encontram a alegria na sala de aula. O jogo não pode ser visto,
apenas, como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece
o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral. (in KISHIMOTO, pg. 95,
2008)
Com a ludicidade podemos observar uma aula bem mais rica em
aprendizagem por parte dos alunos, transformando assim a sala de aula em um
ambiente gostoso de ser trabalhado. Essas atividades proporcionam nos alunos uma
maior confiança, um ambiente mais alegre e um envolvimento maior por parte dos
alunos, até mesmo aquele aluno mais quieto e tímido entram no clima da brincadeira
e acabam aprendendo a socializar-se com os amiguinhos.
Apesar de muitos ainda pensarem que o jogo não tem uma lógica e não
passa de uma brincadeira de criança, é um grande aliado para trabalhar o
desenvolvimento pessoal (autodescoberta, autonomia e autoestima) e o cooperativo
(convívio, cooperação e habilidade de liderar e de ser liderado). Com isso podemos
trabalhar diversos jogos para atrair e ganhar a atenção dos alunos desde jogos
tradicionais, no qual só é preciso um giz para fazer uma amarelinha no chão da sala,
como um jogo mais abrangente que será preciso outros materiais. Por este motivo
que é preciso criar uma brinquedoteca por ser um espaço de brinquedo, tornar-se
aos olhos da criança como uma fábrica dos sonhos, um local, no qual as crianças
31

viajam e se transportam para um mundo da fantasia, que mexem com a imaginação


e os desejos mais íntimos. Como ressalta Santos, “A brinquedoteca escolar, além de
ser o espaço da criança, deve ser um espaço de experiência, estudo e disseminação
de novas ideias sobre o lúdico, de tal forma que contagie todo o professores da
escola. As experiências que mais se destacam, têm provado que a pedagogia do
prazer e o educador lúdico tem as chaves do construtivismo” (SANTOS, 2000. P.
59).
Sem dúvida o brincar é um importante recurso pedagógico se for bem
explorado pelo professor junto à turma.

6. METODOLOGIA
6.1. CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Para a realização deste trabalho, foram utilizadas as pesquisas: bibliográfica e
documental, além de se consistir em uma análise qualitativa a respeito do tema. Na
primeira, buscou-se o referencial teórico, mediante a leitura de vários livros sobre o
assunto, para se conhecer a opinião de diversos autores acerca do tema.
Para Severino (2007, p.122), “a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a
partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos como livros, artigos, teses etc. utiliza-se de dados ou categorias teóricas
já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registradas”.
A abordagem qualitativa fundamenta-se em dados coligidos nas interações
interpessoais, na coparticipação das situações dos informantes, analisadas a partir
da significação que estes dão aos seus atos. O pesquisador participa, compreende e
interpreta. (Chizzotti, 2006, p. 52)
Na análise de Gil (2002, p. 45) a pesquisa documental se apresenta próxima a
da bibliográfica. Assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica. A diferença essencial
entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se
utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado
assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetos da pesquisa.
Segundo Gil (2009), a pesquisa documental trata-se de materiais que ainda não
receberam um tratamento analítico, sendo considerado o primeiro passo a
exploração das fontes documentais.
32

A análise documental foi realizada por possibilitar a compreensão dos dados da


gravidez na adolescência, advindos dos processos e relatórios de estudos sociais,
documentos e materiais técnicos das instituições retrocitadas, onde foi possível
traçar através desses documentos as características e os principais motivos que
levaram à gravides precoce de adolescentes.
Após a coleta de dados, o passo seguinte é o de análise dos resultados obtidos,
que para Gil (2009, p. 158) “a análise tem como objetivo organizar e sumariar os
dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema
proposto”.

7. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após o recolhimento das informações necessárias passou-se à análise e
discussão dos dados obtidos, tendo como base as pesquisas realizadas através de
uma revisão de literatura cujas fontes consultadas se constituíram de registros
documentais através de dissertações, teses, livros e artigos científicos da
literatura nacional.
A pesquisa bibliográfica permitiu saber que muitos professores entendem a
ludicidade como sinônimo de jogos e brincadeiras. Segundo Kishimoto (1994), o
jogo é uma atividade física ou intelectual que integra um sistema de regras; as
brincadeiras se relacionam ao ato de entreter e distrair. Algumas docentes indicam
que a atividade lúdica se resume ao ato de brincar, buscando promover o interesse
dos alunos pelo conteúdo e pela aula, ou apenas como preenchimento de tempo
livre.
De acordo com Sant’Anna e Nascimento (2001), a ludicidade é o jogo, a
brincadeira que torna o aprendizado mais atrativo e divertido, ajudando a
desenvolver o gosto pela leitura, desenhos e outras atividades educativas. Tendo
isto em vista, alguns professores indicam que a ludicidade é dada por meio de
atividades que aproximam a criança do mundo da brincadeira, tornando assim a
construção do conhecimento mais prazerosa.
De maneira geral, percebe-se que as professoras entendem que a ludicidade é
bastante relevante no fazer docente, se relacionando principalmente a jogos e
brincadeiras expressos como um instrumento ou recurso pedagógico.
33

O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo".
Originalmente, o termo lúdico se referia apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento
espontâneo. A evolução do significado da palavra "lúdico", entretanto, não parou nas
suas origens e acompanhou as pesquisas sobre psicomotricidade. O lúdico passou
a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento
humano, de modo que a definição deixou de ser apenas utilizada como sinônimo de
jogo e as implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do
brincar espontâneo. O lúdico passou a ser entendido como aquilo que desperta o
prazer, quando estimulamos a criatividade e desenvolvemos o conhecimento.
(SANT’ANNA e NASCIMENTO, 2001, p. 20)
As produções literárias revistas neste trabalho possibilitaram entender sobre a
importância de trabalhar o lúdico em sala de aula. Os profissionais de ensino
concordam que é imprescindível trabalhar o lúdico porque brincar é linguagem que
as crianças usam para se manifestar, descobrir o mundo, interagir com os outros.
Quando ela é incentivada adquire novas habilidades e desenvolve a imaginação e
autonomia. Os jogos e brinquedos têm papel fundamental no desenvolvimento da
criança. Para que eles cumpram bem essa função não basta deixar o acervo da pré-
escola ao alcance dos pequenos, imaginando que, por brincarem sozinhos em casa,
eles saberão o que fazer. É essencial oferecer objetos industrializados e artesanais,
organizar momentos em grupo para que construam seus próprios brinquedos e
ampliar as experiências de socialização. Tudo isso sempre equilibrando qualidade e
variedade, o que significa exemplares variados seguros, e resistentes. O professor
seguindo esses cuidados vai ter um bom resultado na aprendizagem dos alunos
associando aprendizado com ludicidade. Assim, durante o processo de pesquisa,
constatou que a ludicidade é um recurso de fundamental importância para auxiliar a
prática docente dentro da sala de aula, pois contribui bastante para a aprendizagem
dos alunos. O lúdico possibilita a formação integral dos educandos, pautado na
concepção de que a “criança aprende melhor brincando”, isto é, quando as crianças
se interagem por meio de atividades lúdicas, elas próprias constroem o seu
conhecimento e se apropriar de um saber significativo.
Os docentes sabem da importância do lúdico (jogos e brincadeiras) no
processo de ensino-aprendizagem na Educação Infantil e considera importante a
prática de jogos e brincadeiras dentro de sala de aula. A ludicidade é um recurso de
34

fundamental importância para auxiliar a prática docente dentro da sala de aula, pois
contribui bastante para a aprendizagem dos alunos.
Nessa perspectiva, destaca-se que o lúdico é de extrema importância, pois, é
brincando que a criança vai aprender e se tornar algo até mais atrativo, que prende
a atenção da criança. Por meio do lúdico, o aprendizado vai ter mais significado para
o aluno, tendo em vista que vai se explorar o material concreto e colorido, ajudando
a criança a fixar o conteúdo.
Desse modo, Machado ressalta: Brincar é também um grande canal para o
aprendizado, senão o único canal para verdadeiros processos cognitivos. Para
aprender precisamos adquirir certo distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a
criança pratica desde as primeiras brincadeiras [...] através do filtro do
distanciamento podem surgir novas maneiras de pensar e de aprender sobre o
mundo. Ao brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para
aprender aquilo que ela quer, precisa, necessita, está no seu momento de aprender;
isso pode não ter a ver com o que o pai, o professor ou o fabricante de brinquedos
propõem que ela aprenda. (MACHADO 2003, p.37).
A pesquisa bibliográfica deste trabalho permitiu observar que jogos e
brincadeiras facilitam a transmissão dos conteúdos. Segundo Kishimoto (2001, p.
56), é brincando que a criança aprende, ou seja, a brincadeira também apresenta
fins educativos, pois por intermédio de tal ato, o educador fornece diretrizes para o
desenvolvimento moral da criança, como por exemplo: noções de certo e errado, de
limites, etc. É dessa forma que a aprendizagem ocorre de modo prazeroso e
significativo à criança.
O brincar infantil é um processo importante na construção de conhecimentos e
no desenvolvimento integral da criança, independente do local em que vive, do
grupo e da cultura da qual faz parte, proporcionando a mediação entre o real e o
imaginário. O brincar estimula a inteligência porque faz com que a criança solte sua
imaginação e desenvolva a criatividade, possibilitando o exercício da concentração e
de atenção, levando a criança a absorver-se na atividade. Desta forma, é possível
afirmar que a criança e o brincar se completam.
O brincar ajuda o participante a desenvolver confiança em si mesmo e em suas
capacidades e ajuda-os a julgar as múltiplas variáveis presentes nas interações
sociais e a ser empáticos com os outros. Através do lúdico elas podem aprender a
35

se socializar. Quando ela brinca, a criança toma certa distancia da vida cotidiana,
entra no mundo imaginário.
As atividades lúdicas contribuem para o desenvolvimento Intelectual da
criança, através dos jogos e da brincadeira a criança aprende com mais facilidade e
dificilmente irá esquecer o conteúdo que foi passado, por que este foi trabalho de
uma forma diferente então ficará na memória aquele momento de descontração e
aprendizagem.
Kishimoto (1994, p.21) afirma que “o brincar e o jogar vinculam-se ao sonho, à
imaginação, ao pensamento e ao símbolo. É uma proposta para a educação de
crianças (e educadores de crianças) com base no brincar e nas linguagens
artísticas”.
De acordo com o embasamento teórico desta pesquisa a ludicidade
historicamente faz parte do contexto da criança e por isso se torna mais prazeroso o
ato de aprender e também de ensinar, levando em consideração as fases de
desenvolvimento da criança. As crianças precisam de atividades lúdicas para
estimular o interesse pelo ensino aprendizagem. Os jogos e brincadeiras ajudam
muito no ensino aprendizagem do discente, e o mais importante, aprende a conviver
em grupo e respeitar os limites.
Conforme nos coloca Piaget (1976) “a atividade lúdica é o berço obrigatório das
atividades intelectuais da criança” e a educação lúdica contribui e influencia na
formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento
permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em
uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca,
criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte
compromisso de transformação e modificação do meio.
Para Santos (2002), a atividade lúdica é indispensável para o ser humano, pois
possibilita a apreensão de conteúdo de forma mais natural, para o pesquisador:
O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o
desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental,
prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização,
expressão e construção do conhecimento (Santos, 2002, p. 12).
Para Vygotsky (1984), a criança ao brincar se desenvolve, porque ela mesma
cria os problemas cotidianos bem como suas resoluções. Isto a torna segura e
36

capaz de lidar com as dificuldades cotidianas. Além disso, as crianças que criam sua
“zona de desenvolvimento proximal” conseguem auxiliar outras crianças a encontrar
soluções e assim constroem relações sociais de solidariedade mútua.
Essas atividades facilitar a aprendizagem e são capazes de estimulando
mudanças no comportamento de crianças e são cada vez mais utilizadas pela saúde
profissionais. Considerando que o brincar faz parte do mundo da criança, é
compreensível, linguagem familiar.
Santos (1997), em uma pesquisa acerca da importância do lúdico, verificou que
a criança ao brincar apreende diversas características dos objetos e utiliza estes
para associar a coisas que não conhece, então assim conhece outras coisas por
associação, segundo ele.
Uma das vantagens de aplicação do lúdico em sala de aula é importantíssima
no processo de aprendizado da educação infantil. Deve-se usar a naturalidade do
brincar para que a criança alcance rendimento escolar, isto porque, “ao utilizar as
brincadeiras dentro de sua própria cultura, o educador pode proporcionar uma
aprendizagem que realmente impere no cognitivo da criança” (Santos, 2015).
A ludicidade facilita a interação social da criança com a equipe escolar. Por
meio da ludicidade, os profissionais encontram alternativas para abordar a criança,
como contar histórias, e então descobrem que são capazes de colaborar,
consequentemente, ajudam nas rotinas de trabalho.
Portanto, a ludicidade é de grande valor para o processo de aprendizagem,
uma vez que é rica em significado (Bernardo, 2009). Uma atividade lúdica envolve
crianças de uma maneira que estimula sua imaginação criativa e permite a
aprendizagem indireta, pois os alunos não estão focando linguagem, mas usando-o
de verdade. Através de atividades lúdicas os alunos podem aprender novos
conceitos, criar vínculos com seus colegas, estimular seu raciocínio e sinta-se mais
à vontade e motivado; ao usar atividades lúdicas, não estamos apenas buscando os
alunos se divertindo, mas, extremamente importante, estamos levando em conta o
desenvolvimento da criança, social, emocional e cognitivamente.
As maiores dificuldades para trabalhar a ludicidade no contexto escolar são a
não inclusão desse importante recurso no planejamento pedagógico. Em alguns
casos, a inexperiência do profissional da educação em relação ao trabalhar a
ludicidade em sala de aula. Muitos professores, ainda, não se sentem seguros
37

totalmente para trabalhar o lúdico com suas turmas. Em outros casos a carência de
material apropriado para o desenvolvimento de atividades lúdicas também se
mostram com entrave. Os próprios pais, às vezes, se mostram resistentes ao
desenvolvimento do trabalho escolar através do recurso da ludicidade.
Assim, os docentes possuem dificuldades em desenvolver a ludicidade em sua
rotina de trabalho em sala de aula. Essa constatação é um preocupante, uma vez
que existem amplas evidências destas dificuldades nas escolas de educação infantil
e de ensino fundamental onde o brincar é frequentemente relegado a atividades,
brinquedos e jogos que as crianças podem escolher depois de terminarem seu
trabalho.
Devido à relevância do brincar para as crianças e a sua motivação para ele, o
brincar deve estar impregnado às atividades de aprendizagem apresentadas às
crianças, em vez de ser considerado um estorvo ou atividade residual. (MOYLES,
2002, p.100).
Nesse sentido, é importante que se reflita ainda sobre a utilização dos jogos e
brincadeiras dentro da alfabetização, uma vez que as próprias crianças afirmam
sentir prazer e aprenderem durante a realização das mesmas.
Durante a pesquisa, foi visto que docentes usam o lúdico, mas encontram
dificuldades, pois a maioria da turma não é participativa como eles gostariam, e que
só há participação quando é brincadeiras ao ar livre e não em sala de aula, pois de
certa forma acham que a ludicidade deve ser expressa em seus movimentos, e em
sala estão se sentindo presos e obrigados a realizar esta atividade.
De acordo com os resultados obtidos foi possível observar que apesar do
lúdico ser um instrumento rico que auxilia no processo ensino aprendizagem, há
ainda alguns professores que se negam a inseri-las em suas atividades em sala de
aula, negando a possibilidade de perceber que com o lúdico, o acesso das crianças
ao conhecimento torna-se mais fácil, pois através da vivência alegre e divertida do
brincar, da troca, da experiência, temos uma educação mais sadia e significativa.
Para Vygotsky (1998), a arte de brincar pode ajudar a criança com
necessidades educativas especiais a desenvolver-se, a comunicar-se com os que a
cercam e consigo mesma.
O lúdico para auxiliar no desenvolvimento da criança, é uma ferramenta que
possibilita as crianças o prazer de aprender de uma forma divertida, que desperta na
38

criança o desejo de aprender, brincando ela desenvolve sua capacidade de interagir


com os demais membros do grupo se torna criativo, desenvolvendo habilidades e
prontidões nas áreas física, afetiva, intelectual e social. Pois, ao utilizar o lúdico no
processo ensino-aprendizagem, quando o educador tem como objetivo desenvolver
atividades que permitam ao aluno: estimular o raciocínio, a formação de conceitos
sobre determinados conteúdos, como também o desenvolvimento da linguagem,
deve ter o cuidado de utilizar jogos adequados e que atendam os requisitos
necessários para atingir os objetivos propostos.
Algumas escolas dispõem de apenas alguns recursos pedagógicos que
facilitam o trabalho com o lúdico em sala de aula. Apesar dessas situações de
aprendizagem com atividades e o reconhecimento de sua importância pelo mestre, a
realidade impõe suas limitações. O professor é cobrado pela realização de
atividades escritas. Fato que reduz o potencial criativo das realizações do docente
tomado por pressões de pais que controlam sua autonomia.
No percurso deste trabalho observa-se a necessidade de preparação do
professor em relação à novas temática, a exemplo do uso do lúdico como
ferramenta pedagógica. Há quem duvide da eficácia dessa ferramenta como
instrumental de trabalho educacional.
Apesar de o lúdico ser considerado um instrumento facilitador na aprendizagem
dos alunos ele é utilizado de forma tímida e fragmentado, na maioria das vezes a
escola não apresenta recursos que atenda as necessidades reais de cada um. Por
outro lado, o professor é cobrado constantemente para que realize atividades
escritas, ficando preso a conteúdos obrigatórios e apostilados. Em grande medida, a
incompreensão sobre a importância estratégica do lúdico no cotidiano da
aprendizagem do aluno inibe o professor à suas práticas que teme ser percebido
como não cumpridor do trabalho pedagógico.
No decorrer da pesquisa verificou-se que o lúdico, apesar de ser trabalhado em
sala de aula, ainda se apresenta como algo difícil de ser colocado no contexto de
sala de aula. Isso se dá pelo fato de alguns professores terem dificuldade de
planejar suas aulas com mais ludicidade, por terem pouco espaço, somente a sala
de aula, o pouco preparo, isto e, falta de capacitação para se trabalhar o lúdico, ou
até mesmo por ignorar a importância que essa importante ferramenta tem dentro da
sala de aula.
39

Entende-se que há interesse por parte do professor na busca de melhora de


suas práticas educativas, no entanto, nas escolas públicas há uma grande carência
na formação dos professores, sendo que os mesmos precisam de formação
continuada.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº.
9.394/96, em seu Art. 67, Título VI, “a formação de profissionais da educação [...]
terá como fundamentos: I) a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante
a capacitação em serviço” (BRASIL, 1996).
Ao discutir a formação do professor com um olhar voltado ao lúdico como
método pedagógico, o primeiro problema a ser enfrentado é a disposição
competente destes professores. Conforme indica Santos (1997, p. 4), “a formação
lúdica possibilita ao educador: conhecer-se como pessoa, saber suas possibilidades
e limitações, ter visão sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da
criança, jovem e do adulto”. Neste sentido, cabe aos professores motivar e estimular
a fantasia e a alegria como complemento aos saberes da vida.
O professor não pode mostrar-se passivo perante uma realidade que muitas
vezes não está dando resultados de aprendizagem. Ele precisa assumir seu papel
como cidadão, capaz de intervir e melhorar essa realidade, pois ao concluir que o
jogo pode exercer influência positiva na construção do futuro cidadão, é seu dever
trabalhar em favor da educação. Assim, o docente aperfeiçoa sua aprendizagem,
pois ao perceber que a criança está entendendo e explorando seus propósitos
atingidos, ele espontaneamente transforma-se parte desse sistema.
De acordo com Antunes (2002), é relevante que o professor leve inteiramente a
rua e a vida para a sala de aula, produzindo em seus alunos a compreensão das
explicações da matéria que instrui na prática da vida. .
Nesse sentido, o lúdico enriquece o currículo. Para que a prática lúdica se
torne realidade no contexto da escola de forma satisfatória, é fundamental que o
professor tenha percepção do sentido e da dimensão das atividades lúdicas para as
crianças. Fortuna (2001) afirma que uma aula lúdica também é aquela que desafia
os alunos a serem atuantes no processo de ensino aprendizagem, e não somente
aquela aula que tem jogos. Santos (1997) faz algumas observações relevantes a
respeito da inserção do lúdico no ambiente de sala de aula. Aponta que uma das
causas que leva à ausência do lúdico na escola pode não ser culpa do profissional
40

da educação. A falha pode estar na sua formação. As discussões em torno da


prática lúdica em sala de aula talvez não tenham feito parte dela. Ou seja, aquilo que
não se vivencia não se aplica com segurança.
Dessa forma, é preciso que o professor passe por vivências pessoais para que
seja capaz de usar o lúdico na sua ação educativa. Conforme Santos (97), alguns
cursos de pedagogia não contemplam ao professor informações e vivências acerca
do brincar, discutindo o desenvolvimento infantil numa perspectiva social, cultural,
afetiva, criativa e histórica. Para ela, os cursos deveriam inserir no currículo um pilar
novo: “formação lúdica, que representa uma formação pessoal” (Santos, 1997, p.
28).
De acordo com os autores consultados nesta pesquisa, um fator que se pode
evidenciar é a carência de estrutura e material adequado nas escolas. O maior
problema é a escassez desses materiais que não atendem a demanda de alunos.
Portanto, há uma carência de materiais para se trabalhar o lúdico em sala de aula.
Para desenvolver sua prática pedagógica, o professor encontra para realizar um
trabalho envolvendo jogos e brincadeiras, muitas vezes pelo espaço inadequado e a
falta de recursos de brinquedos e jogos para as crianças de acordo com suas faixas
etárias. É importante destacar que muitas escolas não dispõem de recursos
pedagógicos que facilitem o trabalho com o lúdico em sala de aula.
Falta a ludicidade se tornar prática constante nas escolas. Grande parte delas
não dispõe sequer de uma quadra para as atividades lúdicas. É claro que na sala de
aula essa prática é possível, mas em um espaço adequado onde as turmas
pudessem dispor de material e pessoal capacitado para o desenvolvimento de
atividades recreativas, os resultados seriam melhores.
Foi possível constatar que na rotina de sala de aula as atividades lúdicas,
recreativas ou que envolvem brinquedos, estão presentes, porém de forma muito
tímida e com pouca frequência, são consideradas prioritárias as atividades
pedagógicas relacionadas à leitura e escrita, ou às artes, com atividades dirigidas e
controladas pela professora. Foi possível observar a falta ou escassez de material
didático para trabalhar com as especificidades da educação fundamental.
Entende-se que a ausência de um espaço amplo, como o citado nos
Parâmetros Básicos de Infraestrutura para Instituições de Educação básica
(BRASIL, 2008), pode privar o aluno de desenvolver suas habilidades motoras,
41

cognitivas e sociais de forma prazerosa, por meio de brincadeiras e jogos que


envolvam o equilíbrio, a coordenação, a psicomotricidade, que expressem
sensações e ritmos corporais e que ampliem sua destreza para deslocar-se no
espaço. Além de causar transtornos no bom andamento da prática educativa, visto
que os alunos ficam agitados e nervosos, devido à impossibilidade de agir e
vivenciar plenamente a sua infância.
A forma como o espaço é organizado, e nele os materiais são selecionados e
dispostos, é fundamental tanto quanto as atividades que se realizam para a
apropriação da cultura pela criança. Os brinquedos, os objetos substitutivos e a
disposição dos materiais criam as condições para atividades que fazem sentido para
a criança. Nessa perspectiva, o espaço lúdico não pode ser estruturado limitado,
imóvel e desagregador, mas precisa caracterizar-se pela abertura e flexibilidade,
abrindo possibilidades para a criança intervir, criar e recriar.
Nesse sentido, Barbosa e Horn (2001) afirmam que para compreender a
organização dos espaços internos, que correspondem às salas de aulas, é
necessário entender primeiramente, que esses não são apenas mais um espaço e
sim parte do trabalho pedagógico. A disposição do ambiente depende do número de
crianças, da faixa etária, das características sociais e da concepção de que o
professor não é dono da sala de aula e esta deve ser organizada em conjunto com
os demais envolvidos nesse processo de ensino/aprendizagem. “[...] uma
organização adequada do espaço e dos materiais disponíveis na sala de aula será
fator decisivo na construção da autonomia intelectual e social das crianças.” (Ibid,
p.76).
Costa (2016, p. 27) esclarece que, em primeiro lugar, deve-se pensar na
organização física e no desenvolvimento da criança para garantir sua socialização e
autonomia. À vista disso, [...] tudo deverá estar acessível às crianças, desde objetos
pessoais, móveis, quadros, assim como os brinquedos. Pois, só assim, o
desenvolvimento ocorrerá de forma a possibilitar sua autonomia, bem como sua
socialização dentro das suas singularidades. O espaço lúdico tem um papel
fundamental no desenvolvimento infantil quando organizado para atender às
necessidades da criança, para isso deve configurar-se como espaço educativo. Isso
implica planejar e organizar as condições para que seja um ambiente de
descobertas, de experiências e de oportunidades de inserção social da criança.
42

O espaço lúdico como fonte de aprendizagem da criança não é neutro, define-


se pela forma como o professor o planeja e constrói intencionalmente, junto às
crianças, para que elas interajam. Vistos como espaços de cultura que “[...] pulsam
nosso modo de viver, revelam-se nossas histórias e nosso modo de nos relacionar
com as pessoas e com o mundo a nossa volta”. (LIMA, 1989 apud COSTA, 2016).

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término desta pesquisa, pode-se perceber que a ludicidade é assunto que
tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente por seu uso permitir
um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da
aprendizagem e do desenvolvimento. Desse modo, tornou-se evidente a importância
do “lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser
importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças.
No decorrer da pesquisa verificou-se que o tema abordado se apresenta
como algo difícil de ser colocado no contexto de sala de aula. Isso se dá pelo fato de
alguns professores terem dificuldade de planejar suas aulas com mais ludicidade,
por temerem perder o controle da turma ou perderem o respeito dos alunos ou ate
mesmo por ignorar a importância que essa importante ferramenta tem dentro da sala
de aula.
Assim, ficou notório que há muitas dificuldades para trabalhar a ludicidade no
contexto escolar. Em alguns casos, há a inexperiência do profissional da educação
em relação ao trabalhar a ludicidade em sala de aula. Muitos professores, ainda, não
se sentem seguros totalmente para trabalhar o lúdico com suas turmas. Em outros
casos a carência de material apropriado para o desenvolvimento de atividades
lúdicas também se mostra como entrave.
Este trabalho mostrou que é bastante relevante utilizar o lúdico no currículo
da Educação Fundamental, pois os jogos e brincadeiras necessitam ganhar um
lugar e um tempo planejados para seus adequados fins. É direito do educando ter
uma educação de qualidade e o brincar dentro das instituições de ensino é uma
ferramenta para que esse aprendizado aconteça.
Na realização deste trabalho, foi possível perceber a importância de trabalhar
o lúdico na educação fundamental. Quando a criança é incentivada adquire novas
43

habilidades e desenvolve a imaginação e autonomia. Os jogos e brinquedos têm


papel fundamental no desenvolvimento da criança.
Este trabalho mostrou que é bastante relevante utilizar o lúdico no currículo
da Educação escolar, pois os jogos e brincadeiras necessitam ganhar um lugar e um
tempo planejados para seus adequados fins. É direito do educando ter uma
educação de qualidade e o brincar dentro das instituições de ensino é uma
ferramenta para que esse aprendizado aconteça.
Percebeu-se que com a ludicidade as crianças aprendem sem mesmo
perceber, de maneira prazerosa, interessante e principalmente motivadora, o que
leva o aluno a cultivar a vontade de buscar e aprender cada vez mais. O lúdico
representa interesse, alegria, criatividade, motivação, interação, socialização e que a
união de todos esses elementos pode ser utilizada diariamente em sala de aula,
facilitando o processo de aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo, afetivo e
psicomotor da criança. Sem a ludicidade a escola pode ser considerada pelas
crianças como um lugar desmotivador, por não corresponder às suas formas de
expressão.
Diante do exposto, pode-se dizer que o presente trabalho foi importante para
o aprofundamento dos conhecimentos sobre o tema. Dessa forma, este estudo se
propõe a contribuir para uma reflexão que favoreça os profissionais da área da
educação na construção de estratégias pedagógicas que permitam trabalhar o lúdico
no dia a dia da escola para que ela possa estar cumprindo com o seu papel de
formar cidadãos críticos e participativos, capazes de atuar na sociedade em que
vivem de forma positiva e significativa,
A pesquisa realizada sobre a ludicidade foi de grande importância,
enriquecendo minha vida acadêmica e meu futuro profissional. De acordo com os
dados obtidos, constatou-se que o lúdico exerce um papel importante na
aprendizagem das crianças, onde os professores acreditam que é possível reunir
dentro da mesma situação o brincar e o educar.
A partir do exposto pode-se concluir que é necessário tanto nas escolas
públicas, uma maior conscientização no sentido de desmistificar o papel do “brincar”,
que não é apenas um mero passatempo, mas sim um objeto de grande valia na
aprendizagem e no desenvolvimento das crianças.
Enfim, a realização deste trabalho foi de grande importância para mim e para
a comunidade escolar envolvida na pesquisa. Eu pouco sabia a respeito do lúdico,
44

sua origem, os teóricos que estudaram o tema ludicidade, tudo foi uma experiência
gratificante. Aprendi bastante com a realização do trabalho e me motivou a continuar
estudando e aprimorando meus conhecimentos a respeito da ludicidade.

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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